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04/01/2021 Versão para impressão 1/37 SEGURANÇA DO TRABALHO Avaliações de riscos de acidentes e medidas de controle no ambiente de trabalho Sabemos que os riscos de acidente estão presentes em praticamente todas as atividades laborais. Sendo assim, uma análise minuciosa é extremamente importante ao observarmos determinada atividade, mesmo porque alguns destes riscos podem não ser de tão fácil percepção e exigem um exercício de entendimento e interpretação. Para que esta análise ocorra de forma estruturada, podemos utilizar algumas ferramentas. Ferramentas para identificação e avaliação de riscos de acidentes Uma boa análise inicia-se com a observação da atividade que está sendo realizada, caso seja uma atividade de rotina; ou com a simulação do passo a passo de determinada atividade que ainda não ocorreu. Em ambos os casos, o intuito é identificar todos os riscos que estão ou podem estar presentes na execução de determinada tarefa e propor medidas de controle que evitem que acidentes. Vale lembrar que estas ferramentas não se aplicam apenas à identificação de riscos de acidentes, mas também a todos os demais riscos a que os trabalhadores possam estar expostos. 04/01/2021 Versão para impressão 2/37 Planilha de coleta de dados Considerada a forma mais simples de identificação de riscos, a planilha de coleta de dados auxilia no registro de todos os riscos observados em determinada tarefa ou processo. Esta é uma planilha que normalmente contém dados básicos, como: Setor ou local Atividade analisada Descrição da atividade Número de trabalhadores envolvidos Riscos identificados. Esse tipo de ferramenta é mais utilizado em análises iniciais que permitem ao avaliador uma liberdade maior para descrição dos riscos. Um bom exemplo da aplicação desta ferramenta é sua utilização para identificar os riscos dos setores pela CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes para a elaboração do mapa de riscos. (anexos/modelo_planilha_identificacao_de_risco.docx) Modelo planilha identificação de risco APR Análise preliminar de riscos (APR) é uma análise detalhada que busca identificar os riscos antes mesmo de a atividade ser iniciada. Isso não é uma regra, podendo ser aplicada a processos e a atividades já em andamento, mas sua estrutura nos possibilita uma análise mais cautelosa sobre as diversas etapas de realização de determinada tarefa ou processo antes mesmo que ela ocorra. https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6164442-dt-content-rid-199398004_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TST/UC03/conteudo/conteudos/05/anexos/modelo_planilha_identificacao_de_risco.docx 04/01/2021 Versão para impressão 3/37 Ela é comumente aplicada na realização de análise inicial qualitativa, desenvolvida ainda na fase de projeto de processo, produto ou sistema, com atenção especial para novos sistemas ou processos pouco conhecidos. Como mencionado, esta análise também é útil como ferramenta de revisão geral de segurança em sistemas já operacionais. A APR pode ter como objeto de análise uma área, um sistema, um procedimento, um projeto ou uma atividade/tarefa. Podemos elencar etapas básicas para a elaboração de uma APR: 1. Revisar problemas conhecidos: buscar por analogias ou similaridades com outros sistemas/processos/atividades. 2. Revisar a missão a que se destina: atentar aos objetivos, às exigências de desempenho, às principais funções e aos procedimentos; estabelecer os limites de atuação; entre outros. 3. Determinar os riscos principais: apontar os riscos com potencialidade para causar lesões aos trabalhadores, perda de função, danos a equipamentos e perda de materiais. 4. Revisar os meios de eliminação ou controle de riscos: investigar os meios possíveis de eliminação e controle de riscos para estabelecer as melhores opções. 5. Analisar os métodos de restrição de danos: encontrar métodos possíveis e eficientes para a limitação dos danos gerados quando estes não puderem ser eliminados. 6. Indicar o responsável pelas ações corretivas e/ou preventivas: indicar quem ficará responsável por implementar as medidas preventivas previstas. A seguir, veremos dois modelos de planilhas que podem ser utilizadas para a análise de riscos. O primeiro modelo é simples e de fácil aplicação; já o segundo modelo conta com algumas colunas que têm como objetivo quantificar o risco para que seja possível estabelecer aquele com maior grau e que, por consequência, requer mais atenção. 