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1 Esther Perinni Lopes – Medicina UVV XXVIII LIPOPROTEÍNAS As lipoproteínas são macromoléculas constituídas por uma fração lipídica (triglicerídeos, fosfolipídios e colesterol) e fração proteica (apolipoproteínas). fração lipídica = fica mais internamente, se fosse externo, poderia formar trombos e causar outras complicações. fração proteica = fica externamente e ajuda na solubilidade com a água e no transporte na corrente sanguínea (tendo em vista que internamente temos fração lipídica). função das lipoproteínas: transporte de triglicerídeos e colesterol. Existem vários tipos de lipoproteínas e elas são muito importantes para o bom funcionamento desse de transporte de triglicerídeos e colesterol, como o quilomícron, VLDL, LDL e HDL. papel dos triglicerídeos: desempenham um papel muito importante como o armazenamento, nossa forma de armazenamento de adipócitos acaba sendo os triglicerídeos. papel do colesterol: faz parte da constituição de membranas plasmáticas, síntese de ácidos biliares, está na composição de hormônios que são formados a partir do colesterol, os esteroides, principalmente (testosterona, estradiol). APOLIPOPROTEÍNAS OU APOPROTEÍNAS As apolipoproteínas possuem diversas funções: ▪ em relação à absorção. ▪ facilitam a entrada das lipoproteínas nos tecidos, como no fígado. ▪ podem servir como cofator enzimático. ▪ desempenham diversas funções no metabolismo lipídico. ▪ são alvo de ligações específicas com alguns receptores. ▪ ajudam na solubilização dos lipídeos e degradação também. Existem vários tipos de apolipoproteínas, mas os principais são: ▪ A-I = importante na estrutura do HDL pra ativar a enzima LCAT (lecitina colesterol aciltransferase) → o HDL vai receber o colesterol dos tecidos e esse colesterol sofre um processo de oxidação que é muito importante pra maturar o HDL e para que ele consiga distribuir o colesterol pra outras lipoproteínas. Sem a apolipoproteína A-I no HDL, ele não consegue ativar a enzima LCAT que promove a oxidação do colesterol para que ocorra a sua maturação. No processo de captação de colesterol pelo HDL, é necessário um transportador, que é o ABCA1, que transporta o colesterol para o HDL. Sem a apolipoproteína A-I, não ocorreria a ligação com o ABCA1 e o HDL não se ligaria ao colesterol. ▪ A-II = Inibe a enzima LCAT. Em uma situação, por exemplo, em que o colesterol já está em uma quantidade significativa e não se faz mais necessário continuar adicionando colesterol, então tem a paralisação através da inibição da LCAT. LCAT oxida o colesterol → importante para maturação de HDL → a maturação do HDL é importante para que ele consiga distribuir o colesterol para os tecidos de uma maneira apropriada → já se tem uma quantidade 2 Esther Perinni Lopes – Medicina UVV XXVIII significativa de colesterol → apolipoproteína A-II age inibindo a LCAT → paralisação da oxidação de colesterol e maturação de HDL. ▪ B-100 = quase todas as lipoproteínas apresentam essa apolipoproteína, é proteína estrutural de VLDL, IDL, LDL e LP (A) (A LP (A) é relevante no desenvolvimento da aterosclerose → veremos mais a diante). A apolipoproteína B-100 facilita a entrada e comunicação tecidual. ▪ B-48 = importante na estrutura dos quilomícrons. Sem a apolipoproteína B-48 na constituição da lipoproteína, não tem a possibilidade de síntese de outras lipoproteínas. ▪ C-I = importante na ativação da LCAT ▪ C-II = cofator essencial para a lipase lipoproteica. ▪ C-III = regulador, inibindo a lipase lipoproteica. ▪ Apolipoproteína E = responsável pela remoção hepática dos quilomícrons e VLDL remanescente. Obs: A LP(A) = é um fator aterogênico, as pessoas que possuem uma pré-disposição a aterosclerose acabam tendo essa lipoproteína aumentada. É um LDL modificado, um LDL que recebeu a apolipoproteína A e fica um pouco modificado e acaba interferindo até no processo de coagulação sanguínea. IDL = é o VLDL remanescente, ou seja, depois que o VLDL sofre um processo de metabolização, acaba formando o remanescente que é o IDL. AS LIPOPROTEÍNAS → Quilomícrons Partículas grandes. Função: facilitar a entrada dos triglicerídeos na circulação sistêmica, assim o triglicerídeo vai ser facilmente distribuído para outros tecidos como no fígado e formar as outras lipoproteínas. Produzidos no intestino → mais especificamente e preferencialmente na mucosa intestinal. A sua produção é normalmente a partir da ingestão de lipídeos - ingerido triglicerídeos preferencialmente. Composição: 90 a 95% de triglicerídeos que vieram da dieta. Depois que o quilomícron é formado veremos que ele é transformado em outras lipoproteínas, processo que acontece normalmente pela retirada de triglicerídeos. Não são apenas os triglicerídeos que constituem os quilomícrons, eles também são constituídos de fosfolipídios, glicerol, colesterol, e proteínas – essas proteínas são extremamente importantes porque são as apolipoproteínas. No caso dos quilomícrons, a lipoproteína de maior concentração é a B-48, mas também tem a APO-B-100. → VLDL Lipoproteína de muita baixa densidade. O quilomícron foi direcionado para o fígado, então a produção do VLDL é no fígado a partir de ácidos graxos que estão no plasma ou da síntese hepática. Constituição: tem menos triglicerídeos do que os quilomícrons, enquanto a quantidade de colesterol é 60%, tem 15% de fosfolipídios e 10% de proteínas. APO-B-100 APO C-II 3 Esther Perinni Lopes – Medicina UVV XXVIII APO E Função: Transporta triglicerídeos para os tecidos periféricos. → LDL Lipoproteína de baixa densidade, também é produzido no fígado a partir do remanescente de VLDL ou IDL. O VLDL vai sofrer uma retirada de triglicerídeos, chega um ponto que essa retirada de triglicerídeos para e ele vira o remanescente de VLDL ou vira o IDL e, nesse processo, tem a formação do LDL. Constituição: 5% de TG, 60% de colesterol, 10% fosfolipídio e 25% proteínas. Função: transportar o colesterol para as células. Principais apolipoproteínas: APO-B-100 APO C → HDL Lipoproteína de alta densidade. É produzida no fígado e no intestino. Constituição: 5% de triglicerídeos, 20% de colesterol, 20% de fosfolipídios e 50% de proteínas. Funções: retirar o colesterol de alguns tecidos. Realiza o transporte reverso de colesterol. Contribui para a proteção do leito vascular contra a aterogênese. Atua no transporte reverso de colesterol → evitando a placa de aterosclerose. Participam da remoção de lipídeos oxidados do LDL → muito importante porque o LDL oxidado é o q acaba acumulando nos vasos sanguíneos. Estimulação da liberação de oxido nítrico. O LDL conduz o colesterol até os tecidos enquanto o HDL promove a retirada. Principais apolipoproteínas: APO A I APO A II APO A IV APO C APO E O intuito do LDL é o transporte de colesterol para a célula. Mas existe o pensamento popular de que o LDL é uma coisa ruim e isso é algo que não se pode afirmar pois levar colesterol para os tecidos é muito importante em diversos processos do organismo que já foram anteriormente citados, como a produção de hormônios, a composição da membrana plasmática e etc. Então o colesterol é necessário nas células periféricas, a única coisa que é ruim é o excesso do mesmo! É o desbalanço entre o LDL e o HDL. Se eu tenho uma diminuição de HDL → excesso de colesterol nos tecidos. Se eu tenho aumento de LDL → pré-disposição a aumentar a deposição de colesterol. CICLO EXÓGENO E CICLO ENDÓGENO → Ciclo exógeno Leva em consideração dos triglicerídeos da dieta. A primeira etapa da formação do quilomícron é a ingestão dos triglicerídeos. Logo que ingerimos os triglicerídeos, eles são hidrolisados no intestinodelgado pela enzima lipase pancreática. Lipase pancreática = enzima que promove a degradação dos triglicerídeos. 