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Apostila Form de Pregoeiros 1 e 2 compilados

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Prévia do material em texto

FORMAÇÃO DE
PREGOEIRO
EscoladeContaseGestãoTCERJ
@ecg_tcerj
tcerj.tc.br/web/ecg
2
CRÉDITOS
 
Escola de Contas e Gestão – TCE/RJ
EQUIPE EXECUTIVA
DIREÇÃO GERAL
Karen Estefan Dutra
ASSESSORIA PEDAGÓGICA
Marcia Araujo Calçada
COORDENADORIA ACADÊMICA
Mauricio Nunes Rodrigues
COORDENADORIA DE CAPACITAÇÃO
João Paulo Menezes Lourenço
COORDENADORIA DE DOCUMENTAÇÃO
Ricardo de Oliveira Razuk
COORDENADORIA DE ESTUDOS E PESQUISAS
Rosa Maria Chaise
SECRETARIA DA ECG
José Sigberto da Silva Junior
EQUIPE TÉCNICA
AUTORIA
André Luís da Silva Nascimento
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
Dalva Stella Pinheiro da Cruz
Marcia Araujo Calçada
Máira Conceição Alves Pereira
Erick Santana Raymundo (estagiário)
Juliana de Almeida Gomes (estagiária)
GESTÃO DE PROJETOS EDUCACIONAIS
Rachel Constant Vergara Mann
Novembro/2020
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
3
Este material didático destina-se exclusivamente ao uso interno da ECG/TCE-RJ.
O material didático fornecido pela ECG/TCE-RJ tem caráter meramente educativo e 
não vincula as decisões do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, sendo o 
respectivo conteúdo de inteira e exclusiva responsabilidade de seu autor.
(Deliberação TCE nº 243/2007)
4
SUMÁRIO
LISTA DE SIGLAS..................................................................................7
INTRODUÇÃO ......................................................................................8
MÓDULO I – O PREGÃO: UMA MODALIDADE DE LICITAÇÃO 
PÚBLICA ...............................................................................................9
1.1 – DEFINIÇÃO DE PREGÃO ..........................................................11
1.1.1 – Bens e serviços comuns: definição e alcance do conceito . 13
1.1.2 – Inaplicabilidade e Obrigatoriedade do uso do Pregão ....22
1.1.3 – Formas do Pregão .......................................................... 26
1.2 – PREGÃO: CARACTERÍSTICAS, BENEFÍCIOS E VEDAÇÕES .....27
1.2.1 – Características do pregão .............................................. 27
1.2.2 – Benefícios do pregão .................................................... 35
1.2.3 – Vedações no pregão ....................................................... 36
1.3 – PRINCÍPIOS DO PREGÃO .........................................................36
1.4 – SERVIDORES ENVOLVIDOS NO PROCESSO DO PREGÃO ...45
1.4.1 – Autoridade competente ................................................. 46
1.4.2 – Pregoeiro ....................................................................... 48
1.4.3 – Equipe de apoio: formação e atribuições .................... 53
1.5 – Tratamento diferenciado para Microempresas (ME) e 
Empresas de Pequeno Porte (EPP) .................................................54
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
5
1.5.1 – Enquadramento para ME e EPP ..................................... 55
1.5.2 – Declaração falsa ............................................................. 58
1.5.3 – Comprovação da regularidade fiscal e trabalhista ...... 58
1.5.4 - Da preferência de contratação – empate ficto ..................58
1.5.5 – Licitações diferenciadas ................................................. 59
1.5.6 – Afastamento da obrigatoriedade de concessão de 
benefícios ................................................................................... 64
REFERÊNCIAS ...................................................................................137
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
7
LISTA DE SIGLAS
SIGLA DESCRIÇÃO
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
CF Constituição Federal
CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
CPL Comissão Permanente de Licitação
DF Distrito Federal
DNRC Departamento Nacional do Registro do Comércio
EPP Empresas de Pequeno Porte
ETP Estudo Técnico Preliminar
FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
LC Lei Complementar
LGL Lei Geral de Licitações
ME Microempresas
MEI Microempreendedor Individual
ONGs Organizações não governamentais
SEGES Secretaria de Estado de Gestão
SICAF Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores
SIGA Sistema Integrado de Gestão de Aquisições
SISG Sistema de Serviços Gerais
STF Supremo Tribunal Federal
TCE- RJ Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro
TCU Tribunal de Contas da União
8
INTRODUÇÃO
Prezado aluno,
Bem-vindo ao curso Formação de Pregoeiro!
O objetivo deste curso é proporcionar conhecimento técnico e legal que 
o capacite a realizar pregões nos formatos presencial e eletrônico. Trataremos 
das características e dos benefícios dessa modalidade de licitação, das normas e 
legislações que a regulamentam, dos princípios que regem sua realização e das 
diferenças entre o pregão presencial e o eletrônico. 
Estudaremos as atribuições e responsabilidades de todas as pessoas 
envolvidas no processo, apontando as melhores posturas de negociação a serem 
adotadas nesta modalidade, com o objetivo de obter o melhor resultado para a 
administração pública. 
Abordaremos situações que possam ocorrer durante a realização de um 
pregão e veremos como agir de modo a garantir o cumprimento dos mandamentos 
legais. Por fim, trataremos dos principais sistemas on-line utilizados para a 
realização do pregão. 
Capacitando os servidores para a boa condução do pregão, a administração 
pública promove a motivação e o incremento da produtividade, os certames passam 
a ser conduzidos com maior segurança, e os riscos de uma conduta inadequada 
por parte dos pregoeiros são minimizados. 
Este material está de acordo com a legislação vigente e a jurisprudência 
atualizada sobre os temas relacionados à modalidade pregão. Aqui, você também 
contará com bibliografia complementar, exercícios de fixação e sugestões de 
leituras adicionais para enriquecer seu conhecimento sobre o assunto. 
É importante destacar que o curso tem como base normativa a Lei nº 
10.520/2002, que instituiu o pregão, bem como os decretos que regulamentaram, 
no âmbito da União, a modalidade de licitação em questão, para aquisição de bens e 
serviços comuns. Também traz referências ao Ato Normativo TCE-RJ nº 181/2019, 
que disciplina, no âmbito do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro – TCE-
RJ a licitação na modalidade pregão, nas formas presencial e eletrônica. 
Prepare-se para iniciar os estudos!
MÓDULO I – O PREGÃO: UMA MODALIDADE 
DE LICITAÇÃO PÚBLICA
MÓDULO I 
O PREGÃO: UMA MODALIDADE 
DE LICITAÇÃO PÚBLICA
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
10
MÓDULO 1 - O PREGÃO: UMA MODALIDADE DE 
LICITAÇÃO PÚBLICA
Um dos maiores desafios do gestor público é administrar os recursos públicos, 
não sendo conveniente que os bens e o dinheiro públicos sejam administrados de 
forma arbitrária (sem fundamento lógico ou limites legais). O Estado, justamente 
pelo interesse público, definiu e determinou normas que submetem e obrigam os 
contratos firmados pela Administração Pública. Assim, todo agente público tem 
sua liberdade de decisão controlada pelos limites definidos em lei. Esse aspecto 
percorre todo e qualquer ato na Administração Pública, sendo do nosso especial 
interesse neste curso aqueles relacionados com a ação de licitar. Vamos ver, então, 
qual é a definição de licitação? 
LICITAÇÃO 
é o processo pelo qual a Administração Pública contrata obras, serviços, 
compras e alienações por meio de disputa formal entre empresas que desejam 
oferecer seus serviços a organizações públicas. 
 
A licitação pode ser desenvolvida por diversas modalidades definidas na legislação, 
entre elas o pregão.
Na Lei nº 8.666/1993, encontramos as normas gerais e procedimentais 
sobre licitações públicas e contratos administrativos que tenham por 
objeto obras, serviços, compras, concessões, permissões, alienações 
e locações, de forma a garantir que os princípios que orientam a 
administração pública sejam observados, especialmente o princípio 
da isonomia (baseado na igualdade de direitos de todos os cidadãos 
perante a lei), que impede o direcionamento e favorecimento de 
qualquer participante das várias modalidades de licitação. Assim, 
LGLpropicia a concorrência plena e justa, bem como a seleção da 
proposta mais vantajosa para a administração pública.
Saiba Mais
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
11
A Lei nº 8.666/1993 define as seguintes modalidades licitatórias: 
CONCORRÊNCIA TOMADA DE PREÇOS CONVITE CONCURSO LEILÃO
Como veremos a seguir, o Pregão como modalidade de licitação 
aplicável a todos os entes surgiu em 2002 objetivando ainda mais 
eficiência e agilidade nos procedimentos licitatórios.
Atenção
Para todas essas modalidades de licitação são fixados critérios de julgamento 
de modo a assegurar a melhor ou maior vantagem – considerando-se os princípios 
aos quais a Administração Pública se sujeita.
Assim, dependendo do objeto a ser licitado, a lei regula o procedimento 
mais adequado para garantir o menor preço, a melhor oferta, a melhor técnica ou, 
ainda, a melhor técnica combinada com o melhor preço.
Você conhecerá, a partir de agora, uma dessas modalidades de licitação: 
o pregão. Verá, também, como essa modalidade acontece, seus critérios e sua 
vocação, que é a busca pela proposta mais vantajosa, em consonância com os 
princípios da economicidade, celeridade, eficiência, dentre outros.
1.1 – DEFINIÇÃO DE PREGÃO
Pregão é o ato de apregoar, anunciar, reclamar ou chamar ao 
comparecimento. O pregão também é definido como chamamento. Veja 
como Santana (2009) o define: 
é a modalidade de licitação que se realiza presencial ou eletronicamente, 
na qual há disputa para se ofertar à Administração Pública o melhor preço 
entre os licitantes, verbalmente ou não, visando à contratação de bens e de 
serviços comuns (SANTANA, 2009, p. 35).