04/01/2021 Versão para impressão 4/37 Modelo 1 Modelo 2 Adaptado de AMORIM, 2010. O que deve ser descrito em cada coluna? APR Etapa da atividade Perigo/risco Causa Consequência Medidas de controle APR Etapa da atividade Risco Causa Efeito Classificação Frequência Severi 04/01/2021 Versão para impressão 5/37 Observe a descrição básica dos itens que compõem a APR: Etapa da atividade: Nesta coluna, devem ser descritas todas as etapas da atividade, desde a preparação para execução até a sua finalização. Perigo/ risco: Descrição de todos os perigos ou riscos presentes em cada uma das etapas. Causa: Fonte, fator ou situação geradora do risco. Efeito: Possíveis danos que cada risco pode causar ao trabalhador. Medidas de controle/ recomendações: Descrição de todas as medidas de controle que devem ser adotadas para cada um dos riscos descritos em cada etapa. Para a classificação em que estabelecemos frequência, severidade e grau de risco, utilizamos o apoio de tabelas preestabelecidas. Frequência: se refere à probabilidade de dado fato/ risco ocorrer. Gravidade: se refere ao potencial de causar danos, ou seja, a severidade que um risco pode apresentar. 04/01/2021 Versão para impressão 6/37 (pdf/modelos_de_tabelas.pdf) Modelos de tabelas É importante lembrar que os modelos apresentados são apenas alguns dos exemplos de matrizes, mas é possível que existam diversos outros, de acordo com a bibliografia consultada. É de extrema importância que a APR seja elaborada por uma equipe multidisciplinar, envolvendo principalmente os trabalhadores que desenvolvem ou que desenvolverão a tarefa/atividade. Na elaboração, quanto mais subdivididas as etapas de execução da atividade, maiores as chances de sermos assertivos com relação à identificação de riscos, uma vez que cada etapa é observada e analisada detalhadamente. Eventualmente, a APR pode ser chamada de APP – análise preliminar de perigo, AR – análise de risco, APPR – análise preliminar de perigos e riscos etc. Embora o nome possa sofrer variação, o objetivo de todas estas ferramentas é o mesmo: identificar os riscos (ou perigos) e propor medidas de controle. A NR-35 exige a elaboração de uma análise de risco previamente ao início das atividades de trabalho em altura e conceitua a ferramenta da seguinte forma: Análise de risco: avaliação dos riscos potenciais, suas causas, suas consequências e medidas de controle. Buscando um processo mais robusto de identificação de riscos, a norma lista outros itens que devem ser considerados, além daqueles inerentes ao trabalho em altura: Grau de risco ou categoria de risco: se refere ao cruzamento das duas informações anteriores buscando identificar os itens que devem ser priorizados, visto seu maior grau de risco. https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6164442-dt-content-rid-199398004_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TST/UC03/conteudo/conteudos/05/pdf/modelos_de_tabelas.pdf 04/01/2021 Versão para impressão 7/37 Local em que os serviços serão executados e o que está a sua volta Isolamento e sinalização do entorno da área de trabalho Estabelecimento dos sistemas e pontos de ancoragem a serem utilizados Condições meteorológicas adversas que podem estar presentes Seleção, inspeção, forma de utilização e limitação de uso dos sistemas de proteção coletiva e individual, atendendo às normas técnicas vigentes, às orientações dos fabricantes e aos princípios da redução do impacto e dos fatores de queda Risco de queda de materiais e ferramentasTrabalhos simultâneos que apresentem riscos específicos ou possam interferir Atendimento as demais normas regulamentadoras Riscos adicionais Condições impeditivas de realização da atividade Situações de emergência e planejamento do resgate e primeiros socorros, de forma a reduzir o tempo da suspensão inerte do trabalhador Necessidade de sistema de comunicação Forma de supervisão Outro exemplo é a NR-34, que determina o emprego de APR para trabalhos a quente, a fim de definir medidas de controle, sinalização e isolamento da área, supervisão do trabalho, entre outros requisitos. (anexos/modelo_de_apr.docx) Modelo de APR