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NR-18_Comentada_2-ed

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Tópicos de instalações 
elétricas em canteiro 
de obras 
João Gilberto Cunha 
Comentários da NR-18 
São José dos Campos – SP 
Edição do Autor 
2018 
2
a 
Edição 
Cunha, João Gilberto. 
 Tópicos de Instalações elétricas em Canteiro de 
obras: Comentários da NR-18 / João Gilberto Cunha - São José 
dos Campos: 2018. 
 
ISBN 978-85-910927-6-5 
 
1. Instalações elétricas - regulamentação de segurança 2. Norma 
Regulamentadora No 18 (NR-18) 3. Segurança do trabalho - Brasil 
 
CDU - 34:331.823:621.3(81)(094) 
Índice para Catálogo Sistemático 
1 Brasil: Trabalhadores de instalações e serviços elétricos: segurança 
do trabalho: NR-18: Direito do trabalho 34:331.823:621.3(81)(094) 
 
Mi Omega 
Av. Andrômeda, 693 - Jd. Satélite - CEP 12230-010 - São José dos Campos - SP 
Fone 12 3322 7354 
Editor: João Gilberto Cunha 
Revisão ortográfica: Meire Biudes Martinho 
 
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução no todo em partes, por 
qualquer meio, sem autorização do autor. 
1a Edição 2011 
2a Edição 2018 
SUMÁRIO 
 
Apresentação 5 
Objetivo e campo de aplicação 8 
Instalações Elétricas 9 
Glossário 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentação 1aº Edição 
 
Seguindo o caminho aberto pela NR-10 Comentada o 
trabalho é continuado por esta obra Tópicos de Instalações elétri-
cas em Canteiro de obras. 
A obra apresenta comentários da seção 21 da NR-18, on-
de o autor procura esclarecer o texto legal com exemplos e vincu-
lações à normalização e às demais normas regulamentadoras, em 
particular com a NR-10. 
Nas instalações elétricas de canteiros de obras existe uma 
ligação, nem sempre muito clara, entre a NR-10 e a NR-18. Esta 
ligação é ainda dificultada pelas terminologias adotadas nos dois 
regulamentos - que são diferentes. Tenta-se neste livro fazer uma 
ligação entre as duas terminologias, e ainda entre a da NR-18 
com a das normas técnicas brasileiras, publicadas pela ABNT. 
O autor espera que tenha contribuído para o entendimen-
to deste importante regulamento de segurança. 
 
 
Julho de 2011 
João Gilberto Cunha 
Apresentação 2aº Edição 
 
Com a publicação da Portaria MT Nº 261, de 18 de abril 
de 2018, o capítulo 21 da NR-18 foi alterado e uma nova regula-
mentação das instalações elétricas dos canteiros de obra foi publi-
cada, o que provocou uma nova edição deste livro. 
Esta obra apresenta comentários da seção 21 da NR-18, 
onde o autor apresenta a sua hermenêutica do texto legal com 
exemplos e vinculações à normalização e às demais normas regu-
lamentadoras, em particular com a NR-10. Na visão do autor, a 
hermenêutica vai além da interpretação, buscando a intenção do 
legislador. É evidente que pode haver divergências nas diversas 
hermenêuticas de um texto legal; o autor apresenta a sua, baseado 
na normalização internacional, procurando sempre uma norma 
técnica para clarear o assunto e não uma opinião pessoal. 
Nas instalações elétricas de canteiros de obras existe uma 
ligação, agora nesta edição muito clara, entre a NR-18 e a NR-10, 
porém, nem sempre clara com as normas técnicas brasileiras, 
também conhecidas como normas da ABNT. 
O autor espera que tenha contribuído para o entendimen-
to deste importante regulamento de segurança. 
 
Junho de 2018 
João Gilberto Cunha 
 
8 
18.1 Objetivo e Campo de Aplicação 
18.1.1. Esta Norma Regulamentadora - NR 
estabelece diretrizes de ordem administrativa, de 
planejamento e de organização, que objetivam a 
implementação de medidas de controle e sistemas 
preventivos de segurança nos processos, nas 
condições e no meio ambiente de trabalho na 
Indústria da Construção. 
O item 18.1.4 da NR-18 estabelece que a observância do 
estabelecido nesta NR não desobriga os empregadores do 
cumprimento das disposições relativas às condições e meio 
ambiente de trabalho, determinadas na legislação federal, 
estadual e/ou municipal, e em outras estabelecidas em 
negociações coletivas de trabalho, logo pode se entender que a 
observância da NR-18 não desobriga o cumprimento das demais 
Normas Regulamentadoras. Portanto, nos canteiros de obras, os 
EPIs devem estar em conformidade com a NR-6, e isto é 
evidente, mas também nas instalações elétricas, além da 
observância da seção 18.21, é necessário o cumprimento da 
NR-10. 
De forma geral, pode se dizer que a NR-10 apresenta as 
prescrições relativas às instalações e serviços em eletricidade em 
geral, e isto inclui os canteiros de obras, e as prescrições da 
NR-18 são específicas para os processos nas condições e no meio 
ambiente de trabalho da Indústria da Construção (canteiro de 
obras). Então, pode se entender que, as prescrições da NR-18, 
referentes às instalações e serviços em eletricidade 
complementam, modificam ou substituem as prescrições contidas 
na NR-10, para os canteiros de obras. Em tudo que não for 
disposto diferentemente na NR-18, permanecem válidas e 
aplicáveis as prescrições estabelecidas pela NR-10. 
 
9 
18.21 Instalações Elétricas 
18.21.1 As execuções das instalações elétricas 
temporárias e definitivas devem atender ao disposto 
na Norma Regulamentadora nº 10 (NR-10) - 
Segurança em Instalações e Serviços em 
Eletricidade - do Ministério do Trabalho . 
Ao determinar que as execuções das instalações elétricas 
temporárias e definitivas devem atender ao disposto na NR-10, a 
NR-18 se coloca como regulamento de requisitos particulares 
para canteiros de obras. A NR-10 é o regulamento de segurança 
elétrica em locais de trabalho, de forma geral – ou seja, um 
regulamento de requisitos gerais. Para a área específica de 
canteiros de obra, além da NR-10 (regulamento de requistos 
gerais) deve ser aplicado, também, os requistos particulares 
estabelecidos na NR-18. 
Desta forma, não há dúvidas de que todos os requisitos da 
NR-10 se aplicam aos trabalhadores da construção civil, desde os 
treinamentos, autorização que estabelece a seção 8 da NR-10 
quanto à necessidade de procedimentos de trabalho, prontuário, 
análise de risco e demais medidas administrativas exigidas na 
NR-10. 
A revisão da seção 21 da NR-18 quis colocar esta 
exigência no primeiro item da seção para deixar clara a posição 
que, na edição anterior da NR-18, não estava clara. A partir desta 
edição, um auditor do Ministério do Trabalho pode autuar uma 
construtora por não cumprir alguma exigência da NR-10, sem 
que haja possibilidade de recursos e discussões por parte da 
autuada. Ou seja, o auditor pode fiscalizar a empresa 
primeiramente com todos os itens da NR-10 e, posteriormente, 
com os itens específicos da NR-18, e se for o caso, aplicar 
penalidades com base na NR-28. 
 
