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CONTROVÉRSIAS INTERNACIONAIS E SOLUÇÕES PACÍFICAS Impedir as polêmicas e solucionar conflitos de forma pacífica deve ser uma prática inerente às relações internacionais que se estabelecem entre os seus sujeitos. O artigo 33 da Carta da Organização das Nações Unidas é taxativo nesse sentido. As partes em uma controvérsia, que possa vir a constituir uma ameaça à paz e à segurança internacionais, procurarão, antes de tudo, chegar a uma solução por negociação, inquérito, mediação, conciliação, arbitragem, solução judicial, recurso a entidades ou acordos regionais, ou a qualquer outro meio pacífico à sua escolha. Define-se "controvérsia" dentro desta matéria como sendo o conflito de interesses de duas ou várias partes. Os meios pacíficos de soluções de controvérsias podem ser agrupados de várias formas, como por exemplo, os meios facultativos (os bons ofícios, as mediação, o inquérito e a conciliação) ou obrigatórios (arbitragem e soluções judiciárias por meio de tribunais internacionais). Observando os fatos ocorridos em todo século passado (século XX), nota-se que este papel foi bem mal desempenhado, já que o século XX conheceu duas guerras mundiais e várias centenas de conflitos localizados. Mas em nenhuma sociedade a paz é fundada unicamente no Direito; ela é fruto de uma justiça aceite por todos os seus membros, de valores comuns, de uma solidariedade efetiva, do sentido de interesse comum. Fundamentalmente, tanto nas ordens nacionais como na ordem internacional, a paz não é a simples ausência de guerra: baseia-se na justiça, conscientemente procurada pelos indivíduos e realizada objetivamente pelo Direito e pelas instituições. No sistema da ONU, tanto o Conselho de Segurança quanto a Assembleia Geral podem intervir nos conflitos entre Estados, objetivando uma solução pacífica. As controvérsias tratadas na ONU têm de ser sérias e de caráter internacional. O que se entende por controvérsia séria é aquela que possa vir a constituir uma ameaça à paz internacional. E essa controvérsia deve ser uma controvérsia internacional, porque a ONU não pode intervir nos assuntos de jurisdição nacional (assuntos domésticos). Antes de recorrerem ao Conselho de Segurança da ONU as partes devem buscar pela solução pacífica. Se entre homens é comum a existência de divergências, conflitos entre os Estados não poderia ser diferente. Ao contrário da sociedade civil, na comunidade internacional não existe um órgão supremo a que todos obedeçam, com jurisdição obrigatória, mas há grandes avanços nesse sentido, como a ação, principalmente, da Corte Internacional de Justiça (CIJ) e da Organização das Nações Unidas (ONU), embora seus esforços sejam atrapalhados por alguns de seus próprios membros. A solução que oferece o ordenamento jurídico internacional é a busca da reparação dos prejuízos e injustiças, na busca de restaurar a harmonia entre qualquer beligerante, sempre apostando nas consequências benéficas que a resolução de um conflito traz à comunidade internacional. O objetivo a ser alcançado atualmente é a criação de cortes especializadas em várias áreas sociais internacionais, como direito do mar, direito aéreo, direito econômico, propriedade intelectual, uma necessidade latente na atual situação internacional.
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