https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6164442-dt-content-rid-199398004_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TST/UC03/conteudo/conteudos/05/anexos/modelo_de_apr.docx 04/01/2021 Versão para impressão 8/37 FMEA A análise dos modos de falha e efeitos (FMEA) é uma ferramenta desenvolvida em 1949 por militares americanos com o intuito de determinar os possíveis efeitos gerados pela ocorrência de falhas em sistemas e equipamentos. Desta forma, o FMEA consiste em um método analítico utilizado para detectar problemas potenciais de forma sistemática e, assim, eliminar sua ocorrência. A técnica é aplicável a processos, a produtos e a sistemas e possibilita a elaboração de um plano de ação de acordo com as falhas identificadas e seus riscos potenciais. De forma resumida, seu papel é identificar possíveis falhas, os efeitos decorrentes delas e eliminar os problemas oriundos destas falhas. Podemos determinar cinco etapas para aplicação do modelo FMEA: Planejamento: Elaborado pelo responsável pela aplicação da ferramenta que deve descrever objetivos, abrangência da análise, formação dos grupos de trabalho, organização das reuniões e documentação disponível. Análise das falhas potenciais: Realizada pelo grupo de trabalho que faz o preenchimento do formulário e a identificação das falhas e seus efeitos, assim como as possíveis causas e controles atuais. Avaliação de riscos: Consiste em definir os índices de gravidade (G) ou severidade (S), ocorrência (O) e detecção (D) para cada uma das causas de falha identificadas de acordo com critérios já previamente definidos. Melhoria: 04/01/2021 Versão para impressão 9/37 Realizada pelo grupo de trabalho que propõe ações que podem ser realizadas para diminuir os riscos, considerando a sua viabilidade de implantação. Continuidade: Depois de elaborada, a FMEA deve ser revisada sempre que ocorrerem alterações no processo ou produto em questão ou ainda ser revisada periodicamente em caso da possibilidade de aparecimento de falhas não previstas anteriormente. A seguir, podemos conferir um modelo básico de planilha FMEA, mas que pode ser adaptado, conforme cada situação ou aplicabilidade. Modelo de FMEA Fonte: BASTOS, 2006. As colunas são preenchidas de acordo com as orientações a seguir: Processo: identificar a etapa de processo e do produto em questão. FMEA Processo Função Tipo de falha Efeito da falha G Causa da falha 04/01/2021 Versão para impressão 10/37 Função: identificar quais características devem ser atingidas. Tipo de falha: identificar como a característica pode não ser atingida e o que pode dar errado. Efeito da falha: identificar quais os efeitos e as consequências imagináveis decorrentes de falhas. Gravidade (G) ou severidade (S): preencher com base em valores tabelados, indicando o grau de gravidade. Causa da falha: identificar as causas potenciais que podem levar ao tipo de falha. Controles atuais – prevenção: identificar as medidas de prevenção da causa existentes. Controles atuais – ocorrência (O): preencher com valores tabelados, indicando a probabilidade de a causa ocorrer. Controles atuais – detecção: identificar as medidas existentes para detectar as falhas. Detecção (D): preencher com valores tabelados, indicando quão eficaz é o método de detecção, retirado da tabela. 04/01/2021 Versão para impressão 11/37 Resultado ou risco (R): obtido a partir do produto entre os índices G (gravidade) ou Severidade (S), O (ocorrência) e D (detecção). Ações recomendadas: preencher a partir de ações previstas para redução do índice “R”. Ações tomadas: preencher a partir de ações efetivamente implementadas para redução do índice “R”. Para preenchimento das colunas G (gravidade) ou S (Severidade), O (ocorrência) e D (detecção), é necessário utilizar tabelas de apoio: (pdf/tabelas-de-apoio.pdf) Tabelas de apoio What if – E se Este método consiste em utilizar questionamentos amplos e livremente estruturados para identificar condições que possam resultar em eventos indesejáveis para que seja possível implementar as salvaguardas necessárias para evitar a geração destes problemas. A tradução livre de what if é “e se”, o que sugere que sejam feitas perguntas usando estes termos e procurando encontrar cenários que possam gerar as falhas. A técnica permite gerar descrições qualitativas dos problemas potenciais assim como chegar a recomendações eficazes para cada um dos cenários