Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Biofísica da circulação Hemodinâmica cardíaca Forças e mecanismos físicos relacionados à circulação sanguínea Biofísica 2019 / Ciências Biológicas / FCAV UNESP Sistema circulatório 1) Sistema cardiovascular – coração, vasos sanguíneos, sangue, sistema de controle (SN autônomo) a) Coração - bomba impulsiona sangue pelos vasos para as células do corpo e pulmões (5 litros / min). b) Vasos sanguíneos – rede tubular liga coração a todas as células em sentido de ida e volta. Artérias e veias. c) Sangue – fluido de transporte. 2) Sistema linfático (sistema circulatório secundário) – vasos linfáticos e tecidos linfoides (baço, timo, nódulos linfáticos, amídalas) Eventos do ciclo cardíaco Sístole e diástole 1) Metabolismo molecular – despolarização em células auto-excitáveis 2) Eventos elétricos – Potencial de Ação se propaga no coração 3) Eventos musculares – contração das fibras cardíacas 4) Eventos hidrodinâmicos – a massa sanguínea circula nos vasos Duas forças físicas determinam o ciclo cardíaco 1 2 3 4 Campo Eletromagnético Campo Gravitacional Grande circulação Pequena circulação Aspectos anatômicos do sistema circulatório Circulações sistêmica e pulmonar Microcirculação - componentes Sistema circulatório A circulação sistêmica inclui a aorta, artérias, capilares, vênulas, veias e as veias cavas A circulação pulmonar inclui as veias e artérias pulmonares Direção do fluxo sanguíneo Valvas cardíacas Músculos papilares e cordas tendíneas Valvas cardíacas - estruturas internas do coração; função - impedir o retorno do sangue. Finos folhetos de tecido fibroso (cúspides), presos às paredes internas do músculo cardíaco (músculos papilares), por cordas tendíneas (colágeno). Abrem-se e fecham-se passivamente, sendo puxados durante a contração dos músculos papilares e ventrículos. 1) válvula tricúspide, entre o átrio e o ventrículo direitos; 2) válvula pulmonar (semilunar), entre o ventrículo direito e a artéria pulmonar; 3) válvula mitral (bicúspide), entre o átrio e o ventrículo esquerdos; 4) válvula aórtica (semilunar), entre o ventrículo esquerdo e a aorta; 1) 3) 4) 2) O sistema linfático Três funções inter-relacionadas: (1) remoção dos fluidos em excesso dos tecidos corporais, (2) absorção dos ácidos graxos e transporte da gordura para o sangue, (3) produção de células imunes (monócitos, linfócitos e células produtoras de anticorpos). Os vasos linfáticos têm a função de drenar o excesso de líquido que sai do sangue e se junta ao líquido intersticial. Esse excesso de líquido que circula nos vasos linfáticos e é devolvido ao sangue é a linfa. Linfa - líquido transparente e esbranquiçado, constituído essencialmente pelo plasma sanguíneo, proteínas e por glóbulos brancos. A linfa é transportada pelos vasos linfáticos em sentido unidirecional e filtrada nos linfonodos (nódulos linfáticos ou gânglios linfáticos). Após a filtragem, é lançada no sangue, desembocando nas grandes veias torácicas. Relação dos sistemas sanguíneo e linfático Relação dos sistemas sanguíneo e linfático Estrutura dos vasos Estrutura dos vasos da microcirculação Diferença entre artéria e veia Tamanho do coração – 0,6% peso corporal Variação - genética, taxa metabólica. Volume sanguíneo – 8% peso corporal Relação entre a massa corpórea e o tamanho do coração Distribuição do débito cardíaco Distribuição do débito cardíaco durante repouso e exercício Campo elétrico e a circulação Sistema especializado de condução do coração (1 + 2 + 3 + 4) 1 3 2 4 Sequência da excitação cardíaca Células auto-excitáveis ou células marca-passo • Feixe de Hiss e fibras de Purkinje - sistema condutor especializado organiza as contrações cardíacas. • Células musculares especializadas em condução elétrica - transmitem impulsos elétricos a partir do nodo atrioventricular. Quatro momentos da contração: 1) Célula do marca-passo SA despolariza 2) PA se propaga para o átrio esquerdo 3) PA passa pelo Feixe de Hiss e