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Curso Fundamentos da Integração Regional - O Mercosul (Instituto Legislativo Brasileiro - ILB)

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saberes.senado.leg.br 
Fundamentos 
da Integração 
Regional: O Mercosul 
 
Sumário 
MÓDULO I - CONTEXTUALIZANDO A INTEGRAÇÃO .................................................. 
1 
Unidade 1 - Aspectos introdutórios; Regionalismo e multilateralismo; Os 
blocos econômicos. ............................................................................................................ 
2 
Unidade 2 - teoria de referência; teoria da integração regional; etapas da 
integração... ....................................................................................................................... 
17 
MÓDULO II - O MERCOSUL............................................................................................... 
27 
Unidade 1 - Antecedentes ............................................................................................. 
28 
Unidade 2 - Análise dos marcos jurídicos constitutivos do Mercosul. ......... 58 
Unidade 3 - Estrutura institucional do Mercosul; Solução de Controvérsias 
 ................................................................................................................................................. 
69 
MÓDULO III - A DIMENSÃO PARLAMENTAR DO MERCOSUL ............................... 81 
Unidade 1 - A norma Mercosul; Procedimentos de produção da norma 
Mercosul. .............................................................................................................................. 
82 
Unidade 2 - O Parlamento do Mercosul; Definição. ............................................ 96 
MÓDULO IV - ANÁLISE DA TRAJETÓRIA E PERSPECTIVAS PARA O 
MERCOSUL ............................................................................................................................ 
109 
Unidade 1 - Sucessos e debilidades. ...................................................................... 110 
Unidade 2 - O Futuro do Mercosul .......................................................................... 
119 MÓDULO I - CONTEXTUALIZANDO A INTEGRAÇÃO 
 
 Ao término do módulo você estará apto a: 
 
 Ao término do módulo você estará apto a: 
 
 
o Identificar, com base na análise do 
contexto internacional, como se deu a 
formação dos Blocos Econômicos e a 
criação da Organização Mundial do 
Comércio; o Discutir a teoria da 
integração regional; 
o Distinguir os dois modelos de 
integração existentes no cenário 
internacional. 
 
 
 
 
Temas do Módulo I 
 
 Neste módulo, estudaremos o contexto internacional que veio a dar 
origem aos fenômenos da conformação de blocos econômicos, como o 
Mercosul e a União Europeia, e do multilateralismo comercial, que se traduz 
na criação da Organização Mundial do Comércio. 
 Examinaremos, ademais, a teoria da integração regional, tanto do ponto 
de vista econômico como político, e discorreremos, finalmente, sobre os dois 
modelos de integração existentes hoje no cenário internacional: o 
intergovernamental e o supranacional. 
 
 
Unidade 1 - Aspectos introdutórios; Regionalismo e multilateralismo; Os 
blocos econômicos. 
 
Regionalismo e multilateralismo 
 
 O cenário internacional contemporâneo, caracterizado pelo fenômeno da 
globalização, apresenta duas tendências paralelas no que tange às 
negociações comerciais: por um lado, a regionalista, que tende à formação 
de blocos econômicos, e por outro, a multilateralista, que prefere levar a cabo 
essas negociações em âmbito mais amplo e se expressa, sobretudo, no foro 
da Organização Mundial do Comércio (OMC). Ambas tendências despontam 
como resultado de certas condições que vieram a prevalecer no mundo a 
partir de meados do século XX. Algumas delas são condições de natureza 
política, outras referem-se a recentes avanços tecnológicos. 
 
 Entre as primeiras, o fim da Guerra Fria e a queda da chamada "Cortina 
de Ferro" constituem as principais. O mundo, antes dividido em blocos 
antagônicos, passa a ser percebido e a funcionar como um todo. Com o 
consenso prevalecendo entre as superpotências, as relações internacionais 
fazem das trocas e dos investimentos o seu grande objetivo. 
Consequentemente, intensificam-se de forma exponencial os fluxos do 
comércio no mundo. 
 
 Por outro lado, os recentes avanços no campo da tecnologia, com a 
descoberta de novos produtos e de novas técnicas de produção, a partir das 
vertiginosas transformações verificadas nos meios de comunicação, 
implicaram uma verdadeira 'reestruturação da economia mundial', com base 
nas duas tendências a que já nos referimos acima: a multilateralização das 
relações de comércio, que convive com a sua regionalização. 
 Em outros termos, notamos que todos esses fenômenos vêm ocorrendo 
em um cenário de crescente globalização, a qual, vista de um prisma 
puramente econômico, consiste na internacionalização da produção, sendo 
que tanto a regionalização quanto a multilateralização são respostas 
encontradas pelos países para fazerem face à nova realidade internacional. 
 
 O binômio 'pesquisa e desenvolvimento' (P&D) passou a constituir-se em 
fundamental componente nos custos de produção, superando mesmo, em 
importância, fatores mais tradicionais, como mão-de-obra e matéria-prima. 
 
 Assim, a regionalização, além de viabilizar investimentos cada vez 
maiores em P&D, para a obtenção de produtos mais baratos e de melhor 
qualidade, permite ganhos em escala, o que também barateia a produção, 
favorecendo a colocação dos produtos no mercado. 
 
 A integração econômica, portanto, não é um fim em si mesma, 
constituindo-se em instrumento para uma melhor inserção dos países do 
bloco no mercado internacional. 
 
 
Precursores da Integração 
 Saiba mais sobre Abade de Saint-Pierre 
 
 
Saiba mais sobre Abade de Saint-
Pierre 
 
Os Blocos Econômicos 
 
 A formação dos blocos econômicos é tendência representativa de um 
modelo de integração regional 
próprio do mundo globalizado, 
apresentando- 
se sob a forma 
 de agrupamento de vários 
países de uma região com 
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271011/mod_book/chapter/56945/Abade%20de%20Saint%20Pierre.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271011/mod_book/chapter/56945/Abade%20de%20Saint%20Pierre.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271011/mod_book/chapter/56945/Abade%20de%20Saint%20Pierre.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271011/mod_book/chapter/56945/Abade%20de%20Saint%20Pierre.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/992452/mod_book/chapter/73457/Abade%20de%20Saint%20Pierre.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/992452/mod_book/chapter/73457/Abade%20de%20Saint%20Pierre.pdf
vinculação econômica e entendimentobase 
 orientados para o desenvolvimento, a 
integração econômica e a liberalização econômica. 
 
 Uma das principais características de um bloco econômico é a busca 
incessante de fórmulas ágeis de discussão e acordo entre seus parceiros, que 
lhes permitam negociar, entre si e com outros países, através de mecanismos 
multilaterais, a defesa de seus interesses econômicos, bem como a obtenção 
de vantagens comerciais que facilitem e fortaleçam a promoção integrada de 
seu desenvolvimento. 
 
 
 Destacaremos, na linhas seguintes, alguns blocos econômicos do cenário 
globalizado. Cuidaremos apenas de poucos exemplos, com destaque para a 
formação da União Europeia, bloco em estágio mais avançado de integração. 
Ademais, por ora, nos absteremos de descrever sobre o Mercosul, tendo em 
vista que os módulos seguintes a ele se dedicarão de forma detalhada. 
 
 
 
 
ACORDO DE LIVRE COMÉRCIO DA AMÉRICA DO NORTE (NAFTA) 
 
O Acordo de Livre Comércio da América do 
Norte, o NAFTA (North America Free Trade 
Agreement), foi planejado para ser um 
instrumento de integração das economias dos 
EUA, do Canadá e do México.Iniciou em 1988, entre norte-americanos e canadenses, e por meio do 
Acordo de Liberalização Econômica, assinado em 1991, formalizou-se o 
relacionamento comercial entre os Estados Unidos e o Canadá. Em 13 de 
agosto de 1992, o bloco recebeu a adesão dos mexicanos, tendo entrado 
em vigor em janeiro de 1994. 
 
 
 
 O NAFTA consolidou o intenso comércio regional no hemisfério norte do 
continente americano, beneficiando grandemente a economia mexicana, ao 
mesmo tempo em que aparece como concorrente ao bloco econômico 
europeu, à ascendente economia chinesa e à fortíssima economia japonesa. 
 
 Este bloco não constitui uma organização internacional de cooperação 
econômica nos moldes clássicos. A meta essencial de seu acordo constitutivo 
é construir, em prazo específico, uma zona de livre comércio com ampla 
abrangência, se possível, atraindo outros países das Américas, regulando os 
investimentos, a propriedade intelectual e o comércio de bens e serviços entre 
os Países Membros do bloco. Para maiores informações consulte o site do 
NAFTA. 
 
 
 
 
COMUNIDADE ANDINA (CAN) 
 Em 26 de maio de 1969, pelo Acordo de Cartagena, foi criado o Pacto 
Andino, que recebeu depois o nome de Grupo Andino, mais tarde Comunidade 
Andina de Nações, e, enfim, Comunidade Andina. Era inicialmente formado 
pelos seguintes países: Colômbia, Peru, Venezuela, Equador, Bolívia e Chile. 
Criou-se, assim, uma União Aduaneira e Econômica para fazer restrições à 
entrada de capital estrangeiro, com base em estudos da Comissão Econômica 
para a América Latina (CEPAL), órgão da ONU. Com a subida ao poder do 
General Augusto Pinochet, em 1973, o Chile retirou-se do Pacto, abrindo sua 
economia ao mercado externo, principalmente ao norte-americano. 
 A Venezuela desligou-se da Comunidade Andina para aderir ao Mercosul. 
Hoje, o grupo de países remanescentes objetiva criar um mercado comum 
em função do processo de globalização econômica, que exige sua formação 
em bloco para melhor defesa de seus interesses e promoção integrada do seu 
desenvolvimento. 
 Com a Aliança do Pacífico, a Comunidade, abrangendo também o Chile e 
o México, e abrindo-se à adesão da Costa Rica e do Panamá, vem sendo 
concebida como instrumento voltado a promover uma maior inserção 
comercial de seus participantes em regiões consideradas estratégicas 
comercialmente, principalmente a Ásia. No momento, o Mercosul busca 
acelerar sua integração com a Aliança do Pacífico a partir da criação de uma 
zona de livre comércio. A atual onda de liberalização econômica reacende e 
atualiza no Continente, ainda que de forma incipiente e muitas vezes 
conflituosa, a realização do ideal panamericano. 
 