propostos. https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6164442-dt-content-rid-199398004_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TST/UC03/conteudo/conteudos/05/pdf/tabelas-de-apoio.pdf 04/01/2021 Versão para impressão 12/37 Um dos pontos positivos de usar a ferramenta é o fomento da criatividade e a possibilidade de identificação das mais diversas possibilidades de falha, mas, por outro lado, sua correta aplicação depende da atuação de um grupo com certa experiência no processo ou na atividade que está sendo avaliada. Podemos listar alguns passos para a aplicação da ferramenta: 04/01/2021 Versão para impressão 13/37 Formação de um grupo de trabalho multidisciplinar (composto por um coordenador que deve entender o processo/atividade e também a aplicação da ferramenta e as demais especialistas da tarefa e da área de segurança do trabalho). Realização de um planejamento prévio das atividades a serem desenvolvidas (normalmente, organizada pelo coordenador que reúne documentação e estabelece o passo a passo para a aplicação da ferramenta). Realização de reunião organizacional (primeira reunião da equipe para analisar todas as informações e os documentos disponíveis). Realização de reunião para elaboração das perguntas (o ideal é iniciar desde a primeira etapa da atividade, ou seja, buscar fazer o passo a passo que será realizado pelo trabalhador ou a ordem em que ocorrerá o processo e em cada fase questionar o que pode dar errado usando o what if. Nesse momento, todas as questões devem ser registradas e nenhuma pergunta deve ser descartada). Realização de reunião para responder às perguntas (os membros da equipe, já preparados previamente, irão responder a cada uma das questões formuladas e elas serão discutidas pelo grande grupo até que haja um consenso). Elaboração de relatório de revisão dos riscos (neste relatório, serão descritas todas as perguntas e respostas e serão propostas as medidas de controle, além de registrar toda a documentação que foi utilizada e toda a equipe que participou do processo). A seguir, veremos então alguns exemplos de questões what if: 04/01/2021 Versão para impressão 14/37 E se houvesse o rompimento de uma lâmina de serra fita no momento do corte? E se ocorresse a perfuração de uma tubulação de material inflamável gerando vazamento no momento da manutenção? E se o aterramento temporário não for instalado corretamente? E se o ponto de ancoragem não suportar a carga do trabalhador? Como visto, o what if é uma técnica simples e de fácil aplicação que pode ser muito útil principalmente em uma análise inicial dos riscos de uma atividade ou processo, dependendo apenas de sua correta aplicação e da maturidade da equipe envolvida em seu desenvolvimento. Checklist ou lista de verificação Esta ferramenta é comumente utilizada em diversos processos para monitoramento e inspeção dos mais variados. O nome listade verificação indica que teremos uma lista de itens já predefinidos que serão verificados durante a sua aplicação. Muito utilizada em inspeções de campo, devido ao caráter de questões direcionadas, permite análises detalhadas de processos, sistemas, atividades, tarefas, entre outros. Em geral, a técnica pode ser utilizada para verificação de aspectos já conhecidos de falha e por isso é considerada uma ferramenta complementar para outras, como no caso do what if. Com ela, é possível focar em aspectos específicos e verificar se as recomendações previstas estão sendo seguidas. Dessa forma, seus principais objetivos são: 04/01/2021 Versão para impressão 15/37 Identificar possíveis riscos existentes na função/processo/sistema/atividade. Verificar o atendimento às recomendações e às medidas de controle previstas. Impedir a ocorrência de acidentes previamente por meio da detecção dos itens anteriores. É importante lembrar que, para checklist ser eficaz, ela deve ser elaborada procurando questionar todos os possíveis desvios que podem ocorrer no objeto de análise. Nesse sentido, elas podem ser aplicadas a diversas situações: Checklist de máquinas Checklist de ferramentas Checklist de equipamentos Checklist de procedimento (anexos/modelo_check_list_de_epilhadeira.docx) Exemplo de check list de empilhadeira Agora que conhecemos algumas ferramentas que podem nos auxiliar na identificação de riscos de acidentes, vale lembrar que algumas normas regulamentadoras nos solicitam análises específicas, a exemplo