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------------------------------- Aula 03 SÍNTESE DO PRODUTO NACIONAL 3.1. Demanda Agregada (Y) ou Produto Nacional ou Despesa Nacional Onde: C: Gastos Pessoais em Consumo; I: Investimento Privado Nacional; G: Gastos do Governo em bens/ serviços e (X-M): Exportações Líquidas. OBS: IB (IPRIVADO) = FBKF + variação de estoques IL = IB – Depreciação I ≡ S IEMPRESAS + Δestoques + IPÚBLICO ≡ SPRIVADO + SPÚBLICO/Governo + SEXTERNO IPRIVADO + IPÚBLICO ≡ SPRIVADO + SPÚBLICO/Governo + SEXTERNO Mas, SBPRIVADO = SLPRIVADA + Depreciação e SBPRIVADO + SPÚBLICO/Governo = SIB (Poup. Interna Bruta) 3.2. Produto Nacional Bruto (PNB) Sabe-se que IL = IB – Depreciação, logo: 3.3. Produto Nacional Líquido (PNL) Vimos até agora que: PNL ≡ RNL ≡ DNL e PNB – Depreciação = PNL PNB ≡ RNB ≡ DNB 3.4. PN a Custo de Fatores Mas: Se excluirmos do preço de mercados os impostos indiretos, teremos de fato o valor realmente recebido pelos fatores de produção utilizados, ou seja l, k, w, t, CE. Esta renda recebida pelos fatores de produção é que se constitui na Renda Nacional. 3.5 PIB e PNB PIB: Refere-se à produção cuja renda é gerada internamente. Inclui a renda ganha pelos estrangeiros que moram no país, mas não inclui a parcela ganha pelos brasileiros que vivem no exterior. PNB: Refere-se à produção cuja renda total foi recebida pelos brasileiros, tanto no país como no exterior, mas não inclui o montante ganho pelos estrangeiros que moram no país. Assim, quando se refere a Produto Interno inclui-se a Renda Líquida Enviada ao Exterior (RLEE). Deste modo: PNB = PIB - RLEE 3.6 Conceitos Importantes RLEE = RRE (Renda Recebida do Exterior) – REE (Renda Enviada ao Exterior) PIB = PNB +/- RLEE Saldo Muitas vezes verifica-se uma dificuldade diante de conceitos como “produto interno”, “produto líquido”, “renda nacional”, “renda pessoal”, e tantos outros. Mas, afinal, todos esses termos se referem à mesma coisa ou são conceitos e medidas diferentes? Na realidade, todos estes conceitos referem-se a coisas semelhantes, mas não iguais. O que distingue um conceito do outro são alguns itens que entram no cálculo de um mas não entram no outro. Por exemplo, a diferença entre qualquer produto “líquido” e seu correspondente “bruto” consiste na “depreciação” que entra no cálculo somente deste último. FÓRMULAS IMPORTANTES a) A diferença entre o produto a custo de fatores e o produto a preços de mercado reside na inclusão, neste último, dos impostos indiretos e na retirada dos subsídios. PIBpm = PIBcf + Impostos – Subsídios RNBpm = RNBcf + II – Subs b) A diferença entre o produto interno e o produto nacional e entre a renda interna e a renda nacional reside na renda líquida enviada ao exterior e PNB = PIB – RLEE DNL = DIL - RLEE c) A diferença entre o produto líquido e o produto bruto reside na depreciação. PIL = PIB – Depreciação RNL = RNB – Depreciação d) O consumo total é a soma de consumo de bens intermediários e de bens finais. CT = CI + CF Pode-se concluir que: → RNBcf = RNLcf + Depreciação → PNBpm = PIBpm – RLEE → PILpm = PILcf + Imp.Ind. - Subsídios A fórmula da Produção Total do País é: → PT = (CI +CF) + I + G + X - M – ImpM – DimpY +Subs |----------PA--------| Deste modo, → PT = CI + PA – ImpM – DimpY + Subs Para facilitar o entendimento dos conceitos: OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: 1. Nas contas nacionais entende-se como Governo as atividades que dependem de dotação orçamentária. 