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As Medidas de Proteção para a criança e o Adolescente

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jusbrasil.com.br
3 de Junho de 2020
As Medidas de Proteção para a criança e o Adolescente
De acordo com o disposto no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)
As medidas de proteção para a criança e para o adolescente, previstas no
Livro II, Título II do Estatuto da Crainça e Adolescente (“ECA”), nos artigos
98 à 102, são aplicáveis nos casos em que os seus direitos forem ameaçados
ou efetivamente violados em decorrência de uma ação ou omissão da
sociedade ou do Estado, de uma falta, omissão ou abuso por parte dos pais
ou responsáveis, e de sua própria conduta.
Conforme disposto no artigo 101 do ECA, são medidas de proteção
aplicáveis à criança e ao adolescente:
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de
responsabilidade;
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de
ensino fundamental;
IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à
criança e ao adolescente;
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em
regime hospitalar ou ambulatorial;
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10603634/artigo-101-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
/
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e
tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
VII - acolhimento institucional;
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;
IX - colocação em família substituta.
Sobre o acolhimento institucional vale a pena tecer algumas observações.
Primeiramente, tal medida de proteção, juntamente com o acolhimento
familiar, são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de
transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para
colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade.
Além disso, o encaminhamento para uma instituição deve ser feito por
meio de uma Guia de Acolhimento, e, quando verificada a possibilidade de
reintegração familiar, o responsável pelo programa de acolhimento
comunicará a autoridade a autoridade judiciária que, após dar vista ao MP,
decidirá a situação.
Ademais, as medidas de proteção podem ser aplicadas de forma isolada ou
cumulativa e, da mesma forma, podem ser substituídas a qualquer tempo,
observadas as formalidades necessárias.
Não obstante, nos dizeres do artigo 100 do ECA, a escolha das medidas de
proteção deverá levar em conta as necessidades pedagógicas, dando
preferência àquelas que visem o fortalecimento dos vínculos familiares e
comunitários.
As medidas de proteção devem vir acompanhadas da regularização do
registro civil, por força do artigo 102 do ECA, observando, ainda, as
especificidades cobertas pela redação dos parágrafos do dispositivo acima
referido.
Em suma, o desvio da norma, sempre que decorrente de uma das três
situações elencadas no artigo 98, autoriza o Conselho Tutelar (por meio da
requisição), o Ministério Público (pela representação em juízo) e a
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10604215/artigo-100-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10602450/artigo-102-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10604413/artigo-98-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
/
autoridade judiciária (por decisão fundamentada), a aplicar as medidas de
proteção necessárias para atender os fins do ECA.
O ato infracional, por sua vez, é o ato ilícito, praticado por criança ou
adolescente, cuja descrição corresponde à de um crime ou contravenção. Só
há ato infracional se àquela conduta corresponder a uma hipótese legal que
determine sanções ao seu autor.
De acordo com o artigo 103 do ECA, o ato infracional é definido da seguinte
maneira:
“Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou
contravenção penal”.
O artigo em tela se revela, portanto, em concordância com os preceitos da
Constituição Federal, que em seu artigo 5º, inciso XXXIX, determina que
“não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal”.
Outrossim, pela interpretação do referido dispositivo legal, depreende-se
que: se o infrator for pessoa com mais de 18 anos e praticar uma conduta
prevista como crime ou contravenção, o termo adotado é crime, delito ou
contravenção penal, e não ato infracional.
Nesse sentido, de acordo com parte da doutrina o ECA adotou a teoria
tripardita do direito penal, que aponta como elementos a tipicidade, a
antijuridicidade e a culpabilidade. Já para outra parte da doutrina, o ECA
adotou a teoria finalista, de acordo com a qual os elementos são tipicidade e
antijuridicidade.
É importante ressaltar que a criança, se praticar algum ato infracional, será
encaminhada ao Conselho Tutelar e estará sujeita às medidas de proteção
previstas no art. 101.