12
Em 2002, a Lei nº 10.520 (Lei do Pregão) instituiu o Pregão trazendo importantes 
inovações para os processos de licitações. Conheça algumas delas agora:
LEI Nº 10.520/2002
INOVAÇÕES:
INVERSÃO DA 
ORDEM DE 
JULGAMENTO 
E HABILITAÇÃO
POSSIBILIDADE 
DE REDUÇÃO 
DAS PROPOSTAS 
INICIAIS
POSSIBILIDADE 
DE NEGOCIAÇÃO
DE PREÇO COM 
O PREGOEIRO
RECURSO 
ÚNICO AO FINAL
A Lei do Pregão determina que essa modalidade de licitação pode ser 
adotada para a aquisição de bens e serviços comuns. E você sabe o que pode ser 
considerado como bem ou serviço comum? 
Segundo a Lei nº 10.520/2002, bens e serviços comuns são aqueles 
“cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente 
definidos pelo edital, por meio de especificações usuais de mercado”. 
Saiba Mais
Em outras palavras, se a administração pública pretende licitar bens e 
serviços comuns, o pregão é um importante instrumento a ser utilizado, pois tem 
como objetivo a maior vantagem, ao buscar o menor valor ofertado pelos objetos 
de mesma especificação. 
Outro aspecto inovador é a previsão legal que permite que essa modalidade 
de licitação seja executada tanto por meio presencial quanto eletrônico. No âmbito 
do TCE/RJ, o pregão eletrônico está disciplinado pelo Ato Normativo nº 181/2019.
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
13
CONFIRA NA LEGISLAÇÃO
Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10520.htm 
Decreto nº 3.555, de 8 de agosto de 2000
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3555.htm 
Decreto nº 10.024, de 20 de setembro de 2019
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D10024.htm
Ato Normativo nº 181/2019 – TCE RJ
https://www.tce.rj.gov.br/cadastro-publicacoes/public/atos-normativos 
Acesse, na íntegra, os principais documentos oficiais que normatizam e 
regulamentam o pregão presencial e o eletrônico:
 1.1.1 – BENS E SERVIÇOS COMUNS: DEFINIÇÃO E ALCANCE 
DO CONCEITO 
No tópico anterior, você conheceu a definição de bens e serviços comuns. 
Agora, você conhecerá alguns exemplos rotineiros destes bens e serviços. Veja: 
Como exemplos rotineiros de bens, podemos citar: 
 › Material de escritório (lápis, canetas, papéis etc.).
 › Mobiliário (cadeiras, mesas, luminárias etc.).
 › Computadores.
 › Produtos de limpeza.
 › Veículos.
14
E, como exemplos de serviços, citamos:
 › Limpeza.
 › Confecção de chaves.
 › Manutenção de veículos.
 › Colocação de piso.
 › Troca de azulejos.
 › Pintura de paredes.
Bens ou serviços comuns são termos que podem levar a interpretações 
variadas, e sendo o pregão a forma e modalidade de licitação mais 
benéfica para a administração pública, o entendimento adotado tem 
sido o de dar uma interpretação ampliativa dos bens e serviços que 
podem ser objeto do pregão.
Atenção
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
15
Veja por meio de trechos de acórdãos a jurisprudência firmada no Tribunal 
de Contas da União (TCU):
Relator: Raimundo Carreiro
“Ainda que os serviços objeto da licitação possam sugerir, a priori, certa 
complexidade, não há óbices para que sejam enquadrados como serviços 
comuns, eis que pautados em especificações usuais de mercado e detentores 
de padrões objetivamente definidos no edital”.
Relator: José Jorge
“Os serviços de call center, porquanto caracterizados como serviços comuns, ex 
vi do disposto na Lei n° 10.520/2002, devem ser licitados por meio da 
modalidade pregão, preferencialmente eletrônico, salvo se devidamente 
justificado de forma contrária.”
Acórdão 188/2010 - Plenário
Relator: Walton Alencar Rodrigues
“Importa notar que a Jurisprudência do Tribunal recomenda a utilização de 
pregão para a concessão remunerada de uso de bens públicos. O tema foi 
exaustivamente discutido na apreciação de representação acerca de possível 
irregularidade no uso dessa modalidade para concessão áreas comerciais em 
aeroportos (TC 011.355/2010-7).”
Acórdão 2050/2014 – Plenário
Acórdão 767/2010 – Plenário
Acórdão 2900/2009 – Plenário
Relator: Benjamin Zymler
“Deve ser utilizada a modalidade pregão para aquisição de bens e serviços 
comuns, devendo ser devidamente justificada a adoção de outra modalidade”.
16
Acórdão 1667/2017 – Plenário
Relator: Aroldo Cedraz
“A identificação do bem comum independe da natureza simples ou da 
complexidade do bem ou do serviço (...)
é a definição objetiva dos padrões de desempenho e de qualidade, mediante 
especificações usuais no mercado, que dispensará a comparação qualitativa 
dos bens/serviços e que permitirá o julgamento objetivo e imparcial das 
propostas.”
Acórdão 6504/2017 – Segunda Câmara 
Relator: Augusto Nardes
“Neste ponto, considero que serviços de fornecimento de infraestrutura para a 
realização de shows tratam-se de serviços de natureza comum, sendo passíveis 
de serem prestados por diversas e diferentes empresas, pois se baseiam em 
especificações e padrões conhecidos e usuais de mercado. A argumentação de 
que determinado serviço é complexo ou especializado, por utilizar diversos 
equipamentos e tecnologias, não descaracteriza, a princípio, que esse mesmo 
serviço também tenha natureza comum se constatado que sua prestação segue 
padrões estabelecidos, que atendem protocolos, métodos e técnicas 
conhecidos por diferentes prestadores, e capazes de revestir tal serviço com um 
caráter eminentemente objetivo.
18. Tal posicionamento determina a utilização da modalidade pregão, 
preferencialmente em sua forma eletrônica, para a contratação do referido 
serviço, consoante entendimento predominante desta Corte de que é 
obrigatório o seu uso para a aquisição de bens e serviços comuns (Acórdãos 
1.046/2014, 2.174/2012, 1.996/2011, 872/2010 e 2.664/2007, do Plenário).”
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
17
Como você viu por meio dos acórdãos anteriores, o entendimento do que 
sejam bens e serviços comuns passíveis de aquisição por meio do pregão foi 
se ampliando. Você consegue perceber o porquê de não se interpretar estes 
conceitos de forma restrita?
A resposta a esta pergunta está no fato de que o pregão se mostra como 
modalidade de licitação mais benéfica para a Administração Pública, portanto, 
uma interpretação restritiva sobre o que são os bens e serviços comuns poderia 
fazer com que o pregão não fosse utilizado da melhor forma. 
Por se tratar de conceito indeterminado, cuja adequação depende 
da avaliação do agente público, é necessárioque seja considerada 
não a complexidade do bem ou serviço para que sejam entendidos 
como comuns, mas a possibilidade de determinação de padrões 
de desempenho e qualidade, a disponibilidade no mercado e a 
fungibilidade, ou seja, a possibilidade de substituição por outros bens 
ou serviços de mesma natureza, com similaridade e equivalência para 
suprir a necessidade da Administração Pública. 
Atenção
Nesse sentido, sempre que se tratar de bens ou serviços cujas especificações 
sejam usuais e cujos padrões de qualidade e desempenho possam ser 
objetivamente determinados, o agente público deve adotar a modalidade pregão 
para licitar a contratação, pois as peculiaridades do pregão trazem vantagem à 
Administração Pública
Até mesmo quando o objeto é a cessão de serviços mediante valor pago 
à Administração, como a contratação de serviços bancários para pagamento de 
remuneração de servidores públicos, a modalidade pregão poderá ser a eleita. 
Veja a seguir a construção desse entendimento.
18
Acórdão nº 1940/2015 – Plenário
RELATOR WALTON ALENCAR RODRIGUES
Enunciado: Havendo interesse de a Administração Pública Federal promover 
prévio procedimento licitatório para contratação de prestação de serviços, em 
caráter exclusivo, de pagamento de remuneração de servidores ativos, inativos 
e pensionistas e outros serviços similares, com previsão de contraprestação 
pecuniária por parte da contratada, deverá a contratante, além de franquear 
acesso ao certame tanto às instituições financeiras públicas como às privadas, 
adotar a modalidade pregão (Lei nº 10.520/2001, preferencialmente sob 
forma eletrônica, tendo por base critério “maior preço”, em homenagem ao 
princípio da eficiência e da seleção proposta mais vantajosa para a 
Administração Pública. (...) “ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da 
União, reunidos em Sessão Plenária, diante as razões expostas pelo Relator, 
em: (...) 9.1.2 a adoção de critério de julgamento de propostas não previsto na 
legislação do Pregão, do tipo maior valor ofertado para o objeto mencionado 
no item anterior, somente seria admissível, em princípio, em caráter 
excepcional, tendo em vista o relevante interesse público da aplicação deste 
critério alternativo para o atingimento dos objetivos institucionais do ente 
público e como mecanismo concretizador do princípio licitatório da seleção 
da oferta mais vantajosa para a Administração. Tal especificidade deve 
obrigatoriamente ser motivada e justificada pelo ente público no Processo 
relativo ao certame, além de ter demonstrada sua viabilidade mercadológica; 
(...) Diante do exposto, considerou o relator que a mesma modalidade de 
procedimento licitatório deveria ser adotada na situação em tela, na hipótese 
de a Administração optar pela licitação, uma vez que, sendo “os serviços 
bancários tendentes à operação da folha de pagamento, cujos padrões de 
desempenho e qualidade poder-se-iam objetivamente definir em edital, por 
meio de especificações usuais de mercado, haver-se-ia de considerá-los 
serviços comuns, atendendo-se às condições necessárias para realização do 
Pregão, como prevê o artigo 1º, §único, da Lei nº 10.520/2002. (...) Contudo, 
ressaltou que, a despeito da ausência de previsão legal, a adoção do critério 
“maior preço”, acatada pelo Tribunal em situação similar ao caso em exame, 
“não fere a mens legis, os princípios reitores da licitação pública e a vedação 
estampados nos artigos 3º e 22, § 8º da Lei nº 8.666/1993, aplicável 
subsidiariamente à modalidade Pregão por força do artigo 9º da Lei nº 
10.520/2002, uma vez que “privilegia a busca da finalidade constitucional da 
proposta mais vantajosa para a Administração”. 