4 Esther Perinni Lopes – Medicina UVV XXVIII Os triglicerídeos são formados por um glicerol que está ligado a três ácidos graxos. A lipase pancreática vai romper as ligações entre o glicerol e os ácidos graxos → essa reação é uma hidrólise. Muitos ácidos graxos e o monoacilglicerol foram liberados e eles serão absorvidos no intestino pelos enterócitos. Os ésteres de colesterol também vão sofrer uma ação enzimática, a enzima que faz essa degradação é a colesteril esterase, que promove a degradação do colesterol que vai ficar na sua forma livre. Agora temos os ácidos graxos + monoacilglicerol + colesterol livre que serão absorvidos pelas células intestinais, os enterócitos. Os ácidos graxos, monoacilglicerol e o colesterol livre são fatores muito lipossolúveis e não podem ir direto para a corrente sanguínea para serem absorvidos, pois assim teríamos um processo de formação de placa de ateroma e obstrução vascular. Dessa forma, eles precisam se ligar a → apolipoproteínas. Então os triglicerídeos e colesterol foram absorvidos pelos enterócitos → interagem → formam os triglicerídeos novamente → triglicerídeos se ligam a apolipoproteínas como a B-48. O colesterol, que estava livre, vai sofrer a ação da enzima colesteril transferase que vai transformar o colesterol em éster de colesterol novamente. Resumindo: Ingerimos os lipídeos na dieta → eles são degradados a moléculas menores → são absorvidos pelos enterócitos → depois de serem absorvidos, eles voltam a ser as macromoléculas de antes → os ácidos graxos e monoacilglicerol voltam a ser triglicerídeos → o colesterol livre volta a ser um éster de colesterol → agora o éster de colesterol e o triacilglicerol se associam a apolipoproteína B48. Quem promove essa associação entre os lipídeos e a apolipoproteína B48 é a MTP (proteína microssomal de transferência). Quando juntamos esses lipídeos: colesterol + triglicerídeos e a apolipoproteína B48 = QUILOMÍCRON. Na parte externa ficam as apolipoproteínas e na parte interna temos os triglicerídeos e os ésteres de colesterol. Nessa composição dos quilomícrons é possível chegar na corrente sanguínea, mas antes os quilomícrons precisam passar pelo sistema linfático, que é muito importante nesse processo de absorção de lipídeos. Então o quilomícron passa pelo sistema linfático → depois se associa com o sistema venoso →chega na corrente sanguínea = esse processo demora, em média, 60 minutos. Agora, na circulação sanguínea, os quilomícrons acabam recebendo algumas apolipoproteínas (APO C-II, APO C-III, APO E) que são cedidas pelo HDL. A APO C-II é uma das principais apolipoproteínas cedidas pelo HDL porque é responsável pela ativação da lipase lipoproteica (LPL) que fica próxima no endotélio, próxima ao tecido adiposo e ao tecido muscular. O papel principal dos quilomícrons é o transporte de triglicerídeos e de colesterol para os tecidos, então nesse momento é muito importante que tenha a ativação da LPL que vai promover a degradação, a retirada de triglicerídeos → quilomícron perde triglicerídeos → virando o VLDL. Lembrando que o quilomícron possui até 95% de triglicerídeos em sua estrutura e quando vira o VLDL, ele diminui para 60% → isso indica que teve uma retirada de triglicerídeos → quem faz essa retirada é a lipase lipoproteica (LPL) que fica no endotélio do tecido adiposo e muscular → a LPL foi ativada pela apolipoproteína C-II → a apolipoproteína C-II foi cedida pelo HDL quando o quilomícron alcançou a corrente sanguínea. 5 Esther Perinni Lopes – Medicina UVV XXVIII A lipase lipoproteica é responsável por promover a quebra do triglicerídeo em ácidos graxos e monoacilglicerol novamente → o monoacilglicerol e os ácidos graxos vão entrar na célula e serão absorvidos e usados como fonte energética. Fez atividade física → consumi glicose → glicemia vai fixar baixa → estimulação dos hormônios glucagon e adrenalina → estimula a enzima lipase hormônio sensível que agora vai estimular a quebra no tecido adiposo de triglicerídeos para que tenha ácidos graxos livres para chegar no músculo e ser usado como fonte energética. O quilomícron serviu de fonte energética para os tecidos e para o armazenamento de triglicerídeos e o que restou (quilomícron remanescente) acaba sendo degradado no fígado. A degradação do remanescente de quilomícron no fígado vai liberar uma parte do material lipídico (colesterol, triglicerídeos) que vai ser muito importante na síntese do VLDL. Lembrando que o quilomícron só consegue alcançar o