Buscar

RESUMO DERMATOFITOSES COMPLETO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO DELTA DO PARNAÍBA
CURSO DE BACHARELADO EM BIOMEDICINA
FHILLIPE FERREIRA DEODATO DA SILVA
GUSTAVO OLIVEIRA MONTEIRO ALVES
NICOLLE BARREIRA MACIEL
TAINARA PIMENTEL DOS SANTOS
RESUMO DERMATOFITOSES
PARNAÍBA
2021
RESUMO DERMATOFITOSES
As dermatomicoses são um conjunto de infecções superficiais e cutâneas causadas por fungos, sendo importantes causadoras de morbidade, apesar de não apresentarem riscos de vida, elas podem ter efeitos que afetam a qualidade de vida. Dentro das dermatomicoses, se tem as dermatofitoses ou tineas, que são as de maior ocorrência. 
Os dermatófitos são fungos pertencentes a um grupo taxonomicamente relacionado que possuem a capacidade de invadir os tecidos queratinizados dentre eles pele, pêlos e unhas dos homens e animais assim produzindo infecções superficiais cutâneas que são chamadas de dermatofitoses. Nesse grupo de fungos são encontrados os fungos hialinos, filamentosos, septados, e também podem se apresentar artroconidiados. Os dermatófitos constituem os gêneros Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton. 
Estudos epidemiológicos indicam que as dermatofitoses estão entre as doenças mais comuns do mundo, sendo consideradas o terceiro distúrbio de pele mais frequente em crianças menores de 12 anos e o segundo em população adulta. Recentemente a literatura vem registrando amplamente um aumento das infecções fúngicas, e dentre essas, as dermatomicoses são principais responsáveis por esse aumento. Diversos fatores podem ser responsáveis pelo crescimento da incidência das infecções fúngicas de pele sendo esses: A melhora do diagnóstico clinico-laboratorial, aumento da sobrevida de pacientes com doenças imunossupressoras e o uso de medicações que exercem uma pressão seletiva e possibilitam a instalação de microrganismos convencionalmente saprófitos. Aliado a esses fatores, os dermatófitos encontram nas condições de temperatura e umidade do clima tropical, o habitat ideal para sua disseminação.
Dessa forma, os dermatófitos, como patógenos clássicos de pele, têm tido maior possibilidade de causar processos infecciosos e, assim, tornam-se o grupamento de fungos mais isolados em patologias humanas. Acredita-se, com base numa prevalência estimada, que uma parcela de 10-15 % da população humana pode ser infectada no decorrer de sua vida.
A distribuição geográfica dos dermatófitos se apresenta de forma bastante variável; enquanto alguns são cosmopolitas, a distribuição de outros depende dos seguintes fatores: adaptação ao meio ambiente, deslocamentos humanos, convívio com animais domésticos, sexo, aspectos socioeconômicos, idade e imunidade do hospedeiro, promovendo assim variações no espectro destes fungos, de região para região. Dessa forma, é importante a ciência das espécies dos dermatófitos de uma determinada região, durante um intervalo de tempo prolongado, possibilitando estabelecer as espécies de ocorrência habitual, esporádica ou excepcional.
Muitas espécies estão distribuídas mundialmente, como o T. rubrum e o Epidermophyton floccosun. Outras espécies apresentam-se mais restritas e determinadas áreas geográficas; assim, o M. ferrugineum é encontrado na Ásia e África, o T. megninii na Europa e o T.concentricum na América do Sul e ilhas do Pacífico. 
A literatura mundial classifica o T. rubrum como a espécie de dermatófito mais frequentemente isolada, seguido do T, violaceum e do T. mentagrophytes. Entretanto, não se pode considerar esses dados como verdade absoluta, uma vez que boa parte da literatura mundial enfoca áreas geográficas onde as condições geoclimáticas e socias são extremamente diferenciadas da realidade brasileira e de outros países, fato esse que fatalmente influencia as espécies de dermatófitos isoladas. Estudos de incidência de dermatofitose nas regiões Sul e Sudeste do país tem apontado T. rubrum, M. canis e T. mentagrophytes, respectivamente, como as três espécies mais prevalentes de dermtófitos isolados. Já na região nordeste, tem sido observado como as espécies mais prevalentes o T. tansurans, seguido do T. rubrum e do M. canis. 
