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Anatomia da orelha Fernando Irigonhê, Flávia de Aguiar, Francesca Gobbato, Giulia Dendena, Leonardo Scariott, Maria Theodora Marcondes, Sarah Scheuer Anatomia do osso temporal ● Osso par: contribui para a parede lateral e base do crânio ● No feto possui 3 partes: escamosa, petrosa e timpânica. ● No adulto possui 5 partes: ○ Escamosa ○ Timpânica ○ Mastoidea -> formada pela fusão da escamosa com a petrosa ○ Petrosa ○ Processo estilóide ● Osso temporal se articula com osso esfenoide, parietal, occipital, zigomático, mandíbula e osso hióide. 1. Porção escamosa ● Região superior e ântero-lateral ● Possui o processo zigomático, que divide a porção escamosa em 3 regiões: ○ Vertical ○ Horizontal: projeção da artéria meningea média ○ Retromeática: espinha supra-meatal 2. Porção mastoidea ● Superfície lateral: inserção de músculos (occipitais, auricular posterior) e forames (nervos e artérias) ● Superfície medial: sulco sigmóide ● Superfície inferior: inserção de músculos (esternocleidomastoideo) ● Fissura timpanomastoidea: local de passagem do Nervo Vago. 3. Porção petrosa ● Divide-se em: 1. Anterior: tegmen timpani (teto da cavidade timpânica). 2. Posterior: meato acústico interno e área cribiforme. 3. Inferior: fossa jugular e canal carotídeo. ● Porção fina de osso localizada abaixo do osso timpânico. ● Possui o forame estilomastoideo: orifício externo do canal facial. 4. Processo estilóide 5. Porção timpânica ● Menor osso do temporal. ● Forma paredes do canal auditivo externo. Orelha Externa A orelha externa é formada pela orelha (pavilhão) e pelo meato acústico externo, conduzindo o som até a membrana timpânica. Orelha A orelha é uma lâmina de cartilagem elástica coberta por pele marcada por diversas irregularidades com depressões e elevações. A concha é a depressão mais profunda, enquanto a hélice é a margem mais elevada. O lóbulo não cartilaginoso consistem em tecido fibroso e adiposo, com vasos sanguíneos, facilmente perfurável para introdução de brincos ou coleta de pequenas amostras de sangue. O trago é a projeção superposta à abertura do meato acústico externo. Orelha A irrigação arterial é feita pelos ramos das artérias auricular posterior e temporal superficial, enquanto a inervação é feita pelos nervos auricular magno e auriculotemporal, com ramos do nervo vago e facial fazendo também contribuições embriológicas. A drenagem linfática é feita para os linfonodos parotídeos superficiais, mastóideos, cervicais superficiais e profundos Meato Acústico Externo O meato acústico externo é o canal da orelha que segue internamente até a membrana timpânica, com cerca de 2-3cm de comprimento, coberto no ínicio pela continuidade da cartilagem da orelha e depois por osso revestido por pele fina. As glândulas ceruminosas e sebáceas no tecido subcutâneo produzem o cerume (conhecido como cera de ouvido). Orelha média ● Separa-se da orelha externa através da membrana timpânica e se comunica com a orelha interna através das janelas oval e redonda. ● Conteúdo: ○ Ossículos da audição (martelo, bigorna e estribo), ○ Músculos estapédio e tensor do tímpano, ○ Nervo corda do tímpano (ramo do NC VII), ○ Plexo timpânico de nervos. ● Limites paredes da cavidade timpânica Membrana timpânica ● Membrana fina, oval e semitransparente com 1cm de diâmetro ● Coberta por pele fina externamente e túnica mucosa da orelha média internamente. ● Movimenta-se em resposta às vibrações do ar que atravessam o meato acústico externo e chegam até ela. ● Os movimentos da membrana são transmitidos pelos ossículos da audição através da orelha média até a orelha interna Cavidade timpânica ● Câmara estreita e cheia de ar na parte petrosa do temporal ● Possui duas partes: a cavidade timpânica propriamente dita e o recesso epitimpânico ● Está unida na parte anteromedial à parte nasal da faringe pela tuba auditiva, e na parte posterossuperior às células mastóideas através do antro mastóideo ● É revestida por túnica mucosa ● Transmite e amplifica vibrações sonoras da janela oval para a orelha interna. ● Parede tegmental (teto): tegmen timpânico, separa a cavidade timpânica da dura-máter (pode não ser ossificada em crianças e permitir a passagem direta de infecções da orelha média para o SNC) ● Parede jugular (assoalho): separa a cavidade timpânica da VJI. ● Parede membranácea (lateral): membrana timpânica ● Parede labiríntica (medial): separa a cavidade da orelha interna. ● Parede mastóidea (posterior): une a cavidade timpânica às células mastóideas ● Parede carótica (anterior): separa a cavidade do canal carótico; superiormente, tem a abertura da tuba auditiva e o canal para o músculo tensor do tímpano. Paredes da cavidade timpânica Ossículos ● Formam uma cadeia móvel desde a membrana timpânica até a janela do vestíbulo, uma abertura oval na parede labiríntica da cavidade timpânica que conduz ao vestíbulo do labirinto ósseo ● São cobertos pela túnica mucosa que reveste a cavidade timpânica ● Não têm periósteo osteogênico 1. Martelo ● O maior ossículo ● Sua cabeça, arrendondada e superior, situa-se no recesso epitimpânico e articula-se com a bigorna ● O colo e o cabo do martelo estão inseridos na membrana timpânica ● Sustentado pelos ligamentos maleolares anterior, lateral e superior ● No cabo do martelo se insere o tendão do músculo tensor do tímpano ● O nervo corda do tímpano atravessa a face medial do colo do martelo 2. Bigorna ● Localizada entre o martelo e o estribo ● Tem um corpo e dois ramos ● O ramo longo (7 mm) articula-se com o estribo através do processo lenticular ● O ramo curto (5 mm) está unido por um ligamento à parede posterior da cavidade timpânica ● Dois ligamentos suspensores: um posterior e um inferior 3. Estribo ● O menor ossículo (2,5-3 mm) ● Tem uma cabeça, dois ramos (cruras) e uma base (platina) ● A cabeça articula-se com a bigorna ● A base encaixa-se na janela do vestíbulo (janela oval) Músculos associados aos ossículos da audição ● Músculo Tensor do Tímpano: origina-se da parte cartilagínea da tuba auditiva, da asa menor do esfenoide e da parte petrosa do temporal e se insere no cabo do martelo - Função: puxar o cabo medialmente, tensionando a membrana timpânica e reduzindo a amplitude de suas oscilações - Inervação: Nervo Mandibular (NC V3) Músculos associados aos ossículos da audição ● Músculo Estapédio: menor músculo do corpo humano. Localizado no interior da eminência piramidal e inserido no colo do estribo - Função: tracionar a borda anterior da platina do estribo - Inervação: Nervo do Estapédio, ramo do nervo facial (NC VII) Tuba Auditiva ● Une a cavidade timpânica à rinofaringe, onde se abre posteriormente ao meato nasal inferior ● Trajeto antero-medial ● Porção óssea: parede óssea que constitui um semicanal, septo que separa o seu lúmen do músculo tensor do tímpano, parede medial em relação com o canal carotídeo ● Porção cartilaginosa: representa 2/3 da tuba auditiva ● Função: igualar a pressão na orelha média à pressão atmosférica Tuba Auditiva ● As artérias da Tuba Auditiva provêm da artérias faríngea, meníngea média e artéria do canal pterigóideo ● As veias drenam para o plexo venoso pterigóideo ● A drenagem linfática se faz para os linfonodos cervicais profundos ● Os nervos originam-se no plexo timpânico, formado por fibras do nervo glossofaríngeo (NC IX) Orelha interna ● Localiza-se na porção petrosa do osso temporal ● Recebe terminações nervosas dos nervo vestibulococlear ● Composta por: ➔ labirinto ósseo ➔ labirinto membranoso ➔ cápsula ótica ● Possui papel na recepção do som e na manutenção do equilíbrio Meato acústico interno ● É um canal estreito que segue lateralmente dentro da porção petrosa posterior e alinha-se com meato acústico externo ● Através dele seguem o nervo facial (NC VII), o nervo vestibulococlear (NC VIII) e vasos sanguíneos● É fechado lateralmente por uma lâmina fina e perfurada de osso que o separa do vestíbulo e dá passagem a filamentos nervosos ➔ Essa lâmina é dividida pela crista óssea transversal em superior e inferior ➔ A parte superior se subdivide em anterior (n. facial) e posterior (ramo vestibular superior) ➔ A parte inferior dá passagem aos ramos coclear e vestibular inferior Cápsula ótica ● Envolve os labirintos para proteger essas estruturas sensoriais ● Formada a partir da ossificação de 14 ou mais centros de ossificação ● Deriva de tecido cartilaginoso, mas não apresenta resquícios de crescimento condral ● O tecido ósseo permanece com as característica da idade fetal, visto que ele atinge seu tamanho máximo no quinto mês de vida fetal ● Próximo