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Aula 9 - Língua Brasileiras De Sinais - LIBRAS

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Língua Brasileira de 
Sinais - Libras
Aula 9
Língua Brasileira de 
Sinais - Libras
Aula 9
Sumário
1 Surgimento das línguas no mundo e 
origem dos tradutores intérpretes 4
1.1 O surgimento das línguas no mundo e 
origem dos tradutores intérpretes 4
1.2 Tradução e interpretação: 
encontros e desencontros 9
1.3 Tradução e interpretação do 
romantismo alemão 12
1.4 Surgimento de novas 
modalidades de prática 14
1.5 Considerações históricas 17
1.6 Estudos dos sinais 24
1.6.1 Verbos 24
4
1 Surgimento das línguas no mundo e 
origem dos tradutores intérpretes
1.1 O surgimento das línguas no mundo e 
origem dos tradutores intérpretes
Desde os tempos remotos do mundo antigo, a ciência e a 
religião buscam respostas explicativas e conclusivas de algumas 
questões básicas e essenciais: a origem e o destino de tudo o que 
existe.
O primeiro livro da Bíblia ressalta que o planeta onde ha-
bitamos é o centro da criação divina que deu origem ao universo 
e que o homem é a “coroa” do ato criador de Deus.
Pelo texto bíblico, no princípio dos tempos, só se falava 
uma língua em todo o mundo. E a grande diversidade de línguas 
é resultado de um erro do homem e castigo de Deus. Gênesis ca-
pítulo 11:1-9 relata que no momento em que o homem não con-
seguiu mais entender a língua do outro, eles cessaram de cons-
truir a cidade, denominada “Babel”, pois o Senhor confundiu a 
linguagem de toda a Terra e dali eles se dispersaram por toda a 
superfície dela, formando a partir daí, as sociedades existentes.
|_____1_____|_____2_____|_____3_____|
_____4_____|_____5_____|_____6_____|
1- Sociedade Primitiva.
2- Sociedade Antiga.
3- Sociedade Medieval.
4- Sociedade Moderna
5
5- Sociedade Contemporânea
6- Dias Atuais
No século XIX, estudos comparativos levaram à hipótese 
de realmente haver uma origem comum entre as línguas euro-
peias e as asiáticas. Elas pertenceriam a uma mesma família lin-
guística, denominada indo-europeu.
Para os cientistas da linguagem, no entanto, a proto-Língua 
dessa família, não é a língua que deu origem a todas as outras.
Chegou-se ao indo-europeu através da comparação de ma-
nuscritos antigos em línguas orientais, como o Sânscrito, com 
o que já se conhecia das línguas germânicas e latinas. Quando 
surgiram as primeiras formas de escrita, na antiguidade, já havia 
uma grande diversidade linguística no mundo e não há registro 
da forma em que se falava naquele período.
E somente a partir da comparação de línguas de famílias 
diferentes espalhadas pelos cinco continentes do globo terrestre, 
com a contribuição científica; reagrupando os esforços de lin-
guistas, antropólogos, arqueólogos e geneticistas, é que se pode 
esperar reconstruir a história da humanidade desde o surgimento 
da nossa espécie.
Um linguista norte-americano de grande prestígio, Noam 
Chomsky, havia lançado a ideia de que havia princípios univer-
sais comuns a todas as línguas, herdados geneticamente. Sua 
teoria se desenvolveu ao longo da década de 60, propondo que 
além dos princípios universais, existiriam parâmetros específi-
cos de cada língua, assimilados no contato do falante com sua 
6
Língua materna.
Um dos princípios universais é que toda língua possui su-
jeito, verbo e objeto, sendo variável a ordem desses constituintes 
na frase.
Os tópicos de estudo da ciência linguística, ocupa o pensa-
mento filosófico desde a antiguidade.
Platão falava em uma língua fundada na natureza; 
Descartes, em uma língua universal bastante fácil de aprender; 
Rousseau, na degeneração da linguagem dos primeiros homens.
No começo do século XX, a primeira guerra mundial, mar-
ca o fim das utopias universalistas.