10 
Ficou, nesta edição, claro que a NR-10 é aplicável às 
instalações elétricas dos canteiros de obra. 
18.21.2 As instalações elétricas temporárias devem 
ser executadas e mantidas conforme projeto elétrico 
elaborado por profissional legalmente habilitado . 
A NR-18 criou de forma inequívoca a necessidade de 
projetos elétricos para os canteiros de obra. As instalações 
elétricas de canteiros de obra são instalação temporárias, mas 
nem por isso podem ser executadas de qualquer forma, os 
requisitos de segurança devem ser cumpridos. A normalização 
brasileira divide as instalações, quanto a sua duração, em 
temporárias e permanentes. A NBR 5410 na alínea c, do 
item 1.2.1, determina que “esta Norma aplica-se também às 
instalações elétricas de canteiros de obra, feiras, exposições e 
outras instalações temporárias”. Portanto, o projeto das 
instalações elétricas de baixa tensão de canteiros de obra devem 
atender a NBR 5410. Do ponto de vista das exigências 
normativas, a diferença entre uma instalação permanente e uma 
temporária é a instalação dos condutores. No caso da proteção 
contra choqueselétricos, não há nenhuma diferença entre uma 
instalação permanente e uma temporária, aliás, se analisarmos as 
influências externas em uma instalação elétrica de um canteiro de 
obras existe um risco muito maior do que em uma instalação 
elétrica de um escritório. 
No caso de instalações elétricas de canteiros de obras de 
maior dimensão, as instalações elétricas podem envolver tensões 
superiores a 1000 volts, nesta caso, a norma técnica aplicavel é a 
NBR 14039, de acordo com o item 1.5 onde está prescrito que 
“esta Norma aplica-se às instalações novas, às reformas em 
instalações existentes e às instalações de caráter permanente ou 
temporário”. 
 
11 
Este projeto deve ser elaborado por engenheiro 
eletricista, que é o profissional legalmente habilitado conforme 
estabelece os itens 10.8.1 e 10.8.2 da NR-10. 
18.21.3 Os serviços em instalações elétricas devem 
ser realizados por trabalhadores autorizados 
conforme NR-10. 
A NR-18 explicita a necessidade de que os profissionais 
que realizam serviços em instalações elétrica devem ser 
autorizados, conforme determina o item 10.8.4 da NR-10. Esta 
autorização é realizada através de um documento específico para 
isso que formaliza a anuência da empresa com a autorização do 
trabalhador para intervir em instalações elétricas. Esta 
autorização é precedida de um treinamento de segurança elétrica 
em conformidade com o Anexo III da NR-10, ou seja, um 
treinamento básico para os trabalhadores que intervenham em 
instalações de BT, e um básico e um complementar para os 
trabalhadores que intervenham em instalações de AT. Estes 
treinamentos tem validade de 2 anos, após este periodo deve ser 
realizado o treinamento de reciclagem, conforme determina o 
item 10.8.8.2 da NR-10. 
Com relação à formação, a NR-10 ainda divide os 
trabalhadores em dois grupos: os que tem educação formal e os 
que não tem educação formal, que tem experiência prática. Os 
primeiros são qualificados e habilitados (se tiverem registro ativo 
no CREA). Os profissionais práticos, sem educação formal, 
devem ser capacitados, previamente, antes da autorização. Um 
aspecto importante é que devem ser criadas evidências da 
capacitação, como determina o item 10.8.3 da NR-10. 
Finalmente, no processo de autorização, deve ser definida 
a abrangência da autorização do trabalhador e os limites de 
intervenção a que o trabalhador foi autorizado. Por exemplo, um 
tabalhador pode ser autorizado a trabalhar somente em 
 
12 
instalações elétricas de baixa tensão desenergizadas, ou em 
instalações elétricas de BT energizadas. Esta abrangência deve 
ser explícita, conforme determina o item 10.8.5 da NR-10. 
18.21.4 É proibida a existência de partes vivas 
expostas e acessíveis pelos trabalhadores em 
instalações e equipamentos elétricos. 
A NR-18 estabelece que todos os componentes das 
instalações elétricas sejam providas de proteção básica (ou 
proteção contra contato direto). A NBR 5410 define proteção 
básica como o meio destinado a impedir contato com partes vivas 
perigosas em condições normais. O conceito que está implícito 
no item 18.21.4 é, exatamente, o de que a proibição é para as 
condições normais; é evidente que durante um trabalho, um 
profissional autorizado a realizar intervenção em instalações 
elétricas energizadas, pode retirar a proteção básica ou contra 
contatos diretos e expor as partes vivas perigosas. Neste caso, a 
medida de proteção coletiva foi retirada (a proteção básica) e este 
profissional deve usar os EPIs adequados para garantir a sua 
segurança, além disso, ele deve delimitar a área de trabalho para 
evitar que os demais trabalhadores que não estão envolvidos no 
trabalho não tenham acesso às partes vivas perigosas. 
A normalização brasileira reconhece os seguintes meios 
de proteção básica: isolação básica ou separação básica; o uso de 
barreira ou invólucro; obstáculo e colocação fora do alcance. A 
isolação e o uso de invólucro ou barreira são considerados 
proteção total, ou seja, torna inacessível as partes vivas a todos os 
trabalhadores autorizados ou não (pessoas comuns, sem 
conhecimentos, que lhes permite evitar os perigos da 
eletricidade). A proteção por meio de obstáculo e colocação fora 
de alcançe são consideradas proteção parcial, ou seja, torna 
inacessível as partes vivas somente aos trabalhadores autorizados 
 