fígado por causa da APO B-48. → Ciclo exógeno O ciclo exógeno é independente da questão da alimentação, é o ciclo que acontece naturalmente no nosso organismo para a produção de outras lipoproteínas, como o IDL e do próprio LDL. Também contribui para a excreção. O VLDL foi formado no ciclo endógeno a partir do quilomícron remanescente, e agora ele acaba recebendo mais apolipoproteínas. O HDL doa ésteres de colesterol, APO C-II, APO C- III e APO E. Então o VLDL é formado no fígado, principalmente a partir dos constituintes que vieram do quilomícron remanescente e alguns fatores são adicionados, como o colesterol e as apolipoproteínas do HDL (lembrando que o HDL sempre traz o colesterol tecidual). O VLDL agora recebe também a APO B-100 que é muito importante na absorção hepática, já que não temos a apoproteína B-48 mais (pois foi degradada no fígado junto com o quilomícron). Depois de receber a APO C-II do HDL, a enzima LPL vai ser ativada e vai retirar novamente os triglicerídeos, vai promovendo uma hidrólise e libera ácidos graxos. Agora temos mais uma diminuição na quantidade de triglicerídeos, mas no VLDL → resultando nos remanescentes de VLDL, que também é chamado de IDL. O que acontece com o IDL? O IDL é a lipoproteína de densidade intermediária, ele possui a apoproteína APO B-100 (faz com que 6 Esther Perinni Lopes – Medicina UVV XXVIII ele consiga entrar no fígado) e a APO E que vieram do HDL. No fígado ele vai sofrer uma degradação pela ação da enzima lipase hepática, que fica na superfície dos hepatócitos → 2/3 do IDL vai pro fígado sofrer essa degradação pela lipase pancreática e 1/3 participa na síntese do LDL. Depois de formado, o LDL pode ter dois caminhos: 1. Voltar para o fígado e participar da síntese de ácidos biliares, que é uma forma de excreção, uma forma de eliminar os lipídeos. 2. O LDL também pode ir para outros tecidos para produzir hormônios, constituir membranas celulares, exercer a função de armazenamento (principalmente o colesterol). Resumindo: VLDL formado → VLDL degradado pela LPL por conta da APO C-II presente nele → VLDL perdeu ácidos graxos e vira o IDL/remanescente de VLDL → pode ir para o fígado e sofrer ação enzimática, ser degradado ou pode virar o LDL → o LDL pode ir para o fígado formar ácidos biliares e ser excretado ou servir para outras funções nos tecidos do organismo (virar hormônio, constituir membranas celulares, etc). O PAPEL DO HDL NO TRANSPORTE REVERSO Já vimos que o papel do LDL é conduzir o colesterol para os tecidos e ele vai ser utilizado de diversas maneiras, como para produção de hormônios, armazenamento e constituição de membranas. Quando pensamos no HDL, ele faz o transporte reverso, que é justamente a retirada do colesterol dos tecidos para ser normalmente degradado, ele acaba doando o colesterol normalmente para outras lipoproteínas. Onde o HDL é formado? Preferencialmente no fígado, mas também pode ser formado no intestino. Como acontece essa formação? Sabemos que temos o colesterol nas células e esse colesterol é sempre transferidopara o HDL, mas ele tem várias etapas de formação, existem vários tipos de HDL até ele se tornar o HDL maduro. Para o HDL se tornar, em teoria, ativo, ele precisa receber a APO A-I, e ele e vai recebê-la no fígado. Depois de se tornar ativo (mas não está totalmente maduro), ele chega até os tecidos periféricos e começa a receber o colesterol. O fato de ter essa APO A-I faz com que ele consiga interagir com o transportador ABCA1 (que é o transportador de membrana que faz a transferência do colesterol) que retira o colesterol de dentro da célula periférica e passa esse colesterol para o HDL. O HDL ainda precisa passar por uma pequena etapa para se tornar maduro e vai sofrer um processo enzimático chamado de esterificação do colesterol, e a enzima que faz esse processo é a LCAT. Agora o HDL pode doar colesterol para outras lipoproteínas. Resumindo: HDL chegou no tecido periférico com a APO A- I → recebeu colesterol do tecido periférico por meio do transportador ABCA1 → captou colesterol → HDL sofre a esterificação de colesterol pela LCAT → agora vai transferir o colesterol para outras lipoproteínas como a LDL, IDL e a VLDL → essa transferência é feita pela CETP (proteína de transferência de colesterol esterificado) → lipoproteínas vão para o fígado e serão degradadas → os triglicerídeos serão degradados → libera triglicerídeos e a APO A-I que estava na constituição das lipoproteínas. O fígado vai degradar as lipoproteínas por meio dos receptores scavengers → degradação das lipoproteínas no fígado. Mas a transferência do colesterol só acontece porque tem o receptor SR-B1. 