Após a segunda guerra, no entanto, a universalidade 
ressurge, desta vez, não como um ideal. O desenvolvimento 
da cibercultura impõe o inglês como língua internacional da 
comunicação.
Além das razões históricas e econômicas, alguns fatores 
culturais facilitaram essa internacionalização: O inglês é bem 
menos submisso a uma norma acadêmica que o francês; suas 
numerosas variedades são reconhecidas e aceitas.
David Crystal, em The Cambrige Encyclopaedia of 
Language, de 1987, relaciona as línguas mais faladas no mundo, 
que são consideradas oficiais em seus países, e o número de fa-
lantes que elas possuem.
O inglês aparece em primeiro lugar na lista, com 1,4 bi-
lhões de falantes; o mandarim, falado na China, aparece em 
7
segundo, com 1,0 bilhão de falantes, seguido do hindi, falado na 
Índia, com 700 milhões, e do espanhol, com 280 milhões.
Em abril do ano passado, a revista Veja publicou uma 
entrevista com o linguista Steven Fischer, diretor do Instituto 
de Línguas e Literatura Polinésias da Nova Zelândia, na qual 
ele fazia a previsão do fim da maior parte das línguas faladas 
hoje no mundo. “Falam-se entre 4.000 e 6.800 idiomas na Terra. 
Haverá menos de 1.000 em 100 anos. Em 300 anos, não mais do 
que 24. Inglês, mandarim e espanhol serão as mais faladas”, diz 
Fischer. “Inglês certamente será a língua franca”, completa. Ele 
também afirma que o português falado no Brasil sofrerá gran-
des transformações pelo contato com os parceiros comerciais 
do MERCOSUL. “Devido à enorme influência do espanhol, é 
bastante provável que surja uma espécie de portunhol”, declara. 
O linguista Carlos Vogt, diretor de redação da Com Ciência, fez 
uma análise das declarações de Fisher, em artigo publicado no 
Observatório da Imprensa, em 20 de abril do ano passado. “Não 
sei se o futurologismo de Fischer terá os futuros que ele desenha, 
na cronologia que estabelece, na velocidade que preconiza”, co-
menta Vogt. “Sei, contudo, que a sua visão segue a lógica ine-
xorável do processo de globalização da economia mundial e de 
suas consequências culturais”, completa.
O que é Traduzir?
- transmitir?
- transferir?
- tra + ducere
Traduzir é transferir os jogos de linguagem de uma língua 
para os jogos “equivalentes” de outra língua.
8
Existe equivalência?
- não há equivalência entre línguas;
- tendências pós-estruturalistas – desconstrução;
- desconstruindo a desconstrução.
Conceitos Desconstrutivos
- Originalidade;
- Fidelidade da tradução;
- Sentido do próprio texto;
- Tradução Literal;
- Tradução Técnica/tradução literária.
Uma visão pragmatista da tradução
Segundo HUMBOLDT (1936) - Os sistemas linguísticos 
são parte intrínseca de uma dada cultura, e a necessidade que 
há de se expressar conceitos em uma dada língua é determinada 
pela própria cultura. Humboldt dizia que não há qualquer relação 
intrínseca entre as culturas do mundo, as formalidades “univer-
sais”, como: agradecer, saudar, pedir desculpas etc. são meras 
convenções. No entanto, o que estabelece a visão que um sujeito 
tem do mundo é sua cultura - socialmente compartilhada, mas 
única, singular - comum à seu grupo social, e ao mesmo tempo 
diossincrática. A rigor, não existem relações entre conceitos cul-
turalmente determinados de uma cultura X e outra Y. Se X não 
tem qualquer contato físico com Y, os conceitos de Y pouca ou 
nenhuma importância têm para X. A isso equivale dizer que X, 
sendo uma cultura independente e autosubsistente, assim como 
Y, são mundos fechados, feudos culturais sem nenhuma sinapse 
com outros feudos. Se tal teoria for levada a fim e a cabo, fica-se 
9
estabelecido que não há qualquer relação entre a língua de X e a 
de Y. As palavras destas línguas representam mundos diferentes, 
mesmo se consideradas equivalentes pelos dicionários.
