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Micobacterias E Farmacologia Dos Medicamentos Tuberculostatico

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Micobacterias E Farmacologia Dos Medicamentos Tuberculostatico 
Letícia F. de Oliveira | P3B | 2021.1 | FMO 
Micobacterias| 
São bacilos (bastonetes) aeróbicos acidorresitentes. Esses microrganismos não são gram-positivos 
nem gram-negativos (são fracamente corados de Gram). As micobactérias são, praticamente as únicas 
bactérias acidorresistentes. O termo acidorresistente refere-se à capacidade de um organismo reter o 
corante carbofucsina apesar do tratamento subsequente com uma mistura etanol-ácido clorídrico. O 
elevado teor lipídico (60%) de sua parede celular torna as micobactérias acidorresistentes. 
 Mycobaaerium tuberculosis, a causa da tuberculose. e Mycobacterium leprae, o 
agente da hanseníase. Micobactérias atípicas, como o complexo Mycobacterium avium-intracellulare, 
podem causar doença similar à tuberculose, patógenos menos frequentes, e mais comum atacar 
pessoas imunocomprometidas, como os pacientes com Aids. 
Tuberculose| 
É uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, um bacilo delgado, 
aeróbio obrigatório. Os bacilos crescem lentamente (24 horas), muitas vezes formam filamentos e 
tendem a crescer em aglomerados. 
O M. tuberculosis um microrganismo aeróbico obrigatório; isso explica sua preferência em causar 
doença em tecidos altamente oxigenados, como o lobo superior do pulmão e os rins. 
A propriedade acidorresistente de M. tuberculosis (e outras mico bactérias) é atribuída a ácidos 
graxos de cadeias longas (C78-C90), denominados ácidos micólicos, que estão presentes na parede 
celular desses organismos. 
 
 
 O fator corda (dimicolato de trealose) está correlacionado à virulência 
do microrganismo. Linhagens virulentas crescem em um padrão característico, similar a uma corda 
com aspecto de “serpentina”. Diversas proteínas que, quando combinadas com as ceras, promovem 
uma hipersensibilidade tardia. Essas proteínas são os antígenos utilizados no teste cutâneo de PPD, 
(teste cutâneo de tuberculina). 
As micobactérias coradas com carbol-fucsina não podem ser descoradas com ácido ou álcool e, assim, são 
classificadas como acidorresistentes. Essa característica reflete a composição incomum da parede 
celular, que contém grandes quantidades de lipídeos. Esses lipídeos também podem ser 
responsáveis pela resistência da micobactéria a estresses ambientais, como o ressecamento. De fato, 
essas bactérias podem sobreviver por semanas em escarro seco e são muito resistentes aos 
antimicrobianos químicos usados como antissépticos e desinfetantes. 
Linhagens de M. tuberculosis resistentes ao principal fármaco antibacteriano, a isoniazida, além de 
linhagens resistentes a múltiplos antibióticos se tornaram um problema mundial. Essa resistência é 
atribuída a uma ou mais mutações cromossômicas. Uma dessas mutações ocorre em um gene 
envolvido na síntese de ácido micólico, enquanto outra ocorre no gene de catalase-peroxidase, 
enzima necessária à ativação da INH no interior da bactéria. 
 O Brasil está entre os 30 
países de alta carga para TB e TB-HIV 
considerados prioritários pela OMS para o 
controle da doença no mundo. Dos casos de 
TB notificados em 2017, 77,8% foram testados 
para HIV, apresentando 9,5% de coinfecção. O 
Brasil não possui uma epidemia generalizada, 
mas concentrada em algumas populações, 
como as pessoas vivendo com HIV, em 
situação de rua, privadas de liberdade (PPL), 
a população indígena e pessoas que vivem em 
aglomerados e em situação de pobreza. 
Destaque: AM, PE, RJ. 
 