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
19
O pregão deve ser utilizado em supremacia e preponderância, 
empregando-se, para julgamento, os critérios de menor preço ou maior 
oferta – a depender do objeto do pregão. Em outras palavras: em regra, 
se a Administração está comprando, busca-se o menor preço; se a 
Administração está alienando, ou cedendo, vale o maior preço ofertado 
pelo objeto.
Atenção
Até agora você viu o que é licitação, o porquê de se usar esta estratégia para 
realizar as contratações de bens e serviços para a Administração Pública, e como 
podemos compreender o significado de bens e serviços comuns. 
Porém, a licitação pode ser dispensável. Você sabe em quais situações a 
dispensa da licitação é permitida?
A Lei nº 8.666/1993, em seu artigo 24, mais especificamente nos incisos I e 
II, determina que é dispensável por valor a licitação quando:
Art. 24. É dispensável a licitação: 
I. para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) 
do limite previsto na alínea “a”, do inciso I do artigo anterior, desde que não se 
refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços 
da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e 
concomitantemente;
II. para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite 
previsto na alínea “a”, do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos 
previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, 
compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez. 
(BRASIL, 1993)
Conhecendo a Lei
20
O decreto federal nº 9.412/2018 atualizou os valores estabelecidos nos 
incisos I e II do art. 23, impactando, desta forma, o limite para as hipóteses de 
dispensa por valor, que passou a ser de:
• R$ 33.000,00 (trinta e três mil reais), no caso de obras e serviço de 
engenharia. 
• R$ 17.600,00 (dezessete mil e seiscentos reais), para as hipóteses de 
compras e outros serviços.
De acordo com o art. 24 da Lei nº 8.666/1993, as licitações também são 
dispensáveis em certas situações, como:
Em casos de guerra e grave perturbação da ordem pública, ou em 
casos de emergência ou calamidade pública, limitados os bens ou 
serviços, nesses dois últimos casos, ao prazo máximo de conclusão 
da obra ou serviço em 180 dias consecutivos e ininterruptos.
Quando não houver interessados na licitação anterior e esta não 
puder ser repetida sem prejuízo à Administração.
Quando a União tiver que intervir no domínio econômico para 
regular preços ou normalizar o abastecimento.
Quando as propostas apresentarem preços superiores aos 
praticados no mercado nacional ou forem incompatíveis com os 
fixados pelos órgãos competentes.
Para aquisição, por pessoa jurídica de direto público interno, de 
bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que 
integre a Administração Pública, que tenha sido criado para esse fim 
e desde que o preço seja compatível com o mercado.
Quando houver possibilidade de comprometimento da 
segurança nacional.
Para compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das 
finalidades da Administração, desde que o preço seja compatível 
com valor de mercado e a localização e instalação sejam 
condicionantes da escolha do imóvel.
Para contratação de remanescentes de obra, serviço ou 
fornecimento em consequência de rescisão contratual, e desde que 
atendida ordem de classificação da licitação anterior, atendidas as 
mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor.
 SITUAÇÕES EM QUE AS LICITAÇÕES SÃO DISPENSÁVEIS
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
21
Em casos de guerra e grave perturbação da ordem pública, ou em 
casos de emergência ou calamidade pública, limitados os bens ou 
serviços, nesses dois últimos casos, ao prazo máximo de conclusão 
da obra ou serviço em 180 dias consecutivos e ininterruptos.
Quando não houver interessados na licitação anterior e esta não 
puder ser repetida sem prejuízo à Administração.
Quando a União tiver que intervir no domínio econômico para 
regular preços ou normalizar o abastecimento.
Quando as propostas apresentarem preços superiores aos 
praticados no mercado nacional ou forem incompatíveis com os 
fixados pelos órgãos competentes.
Para aquisição, por pessoa jurídica de direto público interno, de 
bens produzidos ou serviços prestados por órgãoou entidade que 
integre a Administração Pública, que tenha sido criado para esse fim 
e desde que o preço seja compatível com o mercado.
Quando houver possibilidade de comprometimento da 
segurança nacional.
Para compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das 
finalidades da Administração, desde que o preço seja compatível 
com valor de mercado e a localização e instalação sejam 
condicionantes da escolha do imóvel.
Para contratação de remanescentes de obra, serviço ou 
fornecimento em consequência de rescisão contratual, e desde que 
atendida ordem de classificação da licitação anterior, atendidas as 
mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor.
 SITUAÇÕES EM QUE AS LICITAÇÕES SÃO DISPENSÁVEIS
 Como você pode ver, as licitações são dispensáveis em situações especialíssimas. 
Há, ainda, a possibilidade de a licitação ser afastada no caso de inviabilidade 
de competição. Você sabe o que isso significa? 
Inviabilidade de competição é quando as características do objeto ou da 
empresa levam à impossibilidade de disputa, pois não há alternativas diversas para 
serem comparadas. Nesses casos, a Lei nº 8.666/1993, em seu art. 25, relaciona de 
forma exemplificativa as hipóteses possíveis. 
CONFIRA NA LEGISLAÇÃO
Confira na Lei nº 8.666/1993 os artigos 24 e 25, que tratam da dispensa 
e inexigibilidade das licitações.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm
22
1.1.2 – INAPLICABILIDADE E OBRIGATORIEDADE DO USO DO 
PREGÃO 
Neste momento, analisaremos as hipóteses de inaplicabilidade previstas 
nos decretos regulamentares do uso do Pregão. O Decreto nº 3.555/2000, que 
regulamenta o pregão presencial no Poder Executivo do Governo Federal, 
estabelece em seu art. 5º a inaplicabilidade do uso do pregão em contratações 
de obras e serviços de engenharia bem como locações imobiliárias e alienações 
em geral:
Art. 5º - A licitação na modalidade de pregão não se aplica às 
contratações de obras e serviços de engenharia bem como às locações 
imobiliárias e alienações em geral, que serão regidas pela legislação geral 
da Administração (BRASIL, 2000).
Conhecendo a Lei
Essa inaplicabilidade para a contratação de serviços de engenharia foi objeto 
de muito debate entre os doutrinadores, com posicionamentos divergentes na 
jurisprudência durante determinado período. 
Sobre o assunto, é importante trazer os ensinamentos de Jorge Ulisses 
Jacoby Fernandes, que entende que o serviço de engenharia pode ser considerado 
comum – se forem observadas as seguintes condições: 
1
As características, 
quantidades e qualidades 
puderem ser estabelecidas 
por meio de especificações 
usuais de mercado.
2
Mesmo que exija profissional 
registrado no CREA para a 
execução, a atuação desse não 
assume relevância, em termos 
de custo, complexidade e 
responsabilidade, no conjunto 
do serviço.
O TCU pacificou a divergência por meio da Súmula nº 257/2010, que 
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
23
determina que “o uso do pregão nas contratações de serviços comuns de 
engenharia encontra amparo na Lei nº 10.520/2002”.
Assim, para determinar se um serviço de engenharia pode ser tratado como 
serviço comum, os critérios serão os gerais, de possibilidade de determinação de 
qualidade e desempenho usuais de mercado.
O Decreto nº 10.024/2019, que regulamenta o pregão eletrônico no 
Governo Federal, afastou definitivamente a controvérsia acerca da possibilidade 
do uso do pregão para os serviços comuns de engenharia, excluindo-o dos casos 
de inaplicabilidade, conforme se observa no art. 4º. Veja:
Art. 4º O pregão, na forma eletrônica, não se aplica a:
I. contratações de obras;
II. locações imobiliárias e alienações; e
III. bens e serviços especiais, incluídos os serviços de engenharia 
enquadrados no disposto no inciso III do caput do art. 3º. (BRASIL, 2019).
Conhecendo a Lei
Com relação à obrigatoriedade do uso do pregão, a Lei nº 10.520/2002 
faculta o uso da referida modalidade, conforme se observa no caput do art. 1º da 
referida lei, prevendo que: “para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser 
adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei.”
Por sua vez, o Decreto n.º 10.024/2019, em seu art. 1º, §1º, estabeleceu 
como obrigatória a utilização do pregão, na sua forma eletrônica, para os órgãos 
da administração pública federal direta, pelas autarquias, pelas fundações e pelos 
fundos especiais.
Como apontado anteriormente, os demais entes poderão utilizar o pregão 
como mais uma opção em acréscimo às modalidades previstas na Lei nº 8.666/1993. 
No entanto, os órgãos de controle têm se posicionado no sentido de que o pregão 
seja a modalidade utilizada para a aquisição de bens e serviços comuns, dando-se 
24
preferência, inclusive, para a forma eletrônica, tendo em vista que o pregão quando 
realizado eletronicamente tem um potencial de ampliar a competitividade, dentre 
outras características inovadoras que prestigiam outros princípios que regem a 
Administração Pública, tais como transparência, eficiência e outros. 
Sobre o assunto, trazemos alguns julgados já exarados pelos órgãos de 
controle:
(...) 3.6 – Justifique a opção pelo Pregão Presencial em detrimento da 
sua modalidade eletrônica, à luz das ponderações realizadas nesta 
fundamentação e nos autos do processo TCE-RJ n.º 209.391-7/19, 
em decisão de 24.06.2019, considerando, ainda, que em tempos de 
mobilidade reduzida a escolha poderá contribuir para limitar a 
competitividade desta licitação;”
 “VOTO
Processo TCE-RJ nº 213.626-5/20 – Plenário Virtual: 10/08/2020
(...) 4 - Avaliar a conveniência e oportunidade de realizar pregões sob 
a forma eletrônica, em face do maior potencial de incremento da 
competitividade.”
