Buscar

Lipoproteínas: Funções e Composição

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 Esther Perinni Lopes – Medicina UVV XXVIII 
LIPOPROTEÍNAS 
As lipoproteínas são macromoléculas 
constituídas por uma fração lipídica 
(triglicerídeos, fosfolipídios e colesterol) e fração 
proteica (apolipoproteínas). 
 
fração lipídica = fica mais internamente, se 
fosse externo, poderia formar trombos e causar 
outras complicações. 
fração proteica = fica externamente e ajuda na 
solubilidade com a água e no transporte na 
corrente sanguínea (tendo em vista que 
internamente temos fração lipídica). 
função das lipoproteínas: transporte de 
triglicerídeos e colesterol. 
Existem vários tipos de lipoproteínas e elas são 
muito importantes para o bom funcionamento 
desse de transporte de triglicerídeos e 
colesterol, como o quilomícron, VLDL, LDL e 
HDL. 
papel dos triglicerídeos: desempenham um 
papel muito importante como o 
armazenamento, nossa forma de 
armazenamento de adipócitos acaba sendo 
os triglicerídeos. 
papel do colesterol: faz parte da constituição 
de membranas plasmáticas, síntese de ácidos 
biliares, está na composição de hormônios que 
são formados a partir do colesterol, os 
esteroides, principalmente (testosterona, 
estradiol). 
APOLIPOPROTEÍNAS OU APOPROTEÍNAS 
As apolipoproteínas possuem diversas funções: 
▪ em relação à absorção. 
▪ facilitam a entrada das lipoproteínas nos 
tecidos, como no fígado. 
▪ podem servir como cofator enzimático. 
▪ desempenham diversas funções no 
metabolismo lipídico. 
▪ são alvo de ligações específicas com alguns 
receptores. 
▪ ajudam na solubilização dos lipídeos e 
degradação também. 
Existem vários tipos de apolipoproteínas, mas os 
principais são: 
▪ A-I = importante na estrutura do HDL pra 
ativar a enzima LCAT (lecitina colesterol 
aciltransferase) → o HDL vai receber o colesterol 
dos tecidos e esse colesterol sofre um processo 
de oxidação que é muito importante pra 
maturar o HDL e para que ele consiga distribuir 
o colesterol pra outras lipoproteínas. 
Sem a apolipoproteína A-I no HDL, ele não 
consegue ativar a enzima LCAT que promove a 
oxidação do colesterol para que ocorra a sua 
maturação. 
No processo de captação de colesterol pelo 
HDL, é necessário um transportador, que é o 
ABCA1, que transporta o colesterol para o HDL. 
Sem a apolipoproteína A-I, não ocorreria a 
ligação com o ABCA1 e o HDL não se ligaria ao 
colesterol. 
 
▪ A-II = Inibe a enzima LCAT. 
Em uma situação, por exemplo, em que o 
colesterol já está em uma quantidade 
significativa e não se faz mais necessário 
continuar adicionando colesterol, então tem a 
paralisação através da inibição da LCAT. 
LCAT oxida o colesterol → importante para maturação de 
HDL → a maturação do HDL é importante para que ele 
consiga distribuir o colesterol para os tecidos de uma 
maneira apropriada → já se tem uma quantidade 
 
2 Esther Perinni Lopes – Medicina UVV XXVIII 
significativa de colesterol → apolipoproteína A-II age 
inibindo a LCAT → paralisação da oxidação de colesterol 
e maturação de HDL. 
 
▪ B-100 = quase todas as lipoproteínas 
apresentam essa apolipoproteína, é proteína 
estrutural de VLDL, IDL, LDL e LP (A) (A LP (A) é 
relevante no desenvolvimento da 
aterosclerose → veremos mais a diante). 
A apolipoproteína B-100 facilita a entrada e 
comunicação tecidual. 
▪ B-48 = importante na estrutura dos 
quilomícrons. 
Sem a apolipoproteína B-48 na constituição da 
lipoproteína, não tem a possibilidade de síntese 
de outras lipoproteínas. 
▪ C-I = importante na ativação da LCAT 
 
▪ C-II = cofator essencial para a lipase 
lipoproteica. 
 