Já quando da prática de ato infracional por adolescente, será apurado pela
Delegacia da Criança e do Adolescente, a qual encaminhará ao Promotor de
Justiça e esse, por sua vez, poderá aplicar uma das medidas
socioeducativass previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente da
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10602274/artigo-103-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729288/inciso-xxxix-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
/
Criança e do Adolescente, Lei 8.069/90 (doravante ECA).. Nesse caso, o
órgão responsável pelo atendimento é o Conselho Assim, observado o
devido processo legal (com contraditório e ampla defesa), o adolescente
estará sujeito a imposição de medida socioeducativa, prevista no art. 112,
do ECA. Reiteres-se, a criança está sujeita apenas a medidas de proteção, e
na medidas socioeducativas, por força do artigo 105 do ECA.
Ademais, em acordo com o disposto no artigo 104 do ECA, o menor de 18
anos é inimputável, porém capaz, inclusive a criança, de cometer ato
infracional, passíveis então de aplicação de medidas socioeducativas, se
adolescente, e de medidas de proteção, se criança.
O parágrafo unicodo artigoo suprarreferido ainda traz a ressalva de que,
para os efeitos do ECA, deve ser considerada a idade do adolescente à época
da conduta. Assim, cabe aplicação de medidas socioeducativas ao
adolescente que complete 18 anos se, à data em que se consumou o fato, era
menor de 18 anos.
c) direitos individuais – arts. 106 a 109
Nenhuma criança poderá ser privada de sua liberdade. Os adolescentes, via
de regra, também não. No entanto, como toda regra, existem exceções. Tais
exceções vêm previstas no artigo 106 do ECA, o qual afirma que o
adolescente poderá ser privado de sua liberdade nos casos de flagrante de
ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judicial
competente.
No caso de flagrante, ao adolescente será resguardado o direito
constitucional previsto no artigo 5º, LXIV, da Constituição Federal, in
verbis:
“O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por
seu interrogatório policial.”
Ademais,nos moldes do artigo 107 do ECA, a apreensão do adolescente
deverá ser imediatamente comunicada à autoridade judicial competente e à
sua família, devendo a autoridade judiciária competente analisar a
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10601509/artigo-112-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10602165/artigo-105-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10602243/artigo-104-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10602125/artigo-106-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10727966/inciso-lxiv-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10602055/artigo-107-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
/
possibilidade de liberação imediata do apreendido, sob pena de
responsabilidade.
Vale dizer que a internação, aplicada antes da sentença, deverá ser
devidamente fundamentada, além de dever apresentar indícios suficientes
de autoria e materialidade e não poder ultrapassar o prazo de 45 dias.
Ainda, em relação aos direitos individuais do adolescente que praticar ato
infracional, também deve ser observado o artigo 109 do ECA, que reforça a
redação do artigo 5º, inciso LVIII, da CF, que assim dispõe:
“O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal,
salvo nas hipóteses previstas em lei.”
No entanto, mesmo que observada alguma das exceções acima elencadas
em relação a privação da liberdade do adolescente, deverá ser respeitado o
princípio do devido processo legal, sem o qual a privação da liberdade
estaria eivada de inconstitucionalidade e ilegalidade. Inconstitucionalidade,
pois o princípio vem previsto no artigo 5º, inciso LIV, da CF; e ilegal, pois
contraria o disposto no artigo 110 do ECA. Tal princípio estabelece que o
processo deve obedecer às respectivas normas de regência.
Não obstante, o artigo 111 elenca de forma exemplificativa outras garantias
processuais asseguradas ao adolescente, quais sejam:
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio
equivalente;
II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e
testemunhas e produzir todas as provas necessárias à sua defesa;
III - defesa técnica por advogado;
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer
fase do procedimento.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10601908/artigo-109-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10728203/inciso-lviii-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10728364/inciso-liv-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10601868/artigo-110-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
/
Em relação às medidas socioeducativas, dispõe o artigo 112 do ECA:
“Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente
poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semi-liberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de
cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração.
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação
de trabalho forçado.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão
tratamento individual e especializado, em local adequado às suas
condições.”
