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TOXICOLOGIA SOCIAL Dependência envolve: comportamento compulsivo para busca e consumo; perda de controle em limitar o consumo; e estado emocional negativo quando se nega o acesso. ** Todas as drogas de abuso aumentam a atividade do sistema mesocorticolímbico dopaminérgico – relacionado com propriedades de recompensa. Via mesolímbica relacionada com efeitos reforçadores agudos e respostas condicionadas; via mesocortical relacionada com a fissura, a perda da inibição relacionada ao comportamento de busca compulsiva. Todas as drogas aumentam dopamina no núcleo accumbens (NAcc) – efeito reforçador positivo Quanto mais rápido uma droga produz efeitos reforçadores positivos, maior a chance de originar comportamento de consumo repetido (ex: cocaína e heroína, produzem efeitos centrais rapidamente). Drogas de ação curta tem maior probabilidade de induzir dependência (a depuração é mais rápida e há mais risco de desenvolvimento de abstinência aguda). Tipos de Tolerância Tolerância Inata/natural: determinada geneticamente; observada no primeiro uso. Tolerância Farmacodinâmica: necessidade de maiores doses no sítio de ação para efeitos de mesma duração e intensidade. Resulta de alterações adaptativas. Tolerância Farmacodinâmica aguda ou taquifilaxia: tolerãncia que se desenvolve rapidamente com uso de doses repetidas em mesma ocasião ou em curto período de temo (binge). Ocorre um decréscimo da resposta. Tolerância Metabólica, farmacocinética ou disposicional: alterações propriedades farmacocinéticas da droga após uso repetido, normalmente por indução de enzimas hepáticas. Tolerância Reversa ou sensibilização: aumento da resposta ao efeito da droga após administração repetida. Tolerância Cruzada: indivíduo tolerante a uma droga fica tolerante a outra. Pode ser farmacodinâmica (entre drogas com propriedades farmacológicas semelhantes) ou metabólica (normalmente por indução das CYP, indivíduo fica tolerante a drogas que nunca usou; ex: indivíduos tolerantes ao etanol são também tolerantes aos anestésicos inalados. Tolerância Condicionada ou ambiental específica: mecanismo aprendido quando a droga é sempre administrada na presença de estímulo ambiental específico (ex: visão da seringa). Estímulo sinaliza presença da droga e se iniciam efeitos fisiológicos adaptativos antes mesmo da droga chegar ao sítio de ação. Segue o princípio de Pavlov – tolerância quando se se usa droga em situação esperada. Se usa em situação “inesperada”, diminui a tolerância e aumentam efeitos. Tolerância Comportamental: capacidade de desenvolver tarefas sob ação da droga para manter nível funcional, mesmo que sob intoxicação. Mecanismos da dependência É uma forma de plasticidade neural induzida pela droga. Genes envolvidos: CREB (cyclic-AMP responde-element binding), efeitos medidados pelo peptídeo opioide dinorfina, que diminui liberação de dopamina no NAcc – leva a adpatação negativa por dminuição da sensibilidade individual em nova exposição a droga; Delta FosB, são fatores de trancrição induzidos no NAcc se exposição aguda a drogas. Em exposição repetida, se acumula (cocaína, anfetaminas, opiáceos, nicotina, etanol) – responsável por alterações gênicas que podem persistir anos após exposiçao; MAPK, efeitos comportamentais a longo prazo; ERK, responsável por plasticidade sináptica induzida pela cocaína, Cdk5; DARPP-32.... OPIÁCEOS E OPIÓIDES Opiáceos: derivados naturais do ópio e alguns semissintéticos. Opióides: todos os compostos relacionados ao ópio. É mais difícil que a dependência ocorra por contato com a droga por intermédio de receita. Tolerância e Dependência Ocorre de forma seletiva: miose e constipação permanecem mesmo com uso prolongado; para os demais efeitos se tem uma tolerância de rápida instalação. Opióides tem alto grau de tolerância cruzada, que não dependente da semelhança química entre compostos. Tolerantes a morfina também são tolerantes a metadona e miperidina, mas não ao álcool e barbitúricos. Pacientes com dor que usam opióides sentem euforia; os sem dor sentem disforia. Em síndrome de abstinência óbito normalmente por problemas cardíacos e/ou intestinais. Locus ceruleus (LC) responsável por sintomas observados na retirada da droga. Existe um controle homeostática se uso agudo/crônico: aumento de AMPc no LC para compensar a sua diminuição induzida por opiódes. Se ocorre uma retirada abrupta (ex: adm naloxona), o excesso de AMPc aumenta a atividade do LC. Substância Efeitos e Uso TCinética e TDinâmica Observações Morfina Pré-anestésico. Causa constição brônquica por liberação de histamina (evitar em asmáticos). Bem absorvida por soluções de continuidade na pele. Uso IM e SC tem absorção mais rápida, baixas concentrações no cérebro. Eliminação renal por glicuronidação – glicuronato 6, que é 13-200x mais potente que morfina. Tríade da intoxicação aguda: pupilas puntiformes, depressão respiratória e coma. Constipação é efeito clássico. Codeína Antitussígeno. Pequena margem de segurança. Convertido a morfina durante biotransformação. Produz euforia comparável a da heróina se uso como glutetimida. Intoxicação: nistagmo e fala incompreensível. Buprenorfina Derivado da tebaína. Agonista parcial receptor µ, uso em vício em opióides. Altamente lipofílico, 25-50x mais potente que morfina. Tem longa duração da ação. Mais segura se superdose, causa menos depressão respiratória. Heroína Uso IV, intranasal e inalatório (nesse último caso é mais difícil ocorrer superdose). 