ao primeiro ano de vida conclui-se o desenvolvimento do tecido histológico ● Posteriormente à abertura do meato acústico interno se localiza a fossa subarqueada, que no feto atua como ponto de passagem para vasos sanguíneos da cápsula ótica Labirinto ósseo ● É uma série de cavidades (cóclea, vestíbulo e canais semicirculares) contidas na cápsula ótica, ou seja, o labirinto ósseo é um espaço preenchido por líquido (perilinfa) Cóclea ● É a parte em forma de concha do labirinto ósseo ● Contém o ducto coclear ● O canal espiral da cóclea (30mm de comprimento) começa no vestíbulo e faz duas voltas e meia ao redor de um centro ósseo chamado modíolo (contém canais para os vasos sanguíneos e para distribuição dos ramos do nervo coclear) Cóclea ● O início do canal coclear apresenta três aberturas principais: 1. Uma delas relaciona-se com o vestíbulo; 2. Outra relaciona-se com a cavidade timpânica (janela oval e redonda); 3. A terceira é a abertura do aqueduto coclear, que contém o ducto perilinfático, estabelecendo a comunicação entre a escala timpânica e a cavidade subaracnóidea. ● A base da cóclea corresponde a área coclear do meato acústico interno que encontra-se na parede medial do vestíbulo. Vestíbulo ● É uma pequena câmara oval (cerca de 5 cm de comprimento). ● Contém o utrículo e o sáculo. ● Apresenta a janela do vestíbulo em sua parede lateral, ocupada pela base do estribo. Vestíbulo ● É contínuo com a cóclea óssea anteriormente, os canais semicirculares posteriormente e a fossa posterior do crânio pelo aqueduto do vestíbulo ● O aqueduto estende-se até a face posterior da parte petrosa do temporal, onde se abre posterolateralmente ao meato acústico interno ● O aqueduto do vestíbulo dá passagem ao ducto endolinfático e dois pequenos vasos sanguíneos. Vestíbulo Canais semicirculares ● Os canais semicirculares (anterior, posterior e lateral) comunicam-se com o vestíbulo do labirinto ósseo. ● Estão posicionados formando ângulos retos entre si. ● Cada canal semicircular forma cerca de dois terços de um círculo e tem cerca de 1,5 mm de diâmetro, exceto em uma extremidade onde há um alargamento, a ampola óssea. ● Os canais têm apenas cinco aberturas para o vestíbulo porque os canais anterior e posterior têm um pilar comum a ambos. ● Alojados nos canais estão os ductos semicirculares. Canais semicirculares Labirinto Membranáceo Formado por uma série de sacos e ductos comunicantes que estão suspensos no labirinto ósseo É preenchido por endolinfa Dividido em: ● labirinto vestibular: utrículo + sáculo (ducto utriculossacular) ● labirinto coclear: ducto coclear ● + três ductos semicirculares (anterior, lateral e posterior) Labirinto Membranáceo Labirinto Membranáceo ● Utrículo: Recebe as terminações dos ductos semicirculares e conecta-se ao sáculo através do ducto utrículo-sacular Presença de terminações nervosas do ramo utricular do PC VIII ● Sáculo: Conecta- se ao utrículo através do ducto utrículo-sacular e com o ducto coclear através do ducto reuniens. É o local de origem do ducto endolinfático que conecta o sáculo ao saco endolinfático (reservatório para o excesso de endolinfa produzida pelos capilares do labirinto membranáceo) Presença de terminações nervosas do ramo sacular do PC VIII Labirinto Membranáceo ● Ductos semicirculares = 3, contém áreas sensitivas que registram os movimentos da endolinfa Labirinto Membranáceo ● Ducto coclear: é um tubo espiral que ao ser deformado pelas ondas sonoras estimula impulsos que são conduzidos pela parte coclear do PCVIII para o sentido da audição Teto: formado pela membrana vestibular Assoalho: lâmina basilar, sobre ela: órgão espiral (de Corti) receptor dos estímulos auditivos. Superiormente há a membrana tectórica O órgão responde à deformação do ducto coclear induzida pelas ondas de pressão na perilinfa Labirinto Membranáceo Labirinto Membranáceo Referências: ● Resumo anatomia da orelha Guilherme Guerra Orcesi da Costa, 2005. ● MOORE, Keith. L. Anatomia orietentada para clínica. 7ed. Guanabara Koogan. ● NETTER, F. H. Atlas de Anatomia Humana. 4 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. ● PUTZ, R.; PABST, R. Sobotta, Atlas de Anatomia Humana. Vol. 1 e 2. 22 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
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