13 
(com conhecimentos que lhes permite evitar os perigos da 
eletricidade). 
18.21.5 Os condutores elétricos devem: 
O regulamento de instalações em canteiros de obra no 
item 18.21.5 estabelece uma série de critérios que devem ser 
atendidos nas linhas elétricas das instalações temporárias, em 
especial, porque como a NBR 5410 é uma norma de requisitos 
gerais e a NR-10 é um regulamento de requisitos gerais, não é 
tratada de forma adequada, os requisitos particulares das instala-
ções temporárias. Neste item, se vê claramente o sentido de regu-
lamento de requisitos particulares da NR-18. 
A grande diferença entre as prescrições de uma instalação 
permanente e de uma instalação temporária é a fixação dos com-
ponentes, em particular das linhas elétricas. 
a) ser dispostos de maneira a não obstruir a cir-
culação de pessoas e materiais; 
Como as linhas elétricas não precisam ser fixadas de for-
ma definitiva nas instalações de canteiros de obra, os condutores 
devem ser dispostos de maneira a não obstruir a circulação de 
pessoas e materiais. Isso pode acontecer, por exemplo, quando os 
condutores são fixados em postes e não estão em altura adequada. 
b) estar protegidos contra impactos mecânicos, umi-
dade e contra agentes capazes de danificar a isola-
ção; 
Diferentemente das linhas elétricas das instalações defini-
tivas, as instalações temporárias podem estar até no piso e, desta 
forma, se os condutores não forem protegidos contra um dano 
 
14 
mecânico, a passagem sobre estes condutores, devido a movi-
mentação de materiais e pessoas, pode provocar um dano nos 
mesmos. Portanto, eles devem ser protegidos por uma cobertura 
externa suficientemente resistente para garantir a sua integridade, 
quando estiverem em áreas de circulação. 
Uma exigência da NBR 5410 é que estes condutores elé-
tricos sejam sempre do tipo cabos unipolares ou multipolares, ou 
seja, providos de cobertura (estes cabos são os conhecidos como 
1 kV, devido à classe de isolação), não sendo permitido, nestes 
casos, o uso de condutores isolados, isto é, sem cobertura 
(conhecidos como fios 750 V devido a sua classe de isolação). 
c) ser compatíveis com a capacidade dos circuitos 
elétricos aos quais se integram; 
A coordenação do cabo usado com o dispositivo de prote-
ção é extremamente importante para a manutenção da integridade 
da isolação, durante a vida útil do cabo. Isso deve ser verificado 
sempre no projeto determinado no item 18.21.2 da NR-18. 
As prescrições da seção 5.3 da NBR 5410 que trata da 
proteção contra sobrecorrente devem ser integralmente satisfeitas 
nas instalações temporárias de canteiros de obra, em particular, 
no dimensionamento dos condutores deve se considerar a equa-
ção a seguir: 
IB  In  Iz 
onde: 
IB é a corrente de projeto do circuito; 
Iz é a capacidade de condução de corrente dos conduto-
res, nas condições previstas para sua instalação; 
In é a corrente nominal do dispositivo de proteção (ou 
corrente de ajuste, para dispositivos ajustáveis), nas condições 
previstas para sua instalação; 
 
15 
d) possuir isolação em conformidade com as normas 
técnicas nacionais vigentes; 
A NBR 5410 no item 6.2.3 que trata da seleção e instala-
ção dos condutores nas linhas elétricas determina que todos os 
condutores devem ser providos, no mínimo, de isolação, a não ser 
quando o uso de condutores nus ou providos apenas de cobertura 
for expressamente permitido. 
Os cabos uni e multipolares devem atender às seguintes 
normas: 
a) Os cabos com isolação de EPR, à NBR7286; 
b) Os cabos com isolação de XLPE, à NBR 7287; 
c) Os cabos com isolação de PVC, à NBR 7288 ou à 
NBR 8661. 
Os cabos em conformidade com a NBR 13249 
(conhecidos como cabos PP) não são admitidos nas instalações 
elétricas, tendo em vista que tais cabos destinam-se tão somente à 
ligação de equipamentos. 
Em uma situação em que o canteiro de obra for conside-
rado local de afluência de público, os cabos não-propagantes de 
chama, livres de halogênio e com baixa emissão de fumaça e ga-
ses tóxicos devem atender à NBR 13248. 
e) possuir isolação dupla ou reforçada quando desti-
nados à alimentação de máquinas e equipamentos 
elétricos móveis ou portáteis. 
Os cabos unipolares e multipolares são considerados 
dupla isolação, portanto para ligação de máquinas e 
equipamentos elétricos móveis ou portáteis devem ser usados 
cabos com cobertura. Deve-se atentar que a exigência é de que os 
cabos devem ser de isolação dupla e, neste caso, os cabos em 
conformidade com a NBR 13249 (conhecidos como cabos PP) 
são de isolação dupla e podem ser usados, pois eles são 
 
16 
fabricados exatamente para a ligação de máquinas e 
equipamentos elétricos móveis ou portáteis. 
Os condutores com isolação de XLPE que atendam à 
NBR 7285 são os cabos com isolação reforçada de qua trata a 
alínea c do item 18.21.5 da NR-18. 
18.21.6 As conexões, emendas e derivações dos 
condutores elétricos devem possuir resistência 
mecânica, condutividade e isolação compatíveis com 
as condições de utilização. 
As conexões dos condutores elétricos devem atender ao 
disposto na seção 6.2.8 da NBR 5410 que trata deste assunto. 
As conexões de condutores, entre si e com outros 
componentes da instalação, devem garantir continuidade elétrica 
durável, adequada suportabilidade mecânica e adequada proteção 
mecânica. A norma lembra que é aconselhável evitar o uso de 
conexões soldadas em circuitos de energia. Se tais conexões 
forem utilizadas, elas devem ter resistência à fluência e a 
solicitações mecânicas compatíveis com a aplicação. A norma 
proíbe no item 6.2.8.10 a aplicação de solda à estanho na 
terminação de condutores, para conectá-los a bornes ou terminais 
de dispositivos ou equipamentos elétricos. 
Devem ser tomadas precauções para evitar que partes 
condutoras de corrente energizem partes metálicas, normalmente 
isoladas, de partes vivas ou à capa metálica dos cabos, quando 
existente, para isso a isolação do cabo deve ser reconstituida com 
material adequado (por exemplo, fita isolante) em toda extensão 
da emenda. 
Nas linhas elétricas constituídas por condutos fechados 
(em particular nos eletrodutos) só se admitem conexões contidas 
em invólucros apropriados, tais como caixas, quadros etc., que 
garantam a necessária acessibilidade e proteção mecânica. 
 