▪ C-III = regulador, inibindo a lipase 
lipoproteica. 
 
▪ Apolipoproteína E = responsável pela 
remoção hepática dos quilomícrons e VLDL 
remanescente. 
Obs: 
A LP(A) = é um fator aterogênico, as pessoas 
que possuem uma pré-disposição a 
aterosclerose acabam tendo essa lipoproteína 
aumentada. É um LDL modificado, um LDL que 
recebeu a apolipoproteína A e fica um pouco 
modificado e acaba interferindo até no 
processo de coagulação sanguínea. 
IDL = é o VLDL remanescente, ou seja, depois 
que o VLDL sofre um processo de 
metabolização, acaba formando o 
remanescente que é o IDL. 
 
 
AS LIPOPROTEÍNAS 
→ Quilomícrons 
Partículas grandes. 
Função: facilitar a entrada dos triglicerídeos na 
circulação sistêmica, assim o triglicerídeo vai ser 
facilmente distribuído para outros tecidos como 
no fígado e formar as outras lipoproteínas. 
Produzidos no intestino → mais especificamente 
e preferencialmente na mucosa intestinal. 
A sua produção é normalmente a partir da 
ingestão de lipídeos - ingerido triglicerídeos 
preferencialmente. 
Composição: 90 a 95% de triglicerídeos que 
vieram da dieta. 
Depois que o quilomícron é formado veremos 
que ele é transformado em outras lipoproteínas, 
processo que acontece normalmente pela 
retirada de triglicerídeos. 
Não são apenas os triglicerídeos que constituem 
os quilomícrons, eles também são constituídos 
de fosfolipídios, glicerol, colesterol, e proteínas – 
essas proteínas são extremamente importantes 
porque são as apolipoproteínas. No caso dos 
quilomícrons, a lipoproteína de maior 
concentração é a B-48, mas também tem a 
APO-B-100. 
 
→ VLDL 
Lipoproteína de muita baixa densidade. 
O quilomícron foi direcionado para o fígado, 
então a produção do VLDL é no fígado a partir 
de ácidos graxos que estão no plasma ou da 
síntese hepática. 
Constituição: tem menos triglicerídeos do que os 
quilomícrons, enquanto a quantidade de 
colesterol é 60%, tem 15% de fosfolipídios e 10% 
de proteínas. 
APO-B-100 
APO C-II 
 
3 Esther Perinni Lopes – Medicina UVV XXVIII 
APO E 
Função: Transporta triglicerídeos para os tecidos 
periféricos. 
 
→ LDL 
Lipoproteína de baixa densidade, também é 
produzido no fígado a partir do remanescente 
de VLDL ou IDL. 
O VLDL vai sofrer uma retirada de triglicerídeos, 
chega um ponto que essa retirada de 
triglicerídeos para e ele vira o remanescente de 
VLDL ou vira o IDL e, nesse processo, tem a 
formação do LDL. 
Constituição: 5% de TG, 60% de colesterol, 10% 
fosfolipídio e 25% proteínas. 
Função: transportar o colesterol para as 
células. 
Principais apolipoproteínas: 
APO-B-100 
APO C 
 