 “VOTO
Processo TCE-RJ nº 209.391-7/19 – Plenário: 24/06/2019
No mesmo sentido, o TCU já se manifestou por meio do Acórdão nº 
1515/2011 – Pleno que:
 “(...) é lícito exigir-se do gestor a apresentação de justificativa expressa para 
a escolha do pregão na forma presencial, nos casos em que poderia ter utilizado 
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
25
o pregão na forma eletrônica. Ao abrir mão de procedimentos que, pelo menos 
em tese, poderiam levar a Administração a menores dispêndios, o administrador 
público tem a obrigação de motivar essa escolha, sob pena de se configurar 
possível ato de gestão antieconômico.”
Ainda sobre a obrigatoriedade do uso do pregão, é importante apresentar 
a regra trazida pelo Decreto nº 10.024/2019, que determina o uso do pregão 
na forma eletrônica aos entes federativos (Estados e Municípios) que utilizem 
“recursos da União decorrentes de transferências voluntárias, tais como convênios 
e contratos de repasse”, exceto nos casos em que a lei ou a regulamentação 
específica que dispuser sobre a transferência de recursos “discipline de forma 
diversa as contratações com os recursos do repasse” (BRASIL, 2019).
Assim, quando o ente federativo (Estado ou município) contrata com recursos 
de repasse ou transferência provenientes da União (desde que a lei relativa ao 
repasse ou a transferência não diga o contrário), estará submetido, por força do 
Decreto nº 10.024/2019, à modalidade pregão, na sua forma eletrônica.
É importante destacar que a aplicação desta regra seguiu um cronograma 
apresentado na Instrução Normativa nº 206/2019, editada pela Secretaria Especial 
de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia. 
Tal instrução determinou quatro datas para que os órgãos e as entidades da 
Administração Pública estadual, distrital e municipal passassem a utilizar o pregão 
eletrônico de forma obrigatória. Segue abaixo o cronograma definido.
INSTRUÇÃO NORMATIVA n° 206/2019
DATA ÓRGÃO OU ENTIDADE PÚBLICA
28/10/2019 Estados e Distrito Federal.
03/02/2020 Municípios que tenham mais de 50 mil habitantes.
06/04/2020 Municípios com população entre 15 e 50 mil habitantes.
01/06/2019 Municípios com população inferior a 15 mil habitantes.
Apesar da obrigatoriedade imposta, a Instrução Normativa, no §2º, do seu art. 
1º,permite exceções a esta obrigatoriedade nos casos em que fique comprovada 
26
previamente uma inviabilidade técnica ou a desvantagem para a Administração 
Pública no caso de ser adotado o pregão eletrônico. 
Neste tópico você viu em que situações o pregão deve ou não ser aplicado, 
percebendo a controvérsia encontrada, no meio jurídico, em relação à possibilidade 
de utilizá-lo para a contratação de serviços de engenharia, o que por sua vez foi 
disciplinado pelo Decreto nº 10.024/2019. 
Agora você conhecerá as características de cada uma das formas de pregão. 
1.1.3 – FORMAS DO PREGÃO
1.1.3.1 – Pregão Presencial 
O pregão presencial desenvolve-se conforme as licitações tradicionais, ou 
seja, em sessão pública com a presença física do pregoeiro, equipe de apoio e 
licitantes. Como vimos, no Governo Federal essa forma de processamento do 
pregão foi regulada por meio do Decreto nº 3.555/2000. 
A forma presencial apresenta características próprias que a diferem da 
forma eletrônica. Como regra, para prática de todos os atos, os licitantes deverão 
comparecer ao órgão licitante no dia e local agendados.
1.1.3.2 – Pregão Eletrônico 
Já o pregão eletrônico está regulado, no âmbito da Administração Pública 
Federal, pelo Decreto nº 10.024, de 20 de setembro de 2019, e é conceituado como 
a modalidade de licitação que se dá por pregão a distância e em sessão pública, em 
ambiente eletrônico ou virtual, por meio dos sistemas próprios da Administração 
Pública (tecnologia de informação) de cada um de seus entes, sistemas estes 
que devem ser dotados de recurso de criptografia e de autenticação, de modo a 
oferecer e garantir condições de segurança para cada etapa do certame. 
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
27
1.2 – PREGÃO: CARACTERÍSTICAS, BENEFÍCIOS 
E VEDAÇÕES
1.2.1– CARACTERÍSTICAS DO PREGÃO
Pensado para alcançar a compra mais econômica para a Administração, 
de forma mais segura e eficiente, o pregão é caracterizado pela disputa entre os 
interessados, que oferecem propostas e lances em sessões públicas – presenciais 
ou eletrônicas – perante servidores públicos que desempenharão as funções de 
pregoeiros e membros da equipe de apoio.
Para incremento da eficiência, determinou-se para o pregão a inversão das 
fases de julgamento (no pregão as propostas são julgadas em primeiro lugar) e 
ainda há limitação a apenas um recurso. 
E para alcance da melhor vantagem, determinou-se a possibilidade de 
negociação de preços após a fase dos lances. 
Enfim, com prazos menores e ferramentas eficazes, o pregão (eletrônico 
ou presencial) firmou-se como a modalidade mais adequada à administração 
dos recursos públicos.
OBJETIVO 
DO PREGÃO
Alcançar a compra mais vantajosa para a 
Administração, de forma mais segura e 
eficiente.
28
Veja abaixo um resumo das características do pregão: 
Prazos menoresAusência de limite 
de valor
Fase invertida 
de julgamento
Recurso único
Possibilidade de 
renovação do valor da 
proposta pelo licitante
Menor preço ou maior 
desconto como 
únicos critérios de 
julgamento das 
propostas
Aproximação do 
mercado fornecedor 
com a Administração 
Pública [aplicada ao 
Pregão eletrônico]
Divulgação dos 
fornecedores somente 
após a fase de lances 
[aplicada ao Pregão 
eletrônico]
Uso de tecnologias da 
informação 
[aplicada ao Pregão 
eletrônico]
Agora você verá com mais detalhes cada uma destas características que 
acabou de conhecer: 
1.2.1.1 – Ausência de limite de valor
Para o pregão, não há limite de valor. Assim, a Administração Pública 
pode, via pregão, licitar objetos de R$ 20 mil ou serviços de R$ 2 milhões. O que 
determina o cabimento do pregão é simplesmente a natureza dos bens e serviços, 
que devem ser comuns e passíveis de determinação objetiva.
1.2.1.2 – Prazos menores
No pregão, o prazo entre a publicação do chamamento e o início da 
sessão pública é menor que os determinados para as Tomadas de Preço e para 
a Concorrência. Para o pregão, o prazo é de 8 dias úteis, enquanto que para as 
modalidades citadas, o prazo varia de 15 a 45 dias, a depender do critério de 
julgamento da licitação.
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
29
1.2.1.3 – Fase invertida de julgamento
O pregão, também conhecido como leilão reverso, apresenta uma inversão 
da fase de julgamento:
 
Inicialmente as 
propostas de 
preços apresentadas 
pelos licitantes 
são analisadas. 
Não sendo habilitada, 
passa-se à análise da 
segunda empresa – 
até que se tenha 
um vencedor. 
Depois é 
feita a análise 
dos documentos de 
habilitação apenas da 
empresa classificada 
provisoriamente em 
primeiro lugar. 
A dispensa da avaliação da documentação de habilitação de todos os participantes 
traz significativo ganho de tempo e economia de esforços do agente licitante.
Segundo Fernandes (2005),
na licitação tradicional, o julgamento se inicia pelo exame do envelope 
contendo os documentos do licitante que o habilitam sob o aspecto 
jurídico, fiscal, técnico e econômico-financeiro a desempenhar o contrato 
e, só após, examina-se a proposta, envelope no qual consta a descrição do 
objeto e preço. No pregão, primeiramente examina-se a proposta, e em 
seguida a habilitação, somente a do vencedor. Desse modo, com a inversão 
das fases de exame, a Administração Pública restringe o julgamento da 
habilitação, em tese, a uma habilitação: a do vencedor.
1.2.1.4 – Recurso único 
No pregão, o recurso é único e deve ser apresentado ao final do certame (ou 
disputa), conforme estabelecido pelo Art. 4º, inciso XVIII, da Lei nº 10.520/2002:
30
XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata 
e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido o 
prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões do recurso, ficando 
os demais licitantes desde logo intimados para apresentar contrarrazões 
em igual número de dias, que começarão a correr do término do prazo do 
recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos (BRASIL, 2002).
Conhecendo a Lei
Quanto ao pregão eletrônico, o artigo 44 do Decreto nº 10.024/2019 determina: 
“declarado o vencedor, qualquer licitante poderá, durante o prazo 
concedido na sessão pública, de forma imediata, em campo próprio do 
sistema, manifestar sua intenção de recorrer” (BRASIL, 2019).
Conhecendo a Lei
Essa prática traz agilidade aos procedimentos realizados por meio de pregão, 
uma vez que nas modalidades tradicionais existe a possibilidade de recurso tanto 
na fase de habilitação do licitante quanto na fase de julgamento das propostas, 
como descrito no Art. 109 da Lei nº 8.666/1993. Veja:
Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta Lei 
cabem:
I. recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do 
ato ou da lavratura da ata, nos casos de:
a) habilitação ou inabilitação do licitante;
b) julgamento das propostas (BRASIL, 1993).
Conhecendo a Lei
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
31
No âmbito do TCE/RJ, Ato Normativo nº 181/2019 TCE-RJ determina, 
em seu artigo 51:
Declarado o vencedor do certame e, se for o caso, decorrida a fase de 
regularização fiscal e trabalhista do licitante qualificado como microempresa, 
empresa de pequeno porte ou equiparada, nos termos do art. 4º , § 4º, 
do Decreto Federal nº 8.538/15, qualquer licitante poderá manifestar, via 
sistema eletrônico, tempestiva e motivadamente, a intenção de apresentar 
recurso, para o qual, se aceito, será estabelecido o prazo de 03 (três) dias 
úteis para apresentação das razões de recurso, ficando os demais licitantes, 
desde logo, intimados para apresentar contrarrazões em igual prazo, que 
começará a contar a partir do término do prazo do recorrente, sendo-lhes 
assegurada vista imediata dos autos, nos termos dos artigos 4º, inc. XVIII, 
da Lei nº 10.520/2002 e 109, § 5º, da Lei nº 8.666/93 (RIO DE JANEIRO, 
2019).