17 
18.21.7 As instalações elétricas devem possuir 
sistema de aterramento elétrico de proteção e 
devem ser submetidas a inspeções e medições 
elétricas periódicas, com emissão de respectivo 
laudo por profissional legalmente habilitado, em 
conformidade com o projeto das instalações elétricas 
temporárias e com as normas técnicas nacionais 
vigentes. 
A NBR 5419 define sistema de aterramento como o 
sistema completo que combina o subsistema externo de 
aterramento e o sistema de equipotencialização. É definido, 
também, como o conjunto de todos os eletrodos e condutores de 
aterramento, interligados ou não, assim como partes metálicas 
que atuam direta ou indiretamente com a função de aterramento, 
como torres e pórticos, armaduras de edificações, capas metálicas 
de cabos, tubulações etc. 
Não se pode confundir sistema de aterramento com 
eletrodo de aterramento, portanto a NR-18 não está exigindo 
laudo do eletrodo de aterramento e, muito menos, medição de 
resistência de aterramento, ela está determinando que o laudo 
deve estar em conformidade com o projeto e as normas 
brasileiras. Mas o projeto deve estar em conformidade com as 
normas técnicas brasileiras também. 
Se a instalação for de baixa tensão, o aterramento deve 
estar em conformidade com a seção 6.4 da NBR 5410 e, se ele for 
de alta tensão, em conformidade com a seção 6.4 da NBR 14039. 
Na NR-18 foi definido que as inspeções e medições 
devem ser periodicas, mas não foi definida a periodicidade, e isso 
deve ficar à cargo da empresa construtora. O laudo e os relatórios 
de inspeção e medição devem fazer parte do Prontuário das 
Instalações Elétricas do canteiro de obras. 
 
18 
18.21.7.1 As partes condutoras das instalações 
elétricas, máquinas, equipamentos e ferramentas 
elétricas não pertencentes ao circuito elétrico, mas 
que possam ficar energizadas quando houver falha 
da isolação, devem estar conectadas ao sistema de 
aterramento elétrico de proteção. 
Uma parte condutora que pode ser tocada e que 
normalmente não é viva, mas pode tornar-se viva em condições 
de falta, é definida como massa e é exatamente a esta parte que a 
NR-18 está se referindo quando estas partes devem estar 
conectadas ao sistema de aterramento. Um aspecto importante é 
que ele determina que devem ser conectadas ao sistema de 
aterramento e não ao eletrodo de aterramento, neste caso, o mais 
comum é a ligação do condutor de proteção. 
Esta medida é necessária para garantir a segurança dos 
trabalhadores, mas não é suficiente, ela deve ser complementada 
pelo dispositivo de seccioanamento automático da alimentação, 
previsto na normalização brasileira. O aterramento das massa sem 
o uso do dispositivo de seccionamento automático da alimentação 
não é suficiente para garantir a segurança dos trabalhadores do 
canteiro de obra. 
 Os elementos condutores estranhos à instalação, que são 
elementos que não fazem parte da instalação elétrica, mas que 
podem nela introduzir um potencial, geralmente o da terra, como 
as estruturas metálicas, as tubulações metálicas, as ferragens das 
estruturas de concreto armado, não são obrigadas a serem 
aterradas pelo item 18.21.7.1. 
As partes metálicas que envolvem e são exteriores aos 
componentes de dupla isolação ou classe II, não podem ser 
aterradas, ou seja, o seu aterramento é proibido pela norma de 
instalações elétricas, são exemplos as partes metálicas de 
ferramentas portáteis classe II como furadeiras, lixadeiras etc. 
 
19 
18.21.8 É obrigatória a utilização do dispositivo 
Diferencial Residual - DR como medida de 
segurança adicional nas instalações elétricas, nas 
situações previstas nas normas técnicas nacionais 
vigentes. 
A NR-18 explicitou a obrigatoriedade do uso de 
dispositivo Diferencial Residual – DR, como medida de 
segurança adicional, nos canteiros de obra nas condições 
estabelecidas pela NBR 5410 na seção 5.1.3.2, que trata do uso 
de dispositivo diferencial residual de alta sensibilidade. O uso de 
dispositivos de proteção a corrente diferencial residual com 
corrente diferencial residual nominal IΔn igual ou inferior a 
30 mA é reconhecido como proteção adicional contra choques 
elétricos, portanto é obrigatório que, nestes casos, o dispositivo 
DR seja de 30 mA e não outro de corrente maior. 
A utilização dos dispositivos DR não é reconhecida pela 
NBR 5410 como constituindo em si uma medida de proteção 
completa e, devido a isso, não dispensa, em absoluto, o aterra-
mento e o seccioamento automático da alimentação. 
O item 5.1.3.2.2 da NBR 5410 explicita os casos em que 
o uso de dispositivo diferencial residual de alta sensibilidade 
(com corrente diferencial residual nominal IΔn igual ou inferior a 
30 mA) como proteção adicional é obrigatório: 
a) Os circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em lo-
cais contendo banheira ou chuveiro, como os vestiários; 
b) Os circuitos que alimentem tomadas de corrente situadas em 
áreas externas à edificação; 
c) Os circuitos de tomadas de corrente situadas em áreas internas 
que possam vir a alimentar equipamentos no exterior; 
d) Os circuitosque, em locais de habitação, sirvam a pontos de 
utilização situados em cozinhas, copas cozinhas, lavanderias, 
áreas de serviço, garagens e demais dependências internas molha-
das em uso normal ou sujeitas a lavagens, este item é aplicável 
somente nos casos onde o canteiro de obra tenha alojamento; 
 
20 
e) Os circuitos que, em edificações não residenciais, sirvam a 
pontos de tomada situados em cozinhas, copas cozinhas, lavande-
rias, áreas de serviço, garagens e, no geral, em áreas internas mo-
lhadas em uso normal ou sujeitas a lavagens. Neste caso, todo o 
canteiro de obras pode ser molhado em uso normal, uma vez que 
é aberto e sujeito a ser molhado pela chuva. 
Finalmente, deve ser lembrado que a norma só torna obri-
gatório o uso de DR nas tomadas de corrente com corrente nomi-
nal de até 32 A. 
18.21.9 Os quadros de distribuição das instalações 
elétricas devem: 
Para os quadros de distribuição em canteiros de obras 
existe uma norma internacional IEC 61439-4 que trata dos 
requisitos particulares de quadros de distribuição para canteiros 
de obras. As instalações elétricas de canteiros de obras são 
instalações temporárias e por isso, os quadros de distribuição tem 
características de uso temporário, sendo quase sempre móveis ou 
estacionários, limitando-se os quadros de instalação fixa os de 
entrada de energia elétrica da rede pública de distribuição. Outro 
aspecto importante na especificação dos quadros de distrbuição 
para canteiros de obras, as influências externas aos quais ele está 
submetido no ambiente do canteiro de obra, são exemplos típicos, 
a presença de água, a presença de corpos sólidos, a resistência 
elétrica do corpo humano e o contato das pessoas com o potencial 
da terra. 
Diferentemente dos quadros de instalações permanentes 
em que a saída do quadro de distribuição são eletrodutos e fio, 
nos quadros de distribuição de canteiros de obras as saídas são, 
na sua maioria, tomadas, onde serão ligados novos quadros e/ou 
equipamentos. 
 