11 segundos para chegar ao SNC pós absorção pulmonar, o que leva a efeito reforçador imediato. Fumada: transformada a 6-monoacetilmorfino e depois em morfina (que tem maior 1/2v dos três, 18 min). Pode causar dependência em RN, trata com clorpromazina e elixir paregórico por 7 semanas ou mais. Edema pulmonar é complicação frequente em superdose. Pentazocina Dor aguda ou crônica Fracamento absorvida TGI. Concentração cerebral > plasmática. Traços detectáveis na urina por vários dias. 3-4x menos potente que morfina Causa aumento da PA e dos batimentos cardíacos. Fentanil Pré-anestésico e anestésico pós- cirúrgico. Uso IV, fumado ou inalado. Efeito quase imediato e de curta duração. 200x mais potente que morfina. É quimicamente diferente dos opióides. Eliminação renal e biliar. 10 minutos após dose letal, 98% da dose desaparece do sangue. Propoxifeno Isômero dextro tem efeito analgésico. Uma parte é biotransformada a norpropoxifeno, que tem eliminação lenta e se acredita ser o responsável pelos efeitos cardiotóxicos em intoxicação aguda. Eficácia analgésica menor que codeína e AAS. Nalbufina Antagonista mais potente receptor µ. Uso VO tem 25-25% da potência do uso IM. Efeitos psicomiméticos em altas doses. Butorfanol Uso em dor aguda. - Pode causar sensação de flutuação. Spray: pode levar a dependência física. Meperidina Pré-anestésico. Efeito similar da morfina mas de menor duração. Excitação no SNC por acúmulo do p. de biotransformação normeperidina. Acúmulo maior em pacientes renais. Tem efeitos não opioides em receptor 5-HT, bloqueando sua recaptação. Tramadol Análogo sintético da codeína. Inibe captação de NE e 5-HT (não usar com IMAO). Uso em obstetrícia por causar menos depressão respiratória em RN. Efeito de opioide se em altas doses. Dextrometorfano Uso em isquemia cerebral, propriedades antiepiléticas e neuroprotetoras. Inibe captação de 5-HT (não usar com IMAO). Abuso entre estudantes por fácil disponibilidade. Metadona Dor crônica e vício em morfina. - Desenvolvimento de dependência é mais lento e seus efeitos são menos intensos que o da morfina. Existência de dependência cruzada com opiáceos. Naloxona Antagonista específico receptores opióides. Uso em diagnóstico de intoxicação por opiódes (precipita síndrome de abstinência). Altamente lipossolúvel e pouco potente VO. Desloca opióides do sítiode ação, com efeito em 1-2 minutos. Reverte depressão respiratória por opiódes. LAAM Levo-α-acetilmetadol, agonista parcial opióide. Tratamento prolongado da dependência a heroína. Longa ação. Tem 2 produtos de biotransformação ativos. Uso limitado como 1ª linha por efeitos cardiovasculares. Meptazinol Uso VO e parenteral. - Produz efeitos colaterais similares à atropina. ESTIMULANTES DO SNC COCAÍNA – COC Produzida a partir das folhas da Erytroxylum coca ou Erytroxylum novogranatense – pasta de coca, com 40-91% de COC produz cloridrato de cocaína (com HCl) ou sulfato de cocaína (com H2SO4). É o estimulante central natural mais potente. Padrão de Uso *Pasta base é fumada (lembrar baseado) por ter menor ponto de fusão (o cloridrato tem ponto de fusão em 197o) , normalmente na forma de crack ou merla – se fumado sozinho chama bazuco, se junto com tabaco ou maconha, chama grimmie. *O crack é produzido com adição de agente alcalinizante (NaOH ou bicarnonato) e aquecimento. Freebasing é feito pelo próprio usuário com adição de bicarbonato de sódio ou amônia e extração com éter. A merla é subproduto da COC com adição de H2SO4, querosene, cal e pó barrilha no remanescente de folhas após o refino. *Adulterantes mais comuns na droga de rua: anestésicos locais, estimulantes e piracetan. Uso com etanol normalmente para reverter embriaguez alcoólica, há a formação de cocaetileno que tem efeitos no SNC mais duradouros que COC, por ser mais lipossolúvel. Toxicocinética *Produção de efeitos é mais rápida fumando a base livre > uso IV > uso intranasal. Uso COC via intranasal ou mucosa bucal leva a vasocontrição e, portanto, a diminuição da velocidade de absorção, mas mesmo assim os efeitos tem magnitude comparável ao uso IV. *COC tem alta afinidade pela α1-glicoproteína ácida. É altamente lipofílica, sendo sequestrada por adipócitos e acumulada no fígado e SNC. Ocorre ainda transferência placentária. A norcocaína (NCOC) reflete a concentração plasmástica da droga, e não a concentração do SNC. Crack + etanol forma etilanidroecgnonina. Toxicodinâmica *Uso leva a aumento temporário de Dopamina (DA) e Norepinefrina (NE), que depois diminui para valores abaixo dos normais – se tem estado de euforia e depois estado de depressão. Com uso crônico, ocorre diminuição na síntese de 5-HT. Uso da COC por via respiratória leva a complicações cardiopulmonares mais graves do que as observadas em outras vias. *Pode ocorrer taquifilaxia com os efeitos cardiovasculares. Há ainda tolerância ou sensibilização por 2 meios: a) ↑ da excitação com doses baixas por conta da ↓ da 5-HT, o que potencializa a ação excitatória da DA; e b) aumento da suscetibilidade a convulsões sem que exista alteração nos níveis sanguíneos e cerebrais de COC (kindling farmacológico). *COC é uma das subsâncias com maior potencial de abuso por ter grande capacidade de produzir reforço positivo. Sobre o crack: no início o uso provoca extremo prazer (rush ou flash), depois ocorre compulsão e fissura por nova administração (craving). Dependentes de COC podem sentir o craving mesmo se expostos a desencadeantes ambientais/fatores externos. Efeitos Tóxicos Comum ocorrer morte súbita por complicações cardio e cerebrovasculares. ↓ doses ↑ libido, enquanto ↑ doses levam a impotência. Relação com Síndrome do Delírio Excitado – delírio, agitação, hipertermia e comportamento violente que resulta em morte súbita inexplicável. Fibrose pulmonar se uso de talco como adulterante, e de colapso cardíaco se uso de anestésicos locais. Pode ainda ocorrer necrose hepática. Identificação de COC em produtos apreendidos *Reagente Scott 2% (cloreto cobalto, tiocianato de potássio e glicerina 1:1): reação em meio ácido com HCl. Adição com clorofórmio é forma modificada. *Teste de Scott modificado: adição de Tiocianato de Cobalto forma pptado azul por complexação com COC; pptado desaparece com adição HCl, ficando rosa, e depois volta a ser azul com a adição de clorofórmio (vai extrair a COC para a fase orgânica). Não é específico para COC. FP com lidocaína - "contaminante". *Teste Mayer: usa tetraiodomercurato de potássio (usa também pra detecção de alcalóides). Reação em meio aquoso ácido com HCl - vai transformar a base livre na COC cloridrato (a adição de base tranforma o cloridrato em base livre). Rç positiva forma precipitado branco. FP pra lidocaína, sildenafila, dipirona, ecstasy. *Outros testes: CCD com revelação por Dragendorff, formação de microcristais por adição de cloreto de platina ou de ouro, CG, CLAE.. Análise de COC e metabólitos (EMA e BEC) em Urina *Pode ocorrer produção de EMA (estér metilanidroecgonina) como artefato em análise de COC por CG por conta da alta temperatura necessária a vaporização, principalmente quando concentração do analito é superior a 3000ng/mL. *Acidificar urina pois condições alcalinas favorecem degradação da COC e EMA. Faz extração em fase sólida e derivação da BEC com anidrido pentafluoropropiônico e pentafluoropropanol. Tempos de retenção de 2,88; 11,55 e 19,93 min para EMA, BEC e COC. 15,6 min para CE. *Outros métodos: CL –EM não requer derivatização e não há formação de EMA residual. Nessa técnica os resíduos de COC são: 82, 105 e 182, enquanto que do CE são 82, 196 e 317. Lembrar que independente do método, sooventes podem degradar a COC. ANFETAMÍNICOS Farmacologicamente, atuam como aminas simpatomiméticas. Estrutura química relacionada à β-fenetilamina. Mazindol (muitas vezes considerado anfetamínico, não é relacionamento quimicamente com o grupo). Isômero D da metanfetamina tem o maior potencial de abuso. Ação estimulante mais persistente que COC. Lembrar que é diferente das design drugs (MDA, MDMA, ecstasy....). *Isômero l é mais potente em efeitos periféricos, e o d é mais potente para efeitos no SNC. Substituições posição m e p do anel, bem como no carbono β: se em 2 dessas posições, tem efeito direto nos receptores adrenérgicos; se em 1 ou nenhumas dessas possições, efeito indireto – liberam NE das vesículas (anfetamina, meta, efedrina). Substituinte metóxi na posição m: efeitos alucinógenos. Padrão de Uso TCinética e TDinâmica Dependência e tolerância Efeitos Tóxicos Rebite, dopping intelectual, TDAH (metilfenidato), descongestionantes de venda livre (efedrina e fenilefrina). Uso combinado com barbitúricos para aumentar os efeitos subjetivos. *Ice drops: solução saturada e alcalinizada de cloridrato de metanfetamina – cristais são fumados; *Gold fish: cloridrato de metanfetamina em solução aquosa. Uso IV e VO, também impregnado em papeis. Biotranformação hepática – maioria dos compostos convertidos a anfetamina ou meta. Excreção urinária é dependente de pH (em urina ácida, tem maior excreção). Para cada aumento de unidade de pH, tem aumento de 7h na ½ vida. Simpatomiméticas de receptores α e β adrenérgicos; similaridade com NE (relação com estímulo locomotor) e DA (relação com comportamento estereotipado) – são falsos neurotransmissores; inibem a MAO. Propriedades de reforço por aumento de DA no nucleo accumbens e