 
São Países Membros da CAN: Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. Site da 
Comunidade Andina 
http://www.comunidadandina.org/
http://www.comunidadandina.org/
http://www.comunidadandina.org/
http://www.comunidadandina.org/
 
 
 
 A União Europeia negociou a adesão dos seguintes países ao bloco, quais 
sejam: Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, 
Malta, Polônia e República Tcheca, já considerados aptos para adesão desde 
o início de 2003, com ingresso definitivo em 1º de maio de 2004. O 
décimoprimeiro país seria a Turquia, que, no entanto, ainda não preenche os 
critérios mínimos estabelecidos pela União Europeia para início das 
negociações com vistas à sua aceitação como país membro. 
 
 A Bulgária e a Romênia concretizaram sua entrada na União Européia a 
partir de 2007. 
 
 O órgão máximo da União Europeia é o Conselho Europeu. Agrupa os 
UNIÃO EUROPEIA (UE) 
 
A União Europeia representa o estágio mais avançado do processo de 
formação de blocos econômicos no contexto da globalização. 
Comunidade Originada da 
Econômica Europeia CEE), ( 
fundada em 1957 pelo Tratado de 
Roma, até 2003 a União Europeia 
era formada por 15 países da 
Europa Ocidental, e sua população 
estimada em 374 milhões de 
habitantes. Hoje, após a 
incorporação de mais 13 países do Leste Europeu, passou a con tar com 28 
Países Membros e uma população de aproximadamente 500 milhões de 
habitantes. 
 
Chefes de Estado ou de Governo, além do Presidente da Comissão Europeia, 
sendo responsável pela definição das grandes orientações políticas e 
cabendo-lhe a responsabilidade de abordar os problemas da atualidade no 
âmbito internacional. O Conselho Europeu reúne-se, em princípio, quatro 
vezes por ano, ou seja, duas vezes por semestre. Em circunstâncias 
excepcionais, o Conselho Europeu pode reunir-se em sessão extraordinária. 
 
 Outras instituições existem para que a União Europeia possa cumprir seus 
objetivos de integração. 
 
 O Conselho de Ministros (Conselho da União Europeia, ou simplesmente 
Conselho) é o órgão que dispõe de poder de decisão, assumindo a 
coordenação geral das atividades da União. O Conselho, juntamente com o 
Parlamento Europeu, fixa a legislação da União Europeia, inicialmente 
proposta pela Comissão Europeia. 
 
 O Parlamento Europeu, atualmente composto por delegados eleitos, 
atendidos por um secretariado formado por mais de quatro mil funcionários, 
possuí três tipos de poder: o orçamentário, o de controle da Comissão 
Europeia, e o legislativo. Este último é exercido diferentemente segundo a 
natureza da matéria em questão, indo de instância de consulta à co-decisão, 
quando divide o poder decisório com o Conselho. Uma das mais importantes 
funções do Parlamento Europeu consiste em aprovar e autorizar a indicação 
de projetos que consomem cerca de 45% do orçamento oficial da União 
Europeia. A contribuição de cada cidadão da União Europeia corresponde a 
1,5 Euros por ano, significando apenas um por cento do montante total do 
orçamento comunitário. 
 
 O Parlamento Europeu, com sede em Estrasburgo, na França, para 
sessões plenárias, é formado por parlamentares eleitos pelas populações dos 
Países Membros da União Europeia. Em Luxemburgo, funciona a Secretaria 
Administrativa, e em Bruxelas, na Bélgica, realizam-se reuniões das 
Comissões Temáticas. Lá se reúnem também o Conselho de Ministros da 
União Europeia e seu braço executivo, a Comissão Europeia. 
 
 A Comissão Europeia é o órgão executivo e tem como função a iniciativa 
na elaboração da legislação em comum, controlando sua aplicação e 
coordenando a administração das políticas comuns. Além disso, conduz as 
negociações da União Europeia no plano das relações exteriores. 
 
Complementam as instituições da União Europeia: 
 
1. Tribunal de Justiça; 
2. Tribunal de Contas; 
3. Comitê Econômico e Social; 
4. Comitê das Regiões; 
5. Provedor de Justiça Europeu; 
6. Banco Central Europeu (BCE); e 
7. Banco Europeu de Investimento (BEI). 
 
 Em 1992 é consolidado o Mercado Comum Europeu, com a eliminação das 
últimas barreiras alfandegárias entre os países-membros. Pelo Tratado de 
Maastricht (cidade da Holanda), a União Europeia entra em funcionamento a 
partir de 1º de novembro de 1993. 
 
 Três outros tratados complementam o Tratado de Maastricht: os Tratados 
de Amsterdam(1996), Nice(2001) e Lisboa(2007). 
 
 
 O Euro é a moeda única criada pela União Europeia, sendo utilizada, desde 
1º de janeiro de 2002, em substituição às demais moedas da maioria dos 
Países Membros, circulando em cédulas e moedas na comunidade financeira 
internacional. Já se consolidou e se afirma, a cada dia, como alternativa ao 
dólar norte-americano nas transações comerciais. 
 
 Por temer as consequências da perda da sua soberania, três países ainda 
resistem ao fim da emissão de sua própria moeda: Reino Unido, Suécia e 
Dinamarca. 
 
 Embora a crise econômica mundial, deflagrada no ano de 2009, tenha 
causado sérios impactos à estabilidade da Zona do Euro, não podemosnegar 
a força desta moeda, lastreada em economias poderosas, que passa a 
competir com o dólar norte-americano em condições de igual aceitação no 
mercado internacional. 
 
 Para admissão à União Econômica e Monetária, o país membro da União 
Europeia deve atender aos seguintes pré-requisitos: 
 
a. déficit público máximo de 3% do PIB; 
b. inflação baixa e controlada; 
c. dívida pública de no máximo 60% do PIB; 
d. moeda estável, dentro da banda de flutuação do Mecanismo Europeu de 
Câmbio; e, por último, 
e. taxa de juros de longo prazo controlada. 
 
ACONTECIMENTOS MARCANTES 
 
1. Em 1º de julho de 2001, a União Europeia deu início as negociações 
sobre livre comércio com o Mercosul, estando previstos inúmeros acordos de 
intercâmbio comercial entre a UE e o Bloco Econômico do Mercado Comum 
do Sul, embora se tenha presente as dificuldades nas negociações que 
envolvam o setor agrícola, pois a União Europeia não admite abrir mão dos 
muitos instrumentos criados para proteger o agricultor europeu. 
 
2. A Comissão Europeia adotou o RIP, programa que conta com 
significativos recursos provenientes da União e que se destina a ajudar na 
conclusão do Mercado Interno do Mercosul, a seu fortalecimento institucional 
e à efetiva participação da sociedade civil no processo de integração interna 
do Mercosul e birregional com a União Europeia. 
 
 
 
 
São Países Membros da UE: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Dinamarca, 
 
 
Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda (Países Baixos), Irlanda, Itália, 
Luxemburgo, Portugal, Reino Unido*, Suécia, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, 
Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia, Romênia e República Tcheca e 
Croácia. 
 
Site da União Europeia 
 
 
*Em 29 de Janeiro de 2018, a União Europeia começou Segunda Fase das Negociações do Brexit 
e adotou um conjunto de medidas que visa detalhar seu posicionamento sobre o período de transição da 
saída do Reino Unido da UE. A data proposta para o fim desse período é 31/12/2020, durante essa 
transição o Reino Unido continuará membro completo. 
Fonte: https://europa.eu/newsroom/highlights/special-coverage/brexit_en 
http://www.europa.eu/
https://europa.eu/newsroom/highlights/special-coverage/brexit_en
 Não é intenção deste trabalho – e nem poderia ser – esgotar o estudo 
sobre os blocos econômicos existentes. Assim, apenas a título de 
curiosidade, citamos outros blocos, tais como Mercado Comum 
CentroAmericano (MCCA), Mercado Comum e Comunidade do Caribe 
(CARICOM), Comunidade dos Estados Independentes (CEI), Associação 
Europeia de Livre Comércio (EFTA), Fórum Econômico da Ásia e do Pacífico 
(APEC), Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), Acordo 
Comercial sobre Relações Econômicas entre Austrália e Nova Zelândia 
(ANZCERTA), Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral 
(SADC). 
 
 
 A Organização Mundial do Comércio (OMC): a participação do Brasil 
no contencioso comercial da OMC 
 
 
 Criada em 1º de janeiro de 1995, a 
Organização Mundial do Comércio tem por objetivo 
geral formular as regras de comércio no mundo 
globalizado. A Organização foi criada para cumprir 
as seguintes metas: 
 
• Contribuir para a liberalização gradual do comércio multilateral, 
mediante rodadas de negociações; 
• Desencorajar a discriminação no comércio, evitando cláusulas como 
a da "nação mais favorecida"; 
• Estabelecer um órgão para a solução de conflitos comerciais. 
 