O período em que foi realizada a pesquisa, é outro fator que deve ser levado em consideração visto que tem sido observado, em determinadas populações, mudança no padrão e frequência dos dermatófitos mais isolados. Pode-se citar como exemplo uma pesquisa feita na França, mostrando que, no período de 1956 a 1980, os dermatófitos mais isolados em lesões do couro cabeludo eram o M. canis, com 66,8% seguido do T.violaceum, com 12,1% Já no período compreendido entre 1981 e 1989, os dermatófitos mais isolados na França, de lesões do couro cabeludo, foram T. soudanense, com 54,1%, seguido do M. langeronii, com 26,5%. Essa mudança nas espécies de dermatófitos isolados está possivelmente ligado ao fluxo da população francesa as ex-colônias africanas, ou vice-versa. Outro exemplo, foi a alta incidência de T.violaceum registrada na década de 30 no Brasil em decorrência da chegada de imigrantes vindos de Portugal. 
Portanto, conclui-se que vários fatores, como condições climáticas, praticas socias e a mobilidade de populações humanas, entram na epidemiologia das dermatofitoses e que estudos retrospectivos e prospectivos devem ser sempre realizados a fim de revalidar e atualizar os dados vigentes na literatura.
Em decorrência da adaptação ao meio ambiente os fungos possuem uma predileção ecológica. E assim podem se dividir de acordo com seu habitat em três grandes grupos sendo eles: geofílicos; zoofílicos e antropofílicos. 
 A importância dessa caracterização se dá pela necessidade de saber como será a resposta inflamatória desencadeada no homem, sabendo que quanto mais distante filogeneticamente mais evidente a resposta será. Apesar disso, não se pode esquecer que a resposta depende totalmente da relação parasita/hospedeiro, e em algumas situações a resposta pode não ser devido a esse distanciamento filogenético 
Os dermatófitos são chamados de geofílicos por (geo do grego ge(o) – solo, fílicos do grego philía – amizade) possuirem viabilidade vital em regiões ricas em resíduos de queratina humana e animal (pelos, penas, escamas) rica em proteínas de alto peso molecular.
Os dermatófitos zoofílicos (zoo do grego zôon – animais, fílicos do grego philía – amizade) são caracterizados dessa forma por possuírem condições de parasitismo em animais (aves, cães, gatos e outros), provavelmente devido a uma evolução que o fez abandonar o solo.
Os dermatófitos antropofílicos (antropo do grego ánthropos – homem, fílicos do grego philía – amizade) são conhecidos assim por serem um grupo especifico do homem. Acredita-se que após processos evolutivos eles saíram do solo, foram pra animais e logo após se adaptaram nos homens. 
Os dermatófitos podem originar-se de forma endógena como também exógena. As de origem endógena são mais fáceis devido ao algum atrito contínuo, em especial nos pés e em região genital, podendo até transforma-la em infeções sérias bacteriana secundária, como ocorre com os soldados em exercícios prolongados, outro exemplo bastante comum é em atletas esportivo, por deixarem os pés mal enxutos, acaba que traz uma carga de esporos dos estrados e tapetes das salas de banhos, conhecidos como "pé-de-atleta ".Em relação a de origem externa, são evidenciadas mais frequentemente em profissões que lidam com animais e terra, podendo atacar previamente os animais e posterior o homem, ou até mesmo diretamente. 
De acordo com relatos na literatura, a patogenicidade das cepas antropofílicas de T. mentagrophytespedis está constantemente relacionada a infecções crônicas dos pés e unhas, enquanto as cepas com trópico animal causam infecções inflamatórias nos pés, unhas e pele. A partir de amostras de pele e unhas. T. rubrum é a espécie mais comum em infecções nos pés, unhas, virilha e tronco, e também pode causar infecções crônicas da pele 
Era aceito tranquilamente que os dermatológicos atuavam apenas na camada superficial da pele, nos pelos, cabelos e unhas, em consequência de sua propriedade queratinofílicas,porém discutiu-se a existência de um favor anti-dermatófito no soro, que seria a causa verdadeira que impede a invasão dérmica e quando essa ainda assim acaba acontecendo é porque p fator está em níveis baixíssimos ou ausentes.
São bastante variadas, pois respondem a uma resposta inflamatória decorrente da destruição de queratina que pode ser mais ou menos intensa na dependência do parasito/hospedeiro. A lesão irá depender do local acometido, da espécie e o estado imunológico do hospedeiro. 