caudado. Abstinência é mais intensa se uso IV. Pode ocorrer a chamada S. de abstinência protaída: dura 30 a 90 dias, usuário com sentimentos de depressão e letargia (fase em que normalmente ocorrem os suicídios). *Tolerância aos efeitos anorexigenos e subjetivos é rápida (taquifilaxia) – eficácia curta em uso para perda de peso por conta dessa tolerância. Toxicidade cardiovascular e neuropsiquíca (fatalidades incomuns por conta da tolerância). Em uso crônico, alucinações, comportamento bizarro, IAM, cegueira transitória. Detecção em amostras apreendidas *Teste de Marquis (formaldeído, ácido acético e ácido sulfúrico): Opiáceos geram cor roxa. Anfetamina e meta geram cor laranja/marrom. MDA/MDMA gera cor roxa/preta. ETANOL Toxicocinética e ToxicodinâmicaAbsorção no intestino. Biotransformação hepática por oxidação, seguindo cinética de ordem zero (independente da concentração e constante ao longo do tempo): 1. Via da Alcool Desidrogenase (enzima com Zn), converte etanol a acetaldeído. NAD é cofator. 2. Via do Sistema de Oxidação Microssômico (SOM), também converte a acetaldeído, usando NADPH como cofator. 3. Catalase, com consumo de peróxido de hidrogênio. O aldeído formado nas 3 vias é oxidado a acetato pela Aldeído Desidrogenase (AlD). Etanol não oxidado é excretado em rins, pulmão, suor e saliva (em menor parte). *Diminui a viscosidade da membrana celular, tendo efeito fluidificante; aumenta efeitos inibitórios mediados pelo GABA e canais de Cl-; diminuição atividade colinérgica; em uso crônico tem aumento da síntese e liberação NE e diminuição do GABA no cérebro. Dependência e tolerância Com a fluidificação da membrana, ela fica mais rígida e menos sensível ao efeito fluidificante do etanol, levando a tolerância; e com a ausência do álcool esse dessaranjo nas membranas pode levar aos sinais de abstinência. Na evolução da abstinência, o usuário pode ter o quadro de delirium tremens, com confusão, delírio e alucinação – muitas vezes agrava o quadro. Convulsões em situações graves não tratadas, ocorrendo em até 48horas de abstinência. Efeitos Tóxicos *Agudos: depressor SNC (efeito estimulador aparente em baixas doses por conta da depressão de mecanismos inibitórios). Intoxicação patológica: sinais de intoxicação com uso de doses normalmente menores do que as necessárias para intoxicar a maioria das pessoas – início abrupto de agressão e comportamento violento. Pode ocorrer blackouts com perda de memória recente, mas as demais habilidades intelectuais ficam mantidas. Em intoxicações, evitar uso de outros depressores (como BZD); glicose IV apenas após administração de tiamina (é consumida na metabolização da glicose e sua reserva estiver diminuída [comum em etilistas crônicos] pode ocorrer encefalopatia de Wernicke / S. de Korsakoff). !Lembrar que uso crônico induz o metabolismo hepático, diminuindo concentração de xenobióticos, porém, o álcool compete pelas enzimas do CitP450, podendo levar a aumento na concentração de fármacos na circulação (diminuição da excreção de fenitoína em uso agudo, se síndrome de abstinência, pode ter um aumento da biotransformação desse mesmo fármaco). Tratamento 1. Dissulfiram, inibe a AlD, levando ao acúmulo de aldeído. Dose 250mg, potencial hepatotóxico; 2. Naltrexona, antagonista opióide. Dose 50 a 100mg, bloqueia efeitos euforizantes do álcool; 3. Acamprosato, agonista GABA e antagonista glutamato. Diminui desejo de beber e hiperatividade da abstinência. Determinação de etanol *CG-DIC: Uso de sangue com fluoreto, não realizar assepsia com álcool. Separação por headspace com sulfato de sódio para realização de efeito salting-out. n-propanol usado como padrão interno. Se não for método online, a seringa para transferência ao CG deve estar ligeiramente aquecida. *Método químico: uso de amostras já “separadas”, faz reações com agentes oxidantes. A mais conhecida é a reação envolvendo dicromato de potássio em solução fortemente ácida (ácido sulfúrico concentrado) – ocorre redução do íon dicromato, e a solução passa a ter cor verde-azulada. Por titulação “de retorno”, o excesso de dicromato que não reagiu com etanol reage com iodeto de potássio, formando iodo (vai ser titulado com tiossulfato de sódio e amido) – tem baixa especificidade. *Método bioquímico: faz a oxidação de álcool na presença de NAD, que depois será reduzido a NADH – lê a 340nm. Pode acoplar o NADH a sistema diaforase-cromógeno, produzindo uma suspensão coloidal de coloração vermelha, que pode ser lida espectrofotometricamente em 500 nm. *Determinação em ar exalado: o ar exalado tem cerca de 2.100 vezes menos etanol do que o sangue. Bafômetros podem ter como princípio: oxidação química; oxidação eletroquímica; e espectrometria de infravermelho (tem menos interferentes). INALANTES Absorção pulmonar de vapores - não inclui drogas que precisam ser queimadas ou aquecidas. Forma física da substância que determina o modo de uso. 1. Solventes voláteis, vaporizam em temperatura