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GINECOLOGIA: INFECÇÕES GENITAIS E DSTs

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INFECÇÕES GENITAIS E DSTS: 
Fluxo vaginal fisiológico: 
• Fluxo branco ou transparente, homogêneo e 
inodoro, quantidade variável 
• Ph ácido → entre 4 e 4,5 na menacme 
• A descamação do epitélio vaginal facilita a 
expulsão de microrganismos nocivos adesivos 
• Flora vaginal normal assintomática em idade 
reprodutiva possui cerca de 200 diferentes tipos 
de bactérias com um predomínio de bactérias 
aeróbias, principalmente lactobacilos 
• Possuem relação de simbiose com o hospedeiro 
• Alguns conferem proteção aos organismos não 
nativos, ao produzirem ácido lático e peróxido de 
hidrogênio. 
VULVOVAGINITES: processos infecciosos 
que acometem a vulva, a vagina e a ectocérvice 
3 patologias principais: vaginose bacteriana, 
candidíase e tricomoníase. 
VAGINOSE BACTERIANA: 
• Desequilíbrio – por algum motivo as bactérias 
começam a se proliferar → supercrescimento de 
bactérias anaeróbias e redução ou ausência de 
lactobacilos produtores de peróxido de 
hidrogênio. 
• Etiologia: Polimicrobiana, com predomínio da 
Gardnerella vaginalis. 
• Não é uma IST. 
• Fatores de risco: alcalinização do meio vaginal 
o Sexo oral 
o Coito com ejaculação vaginal 
o Duchas 
o Sexo durante a menstruação 
o DIU 
o Estresse 
o Polimorfismos genéticos com predisposição à 
VB em algumas populações. 
• Quadro clínico: 
o Corrimento – branco acinzentado, com 
quantidade discreta à moderada, sem sinais 
inflamatórios, na maioria dos casos fétido, 
odor de peixe-podre. Forma uma fina 
camada de revestimento na parede vaginal. 
o Sintomatologia piora após menstruação e 
após relações sexuais. 
o Pode haver prurido e sinais de irritação em até 
15% dos casos. 
• Diagnóstico – Critério de Amsel: 
o Corrimento fétido, branco-acinzentado, 
microbolhoso, não inflamatório 
o pH vaginal > 4,5 
o Teste das aminas – positivo 
o Visualização de Clue Cells (células guiais / 
células alvo) no exame microscópio a fresco 
da secreção vaginal 
• Presença de 3 dos 4 critérios 
 
 
Tratamento: 
• Metronidazol 500mg, VO, de 12/12 horas, por 
7 dias 
• Tinidazol 2g, VO, por 3 dias 
• Clindamicina 300mg, VO, 12/12hs, por 7 dias 
• Metronidazol na forma de gel a 0,75%, um 
aplicador (5g) por via intravaginal, 1 vez ao dia 
por 5 dias 
• Creme de clindamicina a 2%, um aplicador 5g, 
VV, 1 vez ao dia por 7 dias 
• Não é necessário tratar o parceiro – é apenas 
um desequilíbrio da flora 
CANDÍDIASE VULVOVAGINAL: 
• 75% das mulheres pelo menos uma vez na vida 
• IST? Hoje em dia acredita-se que não 
• Etiologia: Candida albicans, C. glabrata, C. 
tropicallis. 