Existem duas linhas de classificação clínica: Uma segue a corrente francesa que subdivide as dermatofitoses em tinha ou tinea (lesões dermatofíticas que se encontram no couro cabeludo, na barba/bigode), epidermofitíases (lesões encontradas na pele), onicomicoses dermatofíticas (lesões nas unhas) e as dermatofitoses cutâneas e profundas (lesões geralmente encontradas em pacientes imunocompremetidos), essa sendo a corrente mais utilizada na classificação devido ao maior detalhamento dos aspectos clínicos. Já a corrente inglesa classifica todas as infeções em tinea (em latim) acompanhada de outra palavra em latim que corresponde ao sítio anatômico. Por exemplo, tinea corporis (lesão encontrada no corpo), tinea capitis (couro cabeludo), tinea unguium (unhas), tinea pedis(pés).
Os dermatófitos são divididos em três gêneros: Microsporum, Trichophyton e Epidermophyton. Essa divisão se dá principalmente pelas diferenças na morfologia microscópica e pelos tipos de esporulação dos fungos.
Microsporum: A morfologia da colônia na superfície do ágar geralmente é aveludada ou pulverulenta com pigmentação variando de branca a marrom. Apresenta uma produção de alguns macroconídios pluricelulares com paredes espessas e com uma parede celular grossa, equinulada ou verrucosa. Os microconídios são poucos ou até ausentes nesse gênero e quando se mostram presentes, são pequenos, hialinos e em formato elíptico ou de gota, prendendo-se nas laterais das hifas. A diferenciação das espécies é realizada principalmente pelas diferenças morfológicas dos macroconídios. 
Trichophyton: As colônias em meio ágar são pulverulentas, aveludadas ou cerosas, variando de uma espécie para outra e sua pigmentação do verso é usada para a identificação das espécies dentro do gênero. Apresenta em sua microscopia muitos microconídios piriformes, ovalares ou redondos, dispostos em acladium, em cachos ou com formação de outras estruturas. Os macroconídios, poucos ou ausentes, possuem um aspecto claviforme alongado com uma grande quantidade de septos. As estruturas de ornamentação se apresentam de forma bastante variada, e estruturas como órgãos pectinados, candelabros fávicos, hifas em espiral e hifas em raquetes podem ser observadas.
A observação das morfologias microscópicas e macroscópicas nem sempre são o suficiente para a identificação exata da espécie desse gênero, necessitando ainda de testes complementares para um correto diagnóstico, como produção de pigmento, a atividade de urease, a capacidade de penetrar nos pelos e os padrões de crescimento diferenciados nos meios de cultura com e sem tiamina e niacina.
Epidermophyton: Macroscopicamente são caracterizados pela presença de textura algodonosa baixa, com relevo umbilicado, evoluindo para pulverulenta em sua região intermédia. As bordas do verso da colônia possuem coloração amarelo-esverdeada, castanho-amarelada ou avermelhada. Em sua periferia também pode ser observado um aspecto mais glabroso. Seu reverso possui características semelhantes a seu verso, geralmente se mostrando em um tom mais acentuado dessa coloração. Microscopicamente se apresenta com presença de macroconídios claviformes, arredondados na extremidade distal que se originam separadamente das hifas ou, mais comumente, em grupos de dois ou três, dando um aspecto de "penca de bananas". Não há presença de microconídios nesse gênero, sendo uma característica essencial para sua identificação. 
REFERÊNCIAS:
ROTTA, I. et al. Eficácia de antifúngicos tópicos em diferentes dermatomicoses: uma revisão sistemática com metanálise. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 58, n. 3, p. 308-318, 2012.
BRILHANTE et al. Epidemiologia e ecologia das dermatofitoses na cidade de Fortaleza: o Trichophyton tonsurans como importante patógeno emergente da Tinea capitis. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical [online]. 2000, v. 33, n. 5 [Acessado 2 Junho 2021] , pp. 417-425. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0037-86822000000500002>. Epub 01 Nov 2000. ISSN 1678-9849. https://doi.org/10.1590/S0037-86822000000500002.
PROCOP, G. W. et al. Diagnóstico Microbiológico: Texto e Atlas Colorido. 7. ed. Guanabara Koogan, 2018.
SIDRIM, J.J.C; ROCHA, M.F.G. Micologia médica à luz de autores contemporâneos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. 388 p.
LAKSHMIPATHY, D.; KANNABIRAN, K. Review on dermatomycosis: pathogenesis and treatment. Natural Science, v. 02, n. 07, p. 726-731, 2010.
PERES, Nalu Teixera de Aguiar et al. Dermatófitos: interação patógeno-hospedeiro e resistência a antifúngicos. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 85, n. 5, p. 657-667, 2010.
OLIVEIRA, Jeferson Carvalhaes de. Tópicos em micologia médica. Rio de Janeiro, v. 230, 2014.

Continue navegando