ambiente (tinner, gasolina, cola); 2. Aerossóis, o usuário faz uso do gás propelente; 3. Gases, incluindo anestésicos de uso médico e outros produtos comerciais. Óxido nitroso conhecido como gás hilariante, pode causar alucinações auditivas; 4. Nitritos orgânicos voláteis, intensifica desejo sexual – uso normalmente chama poppers. Toxicodinâmica De modo geral, os solventes potencializam ação inibitória do GABA. Tolueno tem alta afinidade por tecidos lipídicos, principalmente substância branca do cérebro. Uso conjunto hexano + tolueno associado a dissolução bainha de mielina. Solventes clorados interagem com canais de sódio neuronais, diminuindo condução nervosa. Tricloroetanol leva a perda de neurônios dopaminpérgicos (associação com parkinsonismo clínico), e seu p. de b., cloral, é precursor de uma toxina mitocondrial (TaClo). Óxido nitroso atua por oxidação do cobalto na cobalamina, levando a deficiência de B12 e disfunções sensoriais e motoras. Efeitos Tóxicos *Curto Prazo: fase excitatória seguida por depressão do SNC, não há ressaca e as alucinações diferenciam da embriaguez do álcool. Uso de altas concentração, principalmente dos clorados, pode levar a falência cardíaca em poucos minutos (sudden sniffing death). Lembrar que ocorre ainda resfriamento da laringe pelo gás (pode acarretar em parada cardíaca), obstrução vias áreas pela aderência da cola, queimaduras por explosão, etc. *Longo Prazo: Tolueno leva a destruição de fibras nervosas e também alteração na visão de cores; n-hexano leva a síndrome neurotóxica por ação no 2,5-hexanodiona. Dano hepático geral, indução doenças auto imunes e supressão da MO. Partículas metálicas em aerossois podem comprometer função pulmonar. Outras considerações Tolerância em 1-2 meses pós uso repetido. Sem medicamento eficaz no tratamento da tolerância e/ou abstinência. Abordagens para redução de danos: substituição de compostos tóxicos por outros de menor toxicidade (ex: substituição n-hexano por ciclo-hexano em cola de sapateiro); adição substâncias com odor desagradável (ex: bitrex em isqueiro); alterações na embalagem para que não saia propelente. TABACO Nicotina é um alcalóide, altamente tóxico e fatal por qualquer via de exposição. Corrente primária do cigarro é tragada pelo usuário, a secundária correpondem aos compostos eliminados na ponta acesa do cigarro para o ambiente. Alcatrão corresponde as partículas da fumaça exceto água e alcalóides. O charuto é feito com a folha curada e fermentada – esse envelhecimento produz alta concentração de compostos cardiogênicos durante a combustão e mais toxinas e irritantes do que o cigarro. Toxicocinética Tem caráter básico, portanto absorção é pH dependente. Em charuto e cachimbo não precisa tragar, fica na forma iônica na fumaça porque esta é mais alcalina, e, portanto, ocorre absorção na mucosa bucal (é mais lenta). Já a fumaça do cigarro é ácida (pH 5,5), sendo melhor absorvida pelos alvéolos pulmonares. O mesmo vai ocorrer com a excreção: urina ácida leva a maior consumo de cigarro, pq tem maior eliminação. Lembrar que o fumante “titula” a dose de nicotina conforme a tragada. *Muito biotransformada pela CYP2A6 - maioria convertida a cotinina e depois a 3HC (trans-3’-hidroxicotinina). Razão 3HC/cotinina pode ser usada para avaliar atividade da CYP2A6. O principal metabólito na urina é o 3HC, mas como a cotinina tem maior ½ vida, é usada como marcador quantitativo de exposição a nicotina, até mesmo em outros fluídos biológicos. Toxicodinâmica Fumada chega ao SNC em até 20segundos. Liga em receptores nicotínicos (ligado a canal iônico): subunidade β2 libera DA, tem relação com efeitos compartamentais deautoadministração; α2 medeia sensibilidade a nicotina; α3β4 relacionada com efeitos cardiovasculares..... *Curva dose resposta da nicotina tem forma de U invertido – em baixas concentrações, nicotina estimula SNC e SNP, mas influencia pouco na autoadministração com aumento de dose tem ativação do centro de recompensa e de sensações de prazer doses ainda mais altas tem efeito aversivo, com bloqueio ganglionar. Dependência e Tolerância Tolerância por conta de neuroadaptação (up regulation). 1º cigarro do dia produz resposta cardiovascular e subjetiva maior, principalmente por conta da abstinência a noite (ocorre uma ressensibilização dos receptores à ação da nicotina e a tolerância é perdida). Em cigarros light ou com menos nicotina, usuário precisa tragar mais vezes ou fumar mais cigarros para ter os efeitos “normais”, como consequência, tem maior exposição a CO2 que o normal. *Dependência principalmente por conta da liberação de dopamina (efeitos diretos nos receptores e por modulação de glutamato e GABA) e da ação do receptor α4β2*. Outros produtos formados da condensação do acetaldeído com aminas biogênicas inibem MAO-A e MAO-B. Se o usuário para de fumar, ocorre além de uma hiperexcitação das vias colinérgicas, uma liberação subnormal de DA e NT, levando a mal estar e