• Fatores de risco: 
o Uso de antibiótico 
o Exposição estrogênica 
o Imunossupressão 
o Climas quentes 
o Obesidade 
o Diabetes mellitus 
o Uso de diafragma 
o Uso de DIU 
o Atividade sexual 
o Gravidez 
o Contato oral-vaginal 
o Tipos de vestuário 
o Hábitos de higiene 
• Quadro clínico: 
o Corrimento → branco ou branco 
amarelado, grumoso, em placas 
aderentes – aspecto de leite talhado, sem 
odor, quantidade discreta a moderada 
o Processo inflamatório exuberante, com 
eritema, ardor, prurido vaginal e vulvar, 
edema e aumento da temperatura local 
o Disúria terminal 
o PH → ácido, entre 3,5 e 4,5 
 
• Diagnóstico: 
o Sinais e sintomas 
o Exame a fresco de conteúdo vaginal por 
microscopia óptica com 1 gota de KOH a 10% 
com visualização de hifas ou pseudohifas 
(albicans) ou de esporos birrefringentes 
(cepas não albicans) 
o Bacteroscopia com coloração de gram 
o Cultura para fungos → indicada nos casos de 
resistência à terapêutica ou recidivas 
sucessivas 
• Tratamento: 
o Medidas higienodietética 
o Alcalinização do meio vaginal com bicarbonato 
de sódio ou amido de milho, em banhos de 
assento. Embrocação vaginal com violeta 
genciana a 1% 
o Tratamento sistêmico: 
o Fluconazol 150mg, VO, dose única 
o Itraconazol 200mg, VO, de 12/12 horas, por 7 
dias 
o Cetoconazol 400mg/dia, por 5 dias 
o Tratamento tópico: cremes vaginais de 
derivados imidazólicos, aplicações noturnas 
por 7 a 14 dias ou óvulos em dose única → 
miconazol a 2% 7 dias com fluconazol 
primeira opção 
 
• Gestante: só o triconazol. 
• Paciente de consultório: nitrato de miconazol, e 
outros óvulos. 
TRICOMONÍASE: 
• Etiologia: Trichomonas vaginallies, protozoário 
anaeróbio flagelado. 
• Transmissão sexual e vertical – IST. 
• Quadro clínico: 
• Corrimento vaginal abundante, amarelo ou 
amarelo esverdeado, fluido, bolhoso, fétido, com 
sinais inflamatórios. 
• Hiperemia de vulva, vagina e colo uterino – 
colpite macular e colo em framboesa 
• Eventualmente disúria, polaciúria e dispaurenia. 
• Sintomas mais intensos pós coito, pós 
menstrual, e na gestação. 
• PH > 4,5 
• Diagnóstico: 
• Exame a fresco mostra muitos leucócitos, pode 
mostrar protozoários com flagelos. 
• Protozoários móveis, e o aquecimento da lâmina 
pode aumentar a movimentação 
o Cultura em meio de Diamond → pouco 
usado 
o PCR para Trichomonas → pouco usado 
• Tratamento: 
• Metranidazol 2g VO dose única ou 500mg VO 
de 12/12 horas, por 5 a 7 dias 
• Tinidazol 2g VO dose única 
• Parceiro sexual deve ser tratado, recebendo o 
mesmo esquema de tratamento sistêmico 
• Deve-se fazer o rastreio para outras ISTs. 
 
CERVICITES: 
• Inflamação da mucosa endocervical – epitélio 
colunar do colo uterino, de causa infecciosa – 
gonocócicas ou não. 
• Etiologia: Neisseria gonorrhaeae e 
Chlamydia trachomatis. 
• Ausência de sintomas dificulta o diagnostico e 
favorece complicações advindas do quadro, tais 
como endometrite, DIP, desfechos adversos para 
gestantes e recém-nascidos, incluindo ainda um 
maior risco de aquisição do HIV e do câncer 
cervical. 
• Fatores de risco: 
o Pacientes jovens – menores de 25 anos 
o Baixo nível socioeconômico 
o Múltiplos parceiros ou novos 
o Histórico de ISTs 
o Uso irregular de preservativos 
• Na gravidez estão associadas a 
complicações obstétricas: trabalho de parto 
prematuro, ruptura prematura de membranas, 
abortamento e óbito fetal. 
• Quadro clínico: 
o Maioria assintomáticas 
o Vaginite ou cervicite 
o Secreção abundante, sem odor, não irritante, 
branco-amarelada até esverdeada. Corrimento 
mucoide a purulento, dor pélvica, dispaurenia, 
sangramento irregular, hiperemia vaginal, colo 
friável. 