atinge o ápice ventricular 4) PA se espalha pelas fibras de Purkinje Correlação entre os eventos elétricos e iônicos Eventos mecânicos Contração da musculatura cardíaca • Músculo cardíaco estriado. Particularidade - músculo sincicial Registro dos eventos elétricos Base do ECG O eletrocardiograma (ECG) é o registro dos sinais elétricos emitidos durante a atividade cardíaca. Reflete a atividade do coração e fornece informações sobre os impulsos que coincidem com cada fase da estimulação cardíaca. O coração, durante sua atividade, age como um gerador de correntes elétricas que se espalham no sistema condutor (músculo cardíaco), gera potenciais elétricos cuja evolução no tempo pode ser prevista. Registro dos eventos elétricos Base do ECG Einthoven estabeleceu 3 derivações dispostas de modo a formar os lados de um triângulo equilátero (Triângulo de Einthoven). Derivação - linha que une dois eletrodos. Uma derivação corresponde ao registro obtido por um eletrodo posicionado em qualquer ponto do corpo. Normalmente, os eletrodos são colocados na superfície do tórax e dos membros, mas existem situações onde se usam eletrodos no interior do esôfago, no interior do coração ou na superfície do coração. Derivações bipolares Derivações unipolares ECG - eletrocardiograma ECG Células de Purkinje e Normal Bloqueio parcial Bloqueio completo Cálculo da frequência cardíaca Taxa metabólica é proporcional à frequência cardíaca. Tempo de circulação do volume sanguíneo: • Elefante – 140 segundos • Homem – 50 segundos • Camundongo – 7 segundos Peso do coração (0,6%) x Frequência cardíaca Ciclo cardíaco – sístole e diástole Sístole Diástole Eventos no AE, VE e aorta durante o ciclo cardíaco Elétricos Mecânicos Sonoros Sons cardíacos Origem dos sons cardíacos Fechamento das válvulas AV (mitral) e semilunar aórtica produzem sons audíveis na superfície corporal 2º som 1º som Campo gravitacional e a circulação Energia potencial Energia cinética Energia gravitacional Atrito Pressão Viscosidade Mecânica circulatória Circulação sanguínea – sistema fechado, com o volume circulatório em regime estacionário (mamíferos) Sistema fechado, com o volume circulatório em regime estacionário Propriedades de um fluxo em regime estacionário Fluxo – volume que se movimenta (ml/min) Ec - energia cinética Ep - Pressão lateral (energia potencial) 1) Regime estacionário - volume que entra no sistema é o mesmo que sai 2) Energética – A velocidade de circulação (energia cinética - Ec) diminui à medida que o diâmetro aumenta. 3) Pressão lateral aumenta, porque a soma de Ep+Ec é constante. Ep cresce às custas da Ec. Qual a relação entre as condições de fluxo estacionário e a fisiologia circulatória? Quebra do regime (consequência?) Ex. 1 - Edema pulmonar - Quantidade de sangue que entra na circulação pulmonar é maior que a que sai. Acúmulo da sangue (estase) – extravasamento de plasma nos alvéolos - impede a troca gasosa, afoga o paciente no próprio plasma. Causas – falha da bomba cardíaca Processo agudo – estase de 1% por 10 minutos mata o paciente. Ex. 2 – Hemorragia – aguda é uma condição grave (estancar sangramento, repor líquido perdido); crônica (restabelecimento da volemia). Hemorragia arterial e venosa. Padrões anormais de fluxo sanguíneo – quebra do RE Fístulas Relação entre a velocidade de circulação e o diâmetro dos vasos? Área dos segmentos vasculares é muito variável, fluxo é obrigatoriamente constante - velocidade de circulação varia....... Relação entre a energética de fluxo e a pressão lateral Em um sistema líquido que se movimenta em tubos, pelo trabalho de uma bomba, a energia total (ET) do fluido é dada por 4 componentes (equação de Bernoulli): ET = Ep + Ec + Ed + Eg Ep - pressão lateral Ec – deslocamento do fluido Ed – atrito Eg – energiaposicional (gravidade) Vasos que levam sangue aos tecidos Pressão cai ao longo do vaso e diminui a força de irrigação dos tecidos. Qual a estratégia do organismo para compensar? Relação entre a