da já citada NR-35 e da NR-12, sendo que esta última aponta a necessidade de apreciação de riscos para máquinas e equipamentos. Apreciação de risco: processo completo que compreende a análise de risco e a avaliação de risco (NBR-12.100). Análise de risco: combinação da especificação dos limites da máquina, identificação de perigos e estimativa de riscos (NBR-12.100). Avaliação de risco: julgamento, com base na análise de risco, do quanto os objetivos de redução de risco foram atingidos (NBR-12.100). https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6164442-dt-content-rid-199398004_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TST/UC03/conteudo/conteudos/05/anexos/modelo_check_list_de_epilhadeira.docx 04/01/2021 Versão para impressão 16/37 A apreciação de risco é obrigatória para a regularização de máquinas e equipamentos com o intuito de prever sistemas de proteção. Alguns programas também nos auxiliam nesta identificação, como é o caso do PCMAT e do PGR, previstos na NR-18 e na NR-22, respectivamente. 04/01/2021 Versão para impressão 17/37 Identificação de riscos de acidentes Como visto anteriormente, sabemos que em praticamente todos os segmentos de indústria, comércio e serviços há riscos de acidentes, mas em alguns deles estes riscos são acentuados em razão das características das atividades desenvolvidas. Risco de acidente pode ser conceituado como todo aquele que coloca o trabalhador em perigo e tem o potencial de afetar sua integridade física; ou ainda como situação que possa gerar dano instantâneo, pessoal ou material. Para auxiliar na identificação destes riscos, descrevemos a seguir alguns exemplos de riscos de acidentes que podem estar presentes nos ambientes laborais. 04/01/2021 Versão para impressão 18/37 Arranjo físico inadequado: instalações com pouco espaço ou leiaute deficiente, localização imprópria de máquinas ou equipamentos, falta de organização ou limpeza, pisos irregulares ou apresentando deformidades. Máquinas e equipamentos sem proteção: máquinas sem proteção em correias, pontos de transmissão e partes móveis, máquinas obsoletas ou apresentando defeito de funcionamento, comando de liga e desliga fora do alcance do operador ou inexistência de botão de emergências, acessos irregulares e pontos de aprisionamento expostos, falta de comando bimanual em casos em que seria obrigatório. Ferramentas inadequadas ou defeituosas: ferramentas improvisadas, com defeito ou utilizadas de forma incorreta, com falta de manutenção ou falta de fornecimento de ferramentas adequadas. Iluminação inadequada: pontos sem iluminação que prejudicam a visibilidade, pontos de ofuscamento. Eletricidade: instalações elétricas inadequadas, improvisadas, com defeito ou expostas, fiação desencapada, falta de aterramento elétrico, falta de manutenção, curto circuito, aproximação de rede elétrica energizada. Probabilidade de incêndio ou explosão: armazenamento inadequado de inflamáveis e combustíveis, assim como transporte inadequado dos mesmos, sobrecarga da rede elétrica, defeito em equipamento elétrico ou superaquecimento, vazamento de inflamáveis, combustíveis ou gases, uso de equipamentos elétricos em áreas com presença de inflamáveis, poeira em suspensão, geração de eletricidade estática. Armazenamento inadequado: caixas mal empilhadas ou empilhadas acima do limite permitido, prateleiras não resistentes, sobrecarga de palete ou prateleira, utilização de caixas, bags ou sacaria de má qualidade, tambores e IBC (Intermediate Bulk Containers) sem certificação, reutilização de embalagens já fragilizadas, embalagens de material não resistente, empilhamento ou armazenamento em local inadequado. Animais peçonhentos (ou outros que possam causar danos): contato com animais que picam, mordem ou liberam toxinas. 04/01/2021 Versão para impressão 19/37 Ainda é possível citar outros, como riscos de queda de altura, queda de mesmo nível, queda de materiais, projeção de partículas, respingo de químicos, ferramentas ou jatos cortantes, atropelamento, tombamento, soterramento. Medidas de controle de riscos de acidentes Tendo em vista que já conhecemos alguns dos riscos que podem estar presentes em nossos ambientes de trabalho e as ferramentas que podemos utilizar para identifica-los e quantifica-los, é hora de conhecermos algumas medidas de controle que devem ser adotadas para controlar a ocorrência de acidentes. É importante lembrar que, de acordo com a NR-1, devemos sempre seguir a seguinte hierarquia no estabelecimento de medidas de controle: I. Eliminação dos fatores de risco II. Minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas de proteção coletiva III. Minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas administrativas ou de organização do trabalho IV. Adoção de medidas de proteção individual Tendo isso como base, veremos alguns exemplos de medidas de controle para riscos de acidente. 