incapacidade de sentir prazer – a chamada desregulação hedônica. É comum para outras drogas, mas com a nicotina os efeitos mais importantes são ganho de peso e diminuição da frequência cardíaca. Efeitos Tóxicos Intoxição aguda com crianças e contato dérmico com as folhas (doença do tabaco verde). Aumento do risco de DM2 por ação na sensibilidade a insulina. Lembrar que a corrente 2ª tem mais compostos tóxicos – problema em fumantes passivos. *Ação indutora de enzimas hepáticas, diminuindo efeito de BZD e analgesia de opioides. CANNABIS Canabinóides: todos os ligantes de receptores canabinóides (incluindo endógenos, como anandamida) e compostos relacionados. Na planta madura tem maior quantidade de Δ9THC na inflorescência. Os ácidos canabinóides do Δ9THC não tem atividade farmacológica, mas ficam psicoativos após descarboxilação (espontânea por ressecamento ou estocagem ou pirólise). Lembrar que o Δ9THC é sensível a luz, altas temperaturas e a compostos ácidos. Toxicocinética Toxicodinâmica Efeitos Tóxicos Dependência, Tolerância e Abstinência Absorção é mais irregular VO, tem degradação no pH estomacal e por micro-organismos intestinais. Via pulmonar tem perda de boa parte do Δ9THC na pirólise e na corrente secundária – a quantidade de Δ9THC na corrente primária aumenta linearmente conforme aumenta a quantidade de cigarro queimado. Até 99% ligado a lipoproteínas. Primordialmente metabolizado pela CYP. Para análise na urina, janela de 1 mês para fumantes crônicos, e 2-4 dias para fumantes eventuais. Sistema endocanabinóide formado por receptores acoplados a proteína G. CB1 principalmente no SNC, CB2 em células imunes periféricas. Anandamida tem menor afinidade pelo receptor que Δ9THC. Em CB1 os agonistas canabinóides diminuem a liberação de NT. *A neurotransmissão é atípica, ocorrendo de forma retrógada: despolarização PÓS-sináptica aumento de Ca intracelular produção endocanabinóides difundem na fenda e ligaram a receptores CB1 PRÉ-sinápticos. Doses maiores que 20mg de Δ 9THC levam a reação aguda de pânico, se aumentam, pode ocorrer delírio tóxico. Início de uso antes dos 18 anos é pior porque as funções executivas não são 100% maduras. Exposição fetal no início da gestação pode levar a alterações comportamentais persistentes. O aumento de DA extracelular modula o reforço positivo. Em exposição crônica pode ocorrer neuroadaptação, provavelmente por down regulation. Fumantes crônicos se mostram tolerantes a quase todos os efeitos (exceto diminuição controle motor e sensação de alto). Retirada causa disforia, pode ser um fator de risco para recaída. Identificação de Canabinóides em produto apreendidos *Fast Blue BB (sulfato de sódio anidro): extração diretamente no papel filtro dos componentes da Cannabis por éter de petróleo e reação em meio básico (bicarbonato), formando um complexo vermelho púrpura. Δ9THC (vermelho), canabinol (roxo) e canabidiol (laranja). FP com noz-moscada e guaraná. *Duquenois-levine - vanilina e acetaldeído, em meio ácido (HCl), formam um complexo azul/púrpura com os canabinoides, que é extraído para a camada clorofórmica - cor violeta na fase orgânica (por extração dos canabinódes) e azulada na fase aquosa. *CCDAE: extração com éter de petróleo e revelação com Fast Blue BB (mesmo padrão de cores acima). *Outros: CG-EM, CL-EM. Identificação de Canabinóides em amostras biológicas *THC-COOH em urina por CCDAE: comprova uso recente. Extração com KOH e hexano em meio ácido (ácido acético glacial) evapora o solvente e ressuspende em clorofórmio:metanol 3:1 aplica na placa e corre nebuliza com dietilamina e depois de seca nebuliza novamente com Fast Blue BB banda rosa a + 3cm. Lembrar que o THC-COOH livre é termo e fotolábil, assim a extração tem que ocorrer imediatamente após a hidrólise. Não pode levar mais que 2horas o intervalo entre aplicar a amostra e correr a placa. *Δ9THC e metabólitos em sangue total por CL-EM/EM: comprova uso recente. Método multirresíduo, analisa Δ9THC, 11-hidróxi-THC, THC-COOH, canabidiol (CBD), canabinol (CBN) e glicuronídios do Δ9THC e do THC-COOH. Caso a análise de glicuronídios não seja desejada, não é necessário manter as amostras em banho de gelo. Coleta em tubo de heparina e análise em 24horas. Desproteinizar as amostras com acetonitrila gelada. Proceder SPE nas amostras diluídas com hidróxido de amônia. Evaporar o eluato e injetar o resíduo ressuspendido. **Em temperatura ambiente, a estabilidade é maior em sangue com fluoreto de sódio, como também em plasma congelado. *Imunoensaios: kits para detecção do THC-COOH livre e conjugado em urina. ALUCINÓGENOS Alucinógenos: substâncias que em doses não tóxicas alteram a percepção e o estado de ânimo. Alucinação: erro mental, atribuição de caráter de percepção em coisas que não existem (ex: alterações visuais, achar que tem bichos andando pelo corpo). Delírio: construção intelectual mórbida que se afasta da realidade. Normalmente gira em torno de algum assunto específico (ex: delírio paranoico, histérico, esquizoide....). Paciente tem certeza intuitiva e ilusões sensoriais. Alteração da percepção: sensações produzidas por agentes que existem. Há consciência dos elementos ambientais. Anfetainas substituídas: causam perturbação do SNC em doses usuais e alucinações apenas em doses excessivas. Flashbacks: trasntorno de percepção pós alucinógena em que há recorrência de fragmentos dos efeitos alucinógenos. *Substâncias que causam alucinação: 1. Causam alucinação em altas doses. Ação relacionada com ruptura de tecidos nervosos (etanol, metais, hidrocarbonetos). 