21 
a) ser dimensionados com capacidade para instalar 
os componentes dos circuitos elétricos que o 
constituem; 
Os quadros elétricos devem ser de tamanho suficiente 
para acomodar no seu interior todos os componentes a serem 
instalados, conforme a recomendação do fabricante. No interior 
do quadro devem ser instalados os dispositivos de proteção, tais 
como disjuntores, fúsiveis, chaves seccionadoras, dispositivos 
DRs. Existem dois tipos de quadros de canteiros de obras – aqui 
não está se falando de improvisações, mas dos quadros 
específicos para canteiros de obras – os que vêm montados de 
fábrica e eles são comprados prontos para o uso e, quando 
apresentam algum problema, se faz a manutenção neles; e os que 
não vem montados completamente da fábrica, mas não são 
montados no próprio canteiro, ou seja, a instalação dos 
dispositivos de proteção, manobra e controle são montados no 
local. Neste caso, a montagem deve seguir as recomendações do 
fabricante do quadro, uma delas é que o ambiente onde o quadro 
vai ser usado deve repetir as condições às quais ele foi projetado 
e/ou ensaiado, para garantir a segurança dos seus usuários. 
b) ser constituídos de materiais resistentes ao calor 
gerado pelos componentes das instalações; 
O material em que são construídos os quadros elétricos 
deve suportar a elevação de temperatura dos componentes que 
compõem este quadro. Os barramentos são os maiores produtores 
de calor no interior dos quadros de distribuição, mas os outros 
componentes também geram calor, devido ao efeito joule. Esta 
geração de calor provoca uma elevação de temperatura em 
relação à temperatura ambiente, portanto quanto maior a 
temperatura ambiente maior será a temperatura no interior do 
quadro. O fabricante do quadro deve informar as condições 
ambientais que o quadro deve trabalhar. 
 
22 
c) garantir que as partes vivas sejam mantidas 
inacessíveis e protegidas; 
Os quadros de distruição em canteiros de obras são 
componentes usados por profissionais que não são da área 
elétrica, portanto eles devem ser providos de proteção completa 
contra contatos diretos. Para isso, as partes vivas devem ter 
proteção por isolação (básica) das partes vivas ou uso de barreiras 
ou invólucros. 
A isolação (básica) das partes vivas, como meio de 
proteção básica, destina-se a impedir qualquer contato com partes 
vivas. Neste caso, as partes vivas devem ser completamente 
recobertas por uma isolação que só possa ser removida através de 
sua destruição. 
O uso de barreiras ou invólucros como meio de proteção 
básica, destina-se a impedir qualquer contato com partes vivas. 
Neste caso, as partes vivas devem ser confinadas no interior de 
invólucros ou atrás de barreiras que garantam grau de proteção, 
no mínimo IPXXB ou IP2X. Quando for necessário remover as 
barreiras, abrir os invólucros ou remover partes dos invólucros, 
tal ação só deve ser possível: 
a) Com a ajuda de chave ou ferramenta; ou 
b) Após desenergização das partes vivas protegidas pelas 
barreiras ou invólucros em questão, exigindo-se ainda que a 
tensão só possa ser restabelecida após recolocação das barreiras 
ou invólucros; ou 
c) Se houver, ou for interposta, uma segunda barreira entre a 
barreira ou parte a ser removida e a parte viva, exigindo-se ainda 
que essa segunda barreira apresente grau de proteção no mínimo 
IPXXB ou IP2X, impeça qualquer contato com as partes vivas e 
só possa ser removida com o uso de chave ou ferramenta. 
 
 
 
23 
d) ter acesso desobstruído; 
Os quadros de distribuição devem ser instalados em 
locais de fácil acesso e sem obstrução no seu entorno para que 
possa ser operado com segurança pelos trabalhadores. 
e) ser instalados com espaço suficiente para a 
realização de serviços e operação; 
Os quadros de distribuição devem ser instalados em 
locais em que seja possível os trabalhos de operação e 
manuntenção, ou seja, deve ter espaço no seu entorno para que os 
trabalhadores possam realizar os trabalhos de forma segura. Deve 
ser lembrado que um canteiro de obras é um local onde a 
circulação de máquinas e materiais é, muitas vezes, elevado. Por 
isso, eles devem ser instalados em locais onde os trabalhadores 
que estão realizando os trabalhos de operação e manutenção 
tenham segurança contra os riscos de batidas ou choques com 
objetos que são transportados, ou ainda, atropelamento de 
máquinas. 
f) estar identificados e sinalizados quanto ao risco 
elétrico; 
Os quadros de distribuição devem ser providos de 
identificação do lado externo, legível e não facilmente removível, 
indicando os riscos a que estão submetidos os profissionais que 
precisem fazer alguma intervenção. Os principais riscos elétricos 
são: choque elétrico e queimadura. Deve ser indicada claramente 
a tensão do quadro e a energia incidente em caso de arco elétrico. 
 
 
 
24 
g) ter classe de proteção; 
Dois tipos de classe de proteção são aplicáveis ao quadro 
de distribuição dos canteiros de obras: o grau de proteção e a 
classe do quadro quanto a proteção contra choques elétricos. 
O grau de proteção do conjunto deve ser compatível com 
as influências externas previstas no local de instalação, que no 
caso dos canteiros de obras que ficam ao tempo deve ter grau de 
proteção mínimo IP 44. 
A classe do quadro, quanto à proteção contra choques 
recomendável, é classe II ou dupla isolação. Como o quadro em 
canteiros de obras é um componente móvel esta é a medida de 
proteção contra choques elétricos recomendada, uma vez que esta 
medida de proteção não depende da integridade do condutor de 
proteção para a sua eficácia. 
h) ter seus circuitos identificados. 
Todos os circuitos de um quadro devem ser identificados 
de tal forma que a correspondência entre o circuito (a saída onde 
será ligado o equipamento elétrico de utilização) e o dispositivo 
de proteção, seccionamento e comando possamser prontamente 
reconhecidos. Esta identificação deve ser legível, indelével, 
posicionada de forma a evitar qualquer risco de confusão e, além 
disso, corresponder à notação adotada no projeto (esquemas e 
demais documentos). 
18.21.10 É vedada a guarda de quaisquer materiais 
ou objetos nos quadros de distribuição. 
A NR-18 reforça a exigência do item 10.4.4.1 da NR-10 
que determina que os locais de serviços elétricos, compartimentos 
e invólucros de equipamentos e instalações elétricas são 
 