→ HDL 
Lipoproteína de alta densidade. 
É produzida no fígado e no intestino. 
Constituição: 5% de triglicerídeos, 20% de 
colesterol, 20% de fosfolipídios e 50% de 
proteínas. 
Funções: retirar o colesterol de alguns tecidos. 
Realiza o transporte reverso de colesterol. 
Contribui para a proteção do leito vascular 
contra a aterogênese. 
Atua no transporte reverso de colesterol → 
evitando a placa de aterosclerose. 
Participam da remoção de lipídeos oxidados 
do LDL → muito importante porque o LDL 
oxidado é o q acaba acumulando nos vasos 
sanguíneos. 
Estimulação da liberação de oxido nítrico. 
O LDL conduz o colesterol até os tecidos 
enquanto o HDL promove a retirada. 
Principais apolipoproteínas: 
APO A I 
APO A II 
APO A IV 
APO C 
APO E 
O intuito do LDL é o transporte de colesterol 
para a célula. Mas existe o pensamento popular 
de que o LDL é uma coisa ruim e isso é algo que 
não se pode afirmar pois levar colesterol para 
os tecidos é muito importante em diversos 
processos do organismo que já foram 
anteriormente citados, como a produção de 
hormônios, a composição da membrana 
plasmática e etc. Então o colesterol é 
necessário nas células periféricas, a única coisa 
que é ruim é o excesso do mesmo! É o 
desbalanço entre o LDL e o HDL. 
Se eu tenho uma diminuição de HDL → excesso 
de colesterol nos tecidos. 
Se eu tenho aumento de LDL → pré-disposição 
a aumentar a deposição de colesterol. 
 
CICLO EXÓGENO E CICLO ENDÓGENO 
→ Ciclo exógeno 
Leva em consideração dos triglicerídeos da 
dieta. 
A primeira etapa da formação do quilomícron 
é a ingestão dos triglicerídeos. Logo que 
ingerimos os triglicerídeos, eles são hidrolisados 
no intestinodelgado pela enzima lipase 
pancreática. 
Lipase pancreática = enzima que promove a 
degradação dos triglicerídeos. 
 
4 Esther Perinni Lopes – Medicina UVV XXVIII 
Os triglicerídeos são formados por um glicerol 
que está ligado a três ácidos graxos. A lipase 
pancreática vai romper as ligações entre o 
glicerol e os ácidos graxos → essa reação é uma 
hidrólise. 
Muitos ácidos graxos e o monoacilglicerol 
foram liberados e eles serão absorvidos no 
intestino pelos enterócitos. 
Os ésteres de colesterol também vão sofrer uma 
ação enzimática, a enzima que faz essa 
degradação é a colesteril esterase, que 
promove a degradação do colesterol que vai 
ficar na sua forma livre. 
Agora temos os ácidos graxos + 
monoacilglicerol + colesterol livre que serão 
absorvidos pelas células intestinais, os 
enterócitos. 
Os ácidos graxos, monoacilglicerol e o 
colesterol livre são fatores muito lipossolúveis e 
não podem ir direto para a corrente sanguínea 
para serem absorvidos, pois assim teríamos um 
processo de formação de placa de ateroma e 
obstrução vascular. Dessa forma, eles precisam 
se ligar a → apolipoproteínas. 
Então os triglicerídeos e colesterol foram 
absorvidos pelos enterócitos → interagem → 
formam os triglicerídeos novamente → 
triglicerídeos se ligam a apolipoproteínas como 
a B-48. 
O colesterol, que estava livre, vai sofrer a ação 
da enzima colesteril transferase que vai 
transformar o colesterol em éster de colesterol 
novamente. 
Resumindo: 
Ingerimos os lipídeos na dieta → eles são 
degradados a moléculas menores → são 
absorvidos pelos enterócitos → depois de serem 
absorvidos, eles voltam a ser as 
macromoléculas de antes → os ácidos graxos e 
monoacilglicerol voltam a ser triglicerídeos → o 
colesterol livre volta a ser um éster de colesterol 
→ agora o éster de colesterol e o triacilglicerol 
se associam a apolipoproteína B48. 
Quem promove essa associação entre os 
lipídeos e a apolipoproteína B48 é a MTP 
(proteína microssomal de transferência). 
Quando juntamos esses lipídeos: colesterol + 
triglicerídeos e a apolipoproteína B48 = 
QUILOMÍCRON. Na parte externa ficam as 
apolipoproteínas e na parte interna temos os 
triglicerídeos e os ésteres de colesterol. 
Nessa composição dos quilomícrons é possível 
chegar na corrente sanguínea, mas antes os 
quilomícrons precisam passar pelo sistema 
linfático, que é muito importante nesse processo 
de absorção de lipídeos. 
Então o quilomícron passa pelo sistema linfático 
→ depois se associa com o sistema venoso 
→chega na corrente sanguínea = esse processo 
demora, em média, 60 minutos. 
Agora, na circulação sanguínea, os 
quilomícrons acabam recebendo algumas 
apolipoproteínas (APO C-II, APO C-III, APO E) 
que são cedidas pelo HDL. 
A APO C-II é uma das principais 
apolipoproteínas cedidas pelo HDL porque é 
responsável pela ativação da lipase 
lipoproteica (LPL) que fica próxima no 
endotélio, próxima ao tecido adiposo e ao 
tecido muscular. 
O papel principal dos quilomícrons é o 
transporte de triglicerídeos e de colesterol para 
os tecidos, então nesse momento é muito 
importante que tenha a ativação da LPL que 
vai promover a degradação, a retirada de 
triglicerídeos → quilomícron perde triglicerídeos 
→ virando o VLDL. 
Lembrando que o quilomícron possui até 95% 
de triglicerídeos em sua estrutura e quando vira 
o VLDL, ele diminui para 60% → isso indica que 
teve uma retirada de triglicerídeos → quem faz 
essa retirada é a lipase lipoproteica (LPL) que 
fica no endotélio do tecido adiposo e muscular 
→ a LPL foi ativada pela apolipoproteína C-II → 
a apolipoproteína C-II foi cedida pelo HDL 
quando o quilomícron alcançou a corrente 
sanguínea. 
 