Nesse sentido, respeitando, dentre outros princípios gerais do direito, o do
devido processo legal, é perfeitamente cabível a aplicação de sanções a
menores de 18 anos de idade que pratiquem crime ou contravenção penal,
no caso denominados de ato infracional, desde que esta aplicação decorra
da apreciação judicial e de competência exclusiva do Juiz (Súmula 108 do
STJ), lembrando sempre que, tais medidas, não possuem natureza de pena,
mas de medida socioeducativa.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10601509/artigo-112-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
/
Ademais a medida aplicada ao adolescente deverá considerar, além de sua
capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade do ato infracional.
De qualquer forma, em nenhuma hipótese o adolescente poderá ser
submetido a trabalho forcado, e, aos adolescentes com doença ou
deficiência mental, será concedido tratamento especial.
Vale lembrar, que nos casos em que o agente do ato infracional for criança,
a ela será aplicada, observando os aspectos formais, medidas de proteção, e
não medidas socioeducativas.
As medidas socioeducativas são uma forma de resposta do poder público,
aplicada ao adolescente que cometeu ato infracional pela autoridade
judiciária competente. Apesar de seu aspecto sancionatório, as medidas
aqui discutidas se constituem não como uma pena, mas como uma forma
de desestimular a reincidência na prática de atos infracionais e, ao mesmo
tempo, na inclusão social plena do adolescente.
É importante ressaltar que as medidas socioeducativas sempre devem ser
aplicadas levando-se em consideração as características do ato infracional
cometido (circunstâncias e gravidade), as peculiaridades do adolescente
que o cometeu (inclusive a sua capacidade de compreender e de cumprir as
medidas que lhe serão impostas) e suas necessidades pedagógicas.
A seguir alguns comentários sobre as espécies de medidas socioeducativas:
Advertência
De acordo com o artigo 115 do ECA, “a advertência consistirá na
admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada”. A advertência
objetiva alertar o adolescente e seus genitores ou responsáveis para os
riscos da prática do ato infracional. Tal medida poderá ser aplicada sempre
que houver prova da materialidade da infração e indícios suficientes de
autoria, obedecendo ao disposto no parágrafo único do artigo 114.Reparação de Danos
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10600939/artigo-115-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
/
Quando o ato infracional refletir na esfera patrimoniais, a autoridade
judiciária poderá aplicar a medida prevista no artigo 116 do ECA,
determinando que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento
do dano, ou por outra forma compense o prejuízo da vítima. Ocorrendo
manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra mais
adequada, evitando que os responsáveis pelo adolescente arquem com seu
cumprimento, pois em caso contrário a reprimenda perderia seu caráter
educativo, por não atingi o infrator diretamente.
Doutrinariamente existem três formas de reparar o dano, quais sejam:
restituir a coisa, ressarcir o dano ou compensar o prejuízo de outra
maneira.
Prestação de Serviços à Comunidade
Tal medida socioeducativa vem disciplinada no artigo 117 do ECA e consiste
na prestação de serviços comunitários, por período não excedente a seis
meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros
estabelecimentos congêneres, bem como programas comunitários ou
governamentais e não governamentais.
A medida deve ser gratuita e efetivada em local de serviços públicos ou de
relevância pública, governamentais ou não, federais, estaduais ou
municipais. O prazo deve ser proporcional à gravidade do ato praticado,
não devendo, contudo, prejudicar a frequência acadêmica ou laboral.
Liberdade Assistida
Essa medida, prevista nos artigos 118 e 119 do ECA, volta-se para o
acompanhamento, auxílio e orientação do adolescente. Deverá ser
nomeado, pela autoridade competente, um orientador, o qual ficará
responsável por promover socialmente o adolescente e sua família,
supervisionar a frequência escolar ou diligenciar a profissionalização.
Essa medida possibilita ao adolescente o seu cumprimento em liberdade
junto à família, porém sob o controle sistemático do poder público e da
sociedade. “A medida destina-se, em princípio, aos infratores passíveis de
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10600907/artigo-116-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10600840/artigo-117-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10600778/artigo-118-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10600655/artigo-119-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
/
recuperação em meio livre, que estão se iniciando no processo de
marginalização.”
A liberdade assistida deverá perdurar pelo prazo mínimo de seis meses,
com a possibilidade de ser prorrogada, renovada ou substituída por outra
medida, desde que ouvido o orientador, o MP e o defensor, nos termos do
parágrafo segundo do artigo 118. Ademais, se conveniente ao caso concreto,
a medida de liberdade assistida poderá ser substituída por outra a qualquer
tempo, possibilidade essa que se depreende da leitura combinada dos
artigos 99 e 113 do ECA.