 
 
 A OMC é sucessora do GATT - o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio -, 
criado em 1948, logo após a Segunda Grande Guerra. Ao longo do período 
entre 1948 e 1994, foram as regras do comércio multilateral estabelecidas 
no âmbito do Acordo, uma vez que a Carta de Havana, que criava uma 
Organização Internacional do Comércio, jamais logrou ser ratificada pelos 
Estados Partes. 
 
 Nos primeiros anos de existência do GATT, suas rodadas de negociações 
buscaram basicamente a redução de tarifas comerciais. A Rodada Kennedy, 
realizada de 1964 a 1967, produziu um Acordo Anti-Dumping e a Rodada 
Tóquio, que se estendeu de 1973 a 1979, constituiu-se na mais importante 
tentativa já encetada para lograr a eliminação das barreiras não-tarifárias. 
Da Rodada Uruguai, iniciada em 1986, e que alcançou o seu final em 1994, 
nasceria a Organização Mundial do Comércio. 
 
 Sua especificidade em relação ao GATT reside no fato de que, enquanto o 
GATT debruçava-se apenas sobre o comércio de bens, a OMC inclui em sua 
agenda, entre outros temas, serviços, compras governamentais, propriedade 
intelectual e meio ambiente. Também não se pode deixar de lembrar que um 
diferencial relevante entre o antigo GATT e a OMC se refere ao fato de esta 
última contar com um mecanismo de solução de controvérsias sensivelmente 
mais efetivo que aquele com que contava o antigo GATT. 
 A OMC realizou duas grandes reuniões ministeriais: em Cingapura, em 
1996, e em Genebra, em 1998. A terceira, que marcou o início da "Rodada 
do Milênio", foi realizada em Seattle, nos Estados Unidos, entre os dias 30 de 
novembro e 3 de dezembro de 1999. Posteriormente, em 2001, foi lançada a 
“Agenda de Doha para o Desenvolvimento”, conhecida como Rodada de Doha, 
cujas negociações ainda estão em curso. 
 Para os 159 países membros da OMC, as tarifas que aplicarão às suas 
importações, registradas no âmbito da Organização, revestem-se de efeito 
vinculante e não podem ser desrespeitadas. Caso um dos membros se sinta 
prejudicado em virtude de iniciativa tomada por outro Estado Parte no 
Acordo, a ele caberá acionar o sistema de solução de controvérsias da OMC. 
 
 
 
 Nas vitais relações comerciais entre Estados, a consolidação da OMC 
representa importante momento de sobreposição do poder jurídico sobre o 
poder político. Adotando um inusitado aparato jurídico, já testado e 
comprovado em sua efetividade, o organismo internacional aplica um modelo 
racional de solução de controvérsias, mediante sugestão de sanções - ou seja, 
sem ser impositivo - sob medida para as peculiaridades de conflitos entre 
Estados soberanos. Fomenta, ademais, um pluralismo jurídico ordenado, com 
os Estados comprometendo-se a abster-se de medidas unilaterais de 
retaliações e medidas abruptas indesejáveis ao equilíbrio e harmonia 
internacionais. 
 
 Fruto da experiência obtida no direito do comércio internacional, somada 
aos melindres e limites do direito internacional público, o "panel" propõe uma 
original forma de decisão vinculante, em que inexistindo a pacificação do 
conflito pelos meios político-diplomáticos, profere-se, ao fim de um sumário 
processo de conhecimento, relatório com prescrições elaboradas por juristas 
a serviço da OMC. O relatório final do "panel" comina sanções compensatórias 
a quem violou as regras do comércio internacional, causando prejuízo a 
outrem, expressas em valores monetários. De natureza impositiva sob 
condição, já que podem ser negociadas interpartes, em busca da construção 
do consenso, sempre declaratórias e eventualmente constitutivas, tais 
 
Países membros da OMC 
 
O Brasil, ativo cliente do sistema de solução 
de controvérsias da organização, tende a 
ampliar sua litigiosidade, seja pelo que tem a 
defender, seja pelo que tem a conquistar. 
Embora não cheguemos a participar em 1% do comércio mundial, já somos 
autores ou réus em cerca de 8% dos famosos "panels" genebrinos, 
atualmente tão citados quanto desconhecidos. 
 
decisões conformam algo inusitado no direito tanto interno como 
internacional, não se tratando de laudo arbitral e tampouco de simulacro de 
sentença judicial. 
 
 Sujeitos ainda a uma cautela política francamente assumida pela OMC, os 
relatórios finais dos "panels" não serão implementados se vetados pelo querer 
de todos os Estados Partes, na dialética forma doconsenso invertido, o que 
não constitui novidade no direito internacional, haja vista, por exemplo, o 
poder de veto do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Na prática, 
contudo, o consenso invertido é extremamente difícil de ser alcançado, o que 
facilita a aprovação dos relatórios finais. 
 
 Há que se ter presente que a âncora contratualista da relação entre 
Estados - pacta sunt servanda - permanece incólume, com o consentimento 
sendo determinante para que se integre e permaneça na OMC, submetendose 
ao seu sistema de solução de controvérsias. E mais: só os Estados, blocos 
econômicos (atualmente apenas a Comunidade Europeia) e territórios 
aduaneiros com autonomia para conduzir relações comerciais externas têm 
legitimidade ad causam, embora saibamos que no mais das vezes são as 
empresas que conflitam (Bombardier x Embraer, Kodak x Fuji), sendo 
representadas pelos Estados, blocos econômicos ou os citados territórios 
aduaneiros, através das fórmulas ordinárias do direito internacional público. 
 
 
 
 Com uma legislação específica - o "Dispute Settlement Understanding", 
DSU, aprovado no bojo da Rodada Uruguai, em sua manifestação jurídica 
por excelência, o Encontro de Marraquesh, no primeiro semestre de 1994 -
, a OMC tende a transformar-se no grande fórum mundial, onde se estima 
serem pacificados os macroconflitos comerciais internacionais, agravados 
pelas duras contendas de manutenção e acesso a mercados. 
 
 O Órgão de Solução de Controvérsias, sempre que provocado, passará 
a buscar solução consensual, observando um calendário rígido, sem 
procrastinações unilaterais. Passando pela fase de conhecimento e do 
contraditório, em que os Estados expressam livremente suas razões, 
formando a prova na forma ordinária do due process of law, chega-se ao 
relatório final, que indica condutas e comina sanções comerciais na forma 
de direitos a serem ou não exercidos pela parte vencedora, aqui bem ao 
sabor das relações flexíveis do direito internacional. 
 
 
 O exercício facultativo dos direitos concedidos à parte vencedora é, de 
fato, prática de difícil percepção, senão àqueles habituados à realidade do 
direito do comércio internacional. Nele, em especial no contencioso comercial, 
ganhar não significa simplesmente aplicar-se a decisão. Há, em verdade, toda 
uma gama de circunstâncias que condicionam o que se fará. Está-se 
claramente em um outro espectro de prestação jurídica, onde a coação 
continua essencial ao direito, conquanto empregando meios muito mais 
sofisticados. 
 
 De toda sorte, e em que pese seu breve período de vigência, não há mais 
como duvidar da eficácia e efetividade do sistema de solução de controvérsias 
da OMC, como se aufere do grande respaldo internacional que vem 
recebendo. Considerados os vinte e sete países signatários do GATT, em 
1947, primeira tentativa de ordenar-se o comércio internacional, aos atuais 
signatários da OMC, e com especial significado para a adesão da China, não 
há mais espaço para qualquer tipo de ceticismo. 
Unidade 2 - teoria de referência; teoria da integração regional; etapas da 
integração... 
 
Teoria da Integração Regional 
 Além das considerações de ordem econômica, faz-se necessária também 
uma discussão do papel dos fatores políticos, não apenas no que concerne 
aos processos decisórios que levam certos países a optar por um processo 
integracionista, como também no que diz respeito à continuidade e 
aprofundamento dessa integração. O caso da Europa é paradigmático para a 
ilustração de processos de integração determinados por motivos de caráter 
político. Entre estes, cabe lembrar a necessidade de se evitar futuras guerras 
no continente europeu e a criação de uma terceira força na política mundial 
mediante o fortalecimento da Europa Ocidental, em um quadro, então, de 
polarização entre a União Soviética e os Estados Unidos. 
 
 Nesse cenário, ressurge o Movimento Federalista Europeu após o final da 
I Guerra Mundial, que se baseava nas ideias de precursores como o abade de 
Saint-Pierre (1658-1743), Immanuel Kant (1724-1804) e Victor Hugo 
(18021885), entre outros. Porém, os federalistas do século XX são 
impulsionados pelos horrores sofridos pelo continente europeu por força das 
duas guerras mundiais que o assolaram no intervalo de apenas 25 anos. 
Vários políticos posicionam-se a favor da criação dos "Estados Unidos da 
Europa", postura fortalecida pelo apoio dos Estados Unidos e pela pressão 
das crescentes ameaças de Moscou. Foi o temor de uma terceira guerra 
mundial, decorrente do expansionismo soviético, que levou Winston Churchill 
a proferir memorável discurso em Zurique, em 1946, quando apresenta o 
projeto de "Recriar a família europeia em uma estrutura regional tal que 
venha a chamar-se Estados Unidos da Europa". Sem dúvida alguma, as ideias 
federalistas permearam toda a trajetória da integração europeia, muitas 
vezes por meio de figuras políticas presentes no Parlamento Europeu, como 
Altiero Spinelli, autor do famoso Manifesto de Ventotene (1941), que defendia 
a união dos países da Europa em uma Federação Europeia. 
 