A desconstrução tem por objetivo desfazer as crenças na 
relação um a um entre palavra e sentido, entre palavras de uma 
língua e de outra, entre equivalências diretas e claras.
Se levarmos esta teoria a rigor e ao radicalismo podemos 
chegar à conclusão de que toda a tradução é impossível.
Não se trata de uma percepção simplista do acordo social 
explicitado. Não se trata de uma reunião de cúpula da ONU, 
com representantes de entidades linguísticas de diversas nações, 
para decidirem que palavras de suas línguas serão consideradas 
equivalentesa que palavras em outra língua.
1.2 Tradução e interpretação: 
encontros e desencontros
“Tradução” e “interpretação” são palavras que se confun-
dem na história, na prática e na academia.
Enfatizando o papel do intérprete como mediador linguís-
tico e social e a importância da neutralidade dessa pessoa em 
situações de negociação entre indivíduos e órgãos do Estado. 
Temos, então, uma definição ao mesmo tempo explícita e im-
plícita de “interpretação” como um ramo ou forma de tradução, 
caracterizada pela oralidade.
Existem várias semelhanças entre a tradução e a interpre-
tação, que levam as duas atividades a serem contempladas como 
10
uma mesma unidade, principalmente pelo leigo. No Brasil, é 
comum ouvir a interpretação ser chamada de “tradução simul-
tânea”, nomenclatura que pressupõe o mesmo processo básico. 
Também no Brasil, não há distinção entre tradutor e intérpre-
te para a finalidade de serviços juramentados; presume-se que 
quem passa na prova escrita de tradutor juramentado pode, tam-
bém, exercer a função de intérprete juramentado. Na prática, o 
que ocorre é que intérpretes autônomos são contratados para 
trabalhar nas poucas instâncias de interpretação no tribunal que 
ocorrem.
Tradicionalmente, a tradução se inseriu nos departamentos 
de literatura comparada, letras e linguística, onde seus aspectos 
filosóficos, linguísticos, sócioculturais e históricos tenderam a 
ser o foco principal. A pesquisa sobre interpretação, por sua vez, 
carece de uma tradição estabelecida, e o foco vem se estabele-
cendo de acordo com a modalidade sob análise. Estudos sobre 
a interpretação simultânea, por exemplo, tendem a privilegiar 
o processo, com a consequente importância das áreas de psi-
cologia cognitiva, psicolinguística, neurofisiologia e neurolin-
guística. Por sua vez, as pesquisas envolvendo a interpretação 
na comunidade e no tribunal buscam compreender as questões 
éticas, sociológicas e psicológicas. (Gile 2004a: 29).
Enquanto pressupõe-se que a atividade de interpretação 
existe desde que houve comunicação entre povos de línguas 
diferentes, a tradução escrita tem uma história mais curta. 
Entretanto, as reflexões acerca da tradução remetem a tempos 
muito mais remotos que as desenvolvidas sobre a interpreta-
ção. Possivelmente isso se deve, em parte, à crença existente no 
11
Ocidente há milênios acerca da “proximidade... entre a voz e o 
ser, a voz e o sentido do ser” (Arrojo 1992:413) em uma rela-
ção direta, não mediada; já a palavra escrita teria perdido essa 
relação essencial, sendo apenas um “derivado”. Não obstante a 
origem dos diferentes tratamentos históricos da tradução escrita 
versus falada é a evidência destes que formará a base da pequena 
investigação histórica.
É lógico pressupor que a interpretação existe há mais tem-
po que a tradução escrita, e há evidências da atividade que datam 
de tempos antigos.
A atividade sempre se fez necessária na resolução de ques-
tões militares e comerciais entre povos de línguas diferentes, e 
normalmente não era considerada merecedora de grande remu-
neração ou prestígio.