Regime de Semiliberdade
O regime de semiliberdade pode ser aplicado tanto como uma medida
socioeducativa inicial, como uma forma de progressão do adolescente para
o meio aberto. Nesse caso o infrator é autorizado a exercer atividades
externas, independentemente de autorização judicial, sendo, no entanto,
obrigatória a escolarização e a profissionalização. Não há aqui a estipulação
de um prazo determinado e aplica-se, no que couber, as disposições
relativas à internação, conforme artigo 120, parágrafo 2º. Dessa forma,
combinando esse dispositivo com o artigo 121, parágrafo segundo, temos
que deverá haver a revisão da medida socioeducativa a cada 6 meses.
Internação
A medida socioeducativa em epígrafe se revela a mais severa de todas,
porquanto priva a liberdade do adolescente infrator. Deve ser aplicada
somente em casos de maior gravidade, em caráter excepcional e observado
o devido processo legal, conforme prescreve diploma constitucional e o
ECA. Contudo, sua aplicação está sujeita a três princípios, conforme caput
do artigo 121 do ECA: brevidade, excepcionalidade e respeito à condição
peculiar de pessoas em desenvolvimento. Passemos a análise mais
aprofundada desses princípios:
I - Brevidade: adolescente deve ser privado de sua liberdade o menor tempo
possível. Justamente em decorrência disso o prazo máximo da internação é
de 3 anos, com revisão a cada 6 meses (parágrafos 1º e 2º do artigo 121 do
ECA). Atingido o limite de 3 anos, o adolescente será solto livre, e,
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10604253/artigo-99-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10601079/artigo-113-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10600310/artigo-121-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
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http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10600267/par%C3%A1grafo-1-artigo-121-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10600222/par%C3%A1grafo-2-artigo-121-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
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dependendo do caso, ainda deverá se sujeitar ao regime de semiliberdade
ou liberdade assistida. Deverá se sujeitar a essas outras medidas nos
seguintes casos:
1. ato infracional cometido mediante violência ou grave ameaça;
1. reincidência em infrações graves (punidas com reclusão); ou
1. descumprimento reiterado e injustificável de outra medida imposta
(máximo de 3 meses).
Nesses casos é obrigatório a observância do princípio do contraditório.
Ademais, independente de qualquer coisa, completos 21 anos de idade a
liberdade é compulsória ao adolescente internado (artigo 121, parágrafo
5º).
II – Excepcionalidade: a medida apenas deve ser aplicada como último
recurso, conforme artigo 122, parágrafo 2º, do ECA; apenas quando a
gravidade do ato infracional cometido e a ausência de estrutura do
adolescente trouxerem indícios de que a possibilidade de reincidência caso
o infrator continue em liberdade é muito grande.
III - Respeito à condição peculiar de pessoas em desenvolvimento: esse
princípio deve ser observado, pois na adolescência há um profundo
processo de transformação física e psíquica do ser humano que requer
atenção especial das entidades de atendimento para que, ao fim, possa se
verificar a plena reinserção social.
O ECA, como dito, considera a internação como a última opção do sistema
e procura atribuí-la um caráter eminentemente socioeducativo, de forma a
assegurar aos jovens privados de sua liberdade, alguns cuidados especiais
(tais como proteção, educação, formação profissional, esporte, lazer, entre
outros).
Ademais, o ECA, em seu artigo 122, traz de forma taxativa as únicas
hipóteses em que a medida de internação poderá ser aplicada, sendo elas:
(i) tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou
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violência a pessoa; (ii) por reiteração no cometimento de outras infrações
graves; ou (iii) por descumprimento reiterado e injustificável da medida
anteriormente imposta, caso em que não poderá exceder a três meses.
Deve se observar, em relação a primeira hipótese, que a determinação do
que vem a se constituir como “infração grave” geralmente vem pautada por
um certo grau de subjetividade, porquanto não existem parâmetros legais
para fazermos essa gradação.