• Diagnóstico: 
o Teste NAAT (nucleic acid amplification test) → 
coletas de vagina e urina 
o Cultura (meio de McCoy) – específico para 
clamídia 
o Cultura da secreção endocervical meio seletivo 
Thayer-Martin – gonococo 
o Gram de secreção cervical (Swab) – 
sensibilidade 30% 
o Elisa 
o Imunofluorescência direta 
• Tratamento: 
o Ceftriaxona 500mg, IM, dose única + 
o Azitromicina 3g, VO, dose única 
o Cirprofloxacina → substitui o ceftriaxona 
o Doxiciclina → substitui a azitromicina 
• Tratar o parceiro 
• Pesquisar outras ISTs 
• Abstinência até a conclusão da terapia 
• Gravidez: 
o Azitromicina, 1g VO dose única ou 
Eritromicina 500mg, via oral, 6/6 horas, por 7 
dias ou, a cada 12 horas, por 14 dias 
o Estearato de eritromicina 500mg, VO, de 6/6 
horas, por 10 dias ou Ampicilina 3,5g, em dose 
única, VO, precedido de probenecide, 1g em 
dose única 
INFECÇÕES SEXUAIS: 
SÍFILIS: 
• Muito endêmica → os primeiros relatos foram 
feitos em 1530 por um médico poeta – 
Girolamo Fracastoro. 
• Agente etiológico: Treponema pallidum, 
bactéria espiralada. Descoberto em 1905. 
• História natural da doença: 
o Doença de evolução lenta, é uma infecção 
bacteriana sistêmica, crônica, curável e 
exclusiva do ser humano. 
o Quando não tratada, evolui para estágios de 
gravidade variada, podendo acometer 
diversos órgãos e sistemas do corpo. 
• Transmissão: 
o Principalmente pelo contato sexual, mas 
também vertical, 
o É maior nos estágios iniciais – primária e 
secundária – diminuindo gradualmente com 
o passar do tempo – sífilis latente 
recente/tardia 
o Essa maiortransmissibilidade explica-se 
pela riqueza de treponemas nas lesões, 
comuns na sífilis primária – cancro duro – e 
secundária – lesões muco-cutâneas 
o Em gestantes, a taxa de transmissão vertical 
de sífilis para o feto é de até 80%. 
• Classificação clínica da sífilis: 
o Recente → primária, secundária e latente 
recente: até 1 ano de evolução da doença 
o Tardia → latente tardia e terciária: mais de 1 
ano de evolução. 
• Primária: 
o Após a infecção ocorre um período de 
incubação entre 10 e 90 dias 
o O primeiro sintoma é o aparecimento de 
uma lesão única no local de entrada da 
bactéria → cancro duro ou protossifiloma 
o Úlcera com borda bem definida e regular, 
base endurecida e fundo limpo, que ocorre 
no local de entrada da bactéria – pênis, vulva, 
vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros 
locais de tegumento. 
o A lesão primária se cura 
espontaneamente, num período 
aproximado de 2 semanas, é indolor. 
• Secundária: 
o Entre 6 semanas a 6 meses após a 
cicatrização do cancro, ainda que 
manifestações iniciais recorrentes ou 
subentrantes do secundarismo possam 
ocorrer em um período de até 1 ano. 
o Apresenta-se uma erupção macular 
eritematosa pouco visível – roséola – 
principalmente no tronco e raiz dos membros. 
o Lesões cutâneas progridem para lesões mais 
evidentes, papulosas, 
eritematoacastanhadas, que podem atingir 
todo o tegumento, sendo frequentes nos 
genitais. 
o Habitualmente atingem a região plantar e 
palmar, com um colarinho de escamação 
característico, em geral não pruriginosa. 
o Se não tratada, mais uma vez evolui. 
o Toda erupção cutânea sem causa 
determinada deve ser investigada para 
sífilis. 
• Latente: 
o Período sem sinal ou sintoma. Diagnóstico se 
faz exclusivamente pela reatividade dos 
testes treponemicos e não treponêmicos. 
o A maioria dos diagnósticos ocorre nesse 
estágio. 
• Terciária: 
o Ocorre aproximadamente em 15 a 25% das 
infecções não tratadas, após um período 
variável de latência, podendo surgir entre 1 e 
40 anos depois do início da infecção. 
o Inflamação causada pela sífilis nesse estágio 
provoca destruição tecidual. 
o É comum o acometimento do sistema 
nervoso e cardiovascular. 
