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Feito por Maria Paula Moura Vilela – Profª Stephanie Branco – Newton Paiva – BH, MG Doenças bacterianas e viróticas-@mpaula.vet Carbúnculo Sintomático É uma doença com manifestação aguda infecciosa, mas não é contagiosa, tem a ocorrência de mionecrose (fatal) como característica principal junto com enfisema. Conhecido como “manqueira”, “black leg” ou “mal do ano”, ocorre principalmente em ovinos e bovinos. Tem distribuição mundial, mesmo com a vacinação adequada as regiões ainda podem ter surtos, ocorre em todos os estados do Brasil, a morbidade é de 5% a 25% e a mortalidade chega a 100%, possui grandes perdas econômicas. O agente é o Clostridium chauvoei, é um bastonete, gram-positivo e móvel, é estritamente anaeróbio (Não se desenvolve bem com oxigênio, quando entre em contato com o O2 ele esporula), pode ficar anos no meio ambiente na forma esporulada. Tem como principal fator de virulência a produção de toxinas com atividade local e fatores de disseminação extracelular que afeta a hemodinâmica dos animais, é muito similar ao Clostridium Septicum. CctA: citotoxina A, é considerada a principal pela patogenicidade do agente, ela causa formação de poros em diferentes células resultando em necrose e nos eritrócitos causa hemólise, é altamente citotóxico e tem citotoxidade nas células epiteliais bovinas (eles são mais susceptíveis), pode ser utilizada para proteção dos animais a partir de desenvolvendo vacinas que favorecem a resposta contra essa toxina, quando os anticorpos produzidos são contra essa toxina não ocorre mais necrose. DNase (beta-toxina): tem na composição uma desoxirribonuclease (DNA celular) que digere o DNA celular e morte celular, tem participação ativa na mionecrose. Hialuronidase Nag (gama-toxina): tem como ação principal a destruição do tecido conjuntivo (quando isso ocorre acaba tendo um espaço maior entre as células fazendo uma facilitação da difusão celular, para que essa lesão causada pelas outras toxinas seja cada vez maior e a toxina não fica mais restrita), essa destruição do tecido conjuntivo resulta na produção de dissacarídeos (que são utilizadas para nutrição do Clostridium) Feito por Maria Paula Moura Vilela – Profª Stephanie Branco – Newton Paiva – BH, MG Neuraminidase: relacionada com clivagem de diferentes pontos da membrana celular favorecendo a difusão. Hemolisina (delta-toxina): ainda não possui muitos estudos sobre ela. Ocorre mais em bovinos jovens, média entre 6 meses a 2 anos, porque em essa faixa etária possui uma queda de anticorpos e animais trocam de dente (porta de entrada do agente). Em adultos é difícil, mas pode ocorrer em situações específicas, com a idade eles tendem a desenvolver imunidade contra essa doença, mas quando colocamos um animal de uma região livre dessa doença (sem imunidade) e coloco em uma região endêmica ele pode desenvolver a doença. Em ovinos é associada com alguma lesão prévia, seja do pós parto ou lesões causadas por procedimentos de rotina. Tem uma frequência maior em regiões chamadas de carbunculosas, é normal em locais que possuem escavação do solo (contaminação ambiental com esporos), ocorrência de inundações, é o clostrídios de maior frequência no solo Ocorre a ingestão, a maioria dos esporos é eliminado pelas fezes, porém parte dele é atingido pela corrente sanguínea normalmente são fagocitados por macrófagos e circulam dentro do sangue atingindo outros órgãos (fígado, tecido subcutâneo e musculatura), ficam por um tempo prolongado inativos até o animal sofrer um trauma (não precisa ser um trauma grande, pode ser uma simples batida) favorecendo a ocorrência no local de uma anaerobioso, esse ambiente favorece a vegetação (forma esporulada para vegetativa), a parti daí começa a multiplicação na musculatura, produzindo mais toxinas e enzimas na musculatura e isso produz substancias como ácido butírico e ácido acético, causando gás, necrose muscular, edema, hemorragia e o animal chega a óbito (é associado