2. Delirantes: atropina, fenciclidina. 3. Alucinógenos propriamente ditos: LSD, mescalina, psilocibina. *Classificação química – indoalquilaminas (estrutura similar 5-HT): LSD, psilocina, DMT (dimetiltriptamina); e fenilalquilaminas (similar NE): mescalina e DOM. Efeitos centrais relacionados a alterações serotoninérgicas, normalmente no receptor 5-HT2. Pode ocorrer tolerância cruzada com outros alucinógenos e não há evidências de S. de abstinência. Não causam alterações anatômicas em uso crônico. Seu uso pode precipitar psicose em esquizofrenicos. *Tratamento intoxicações agudas: diazepam para controle da excitação, diurese ácida para facilitar excreção. LSD 25 Derivado de alcalóides do ergot. Nos papeis, cada pedaço tem entre 30 a 50 µg, com efeitos durante até 6 horas. Cessar dos efeitos relaiconado a rensão e fadiga que podem durar vários dias. *Estágios de ação: latência modificaçãoes físicas período intermediário com medo e angústia modificações tempo vivida e sensação de espaço modificações na sensação do prório corpo e de caráter afetivo modificações do curso do pensamento alucinações conotação erótica lucidez relativa. *Efeitos alucinógenos relacionados a agonismo parcial em 5-HT2 e antagonismo em 5-HT1 (ação nesse receptor relacionada com efeito mais potente do LSD do que outras drogas alucinógenas, leva a aumento do glutamato cortical). Ativação dos receptores é tempo dependente. **Detecção em amostras apreedidas: Reativo de Ehrlich (benzaldeído, metanol, ácido ortofosfórico ou HCl) - Rç positiva com cor rosa/roxa COGUMELOS ALUCINÓGENOS Mais importantes: genêro Pcilocybe. Efeitos por dois alcalóides: psilocina e psilocibina, similares estruturalmente com a triptamina que atuam em receptores serotoninérgicos. Podem ser sinteticamente produzidas com dose efeitiva de 6 a 12mg. Dentre as drogas de abuso, é a de menor risco de dependência e letaldiade aguda. Intoxicação aguda pode ser confundida com pânico e ansiedade. Uso terapêutico da psilocibina para TOC, ansiedade, depressão e tabagismo. *Outros fungos conhecidos com potencial alucinógeno: Amanita muscaria, Botelus manicus (relacionado a loucura dos fungos), Panaeolus sphinctrinus (uso em adivinhação, cresce em esterco de vaca), Russula agglutina (também relacionado a loucura dos fungos, tem ácido esteárico). PLANTAS ALUCINÓGENAS Substância e planta Toxicidade Observações Imagens Beladona e Datura (atropina, hiosciamina e escopolamina) 10 min após ingestão de chá de folhas/flores de Datura ocorrem alterações psíquicas por alcalóides tropânicos (hiosciamina e escopolamina), que bloqueiam receptores de Ach Na beladona, hiosciamina é principal alcalóide Tem pomadas com Datura stramonium usadas em inflamação, picada de insetos etc. Dimetiltriptamina (jurema e epená) Na jurema (Mimosa hostilis), principais efeitos pelo DMT No epená (Virola spp.), alcalóides do grupo triptamina e carbolina Usuários sentem excitabilidade inicial, seguida de crispatura (contração) dos músculos faciais, incapacidade de coordenação muscular, alucinaçoes visuais, sono profundo e inquieto Bebida dita milagrosa com raiz, casca e frutos de Jurema Rapé alucinógeno com Virola, uso pro curandeiros em tratamento de doenças e como veneno em flechas Harmina (ayahuasca) Banisteriopsis caapi – alcaloides βcarbolinas inibidores da MAO, aumentam 5-HT. O chá mistura com Psycotria viridis, que contem DMT e é oxidado pela MAO se uso VO (B. caapi impede essa degradação pela MAO) Uso místico e ritualístico Alucinações de visualizações de animais, comunicação com divindades Uso para dependência ao etanol Ibogaína (Tabernanthe iboga) 4-5 mg/Kg produzem efeitos estimulantes por até 6 horas, incluindo visões aceleradas e alucinações com temas sexuais Superdose pode levar a paralisia, convulsão e morte Uso como afrodisíaco Uso para dependência em heroína e COC (interrompe compulsão sem causar dependência, ao contrátio da metadona) LSA – ergina (Ipomoea violacea) Ação psicomimética da ergina, isoergina e ainda alcaloides ergolínicos (ergovina, tem ação uterotônica e hemostática) Afinidade com receptores de 5-HT e DA Uso das sementes moídas Amida do ácido lisérgico, menos potente que LSD Mescalina (Lophophora williamsii) Alucinações visuais, cores realçadas Estrutua similar a NE, estimula SNAutônomo Uso do cacto cru, pasta ou infusão 4-30 cabeças por cerimônia