No Egito, vários tipos de negociações comerciais envol-
viam a participação de intérpretes. Na região de mineração de 
cobre na península do Sinai, aparecem em listas de trabalha-
dores ao lado de mineiros e marinheiros (Hermann 1956/2001: 
16). Embora a prática tenha tido uma imagem pouco ilustre, e 
os primeiros intérpretes tenham sido contratados dentre povos 
bilíngues, aparentemente sem treinamento, posteriormente os 
egípcios passaram a recrutar e treinar jovens para exercer essa 
função (ibid:17).
Os romanos, por sua vez, embora não dependessem tan-
to de intérpretes nas negociações com os gregos, cuja língua 
eles dominavam, precisavam deles para as negociações com 
outros povos do império: egípcios, sírios, germânicos, celtas, 
12
etc. Mesmo em 400 d.C., o Ministério do Interior (Magister 
Officiorum) ainda registrava a existência de intérpretes de lín-
guas bárbaras, que às vezes acumulavam funções diplomáticas 
(ibid:19). Cícero menciona um “amigo e intérprete” seu em 
uma carta em que, também, oferece ajuda ao filho dessa pessoa 
(ibid:19), demonstrando que pelo menos alguns intérpretes al-
cançavam posições sociais mais elevadas.
Foi durante a era romana que os primeiros ensaios sobre 
a tradução foram produzidos no mundo ocidental (Bassnett 
2002:48-51; Furlan 2001). Os comentários de Cícero e Horácio 
se produziram num contexto em que se traduziam obras gregas 
para o latim em grande número. Como o estrato letrado da po-
pulação conhecia o grego, essas traduções não tinham como ob-
jetivo permitir que obras escritas nessa língua fossem compreen-
didas pela população. Tinham, sim, duas finalidades: a primeira, 
pedagógica e a segunda, cultural.
1.3 Tradução e interpretação do 
romantismo alemão
Schleiermacher começa por definir a prática tradutória em 
contraponto à interpretação: “o intérprete exerce sua profissão 
no campo dos negócios; verdadeiro tradutor, primordialmente 
no campo da ciência e da arte” (ibid p.29). Uma exceção entre os 
teóricos por fazer menção da interpretação, ele não divide as ati-
vidades em meio oral (interpretação) e meio escrito (tradução) 
e, sim, as separa segundo a natureza do discurso. Assim, “o tra-
dutor de artigos de jornal e de simples relatos de viagem se asso-
cia primeiramente ao intérprete”. Em outras palavras, qualquer 
13
tradução técnica cairia dentro da categoria de “interpretação”.
Schleiermacher elaborando duas estratégias possíveis para 
a tradução: “ou o tradutor deixa o autor em paz e leva o leitor 
até ele; ou deixa o leitor em paz e leva o autor até ele. Resta ao 
tradutor um trabalho estrangeirizador, que consiste em relem-
brar ao leitor da tradução, ao longo do texto, que aquilo que ele 
lê é uma tradução, em vez de lhe dar a ilusão de estar lendo algo 
que foi produzido diretamente pelo autor estrangeiro. O tradutor 
deve tentar:
Transmitir aos leitores a mesma imagem, a mesma 
impressão que ele próprio teve através do conhecimento 
da língua de origem da obra, de como ela é, e tenta, pois, 
levá-los à posição dela, na verdade estranha para eles. 
(ibid: 45)
O tradutor deve ler a obra que traduz com um olhar estran-
geiro, e transmitir, no seu texto, essa impressão. Portanto, ele 
não pode ser um verdadeiro bilíngue, senão ele não conseguirá 
ler o texto como o leria um estrangeiro, e não terá como trans-
mitir, em seu texto, seu sabor estrangeiro.
O método estrangeirizador consiste, então, em aproveitar 
a flexibilidade morfológica, sintática e gramática que a língua 
já oferece e moldá-la, esticando-a, para que acomode modos 
de expressão que, inicialmente, lhe sejam estranhos. Com essa 
manipulação, a língua é desafiada, e passa a ter uma amplitu-
de de expressão maior, ficando mais desenvolvida graças a esse 
14
contato com o estrangeiro.
1.4 Surgimento de novas 
modalidades de prática
O século XX foi um período de mudança inédita, tanto na 
prática da tradução e da interpretação como nos estudos, pesqui-
sas e ideias que as acompanham.