 O maior risco de adoecimento para a TB descrito é a infecção pelo HIV. Dentre 
outros fatores conhecidos, destacam-se o tempo decorrido da infecção ao desenvolvimento de TB 
ativa (maior risco de adoecimento nos primeiros dois anos após exposição), a idade menor que dois 
anos ou maior que 60 anos e a presença de determinadas condições clínicas (doenças e/ou 
tratamentos imunossupressores). 
 
 O M. tuberculosis é transmitido por via aérea, de uma pessoa com TB pulmonar 
ou laríngea, que elimina bacilos no ambiente (caso fonte), a outra pessoa, por exalação de aerossóis 
oriundos da tosse, fala ou espirro. O termo “bacilífero” refere-se a pessoas com TB pulmonar ou 
laríngea que tem baciloscopia positiva no escarro. Esses casos têm maior capacidade de transmissão, 
entretanto pessoas com outros exames bacteriológicos como cultura e/ou Teste Rápido Molecular 
da Tuberculose + também podem transmitir. A TB acomete, prioritariamente, o pulmão que 
também é a porta de entrada da maioria dos casos. Os bacilos que se depositam em roupas, lençóis, 
copos e outros objetos dificilmente se dispersam em aerossóis e não têm papel na transmissão. 
Os pacientes com exame bacteriológico de escarro positivo sustentam a cadeia de transmissão da 
doença. Entre pessoas que têm contatos duradouros com pacientes com TB pulmonar, aqueles com 
BAAR positivo no escarro são os que mais transmitem a doença. Em geral, eles têm a forma TB 
pulmonar cavitária ou, mais raramente, a TB laríngea. Aqueles com baciloscopia de escarro 
negativa, mesmo com TRM-TB ou cultura positivos no escarro, têm infectividade menor. Pessoas 
com cultura de escarro negativa e as com TB extrapulmonar exclusivamente são desprovidas de inf. 
 as principais formas são a forma primária, a pós-primária (ou secundária) e a 
miliar. Os sintomas clássicos, como tosse persistente (>3 semanas) seca ou produtiva, febre 
vespertina, sudorese noturna e emagrecimento, podem ocorrer em qualquer das três apresentações. 
Nos casos em que a tosse é produtiva, a expectoração pode ser purulenta ou mucoide, com ou sem 
sangue. A febre vespertina, sem calafrios, não costuma ultrapassar os 38,5 ºC. A sudorese noturna 
e a anorexia são comuns. O exame físico geralmente mostra fácies de doença crônica e 
emagrecimento, embora indivíduos com bom estado geral e sem perda do apetite também possam 
ter TB pulmonar. A ausculta pulmonar diminuição do murmúrio vesicular, sopro anfórico ou nor. 
Tuberculose miliar: A TB miliar refere-se a um aspecto radiológico pulmonar específico, que pode 
ocorrer tanto na forma primária quanto na forma secundária da TB. É uma forma grave da doença, 
que é mais comum em pacientes imunocomprometidos, como pessoas infectadas com HIV em fase 
avançada de imunossupressão. A apresentação clínica pode ser aguda ou subaguda, com maior 
frequência em crianças e em adultos jovens. De uma forma mais incomum, a TB miliar apresenta-
se como doença crônica (idosos) ou mesmo febre de origem obscura. Os sintomas como febre, 
astenia, emagrecimento e tosse ocorrem em 80% dos casos. O exame físico pode mostrar 
hepatomegalia (35% dos casos), alterações do sistema nervoso central (30% dos casos). 
 