 
Saiba mais sobre Immanuel Kant 
 
Saiba mais sobre Victor Hugo 
 
 
 Outra vertente da teoria da integração deve-se ao cientista político David 
Mitrany, formulador da teoria funcionalista. Embora Mitrany tenha formulado 
a sua teoria com vistas à unidade mundial, e não apenas europeia, suas ideias 
influenciaram fortemente os primeiros militantes pela união da Europa e 
teóricos da integração, dando origem, mais tarde, à teoria neofuncionalista. 
A "alternativa funcional" de Mitrany vislumbra uma ampla teia de agências 
internacionais, onde tecnocratas de países diversos se dedicariam, em 
conjunto, de maneira racional, pragmática e flexível, ao desenvolvimento de 
atividades vinculadas a vários setores voltados ao bem-estar público. A 
soberania dos Países Membros de tais agências seria, gradualmente, 
transferida para tais reuniões intergovernamentais. Exemplo paradigmático 
desse sistema é o Tratado de Paris (1951), que cria a Comunidade Europeia 
do Carvão e do Aço (CECA) e uma Alta Autoridade destinada a administrar a 
sua produção e comercialização nos Estados Partes. A soberania passa a ser 
então compartilhada para determinadas decisões, por um ato de vontade dos 
próprios Estados envolvidos. 
 
 Mais tarde, Ernst Haas elabora a teoria neofuncionalista, que enfatiza o 
aprendizado, pelas elites de um país, dos benefícios da integração. Esta se 
estenderia a outros setores, em consequência de uma percepção favorável 
dos seus resultados. É o célebre efeito spill over, identificado por Haas como 
o principal propulsor de um projeto integracionista. O Mercosul oferece 
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http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/992452/mod_book/chapter/73472/Victor%20Hugo.pdf
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interessantes exemplos de spill over, na medida em que foi incorporando 
novos setores ao processo de integração que antes se encontravam alijados 
do mesmo, como relações trabalhistas, turismo e meio ambiente. 
 
 Em sua análise da integração do ponto de vista político, afirma Karl 
Deutsch, por sua vez, que a integração é um processo pelo qual se obtém 
determinado tipo de relacionamento entre as partes componentes, capaz de 
alterar o comportamentodestas relativamente ao que este seria, se essas 
partes componentes não estivessem integradas. 
 
 
Etapas da integração 
 
 Antes de mais nada, caberia 
definirmos alguns termos relacionados à 
formação de blocos econômicos. Segundo 
Bela Balassa, a integração econômica é 
um processo que implica medidas 
destinadas à abolição de discriminações em uma determinada área. 
 
 Assim, de início, um processo de integração econômica caracteriza-se 
por um conjunto de medidas que têm por objetivo promover a aproximação 
e a união entre as economias de dois ou mais países. 
 
O grau de profundidade dos vínculos que se criam entre as economias dos 
países envolvidos em um processo de integração econômica permite que 
se visualize, ou determine, as fases ou etapas do seu desenvolvimento. 
 
 
 A teoria do comércio internacional registra a classificação de cinco tipos 
de associação entre países que decidem integrar suas economias: 
 
 1) A Zona de Preferência Tarifária é o mais elementar dos processos 
de integração, apenas assegurando níveis tarifários preferenciais para o 
grupo de países que conformam a Zona. Assim, uma ZPT estabelece que as 
tarifas incidentes sobre o comércio entre os Países Membros do grupo são 
inferiores às tarifas cobradas de países não membros. 
 
 A ALALC, por exemplo, procurou estabelecer preferências tarifárias entre 
seus onze membros, ou seja, entre todos os Estados da América do Sul que 
aderiram à tentativa de integração comercial, excluídos apenas a Guiana e o 
Suriname, e incluindo-se ainda o México. 
 
 2) A Zona de Livre Comércio (ZLC), uma segunda modalidade, consiste 
na eliminação das barreiras tarifárias e não-tarifárias que incidem sobre o 
comércio entre os países que constituem a ZLC. 
 
 O NAFTA (North America Free Trade Area), ou Acordo de Livre Comércio 
da América do Norte, firmado entre os Estados Unidos, o México e o Canadá, 
é um exemplo de ZLC. 
 
 3) A União Aduaneira é uma Zona de Livre Comércio que adota também 
uma Tarifa Externa Comum (TEC). Nessa fase do processo de integração, um 
conjunto de países aplica uma tarifa para suas importações provenientes de 
países não pertencentes ao grupo, qualquer que seja o produto, e, por fim, 
prevê a livre circulação de bens entre si com tarifa zero. 
 
 
 O exemplo mais conhecido desse tipo de integração foi a Zollverein (União 
Aduaneira, em alemão), idealizada e impulsionada por Otto von Bismarck, o 
grande líder responsável pela unificação política da Alemanha, em 1850. A 
Zollverein foi criada em 1835 e dissolvida em 1866. 
 
 4) O Mercado Comum, quarto estágio de integração econômica, difere 
fundamentalmente da União Aduaneira porque, além da livre circulação de 
mercadorias, requer a circulação de serviços e fatores de produção, ou seja, 
de capitais e pessoas. 
 
 Porém, deve-se ressaltar que, além da livre circulação de bens, serviços 
e fatores de produção, todos os Países Membros de um Mercado Comum 
devem seguir os mesmos parâmetros para fixar a política monetária (fixação 
de taxas de juros), a política cambial (taxa de câmbio da moeda nacional) e 
a política fiscal (tributação e controle de gastos pelo Estado), ou seja, os 
Países Membros devem concordar com o avanço integrado da coordenação 
das suas políticas macroeconômicas. 
 
 A União Europeia, até 1992, foi um exemplo acabado de integração pela 
via do Mercado Comum, quando, então, prosseguiu para o estágio mais 
avançado, passando a se constituir em uma União Econômica e Monetária. 
 
 5) A União Econômica Monetária é a etapa mais avançada dos 
processos de integração econômica, até agora alcançada apenas pela União 
Europeia. 
 
 A União Econômica e Monetária ocorre quando existe uma moeda comum 
e uma política monetária com metas unificadas e reguladas por um Banco 
Central comunitário. Desde 2002, a União Europeia tem como moeda corrente 
o Euro, cuja emissão, controle e fiscalização dependem do Banco Central 
Europeu. 
 
 De acordo com a classificação exposta nos parágrafos anteriores, o 
Mercosul é, desde 1º de janeiro de 1995, uma União Aduaneira, mas o 
objetivo dos países que o integram, e que está consubstanciado no primeiro 
artigo do Tratado de Assunção, é a construção de um Mercado Comum. 
 
 Assim, de modo resumido, pode-se afirmar que o Mercosul é um projeto 
de construção de um Mercado Comum, cuja execução encontra-se na fase de 
União Aduaneira imperfeita. 
 
 Além das cinco etapas de integração, entendemos que uma sexta fase 
deve ser acrescentada à teoria sobre a qual nos apoiamos, que será a União 
Política. 
 
 
 
 A União Política poderá ser a etapa conclusiva de um 
processo de integração regional. Ao alcançá-la, o modelo 
intergovernamental, típico instrumento de cooperação 
internacional sempre liderado pelo Executivo, terá sido 
substituído pelo chamado modelo supranacional, que 
implica a existência de órgãos, no 
seio da estrutura institucional da integração, independentes dos Estados 
Membros e encarregados de zelar pelos interesses da região em sua 
totalidade. A união política poderá tomar a feição de uma federação, 
assentada sobre um pacto federativo, isto é, sobre uma constituição. 
 
 A União Europeia assinou, em 29 de outubro de 2004, o Tratado da 
Constituição Europeia, que, no entanto, ainda não logrou a sua aprovação 
em todos os Estados Membros, tendo sido rejeitado pelo voto popular por 
ocasião de referendos realizados na França (29 de maio de 2005) e na 
Holanda (1º de junho de 2005). Ressalte-se, entretanto, que até o presente 
momento 15 Países Membros já ratificaram o Tratado: Áustria, Bélgica, 
Chipre, Estônia, Alemanha, Grécia, Hungria, Itália, Letônia, Lituânia, 
Luxemburgo, Malta, Eslováquia, Eslovênia e Espanha. 
 
 
 Após a tentativa fracassada do Tratado da Constituição Europeia, foi 
assinado, em 2007, o Tratado de Lisboa, que pretendia, com algumas 
alterações, reviver o primeiro tratado. A população irlandesa, no entanto, 
rejeitou o Tratado de Lisboa e pôs em dúvida o modelo de expansão 
institucional e normativa da União Europeia. Parece certo que novas formas 
precisam surgir para que o projeto integracionista europeu não se estagne. 
 
Modelo supranacional x intergovernamental 
 Segundo a visão intergovernamentalista, os Estados soberanos, principais 
atores no cenário internacional, lançam-se à integração a partir do 
reconhecimento de que as vantagens da cooperação e da identificação de 
interesses comuns superam os custos da situação de conflito. Mas, em linhas 
gerais, na perspectiva intergovernamental os Estados devem esforçar-se por 
fazer valer, acima da visão regional, o interesse nacional. Desta noção 
decorre, naturalmente, o raciocínio segundo o qual a preservação da 
soberania nacional constitui um princípio essencial a ser observado ao longo 
das negociações da integração. O modelo intergovernamental constitui, 
portanto, típico instrumento de cooperação internacional, pautando-se pelos 
princípios do direito internacional clássico, tais como a igualdade dos Estados 
e o direito de veto. 
 
 Cabe assinalar a pronunciada importância conferida pelos países da 
América Latina ao conceito da soberania nacional absoluta, que emerge 
indissoluvelmente ligado às suas raízes históricas e que até hoje permanece 
como princípio basilar de sua cultura política. 
 
