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Joseany S. Infectologia de Complexo Aumento de Microorganismos Hipersensibilidade Necrose caseosa do foco de Ghon / Lesão pulmonar primária Drenagem dos bacilos Linfonodos traqueobrônquicos Formação granulomas caseosos Ghon TUBERCULOSE PULMONAR Doença infecciosa causada pela Mycobacterium tuberculosis, ou Bacilo de Koch. As micobactérias são aeróbicas alongadas, em forma de bastonetes e não produzem esporos. Possuem uma cápsula cérea que as tornam mais resistentes à destruição e acidoresistentes. - M. tuberculosis bovis: adquirida através da ingestão do leite de vacas contaminadas. Inicialmente afeta o trato gastrointestinal. Praticamente erradicada devido ao processo de pasteurização do leite - M. tuberculosis hominis: transmitida pelo ar e disseminada por núcleos de gotículas presentes nas secreções respiratórias de indivíduos com tuberculose ativa. Tossir, espirrar e falar podem criar gotículas com o microorganismo em suspensão no ar. Portanto, condições de aglomeração aumentam o risco de contaminação. O bacilo não tem antígenos conhecidos para estimular uma resposta precoce das imunoglobulinas, gerando assim, uma resposta celular tardia que confere resistência e hipersensibilidade aos antígenos da tuberculose. Características da doença como necrose caseosa e cavitação resultam mais da resposta de hipersensibilidade do que capacidade destrutiva do bacilo. Os macrófagos são as principais células afetadas. Foco de Ghon = lesão granulomatosa circunscrita que contém bacilos da tuberculose, macrófagos modificados e células imunes como resultado da resposta imune. Localizado na área subpleural dos segmentos superiores do lobo inferior ou segmentos inferiores do lobo superior. O complexo de Ghon é a associação do nódulo de Ghon com adenopatia satélite. Cura sofrendo contração, cicatrização fibrosa e calcificação (visível nos exames radiológicos). Certo numero de microorganismos podem permanecer viável por vários anos e se não houver uma resposta imune eficiente posteriormente, a tuberculose latente pode se transformar em tuberculose secundária. Liquefação da necrose caseosa: Seu mecanismo é a liberação excessiva de enzimas destrutivas pelos macrófagos ativados que circundam o foco caseoso. Os produtos da DEFINIÇÃO Os bacilos da tuberculose são estritamente aeróbicos, crescendo em ambientes ricos de O2. Isso explica sua tendência a acometer o lobo superior, ou nas partes superiores do lobo inferior, por serem locais de maior ventilação e suprimento de O2. TIPOS PATOGENIA RESPOSTA IMUNE CELULAR Núcleos de gotículas depositados nos alvéolos -> Bacilos fagocitados por macrófagos -> Resistem à destruição por possuírem lipídeos na parede celular que bloqueiam a fusão dos fagossomos com os lisossomos -> Multiplicação dos bacilos -> Macrófagos infectados degradam as micobactérias -> Apresentação do antígeno aos linfócitos T ativados -> Estimulam os macrófagos a aumentar a concentração de enzimas líticas e destruição de micobactérias *essas enzimas causam lesão do tecido pulmonar Joseany S. Infectologia degradação do cáseo aumentam a osmolaridade local, “puxando” água do tecido adjacente e transformando o material num excelente meio de cultura (rico em nutrientes). Dessa forma, pela primeira vez o bacilo poderá se multiplicar no ambiente extracelular. Acomete os indivíduos que não foram expostos à doença anteriormente, ou seja, não sensibilizados. Inicia-se com a inalação de núcleo de gotículas com o bacilo da tuberculose. Pode desenvolver a forma latente da infecção, quando os linfócitos T e macrófagos circundam o microorganismo em granulomas, limitando sua disseminação. Indivíduos com tuberculose latente não possuem a forma ativa da doença e não transmitem o microorganismo. Os segmentos posteriores dos lobos superiores e o segmento superior dos lobos inferiores são os mais acometidos pela tuberculose pós-primária. Existem duas explicações para este fato: (1) a maior tensão de O2 nos alvéolos da porção superior dos pulmões; e (2) menor drenagem linfática desses segmentos. Quando a resposta imune é inadequada, há o desenvolvimento da tuberculose primária progressiva, com destruição do tecido pulmonar e disseminação da doença. Comum em imunodeprimidos. Sintomas, geralmente insidiosos, dos que desenvolvem a forma progressiva primária: febre, sudorese noturna, perda de peso e fadiga. Com a disseminação, o microorganismo tem acesso ao escarro, permitindo infectar outras pessoas. Em casos raros, pode provocar erosão de vasos sanguíneos, originando a disseminação hematogênica. Reinfecção a partir de núcleos de gotículas inalados ou reativação de uma lesão primária previamente cicatrizada. A reação de hipersensibilidade mediada por células é um agravante, já que pode promover cavitação e disseminação brônquica. As cavidades podem coalescer (se aglutinarem). Derrame pleural e empiema (acumulo de pus) podem ocorrer com a progressão da doença. Sintomas: febre baixa, sudorese noturna, fadiga