✓ TB primária: aquela que ocorre logo após a infecção, é comum em crianças e nos pacientes 
com condições imunossupressoras. É uma forma grave, porém com < poder de transmissão. 
✓ TB secundária: o sistema imune é capaz de contê-la, pelo menos temporariamente. Os bacilos 
podem permanecer como latentes (ILTB) por muitos anos até que ocorra a reativação. Em 
80% dos casos, ocorre no pulmão, e é frequente a presença de cavidade. 
✓ Reinfecção: se a pessoa tiver uma nova exposição, mais comum onde a prevalência é alta. 
 consiste no fato de que os ácidos micólicos da parede celular estimulam fortemente 
uma resposta inflamatória no hospedeiro. Entretanto, pessoas mais saudáveis serão capazes de 
anular um potencial infecção por meio dos macrófagos ativados.
✓ Não produzem nenhuma toxina 
✓ Interior de um vacúolo (fagossomo) 
✓ Proteína Repetitiva Exportada 
✓ Impede a fusão do fago com o liso
(1) Lesões exsudativas: resposta inflamatória aguda e ocorrem nos pulmões, no local inicial da i. 
(2) Lesões granulomatosas: que consistem em uma área central com células gigantes contendo 
bacilos tuberculosos, circundada por uma zona de células epitelioides. Essas células gigantes, 
denominadas células gigantes de Langhans,são um importante achado patológico das lesões 
tuberculosas. Um tubérculo consiste em um granuloma circundado por tecido fibroso que sofreu 
necrose caseosa central. Os tubérculos cicatrizam por fibrose e calcificação. (1) agente (2) macrófagos 
(3) células epitelióides (4) Linfócitos (5) Fibroblasto. 
Complexo de Ghon: A lesão exsudativa parenquimal e os linfonodos adjacentes a lesão primária. 
As lesões primárias, em geral, ocorrem nos lobos inferiores, ao passo que as lesões por reativação 
geralmente ocorrem nos ápices. As lesões de reativação ocorrem também em outros locais bem 
oxigenados, como rins, encéfalo e ossos. 
 A interação do M. tuberculosis com o hospedeiro humano começa quando 
núcleos de gotículas que contêm microrganismos viáveis propagados no ar por pacientes infectantes 
são inalados por alguém próximo. Embora os bacilos inalados sejam, em sua maioria, retidos nas 
vias aéreas superiores e expelidos pelas células mucosas ciliadas, uma fração alcança os alvéolos. 
Nesse local, macrófagos alveolares que ainda não foram ativados (macrófagos prototípicos) 
fagocitam os bacilos. O lipoglicano da parede celular bacteriana, a lipoarabinomanana (ManLAM), 
inibe o aumento intracelular de Ca 2+, desencadeia uma complexa série de eventos. Em 
consequência, ocorre comprometimento da via Ca 2+/calmodulina (que leva à fusão do fagossomo-
lisossomo), e os bacilos podem sobreviver no interior dos fagossomos. No estágio inicial da interação 
hospedeiro-bactéria, antes do início de uma resposta imune mediada por células (IMC) adquirida, 
o M. tuberculosis dissemina-se amplamente através dos vasos linfáticos, espalhando-se para outros 
locais nos pulmões e outros órgãos e passa por um período de crescimento extenso dentro de 
macrófagos não ativados imaturos; outros macrófagos imaturos são recrutados para o granuloma. 
-Cerca de 2 a 4 semanas após a infecção, surgem duas respostas do hospedeiro ao M. tuberculosis: 
Resposta da IMC de ativação dos macrófagos e uma resposta de lesão tecidual. A resposta de 
ativação dos macrófagos é um fenômeno mediado por células T que leva à ativação de macrófagos 
capazes de matar e digerir os bacilos da TB. Resposta de lesão tecidual resulta de uma reação de 
hipersensibilidade do tipo tardio a vários antígenos bacilares; destrói os macrófagos inativados que 
contêm bacilos em multiplicação, mas também provoca necrose caseosa dos tecidos acometidos. 
-Com o desenvolvimento da imunidade específica e o acúmulo de grandes números de macrófagos 
ativados no local da lesão primária, formam-se lesões granulomatosas (tubérculos). Essas lesões 
consistem em acúmulos de linfócitos e macrófagos ativados que evoluem para morfologias de células 
epitelioides e células gigantes. 
-Esses macrófagos ativados agregam-se ao redor do centro da lesão e neutralizam efetivamente os 
bacilos da TB, sem causar destruição tecidual adicional. Na parte central da lesão, o material necrótico 
assemelha-se a queijo mole (necrose caseosa). Mesmo quando ocorre cicatrização, bacilos viáveis 
podem permanecer dormentes no interior dos macrófagos ou no material necrótico durante muitos 
anos. Essas lesões “cicatrizadas” no parênquima pulmonar e nos linfonodos hilares podem, 
subsequentemente, sofrer calcificação. 
 Após a recuperação da infecção primária, a resistência ao 
microrganismo é mediada pela imunidade celular (T CD4-positivas e macrófagos). As células T 
CD4-positivas são células T auxiliares Th-1. Respondem com uma imunidade celular contra a 
bactéria. Essa forma de resposta imune, em vez da imunidade humoral, desenvolve-se porque o 
patógeno está localizado principalmente dentro de macrófagos. 
✓ Imunidade Inata: para atacar esses microrganismos usa-se células NK, capaz de produzir 
IFN-gama), além dos nossos queridos macrófagos. 
✓ Imunidade Adaptativa: linfócito TCD4+ (Th-1) e TCD8+ 
 