Conhecendo a Lei
1.2.1.5 – Possibilidade de renovação do valor da proposta 
pelo licitante 
O principal diferencial da modalidade pregão é a possibilidade de renovação 
dos valores inicialmenteofertados pelos licitantes. No pregão presencial, isso pode 
ocorrer por meio de lances verbais. No pregão eletrônico, pode ocorrer por meio 
de lances enviados de forma eletrônica. 
É justamente essa dinâmica que beneficia o gestor público, já que a disputa 
pode reduzir o valor do serviço ou produto, ressaltando-se os devidos cuidados 
para que os preços não atinjam níveis que impeçam a exequibilidade do que está 
sendo licitado. Esse tema será retomado mais à frente. 
32
1.2.1.6 – Menor preço ou maior desconto como únicos critérios 
de julgamento das propostas
A Lei nº 10.520/2002 estabelecia, em seu art. 4º, inciso X, que o único 
critério de julgamento das propostas era o menor preço. Porém, a partir da edição 
do Decreto nº 10.024, em 2019, foi prevista expressamente a possibilidade da 
utilização do critério do maior desconto. 
Na prática, esse critério já era utilizado, pois, aplicando-se o maior desconto, 
apura-se o menor preço. 
Contudo, o Decreto nº 10.024/2019 deixou clara essa possibilidade de 
julgamento das propostas a partir das disputas do certame. 
Para as demais modalidades previstas na Lei nº 8.666/1993 existe a 
possibilidade dos seguintes tipos de julgamento: 
• Menor preço.
• Melhor técnica.
• Técnica e preço.
• Maior lance ou oferta (nos casos de alienação de bens ou concessão de 
direito real de uso). 
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
33
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão 
de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade 
com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato 
convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, 
de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de 
controle.
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na 
modalidade concurso:
I. a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais 
vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante 
que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou 
convite e ofertar o menor preço;
II. a de melhor técnica;
III. a de técnica e preço.
IV. a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou 
concessão de direito real de uso (BRASIL, 1993).
Conhecendo a Lei
1.2.1.7 – Uso de Tecnologias da Informação (Pregão eletrônico)
Para tornar o pregão mais moderno e ágil, foi adotado o uso da tecnologia 
da informação para sua realização. O uso da tecnologia da informação 
foi previsto na lei nº 10.520/2002, tendo como regulamento atual o Decreto nº 
10.024/2019. Veja o quadro abaixo:
Lei nº 10.520/2002
Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a 
licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei.
§ 1º Poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos 
de tecnologia da informação, nos termos de regulamentação específica 
(BRASIL, 2002).
Conhecendo a Lei
34
Decreto nº 10.024/2019
Art. 5º O pregão, na forma eletrônica, será realizado quando a disputa 
pelo fornecimento de bens ou pela contratação e serviços comuns ocorrer à 
distância e em sessão pública, por meio do Sistema de Compras do Governo 
Federal, disponível no endereço eletrônico www.comprasgovernamentais.
gov.br.
§ 1º O sistema de que trata o caput será dotado de recursos de criptografia 
e de autenticação que garantam as condições de segurança nas etapas do 
certame.
§ 2º Na hipótese de que trata o § 3º do art. 1º do disposto no caput, 
poderão ser utilizados sistemas próprios ou outros sistemas disponíveis no 
mercado, desde que estejam integrados à plataforma de operacionalização 
das modalidades de transferências voluntárias (BRASIL, 2019).
Conhecendo a Lei
No pregão eletrônico existe uma maior aproximação entre licitantes e empresas 
participantes, mediada por plataformas digitais, o que permite um número maior de 
participantes, além do aumento da transparência e do controle social. 
1.2.1.8 – Divulgação dos fornecedores somente após a fase 
de lances 
No pregão eletrônico, o pregoeiro não tem conhecimento dos fornecedores 
que estão participando do certame e os fornecedores também não sabem quem 
está na disputa. Essa situação é favorável para a administração pública, pois dificulta 
a formalização de conluio (conchavos e fraudes) entre os participantes. 
1.2.1.9 – Aproximação do mercado fornecedor com a Administração 
Pública 
No pregão eletrônico, as empresas interessadas em vender para o órgão 
público não precisam se deslocar até a sede do órgão para praticar todos os atos 
da sessão pública, uma vez que os lances e demais atos relativos são praticados 
a distância – o que facilita a participação das empresas e amplia o número de 
participantes na licitação
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
35
1.2.2 – BENEFÍCIOS DO PREGÃO 
Com base nas características do pregão que você acabou de conhecer, é possível 
notar que este tipo de licitação proporciona benefícios tanto para a Administração Pública 
quanto para as empresas licitantes e a população em geral. Veja:
A
D
M
IN
IS
TR
A
ÇÃ
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Ú
BL
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A
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PR
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A
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LI
CI
TA
N
TE
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maior competitividade
redução da burocracia 
celeridade (maior rapidez)
processual
menor custo
transparência
maior oportunidade de 
negócio (facilidade de
participação dos pregões)
transparência
PO
PU
LA
ÇÃ
O
redução do custo e do prazo da 
disponibilização dos serviços públicos
melhor uso dos recursos públicos
transparência dos processos
celeridade no processo
menor custo
36
1.2.3 – VEDAÇÕES NO PREGÃO
Os princípios que regem o pregão também fundamentam algumas 
proibições, que são diferentes das aplicadas às outras modalidades de licitação. 
Veja o que cita o art. 5º da Lei nº 10.520/2002 sobre o que está vedado no pregão 
presencial e eletrônico:
 
1. Garantia de proposta;
2. Aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participação 
no certame; 
3. Pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a 
fornecimento do edital, que não serão superiores ao custo de sua 
reprodução gráfica, e aos custos de utilização de recursos de tecnologia da 
informação, quando for o caso (BRASIL, 2002).
Conhecendo a Lei
A seguir, você conhecerá um pouco mais sobre cada uma dessas vedações:
A exigência de garantia de proposta, que pode ser solicitada em outras 
modalidades de licitação, não pode ser imposta no pregão por contrariar a 
competitividade que o certame visa ampliar. Mas é importante ressaltar que essa 
vedação não deve ser confundida com a garantia de execução contratual prevista 
no art. 56 da Lei nº 8.666/1993, que pode ser exigida no pregão, aplicando-se 
subsidiariamente a referida lei. 
A exigência de aquisição do edital, solicitando, por exemplo, o recibo de 
pagamento para fins de habilitação, ou pagamento de taxas e encargos acima do 
custo previsto na lei para participação do certame, ou obtenção do edital também 
restringem a competitividade no pregão.
1.3 – PRINCÍPIOS DO PREGÃO
 O pregão deve obedecer a alguns fundamentos que determinam critérios 
interpretativos para preencher lacunas ou falhas normativas, além de nortear 
proibições. Esses princípios estão nas leis e normas, mas sobretudo estão contidos 
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
37
na Constituição Federal, na Lei Geral de Licitações e em fundamentos correlatos 
da administração pública
Como você viu anteriormente, essencialmente, o pregão está 
condicionado aos princípios constitucionais, mas o legislador também incluiu 
conceitos e princípios contemporâneos que, da mesma forma, devem orientar 
os procedimentos da modalidade de licitação (Lei nº 8.666/1993 e Decreto nº 
10.024/2019):
Decreto nº 10.024/2019
Art. 2º O pregão, na forma eletrônica, é condicionado aos princípios da 
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, 
da eficiência, da probidade administrativa, do desenvolvimento sustentável, 
da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo, da 
razoabilidade, dacompetitividade, da proporcionalidade e aos que lhes são 
correlatos.
§ 1º O princípio do desenvolvimento sustentável será observado nas 
etapas do processo de contratação, em suas dimensões econômica, social, 
ambiental e cultural, no mínimo, com base nos planos de gestão de logística 
sustentável dos órgãos e das entidades.
§ 2º As normas disciplinadoras da licitação serão interpretadas em favor 
da ampliação da disputa entre os interessados, resguardados o interesse 
da administração, o princípio da isonomia, a finalidade e a segurança da 
contratação.
Conhecendo a Lei
A seguir você conhecerá, com mais detalhes, alguns princípios constitucionais 
e infraconstitucionais (aqueles definidos em lei, e não na Constituição) aos quais 
todo serviço público e todo agente devem se submeter:
38
OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E
INFRACONSTITUCIONAIS
O art. 5º, II, da Constituição Federal, preceitua que ninguém será obrigado a 
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Tal princípio visa 
combater o poder arbitrário do Estado. Com o primado soberano da lei, cessa 
o privilégio da vontade caprichosa do detentor de poder em benefício da lei. 
Conforme salientam Celso Bastos e Ives Gandra Martins, no fundo, portanto, 
o princípio da legalidade mais se aproxima de uma garantia constitucional do 
que de um direito individual, já que ele não tutela, especificamente, um bem 
de vida, mas assegura ao particular a prorrogativa de repelir as injunções que 
lhe sejam impostas por uma outra via que não seja a da lei, pois como já 
afirmava Aristóteles, “a paixão perverte os Magistrados e os melhores 
homens: a inteligência sem paixão – eis a lei” (MORAES, 2004, p. 71). 
 – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE - 
O administrador público precisa ser eficiente, ou seja, deve ser aquele que 
produz o efeito desejado, e dá bom resultado, exercendo suas atividades sob 
o manto da igualdade de todos perante a lei, velando pela objetividade e 
imparcialidade (MORAES, 2004, p. 319).
 – PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA - 
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
39
Pelo princípio da moralidade administrativa, não bastará ao administrador o 
estrito cumprimento da estrita legalidade, devendo ele, no exercício de sua 
função pública, respeitar os princípios éticos de razoabilidade e justiça, pois a 
moralidade constitui, a partir da Constituição de 1988, pressuposto de 
validade de todo ato da administração pública. Como ressalta Hely Lopes 
Meirelles, “não se trata – diz Hauriou, o sistematizador de tal conceito – da 
moral comum, mas sim de uma moral jurídica, entendida como ‘o conjunto de 
regras de conduta tiradas da disciplina interior da Administração” (MORAES, 
2004, p. 315).