• Método diagnóstico de sífilis: 
o Exame direto de sífilis → pesquisa ou 
detecção de T. Pallidum, em amostras 
coletadas diretamente das lesões, é 
necessário ter lesão primária ou secundária. 
▪ Exame de campo escuro: alta sensibilidade e 
especificidade, depende da experiencia do 
técnico, teste eficiente e de baixo custo para 
diagnóstico direto de sífilis 
▪ Pesquisa direta com material corado. 
o Testes imunológicos de sífilis: mais 
utilizados na prática clínica. Pesquisa de 
anticorpos em amostras de sangue total, soro 
ou plasma. 
o Testes treponêmicos: detectam anticorpos 
específicos produzidos contra os antíngeos de 
T. Pallidum. São os primeiros a se tornarem 
reagentes, podendo ser utilizados como 
primeiro teste ou teste complementar: 
▪ Teste rápido – TR 
▪ Testes de hemaglutinação 
▪ Teste de imunofluorescência indireta – FTA-Abs 
▪ Ensaios imunoenzimáticos – ELISA 
▪ Testes não treponêmicos: detectam 
anticorpos anticardiolipina não específicos do T. 
pallidum 
▪ São utilizados para o diagnostico como primeiro 
teste ou teste complementar e para o 
monitoramento da resposta ao tratamento e 
controle de cura 
▪ Quantificáveis 
▪ Observação: anticorpos anticardiolipinas podem 
estar presentes em outras doenças. 
o Diagnóstico de Sífilis: 
▪ Exige uma correlação entre dados clínicos, 
resultados de testes laboratoriais, histórico de 
infecções passadas e investigação de exposição 
recente. 
▪ Nas fases sintomáticas, é possível a realização 
de exames diretos, quanto os testes 
imunológicos podem ser utilizados tanto na 
fase sintomática quanto na fase de latência. 
▪ Considerando a epidemia de sífilis no Brasil e a 
sensibilidade dos fluxos de diagnóstico, 
recomenda-se iniciar a investigação pelo teste 
treponêmico, que é o primeiro teste de fator 
reagente. 
Teste treponêmico reagente + teste não 
treponêmico reagente → diagnóstico de sífilis. 
▪ Cicatriz sorológica: tratamento anterior 
documentado com queda da titulação em pelo 
menos duas diluições. 
▪ Conduta: quando sífilis, tratar e realizar 
monitoramento com teste não treponema e 
notificar. 
▪ Quando confirmado caso de cicatriz sorológica, 
apenas orientar. 
Teste treponêmico reagente + teste não 
treponêmico não reagente: 
• Realizar um terceiro teste treponêmico com 
metodologia diferente do primeiro. 
o Se reagente → diagnóstico de sífilis 
o Se não reagente → falso reagente, exclui 
o diagnóstico de sífilis 
o Se não tiver terceiro teste, avaliar a 
exposição de risco, sinais e sintomas e 
histórico de tratamento para definição de 
conduta. 
Teste treponêmico não reagente + teste não 
treponêmico não reagente: 
• Não realizar teste complementar se o primeiro 
teste for não reagente e não houver suspeita 
clínica de sífilis primária. 
• Ausência de infecção ou período de incubação – 
janela imunológica de sífilis recente 
• Em caso de suspeita clínica e/ou 
epidemiológica, solicitar nova coleta de 
amostra em 30 dias 
Tratamento de sífilis: 
• Devido ao cenário epidemiológico atual, 
recomenda-se o tratamento imediato, com 
Benzilpenicilina, após apenas um teste 
reagente para sífilis – teste treponemico ou não 
treponemico para as seguintes situações 
(independentemente da presença de sinais e 
sintomas de sífilis): 
o Gestantes 
o Vítimas de violência sexual 
o Pessoas com chance de perda de 
seguimento – que não retornarão ao 
serviço 
o Pessoas com sinais/sintomas de sífilis 
primária ou secundária 
o Pessoas sem diagnóstico prévio de sífilis 
• Tratamento com um teste só reagente, não 
exclui a necessidade de realizar outros testes – 
melhor análise diagnostico, do monitoramento 
laboratorial – controle de cura, e do tratamento 
dos parceiros sexuais – interrupção da cadeia 
de transmissão. 