 
 
 precisa de período de 24 a 72 
horas para positivar. É um teste de triagem 
para a infecção. Um teste positivo não indica 
necessariamente doença ativa. Nesse teste, 
uma proteína purificada, a PPD, a qual é 
utilizada como antígeno, derivada da bactéria 
da TB, é injetada cutaneamente. Se a pessoa 
injetada foi infectada com TB no passado, as 
células T sensibilizadas reagem com essas 
proteínas e ocorre uma reação de 
hipersensibilidade tardia. Observa-se que 
deve ser encontrado intumescimento e não 
apenas eritema (vermelhidão). 
 
5 mm: pacientes com alto risco de 
desenvolverem tuberculose ativa, caso 
infectados, como aqueles com evidência de 
tuberculose prévia em radiografia de tórax, 
imunossuprimidos por causa de infecção pelo 
HIV ou fármacos, ou aqueles com contatos 
íntimos de pacientes com tuberculose infec. 
10 mm: pacientes com alguns fatores de risco, 
tais como usuários de drogas injetáveis, 
imigrantes recentes de áreas de alta 
prevalência, moradores de áreas de risco, 
pacientes com certas doenças (silicose, 
insuficiência renal, DM e história de cirurgia 
gastrintestinal ou colocação de by-pass. 
 