Miristicina (noz moscada) Alucinações com 2-3 colheres do pó VO Efeito psicotrópico por éteres aromáticos (miristicina, safrol e elemicina), biotransformados em produtos tipo anfetamínicos ou aminopropafenona Bastante tóxica em altas doses Salvinorina (Salvia divinorum) Composto diterpênico – salvinorina A e B Alucinações, viagem no tempo, transformação em objetos, realidades múltiplas, paz contemplativa Uso folhas frescas mascadas ou moídas em água em rituais de adivinhação Lista E da RDC 344 DROGAS SINTÉTICAS Também chamadas de design drugs, são de fácil aquisição e com efeitos psicoativos duradouros e de surgimento rápido. DERIVADOS DA ANFETAMINA Droga Tcinética Tdinâmica Efeitos e Observações Ecstasy (MDMA) Pico em 2 horas, biotransformação oxidativa hepática (produz MDA - ativo). FC não linear por saturação da CYP2D6: eliminação diminui com o ↑ da dose e pequeno ↑ na dose VO aumenta muito níveis plasmáticos Eliminação lenta, pode ter efeitos adversos até 2 dias após o uso. Cmax do enantiômero R é maior, e se acumula mais em adm repetida. Estrutura similar a catecolaminas, aumenta atividade de 5-HT (principalmente), DA e NE – bloqueia recaptura e leva a aumento do transporte reverso. Isômero S: mais potente nos efeitos subjetivos e estimulantes; Isômero R: alterações sensoriais Atua como agonista α2: ↑ PA e freq cardíaca. Causa dependência e induz tolerância Intoxicação aguda pode ser fatal: lesão hepática, hipertermia, CIVD, rabdomiólise. Pode levar a hiponatremia (dificilmente ocorre com outras anfetaminas). Neurotoxicidade em uso crônico *Contaminantes: metanfetamina, cafeína, efedrina, femproporex, anfepramona, fenobarbital... Brolanfetamina (DOB) Até 3 horas para surgir os primeiros efeitos (muito perigoso, pois 2 cápsulas já podem ser fatais). Biotransformação por O-desmetilação e desaminação oxidativa Agonista potente 5-HT2 Forma R é mais ativa Alucinações intensas, tolerância em uso crônico Cápsula de vento: baixíssima quantidade em cápsulas (0,75 a 2 mg) Dimetoxianfetamina (DOM, STP) Efeitos em 90 minutos, comum ocorrer badtrip - Ação alucinógena (100x mais potente que mescalina e 30x mais potente que LSD) PIPERAZINAS Comumente chamadas de herbal ecstasy. Tem formulações antigripais, antipsicóticas, antidrepressivas e que atuam na disfunção erétil. Droga Tcinética Tdinâmica Efeitos e Observações Benzilpiperazina (BZP, MBZP) Uso em cp, cápsulas, soluções Biotranformação pela CYP (hidroxilação) e pela COMT (metilação). Inibe recaptura e estimula liberação 5-HT, NE e DA (principalmente). Sem efeitos alucinógenos, causa sensibilização cruzada com metanfetamina Mais comum: bruxismo, trismo, perda apetite. Mais graves: acidose metabólica, hiponatremia, convulsão, hipertermia, CIVD... Uso é considerado dopping. Também chamada legal X, rapture, A2. Metoclorofenil- piperazina (mCPP) Fortemente metabolizada pela CYP2D6 (comum incluir adulterantes que inibem essa CYP, como COC e diltiazem). É metabólito ativo de alguns antidepressivos como trazodona e nefazodona, sendo ainda usado como precursor na síntese de alguns fármacos. Induz liberação de 5-HT pelo SERT (atua em vários subtipos de receptores 5-HT) e inibe sua recaptação. Pouco efeito sistema dopaminérgico – sem efeito de reforço. Uso abusivo pode levar a alucinações severas Efeitos entactógenos (↑ comunicação). Pode levar a síndrome serotoninérgica mesmo com adm única. É a mais usada. Cuidar para não confundir com o herbicida CPP. Sonda neuroquímica do sistema serotoninergico em f. experimental. CATINONAS SINTÉTICAS Também chamadas legal highs: substâncias lícitas que produzem efeitos similares aos de drogas ilegais. Também chamadas de sais de banho. Uso VO ou intranasal, estrutura similar anfetamina, mas com menos efeitos por menos biodisponilidade (grupo cetona ↑ polaridade). Droga Tcinética e Tdinâmica Efeitos e Observações Mefedrona Biotransformação CYP2D6, atravessa facilmente BHE. Base livre é hidrossolúvel, comumente diluída em bebidas. Em uso VO os efeitos são mais duradouros (até 5 horas). Uso IV causa ardor intenso e pode levar a necrose tecidual. Estimula liberação DA e 5-HT. Euforia, aumento da libido, estimulação geral. Efeitos alucinógenos por ação em 5-HT2. Pode causar dependência e induz tolerância. Em algumassínteses, usa permanganato de potássio para fazer oxidação – pode ocorrer dano neurológico por contaminação com manganês. Metilenodioxi- pirovalerona (MDPV) É mais lipossolúvel que COC e MDMA, atravessando BHE e tendo ação estimulante maior que COC. Bloqueia transporte DA e 5-HT. Pessoas sob efeito MDPV agem de forma violenta e imprevisível. SUBSTÂNCIAS DA CLASSE 25C Derivados da fenetilamina com 2 métoxi substituintes nas posições 2 e 5 do anel. Alta afinidade (nanomol) pelo receptor 5-HT2. Chamadas de NOMBs – uso sublingual e nasal. Causa alterações na percepção, aumento do ritmo cardíaco, perda de percepção de localização.
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