Em termos práticos, a globalização e a revolução dos meios 
de comunicação e da informação aceleraram todo o processo tra-
dutório. Quem é tradutor recebe e entrega textos via internet de 
e para pessoas que supõem que se trate de um processo quase 
mecânico. A quantidade de textos não-literários traduzidos su-
pera inimaginavelmente a quantidade de traduções literárias, e 
cada vez mais os textos traduzidos têm uma vida útil extrema-
mente curta, como é o caso de muitos que são publicados na 
internet. Surgem, também, novas formas de tradução, como a 
legendagem, dublagem e a localização de softwares. Todas essas 
novidades aproximam a tradução da interpretação, no sentido 
em que as duas atividades passam a ter certas características em 
comum, em determinadas modalidades, sendo o imediatismo e 
a mescla de linguagem oral e escrita as mais notáveis. Os prazos 
de entrega de traduções “urgentes” (que tendem a sera regra e 
não a exceção) forçam os tradutores a produzir seus textos com 
uma velocidade que se aproxima da simultaneidade requerida 
do intérprete.
A tecnologia foi responsável por uma revolução na inter-
pretação, também. O início da era da interpretação simultânea 
15
– que emprega microfones, fones de ouvido e cabines – veio 
com os julgamentos de Nuremberg e de Tóquio, depois da 2ª 
Guerra Mundial. Os equipamentos usados em Nuremberg ha-
viam sido desenvolvidos pela IBM na década de 20 e usados 
pela primeira vez em 1927, na Conferência Internacional do 
Trabalho, em Genebra.
Com a nova aparelhagem, foi possível para o intérprete 
formular sua tradução simultaneamente – ao mesmo tempo em 
que o orador falava. Os intérpretes, todos acostumados com a 
modalidade consecutiva, estavam, na maioria, usando a tecnolo-
gia pela primeira vez, uns com mais sucesso que outros. O trei-
namento e as condições de trabalho eram precários, e a modali-
dade em si, embora muito aplaudida pelo público e a imprensa, 
recebeu críticas.
Durante o último meio século, a interpretação simultânea 
substituiu a consecutiva na maioria das situações formais de 
grande porte.
Os primeiros cursos de formação de intérpretes em nível 
universitário nasceram na Europa, nas cidades de Heidelberg, 
Paris, Trieste e Viena. Desde então, cursos de graduação, pós-
-graduação e especialização surgiram no mundo todo, atendendo 
às necessidades do mercado.
As primeiras tentativas de fazer tradução automática (por 
computador) nos 50 se basearam em modelos estruturais de lín-
guas individuais.
Os estudiosos da tradução ampliavam seu campo de 
16
atuação, lançando mão das novas teorias e perspectivas e as 
desenvolvendo dentro da sua área. Assim, a sociolinguística, 
linguística computacional, aspectos cognitivos da aquisição de 
línguas, semântica, pragmática, psicolinguística, linguística et-
nográfica, linguística aplicada, neurolinguística, e muitas outras 
passaram a complementar os campos de conhecimento consa-
grados que informam reflexões sobre a tradução, como a filoso-
fia, filologia, história, antropologia, pedagogia, etc. Além disso, 
a velha dicotomia de fidelidade versus liberdade e a mal-resol-
vida questão da equivalência ganharam novos tratamentos com 
abordagens pós-modernas.
A interpretação careceu de um tratamento sério por mui-
tos séculos. Em parte, isso foi devido às suas especificidades: a 
intangibilidade da palavra falada, além da co-dependência entre 
fala, contexto, local, outras partes envolvidas, etc.; ou seja, o 
evento mediado por interpretação e suas características.
A interpretação em si não deixa rastros. Para se obter um 
texto para a finalidade de estudo posterior, é necessário gravar a 
fala tanto do orador como do intérprete.
Até relativamente pouco tempo, isso era tecnologicamente 
impossível, e ainda hoje representa um impedimento. Mesmo 
quando existe a possibilidade de gravar, muitos pesquisadores 
encontram resistência por parte dos praticantes da profissão.