Falsos negativos: em especial em pessoas 
febris, idosas, infectadas pelo HIV e enfermas, 
muitas das quais não mostram qualquer 
reação a qualquer teste cutâneo (anergia). A 
anergia provavelmente ocorre por causa de 
anticorpos inibitórios, ou porque tantos 
linfócitos T foram mobilizados para o local da 
doença, que poucos permaneceram. 
Falso positivos: podem ocorrer se os pacientes 
têm infecção por micobactérias não 
tuberculosas ou receberam a vacina BCG. Mas 
o efeito da vacina BCG no PPD diminui após 
vários anos. Um teste cutâneo positivo indica 
infecção prévia pelo microrganismo, mas não 
necessariamente doença ativa. O teste de 
tuberculina mostra-se positivo quatro a seis 
semanas após a infecção. A imunização com a 
vacina BCG pode provocar um teste positivo. 
 IGRA é um exame de sangue 
identificando a liberação de gama-interferon 
pelos linfócitos expostos in vitro aos antígenos 
específicos da tuberculose. Embora os 
resultados dos IGRAs nem sempre sejam 
coerentes com o PPD, esses testes parecem ser 
tão sensíveis quanto e mais específicos do que 
o PPD. O importante é que esses muitas vezes 
são negativos nos pacientes com tuberculose 
remota. Vacinação prévia com BCG não gera 
um resultado falso-positivo no IGRA, ao 
contrário do teste cutâneo tuberculínico. O uso 
do IGRA é limitado em contextos com poucos 
recursos por causa do seu custo relativamente 
alto. É um ensaio de liberação do interferon Y 
(IGRA). Nesse teste, as células sanguíneas do 
paciente são expostas a antígenos de M. 
tuberculosis, sendo medida a quantidade de 
interferon gama liberada pelas células. 
 A baciloscopia é a pesquisa de Bacilo Álcool-Ácido Resistente (BAAR) em um 
esfregaço de amostra clínica, corada pelo método de Ziehl - Neelsen seguindo técnica padronizada de 
observação ao microscópio. É importante lembrar, contudo, que outras micobactérias, podem ser 
evidenciados na baciloscopia direta e essa possibilidade deve ser considerada na interpretação de 
casos individualizados. O diagnóstico que confirma o tipo de micobactéria só é obtido com a cultura 
(método considerado como padrão ouro) e/ou testes moleculares. A baciloscopia de escarro deve 
ser realizada em 2 amostras: uma por ocasião do primeiro contato com a pessoa que tosse e outra, 
independentemente do resultado da primeira, no dia seguinte, com a coleta do material sendo feita 
preferencialmente ao despertar. 
 A Cultura é o exame laboratorial que permite a multiplicação e o isolamento de bacilos 
álcool-ácido resistente (BAAR) a partir da semeadura da amostra clínica, em meios de cultura 
específicos para micobactérias. É um método sensível e específico para o diagnóstico das doenças 
causadas por micobactérias, principalmente para a TB pulmonar e extrapulmonar, sendo o método 
de referência (padrão-ouro). Tem elevada especificidade e sensibilidade. A cultura de microbactériaspode ser realizada em meios sólidos ou líquidos. 
 Os meios de cultura mais comumente utilizados são os sólidos à base de ovo, Löwenstein-Jensen e 
Ogawa-Kudoh. Eles têm a vantagem de serem de menor custo e de apresentarem um baixo índice 
de contaminação. A desvantagem do meio sólido é o tempo de detecção do crescimento bacteriano, 
que varia de 14 a 30 dias, podendo estender- se por até oito semanas. O meio líquido é utilizado nos 
métodos automatizados disponíveis no Brasil, entre eles MGIT®, no qual o tempo de resultado varia 
entre 5 a 12 dias, quando positivo; e 42 dias, quando negativo. A identificação da espécie é feita por 
métodos bioquímicos e fenotípicos ou por meio de técnicas moleculares. Teste rápido de antígenos 
para detectar o antígeno MPB64 pode confirmar que organismos crescendo na cultura 
micobacteriana são M. tuberculosis. 
 É um teste de amplificação de 
ácidos nucleicos utilizado para detecção de DNA dos bacilos do complexo M. tuberculosis e triagem de 
cepas resistentes à rifampicina pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real. 
O teste apresenta o resultado em aproximadamente duas horas em ambiente laboratorial, sendo 
necessário somente uma amostra de escarro. Uma vez que detecta material de DNA, sua 
positividade pode ser devido aos bacilos mortos ou inviáveis. 2 tipos de NAAT estão disponíveis: 
✓ Xpert MTB/RIF 
✓ Testes moleculares em fita (menor sensibilidade) 
Como também pode detectar bacilos mortos ou inviáveis, o TRM-TB não deve ser utilizado para 
diagnóstico nos casos de retratamento (após abandono e recidivas). Nesses casos, o diagnóstico da 
deve ser feito com baciloscopia de escarro e cultura, seguida do teste de sensibilidade 
antimicrobiano (TS) para verificação de resistência aos fármacos, e o TRM-TB poderá ser utilizado 
apenas para triagem da resistência à rifampicina. Da mesma forma, o TRM-TB também pode ser 
utilizado para triagem de resistência à rifampicina em pacientes com suspeita de falência d EBásico. 
Os métodos disponíveis para o teste de 
sensibilidade aos antimicrobianos (TS) são: o método das proporções que utiliza meio sólido e tem 
seu resultado em até 42 dias de incubação; e o método automatizado que utiliza o meio líquido, com 
resultados resistentes disponíveis entre 5 a 13 dias; e sensíveis em 13 dias. Os fármacos testados são: 
estreptomicina, isoniazida, rifampicina, etambutol e pirazinamida. 
 Dentre os métodos de imagem, a radiografia do tórax é o de escolha na 
avaliação inicial e no acompanhamento da TB pulmonar. Nela podem ser observados vários 
padrões radiológicos sugestivos de atividade de doença, como cavidades, nódulos, consolidações, 
massas, processo intersticial (miliar), derrame pleural e alargamento de mediastino. 
 
