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HOLOCAUSTO BRASILEIRO RESENHA

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centro universitario do sul de minas – unis
psicologia 
iuri barros da silva
RESENHA CRITICA: O HOLOCAUSTO BRASILEIRO 
varginha
2020
Barbacena, Minas Gerais – BR, 12 de outubro de 1903, data de quando o Hospital Colônia foi fundado, que em princípio era tido como um hospital psiquiátrico, que prometia cuidar de pessoas com transtornos mentais, o que para a época, não era um assunto muito pautado. Com o passar dos anos se tornou um lugar de despacho social. O documentário dirigido por Armando Mendz e Daniela Arbex, lançado diretamente a TV e produzido pela HBO em 2016, foi inspirado no livro-reportagem sobre o genocídio que ocorreu no hospital em Barbacena também escrito por Arbex, ambos com o mesmo nome, O Holocausto Brasileiro, que conta como 60mil mortes ocorreram em um local de forma silenciosa.
O documentário começa mostrando as ambientações físicas do local, mostrando os diferentes pavilhões, que no total são 16. Cada pavilhão tem sua “organização” como por exemplo são separados por gênero. A capacidade do local era pra 200 a 300 pacientes, mas já chegou a ultrapassar a casa dos milhares, sendo um exemplo de como funcionava e do quanto era decadente e precário a situação do local e das pessoas que ali “vivam’. Durante toda a duração do longa, há entrevistas com ex funcionários, “pacientes” e de seus filhos. Durantes tais entrevistas, é narrada a história dos abusos cometidos durante o tempo de funcionamentos do Hospital. 
O hospital funcionava aparentemente como um hospital psiquiátrico, mas em suas dependências não havia somente pessoas com psicopatologias e outros transtornos, o lugar funcionava como um “descarte social”. Havia um acesso ferroviário no local por onde chegavam dezenas e dezenas de pacientes, muitos as vezes sem documentação. No Colônia havia pessoas LGBT, moradores de rua, prostitutas e principalmente pessoas negras eram literalmente despachadas para o local e tratados como pessoas com transtornos, mesmo não tendo nenhum motivo para estar lá, apenas a marginalização social do qual sofriam. 
Durante os depoimentos de antigos funcionários, se consegue ter entendimento de como eram dados os “tratamentos” aos pacientes que ali estavam. Os tratamentos por descargas elétricas era o método mais utilizado, os funcionários abordam que os médicos passavam a voltagem e mandavam a aplicação, mas obviamente, em um ambiente de abusos, alguns deles utilizavam dessas descargas como forma de punição para qualquer ato que não fosse de acordo com a visão dos mesmos. Além de descargas elétricas, eram aplicados remédios, “banhos” de água extremamente quente e o não acesso a alimentação, mostrando o quão despreparados eram para os “cuidados”. 
A forma sub-humana de tratamento submetida aos pacientes era um reflexo de suas vivencias ali, muitas mulheres eram constantemente estupradas nas dependências do hospital de Barbacena, assim muitas engravidavam e ali mesmo haviam seus filhos, por conta disso, diversas funcionárias na tentativa de retirar as crianças do local inóspito, adotavam as crianças ou retiravam a força de suas mães e as enviavam para outras instituições, como a FEBEM. Haviam também os meninos de oliveira, que foram transferidos na década de 70 para a colônia de um hospital psiquiátrico que existia na cidade de oliveira, que viveram e sentiram na pele os mesmos ou piores tratamentos que davam aos adultos.
Os poucos registros que temos nos dias de hoje, são de um jornal da época, que um fotografo entrou no local e fez registros das condições ali existentes. As fotos são muito fortes e mostram as situações sub-humanas de crianças e adultos. Esse registro relata uma história extremamente triste e que somente hoje é pautada, já que na época apenas houve uma reportagem sobre, mas não muito valorizada. Isso mostra que havia sim consciência do Estado e da população local dos abusos e torturas que ali aconteciam, e podem ser comprovadas inclusive por documentações de vendas de corpos para faculdades de Medicina por todo o pais. 
Todos esses fatos levam ao entendimento de que o livro não tem um título sensacionalista, relata fielmente e de forma clara a situação precária que existiu na história brasileira e quão responsável o Estado é pela permissão do fato e do não reconhecimento nos dias atuais, porque é um fato histórico recente e que tem como exemplificação a importância do bom tratamento com pessoas com doenças psicopatológicas.
REFENCIAS BIBLIOGRAFICAS 
HOLOCAUSTO BRASILEIRO, Adoro Cinema. Disponível em: >http://www.adorocinema.com/filmes/filme-250238/< . Acesso em 58 de junho de 2020. 
DOCUMENTARIO HOLOCAUSTO BRASILEIRO, Armando Mendz e Daniela Arbex, 2016. Disponível em: >https://youtu.be/jIentTu8nc4<.

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