5 Esther Perinni Lopes – Medicina UVV XXVIII 
A lipase lipoproteica é responsável por 
promover a quebra do triglicerídeo em ácidos 
graxos e monoacilglicerol novamente → o 
monoacilglicerol e os ácidos graxos vão entrar 
na célula e serão absorvidos e usados como 
fonte energética. 
Fez atividade física → consumi glicose → 
glicemia vai fixar baixa → estimulação dos 
hormônios glucagon e adrenalina → estimula a 
enzima lipase hormônio sensível que agora vai 
estimular a quebra no tecido adiposo de 
triglicerídeos para que tenha ácidos graxos 
livres para chegar no músculo e ser usado como 
fonte energética. 
O quilomícron serviu de fonte energética para 
os tecidos e para o armazenamento de 
triglicerídeos e o que restou (quilomícron 
remanescente) acaba sendo degradado no 
fígado. A degradação do remanescente de 
quilomícron no fígado vai liberar uma parte do 
material lipídico (colesterol, triglicerídeos) que 
vai ser muito importante na síntese do VLDL. 
Lembrando que o quilomícron só consegue 
alcançar o fígado por causa da APO B-48. 
 
 
 
→ Ciclo exógeno 
O ciclo exógeno é independente da questão da 
alimentação, é o ciclo que acontece 
naturalmente no nosso organismo para a 
produção de outras lipoproteínas, como o IDL e 
do próprio LDL. Também contribui para a 
excreção. 
O VLDL foi formado no ciclo endógeno a partir 
do quilomícron remanescente, e agora ele 
acaba recebendo mais apolipoproteínas. O 
HDL doa ésteres de colesterol, APO C-II, APO C-
III e APO E. 
Então o VLDL é formado no fígado, 
principalmente a partir dos constituintes que 
vieram do quilomícron remanescente e alguns 
fatores são adicionados, como o colesterol e as 
apolipoproteínas do HDL (lembrando que o HDL 
sempre traz o colesterol tecidual). 
O VLDL agora recebe também a APO B-100 que 
é muito importante na absorção hepática, já 
que não temos a apoproteína B-48 mais (pois foi 
degradada no fígado junto com o quilomícron). 
Depois de receber a APO C-II do HDL, a enzima 
LPL vai ser ativada e vai retirar novamente os 
triglicerídeos, vai promovendo uma hidrólise e 
libera ácidos graxos. Agora temos mais uma 
diminuição na quantidade de triglicerídeos, 
mas no VLDL → resultando nos remanescentes 
de VLDL, que também é chamado de IDL. 
O que acontece com o IDL? O IDL é a 
lipoproteína de densidade intermediária, ele 
possui a apoproteína APO B-100 (faz com que 
 
6 Esther Perinni Lopes – Medicina UVV XXVIII 
ele consiga entrar no fígado) e a APO E que 
vieram do HDL. No fígado ele vai sofrer uma 
degradação pela ação da enzima lipase 
hepática, que fica na superfície dos 
hepatócitos → 2/3 do IDL vai pro fígado sofrer 
essa degradação pela lipase pancreática e 1/3 
participa na síntese do LDL. 
 