25 
exclusivos para essa finalidade, sendo expressamente proibido 
utilizá-los para armazenamento ou guarda de quaisquer objetos. 
Os quadros de distribuição não devem ser usados como 
depósito de quaisquer objetos, inclusive componentes elétricos 
para reposição durante os trabalhos de manutenção. Esta 
exigência da NR-10 tem, pelo menos, duas razões de ser: uma 
relacionada com a segurança dos trabalhadores e outra 
relacionada à garantia do componente que está sendo 
armazenado. 
18.21.11 Os dispositivos de manobra, controle e 
comando dos circuitos elétricos devem: 
Os dispositivos de manobra, controle e comando dos 
circuitos elétricos devem ser instalados sempre no interior de 
invólucros ou quadros de distribuição de forma que fiquem 
protegidos adequadamente e não ofereçam riscos de choque 
elétrico aos que estão na sua proximidade. 
a) ser compatíveis com os circuitos elétricos que 
operam; 
Os dispositivos de manobra, controle e comando devem 
ter compatibilidade com os circuitos, em particular, quando a 
tensão, corrente de carga, capacidade de operar sob carga, 
número de pólos (tripolares para circuitos trifásicos, por 
exemplo). É muito importante diferenciar os dispositivos com 
capacidade de seccionamento, que são necessários para a 
desenergização dos circuitos conforme a seção 10.5 da NR-10, 
dos dispositivos de comando funcional. Os dispositvos 
seccionadores tem esta função claramente indicada pelo 
fabricante e devem seccionar efetivamente todos os condutores 
vivos de alimentação do circuito respectivo. 
 
26 
b) ser identificados; 
Como a alínea h do item 18.21.9 que trata da 
identificação dos circuitos dos quadros de distribuição das 
instalações elétricas, os dispositivos de manobra, controle e 
comando devem ser identificados, e de tal forma que a 
correspondência entre componente e respectivo circuito possa ser 
prontamente reconhecida. Essa identificação deve ser legível, 
indelével, posicionada de forma a evitar qualquer risco de 
confusão e, além disso, corresponder à notação adotada no 
projeto (esquemas e demais documentos). 
c) possuir condições para a instalação de bloqueio e 
sinalização de impedimento de ligação. 
Como a desenergização das instalações elétricas é a 
medida de controle prioritária, é de fundamental importância que 
os dispositivos de seccionamento tenham condições de serem 
bloqueados, por dispositivos de impedimento de reenergização. 
Estes dispositivos de bloqueio devem seguir uma padronização 
estabelecida pelo departamento de segurança do canteiro, quanto 
mais padronizados forem estes dispositivos, mais facilmente 
poderá ser executada esta função. Portanto, é muito importante 
que um mesmo dispositivo de bloqueio sirva a um maior número 
possivel de dispositivos de seccionamento. Também deve ser 
possível a instalação da sinalização de impedimento de 
reenergização, que são etiquetas padronizadas indicando que o 
dispositivo de seccionamento não pode ser ligado. 
18.21.12 Em todos os ramais ou circuitos destinados 
à ligação de equipamentos elétricos, devem ser 
instalados dispositivos de seccionamento, 
independentes, que possam ser acionados com 
facilidade e segurança. 
 
27 
O quadros de alimentação dos canteiros de obras devem 
ter um circuito por dispositivo, que também deve ser o 
dispositivo de seccionamento, a não ser que tenha um dispositivo 
seccionador local (próximo da carga). Cada circuito deve 
alimentar um outro quadro ou um equipamento, logo não deve 
sair dois cabos de um mesmo disjuntor para alimentar 
equipamentos diferentes. Isso é muito importante para que o 
seccionamento possa ser feito de forma independente por 
equipamento. Estes dispositivos podem ser disjuntores, 
dispositivos DR ou chaves seccionadoras, dependendo do projeto 
do quadro de distribuição. 
18.21.13 Máquinas e equipamentos móveis e 
ferramentas elétricas portáteis devem ser 
conectadas à rede de alimentação elétrica, por 
intermédio de conjunto de plugue e tomada, em 
conformidade com as normas técnicas nacionais 
vigentes. 
As máquinas e equipamentos móveis e ferramentas 
portáteis são transportadas para o local de uso para serem 
utilizadas, são exemplos de tais equipamentos, as furadeiras, as 
lixadeiras, máquinas de soldas. Como elas são movimentadas 
com frequência, devem ser conectadas com o uso de plugues e 
tomadas e não por emendas e, muito menos, inserindo um 
condutor na tomada. Portanto, todo equipamento móvel ou 
portátil deve ser provido de plugues. 
As tomadas e plugues devem atender à classificação de 
influências externas do local (relacionados a presença de corpos 
sólidos e água) e, para isso, devem ter o grau IP adequado, ou 
seja, quando necessário deve ser usado o plugue e a tomada 
industrial. 
Neste item não foram abordados os equipamentos 
estacionários, que são equipamentos sem alça para transporte e 
 
28 
com massa superior a 18 kg, tal que não possam ser 
movimentados facilmente. Neste caso, as instalações elétricas 
podem ser conectadas por meio de emendas, um exemplo deste 
tipo de equipamento é a betoneira. Mas, mesmo neste caso, não é 
permitida a conexão colocando um condutor diretamente na 
tomada, a conexão em tomadas somente é permitida por plugues. 
18.21.14 Os circuitos energizados em alta tensão e 
em extrabaixa tensão devem ser instalados 
separadamente dos circuitos energizados em baixa 
tensão, respeitadas as definições de projetos. 
A isolação do cabo é feita para a tensão de serviço, se 
houver um rompimento na isolação de um cabo de alta tensão e 
estiver em contato com um cabo de baixa tensão, a isolação do 
cabo de baixa tensão não suportará e o cabo de baixa tensão será 
energizado com a tensão da alta, provocando um grande acidente, 
pois todos os equipamentos alimentados por ele terão a sua 
isolação danificada e colocará em perigo os trabalhadores que 
estão em contato com estes equipamentos. Portanto, os cabos de 
alta tensão devem ser instalados em condutos separados dos 
cabos de baixa tensão. Se estes condutos forem bandejas, podem 
ser instalados no mesmo conduto, cabos de baixa e alta tensão 
desde que tenham septos metálicos separando a região de baixa e 
de alta tensão. Esta condição garante que os cabos BT e AT 
foram instalados separadamente para fins do cumprimento do 
item 18.21.14. 
 Para a separação da baixa e da extrabaixa tensão devem 
ser aplicadas as exigências do item 6.2.9.5 da NBR 5410 que 
determina que Circuitos de baixa e extrabaixa tensão não devem 
compartilhar a mesma linha elétrica, a menos que todos os 
condutores sejam isolados para a tensão mais elevada presente 
ou, então, que seja atendida uma das seguintes condições: 
 