É importante ressaltar que a internação deverá ser cumprida em entidade
exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele ao abrigo, obedecida
rigorosa separação por critérios de idade, compleição física e gravidade da
infração, conforme artigo 123 do ECA. Ademais, o adolescente é obrigado a
passar por atividades pedagógicas.
Finalmente, no artigo 124 do ECA estão elencados, de forma
exemplificativa, os direitos do adolescente privado da liberdade.
Antes de iniciado o procedimento judicial para a apuração do ato
infracional, o MP pode conceder a remissão ao adolescente. É uma forma
de exclusão do processo, atendendo, nos termos do artigo 126 do ECA, “às
circunstâncias e consequências do fato, ao contexto social, bem como à
personalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no ato
infracional.”
Existem duas espécies de remissão: (i) remissão Ministerial, concedida pelo
promotor de justiça como forma de exclusão do processo (antes de se
iniciar o processo socioeducativo); e (ii) remissão Judicial, concedida pelo
Juiz, após o início do processo. Ela suspende ou extingue o processo. Em
qualquer caso a remissão pode se constituir em pleno perdão ou pode ser
cumulada com uma medida socioeducativas, exceto colocação em regime de
semiliberdade e internação (artigo 127, ECA.
Existe um entendimento, com base na Súmula 108 do STJ segundo o qual o
representante do Ministério Público somente pode conceder a remissão em
forma de perdão, de tal sorte que lhe seria vedada a aplicação cumulada de
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10599731/artigo-123-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
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qualquer medida socioeducativas. Súmula 108 do STJ assim versa: "A
aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela prática de ato
infracional, é da competência exclusiva do juiz”.
Outrossim, ainda nos termos do artigo 127 do ECA, a remissão não implica
em o reconhecimento ou comprovação da responsabilidade e nem prevalece
para efeitos de antecedentes.
Finalmente, a medida aplicada por consequência da remissão poderá ser
revista a qualquer tempo, mediante pedido do adolescente, seu
representante legal ou MP (artigo 128 do ECA).
Inicialmente, devemos observar que o adolescente deverá, quando de sua
apreensão, encaminhado imediatamente à autoridade competente. De
acordo com o artigo 171 do ECA, caso a apreensão decorra de ordem
judicial o adolescente deverá ser encaminhado á autoridade judiciária.
Por outro lado, caso o adolescente seja apreendido em flagrante de ato
infracional o mesmo deverá ser imediatamente encaminhado à autoridade
policial competente, por força do artigo 172 do ECA. Nesse caso, se o ato
infracional for cometido mediante violência ou grave ameaça, o policial
deverá observar o disposto no artigo 173 do ECA; se não houver violência
ou grave ameaça, então o auto poderá ser substituído por B. O. De
ocorrência circunstanciada.
No caso de apreensão, o comparecimento dos responsáveis pelo
adolescente acarreta na necessária liberação do mesmo, devendo ser
lavrado termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao
representante do Ministério Público. Exceção é feita a essa regra do artigo
174 do ECA, nos casos em que o adolescente permanecer sob internação
para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem pública,
dada a gravidade do ato infracional e sua repercussão social.
Se verificada essa exceção, a autoridade deverá encaminhar o adolescente
ao MP, com cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência. Por outro
lado, se o adolescente for liberado, será encaminhado ao MP tão somente
cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10598795/artigo-127-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
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http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10598764/artigo-128-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
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http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10592470/artigo-173-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10592264/artigo-174-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
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Ademais, se não se configurar situação de flagrante, mas ao mesmo tempo
houver indícios de participação na prática de ato infracional, o relatório das
investigações e demais documentos deverão ser encaminhados ao MP.
Caso, respeitadas as formalidades legais, se conclua pela autoria do
adolescente, dispõe o artigo 178 do ECA:
“Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não
poderá ser conduzido ou transportado em compartimento fechado de
veículo policial, em condições atentatórias à sua dignidade, ou que
impliquem risco à sua integridade física ou mental, sob pena de
responsabilidade.” Após, o representante do MP deverá ter acesso aos
documentos e realizar as oitivas necessárias, nos termos do artigo 179 do
ECA e, ao fim, poderá: (i) promover o arquivamento dos autos, (ii)
conceder a remissão, ou (iii) representar à autoridade judiciária para
aplicação de medida sócio-educativa.