04/01/2021 Versão para impressão 20/37 Eletricidade Eliminação Minimização e controle (EPC) Desenergização da rede elétrica seguida de teste de ausência de tensão, instalação de DR (dispositivo de proteção a corrente diferencial-residual), aterramento (temporário, de redes, de máquinas/equipamentos e inclusive suas carcaças), uso de cobertura isolante, uso de dispositivo de bloqueio de energias para evitar reenergização acidental, vara telescópica, tapete isolante, bastão isolante, uso de eletrodutos Minimização e controle (administração e organização) Treinamento de NR-10, treinamento de operação de máquinas e equipamentos, manutenção preventiva, inspeções antes do uso de equipamentos, sinalização de alerta de risco, procedimento 04/01/2021 Versão para impressão 21/37 Proteção individual Luvas isolantes, calçado de segurança, roupas com nível de proteção adequado, capacete, protetor facial, óculos Obs.: Demais medidas de controle e outras especificações, assim como detalhes de aplicabilidade, podem ser consultadas na NR-10. 04/01/2021 Versão para impressão 22/37 Trabalho em altura Eliminação Instalação de plataforma fixa com acesso por escada de passeio, remoção de objeto/peça para cota zero (em que haveria exposição apenas na retirada e não durante a execução do serviço) Minimização e controle (EPC) Uso de porta ferramentas, isolamento da área imediatamente abaixo do trabalhador, não realizar atividades próximo à rede elétrica (cuidado com andaimes, PTA, escadas móveis) Minimizaçãoe controle (administração e organização) Não executar atividades sob condições climáticas desfavoráveis, inspeção de equipamentos de trabalho em altura (cordas acessórios), PTA, andaimes certificados, cestos aéreos certificados, treinamento de NR-35, uso de corda guia ou corda secundária quando em acesso por cordas 04/01/2021 Versão para impressão 23/37 Proteção individual Cinto de segurança, corda de segurança, talabarte, trava-quedas, capacete, calçado de segurança, ponto e sistema de ancoragem Obs.: Demais medidas de controle e outras especificações, assim como detalhes de aplicabilidade, podem ser consultadas na NR-35. 04/01/2021 Versão para impressão 24/37 Trabalho em construção civil Eliminação Minimização e controle (EPC) Instalação de proteção física ou elétrica nas máquinas e nos equipamentos, instalação de taludes em escavações, instalação de escadas e rampas em áreas de circulação (com corrimão), delimitação de espaço para passagem de pessoas e veículos, escadas ou rampas para acesso ao interior das escavações, deposito o material removido da escavação a uma distância segura da borda do talude, proteção das pontas de vergalhões verticais expostos, isolamento de locais de risco, piso provisório montado sem frestas ou desníveis, instalação de guarda- corpo e rodapé, tela de proteção, redes de segurança 04/01/2021 Versão para impressão 25/37 Minimização e controle (administração e organização) Treinamento dos trabalhadores envolvidos sobre os riscos em geral e específicos de suas atividades (assim como para operação de máquinas e equipamentos), sinalização de áreas de riscos em especial em vias públicas, laudos de certificação, inspeção e liberação de área, máquinas e equipamentos, acondicionamento de pregos, parafusos em recipientes adequados, limpeza e organização de materiais e ferramentas Proteção individual Calçado de segurança, luvas, capacete, óculos Obs.: As medidas aplicáveis à eletricidade e ao trabalho em altura aplicam-se também neste segmento, visto que estes riscos normalmente também estão presentes. Demais medidas de controle e outras especificações, assim como detalhes de aplicabilidade, podem ser consultadas na NR-18. 