 – PRINCÍPIO DA MORALIDADE - 
Conforme afirmado por Hely Lopes Meirelles: “O princípio da impessoalidade, 
referido na Constituição de 1988 art. 37, caput) nada mais é que o clássico 
princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só 
pratique o ato para o seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a 
norma de direito indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de 
forma impessoal” (MORAES, 2004, p. 315).
 – PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE - 
Como bem lembrado pelo Ministro Marco Aurélio, ao analisar o princípio da 
moralidade, “o agente público não só tem que ser honesto e probo, mas tem 
que mostrar que possui tal qualidade, como a mulher de César. (...) Portanto, 
as condutas dos agentes públicos devem pautar-se pela transparência e 
publicidade, não podendo a invocação de inviolabilidade constitucionais 
constituir instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas, que permitam a 
utilização de seus cargos, funções ou empregos públicos como verdadeira 
cláusula de irresponsabilidade por seus atos ilícitos” (MORAES, 2004, p. 132).
 – PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE - 
40
A Constituição Federal de 1988 adotou o princípio da igualdade de direitos, 
prevendo a igualdade de aptidão, uma igualdade de possibilidades virtuais, 
ou seja, todos os cidadãos têm o direito de tratamento idêntico pela lei, em 
consonância com os critérios albergados pelo ordenamento jurídico. Dessa 
forma, o que se veda são as diferenciações arbitrárias, as discriminações 
absurdas, pois o tratamento desigual dos casos desiguais, na medida em que 
se desigualam, é exigência tradicional do próprio conceito de Justiça, pois o 
que realmente protege são certas finalidades, somente se tendo por lesado o 
princípio constitucional quando o elemento discriminador não se encontra a 
serviço de uma finalidade acolhida pelo direito, sem que se esqueça, porém, 
como ressalvado por Fábio Konder Comparato, que as chamadas liberdades 
materiais têm por objetivo a igualdade de condições sociais, meta a ser 
alcançada, não só por meio de leis, mas também pela aplicação de políticas ou 
programas de ação estatal. A igualdade se configura como uma eficácia 
transcendente de modo que toda situação de desigualdade persistente à 
entrada em vigor da norma constitucional deve ser considerada não 
recepcionada, se não demonstrar compatibilidade com os valores que a 
constituição, como norma suprema, proclama (MORAES, 2004,).
O princípio da moralidade está intimamente ligado à ideia de probidade, 
dever inerente ao administrador público. Como recorda Maurício Ribeiro 
Lopes, “o velho e esquecido conceito de probus e do improbus administrador 
público está presente na Constituição da República, que pune a improbidade 
na Administração com sanções políticas, administrativas e penais” (MORAES, 
2004, p. 316).
– PRINCÍPIO DA PROBIDADE ADMINISTRATIVA -
 – PRINCÍPIO DA ISONOMIA OU IGUALDADE - 
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
41
Discricionariedade é a liberdade de ação administrativa, dentro dos limites 
permitidos em lei, ou seja, a lei deixa certa margem de liberdade de decisão 
diante do caso concreto, de tal modo que a autoridade poderá optar por uma 
dentre várias soluções possíveis, todas, porém, válidas perante o direito. É, 
portanto, um poder que o direito concede à Administração, de modo explícito 
ou implícito, para a prática de atos administrativos, com a liberdade na 
escolha segundo os critérios de conveniência, oportunidade e justiça, próprios 
da autoridade, observando sempre os limites estabelecidos em lei, pois estes 
critérios não estão definidos em lei (SILVA, 2019). A discricionariedade não 
pode ser uma manifestação caprichosa da vontade do administrador. Deve ser 
realização dum processo jurídico com função definida. Isto afasta a 
discricionariedade do reino do acaso e do capricho do administrador, 
localizando-a nos quadros do direito. A arbitrariedade e o interesse pessoal 
são substituídos por uma atividade jurídica tendente a ditar atos eficazes que 
correspondam a valores permanentes da justiça (CRETELLA JÚNIOR, 1979).
A Professora Lúcia Valle Figueiredo conclui que, "em síntese: a razoabilidade 
vai se atrelar à congruência lógica entre as situações postas e as decisões 
administrativas. Vai se atrelar às necessidades da coletividade, à legitimidade, 
à economicidade” (ROSA, 2003, p. 21).
 – PRINCÍPIO DA DISCRICIONARIEDADE - 
 – PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE - 
42
O princípio também pode ser nominado como o da estabilidade das relações 
jurídicas e tem em mira garantir certa perpetuidade nas relações jurídicas 
estabelecidas com ou pela Administração. Ao administrador não é dado, sem 
causa legal que justifique, invalidar atos administrativos, desfazendo relações 
ou situações jurídicas. Quando possível, porque legal e moralmente aceitos, 
deve convalidar atos que, a despeito de irregularidades, cumpram ou atinjam 
a finalidade pública (ROSA, 2003, p. 22).
A indicação dos pressupostos de fato e dos pressupostos de direito, a 
compatibilidade entre ambos e a correção da medida encetada compõem 
obrigatoriedades decorrentes do princípio. O detalhamento, ou justificativa, 
será maior ou menor conforme o ato seja vinculado ou discricionário. A 
motivação mostra-se imprescindível para a efetivação de eficaz controle sobre 
a atuação administrativa.O mestre Celso Antônio Bandeira de Mello associa o 
princípio ao dever de a Administração justificar seus atos, devendo ser “prévia 
ou contemporânea à expedição do ato” (ROSA, 2003, p. 22).
 – PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA - 
 – PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO - 
A própria Constituição Federal traz, em seu artigo 5º, inciso LXXVIII,
que “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade
de sua tramitação”.
 – PRINCÍPIO DA CELERIDADE - 
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
43
A administração deve ajustar a intensidade de suas exigências e sanções 
durante o desenvolvimento do certame de forma equivalente à intensidade 
das condutas praticadas pelos licitantes.
 – PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE - 
A partir da publicação do edital, tanto a administração pública quanto os 
licitantes são obrigados a atender aos termos previstos no instrumento 
convocatório em todas as fases do processo de licitação. Desta forma, a 
administração não pode exigir mais nada além do que consta no edital, e o 
licitante, caso pratique alguma infração a ele, pode ser inabilitado ou ter sua 
proposta desclassificada.
 – PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO - 
O relatório Brundtland definiu desenvolvimento sustentável como aquele que 
“satisfaz as necessidades do presente sem pôr em risco a capacidade das 
gerações futuras de terem suas próprias necessidades satisfeitas. Cunhou, 
assim, a expressão “equidade intergeracional” – intergeneration equity 
(BELTRÃO, 2014). Assim entendido o desenvolvimento sustentável, o Decreto 
nº 10.024/2019 complementa o conceito determinando sua observância nas 
etapas do “processo de contratação, em suas dimensões econômica, social, 
ambiental e cultural”, considerando a gestão de logística sustentável de cada 
órgão ou entidade licitante” (§ 1º do art. 2º).
 – PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO NACIONAL SUSTENTÁVEL - 
44
As regras do edital devem priorizar a definição de condições que ampliem o 
universo de licitantes para o pregão, com o objetivo de aumentar a disputa 
entre os participantes. Nesse sentido, está o parágrafo único do art. 3º do Ato 
Normativo nº 181/2019 estabelecendo que:
as normas disciplinadoras da licitação serão sempre interpretadas em favor da ampliação 
da disputa entre os interessados, desde que não comprometam o interesse do Tribunal, o 
princípio da isonomia, a finalidade e a segurança da contratação (RIO DE JANEIRO, 2019).
Os julgamentos feitos pelo pregoeiro ou autoridade competente devem ser 
analisados de acordo com as regras definidas em edital, a partir de critérios 
objetivos e preestabelecidos. Deve-se considerar, sempre, o interesse do 
serviço público e fatores como:
Rendimento.
Durabilidade.
Preço.
Eficiência.
Prazo.
 – PRINCÍPIO DA COMPETITIVIDADE - 
 – PRINCÍPIO DO JULGAMENTO OBJETIVO - 
De acordo com Pontes (2008), o princípio do Justo Preço é “um dos principais 
objetivos na utilização da modalidade, além da celeridade no procedimento, é 
alcançar-se um preço justo pelos produtos e serviços contratados pela 
Administração. Demanda que não se assuma compromisso com preço fora de 
mercado, especialmente com preços elevados. O princípio em questão tem 
relação estreita com os princípios da economicidade e da eficiência, segundo 
os quais os recursos públicos devem ser geridos com razoabilidade, de modo 
a se obter o objeto desejado pelo menor custo possível, adotando-se os 
meios e soluções mais adequadas.
 – PRINCÍPIO DO JUSTO PREÇO - 
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
45
1.4 – SERVIDORES ENVOLVIDOS NO PROCESSO 
DO PREGÃO 
Você já viu como a modalidade pregão funciona, quais os benefícios que a 
utilização desta modalidade de licitação traz para a administração pública, para as 
empresas e população, e por último um rol de princípios que regem a ação dos 
agentes em todo serviço público. 
E quanto às pessoas envolvidas no processo do pregão? Você sabe quem 
são e suas principais funções? Será este tema que você conhecerá agora. 
A Lei nº 10.520/2002, artigo 3º, inciso IV, § 1º, menciona os servidores 
envolvidos no pregão. Temos ainda como fundamentação legal o Decreto nº 
3.555/2000, que determina as normas para o pregão presencial, e o Decreto nº 
10.024/2019, que regulamenta o pregão na forma eletrônica, definindo três tipos 
de agentes que possuem atribuições legais e responsabilidades distintas para os 
servidores que atuam neste tipo de licitação. São eles: 
PREGOEIRO EQUIPE DE APOIOAUTORIDADECOMPETENTE
O Ato Normativo nº 181/2019, artigo 9º, parágrafo único, dispõe que, 
caso necessário – em função das características do objeto – , os procedimentos 
do pregão, inclusive a sessão, podem receber orientação técnica de outros 
servidores especializados. 