 O modelo supranacional implica a inclusão de um ou mais órgãos, no 
seio da estrutura institucional da integração, independentes dos Estados 
Partes e encarregados de zelar pelos interesses da região em seu conjunto. 
No caso da União Europeia, o órgão supranacional por excelência é a 
Comissão Europeia (chamada pelo Tratado de Paris, que criou a Comunidade 
Europeia do Carvão e do Aço, de "Alta Autoridade"),apresentando também o 
Parlamento e o Tribunal de Justiça (bem como o Tribunal de Primeira 
Instância) aspectos de supranacionalidade. A Comissão tem o poder de emitir 
"Diretivas" e "Resoluções", sendo que estas últimas se sobrepõem ao 
ordenamento jurídico interno dos Estados Partes, nos quais têm aplicação 
direta e imediata. 
 
 Contudo, é inegável a centralidade dos Estados nacionais nas formulações 
que determinam os destinos da integração. As negociações que conduzem às 
revisões dos tratados ocorrem em âmbito intergovernamental, e as entidades 
supranacionais são criadas pelos próprios governos, que lhes delimitam as 
competências. 
 Paulo Roberto de Almeida, em artigo escrito em 1994, aponta os seguintes 
aspectos de supranacionalidade no modelo comunitário europeu: 
• presença de instituições independentes dos Estados Membros 
(Comissão, Parlamento, Tribunal de Justiça); 
• métodos decisórios supranacionais (possibilidade de votação no 
Conselho segundo o princípio majoritário, superando eventuais 
oposições de Estados individuais); 
• sistema próprio de recursos e transferência de certas competências à 
Comunidade; 
• normas que vinculam diretamente os indivíduos, agentes econômicos 
e empresas. 
 
 
 Como mencionamos, o referido artigo data de 1994, momento em que o 
Mercosul preparava a arquitetura institucional que figuraria no Protocolo de 
Ouro Preto, firmado em 17 de dezembro de 1994, e que acompanharia a 
implantação da união aduaneira. Segundo o autor, não se poderia impulsionar 
no Mercosul, sem consideráveis riscos políticos, inclusive e principalmente de 
perda de credibilidade internacional, um processo de definição supranacional 
de instituições e métodos como os anteriormente enumerados. 
 
 Assim, o Protocolo de Ouro Preto veio a reiterar a natureza 
intergovernamental do Mercosul e a metodologia do consenso para os seus 
processos decisórios. 
 
 
Síntese 
Neste Módulo, estudamos os movimentos paralelos em curso no cenário 
mundial, de multilateralização do comércio e de formação de blocos 
econômicos. No que se refere ao multilateralismo, examinamos a 
Organização Mundial do Comércio e seu inédito mecanismo de solução de 
controvérsias, com destaque para a participação do Brasil nos contenciosos. 
Estudaremos, em seguida, a teoria da integração e suas diversas correntes, 
as etapas da integração e os modelos de que se podem revestir os blocos 
econômicos. 
 
 
 
 
 
 
 Parabéns! Você chegou ao final do Módulo I do curso Fundamentos da 
Integração Regional: Mercosul. 
 
 Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que você faça uma 
releitura do mesmo e responda aos Exercícios de Fixação, que o resultado 
não influenciará na sua nota final, mas servirá como oportunidade de avaliar 
o seu domínio do conteúdo. Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz 
a correção imediata das suas respostas! 
 Para ter acesso aos Exercícios de Fixação, clique aqui. 
 
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MÓDULO II - O MERCOSUL 
 
 
 
 
 Ao término do módulo você estará apto a: 
 
o Identificar os antecedentes históricos e 
os tratados fundadores do Mercado 
Comum do Sul; o Analisar o 
processo de integração do Mercosul. 
 
 
 
 
Temas do Módulo II 
 
 
 Neste módulo, estudaremos o Mercosul (Mercado Comum do Sul) 
detendo-nos em seus antecedentes históricos e tratados fundadores. Em 
seguida, analisaremos a estrutura institucional adotada pelos negociadores 
do bloco para impulsionar o processo de integração. Também será objeto de 
nosso estudo o sistema de solução de controvérsias adotado pelo Mercosul. 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 1 - Antecedentes 
 
 A Operação Pan-Americana (OPA), a 
Aliança para o Progresso, a ALALC e a 
ALADI 
 
 As raízes do pan-americanismo podem ser identificadas na pré-história 
política do continente, com mais precisão no Tratado de Madri de 1750, 
firmado entre Portugal e Espanha, por força da comum origem ibérica dos 
colonizadores de quase todo o seu território. A concretização dos vagos 
ideais, apenas esboçados nos três primeiros séculos de vassalagem às 
potências europeias, começa com as guerras da independência que o 
sacudiram de um extremo a outro, durante cerca de vinte anos, a partir de 
1810. 
 
 Assim, no primeiro quartel do século XIX a América Latina se tornou 
independente das metrópoles europeias. Toussaint L`Ouverture no Haiti, 
Francisco de Miranda na Venezuela, Joaquim José da Silva Xavier (o 
Tiradentes) no Brasil, foram os iniciadores do movimento de emancipação, 
logo seguidos por Bolívar, Sucre, O'Higgins, Rivadavia, San Martín, Artigas, 
Delgado, Francia, Hidalgo, Morelos, e vários outros líderes. 
 
 Sem dúvida foi Simón Bolívar o mais representativo deles, não só pela 
ação guerreira como pelas suas singulares virtudes de estadista, 
expressando, admiravelmente, sentimentos existentes de longa data e que 
eram patrimônio comum de grande número de americanos, como Thomas 
Jefferson, representante da América do Norte. 
 
 
 
 Com o decorrer do tempo, a doutrina defendida por Bolívar, que contou 
entre seus auxiliares diretos com o general brasileiro, José Ignácio de Abreu 
e Lima, filho do revolucionário Padre Roma, ficou consagrada sob a 
designação de "ideais bolivarianos". 
 
 Vale destacar que Simón Bolívar é a grande figura do pan-americanismo. 
Não foi apenas um fundador de nações, um Libertador, pois defendeu o ideal 
de formar, reunindo os países sul-americanos, uma só nação, um Novo 
Mundo. 
 
 A primeira reunião pan-americanista, convocada por Bolívar, foi realizada 
em dezembro de 1826, no Congresso de Panamá, que reuniu apenas 
representantes do México, América Central, Colômbia e Peru. 
 
 Daí em diante, apesar de tantos esforços e inúmeras retomadas, o projeto 
do pan-americanismo ficou apenas no plano dos ideais de alguns líderes, sem 
nunca avançar para uma consolidação, chegando-se, assim, à IX Conferência 
Pan-americana, em Bogotá, Colômbia, em 1948. 
 
 A X Conferência Pan-Americana aconteceu em 1954, em Caracas, na 
Venezuela, e além desta, outras conferências econômicas se sucederam sem 
alcançar resultados concretos. 
 
 
 
 
 
 
 Até o instante em que a roda 
da história no espaço geográfico 
sul-americano aproximou dois 
acontecimentos que permitiram o 
 surgimento de iniciativa 
política destinada a acelerar o 
projeto pan-americanista pela via 
 do desenvolvimento 
econômico: o primeiro deles, a eleição do presidente brasileiro Juscelino 
Kubitschek de Oliveira, que tomou posse em 1956; o outro, a visita do 
vicepresidente norte-americano Richard Nixon, em maio de 1958, a países 
sulamericanos, após 21 dias de visitas no Continente Africano. 
 
 O presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira envia carta, em 28 de 
maio de 1958, ao presidente Dwight D. Einsenhower, expressando 
solidariedade ao vice-presidente Richard Nixon, mas aproveitando para 
vincular as referidas manifestações a prejuízos causados perante a opinião 
pública mundial, à ideia da unidade pan-americana, que, segundo sua 
interpretação, somente podia ser resgatada se algo de relevância fosse 
feito para recompor a face da unidade continental. 
 
 
 
 Em Lima, no Peru, e em Caracas, na Venezuela, o vice-presidente 
norteamericano foi agredido, e, contra sua pessoa, os manifestantes 
repudiaram a omissão do governo dos EUA em relação a investimentos para 
o desenvolvimento no território sul-americano, ao mesmo tempo em que 
aquele país declarava prioridade para a África, após implantar o Plano 
Marshall de recuperação da Europa devastada pela SegundaGrande Guerra. 
 
 Nessa carta, o presidente Juscelino Kubitschek revelou não ter "plano 
detalhado para esse objetivo" de recomposição da unidade continental, de 
criação de "algo mais profundo e duradouro em prol de nosso destino 
comum". 
 
 O presidente Einsenhower respondeu ao presidente brasileiro, em 6 de 
julho de 1958, entendendo ser de fundamental importância a "adoção 
imediata de medidas que determinem, através de todo o continente, uma 
reafirmação do devotamento ao Pan-Americanismo e um melhor 
planejamento na promoção dos interesses comuns e do bem-estar de nossos 
diferentes países". 
 
Memorial Juscelino Kubitscheck (Brasília) 
 
 O presidente brasileiro aproveitou então a oportunidade da declaração 
norte-americana para, em missivas a chefes de Estado, conferências, 
discursos e declaração à imprensa, a partir da carta de 28 de maio de 1958, 
provocar um movimento continental denominado, por ele mesmo, de 
"Operação Pan-Americana" (OPA), que, rapidamente, alcançou ressonância 
mundial porque "seus objetivos correspondem às aspirações e às 
necessidades de todos os povos" (Embaixador Negrão de Lima, perante a 
Assembléia das Nações Unidas, em 18/09/1958). 
Os resultados da Doutrina Kubitschek começaram a surgir quando, em 1959, 
o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, com a aprovação do 
governo de Einsenhower, criaram em 1° de novembro do ano em referência 
a Associação Internacional de Desenvolvimento (AIF), com o endosso de 63 
Países Membros daquelas entidades, com um capital de US$ 1 bilhão, com a 
finalidade de auxiliar as nações subdesenvolvidas no mundo inteiro. 
 