04/01/2021 Versão para impressão 26/37 Trabalho em espaço confinado Eliminação É possível eliminar realizando os trabalhos externamente (ex.: limpeza com hidrojato feita da boca de visita, sem necessidade de adentramento) 04/01/2021 Versão para impressão 27/37 Minimização e controle (EPC) Bloqueio e sinalização das energias perigosas que pode haver (fluidos, eletricidade, pressão, temperatura, residual), instalação de sistema de exaustão e ventilação, lavagem interna com água ou agente de neutralização, utilização de iluminação artificial ligada a DR, assim como outros equipamentos elétricos utilizados no interior do espaço, peças e ferramentas presas ao trabalhador para evitar quedas, monitoramento contínuo da atmosfera interior (quanto a oxigênio e outros agentes contaminantes), sistema de extração de gases/ vapores em caso de solda ou utilização de algum agente químico, sistema de resgate, cilindros de gás ou material inflamável mantidos do lado externo do espaço confinado (EC) 04/01/2021 Versão para impressão 28/37 Minimização e controle (administração e organização) Controle de entrada e saída de trabalhadores, cadastro dos EC, sinalização junto à entrada do EC, procedimento para trabalho em EC, elaboração de permissão de trabalho sempre antes do adentramento, treinamento de NR- 33 para supervisor, vigia e trabalhador Proteção individual Varia de acordo com as atividades que serão realizadas no interior do espaço confinado Obs.: As medidas aplicáveis à eletricidade e ao trabalho em altura aplicam-se também neste segmento, visto que estes riscos normalmente também estão presentes nas atividades realizadas no interior do EC. Demais medidas de controle e outras especificações, assim como detalhes de aplicabilidade, podem ser consultadas na NR- 33. 04/01/2021 Versão para impressão 29/37 Trabalho com máquinas e equipamentos Eliminação Automatização de processos (eliminando o perigo associado à operação) Minimização e controle (EPC) Instalação de proteções físicas (fixas e móveis), dispositivos de intertravamento, botão liga e desliga com possibilidade de travamento, trava em pelo menos dois rodízios das máquinas móveis, aterramento de carcaças, blindagem, invólucros ou partes condutoras, quadros e painéis de comando e potência devem ter portas sempre fechadas, dispositivo protetor de sobretensão, acionamento bimanual, botão de emergência, sensor de presença de pessoas, proteção de mangueiras, tubulação e demais componentes pressurizados, despressurização de componentes pneumáticos, isolamento de locais com transporte ou cargas suspensas, caixas, bolsas ou compartimentos adequados para armazenamento de ferramentas, peças, componentes 04/01/2021 Versão para impressão 30/37 Minimização e controle (administração e organização) Sinalização dos painéis de comando indicando risco, sinalização das máquinas e equipamentos indicando seus riscos, indicação da pressão máxima de componentes pressurizados, manuais de operação das máquinas, procedimentos de trabalho e segurança para operação de máquinas e equipamentos, treinamento de NR-12 Proteção individual Óculos, calçados de segurança, luva (não utilizada em atividades com risco de aprisionamento), capacete, cinto de segurança Obs.: Neste segmento, o risco pode estar nas fases de fabricação, operação e manutenção de máquinas e equipamentos, tendo riscos diferentes em cada fase. Demais medidas de controle e outras especificações, assim como detalhes de aplicabilidade, podem ser consultadas na NR-12. 04/01/2021 Versão para impressão 31/37 Trabalho com movimentação de cargas Eliminação Realizar manutenção no local de origem, sem necessidade de movimentação de peças, materiais Minimização e controle (EPC) Cercamento de poços de elevadores e monta-cargas, piso de material resistente e não escorregadio, isolamento das áreas de movimentação de carga, uso de equipamento adequado para movimentações verticais e horizontais 04/01/2021 Versão para impressão 32/37 Minimização e controle (administração e organização) Inspeção de cabos de aço, correntes, cordas, roldanas, ganchos, identificação de carga máxima permitida em equipamentos, cartão de identificação de operador de equipamentos de transporte motorizado, afastamento de material empilhado das laterais do prédio, manutenção preventiva de equipamentos, sinalização das áreas de movimentação de carga, treinamento para operação de equipamentos e NR-11 Proteção individual Calçados de segurança, óculos, capacete, luvas Obs.: Demais medidas de controle e outras especificações, assim como detalhes de aplicabilidade podem ser consultadas na NR-11. 