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SABEDORIA E MAGIA DOS CELTAS PRINCÍPIOS DO DRUIDISMO

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SABEDORIA E
MAGIA DOS CELTAS
PRINCÍPIOS DO DRUIDISMO
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ANA ELIZABETH
CAVALCANTI DA COSTA
SABEDORIA E
MAGIA DOS CELTAS
PRINCÍPIOS DO DRUIDISMO
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ÍÍÍÍÍNDICENDICENDICENDICENDICE
Introdução ...................................................... 13
1ª Parte - O Universo Mágico
Os Ciclos da Terra, os Ciclos da Vida............... 17
As Celebrações Solares: Os Sabás ............... 20
Celebração Lunar: Esbat ............................. 43
Os Quatro Elementos da Natureza e os Seres
Elementais .................................................. 49
O Elemento Terra ........................................ 50
O Elemento Fogo ......................................... 52
O Elemento Água ........................................ 54
O Elemento Ar ............................................. 55
Símbolos e Intrumentos Mágicos ..................... 59
Os Instrumentos Mágicos ............................ 61
As Magias ........................................................ 67
Os Frutos da Terra ...................................... 67
Incensos e Sachês ....................................... 68
Poções Mágicas ........................................... 69
Os Banhos .................................................. 69
Pós Mágicos ................................................ 70
Chás ........................................................... 70
Energia dos Vegetais na Decoração ............. 71
Receitas e Práticas ...................................... 71
Os Ventos.................................................... 81
Os Animais Sagrados .................................. 82
2ª Parte - Sabedoria Celta
Os Conceitos ................................................... 95
A Espiral da Vida: nascimento, crescimento e
morte: ..................................................... 96
O Conceito do Universo ............................... 98
A Magia do Isolamento:desc. sua Alma ........ 100
Paisagem Sagrada ..................................... 104
O Valor da Amizade: Anam Cara................ 105
A Religião da Grande Deusa .......................... 109
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A Comunhão com a Mãe Terra................... 112
Monumentos de Pedras ............................. 115
O Equilíbrio:A Grande Deusa e o Grande Deus 117
Os Druidas .................................................... 121
Os Deuses Celtas .......................................... 124
A magia dos deuses e suas associações ..... 130
Mentalizações com Deuses ........................ 134
Paganismo x Cristianismo ......................... 135
Os Mitos ........................................................ 137
As três faces da Grande Deusa .................. 137
Os Heróis .................................................. 139
As Fadas ................................................... 140
A Lenda de Rei Artur ................................. 146
3ª Parte - Os Celtas na História
Registros Históricos, Cultura e Sociedade ...... 153
A Expansão dos Celtas .............................. 155
O Cristianismo Irlandês e a preservação da
Cultura Celta ........................................ 157
A Arte Celta ............................................... 159
A Sociedade Celta e o Respeito pela Individuali-
dade ...................................................... 161
A mulher na sociedade celta ...................... 165
4ª Parte - O Alfabeto Celta
Ogham .......................................................... 168
Compreendendo o Ogham ......................... 170
Consultando o Ogham ............................... 184
Apêndice ....................................................... 190
As Cores .................................................... 190
As Plantas ................................................. 191
Cristais e Pedras ....................................... 198
Bibliografia .................................................... 201
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INTRODUÇÃO
O que os seres humanos possuem em comum
se revelam nos mitos, que são as pistas para o desen-
volvimento do potencial espiritual do homem. O
mito é um relato, uma história da experiência de vida
humana, mostrando o que somos capazes de conhe-
cer e experimentar interiormente.
Os mitos funcionam, muitas vezes, como
expressão dos desejos inconfessáveis do ser humano.
Quando um mito cria raízes e passa a fazer parte da
crendice popular, embora não faça parte do âmbito
científico, ele não deixa de vincular uma verdade,
que possui sua própria verdade, colocada em outro
plano.
Qualquer trabalho sobre os celtas é um desafio
e fascina a humanidade, porque a ciência da história
se vê frente a frente com a força de sua mitologia,
que se sobrepõe, muitas vezes, à realidade. Para
conhecê-los é preciso voltar no tempo à procura de
suas raízes, em diversos povos que viveram há
milhares de anos.