 Em grande parte a reboque do movimento iniciado pelo presidente 
brasileiro, mais resultados se apresentaram, tais como a oficialização do 
Banco Interamericano de Desenvolvimento e a criação da Associação Latino 
Americana de Livre Comércio, a ALALC, surgida graças ao Tratado de 
Montevidéu, de 18 de fevereiro de 1960, seguindo a orientação da Comissão 
Econômica para a América Latina (CEPAL), que, desde 1955, elaborou 
trabalhos técnicos e manteve reuniões com os governos dos principais países 
da região, com o objetivo de adotar mecanismos de planejamento para 
vencer o processo de subdesenvolvimento que caracterizava o espaço 
geográfico latino-americano. 
 
 Para a CEPAL, os projetos de integração regional deviam enfatizar duas 
questões relevantes que, segundo ela, qualquer iniciativa desenvolvimentista 
na região seria obrigada a observar: 
 
- a industrialização, como condição indispensável para o 
desenvolvimento dos países latino-americanos, teria que dispor de mercados 
mais amplos que os nacionais, uma exigência básica para uma maior 
eficiência do processo de industrialização, desde que se lograsse, 
inicialmente, incrementar o comércio intrazona mediante acordos 
preferenciais; e 
 
- solução para a situação geral de intransferibilidade das moedas destes 
países, por causa das dificuldades para efetivar os pagamentos 
intrarregionais que incidiam negativamente sobre as iniciativas de comércio 
recíproco. 
 
 
 No entanto, a Operação 
Pan-Americana não se 
consolidou, e, em seu 
lugar, surgiu um programa 
de cooperação multilateral, 
criado em agosto de 1961 
pelos signatários da Carta 
de Punta del Este, com o objetivo de 
incrementar o desenvolvimento 
econômicosocial da América Latina. A ideia da 
Aliança 
para o Progresso foi lançada pelo sucessor de Einsenhover, o presidente 
John Kennedy, em março de 1961, já como uma resposta aos 
acontecimentos revolucionários em Cuba, com a tomada do poder pelo 
grupo liderado por Fidel Castro, e também pelas pressões de setores 
políticos e governamentais latino-americanos preocupados com a situação 
econômica e social da região. 
 
 Como veremos, pode-se afirmar que o Mercosul é o resultado de pelo 
menos três décadas de tentativas de integração regional sob a forma de 
associações de livre comércio congregando todos os países da América do 
Sul, tais como a ALALC (Associação Latino-Americana de Livre Comércio) e 
a ALADI (Associação Latino-Americana de Integração), tendo a segunda 
destas organizações surgido da transformação ou refundação da primeira 
delas. Aliás, o Mercosul tem vínculos com a ALADI na forma de um Acordo 
de Complementação Econômica (ACE n° 18) entre Brasil, Argentina, 
Paraguai e Uruguai, datado de 29 de novembro de 1991. 
 
 
 
 
 
 
 A ALALC perseguia um objetivo muito claro, pelo menos na sua definição: 
diminuir as tarifas alfandegárias entre os parceiros e criar uma área de livre 
comércio. Contudo, dois fatores obstaculizaram o progresso da ALALC, uma 
associação que durou de 1960 a 1980: 
1. A rigidez dos mecanismos estabelecidos para a liberalização 
comercial; e 
2. a instabilidade política vivida pela região sul-americana, sempre 
alimentada pelos ventos da Guerra Fria entre os blocos políticos 
liderados pelos Estados Unidos e pela ex-União das Repúblicas 
Socialistas Soviéticas, a URSS. 
 Em resumo, para além da questão da instabilidade política alimentada 
pela bipolaridade ideológica e militar EUA versus URSS, no período de 
vigência da ALALC os Países Membros só estavam dispostos a engajar-se na 
proposta de abertura comercial até um certo ponto: todos os associados 
queriam abrir o mercado dos demais países para os seus produtos, mas 
nenhum queria abrir o seu próprio mercado. 
 
Em 18 de fevereiro de 
de 1960 cidade na , 
Montevidéu, foi firmado o 
ato constitutivo de criação 
Latino da Associação - 
Ameri cana de Livre Comércio, a ALALC, 
uma organização para a cooperação 
econômica inspirada nas sugestões 
oriundas da Comissão Econômica para a 
América Latina (CEPAL), que tinha a liderança do grande economista 
argentino Raul Prebisch, assessorado diretamente p or outro reconhecido 
economista sul - americano, o brasileiro Celso Furtado. 
 
 
 Assim, impossibilitados de cumprir com o acordado em 1960, os Países 
Membros decidiram, vinte anos depois, extinguir a organização e substituí-la 
pela Associação Latino-Americana de Integração, a ALADI. 
 
 Nesse contexto, cumpre lembrar que, antes da decisão de substituição da 
ALALC pela ALADI, frente às dificuldades encontradas pela ALALC para 
consolidar seus objetivos fundamentais, no final da década de 60 alguns 
Países Membros se convenceram da necessidade de constituir blocos 
subregionais de integração. Assim, em 20 de maio de 1969 cinco países 
andinos firmaram o Acordo de Cartagena, que ficou conhecido como "Pacto 
Andino", com o objetivo de "promover o desenvolvimento equilibrado e 
harmônico dos Países Membros, acelerar seu crescimento mediante a 
integração econômica, facilitar sua participação no processo de integração 
previsto no Tratado de Montevidéu, e estabelecer condições favoráveis para 
conversão da ALALC em um mercado comum" (art. 10 do Acordo de 
Cartagena). 
 
 Os países signatários do ato constitutivo do Acordo de Cartagena, ou Pacto 
Andino, são, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru. Em 1973, 
a Venezuela aderiu ao acordo, retirando-se em 2006 para ingressar no 
Mercosul. O Chile, em 1976, retirou-se do grupo. 
 
 
 
 
Cartagena (Venezuela) 
 A nova organização, a ALADI, aproveitou os 
ensinamentos da anterior, a ALALC, e propôs 
uma pauta modesta, porém objetiva e 
pragmática. 
 
 A ALADI tinha a intenção de ser tão somente uma associação entre 
Estados soberanos, e de transformar-se em zona de livre comércio, já que 
os signatários tinham "como objetivo de longo prazo o estabelecimento, em 
forma gradual e progressiva, de um mercado comum latino-americano" 
(art. 10 do ato de criação da ALADI). 
 
 A ALADI, inaugurada em 12 de agosto de 1980, tinha por objetivo a 
total liberalização do comércio entre os onze Países Membros.Para tanto, 
adotou um mecanismo geral flexível: os acordos sub-regionais, isto é, 
acordos de liberalização comercial firmados apenas entre um grupo de 
Países Membros, e não entre os onze, embora respeitando-se princípios e 
conceitos comuns. 
 
 
 
 Além da flexibilidade proporcionada pelo mecanismo dos acordos 
subregionais, que gerou, por exemplo, o Protocolo de Expansão do Comércio 
(PEC) entre o Brasil e o Uruguai, e o Convênio Argentino-Uruguaio de 
Complementação Econômica (CAUCE), dois fatores novos contribuíram, na 
década dos anos 80, para criar um ambiente mais propício a propostas de 
integração regional: 
 
1. O processo de redemocratização, que arrebatou o continente num 
curto espaço de tempo; e 
 
2. a crescente diversificação da produção industrial daqueles países que, 
na região, souberam aproveitar o modelo da substituição de importações, 
com destaque para Brasil, Argentina e México. 
 
 Assim, a redemocratização regional, ao gerar ambiente propício para a 
estabilidade com legitimidade, levou os governos locais à busca de melhor 
relacionamento, como vizinhos, e não mais como peças secundárias no 
tabuleiro internacional do xadrez geopolítico engendrado pelo confronto EUA 
versus URSS. As nações sul-americanas passaram a enxergar que têm 
problemas e objetivos de desenvolvimento que se assemelham. 
 
 A diversificação industrial, por sua vez, significava que era possível, sim, 
propor-se uma maior complementaridade das economias entre os países 
sulamericanos, visando o desenvolvimento regional integrado, e, para tanto, 
a ideia da redução de barreiras tarifárias poderia produzir aumento efetivo de 
comércio, como ensinavam os resultados dos acordos sub-regionais 
propostos no âmbito da ALADI. 
 
 
 Brasil e Argentina iniciaram, nessa 
década de 80, a negociação de 
preferências comerciais, ou seja, de 
reduções tarifárias recíprocas. Deve- 
se destacar que, em 1986, os 
governos Raúl Alfonsín e José Sarney 
decidiram que a aproximação das 
economias brasileira e argentina devia constituir um dos pilares de suas 
políticas externas e firmaram o Tratado de Cooperação Econômica, que se 
mostrou muito eficiente no incremento e diversificação do comércio 
bilateral entre os dois países, em especial nos setores-chave de bens de 
capital, trigo e automóveis. 
 
 O êxito alcançado por esse acordo sub-regional, sob o amparo do sistema 
jurídico da ALADI, proporcionou os fundamentos para a ampliação do 
Tratado de Integração brasileiro-argentino, projetando-se, assim, a 
formação de um Mercado Comum entre os dois países, o Mercosul, sobre o 
qual nos deteremos mais adiante. 
 
