Buscar

apostila LOg Rev-25

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Logística Reversa e Sustentabilidade
25
tentam encontrar respostas para seus problemas locais. O 
movimento ambiental soma-se aos outros movimentos do 
período; moradia, transporte, saúde, etc. Segundo Pedro 
Jacobi, “a aproximação das lutas ambientais e sociais no 
Brasil, deu origem ao socioambiental ismo”. A partir dos 
anos 90 houve uma crescente influência na “promoção de 
estratégia para um novo estilo, sustentável, de desenvol-
vimento”.
Esse movimento teria tido maior relevância na socie-
dade brasileira em meados da década de 70, quando os 
primeiros grupos estruturados aparecem e com o estímulo 
da Conferência de Estocolmo em 1972. Houve uma con-
fluência entre as agências ambientais estatais e algumas 
entidades ambientalistas. Essa relação, no entanto, dava-
-se em termos de conflito e cooperação. “A principal crítica 
é à excessiva tolerância com as indústrias pela poluição 
provocada e à morosidade dos processos de fiscalização. 
A cooperação se fortalece a partir de aproximações res-
tritas a pequenos grupos da sociedade civil e pessoas que, 
dentro das estruturas federal e estadual, acreditavam na 
importância de proteger o meio ambiente. Outras ques-
tões diretamente ligadas ao agravamento da degradação 
ambiental, tais como crescimento populacional e déficit de 
saneamento, não faziam parte da agenda dessas organiza-
ções, contribuindo para uma visão limitada da realidade”.
Esses grupos se concentravam na região sul-sudeste 
e eram compostos por ativistas que desenvolviam uma 
série de atividades. Exemplo: comunidades rurais, educa-
ção ambiental, trabalhos de proteção e recuperação de 
ambientes degradados, proteção a ambientes ameaçados 
etc. Muitas ações eram feitas como denúncias e conscien-
tização. Algumas campanhas tiveram atuação nacional, 
como a Campanha Nacional contra o Desmatamento da 
Amazônia em 1978; contra a inundação de Sete Quedas no 
rio Paraná (1979-1983). Também contra a construção das 
usinas nucleares no Rio de Janeiro no período 1977-1985. 
Segundo Jacobi essas campanhas obtiveram repercus-
são internacional e ajudaram na multiplicação depressões 
contra o governo brasileiro. Na década de 1980, com a crise 
econômica e a crítica em relação ao modelo de desenvol-
vimento adotado surgem também maiores pressões inter-
nacionais para a crise ambiental.Houve articulações entre 
Organizações Não Governamentais (ONGs) européias e nor-
te-americanas com as entidades brasileiras. Caracterizou-se 
também, esse período, por “iniciativas para aprimorar os 
instrumentos legais de gestão ambiental” (legislação), es-
colha de parte dos ambientalistas em entrar em instituições 
políticas (Partido Verde) e uma buscadas ONGs ambientalis-
tas em se profissionalizar e se aproximar das ONGs sociais. 
Uma das deficiências do movimento ambientalista era não 
possuir “nenhum diálogo ou repercussão na população mais 
excluída, levando muito pouco em consideração as dimen-
sões socioeconômicas da crise ambiental”.
Desde os anos 1990, no entanto, o movimento ambien-
talista brasileiro teria conseguido superar essas barreiras. 
Haveria uma série de parcerias estabelecidas entre os am-
bientalistas e as ONGs ou movimentos sociais. Exemplos: 
(a) aproximação entre com os seringueiros da Amazônia e 
o apoio das ONGs à criação das reservas extrativistas (que 
teriam ficado conhecidas internacionalmente após o assassi-
nato de Chico Mendes em 22 de dezembro de 1988); (b) in-
teração das ONGs com o Movimento Indígena, incorporando 
a luta tradicional dos índios pela proteção de suas terras e a 
preservação do meio ambiente; (c) aproximação com setores 
do Movimento dos Sem Terra (MST), incluindo a “variável 
ambiental na luta pelo acesso a terá”; e, (d) aproximação 
junto a diversas associações de bairro, que procurariam ago-
ra incluir a questão ambiental em suas demandas.
Como podemos perceber pela enumeração de ações e 
parcerias, haveria uma tendência no movimento brasileiro 
em buscar uma ampliação de suas ações, nos âmbitos po-
lítico e social. No entanto, muitos desafios ainda precisa-
riam de solução. “O socioambientalismo do século XXI tem

Outros materiais