04/01/2021 Versão para impressão 33/37 Trabalho a quente (que podem gerar fontes de ignição – aquecimento, centelha ou chama) Eliminação Tecnologia de cortes a frio, soldagem química Minimização e controle (EPC) Biombos ou cortinas para proteção dos trabalhadores vizinhos, instalação de exaustão/ extração de agentes contaminantes, umidificação da área de realização da atividade, instalação de mantas ou lonas incombustíveis para evitar a propagação de fagulhas, dispositivo antirretrocesso de chama em mangueiras e cilindros, aterramento dos equipamentos, manter equipamento de combate a incêndio próximo, reguladores de pressão calibrados no caso de uso de gases, dispositivo antirretrocesso de chama, proteção de aberturas e canaletas 04/01/2021 Versão para impressão 34/37 Minimização e controle (administração e organização) Afastamento de todos os produtos químicos inflamáveis e combustíveis, treinamento/ capacitação dos trabalhadores executantes e observadores, inspeções do local e áreasadjacentes, inspeção dos equipamentos, mangueiras, cilindros e sistemas de gás antes do inicio das atividades Proteção individual Calçado de segurança, perneira, avental, mangas, balaclava, óculos, protetor facial, luvas, máscara de soldador Obs.: Demais medidas de controle e outras especificações, assim como detalhes de aplicabilidade, podem ser consultadas na NR-18 e na NR-34. 04/01/2021 Versão para impressão 35/37 Trabalho em estabelecimentos de saúde Eliminação Substituição do uso de agulhas e perfurocortantes quando tecnicamente viável Minimização e controle (EPC) Utilização de recipiente adequado para descarte de perfurocortantes, não fazer o reencape ou desconexão manual de agulhas, chuveiro lava-olhos, esterilização de materiais e acessórios, fixação de cilindros de gases por correntes ou barreiras físicas, monitoramento contínuo de ambientes com possibilidade de deficiência de oxigênio, uso de material perfurocortante com dispositivo de segurança 04/01/2021 Versão para impressão 36/37 Minimização e controle (administração e organização) Capacitação dos trabalhadores para riscos de acidentes e descarte de resíduos, local apropriado para fracionamento de produtos químicos, calibração de válvulas de segurança e reguladores de pressão, placas de sinalização em cilindros de gases medicinais, manutenção corretiva e preventiva, em especial em sistemas de gases ou vapores anestésicos, inspeção de sistema de tubulação de gases, como mangueiras, cilindros, válvulas, conexões, procedimento para higienização de locais e materiais, elaboração de plano de prevenção de riscos de acidentes com materiais perfurocortantes Proteção individual Vestimentas adequadas, luvas, óculos, calçados de segurança, respiradores, vacinação Obs.: Podem existir riscos relacionados à operação de caldeiras, vasos de pressão, lavanderia, manutenção, movimentação de cilindros de gases, radiações, entre outros, em ambientes de saúde, como hospitais e pronto-atendimentos que 04/01/2021 Versão para impressão 37/37 também podem gerar inúmeros riscos de acidentes. É importante não confundir risco biológico com risco de acidentes com material biológico. Demais medidas de controle e outras especificações, assim como detalhes de aplicabilidade, podem ser consultadas na NR-32. Lembrando que nem todas as medidas citadas são aplicáveis a todos os casos. A seleção e a implantação das medidas de controle dependerão da atividade que está sendo realizada e o seu grau de complexidade. Podemos citar ainda a permissão de trabalho – PT como uma barreira, ou seja, uma forma de evitar acidentes. Embora ela não seja uma medida de controle, é nela que estarão descritos os riscos identificados e as medidas necessárias para evitar acidentes em função destes riscos. Outro ponto que devemos ter em mente é a priorização de destas medidas, embora haja uma hierarquia a ser seguida, podemos nos deparar com situações em que são necessárias várias medidas de controle que estão dentro da mesma faixa hierárquica (EPC, por exemplo). Sendo assim, é necessário estabelecer uma ordem de prioridades para sua implantação; nesse caso, as matrizes de frequência e a severidade vistas aqui podem nos auxiliar muito no processo de tomada de decisão.
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