Sífilis recente: sífilis primária, secundária e 
latente recente – com até 1 ano de evolução: 
• Benzilpenicilina – benzatina, 2,4mi, IM, dose 
única, uma ampola em cada nádega 
• Alternativa: doxiciclina 100mg, 12/12h, VO, 
por 15 dias 
• Gestante: 3 doses 
• Seguimento: teste não treponêmico trimestral 
– o controle deve ser mensal 
Sífilis tardia: sífilis latente tardia – com mais 
de 1 ano de evolução – ou latente com duração 
ignorada e sífilis terciária: 
• Benzilpenicilina – mesmo da outra, mas por 3 
semanas 
• Doxiclina – aumentar para 30 dias 
• Seguimento: o mesmo. 
A Benzilpenicilina benzatina é a única opção 
segura e eficaz para o tratamento adequado 
das gestantes. Qualquer outro tratamento 
realizado durante a gestação, o RN será notificado 
como sífilis congênita e submetido a avaliação clínica 
e laboratorial. 
Monitoramento pós-tratamento de sífilis: 
• Fundamental para classificar a resposta ao 
tratamento, identificar possível reinfecção e 
definir a conduta correta para cada caso. 
Didaticamente, a resposta ao tratamento foi 
classificada em: 
o Resposta imunológica adequada 
o Critérios de retratamento: reativação 
e/ou reinfecção 
Verificação de resposta adequada: utiliza-se o 
teste não treponêmico não reagente ou uma queda 
na titulação em duas diluições em até 6 meses para 
sífilis recente e queda na titulação em duas diluições 
em até 12 meses para a sífilis tardia. 
Considerações finais: coletar o VDRE sempre 
que possível no início do tratamento. Precisa-se 
documentar a titulação no início do tratamento pois 
será a base para o monitoramento de tudo. Cicatriz 
sorológica é a persistência de resultados reagentes 
em testes não treponêmicos após o tratamento 
adequado e com queda prévia da titulação em pelo 
menos duas diluições, quando descartada nova 
exposição de risco durante o período analisado. Não 
caracteriza falha terapêutica.Critérios de retratamento de sífilis: reativação 
e reinfecção: 
• Aumento da titulação, persistência ou 
recorrência de sinais e sintomas clínicos, 
ausência de redução de reinfecção. 
• Deve-se abordar o histórico – houve nova 
reinfecção, novo parceiro, nova exposição, etc 
HERPES GENITAL: 
HSV-1 e HSV-2: lesões ulcerosas em qualquer 
parte do corpo, com predomínio do tipo 2 em lesões 
genitais e do tipo 1 nas periorais. 
• Sintomáticos 
• Período de incubação: média de seis dias 
• Caracterizada pelo surgimento de lesões 
eritemato-papulosas de um a três milímetros 
de diâmetro, que rapidamente evoluem para 
vesículas sobre a base eritematosa, muito 
dolorosa e de localização variável na região 
genital. O conteúdo dessas vesículas é 
geralmente citrino, raramente turvo. 
• Pode ser acompanhado de manifestações 
gerais. 
• Linfadenomegalia inguinal doloroso bilateral 
está presente em 50% dos casos. 
• Após infecção genital, a HSV ascende pelos 
nervos periféricos sensoriais e penetra nos 
núcleos das células dos gânglios sensitivos e 
entra em um estado de latência. 
• Após infecção genital primária por HSV2 ou 
HSV1, respectivamente, 90% e 60% dos 
pacientes desenvolvem novos episódios nos 
primeiros 12 meses, por reativação viral. Isso 
se deve a quadros infecciosos, exposição a 
radiação ultravioleta, traumatismos locais, 
menstruação, estresse físico ou emocional, 
antibioticoterapia prolongada ou 
imunodeficiência. 
• Quadro clínico das recorrências pode ser 
precedido de sintomas prodrômicos 
característicos, como prurido leve ou sensação 
de queimação, mialgias e fisgadas nas pernas, 
quadris e região ano genital. 
