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Fitorremediação Tamires E. Amorim de Oliveira Fevereiro 2020 Conceito de Fitorremediação Fitorremediação ( fito: planta e remediação=corrigir) conhecida desde 1991, é a tecnologia que utiliza plantas e comunidades microbianas na rizosfera para degradar, extrair, conter ou imobilizar contaminantes do solo e da água. VASCONCELOS, M. C.; PAGLIUSO, D., SOTOMAIOR, V. S.- Fitorremediação: Uma proposta de descontaminação do solo - Estud. Biol., Ambiente Divers. 2012 jul./dez. O que é Fitorremediação A técnica da fitorremediação consiste no uso de plantas para ajudar a diminuir a poluição de solos, águas e até mesmo do ar. Como explica o pesquisador da Embrapa Solos durante o Prosa Rural do dia 23 de Julho de 2010, Sílvio Tavares, e embora o termo fitorremediação seja mais recente, essa técnica já era utilizada na antiguidade, por exemplo, pelos egípcios para auxiliar na despoluição de esgotos urbanos que desembocavam nas águas do Rio Nilo. EMBRAPA - EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Prosa Rural. Disponivel em: <https://www.embrapa.br/prosa-rural>. Acessado dia 3 de fevereiro de 2020. A utilização da fitorremediação é baseada na seletividade, natural ou desenvolvida, que algumas espécies exibem a determinados tipos de compostos ou mecanismos de ação. ACCIOLY, A. M. A.; SIQUEIRA, J. O. Contaminação química e biorremediação do solo. In: NOVAIS, R. F.; ALVAREZ V.; V. H.; SCHAEFER, C. E. G. R. Tópicos em ciência do solo. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2000. v. 1. p. 299-352. Desde a década de 90, diversas pesquisas tiveram como foco a fitorremediação, principalmente nos EUA e Europa. No BRASIL apesar do alto potencial de uso dessa tecnologia, o termo fitorremediação infelizmente ainda parece desconhecido para grande parte da comunidade científica. SANTOS, J. B.; SILVA, A. A.; PROCÓPIO, S. O. et al. Fitorremediação de áreas contaminadas por herbicidas. In: SILVA, A. A.; SILVA, J. F. (Ed.). Tópicos em manejo de plantas daninhas. Viçosa: UFV, 2007. p. 249-278 Onde pode ser aplicada? A fitorremediação pode ser usada em solos contaminados com substâncias orgânicas ou inorgânicas, como metais pesados, elementos contaminantes, hidrocarbonetos de petróleo, agrotóxicos, explosivos, solventes clorados e subprodutos tóxicos da indústria. CUNNINGHAM, S. D.; ANDERSON, T. A.; SCHWAB, A. P. Phytoremediation of soils contaminated with organic pollutants. Adv. Agron., v. 56, p. 55-114, 1996. Mecanismos Biológicos da Fitorremediação Fitoextração Fitoacumulação Fitodegradação Fitovolatilização Fitoestimulação Rizodegradação Rizofiltração Rizoestabilização Mecanismo Descrição Meta do Mecanismo Fitoextração Capacidade das plantas de capturar o contaminante do ambiente por meio das raízes e translocar para biomassa vegetal Extração e captura do contaminante Fitoacumulação Armazenamento do contaminante nas raízes ou em outros órgãos, sem modificação nas moléculas do xenobiótico (aprisionamento). Contenção Fitoestabilização Redução da mobilidade e biodisponibilidade dos poluentes no ambiente, seja por efeitos físicos ou químicos Contenção Fitodegradação Processo cujas plantas são capazes de degradar poluentes orgânicos. Em alguns casos, os poluentes são degradados em moléculas que são usadas para o crescimento da planta. Remediação por destruição AGRARIAN ACADEMY, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.3, n.05; p. 31. 2016. Mecanismo Descrição Meta do Mecanismo Fitovolatilização Capacidade das plantas em capturar, translocar e subsequentemente volatilizar o contaminante pela transpiração. Extração do contaminante e liberação para o ar Rizodegradação Biodegradação do contaminante pela comunidade microbiana associada à rizosfera da espécie vegetal. Remediação por destruição. Rizoestabilização Imobilização, lignificação ou humificação do contaminante na rizosfera da planta, deixando o composto inativo no solo, mesmo que sua estrutura molecular esteja preservada. Contenção AGRARIAN ACADEMY, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.3, n.05; p.32. 2016 Vantagens Desvantagens . O investimento em capital e custo de operação são baixos. Os resultados são mais lentos que aqueles observados com outras tecnologias. Aplica-se a grande variedade de poluentes, incluindo alguns recalcitrantes. A concentração das substâncias contaminantes pode ser tóxica, impedindo o estabelecimento/desenvolvimento dos vegetais e, consequentemente o uso da tecnologia. É uma técnica esteticamente bem aceita pela sociedade e pode ser adotada com mínimo distúrbio ambiental, evitando escavações e tráfego pesado. Aplica-se apenas a superfície do solo ou a águas existentes em pouca profundidade. Em alguns casos, representa uma solução permanente, pois poluentes como os orgânicos podem ser mineralizados Em alguns casos, podem ser produzidos metabólitos mais tóxicos do que os compostos originais. É também possível haver imobilização apenas temporária dos poluentes. Andrade, J. C. M.;Tavares, S. R.L.; Mahler, C. F.; Fitorremediação: o uso de plantas na melhoria da qualidade ambiental. 2007. Ed. 1. p. 56. Estudo de Caso ABSORÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE CHUMBO EM PLANTAS DE VETIVER, JUREMINHA E ALGAROBA(1) Extraído do Trabalho de Conclusão de Curso do primeiro autor, apresentado à Coordenação do Curso de Agronomia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, para obtenção do título de Engenheiro-Agrônomo. Trabalho financiado pela empresa REPROMETAL Ltda. Recebido para publicação em dezembro de 2006 e aprovado em fevereiro de 2008. Onde se teve o uso das plantas como agentes remediadores de áreas contaminadas com metais pesados (fitorremediação), em que eles buscaram avaliar a tolerância, absorção e distribuição de Pb nas mesmas, onde as espécies foram submetidas a doses crescentes do elemento em solução por 45 dias e foram constatadas reduções significativas na matéria seca da raiz, parte aérea e planta inteira das três espécies estudadas de acordo com a elevação das doses de Pb e o vetiver demonstrou maior tolerância à contaminação com Pb que as demais espécies. Conclusão • A fitorremediação mostra-se como um avanço da biotecnologia. • É um método que se vale dos próprios mecanismos da natureza para defender-se. • É uma técnica de descontaminação in situ, que perturba menos o meio ambiente, e apresenta facilidade de aplicação. • É uma medida econômica. • Pode ser aplicada em áreas extensas. • Pode tratar diversos poluentes orgânicos e inorgânicos. • Requer ação conjunta de vários profissionais de diversas áreas no intuito de detectar espécies eficazes na descontaminação de solos. Obrigada pela Atenção!
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