17
1.5 Considerações históricas
Friedrich (1992) afirma que a história da teoria da tradução 
começa com o Império Romano, quando a tradução significava 
incorporar o assunto da cultura estrangeira em uma cultura pró-
pria de uma língua sem prestar atenção às características lexicais 
ou estilísticas dos textos originais da língua-fonte (origem).
Se no Império Romano a apropriação de conteúdo parecia 
despertar maior interesse nos tradutores, durante o período da 
Renascença, estes exploravam como as estruturas linguísticas 
de uma ou de outra língua poderiam enriquecer a sua própria. 
Dessa forma, nesses dois períodos, a tradução era vista como 
uma exploração rigorosa da original para acentuar as dimensões 
estéticas e linguísticas de sua própria língua. Então, tradutores e 
escritores, através de mudanças, no século XVIII, começaram a 
ver outras línguas como iguais e não como formas inferiores de 
expressão, em comparação com suas próprias línguas.
Segundo alguns estudiosos, a profissão de tradutor e in-
térprete é bastante antiga na América. Chegou com Cristóvão 
Colombo, há 500 anos, e surgiu da necessidade de comunicação 
com os nativos das terras recém descobertas. Como só havia in-
térpretes dos idiomas árabes e hebreus, Colombo trouxe alguns 
nativos para serem guias e futuros intérpretes. Assim, descobri-
dores e conquistadores tiveram facilitada sua tarefa com o auxí-
lio desses intérpretes, que eram chamados “línguas”.
Esses línguas podiam atuar como intérpretes nos julga-
mentos, junto aos nativos e até nas “audiências reais”. Para exer-
cer esta função, tinham que jurar que usariam sua profissão para 
18
o bem e com lealdade.
Campos (1986, p. 07), diz que, segundo os dicionários, 
“tradução é o ‘ato ou efeito de traduzir’” e “traduzir vem do 
verbo latino traducere, que significa ‘conduzir ou fazer passar de 
um lado para outro’” e define, então, que “traduzir nada mais é 
que isto: fazer passar de uma língua para outra, um texto escrito 
na primeira delas. Quando o texto é oral, falado, diz-se que há 
‘interpretação’, e quem a realiza então é um intérprete”. Portanto 
percebe-se que na visão do autor, a tradução falada não seria 
uma tradução e sim uma interpretação.
Cabe ressaltar, ainda, que este autor defende que nenhuma 
tradução pode ter a pretensão de substituir o texto original, pois 
é apenas uma tentativa de recriação dele. E sempre poderão ser 
feitas outras tentativas.
Não se traduz afinal de uma língua para outra, e sim de 
uma cultura para outra; a tradução requer assim, do tradutor 
qualificado, um repositório de conhecimentos gerais, de cultura 
geral, que cada profissional irá aos poucos ampliando e aperfei-
çoando de acordo com os interesses do setor a que se destine o 
seu trabalho. (CAMPOS, 1986, p.27,28).
A tradução se orienta através de dois fatores que são cha-
mados de equivalência textual e correspondência formal. Isto 
quer dizer que “uma boa tradução deve atender tanto ao conteú-
do quanto à forma do original, pois a equivalência textual é uma 
questão de conteúdo, e a correspondência formal, como o nome 
está dizendo, é uma questão de forma” (p.49).
19
A tradução entre línguas diferentes como um processo de 
comunicação, inevitavelmente, tem alguma perda de informa-
ção como qualquer situação de comunicação e pode ser conside-
rada como um fator implícito nesse processo.
Para Frota (1999, p.55), (...) a tradução passa a ser consi-
derada uma reescritura, um texto que inevitavelmente transfor-
ma o texto estrangeiro, não só devido às diferenças estritamente 
linguísticas, mas, sobretudo, devido às diferentes funções que o 
texto traduzido pode ter na cultura de chegada.
Portanto, a tradução, segundo a autora desse ensaio, passa 
por uma situação de reescrita, devido às diferenças linguísticas, 
mas, principalmente, devido às diferenças culturais da outra 
língua.