As famosas e tradicionais histórias de Rei
Arthur, Lancelot, Merlin, Morgana, Santo Graal, são
associadas a este povo que não nos deixou registros
em forma escrita, pois acreditavam que sinais
gráficos comprometiam a força dos fatos, poderiam
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criar imagens irreais, ou até interpretações errôneas
sobre a verdade.
As histórias e lendas deste povo retratam he-
róis que lutam pela paz e harmonia dos seus, justiça
para os injustiçados, fidelidade nas amizades,
amores impossíveis e outros realizados.
Reis, cavaleiros, sacerdotisas, druidas, heróis,
fadas, animais sagrados, espíritos habitantes de
outros mundos, fazem parte do “Universo Celta”
que é repleto de magia!
Alguns personagens habitam o mundo in-
visível, magos e druidas transformam-se em ani-
mais, sacerdotisas têm visões através do espelho e
das águas. Além de tudo isto, magias são feitas com
palavras mágicas, ervas e pedras poderosas, que
produzem curas milagrosas. A procura de objetos
com simbolismo sagrado movimenta a busca por
caminhos, o encontro de si mesmo.
A conhecida série contemporânea, em qua-
drinhos, “Asterix, o gaulês”, expõe com muito bom
humor, as histórias de uma tribo gaulesa, que resiste
à invasão romana. Os personagens retratam o
cotidiano da tribo celta e a famosa “poção mágica”,
feita pelo druida, que era bebida pelos gauleses
quando entravam em combate com os romanos,
mostrava a importância e a simplicidade da magia
usada na tribo.
O cotidiano celta era repleto de uma magia
natural, que acontece através da forma com que
observava o mundo e nos ensina a valorização e a
força do próprio ser, do próprio eu. Em nenhum
momento se percebe neste povo, resignação ou
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apatia, eram guerreiros, conscientes de seu papel no
Universo e da magia que existe na Natureza.
O universo celta abre a nossa mente para a
possibilidade de outros planos de existência e até
mesmo “mágicos”, onde coisas que, geralmente, não
têm importância passam a ser observadas, dando à
vida um prazer muito grande pelo simples fato de
se estar vivo.
A mentalidade celta mostra que a fragilidade
nos dá força, que momentos de dor podem ser
vividos de uma forma mais branda, se forem
entendidos como processo de transformação para
períodos de felicidade.
Lembre-se de que são os momentos de fra-
queza que tornam o homem forte, mais seguro e
determinado. Tudo é possível, porque ao completar-
se um ciclo, a Roda da Vida nos favorece com a
primavera.
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1ª PARTE
O UNIVERSO MÁGICO
 17
OS CICLOS DA TERRA, OS
CICLOS DA VIDA
Viver o universo mágico dos povos celtas é
muito mais simples do que você pode imaginar, por-
que nele não existem grandes fórmulas mágicas ou
rituais rígidos.
A primeira lição que os celtas nos dão é a da
observação e do respeito pela natureza, a sagrada
Mãe Terra, que nos proporciona tudo para que
tenhamos uma vida digna, equilibrada e harmo-
niosa.
Para eles, cada um dos habitantes deste
planeta é responsável por tudo o que acontece na
Terra e na sua própria vida. Essa responsabilidade
deve provocar em cada um de nós, o sentimento de
amor pela vida e pelo aprendizado que ela nos
oferece.
Além da apreciação e amor pela Mãe Terra,
seus conceitos e valores eram muito simples, mas
ao mesmotempo, complexos. Levavam sempre em
consideração a Roda do Ano (estações), os elementos
da natureza, os Pontos Cardeais, o Sol, a Lua e
valorizavam a energia de tudo o que os rodeava.
A magia que fazia parte do cotidiano celta,
pode ser incluída, também, em sua vida. É muito
fácil! Talvez esta seja a sua oportunidade.
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Para começar, duvide e questione sempre,
porque é através da dúvida que a nossa mente se
torna curiosa e desenvolve o estado de compreensão.
É com o questionamento pessoal e com a deter-
minação de nunca desistir em procurar as soluções
e as respostas para as questões que amadurecemos,
sabendo aproveitar cada acontecimento para per-
guntas como: Por que isto ocorreu comigo? Que lições
devo aprender diante deste fato?