 A terapia com múltiplos fármacos é utilizada para prevenir a emergência de 
mutantes resistentes a fármacos durante a longa duração do tratamento (6 a 9 meses). Uma terapia 
de múltiplos fármacos é necessário para minimizar o surgimento de linhagens resistentes. Essa 
terapia geralmente inclui quatro fármacos: isoniazida, etambutol, pirazinamida e rifampicina, os 
quais são considerados fármacos de primeira linha. Se a linhagem de M. tuberculosis for suscetível 
a esses fármacos, esse regime pode levar à cura. O tratamento prolongado é necessário, uma vez 
que o bacilo da tuberculose cresce muito lentamente ou encontra- -se apenas dormente (o único 
fármaco efetivo contra o bacilo dormente é a pirazinamida), e muitos antibióticos são eficazes 
apenas contra as células em crescimento. Embora a terapia seja geralmente administrada durante 
meses, o escarro do paciente torna-se não infeccioso no período de duas a três semanas. 
 
✓ Atividade bactericida precoce: capacidade de matar a maior quantidade de bacilos, o mais 
rapidamente possível, sendo medida pela velocidade com que são mortos. Essa velocidade é 
identificada pela conversão da cultura de escarro no final da fase intensiva do tratamento (2º 
mês). Isoniazida, estreptomicina e rifampicina são as principais. 
1. Isoniazida e a rifampicina: são ativas em todas as populações bacilares sensíveis, quer 
intracavitárias, no interior dos granulomas ou dos macrófagos. (FASE DE MANUTENÇÃO) 
2. Estreptomicina: é mais ativa contra os bacilos de multiplicação mais rápida, nas cavidades. 
✓ Atividade esterilizante: é a capacidade de eliminar todos os bacilos presentes no indivíduo, 
seja nas cavidades pulmonares, no interior das lesões caseosas fechadas ou no interior dos 
macrófagos, e é definida pela proporção de recidivas que ocorrem após o término do 
tratamento. Os medicamentos com maior poder esterilizante são: rifampicina e pirazinamida. 
 
 
 
 
 
1. Pirazinamida: age nas populações que se encontram no interior das lesões caseosas fechadas 
e dos macrófagos, cujo meio é ácido. 
✓ Prevenção da seleção de bacilos resistentes: com a efetiva cura da doença, é necessária a 
utilização de esquemas terapêuticos com associação de diferentes medicamentos que agirão 
sobre os bacilos sensíveis e nas diversas populações de bacilos naturalmente resistente. 
1. Etambutol: é bacteriostático e é estrategicamente associado aos medicamentos mais potentes 
para prevenir a emergência de bacilos resistentes
 2 fases: a intensiva (ou de ataque), e a de manutenção. 
Fase intensiva: tem o objetivo de reduzir 
rapidamente a população bacilar e a 
eliminação dos bacilos com resistência natural 
a algum medicamento. Uma consequência da 
redução rápida da população bacilar é a 
diminuição da contagiosidade. Para tal, são 
associados med. com alto poder bactericida. 
Fase de manutenção: tem o objetivo de 
eliminar os bacilos latentes ou persistentes e a 
redução da possibilidade de recidiva da 
doença. Nessa fase, são associados dois 
medicamentos com maior poder bactericida e 
esterilizante, ou seja, com boa atuação em 
todas as populações bacilares. 
 o esquema básico para tratamento da 
TB em adultos e adolescentes é composto por 
quatro fármacos na fase intensiva e dois na 
fase de manutenção. A apresentação dos 
medicamentos, atualmente em uso, para o 
esquema básico é de comprimidos em doses 
fixas combinadas com a apresentação tipo 4 
em 1 (RHZE) ou 2 em 1 (RH). 
 