46
O Decreto nº 10.024/2019, que trata do pregão eletrônico, pontua no 
art. 9º que todos os servidores envolvidos no procedimento devem 
ser previamente cadastrados no provedor do sistema eletrônico pelo 
qual se realizará o pregão; e que, no art. 12, a sessão pública do 
pregão contará com os apoios técnico e operacional do provedor do 
pregão eletrônico.
Saiba Mais
1.4.1 – AUTORIDADE COMPETENTE
Para fins de licitação, autoridade competente é aquela indicada na Lei 
ou regulamento do órgão/entidade licitante apta a praticar os atos previstos 
na legislação que rege o pregão. Em casos em que não haja uma função 
direta e clara, a autoridade competente passa a ser o agente que ocupa o 
maior cargo hierárquico. 
AUTORIDADE
COMPETENTE
Indicada na Lei ou regulamento do órgão/
entidade licitante.
Apta a praticar os atos previstos na legislação 
que rege o pregão.
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
47
As atribuições da autoridade competente de acordo com a lei nº 10.520/2002 
e o Decreto nº 10.024/2019 são:
Justificar a necessidade da 
contratação.
Aprovar o termo de 
referência.
Determinar a abertura da 
licitação.
Definir:
- O objeto do pregão.
- Os critérios para aceitação das propostas.
- Exigências de habilitação dos licitantes.
- As sanções administrativas por inadimplemento.
- As cláusulas do contrato.
- Os prazos para fornecimento.
Designar o pregoeiro e 
a equipe de apoio para 
uma licitação específica 
ou para um período 
determinado e nomear 
pregoeiro substituto.
Adjudicar o objeto da 
licitação, em caso de 
recurso.
Assinar a ata de 
registro de preços.
Promover a celebração do 
contrato.
Decidir os recursos 
contra atos do pregoeiro, 
quando este mantiver sua 
decisão.
Indicar o provedor do 
sistema quando se tratar 
de pregão eletrônico.
Solicitar, ao provedor do 
sistema por ele indicado, 
o cadastramento de 
todos, quando se tratar 
de pregão eletrônico.
ATRIBUIÇÕES DA 
AUTORIDADE COMPETENTE
Aplicar penalidades.
Homologar, anular ou 
revogar o procedimento 
licitatório.
48
1.4.2 – PREGOEIRO 
O Pregoeiro é o servidor responsável pela condução da fase externa de 
licitações na modalidade pregão – presencial e eletrônico. Sua designação é feita 
pela autoridade competente do órgão ou entidade licitante. 
Segundo Niebuhr (2006), “o pregoeiro é o responsável por conduzir a sessão 
do pregão e, pois, tomar todas as decisões pertinentes a ela”. Para o autor, a 
equipe de apoio trabalha sob a orientação do pregoeiro, auxiliando-o na condução 
do processo licitatório. Assim, de acordo com o autor, em princípio os membros 
da equipe de apoio não devem ser responsabilizados pelos atos praticados pelo 
pregoeiro, porque eles não têm poder decisório, que se concentra na pessoa do 
pregoeiro. 
Outra característica do pregoeiro é ser investido de poder de polícia para 
condução dos trabalhos, ou seja, ele tem competência para regular a conduta 
dos sujeitos presentes no certame. Nesse sentido, o pregoeiro pode, por 
exemplo, suspender ou determinar a retirada de licitante da sessão, caso esteja 
praticando ato que tumultue e sessão – como agressão verbal a outro licitante 
ou ao pregoeiro, perturbação da fase de lances fomentando a discórdia entre os 
licitantes, verificação de conluioentre os licitantes dentro da sessão e outras ações 
inapropriadas praticadas no ambiente da sessão pública. 
Segundo o art. 3º, IV, da Lei nº 10.520/2002, o pregoeiro será designado, “dentre 
os servidores do órgão ou entidade promotora da licitação (...)”, pela autoridade 
competente. Para Niebuhr (2011, p. 90), ao exigir que o pregoeiro seja servidor, o 
legislador “quis proibir apenas que terceirizados, que não possuem um vínculo direto 
com o órgão ou entidade promotora da licitação, exerçam a função de pregoeiro”. 
Nesse sentido, excluindo-se os terceirizados, todos os demais 
servidores (estatutários, empregados públicos, exclusivamente 
comissionados e militares) da unidade ou órgão promotor podem 
ser nomeados como pregoeiros.
Atenção
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
49
1.4.2.1 – Atribuições do pregoeiro
A respeito das atribuições conferidas ao pregoeiro, Niebuhr (2011) dispõe:
o pregoeiro agrega praticamente as mesmas funções da comissão de
licitação, tal qual disposta na Lei nº 8.666/1993, no que tange as demais 
modalidades. A função dele é pôr em prática o edital, conduzindo a fase 
externa da licitação, recebendo documentos e propostas, procedendo 
ao julgamento, à classificação das propostas, à habilitação, recebendo 
os recursos e, se não houver, adjudicando o objeto licitado ao vencedor 
(NIEBUHR, 2011, p. 91). 
Segundo o Decreto nº 10.024/19, em seu artigo 17, são atribuições do 
pregoeiro:
Abrir e conduzir a sessão 
pública.
Poderá solicitar manifestação 
técnica da assessoria jurídica 
ou de outros setores, a fim de 
subsidiar sua decisão.
Receber, examinar e decidir 
impugnações e pedidos de 
esclarecimentos relativos ao 
edital.
ATRIBUIÇÕES DO 
PREGOEIRO
Sanar erros que não alterem 
a substância das propostas, 
dos documentos de 
habilitação e da sua validade 
jurídica.
Indicar o vencedor do 
pregão.
Receber, examinar e decidir 
recursos, e, quando mantida 
sua própria decisão, 
encaminhá-los à autoridade 
competente.
Adjudicar o objeto quando 
não houver recurso.
Encaminhar o processo 
devidamente instruído à 
autoridade competente e 
propor a sua homologação.
Conduzir os trabalhos da 
equipe de apoio.
Verificar a conformidade da 
proposta em relação aos 
requisitos estabelecidos no 
edital.
Verificar e julgar as 
condições de habilitação.
Coordenar a sessão pública e 
o envio de lances.
50
Na condução dos pregões, recomenda-se que o pregoeiro utilize as listas 
de verificação sugeridas na Orientação Normativa/SEGES nº 2/2016. 
Trata-se de roteiros que visam aperfeiçoar os procedimentos realizados 
nos pregões eletrônicos; no caso dos pregões presenciais, os procedimentos 
devem ser utilizados naquilo que for compatível.
É importante ressaltar que essas listas de verificação devem ser juntadas 
nos processos como instrumento de transparência e eficiência durante a 
fase de seleção do fornecedor, nas seguintes etapas: 
- Anexo I: antes da publicação do edital. 
- Anexo II: após a adjudicação, quando realizada pelo pregoeiro, ou 
quando houver recurso, após a análise deste.
Acesse as listas que compõem o Anexo I e o Anexo II da Orientação 
Normativa/SEGES nº 2/2016 em:
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/
content/id/23046266/do1-2016-06-08-orientacao-normativa-n-2-de-6-
de-junho-de-2016-23046221
Boa Prá�ca
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/23046266/do1-2016-06-08-orientacao-normativa-n-2-de-6-de-junho-de-2016-23046221
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/23046266/do1-2016-06-08-orientacao-normativa-n-2-de-6-de-junho-de-2016-23046221
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/23046266/do1-2016-06-08-orientacao-normativa-n-2-de-6-de-junho-de-2016-23046221
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
51
1.4.2.2 – Qualificação do pregoeiro
Para além do domínio de conhecimentos específicos sobre pregão, é 
recomendável para o bom desempenho da atividade de pregoeiro que o servidor 
possua os seguintes atributos: 
Segurança para garantir 
os interesses da 
administração pública 
sem criar conflitos. 
Conhecimento da 
legislação e do processo 
licitatório.
Familiaridade com 
informática.
Firmeza na condução dos 
trabalhos.
Equilíbrio emocional, 
firmeza, flexibilidade.
Liderança
Capacidade de negociaçãoConhecimento das 
características do objeto.
Conhecimento do mercado 
(maximizar resultados – 
custo, prazos, qualidade).
Capacidade de decidir 
e agir com rapidez.
QUALIFICAÇÃO DO 
PREGOEIRO
Bom senso
De acordo com o Acórdão TCU nº 1.040/2016-Plenário, “o dever de 
diligência do pregoeiro requer uma postura proativa, buscando sanar 
todos os vícios existentes no processo antes que estes possam se 
tornar entraves à sua efetiva realização”.
Atenção
52
Assim, as ações recomendadas para o pregoeiro são:
Verificação prévia e detalhada da pesquisa de preço – buscando 
obter um parâmetro confiável para a negociação
Conhecimento e domínio do edital e do objeto do processo 
licitatório.
Motivação adequada e formal de todos os atos decisórios 
adotados no certame.
Adotar procedimentos de verificação de conformidades (etapas 
interna e externa).
De acordo com o Acórdão n° 728/2008 – 1ª Câmara, do TCU, “no decorrer 
do procedimento, o pregoeiro pode solicitar a análise e manifestação 
da assessoria jurídica quando houver dúvida acerca da legalidade de 
determinado ato ou providência”.
Boa Prá�ca
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
53
1.4.3 – EQUIPE DE APOIO: FORMAÇÃO E ATRIBUIÇÕES 
Com relação à equipe de apoio, a Lei nº 10.520, de 17 de julho de 
2002, estabelece que:
Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte:
[…]
IV – a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão 
ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de 
apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das propostas 
e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a 
habilitação e a adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor.
§ 1º A equipe de apoio ao Pregoeiro deverá ser integrada em sua maioria 
por servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da administração, 
preferencialmente pertencentes ao quadro permanente do órgão ou 
entidade promotora do evento.