fácil, anorexia e perda de peso. Tosse inicialmente seca, tornando-se produtiva, podendo haver rajados de sangue. Com o avanço da doença, ocorrem dispneia e ortopneia. - Teste Cutâneo com Tuberculina (PPD): mede a hipersensibilidade tardia que ocorre após exposição ao bacilo. Reação positiva ao teste não significa necessariamente que a pessoa tem tuberculose ativa, mas sim que já foi exposta ao bacilo, desenvolvendo uma imunidade celular ao microorganismo. - Procedimento de teste em 2 etapas com reforço: se o primeiro resultado for negativo, administra-se o segundo 1 semana depois. Se o segundo teste for negativo a pessoa não está infectada ou tem anergia. Se o resultado do segundo teste for positivo, supõe-se que tenha TUBERCULOSE PRIMÁRIA TUBERCULOSE SECUNDÁRIA Cavitações indicadas pelas setas DIAGNÓSTICO Falso + : reações cruzadas com micobactérias não tuberculósicas Falso - : como a resposta de hipersensibilidade ao teste depende da imunidade celular, pode-se obter um falso-negativo em casos de indivíduos com imunodeficiência (ANERGIA) Joseany S. Infectologia sido por conta do reforço que dura cerca de 1 ano. - Teste de Controle: deve ser feito por indivíduo imunodeprimidos. São usados os antígenos da Candida, vírus da caxumba e o toxoide tetânico. Por serem de comum exposição entre as pessoas, indivíduos com o sistema imune normal responderão positivamente ao teste, enquanto os imunodeprimidos não terão essa resposta. - Diagnóstico definitivo: consiste na identificação do microorganismo em culturas ou por ampliação do RNA/DNA. Pode ser obtida por bacteriológicos de amostra de escarro (baciloscopia), aspiração gástrica ou lavados brônquicos. - Radiografia do Tórax: Na tuberculose primária a radiografia do tórax pode ser normal, embora pequenos nódulos periféricos possam estar presentes e não ser visualizados. A linfonodomegalia mediastinal é a manifestação radiológica mais frequente na forma primária da tuberculose. - Dosagem de INF-gama (IGRA): mede a liberação de INF-gama pelas células T em resposta a estimulação com antígenos altamente específicos da tuberculose, que pode ser identificado em exame de sangue total por ELISA (quantiferon. Ocorre enquanto o doente estiver eliminando bacilos, e não tiver iniciado o tratamento. Com o esquema terapêutico recomendado, a transmissão é reduzida a níveis insignificantes, ao fim de poucos dias ou semanas, desde que o doente seja regular na ingestão das drogas e não seja resistente às mesmas. As crianças, com tuberculose pulmonar, geralmente nãotransmitem a doença. ➢ INFECÇÃO LATENTE TB (ILTB): também denominado quimioprofilaxia para TB, é a prevenção através da utilização de fármacos. Consiste na utilização da isoniazida como forma de prevenção do desenvolvimento da TB ativa. ➢ TUBERCULOSE ATIVA: O tratamento é feito com quatro drogas que estão todas no mesmo comprimido – rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. Nos primeiros 2 meses - fase intensiva do tratamento -, a pessoa usa essas quatro drogas. Na fase de manutenção, que dura 4 meses, a pessoa usará apenas duas drogas - a rifampicina e a isoniazida. Quando o tratamento de 6 meses é bem feito, a maioria das pessoas ficam curadas da infecção. TRATAMENTO O bacilo da tuberculose se multiplica lentamente e pode permanece dormente em baixos teores de oxigênio. É muito mutável e tende a adquirir resistência a qualquer fármaco. Por isso, no seu tratamento, é necessária a utilização de múltiplos fármacos em casos de tuberculose ativa. PERÍODO DE TRANSMISSÃO Joseany S. Infectologia A prevenção é feita através da vacina BCG intradérmica com uma cepa da Mycobacterium tuberculosis bovis. Recomendada para aplicação no primeiro mês de vida da criança. A vacina diminui as chances de desenvolver formas graves da doença, como a meningite tuberculosa, mas não é eficaz contra a tuberculose pulmonar. Outra forma é através da prevenção secundária com isoniazida. A proteção é recomendada para as pessoas que convivem com a pessoa doente, seja na casa ou no trabalho. Essa proteção só é recomendada após a avaliação do teste PPD e do raio-X de tórax de todos os contatos próximos. Pessoas portadoras do HIV, em função da diminuição da defesa do organismo, assim como os diabéticos, os fumantes, as pessoas que fazem uso de álcool e outras drogas e aquelas privadas de liberdade. Os primeiros, de uma forma ou outra, têm defesas orgânicas reduzidas, e os últimos permanecem em condições nas quais a exposição ao bacilo é diariamente renovada. PREVENÇÃO VULNERÁVEIS Relação álcool e drogas com TB: O álcool e as drogas diminuem a imunidade, o que favorece a TB. A ingestão exacerbada de álcool compromete os receptores Toll Like, mais especificamente o TLR4 que é responsável por reconhecer os patógenos e ativar citocinas para o início de uma inflamação. Além disso, o álcool inibe algumas citocinas e ativa outras podendo gerar respostas inflamatórias desproporcionais que agredirão o organismo.
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