 
 Por fim, para concluir o elenco de informações sobre a ALALC e a ALADI, 
listaremos os instrumentos construídos para liberalizar o comércio na região 
sob o amparo dos tratados constitutivos das referidas associações 
 
Segundo o Tratado de Montevidéu de 1960 (ALALC): 
 Listas nacionais de produtos, com alcance multilateral, o que 
significava estabelecer um sistema de preferência regional; 
 
 Lista comum, formada com produtos comuns resultantes das listas 
nacionais; 
 
 Listas de vantagens não extensivas, que deveriam beneficiar os 
chamados países de menor desenvolvimento relativo (PMDR), incluindo a 
Bolívia, o Equador, o Paraguai e o Uruguai; 
 
 Acordos de complementação, que podiam ser firmados por pares de 
países, cujas preferências se agregavam às listas nacionais dos Países 
Membros participantes, buscando-se assim a multilateralização. 
 
Conforme o Tratado de Montevidéu de 1980 (ALADI): 
 Acordos de Preferência Aduaneira Regional, assim denominados por 
estabelecerem as preferências outorgadas reciprocamente por todos os 
Países Membros, ainda que em porcentagens diferentes, para atender a três 
categorias classificatórias de graus de desenvolvimento: Países de Menor 
Desenvolvimento Relativo (PMDR), o que incluía Bolívia, Equador e Paraguai; 
Países de Desenvolvimento Médio (PDM5), que englobava Colômbia, Chile, 
Peru, Uruguai e Venezuela; e Países em Desenvolvimento (PDs), categoria 
formada por Argentina, Brasil e México; 
 Acordos de Alcance Regional, que, de acordo com o Tratado, são 
aqueles em que participam todos os Estados Membros, como no acordo de 
alcance parcial, e podem ser comerciais, de complementação econômica, 
agropecuários, de promoção do comércio, de cooperação científica e 
tecnológica, de promoção do turismo e de preservação do meio ambiente, 
entre outros. 
 Acordos de Alcance Parcial, que deram inicio à obrigação de se prever 
meios para agilizar a multilateralização destes acordos e buscar sua 
convergência para alcançar a finalidade de integrar as economias de todos os 
participantes da ALADI. Assim, os Acordos de Alcance Parcial podem ser: de 
renegociacão do patrimônio histórico, que abarcam os preferências já 
outorgadas na ALALC e que são renegociados na ALADI; comerciais, cujo 
único objetivo é aumentar o comércio e o âmbito de aplicação de cada acordo, 
se limita a um setor produtivo, a respeito de cujos produtos se concedem as 
preferências; de complementacão econômica, para aumentar o comércio, 
mas também promover a complementação das economias; de preferências 
para países não membros, previstos no art. 25 do Tratado de Montevidéu de 
1980, para conceder tratamento preferencial a países latino-americanos; 
agropecuários, para regular o comércio desse setor, mas sem incluir 
preferências, podendo referir-se a produtos específicos ou a setores 
agropecuários; de promoção do comércio, voltados para temas não 
alfandegários, podem compreender cooperação aduaneira, facilitação do 
transporte de mercadorias, conduta comercial, normas sanitárias e 
fitosanitárias, e outras; sobre outras matérias, previstos no art. 14 do TM 
1980, podem referir-se a cooperação científica e tecnológica, promoção do 
turismo, preservação do meio ambiente e demais assuntos não abrangidos 
pelos acordos citados anteriormente. 
 
 Deve ser ressaltado que os Acordos de Complementação Econômica se 
transformaram no instrumento mais utilizado na ALADI, e a partir da década 
de 90 produziu-se uma mudança substantiva, com o início da assinatura de 
convênios que têm por objetivo a constituição de zonas de livre comércio 
(ZLCS). Exemplo desses "acordos de nova geração" é o ACE 18 (Argentina, 
Brasil, Paraguai e Uruguai, que conformaram o Mercosul em seu início); 
 
 
 
 
A ALADI congrega os Países Membros da antiga ALALC, ou seja, 
Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, Equador, México, Paraguai, 
Peru, Uruguai e Venezuela. 
 
 A integração bilateral Brasil-Argentina 
 
 
 Superada em 1979 a questão Itaipu-Corpus, 
que mantivera em campos opostos o Brasil e a 
Argentina, desenhou-se gradualmente a parceria 
entre esses dois países, com base em crescente 
convergência das suas políticas interna e externa. 
 
 No campo interno, tratava-se de restaurar plenamente a vigência da 
democracia e dos direitos humanos fundamentais. 
 
 No plano externo, buscava-se superar as desconfianças geradas pela 
orientação autárquica imprimida aos dois países pelos governos militares, 
recuperar credibilidade nos foros multilaterais e agilizar a interlocução com 
os países industrializados. 
 
 Para colocar em prática esse novo modelo de inserção internacional, 
privilegiou-se uma parceria brasileiro-argentina construída, inicialmente, 
mediante propostas e ações no plano da segurança, notadamente na área da 
energia nuclear, "fomentando um clima de confiança mútua crescente e que 
ensejou, em seguida, o desmantelamento das hipóteses de conflito entre os 
dois países". Nesse sentido, houve nítido esforço da parte dos governos de 
José Sarney (1985-1990) e Raúl Alfonsín (1983-1989) no sentido de conferir 
prioridadeà América Latina em sua atuação político-diplomática. 
 
 Impulsionada primeiramente pela Ata de Iguaçu, firmada em 30 de 
novembro de 1985, a integração bilateral traduziu-se, primeiramente, em 
protocolos bilaterais de natureza setorial (trigo, bens de capital, segurança 
alimentar e outros), desembocando posteriormente, em 1988, no Tratado de 
Integração, Cooperação e Desenvolvimento. Refletindo o objetivo da 
promoção do desenvolvimento conjunto, esse instrumento internacional 
lançava as bases de uma integração a ser construída por meio do enlace dos 
setores produtivos dos dois países e de iniciativas conjuntas - por exemplo, 
no plano da energia, do transporte e das telecomunicações. O grande desafio 
com que se confrontavam Brasil e Argentina à época era representado pela 
alta inflação e pelo endividamento externo. 
 
 
 
 
Leia mais sobre a questão Itaip u - Corpu s 
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/992454/mod_book/chapter/73493/asaguasdasdiscordia.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/992454/mod_book/chapter/73493/asaguasdasdiscordia.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/992454/mod_book/chapter/73493/asaguasdasdiscordia.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/992454/mod_book/chapter/73493/asaguasdasdiscordia.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/992454/mod_book/chapter/73493/asaguasdasdiscordia.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/992454/mod_book/chapter/73493/asaguasdasdiscordia.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/992454/mod_book/chapter/73493/asaguasdasdiscordia.pdf
 
 
 Deve-se, ainda, ressaltar que esse bloco ergue-se sobre três bases: 
 
• a base jurídica está vinculada à ALADI, sob a forma de um Acordo de 
Complementação Econômica entre Brasil, Argentina, Paraguai e 
Uruguai, obedecendo a todos os princípios e normas daquela 
Associação; 
• a base política sustenta-se na cláusula democrática, acordada pelos 
seus altos mandatários desde o Tratado de Assunção e consolidada 
 
 Com a chegada ao poder de 
Carlos Menem na Argentina (1989) 
e de Fernando Collor de Mello 
 no Brasil, introduziram (1990) - se 
novos paradigmas no processo de 
obedecendo integração, à 
orientação neoliberal dos novos 
mandatários. Assim, privilegiou - se 
a orientação adotada pelo chamado 
"Consenso de Washington", n o 
sentido da abertura comercial, 
desregulamentação econômica e privatização. 
 
 O objetivo de estabelecer um mercado comum entre o Brasil e a 
Argentina surge na Ata de Buenos Aires, firmada em 6 de julho de 1990, 
por ocasião da visita do Presidente Fern ando Collor à capital da Argentina. 
Nessa ocasião, a abertura econômica e a desregulamentação dos mercados 
já balizavam a nova orientação imprimida à integração. 
 
 Um ano mais tarde, os instrumentos consagrados pelo Tratado de 
Assunção, que criou o Mer cosul, já com a participação do Uruguai e do 
Paraguai, refletiriam esse redirecionamento do processo de integração. 
 
pelo Protocolo de Ushuaia, de 24 de julho de 1998, sobre compromisso 
democrático no Mercosul - com a qual também concordaram Bolívia e 
Chile, países que detêm a condição de associados ao bloco, e no 
compromisso de criar e estimular um processo de integração regional 
sul-americana; 
• a base econômica configura-se na crescente diversidade e 
capacidade produtiva das quatro economias e no grande incremento 
das trocas comerciais entre seus Países Membros nos quatorze anos 
de sua vigência. 
 
 Cronologia da integração no Cone Sul 
 
 
 Em três anos e nove meses de 
existência, ou seja, de 26 de março de 
1991 a 31 de dezembro de 1994, o 
Mercosul saiu da projeção em papel - o 
Tratado de Assunção - para se 
transformar, na prática do cotidiano 
das relações entre os Estados Partes, 
em um complexo e dinâmico processo de integração 
regional. 
 Assim, do final do governo José Sarney (1985-1989), passando pelo de 
Fernando Collor de Mello (1990-1992), atravessando os dois períodos do 
governo Fernando Henrique Cardoso (1994-2002) e de Luis Inácio Lula da 
Silva (2003-2010), o Mercosul pode ser visualizado em seis fases distintas, 
cujas principais características detalham-se a seguir. 
 