Já, Wyler (1999, p.97), parte do pressuposto de que a tra-
dução é uma interação verbal, cuja forma e tema se encontram 
ligados às condições sociais e reagem de forma muito sensível 
às flutuações dessas condições.
Na visão de Ladmiral (1979, p.15):
A tradução é um caso particular de convergência 
linguística: no sentido mais amplo, ela designa qualquer 
forma de ‘mediação interlinguística’ que permita transmi-
tir informação entre locutores de línguas diferentes. A tra-
dução faz passar uma mensagem de uma língua de partida 
(LP), ou língua-fonte, para uma língua de chegada (LC), 
ou língua-alvo.
20
Widdowson (1997) considera que a tradução naturalmente 
nos leva a associar a língua a ser aprendida com a que já co-
nhecemos e usá-la para explorar e aumentar o conhecimento. 
Ela proporciona a apresentação da língua estrangeira como uma 
atividade relevante e significativa comparada à língua materna 
do aprendiz. Permite, também, a invenção de exercícios que en-
volvem a resolução de problemas de comunicação que exigem 
conhecimento além do simplesmente linguístico.
Este princípio naturalmentenos leva a associar a língua a 
ser aprendida ao que ele já sabe e a usar a língua para a explo-
ração e extensão do seu conhecimento. Para usar a língua, em 
resumo, da forma que ela é, normalmente usada. (...) Ela propi-
cia a apresentação da língua estrangeira como uma atividade co-
municativa relevante e significativa comparada a apropria língua 
do aprendiz. Ela permite a invenção de exercícios que envolvem 
a solução de problemas comunicativos, problemas que exigem 
referência além da simplesmente linguística, que demanda ha-
bilidades linguísticas somente a tal ponto que eles sejam uma 
característica de habilidades comunicativas. (Widdowson, 1997, 
p.158,159)
Muitos escritores como Humboldt (1992, p. 03,04), desta-
cam que: “Nem toda palavra de uma língua tem um equivalente 
exato na outra. Dessa forma, nem todos os conceitos que são 
expressos através de palavras de uma língua, são exatamente os 
mesmos que são expressos através de palavras de outra”. O que 
significa que não existe uma palavra equivalente a cada uma das 
outras na língua estrangeira, portanto, nem todas as palavras que 
expressam um conceito em uma língua o farão em outra. Será 
21
preciso entender o significado e então transpor para a língua a 
ser traduzida com a estrutura e as palavras que forem necessárias 
e que não serão, necessariamente, as do texto original.
Schulte E Biguenet (1992, p. 09) dizem, de forma resu-
mida, que ler também é traduzir e que o processo de tradução 
se constitui pelo entendimento humano secreto do mundo e da 
comunicação social. A língua, por si só, é uma tradução e o ato 
de recriá-la, através do processo de leitura, constitui outra tra-
dução. Dessa forma, a tradução funciona como uma forma de 
revitalização da língua, que pode estimular a criação de novas 
palavras na língua traduzida e influenciar as estruturas gramati-
cais e semânticas da mesma, portanto, pode ser vista como enri-
quecimento da língua.
Dryden (1961, p. 17) destaca que toda tradução pode ser 
reduzida a três partes: a metafrase, a paráfrase e a imitação. A 
metafrase é a tradução feita palavra por palavra; a paráfrase 
acontece quando o tradutor se mantém na visão do autor, mas 
focalizado no sentido e não na tradução termo por termo e a 
imitação, na qual o tradutor, se é que ainda pode ser considerado 
assim, assume a liberdade de não somente variar as palavras e 
o sentido, mas também de abandoná-los e pegar só ideias gerais 
do original e fazer a tradução como quer. Mas esse autor afirma, 
também, que o tradutor tem que compreender perfeita e inteira-
mente o sentido do autor, a natureza de seu assunto e os termos 
ou assunto tratado e então traduzir, ao invés de traduzir palavra 
por palavra, o que é bastante tedioso, confuso, além de correr-se 
o risco até mesmo de distorcer o sentido do texto, se não for 
interpretado corretamente.