Depois de formado, o LDL pode ter dois 
caminhos: 
1. Voltar para o fígado e participar da síntese de 
ácidos biliares, que é uma forma de excreção, 
uma forma de eliminar os lipídeos. 
2. O LDL também pode ir para outros tecidos para 
produzir hormônios, constituir membranas 
celulares, exercer a função de armazenamento 
(principalmente o colesterol). 
Resumindo: 
VLDL formado → VLDL degradado pela LPL por 
conta da APO C-II presente nele → VLDL perdeu 
ácidos graxos e vira o IDL/remanescente de 
VLDL → pode ir para o fígado e sofrer ação 
enzimática, ser degradado ou pode virar o LDL 
→ o LDL pode ir para o fígado formar ácidos 
biliares e ser excretado ou servir para outras 
funções nos tecidos do organismo (virar 
hormônio, constituir membranas celulares, etc). 
 
O PAPEL DO HDL NO TRANSPORTE REVERSO 
Já vimos que o papel do LDL é conduzir o 
colesterol para os tecidos e ele vai ser utilizado 
de diversas maneiras, como para produção de 
hormônios, armazenamento e constituição de 
membranas. 
Quando pensamos no HDL, ele faz o transporte 
reverso, que é justamente a retirada do 
colesterol dos tecidos para ser normalmente 
degradado, ele acaba doando o colesterol 
normalmente para outras lipoproteínas. 
Onde o HDL é formado? Preferencialmente no 
fígado, mas também pode ser formado no 
intestino. 
Como acontece essa formação? Sabemos que 
temos o colesterol nas células e esse colesterol 
é sempre transferidopara o HDL, mas ele tem 
várias etapas de formação, existem vários tipos 
de HDL até ele se tornar o HDL maduro. Para o 
HDL se tornar, em teoria, ativo, ele precisa 
receber a APO A-I, e ele e vai recebê-la no 
fígado. 
Depois de se tornar ativo (mas não está 
totalmente maduro), ele chega até os tecidos 
periféricos e começa a receber o colesterol. O 
fato de ter essa APO A-I faz com que ele 
consiga interagir com o transportador ABCA1 
(que é o transportador de membrana que faz a 
transferência do colesterol) que retira o 
colesterol de dentro da célula periférica e passa 
esse colesterol para o HDL. 
O HDL ainda precisa passar por uma pequena 
etapa para se tornar maduro e vai sofrer um 
processo enzimático chamado de esterificação 
do colesterol, e a enzima que faz esse processo 
é a LCAT. Agora o HDL pode doar colesterol 
para outras lipoproteínas. 
Resumindo: 
HDL chegou no tecido periférico com a APO A-
I → recebeu colesterol do tecido periférico por 
meio do transportador ABCA1 → captou 
colesterol → HDL sofre a esterificação de 
colesterol pela LCAT → agora vai transferir o 
colesterol para outras lipoproteínas como a LDL, 
IDL e a VLDL → essa transferência é feita pela 
CETP (proteína de transferência de colesterol 
esterificado) → lipoproteínas vão para o fígado 
e serão degradadas → os triglicerídeos serão 
degradados → libera triglicerídeos e a APO A-I 
que estava na constituição das lipoproteínas. 
O fígado vai degradar as lipoproteínas por meio 
dos receptores scavengers → degradação das 
lipoproteínas no fígado. Mas a transferência do 
colesterol só acontece porque tem o receptor 
SR-B1. 
 