 Primeira fase (do Tratado de Assunção ao Cronograma de Las Leñas - 
março de 1991 a julho de 1992) 
 Na sua primeira fase de vigência, o Tratado de Assunção expôs uma 
demanda histórica das sociedades que compõem o conjunto dos Estados 
Partes do Mercosul: a imperiosa necessidade de integração regional dos 
países sul-americanos, ideia lançada pelos pais fundadores das Repúblicas 
no continente sul-americano. 
 Na galeria seguinte, você pode visualizar esses pioneiros, cuja biografia e 
importância no processo de integração você poderá conhecer clicando sobre 
o respectivo nome. 
 GALERIA DOS PRECURSORES DA INTEGRAÇÃO SUL-AMERICANA (clique 
nos nomes para saber mais) 
 
Simón Bolívar 
(Venezuela) 
 
 
 
 
San Martin 
(Argentina) 
 
 
 
José Marti (Cuba) 
 
 
José Gervasio 
Artigas 
(Uruguai) 
 
 
Francisco 
Miranda 
(Venezuela) 
 
 
Bernardo 
O'Higgins (Chile) 
 
 
 
José Ignácio de 
Abreu e Lima 
(Brasil) 
 
 
 
Hipólito José da 
Costa 
(Brasil) 
 
 
 
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/Simon%20Bolivar.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/Simon%20Bolivar.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/San%20Martin.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/San%20Martin.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/San%20Martin.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/Jose%20Marti.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/Jose%20Marti.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/Jose%20Gervasio%20Artigas.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/Jose%20Gervasio%20Artigas.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/Jose%20Gervasio%20Artigas.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/Jose%20Gervasio%20Artigas.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/Francisco%20Miranda.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/Francisco%20Miranda.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/Francisco%20Miranda.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/Francisco%20Miranda.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/Bernardo.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/Bernardo.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/Bernardo.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/Bernardo.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/Jose%20Ignacio.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/Jose%20Ignacio.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/Jose%20Ignacio.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/Jose%20Ignacio.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/Hip%C3%B3lito%20Jos%C3%A9.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/Hip%C3%B3lito%20Jos%C3%A9.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/Hip%C3%B3lito%20Jos%C3%A9.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/Hip%C3%B3lito%20Jos%C3%A9.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/271013/mod_book/chapter/56986/Hip%C3%B3lito%20Jos%C3%A9.pdfAssim, a partir de julho de 1992, o programa automático de liberalização 
comercial ou desgravação tarifária progressiva, isto é, as reduções de tarifas 
sobre produtos negociados entre as economias dos países do bloco, ocorria 
inapelavelmente sem que fosse necessário qualquer tipo de renegociação 
entre os Estados Partes, respeitando-se apenas as exceções listadas de 
produtos/mercadorias inscritos pelos países. Vale ressaltar que, mesmo com 
a vigência desse Programa de Liberalização Comercial, Anexo I do Tratado de 
Assunção (março de 1991), pelo ACE nº18, de 29 de novembro de 1991, os 
países fundadores do Mercosul obedeceriam a um programa de desgravação 
progressivo, linear e automático, que se estenderia de 30 de junho de 1991 
a 31 de dezembro de 1994, e que seria iniciado com uma redução mínima de 
47%, sobre as tarifas já existentes, por mercadoria, até alcançar o limite 
máximo de 100%, ou seja, tarifa zero. 
 
 Foram excluídos do cronograma de desgravação os produtos 
compreendidos nas chamadas Listas de Exceções apresentadas 
individualmente pelos países signatários, segundo suas apreciações nacionais 
de bens ou produtos que necessitam de um tratamento diferenciado. De 
acordo com a NALADI (Nomenclatura ALADI, lista de produtos que cobre todo 
o universo de bens que podem ser comercializados e torna possível a 
cobrança de direitos de importação), os países apresentaram os seguintes 
quantitativos em suas Listas de Exceções: 
 
 República Argentina, 394 itens; 
 República Federativa do Brasil, 324 itens; 
 República do Paraguai, 439 itens; e 
 República Oriental do Uruguai, 960 itens. 
 Os produtos que forem sendo retirados das Listas de Exceções se 
beneficiam automaticamente das preferências que resultam do Programa de 
Desgravação com, pelo menos, o percentual de desgravação mínimo previsto 
para a data em que se operar sua retirada das mencionadas listas. 
 
 A partir da adoção da Tarifa Externa Comum (TEC), a lista de exceções à 
área de livre comércio passou a chamar-se "lista de adequação". 
 
 
 Segunda fase (do Cronograma de Las Leñas à Reunião de Colônia - julho 
de 1992 a janeiro de 1994) 
 
 
 Na segunda fase do processo de 
construção do Mercosul começaram a surgir 
as primeiras dificuldades para o avanço da 
integração econômica, pois os setores 
produtivos que se sentiam ameaçados no 
curto prazo puseram-se a pressionar seus 
governos por uma desaceleração das 
negociações e do programa de desgravação tarifária ou liberalização 
comercial, meta fundamental do projeto de integração regional. 
 
 Assim, tanto o setor industrial brasileiro quanto o argentino ofereceram 
resistências ao processo de integração: os argentinos por se sentirem 
ameaçados pela concorrência da indústria brasileira, porque vinham 
sofrendo um processo de desindustrialização desde a gestão de Martínez 
de Hoz durante o período militar; os brasileiros, não por se sentirem 
ameaçados pela concorrência dos outros três parceiros, mas porque lhes 
preocupava o limite que seria negociado como nível máximo para a Tarifa 
Externa Comum, a TEC, que viria a substituir as tarifas nacionais cobradas 
sobre as importações provenientes de países não-membros. 
 
 
 
 Ressalte-se que o setor agrícola brasileiro apresentou resistência ao verse 
exposto à concorrência de produtos agropecuários mais competitivos, 
sobretudo de produtos argentinos, porém o Mercosul foi um estímulo para a 
reconversão desse setor. 
 
 A tendência de cada país membro do Mercosul nas negociações para a 
fixação do nível máximo da Tarifa Externa Comum era, naturalmente, a de 
defender uma TEC o mais próxima possível de sua tarifa nacional, pois quanto 
menores as diferenças entre ambas, menores seriam os custos do ajuste 
quando da entrada em vigor dessa tarifa comum. 
 
 As negociações para a fixação de uma Tarifa Externa Comum levaram à 
compreensão de que a TEC deveria ser pensada para atender a uma nova 
estrutura tarifária, ou seja, uma estrutura de proteção dotada de coerência 
interna e adaptada às condições da economia dos quatro países considerados 
como um todo. 
 
 Desse modo, substitui-se a lógica individual, defensora dos interesses 
tarifários de cada parceiro, em favor de uma lógica coletiva da construção 
fundada no princípio da racionalidade econômica. 
 
 Enfim, quando os Países Membros fundadores do Mercosul entenderam 
ser possível criar uma TEC com racionalidade econômica, em fins de 1993, 
tornou-se possível defini-la para a maioria dos produtos que conformavam as 
matrizes econômicas de cada parceiro, ainda que os estudos para fixá-la só 
se completassem no final de 1994. 
 
 
 
 Nas negociações para criar uma TEC, o Governo brasileiro sempre 
sustentou que a adoção desse tipo de tarifa era imprescindível e necessária 
à continuidade do projeto do Mercosul, pois seus representantes técnicos 
argumentavam que somente uma TEC garantiria: 
 
a) a equidade de condições de concorrência no espaço geográfico do 
Mercosul; 
 
b) a existência de uma margem de preferência regional; 
 
c) o impulso político necessário para a preservação das conquistas 
alcançadas e para a continuação do processo de integração; 
 
d) unidade dos Países Membros em suas relações comerciais com outros 
países e grupos de países. 
 
 Assim, apesar da grande complexidade do processo de criação da Tarifa 
Externa Comum, as negociações nessa segunda fase do período de transição 
para a construção do Mercosul permitiram, entre julho de 1992 e janeiro de 
1994, que se mantivesse o programa de liberalização comercial, que 
superasse o problema de desequilíbrios da balança comercial e o das 
discrepâncias macroeconômicas, e que lançasse, por fim, as bases de uma 
TEC, obedecendo a uma lógica de integração e superando a lógica de 
confrontação, preservando-se, desta forma, os objetivos centrais do Tratado 
de Assunção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Na terceira fase, os negociadores buscaram detalhar os temas centrais 
que deveriam ser solucionados até dezembro de 2004, o que permitiria fazer 
funcionar o Mercosul já como União Aduaneira e dentro dos prazos previstos. 
 
 Assim, resolvidas as questões de base pertinentes à eliminação de 
barreiras tarifárias e não-tarifárias e à adoção de uma Tarifa Externa Comum, 
passou-se, nessa nova etapa, à concentração das discussões específicas 
sobre o nível tarifário dos bens de capital, sobre o número de exceções 
permitido na Tarifa Externa Comum, sobre a questão das Zonas Francas e 
seus impactos sobre o mercado ampliado, e, finalmente, sobre quais critérios 
balizariam o Regime de Origem, além de se definir e aprovar a nova estrutura 
institucional do Mercosul, que passaria a vigorar a partir de 1º de janeiro de 
1995, conforme fora estabelecido pelo Protocolo de Ouro Preto, de 17 
dezembro de 1994. 
 
 Terceira fase ( da Reunião de Colônia à entrada em vigor da União 
Aduaneira - janeiro de 1994 a janeiro de 1995) 
 
Colônia de Sacramento ( Uruguai ) 
 Em respeito ao consenso internacional sobre comércio, o Regime de 
Origem do Mercosul obedece à seguinte regra básica: é considerado originário 
da região, portanto com direito à tarifa zero, qualquer produto que tenha pelo 
menos 60% de valor agregado regional. 
 
 Por último, mas não menos importante, deve-se ressaltar que o Regime 
de Origem só é necessário quando o produto em questão está contido em 
alguma das listas de exceções à Tarifa Externa Comum. 
 
 Na Reunião de Colônia não se discutiram os demais temas que constituem 
o elenco de objetivos que consolidarão o projeto do Mercosul, quais sejam, a 
coordenação

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