29 
a) Os condutores com isolação apenas suficiente para a 
aplicação a que se destinam forem instalados em compartimentos 
separados do conduto a ser compartilhado; 
b) Forem utilizados eletrodutos separados. 
18.21.15 As áreas de transformadores e salas de 
controle e comando devem ser separadas por 
barreiras físicas, sinalizadas e protegidas contra o 
acesso de pessoas não autorizadas. 
Quando as medidas de proteção contra choques elétricos 
adotadas para as instalações de alta tensão, em especial as 
subestações de transformações, forem medidas parciais contra 
choques elétricos: uso de obstáculos ou colocação fora de 
alcance, de acordo com as seções 5.1.1.3 e 5.1.1.4 da 
NBR14039, os trabalhadores que acessam estes locais estão na 
zona controlada e, isso de acordo com o item 10.7.1 da NR-10, é 
considerado um trabalho energizado em alta tensão, logo existe a 
necessidade de que o trabalhador seja autorizado para este acesso. 
Portanto, estas áreas devem ter uma restrição ao acesso de 
pessoas não autorizadas e devem ser sinalizadas indicando o risco 
elétrico – “perigo de morte”, como determina o item 9.1.9 da 
NBR 14039 com e o respectivo símbolo nos seguintes locais: 
a) Externamente, nos locais possíveis de acesso; 
b) Internamente, nos locais possíveis de acesso às partes 
energizadas. 
Veja que a norma não definiu o simbolo, só os dizeres da 
sinalização, e como eles estão entre aspas quer dizer que deve ser 
usado da forma como foi estabelecido. Quaisquer outros dizeres 
não podem ser utlizados para esta finalidade. 
 
30 
18.21.15.1 As áreas onde ocorram intervenções em 
instalações elétricas devem ser isoladas e 
sinalizadas de modo a evitar a entrada e 
permanência no local de pessoas não autorizadas. 
Embora a NR-10 não apresentou o conceito de zona de 
trabalho nas suas exigências, este conceito existe implicitamente. 
Zona de trabalho é o espaço usado pelo trabalhador, ou pela 
equipe, para realizar os serviços. Inclui na zona de trabalho: 
a) O espaço usado pelo trabalhador tendo em conta os gestos e 
movimentos normais, que ele possa realizar. 
b) O espaço necessário para o deslocamento durante a tarefa e 
c) O espaço necessário para acomodar os equipamentos e 
ferramentas usados durante o trabalho. 
Na definição de zona de trabalho, as ferramentas ou 
objetos condutores portados pelo trabalhador são considerados 
prolongamento do seu corpo. Somente são considerados 
isolantes, os equipamentos ou as ferramentas ensaiadas e 
certificadas quanto à sua isolação, caso contrário, mesmo sendo 
constituído de material isolante, a ferramenta ou o equipamento 
deve ser considerado condutor. 
Na zona de trabalho só podem entrar os profissionais 
autorizados a realizar o trabalho - autorização formal como 
determina o item 10.8.4 da NR-10 – com as medidas de controle 
adequadas para controlar os riscos existentes na atividade, por 
isso esta zona deve ser delimitada e sinalizada. 
18.21.16 Os canteiros de obras devem estar 
protegidos por sistema de proteção contra descargas 
atmosféricas - SPDA, projetado, construído e 
mantido conforme normas técnicas nacionais 
vigentes. 
 
31 
A proteção contra descargas atmosféricas estabelecida na 
NBR 5419-3 é aplicável às estruturas, que é um termo genérico 
que define um elemento a ser protegido pelo SPDA que, 
frequentemente, é uma edificação. Um SPDA projetado e 
construído segundo a NBR 5419-3 tem a função primeira de 
proteger a edificação e não o seu entorno, é evidente que 
protegendo a edificação protege uma parte do entorno – mas a 
função primeira é proteger a edificação. Isto fica muito claro com 
a prescrição de posicionamento dos captores que determina que 
“a posição do subsistema de captação é considerada adequada se 
a estrutura a ser protegida estiver situada totalmente dentro do 
volume de proteção provido pelo subsistema de captação”. 
Com frequência, o canteiro de obra é uma área aberta e, 
portanto, não há um volume a ser protegido e, na maioria das 
vezes, a metodologia do projeto do SPDA apresentada na 
NBR 5419-3 não é aplicável diretamente aos canteiros de obras. 
Dependendo da extensão do canteiro de obra é praticamente 
inviável prover uma proteção para o canteiro, e o mais comum é a 
deteção da descarga e suspenção dos serviços e o abrigo do 
trabalhadores em locais seguros. 
18.21.16.1 O cumprimento do disposto no item 
18.21.16 é dispensado nas situações previstas em 
normas técnicas nacionais vigentes, mediante laudo 
emitido por profissional legalmente habilitado. 
A dispensa do SPDA que trata o item 18.21.16.1 da 
NR-18 só é permitida com uma análise de risco documentada, 
usando o método estabelecido na NBR 5419-2, na realidade este 
método é necessário tanto para o projeto, quanto para a dispensa. 
Quando a análise de risco indicar que o risco é aceitável, então 
não é necessário e, portanto, é dispensado. 
 
32 
18.21.17 O trabalho em proximidades de redes 
elétricas e energizadas internas ou externas ao 
canteiro de obra só é permitido quando protegidas 
contra contatos acidentais de trabalhadores e de 
equipamentos e contra o risco de indução. 
O trabalho em proximidade está definido no item 28 do 
glossário da NR-10 como o trabalho durante o qual o trabalhador 
pode entrar na zona controlada, ainda que seja com uma parte do 
seu corpo ou com extensões condutoras, representadas por 
materiais, ferramentas ou equipamentos que manipule. Este 
trabalho em proximidade pode ser um trabalho elétrico ou não. 
São exemplos de trabalho não elétrico em proximidade os 
trabalhos realizados por pedreiros, pintores em fachadas das 
edificações; operação de içamento com guindastes e munques; 
próximas a linhas áreas com condutores nus. 
Quando o trabalho em proximidades é não eletrico, ele 
apresenta um risco que deve ser considerado, uma vez que é 
realizado por profissionais que não são da área elétrica, como a 
NR-10 no item 10.1.2, inclui no seu campo de aplicação 
quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades, está 
implícito que a seção 8 que trata da habilitação, qualificação, 
capacitação e autorização dos trabalhadores aplica-se aos 
trabalhos não elétricos em proximidade. Portanto, o trabalhador 
que realiza este tipo de trabalho deve receber o treinamento de 
segurança e ser autorizado para realizar o trabalho. Esta exigência 
fica mais clara quando se analisa o item 10.8.9, que determina 
que os trabalhadores com atividades não relacionadas às 
instalações elétricas desenvolvidas em zona livre e na vizinhança 
da zona controlada, conforme define esta NR, devem ser 
instruídos formalmente com conhecimentos que permitam 
identificar e avaliar seus possíveis riscos e adotar as precauções 
cabíveis. Ou seja, a NR-10 dispensou os trabalhadores de 
trabalhos não elétricos somente na zona livre, logo os que 
realizam trabalhos na zona controlada – trabalhos em 
 