É desta forma que você cultivará a sabedoria
celta: descobrindo quem você é e os desejos de sua
alma.
Se a sua intenção é vivenciar a magia celta
aprenda a valorizar o solo que pisa, o trabalho que
lhe proporciona frutos e, principalmente, as pessoas
com quem você convive: família e amigos.
Acalme o coração e deixe a vida fluir em seus
ciclos. Preste atenção em sua vida, seus pensa-
mentos, suas emoções, seus desejos.
Perceba que em determinados momentos
algumas coisas morrem e outras nascem. O fruto foi
um dia uma semente e contém sementes que darão
outros frutos, se forem jogadas na terra. Aprenda
então, como os celtas, a germinar seu solo (sua vida)
para recolher bons frutos (bons momentos).
Os movimentos eternos da Terra e da vida
eram celebrados pelos celtas em rituais (Sabás,
Sabbaths). Os ciclos da vida nos mostram que em
alguns momentos temos que sacrificar algumas
coisas em nome de novas oportunidades.
Os Sabás eram celebrações em que o homem
refletia sobre os processos de mudanças, meditando
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e realizando uma conexão pessoal com a Grande
Mãe.
Da mesma forma que os celtas, procure come-
morar os períodos do ano.
Cada Sabá aciona uma energia que o Planeta
estará vivendo, e como fazemos parte das energias
telúricas, é bom meditar, refletir e aprender um
pouco sobre as lições que a Roda do Ano nos dá.
Esses rituais são oportunidades que temos de
agradecer pelas coisas boas de nossa vida: água, sol,
chuva, alimento, trabalho, prosperidade, amigos,
família e as oportunidades que a Mãe Natureza e a
vida nos proporcionam.
A palavra Sabá tem origem no grego, sabatu,
de onde se originou a palavra sábado. O seu signifi-
cado é descanso.
Os Sabás são celebrações solares e também são
conhecidos como a Roda do Ano, que se divide em
oito celebrações: quatro fazem referência às estações
do ano (Yule, Ostara, Coamhain e Herfest) e quatro
são baseadas nos antigos festivais que celebravam
os movimentos e ciclos de fertilidade da Terra
(Samhain, Imbolc, Beltane e Lughnasadh).
As datas das celebrações realizadas nas esta-
ções variam de acordo com o hemisfério, pois os
equinócios e solstícios se alternam entre os hemis-
férios sul e norte.
A maior parte do povo do hemisfério sul é
descendente de europeus e, por esse motivo, os
Sabás, por sua força histórica, são comemorados de
acordo com as tradições do hemisfério norte.
No dia 31 de outubro, por exemplo, as energias
da terra no hemisfério sul são propícias para a
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comemoração do Beltane – A Celebração da Vida, mas
a tradição européia do Halloween é muito forte e
realizam-se festas com as famosas máscaras de
abóbora em comemoração ao dia das bruxas, que
no hemisfério norte fazem parte do festival do
Samhain (sou-ein) – Tempo de Reflexão.
O Equinócio é o momento em que o Sol corta
a linha do Equador, fazendo com que o dia e a noite,
por algum tempo, tenham a mesma duração. Marca
o início da primavera e do outono.
O Solstício é o momento em que o Sol se afasta,
por alguns dias, o máximo da linha do Equador.
Marca o início do verão e do inverno.
A vida, para os celtas, inicia-se na escuridão
(o ventre, a terra) e, por este motivo, suas celebrações
sempre começavam na noite anterior ao dia da
comemoração. Preparavam-se durante o dia para a
comemoração, procurando manter sua energia
equilibrada.
AS CELEBRAÇÕES SOLARES: OS SABÁS
SAMHAIN (SOU-EIN) – – – – – TEMPO DE REFLEXÃO.
31 DE OUTUBRO: HEMISFÉRIO NORTE.
1º DE MAIO: HEMISFÉRIO SUL.
Cores: laranja e preta.
Ervas mais ativas: noz moscada, sálvia, ale-
crim, artemísia, calêndula, louro, mirra, menta.

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