• Vesículas agrupadas de base eritematosa que 
evoluem para pequenas úlceras arredondadas 
ou policíclicas. Lesões tem regressão 
espontânea em sete a dez dias, com ou sem 
cicatriz. 
• A tendencia natural dos surtos é se tornarem 
menos intensos e menos frequentes com o 
passar do tempo. 
Diagnóstico: é clínico (bolhas → úlceras) 
Tratamento: 
Primo-infecção: aciclovir 200mg, 2 
comprimidos, VO, 3x/dia, por 7-10 dias OU 
aciclovir 1 comprimido 5x/dia por 7-10 dias. 
• Iniciar o tratamento o quanto antes 
• Pode ser prolongado se a cicatrização estiver 
incompleta após 10 dias de terapia 
Recidiva: aciclovir 200mg 2 comprimidos, VO, 
3x/dia por 5 dias. 
Gestantes: tratar o primeiro episódio em qualquer 
trimestre da gestação, conforme o tratamento para 
primeiro episódio. 
• Tratamento com antivirais é eficaz para 
redução da intensidade e duração dos 
episódios, quando realizado precocemente. 
• Tratamento local → compressas de solução 
fisiológica para higienização das lesões 
• Analgésicos orais podem ser utilizados se 
necessários 
• Retorno em 1 semana para reavaliar lesões 
• Não há associação entre herpes genital simples 
e câncer 
Tratar sempre o parceiro. 
CANCROIDE: cancro mole, cancro venéreo, 
ou cancro de Ducrey ou cavalo. 
• Etiologia: bactéria Haemophilus ducreyi. 
• Período de incubação: 3 a 5 dias, podendo ser 
até 2 semanas. 
• Risco de infecção de 80% durante ato sexual 
• Infecção por múltiplas microabrasões 
epidérmicas durante o coito. 
• Lesões DOLOROSAS, múltiplas devido a 
autoinoculação. Borda irregular, contornos 
eritemato-edematosos e fundo 
heterogêneo, recoberto por exsudato necrótico, 
amarelado e com odor fétido, que quando 
removido revela tecido de granulação com 
sangramento fácil. 
• Geralmente se localizam na fúrcula e face interna 
dos pequenos e grandes lábios. 
• 30% a 50% dos pacientes, a bactéria atinge os 
linfonodos inguinocrurais – bubão. 
• No início, ocorre tumefação sólida e dolorosa, 
evoluindo para liquefação e fistulização em 50% 
dos casos, tipicamente por orifício único. 
• Deve fazer o diagnóstico diferencial com sífilis, 
donovanose e linfagranuloma. 
• Diagnóstico: nenhum método de identificação 
possui uma sensibilidade adequada. 
• Exame físico: achado de úlcera dolorosa com 
adenopatia inguinal dolorosa é bastante 
sugestiva e quando evolui para supuração. 
• Microscopia de material corado pela técnica 
de coloração de Gram: visualização de bacilos 
Gram-negativos típicos, de tamanho pequeno, 
agrupados em correntes dos tipos “cardume de 
peixes”, “vias férreas”, ou “impressões digitais” 
em material coletado das úlceras digitais. 
• Coleta do material biológico: coleta do 
exsudato seroso da base da lesão, livre de 
eritrócitos, outros organismos e restos de tecido. 
• Diagnóstico presuntivo: CDC 
o Presença de uma ou mais lesões 
ulceradas 
o Ausência de evidência do T. pallidum em 
exame de campo escuro ou teste 
sorológico – realizar após 7 dias de 
surgimento da lesão 
o Aspecto da úlcera e da linfadenopatia 
regional características de cancroide 
o Teste negativo – PCR, cultura – para 
herpes-vírus na lesão ulcerada 
• Tratamento: 
o Azitromicina 500mg, 2 comprimidos, VO 
e dose única 
o Alternativa: ceftriaxona, 250mg, IM, dose 
única OU ciprofloxacina 500mg, 1 
comprimido, VO, 2x/dia, por 3 dias 
• Tratamento sistêmica → medidas locais de 
higiene 
• Tratar parceiros mesmo quando assintomático 
LINFOGRANULOMA VENÉREO – 
LGV: mula, doença de Nicolas-Favre-Durand, 
bubão climático, linfogranuloma inguinal 
• Etiologia: Chlamydia trochamatis, sorotipos 
L1, L2 e L3 
• Manifestação clínica: linfadenopatia inguinal 
eou femoral, já que esses sorotipos são 
altamente invasivos aos tecidos linfáticos 
• Período de incubação é de 3-21 dias 
• Doença infecciosa sistêmica e crônica cujos 
principais efeitos resultam em dano ao 
sistema linfático de drenagem da infecção. 