energética de fluxo e a pressão lateral Estratégia de compensação? A compensação se dá por segmentação das artérias, criando área total maior. Pressão de irrigação nas artérias distais é menor que nas artérias proximais. Anomalias de fluxo O que ocorre com a pressão quando há anomalias de fluxo? Aneurisma e Estenose - (AVC e infarto) Onda de pulso e velocidade de circulação Onda de pulso – dilatação das artérias, sincrônica com os batimentos cardíacos (pulso). É energia mecânica – valor diagnóstico Corrente sanguínea é deslocamento da massa de sangue (movimento das hemácias). A onda de pulso se propaga com velocidade 4 a 6 vezes maior que a corrente sanguínea Energética na sístole e diástole Ec Ep Ep Por que a pressão e o fluxo continuam durante a diástole? Em nenhum momento do ciclo: 1) O fluxo se interrompe 2) A pressão se anula Energia potencial armazenada nas paredes das artérias se transforma em energia cinética Posição ereta – distância entre o coração e o cérebro. Pássaros - Pam mais alta – sujeitos a variações maiores de P pela aceleração da gravidade durante o voo. Ao nível do coração Ao nível do cérebro (280 – 180) (120 – 80) (140 – 95) Animais diferem nos níveis de P arterial média – forma e atividade Cara, você é ridículo Você tem ideia melhor? Hipertensão de origem vascular e sua energética Pressão nos capilares - Forças envolvidas Capilares – parte do sistema circulatório onde ocorrem trocas metabólicas com os tecidos Capilares Comprimento médio - 0,5 a 1,2 nm (800.000 a 1.200.000 nm) Diâmetro - 8 a 8,5 µm Velocidade – 0,4 mm/s (suficiente para permitir as trocas) Parede – camada única de células endoteliais Poros – 3 nm (cérebro; barreira hemato-encefálica) a 10 nm (fígado) A qq instante – 5% do sangue (250ml) está no leito capilar 5 litros por minuto Pressão e filtração nos capilares - Forças envolvidas Pressão e filtração nos capilares - Forças envolvidas O estado estacionário no capilar é importante. Se o fluido que sai for maior que o fluido que entra - edema Tipos de fluxo sanguíneo – regime de escoamento Relação com a circulação sanguínea Laminar - silencioso Turbilhonar - ruidoso Reologia (fluxo e deformações do fluxo) Velocidade crítica Distribuição das camadas do fluido No fluxo laminar – velocidade das camadas é > no centro Próximos às paredes – acúmulo de elementos figurados Importância do conhecimento – colheita de sangue – vasos calibrosos - não reflete a composição média do sangue Regime de fluxo e medida da pressão arterial Esfigmomanômetro Regime de fluxo e sopros circulatórios Sopros circulatórios – mudança do regime circulatório 1) Ocorrência comum em crianças e em adultos após exercício físico 3) Estreitamento de válvulas cardíacas por lesão inflamatórias ou degenerativas – cicatrizes estenosantes – fluxos com velocidades acima da crítica (sistólicos ou diastólicos) 4) Abaixamento da viscosidade do sangue (anemia) 5) Fístulas arteriovenosas ou interventricular. Interatrial não tem som audível (pressão mais baixa) 6) Aneurisma – jato de sangue ao passar pela área alterada (turbulência e ruído) Fatores físicos que condicionam o fluxo Equação de Poiseuille F= π ΔP r4 8 ΔL η Π e 8 - constantes de integração P – diferença de pressão r – raio do tubo L – comprimento do tubo η – viscosidade do sangue viscosidade raio Fatores físicos que condicionam o fluxo P – pressão r – raio do tubo L – comprimento do tubo η – viscosidade do sangue Alteração do número e volume de células Relação entre pressão e tensão Lei de Laplace Complacência das paredes (capacidade de distensão) Elasticidade – reação a forças deformantes (estrutura do vaso) Diferença entre tensão e pressão Pressão – força exercida pelo sangue nos vasos Tensão - medida indireta da pressão considerando todas as estruturas que envolvem as artérias naturalmente (músculos, tecido adiposo, pele). Aula prática Registro da atividade elétrica, pressão sanguínea arterial, sons cardíacos e pressão de pulso no homem
Compartilhar