Se for promovido o arquivamento ou concedida remissão pelo
representante do MP, que o fará de forma fundamentada, os autos serão
conclusos á autoridade judiciária para homologação. De outra forma, se
não houver arquivamento ou concessão da remissão, deverá o
representante do MP oferecer representação à autoridade judiciária,
propondo a instauração de procedimento para aplicação da medida sócio-
educativa que se afigurar a mais adequada (artigos 181 e 182 do ECA).
Deve-se observar ainda o disposto no artigo 183, de acordo com o qual o
procedimento, quando o adolescente estiver internado provisoriamente,
deverá ser concluído, no máximo, em 45 dias.
Uma vez oferecida a representação, a autoridade judiciária designará
audiência de apresentação e decidirá sobre a manutenção da internação.
Vale ressaltar, no entanto, que a internação não pode ser cumprida em
estabelecimento prisional. Ademais, caso o adolescente, após ser
devidamente notificado, não comparecer à audiência de apresentação sem
justificativa, será designada nova data.
Além disso, o artigo 188 do ECA estabeleceque a remissão poderá ser
concedida em qualquer fase do procedimento, desde que antes da sentença.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10591999/artigo-178-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10591960/artigo-179-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10591678/artigo-181-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10591570/artigo-182-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10590843/artigo-188-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
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O artigo 189, por sua vez, está assim redigido:
“Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde que
reconheça na sentença:
I - estar provada a inexistência do fato;
II - não haver prova da existência do fato;
III - não constituir o fato ato infracional;
IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato infracional.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adolescente internado,
será imediatamente colocado em liberdade.”
E, finalmente, o a intimação da sentença que aplicar medida de internação
ou regime de semi-liberdade deverá observar o disposto no artigo 190 do
ECA.
O Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) prevê normas
para padronizar os procedimentos jurídicos envolvendo menores de idade,
que vão desde a apuração do ato infracional até a aplicação das medidas
socioeducativas.
Dentre as previsões estabelecidas, ressalte-se as seguintes:
- Imposição do limite da quantidade de apreendidos em cada unidade de
atendimento em regime fechado (relacionados às medidas socioeducativas
de privação de liberdade);
- Alteração na das referidas unidades de atendimento, devendo-se priorizar
as construções horizontais e espaços para atividades físicas.
- Serviços ligados à educação, saúde, lazer, cultura, esporte e
profissionalização são prioridades no Sistema.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10590491/artigo-190-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
/
- Especifica as responsabilidades dos entes federativos em relação à
aplicação das medidas socieducativas e à reinclusão social dos adolescentes
infratores.
- Os municípios que contenham mais de 100 mil habitantes devem elaborar
planos para o cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto.
Em relação aos munícipios com menos do que 100 mil habitantes, há a
previsão de que estes poderão criar consórcios e elaborar planos regionais.
- Criação de planos de atendimento decenais. O Plano Nacional, que servirá
de apoio para os planos estaduais e municipais. Os planos deverão ser
revistos a cada três anos.
- Possibilidade de novas fontes de financiamento para os sistemas
socioeducativos, que não apenas recursos oriundos dos orçamentos
federais, estaduais e municipais e dos fundos de Defesa dos Direitos da
Criança e do Adolescente.
Ademais, é importante ressaltar que a lei aconselha pela individualização
do plano de execução das ações corretivas, sendo extremamente importante
considerar as especificidades de cada adolescente, tais como doença,
deficiências e dependência química.
Não obstante, pela leitura da lei que instituiu o SINASE depreende-se que o
princípio da não discriminação norteia as ações socioeducativas trazidas
pelo referido dispositivo legal.
Finalmente, a lei do SINASE trata, além da execução das medidas
socioeducativas, também dos procedimentos gerais e dos atendimentos
individuais, da atenção à saúde do adolescente, dos regimes disciplinares e
da capacitação para o trabalho.
Disponível em: https://renansousa92.jusbrasil.com.br/artigos/254217814/as-medidas-de-protecao-
para-a-crianca-e-o-adolescente
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