22
Para Schopenhauer (1992), nem toda palavra tem uma 
equivalente exata em outra língua. Portanto, nem todas as pa-
lavras que expressam um conceito em uma língua o fazem da 
mesma maneira na outra. Para certos conceitos, a palavra existe 
só em uma língua e, então, é adotada por outras línguas.
Durante anos de prática em cursos de técnica de interpre-
tação, na Língua Brasileira de Sinais, percebi que os cursistas 
apresentavam dúvidas em comum, tinham dificuldades em en-
tender os contextos dos sinais, conclui:
“Quando estamos aprendendo a língua viso-manu-
al, utilizada pelas comunidades surdas brasileiras, nos 
deparamos com um problema, que é entender cada con-
ceito sinalizado. Não podemos apenas aprender os sinais 
da LIBRAS, e sim adquirir conceitos. Caso contrário, nós 
nunca entenderemos o sentido do que é falado por meio 
das mãos, se primeiro traduzirmos palavra por palavra 
na língua portuguesa. Mais difícil que aprender o senti-
do dos sinais, ou decorá-los, ou memorizá-los, é aprender 
como um surdo aprende, ou seja, entender a mente e o 
pensamento do sujeito é mais complicado que entender 
sua língua.”
É preciso adquirir o “espírito” da língua estrangeira.
“De tudo isso, se torna claro que novos conceitos são cria-
dos durante o processo de aprendizagem da língua estrangei-
ra para dar significados a novos signos” (SCHOPENHAUER, 
23
1992, p.34). E que um número infinito de nuances, similarida-
des e relações entre objetos aumentam o nível de consciência 
de uma nova língua, o que confirma que nosso pensamento é 
modificado e inovado através da aprendizagem de cada língua 
estrangeira, e que o poliglotismo representa, além de suas vanta-
gens imediatas, um meio direto de educar a mente pela correção 
e perfeição de nossas percepções, através da diversidade e refi-
namento dos conceitos.
Schleiermacher (1992, p.108) diz que a tradução pode ser 
feita tanto na direção do autor quanto na do leitor. Ou o autor é 
trazido para a linguagem do leitor, ou o leitor é levado para a 
linguagem do autor. No primeiro caso, não se faz uma tradução, 
e sim, uma imitação ou uma paráfrase do texto original.
No mundo de hoje, a tradução tem uma missão, que muitas 
vezes é considerada não produtiva, por estabelecer uma comuni-
cação média e censurada, mas representa, na verdade, um meio 
de trocar ideias entre um indivíduo e outro, é como se fosse um 
tipo de estação de rádio subterrânea da qual a humanidade se 
utiliza para mandar notícias para o mundo, sem esperança de ser 
ouvida, porque a interferência dos sinais é muito forte.
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1.6 Estudos dos sinais
1.6.1 Verbos
Abandonar Abraçar Acabar
Aconselhar Acordar Ajudar
Ajudar/apoio Alugar Andar
Anunciar Aprender Apresentar
Assustar Atrasar Beber
Beijar Brigar Brincar
Cair Cantar Chamar
Chorar Começar Comer
Comprar Conhecer Construir
Conversar Contar Copiar
Correr Cortar Cozinhar
Crer Crescer Cuidar/proteger emprestar
Curar Dançar Dar
Deitar Deixar Demorar
Desenhar Desprezar Discordar
Discutir Duvidar Encontrar
Ensinar Entender Escolher
Esconder Escrever Esperar
Esquecer Estudar Falar
Faltar Fazer Ficar
Fingir Fugir Fumar
Ganhar Gostar Gritar
Guardar Guiar Imaginar
Imprimir Ir Lavar
Lembrar Ler Levantar/em pé
	1	Surgimento das línguas no mundo e origem dos tradutores intérpretes
	1.1	O surgimento das línguas no mundo e origem dos tradutores intérpretes
	1.2	Tradução e interpretação: 
encontros e desencontros
	1.3	Tradução e interpretação do 
romantismo alemão
	1.4	Surgimento de novas 
modalidades de prática
	1.5	Considerações históricas
	1.6	Estudos dos sinais
	1.6.1	Verbos

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