 
 
7 Esther Perinni Lopes – Medicina UVV XXVIII 
LIPOPROTEÍNA A 
Ela é uma modificação do LDL que é formada 
no fígado também. É uma forma especializada 
de LDL. É formada a partir do LDL e a 
apolipoproteína A. 
Em teoria, “ela faz mais mal do que bem”. 
A lipoproteína A tem uma constituição bem 
parecida com o plasminogênio. 
Plasminogênio → trombo cheio de fibrina 
(fibrina que faz a estabilização do trombo, 
formando o tampão estável) → para poder 
romper o trombo, normalmente precisamos da 
plasmina → a plasmina rompe as fibrinas → isso 
deixa o tampão menos estável → faz com que 
o tampão possa ser fragmentado → o 
plasminogênio é precursor da plasmina!! 
Então pelo plasminogênio ser muito parecido 
com a LPA, em vez do plasminogênio se ligar a 
um receptor e se tornar plasmina, quem se liga 
a esse receptor é a LPA → não temos a 
ativação do plasminogênio em plasmina. Se o 
plasminogênio não se transforma em plasmina, 
o trombo fica intacto pois a fibrina não foi 
degradada. 
Portanto, a LPA é um fator muito prejudicial pois 
interfere na fibrinólise → diminuição da 
degradação de trombos (chamada de 
trombólise) 
Um aumento na produção de LPA → chega 
uma hora que tem a obstrução de vasos. 
Óbvio que não é apenas esse fator que leva a 
doenças coronarianas, mas é um deles que é 
muito importante para a pré-disposição de 
algumas doenças vasculares. 
 
DISLIPIDEMIAS 
Elevação de colesterol e triglicerídeos no 
plasma/diminuição do HDL → fatores que 
contribuem muito para a formação de 
aterosclerose. 
 
Principais causas: pode ser primária ou 
secundária. 
Primária → herança genética específicas e 
estão associadas com excesso de produção ou 
remoção deficiente de lipoproteínas. 
Secundária → ocorrem devido a hábitos de 
vida inadequados e/ou a condições médicas 
específicas. 
Causas de dislipidemias secundárias 
predominantemente hipertrigliceridemia: 
 
 
 
Causas de dislipidemias secundárias 
predominantemente hipercolesterolemia: 
 
Outras classificações das dislipidemias que 
estão relacionadas com a elevação de 
determinado fator: 
 
8 Esther Perinni Lopes – Medicina UVV XXVIII 
a) Hipercolesterolemia isolada = elevação 
isolada, apenas do LDL. 
b) Hipertrigliceridemia isolada = elevação 
apenas dos triglicerídeos → reflete o aumento 
do número/volume de partículas ricas em 
triglicerídeos, como o VLDL, IDL e quilomícrons. 
c) Hiperlipidemia mista = quando tem o 
aumento tanto de LDL e triglicerídeos. 
d) HDL-C baixo = redução do HDL-C isolada ou 
em associação com o aumento do LDL-C. 
 
DOSAGEM DOS LIPÍDIOS PLASMÁTICOS 
 
Fórmula de Friedewald → calcula a quantidade 
de LDL. 
 
Essa fórmula é apenas válida se a 
concentração de triglicerídeos for inferior a 400 
mg/dL → em pacientes com 
hipertrigliceridemia mais pronunciada, o LDL-C 
deve ser medido diretamente. 
 
TRATAMENTO DAS DISLIPIDEMIAS 
O tratamento medicamentoso → feito com 
estatinas. 
Tratamento não-medicamentoso → A 
realização de um plano alimentar para a 
redução de peso, associado a exercício físico 
são considerados terapias de primeira escolha 
para o tratamento de pacientes com síndrome 
metabólica. Está comprovado que esta 
associação provoca a redução expressiva da 
circunferência abdominal e a gordura visceral, 
melhora significativamente a sensibilidade à 
insulina, diminui os níveis plasmáticos de glicose, 
podendo prevenir e retardar o aparecimento 
de diabetes tipo 2. Há ainda, com essas duas 
intervenções, uma redução expressiva da 
pressão arterial e nos níveis de triglicérides, com 
aumento do HDL-colesterol.

Continue navegando