33 
proximidades – não estão dispensados do cumprimento integral 
das prescrições da NR-10. 
18.21.18 Nas atividades de montagens metálicas, 
onde houver a possibilidade de acúmulo de energia 
estática, deverá ser realizado aterramento da 
estrutura desde o início da montagem. 
Assim como o item 10.9.3 da NR-10, a NR-18 
determinou que nas atividades de montagens metálicas, onde 
houver a possibilidade de acúmulo de energia estática, deverá ser 
realizado o aterramento da estrutura. 
A eletricidade estática é um fenômeno que provoca o 
aparecimento de diferença de potencial entre dois corpos devido 
ao acúmulo de cargas elétricas em um dos corpos, sendo ele 
isolante ou condutor isolado do segundo. Este fenômeno pode ser 
dividido em quatro fases, a saber: geração, acumulação, 
dissipação e descarga. 
A geração da eletricidade estática ocorre devido ao 
contato ou fricção e a posterior separação entre dois corpos de 
materiais, geralmente diferentes e não necessariamente isolantes, 
sendo que um deles é de alta resistividade. 
A acumulação de cargas eletrostáticas provoca o 
aparecimento de diferença de potencial com relação à terra, esta 
diferença de potencial é proporcional à quantidade de carga 
acumuladas. São exemplos de componentes em que ocorre a 
acumulação de cargas: equipamentos de processo, trechos de 
tubulação isolada, recipientes, pessoas com calçado isolante ou 
sobre solos que não dissipam as cargas. 
A dissipação das cargas eletrostáticas depende da 
condutividade do caminho entre o corpo carregado e a terra. Uma 
boa condutividade deste caminho faz com que as cargas 
eletrostáticas dissipem ao mesmo tempo em que são geradas, não 
chegando sequer asua acumulação. 
 
34 
Se ocorrer de forma contínua a geração e a acumulação 
das cargas, chega-se a uma situação inevitável - a descarga 
eletrostática. A descarga ocorre quando o corpo carregado se 
aproxima de um elemento condutor ligado à terra, a uma 
distância tal que a intensidade do campo elétrico (v/m) existente 
ultrapassa a rigidez dielétrica do ar, neste momento é gerada uma 
faísca elétrica. 
Uma descarga eletrostática pode provocar uma ignição se 
ocorrer em uma atmosfera inflamável, portanto no caso de 
ambientes com atmosfera potencialmente explosivas é necessária 
a aplicação de medidas para prevenir o aparecimento destas 
descargas. Várias medidas podem ser adotadas, entre elas: 
aterramento e conexão equipotencial de todas as superfícies 
condutoras, aumento da condutividade dos materiais, aumento da 
condutividade superficial mediante a elevação da umidade 
relativa ou mediante tratamento superficial, aumento da 
condutividade do ar por ionização do mesmo, redução das 
velocidades de passagem dos materiais, escolha de materiais 
adequados em contato, controle adequado da temperatura de 
contato das superfícies etc. 
 
35 
Glossário 
Dispositivos de Comando Elétrico: são equipamentos com a 
finalidade de enviar um sinal elétrico para acionamento ou 
interrupção de um circuito de comando, permitindo ou não a 
passagem de corrente elétrica entre um ou mais pontos do mesmo 
(interruptor, disjuntor). 
 
Dispositivos de Manobra e Seccionamento: dispositivos que 
promovem a total descontinuidade elétrica (separando os 
contatos a uma distância considerada segura), obtida mediante o 
acionamento de dispositivo apropriado (chave seccionadora, 
interruptor, disjuntor) acionado por meios manuais ou 
automáticos. 
 
Instalações Elétricas: é um conjunto de equipamentos e 
dispositivos elétricos interligados e coordenados entre si, de 
modo definitivo ou temporário, devidamente projetado de acordo 
com as normas técnicas vigentes. Instalações 
 
Elétricas Temporárias: são instalações previstas para uma 
duração limitada às circunstâncias que a motivam. São admitidas 
durante o período de construção, reforma, manutenção, reparo ou 
demolição de edificação, estruturas, equipamentos ou atividades 
similares. 
 
Isolamento/Isolação Elétrica: processo destinado a impedir a 
passagem de corrente elétrica, por interposição de materiais 
isolantes e adequados para a tensão aplicada. 
 
 
 
 
 
 
 
36 
Sobre o autor: 
➢ Engenheiro Eletricista (UFU - 1981); 
➢ Mestre em Engenharia Eletrônica (ITA -1988); 
➢ Diretor da Mi Omega; 
➢ Coordenador da Comissão da ABNT responsável pela norma 
NBR 14039 - Instalações elétricas de média tensão de 1,0 a 
36,2 kV"; 
➢ Secretário da Comissão da ABNT responsável pela elaboração 
da norma NBR 16384 - segurança em eletricidade; 
➢ Membro ativo da Comissão da ABNT responsável pela norma 
NBR 5410 - Instalações elétricas de baixa tensão"; 
➢ Membro da Subcomissão Técnica de Instalações Elétricas de 
Baixa Tensão do Comitê Brasileiro de Avaliação da conformida-
de, na elaboração da Regra específica da certificação das insta-
lações elétricas no Brasil; 
➢ Professor nos cursos de especialização em instalações elétricas 
na Facens e ESB; 
➢ Palestrante da ABNT para divulgação da norma de instalações 
elétricas de baixa tensão NBR 5410:2004; 
➢ Elaborou os comentários das Normas Brasileiras de instalações 
elétricas de baixa e média tensão, respectivamente: a NBR 
14039: 2003 e a NBR 5410:2004; 
➢ Colaborador e colunista da Revista Eletricidade Moderna; 
➢ Autor da NR-10 comentada e do Guia de aplicação da NR-10; 
➢ Autor de diversos livros e trabalhos técnicos na área de instala-
ções elétricas de baixa e media tensão. 
Este livro foi publicado 
pelo autor.

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