Conhecendo a Lei
Como determinado pela lei de regência do pregão, a equipe de apoio 
deve ser integrada, em sua maioria, por servidores ocupantes de cargo efetivo ou 
emprego da administração, pertencentes ao quadro permanente do órgão ou da 
entidade promotora do pregão.
A equipe de apoio é responsável pelas atividades que auxiliam o pregoeiro 
na condução do certame, atuando em todas as fases do procedimento licitatório. 
Quanto à composição quantitativa desta equipe, a Lei nº 10.520/2002 e os decretos 
que regulamentam o pregão no Governo Federal não estabelecem um número de 
servidores. Já o regulamento do TCE-RJ, art. 9º, do Ato Normativo nº 181/2019, 
estabelece que as equipes de apoio sejam formadas por até três membros.
54
1.4.3.1 – Responsabilidades da equipe de apoio
A equipe de apoio presta auxílio operacional ao Pregoeiro, mas não assume 
competência decisória. Assim, seus integrantes não podem ser responsabilizados 
pelos atos realizados, salvo em casos de fraude (Acórdão TCU nº 10.041/2015-2ª C). 
De acordo com Niebuhr (2006), excepcionalmente pode-se admitir 
a responsabilização dos membros da equipe de apoio nos casos de 
assistência técnica prestada por eles. 
Atenção
1.5 – TRATAMENTO DIFERENCIADO PARA 
MICROEMPRESAS (ME) E EMPRESAS DE PEQUENO 
PORTE (EPP) 
Antes de abordarmos as fases do pregão, temática do módulo II, iremos 
apresentar alguns aspectos relevantes no processo licitatório relacionado ao 
tratamento diferenciado às microempresas e empresas de pequeno porte. 
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu normas para incentivar e estimular 
o crescimento de empresas de pequeno porte como forma de promoção do 
desenvolvimento nacional sustentável, visando ao desenvolvimento das dimensõeseconômica, social, ambiental e cultural do país a partir do fortalecimento da indústria 
e do setor de serviços brasileiros no processo de contratação, bem como a adoção 
de critérios e práticas de sustentabilidade na aquisição de bens e produtos. 
De acordo com o artigo 170 da CF, a ordem econômica tem por objetivo 
assegurar a todos uma existência digna, conforme os ditames da justiça social. 
Dentre os princípios que devem ser observados neste item está o tratamento 
favorecido para empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras 
e que tenham sede e administração no Brasil. Para isso, a partir da Carta Magna 
foram instituídas regulamentações para garantir o cumprimento do princípio da 
igualdade e, consequentemente, a redução das diferenças. 
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
55
Em 15 de dezembro de 2006, foi publicada a Lei Complementar nº 123, 
que instituiu o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno 
Porte. Este estatuto determina o tratamento favorecido às Microempresas (ME) 
e Empresas de Pequeno Porte (EPP), criando um regime tributário diferenciado e 
estabelecendo o Simples Nacional, que descomplicou o recolhimento de alguns 
impostos e regulou benefícios que deveriam ser concedidos a estas empresas. 
Isso gerou um impacto nas licitações, pois neste tratamento diferenciado para as 
microempresas e empresas de pequeno porte a lei as favoreceu nas aquisições de 
bens e serviços pelo Poder Público (SANTANA, 2014). 
As regras da Lei Complementar nº 123/2006 (LC nº 123/06) 
promoveram alterações na modalidade pregão, principalmente nas 
fases de habilitação e julgamento das propostas.
Atenção
Santana (2014) considera importante ressaltar que o edital deve prever 
todas as regras e condições que regerão a competição, mesmo que a definição das 
regras pela Lei Complementar nº 123/2006 e o entendimento do TCU apontem a 
desnecessidade da previsão editalícia, bastando que a Comissão ou o Pregoeiro 
cumpra a lei no curso da licitação (Acórdão nº 702/2007). 
Antes de tratar sobre as alterações implementadas pela LC nº 123/2006, é 
importante entender a definição de ME e EPP apresentada pela regra.
1.5.1 – ENQUADRAMENTO PARA ME E EPP
Você viu que as Microempresas e Empresas de Pequeno porte possuem 
tratamento diferenciado que favorecem a aquisição de bens e serviços. Para 
usufruir dos benefícios desse tratamento diferenciado e favorecido, o art. 3º da 
Lei Complementar nº 123/2006 estabelece que as empresas devem apresentar 
determinadas características. Veja: 
56
 São consideradas microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade 
empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada 
e o empresário devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no 
Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que:
Receita bruta anual 
igual ou inferior a R$ 
360.000,00 (trezentos e 
sessenta mil reais).
MICROEMPRESA (ME)
Receita bruta anual 
superior a R$ 360.000,00 
(trezentos e sessenta mil 
reais) e igual ou inferior a 
R$ 4.800.000,00 (quatro 
milhões e oitocentos mil reais).
EMPRESA DE PEQUENO 
PORTE (EPP)
Segundo Santana (2014), apenas o enquadramento nos limites de receita 
bruta anual não é suficiente para que a empresa obtenha os benefícios garantidos 
pela LC nº 123/2006, haja vista que a própria lei, em seu art. 3º, §4º, relaciona os 
casos em que não se aplicará o regime de favorecimento para nenhum efeito, 
mesmo que a empresa apresente receita bruta compatível com a hipótese de ME/
EPP.
Cabe, também, observar que tanto as pessoas físicas, como as jurídicas que 
preencham os requisitos legais podem receber o status jurídico de microempresa ou 
empresa de pequeno porte, desfrutando dos mesmos benefícios a elas reservados.
E o fato de a empresa ser optante do Simples Nacional também não assegura 
que ela seja definida como ME e EPP. De acordo com Santana (2014), como a 
adesão a esse regime tributário não é obrigatória, a empresa pode permanecer na 
opção tradicional e manter os benefícios garantidos na lei.
Uma das formas de comprovação da condição jurídica, de acordo com o art. 
8º da Instrução Normativa DNRC nº 103, de 30/4/2007, é fazer uma declaração à 
sua Junta Comercial Estadual informando que cumpre os requisitos da legislação 
para obter a condição jurídica de ME/EPP. Essa declaração fica arquivada e, quando 
necessário, a Junta Comercial expedirá certidão atestando aquela condição, que 
pode ser apresentada nas respectivas licitações (SANTANA, 2014). 
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
57
O Decreto nº 8.538/2015, que regulamentou o tratamento favorecido 
no âmbito do Governo Federal, estabeleceu como forma de comprovação do 
enquadramento das ME/EPP o seguinte:
deverá ser exigida do licitante a ser beneficiado a declaração, sob as 
penas da lei, de que cumpre os requisitos legais para a qualificação 
como microempresa ou empresa de pequeno porte, microempreendedor 
individual, produtor rural pessoa física, agricultor familiar ou sociedade 
cooperativa de consumo, estando apto a usufruir do tratamento favorecido 
estabelecido nos artigos 42 ao artigo 49 da Lei Complementar 123 de 2006 
(BRASIL, 2015).
Além das Microempresas e Empresas de Pequenos Porte, o benefício do 
tratamento diferenciado foi estendido a: 
COOPERATIVAS
Desde que apresentem, no ano anterior, o 
mesmo limite de receita bruta dispensado 
as ME e EPP, segundo a Lei nº 11.488, de 
15 de junho de 2007. 
AGRICULTOR 
FAMILIAR E
PRODUTOR RURAL
Desde que estejam em situação regular na 
Previdência. 
MICROEMPREENDEDOR
INDIVIDUAL
A Lei Complementar nº 123/2006 ainda 
define que o Microempreendedor 
Individual (MEI) também goze dos 
mesmos benefícios no art. 18-E. 
58
O Decreto nº 8.538/2015, que regulamenta o tratamento favorecido, consolidou o 
entendimento sobre a extensão dos benefícios em seu art. 1º, determinando que:
Nas contratações públicas de bens, serviços e obras, deverá ser concedido 
tratamento favorecido, diferenciado e simplificado para as microempresas e 
empresas de pequeno porte, agricultor familiar, produtor rural pessoa física, 
microempreendedor individual - MEI e sociedades cooperativas de consumo, nos 
termos deste Decreto (BRASIL, 2015).
1.5.2 – DECLARAÇÃO FALSA
Caso o licitante apresente uma declaração falsa para comprovar sua condição 
jurídica, assumindo cumprir os requisitos legais para se qualificar como ME, EPP, 
cooperativa, produtor rural pessoa física, agricultor familiar ou MEI, sem legalmente ter 
este direito, este será declarado inidôneo sem prejuízo das demais sanções, de acordo 
com o parágrafo 1º do art. 13 do Decreto nº 8.538/2015.
1.5.3 – COMPROVAÇÃO DA REGULARIDADE FISCAL E TRABALHISTA
A comprovação de regularidade fiscal e trabalhista será exigida das MEs e EPPs 
somente quando da assinatura do contrato, mesmo que apresentem alguma restrição. A 
essas empresas é assegurado o prazo de 5 dias úteis, com possibilidade de prorrogação 
por mais 5 dias úteis para regularização da documentação
1.5.4 - DA PREFERÊNCIA DE CONTRATAÇÃO – EMPATE FICTO
A segunda importante alteração diz respeito à previsão inserida nos arts. 44 e 45 
da Lei Complementar nº 123/2006, que criou a figura do empate ficto entre propostas 
ofertadas pelas ME/EPP e pelas demais, conferindo-se àquelas, caso haja tal empate, a 
possibilidade de apresentar uma nova proposta, de forma a desempatar a disputa e sair 
vitoriosa do certame.
No pregão, ocorrerá o empate ficto, ou fictício, quando o menor preço válido 
na licitação for de uma média ou grande empresa, e, em relação a este menor preço 
válido existam ME/EPP/demais beneficiados com propostas dentro do limite percentual 
de até 5%. Este percentual sobe para até 10% nos casos de a licitação estar ocorrendo 
nas demais modalidades previstas na Lei nº 8.666/1993. O momento de se verificar tal 
ocorrência, e as situações com as quais o pregoeiro irá se deparar serão detalhadamente 
comentadas quando estudarmos o módulo II, que trata das fases do pregão.

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