com alterações hemodinâmicas). Quando tem associado a toxina produtos derivados da decomposição tecidual o animal apresenta febre, alteração cardíaca e respiratória e sepse. IMPORTANTE! Normalmente acontece animais que estão excelente condição nutricional, animal forte pois esses animais possuem no músculo uma taxa rica em glicogênio, favorecendo a vegetação/ ativação dos esporos. Existem uma forma rara que é o carbúnculo visceral que afeta o coração, causando miocardite, língua, diafragma, apesar disso o animal fica assintomático e ocorre morte súbita. A porta de entrada são lesões, quando ela é muito profunda ou contaminadas tem um favorecimento de ambiente anaeróbico auxiliando na vegetação do agente, ocorre a multiplicação, produção de toxinas e enzimas, levando a necrose, gás, edema, hemorragia e óbito. Existem relatos de ocorrência da doença sem nenhuma lesão, com envolvimento da musculatura esquelética e músculo cardíaco. A progressão tende a ser hiperaguda, o animal em 1 a 3 dias vem a óbito, o início ocorre subitamente dos sinais clínicos, em bovinos o animal fica anoréxico, possui febre, prostrado, claudicação, a maioria das vezes ocorre na coxa, região lombar e escapular, gradis costal, Feito por Maria Paula Moura Vilela – Profª Stephanie Branco – Newton Paiva – BH, MG cervical e cabeça são menos comuns, mas pode acontecer. Ocorre um aumento da temperatura local, fica quente, edema e dolorido, é possível sentir crepitação, com o desenvolvimento da lesão o membro fica frio e ausência de dor no centro, os linfonodos regionais ficam reativos e firmes, o animal começa a ficar desidratado, mucosas hipermicas, dispneia e taquicardia, em estado terminal o animal entra em decúbito esternal e o óbito chega entre 12 a 36 horas. Deve ser realizado rapidamente, senão o Clostridium entra em autólise, deve evitar fazer a necropsia a campo, é observado inchado, rigor mortis precoce (30 a 60 minutos), posição de cavalete, hemorragia por cavidades naturais, dilatação abdominal, hemorragia subcutâneo, os animais que tem cronicidade maior é possível ver uma necrose da pele, fistulação e caquexia. No músculo afetado é possível ver aumento do volume, derrame edematosa e/ou gelatinoso, musculatura hemorrágica, enfisematosa, necrose, aspecto de cozido, escuro e sem brilho, as fibras separadas por exsudato sanguinolento e gás, odo rançoso, sepse, lesões necróticas no fígado, petéquias no epicárdio, pleura e peritônio. Geralmente é desfavorável, possui rápida evolução, se o for feito na fase inicial, ou seja, nas primeiras 24 horas o diagnóstico é reservado. Através de dados epidemiológicos, sinais clínicos e evitar necrópsias a campo, muitas vezes é fechado o diagnóstico com sinais clínicos. É possível usar um líquido proveniente do lugar da lesão, aspirar e mandar para análise, também pode ser usado sangue cardíaco ou fígado. Pode ser feito por imprint em lâminas, não é possível identificar o tipo de clostrídios. Imunofluorescência direta: é o melhor, é rápido e específico. Cultivo: em anaerobiose, é preciso associas a provas de identificação bacteriana, demora muito tempo e trabalhoso, não é muito usado. PCR: também é utilizado, possui alta sensibilidade e especificidade. Altas doses de penicilina ou associações de penicilinas (potássica, procaína e benzatina), não esquecer do suporte ao animal. A melhor delas é vacinação, não é 100%, mas ajuda, os bovinos devem receber a vacina de 3 a 6 meses de idade, repetir a dose em 30 dias e fazer o reforço anual. Nas gestantes deve vacinar no último mês de gestação, de forma geral em locais que tem maior incidência deve ser realizado a vacinação anual. Emovinos deve vacinar com 3 meses e 1 ano de idade e reforço anual, gestantes devem ser vacinadas 1 mês antes do parto. Se houver surtos é preciso tratar os animais e vacinação imediata com intervalo de 15 a 21 dias. Deve ser feito o descarte adequado da carcaça, remover, queimar ou enterrar.
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