Evolução em 3 fases: 
• Fase de inoculação → pápula, pústula ou 
ulceração indolor, desaparece sem sequela. 
Passa despercebida. Localiza-se na parede 
vaginal posterior, colo uterino, fúrcula e outras 
partes da genitália externa. 
• Fase de disseminação linfática regional → 
na mulher, a adenopatia depende do local de 
inoculação. A adenite pode evoluir em nódulos 
inguinais superficiais dolorosos ou bubões, que 
frequentemente rompem a pele com exsudação 
de descarga purulenta. A supuração e 
fistulização por orifícios múltiplos – bico de 
regador – é característico. 
• Fase de sequelas → obstrução linfática 
crônica é responsável pelo edema da genitália 
externa. Lesão na região anal pode levar a 
procite e protocolite hemorrágica. Contato 
orogenital pode causar glossite ulcerativa 
difusa, com linfodenopatia regional. 
• Sintomas gerais: febre, mal-estar, anorexia, 
emagrecimento, artralgia, sudorese noturna e 
meningismo. Os bubões que se tornarem 
flutuantes podem ser aspirados com agulha 
calibrosa, não devendo ser incisados 
cirurgicamente. 
• Mulheres com prática de coito anal e HSH 
podem apresentar proctocolites como 
manifestação inicial. O uso de preservativos ou 
outros métodos de barreira para sexo oral, 
vaginal e anal previnem a infecção C. 
trachomatis. 
• Acessórios sexuais devem ser limpos antes da 
sua utilização, sendo necessariamente de uso 
individual 
• Diagnóstico de LGV → considerar em adenite 
inguinal, elefantíase genital, estenose uretral 
ou retal. 
• Metodo elisa – demora 4 semanas pra gerar 
anticorpos 
• PCR 
• Exame histopatológico → material de secreções 
ou tecidos infectados não é específico, mas 
sugestivo 
• Cultura: meio McCoy ou de Hela 229 → 
demorado, o isolamento da clamídia é feito a 
partir do aspirado do linfonodo e de material 
obtido da uretra e da endocérvice. 
• Obs: na prática clínica, o diagnóstico é feito 
após exclusão de sífilis e cancroide. 
Tratamento: 
• Doxaciclina 100mg, VO, 1 comprimido, 
2x/dia por 21 dias 
Alternativa: azitromicina 500mg, 2 comprimidos, 
VO, 1x/semana, por 21 dias – preferencial nas 
gestantes 
DONOVANOSE: granuloma inguinal 
granuloma tropical, úlcera serpiginosa, granuloma 
contagioso e granuloma esclerosante. 
Etiologia: Klebsiella granulomatis 
Baixocontágio, crônica e progressiva 
Especulação → transmissão não só sexual, mas 
também via fecal ou autoinoculação 
Período de incubação → 30 dias a 6 meses 
Quadro clínico → ulceração de borda plana ou 
hipertrófica, bem delimitado, fundo granuloso, 
aspecto vermelho vivo e de sangramento fácil. 
• Evolução lenta e progressivamente, pode se 
tornar vegetante ou ulcerovegetante. 
• As lesões podem ser múltiplas, sendo 
frequente a configuração em “espelho” 
nas bordas cutâneas e/ou mucosas. 
Diagnóstico: identificação dos corpúsculos de 
Donovan em esfregaço, com coloração de Wright, 
Giemsa ou Leishman ou histopatológico. Na dúvida, 
faz biópsia. 
Tratamento: 
• Azirtromicina, mesmo tratamento que o 
LGV em gestantes. Devido a baixa infecção, 
não precisa tratar gestante.

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