Indicações: Casos novos de tuberculose ou retratamento (recidiva e reingresso após abandono que 
apresentem doença ativa) em adultos e adolescentes (≥ 10 anos de idade); todas as apresentações 
clínicas (pulmonares e extrapulmonares), exceto a forma meningoencefálica e ostearticular. 
principalmente as formas graves, como meningite tuberculosa e tuberculose miliar 
(espalhada pelo corpo). É composta pelo bacilo de Calmette-Guérin – origem do nome BCG – obtido 
pela atenuação (enfraquecimento) de uma das bactérias que causam a tuberculose. A vacina BCG 
se originou de uma cepa atenuada de Micobacterium bovis. 
 Várias espécies de micobactérias são caracterizadas como atípicas, 
uma vez que diferem em certos aspectos do protótipo, M. tuberculosis. Por exemplo, micobactérias 
atípicas são amplamente distribuídas no meio ambiente e não são patogênicas para cobaias, ao passo 
que M. tuberculosis é encontrado apenas em seres humanos, sendo altamente patogênico para 
cobaias. As micobactérias atípicas são algumas vezes chamadas de outras micobactérias não 
Tuberculosis (MOTTS). São classificadas em quatro 4, de acordo com sua taxa de crescimento e sua 
condição de produzir pigmento em determinadas situações. 
 