7 Esther Perinni Lopes – Medicina UVV XXVIII LIPOPROTEÍNA A Ela é uma modificação do LDL que é formada no fígado também. É uma forma especializada de LDL. É formada a partir do LDL e a apolipoproteína A. Em teoria, “ela faz mais mal do que bem”. A lipoproteína A tem uma constituição bem parecida com o plasminogênio. Plasminogênio → trombo cheio de fibrina (fibrina que faz a estabilização do trombo, formando o tampão estável) → para poder romper o trombo, normalmente precisamos da plasmina → a plasmina rompe as fibrinas → isso deixa o tampão menos estável → faz com que o tampão possa ser fragmentado → o plasminogênio é precursor da plasmina!! Então pelo plasminogênio ser muito parecido com a LPA, em vez do plasminogênio se ligar a um receptor e se tornar plasmina, quem se liga a esse receptor é a LPA → não temos a ativação do plasminogênio em plasmina. Se o plasminogênio não se transforma em plasmina, o trombo fica intacto pois a fibrina não foi degradada. Portanto, a LPA é um fator muito prejudicial pois interfere na fibrinólise → diminuição da degradação de trombos (chamada de trombólise) Um aumento na produção de LPA → chega uma hora que tem a obstrução de vasos. Óbvio que não é apenas esse fator que leva a doenças coronarianas, mas é um deles que é muito importante para a pré-disposição de algumas doenças vasculares. DISLIPIDEMIAS Elevação de colesterol e triglicerídeos no plasma/diminuição do HDL → fatores que contribuem muito para a formação de aterosclerose. Principais causas: pode ser primária ou secundária. Primária → herança genética específicas e estão associadas com excesso de produção ou remoção deficiente de lipoproteínas. Secundária → ocorrem devido a hábitos de vida inadequados e/ou a condições médicas específicas. Causas de dislipidemias secundárias predominantemente hipertrigliceridemia: Causas de dislipidemias secundárias predominantemente hipercolesterolemia: Outras classificações das dislipidemias que estão relacionadas com a elevação de determinado fator: 8 Esther Perinni Lopes – Medicina UVV XXVIII a) Hipercolesterolemia isolada = elevação isolada, apenas do LDL. b) Hipertrigliceridemia isolada = elevação apenas dos triglicerídeos → reflete o aumento do número/volume de partículas ricas em triglicerídeos, como o VLDL, IDL e quilomícrons. c) Hiperlipidemia mista = quando tem o aumento tanto de LDL e triglicerídeos. d) HDL-C baixo = redução do HDL-C isolada ou em associação com o aumento do LDL-C. DOSAGEM DOS LIPÍDIOS PLASMÁTICOS Fórmula de Friedewald → calcula a quantidade de LDL. Essa fórmula é apenas válida se a concentração de triglicerídeos for inferior a 400 mg/dL → em pacientes com hipertrigliceridemia mais pronunciada, o LDL-C deve ser medido diretamente. TRATAMENTO DAS DISLIPIDEMIAS O tratamento medicamentoso → feito com estatinas. Tratamento não-medicamentoso → A realização de um plano alimentar para a redução de peso, associado a exercício físico são considerados terapias de primeira escolha para o tratamento de pacientes com síndrome metabólica. Está comprovado que esta associação provoca a redução expressiva da circunferência abdominal e a gordura visceral, melhora significativamente a sensibilidade à insulina, diminui os níveis plasmáticos de glicose, podendo prevenir e retardar o aparecimento de diabetes tipo 2. Há ainda, com essas duas intervenções, uma redução expressiva da pressão arterial e nos níveis de triglicérides, com aumento do HDL-colesterol.
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