Meningoencefalite Tuberculosa 
As apresentações extrapulmonares da TB têm seus sinais e sintomas dependentes dos órgãos ou 
sistemas acometidos. Sua ocorrência aumenta em pacientes coinfectados pelo HIV, especialmente 
entre aqueles com imunocomprometimento grave. A TB meningoencefálica – É responsável por 3% 
dos casos de TB em pacientes não infectados pelo HIV e por até 10% em PVHIV. A meningite basal 
exsudativa é a apresentação clínica mais comum e é mais frequenteem crianças abaixo dos seis anos 
de idade. Clinicamente, pode ser subaguda ou crônica (sinais com duração superior a 4 semanas). 
 em uma meningite aguda há febre, cefaleia 
intensa, rigidez de nuca e distúrbio da consciência, às vezes acompanhados de convulsões 
generalizadas. O encontro de pelo menos dois desses sinais e sintomas associados a uma história 
clínica sugestiva deve levantar a hipótese de meningite aguda. Algumas peculiaridades podem 
auxiliar no diagnóstico etiológico. A meningite aguda viral causa menor repercussão sistêmica. 
 Forma subaguda, cursa com cefaleia 
holocraniana, irritabilidade, alterações de comportamento, sonolência, anorexia, vômitos e dor 
abdominal associados à febre, fotofobia e rigidez de nuca por tempo superior a duas semanas. 
Eventualmente, apresenta sinais focais relacionados a síndromes isquêmicas locais ou ao 
envolvimento de pares cranianos (pares II, III, IV, VI e VII), podendo-se evidenciar sinais de HIC. 
Forma crônica, o paciente evolui várias semanas com cefaleia, até que o acometimento de pares 
cranianos faz o médico suspeitar de meningite crônica. Ocorre doença pulmonar concomitante em 
até 59% dos casos. Outra forma de TB do sistema nervoso central é a forma localizada 
(tuberculomas). Nessa apresentação, o quadro clínico é o de um processo expansivo intracraniano 
de crescimento lento, com sinais e sintomas de hipertensão intracraniana, sendo a febre não estar p. 
Meningite Viral: 
Meningite Bacterina: 
Hanseniase 
O Mycobacterium Leprae é o agente causador da lepra (Hanseníase). O M. leprae não é cultivável 
em laboratório, quer em meios artificiais quer em cultura celular. Os seres humanos são os 
hospedeiros naturais. A temperatura ótima de crescimento (30ºC) do M. leprae é mais baixa do que 
a temperatura corpórea, de forma que a bactéria se multiplica preferencialmente na pele e em nervos 
 A infecção é adquirida por contato prolongado com pacientes acometidos por 
hanseníase lepromatosa, que expelem grande número de M. leprae nas secreções nasais e a partir 
das lesões cutâneas. 
 O microrganismo replica-se intracelularmente, em geral no interior de histiócitos 
cutâneos, células endoteliais e células de Schwann. O dano nervoso na hanseníase é o resultado de dois 
processos: dano causado pelo contato direto com a bactéria ou dano causado pela resposta imune 
celular (CMI) nos nervos. Prova inativação de espécies de oxigênio e nitrogênio reativos. 
 (paucibacilar), a resposta CMI ao organismo limita o seu 
crescimento, raros bacilos acidorresistentes são encontrados e os granulomas contêm formas 
celulares gigantes. Lesão do nervo causada pela imunidade celular, uma vez que existem poucos 
microrganismos e a resposta CMI é forte. A resposta CMI consiste principalmente em células CD4-
positivas e um perfil Th-1 de citocinas, ou seja, interferon-y, interleucina 2 e interleucina 12. A 
resposta CMI é responsável pelos danos aos nervos. O resultado do teste cutâneo da lepromina é 
positivo. O teste cutâneo da lepromina é similar ao teste da tuberculina. Um extrato de M. leprae é 
injetado intradermicamente, sendo observada a induração após 48 horas. Resposta Celular. 
: (multibacilar), também chamada de Virchowiana, a resposta 
celular contra a bactéria é parca, a pele e as membranas mucosas apresentam grandes quantidades 
de organismos, histiócitos esponjosos. A lesão do nervo parece ser causada pelo contato direto, uma 
vez que existem muitos microrganismos e a resposta celular é pequena. Há evidências de que 
pacientes com a hanseníase lepromatosa produzem interferon beta (atividade antiviral) em resposta 
à infecção pelo M. leprae. A presença de interferon beta inibe a síntese de interferon-y, diminuindo 
a CMI necessária para conter a infecção. Resposta Humoral (TH -2), uma resposta mais fraca, haja 
vista que os microrganismos são intracelulares. Mínima ou nenhuma resposta celular. Por isso, as 
lesões são mais graves, e em maiores quantidades. Bem mais grave. 
 período de incubação por vários anos com manifestação gradual. 
 lesões cutâneas de natureza macular hipopigmentada ou em placa, 
nervos superficiais espessados e anestesia significativa das lesões cutâneas. 
 múltiplas lesões cutâneas nodulares, resultando na característica 
fácies leonina. Após o início da terapia, os pacientes frequentemente desenvolvem eritema nodoso 
leprótico (ENL), interpretado como sinal de restabelecimento da imunidade celular. O ENL 
caracteriza-se por nódulos dolorosos, principalmente ao longo das superfícies extensoras da tíbia. 
Aspecto desfigurante da doença resulta de vários fatores: 
✓ Anestesia cutânea resulta em queimaduras e outros traumas, que se tornam infectados 
✓ Reabsorção óssea leva à perda de traços, como os do nariz e das extremidades dos dedos 
✓ Infiltração da pele e dos nervos leva ao espessamento e pregueamento da pele. Na maioria 
dos pacientes apresentando lesão cutânea simples, a doença regride espontaneamente. 
Pacientes acometidos por formas intermediárias da doença, entre as formas tuberculoide e 
lepromatosa, podem progredir para qualquer dos extremos. 
 
• Anamnese 
• Exame Físico 
• Biópsia 
• Baciloscopia – BAAR 
• Teste Cutâneo com Lepronina (Mitsuda) 
• Testes Moleculares - PCR

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