2. Ao analisar o sistema de contas em seu conjunto nota-se que cada lançamento em uma conta tem, como contrapartida, lançamento em outra (ver numeração). Essa característica representa o equilíbrio do sistema de contas nacionais no qual para cada elemento credor (devedor) em determinada conta deve-se ter um lançamento devedor (credor) em outra. 3. No Brasil o consumo é calculado como resíduo da conta PIB após calculado os demais itens. 4. A variação de estoques não vem sendo calculada no Brasil desde 1986. Como é um item da conta PIB acaba sendo incluída no consumo das famílias. 5. As exportações e as importações de bens e serviços incluem apenas os serviços não fatores [ (-) juros, lucros, aluguéis, renda com trabalho, pagamentos de assistência técnica etc...]. 3.7. Déficit público Uma observação importante que deve ser feita é que a poupança do governo em conta corrente, registrada nas contas nacionais, é o resultado apenas da receita corrente do governo menos os seus gastos correntes (gastos de custeio, subsídios, transferências e pagamento de juros), não se computando os gastos com bens de capital, isto é, os gastos de investimento do governo. Para se apurar o déficit do governo – ou melhor, o déficit público (DP) - é necessário acrescentar as despesas de investimento do governo àqueles gastos correntes, deduzindo o total encontrado da receita corrente do governo. Ou, dito de outra forma: DP = Ig – Sg (3) E substituindo a equação (3) na equação (2) e mudando as variáveis de lado, pode-se ter: I ≡ S Ip + Ig ≡ Sp + Sg + Se (EACG) Ig – Sg = Sp + Se – Ip Ou, DP = (Sp – Ip) + Se (4). Pela equação (4), pode-se perceber que, pela ótica da Contabilidade Nacional, o déficit público é financiado pelo excesso da poupança bruta sobre o investimento privado e pela poupança externa, isto é, pela poupança do Resto do Mundo – que corresponde ao déficit do país em conta corrente. 3.8. Carga Tributária Quando se diz que a carga tributária em determinado país é alta ou baixa, deve-se ter em mente algum padrão de comparação. Neste caso, esta comparação deve ser feita com outros países. Mas, para que esta comparação seja feita, é necessário que todos os países usem o mesmo critério de cálculo, do contrário estar-se-á comparando laranjas com melancias. Assim, o que se tem feito é seguir os modelos aceitos pelas Nações Unidas no tocante aos critérios de medição das contas nacionais. Com relação à carga tributária, há dois conceitos: o de carga tributária bruta (CTB) e o de carga tributária líquida (CTL). Para o cálculo desses dois conceitos, usam-se as seguintes fórmulas: Vale salientar que no total dos impostos devem ser incluídos os impostos diretos e indiretos bem como as contribuições previdenciárias. APLICAÇÃO – Carga Tributária Para estabelecer um parâmetro, vamos adotar os dados da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), um grupo internacional, formado por 35 países, em sua maioria de IDH elevado, que tem o objetivo de http://www.politize.com.br/idh-o-que-e/ levantar e comparar dados entre as nações para ajudar na promoção do desenvolvimento econômico, social e sustentável das mesmas. Segundo os dados comparativos, a carga tributária brasileira, ao contrário do que se pensa, está abaixo da média da OCDE. Enquanto a média da organização varia em torno de 34% a 35% sobre o PIB (ou sobre a renda da população), a brasileira oscila em torno de 32% a 33%. Portanto, embora a diferença seja pouca, notamos que, ao compararmos o Brasil com os países desenvolvidos, pagamos tributação menor que eles, em média. Já em relação à carga tributária da América Latina e Caribe, aí sim possuímos uma proporção muito maior, já que a média da tributação nestes países se aproxima dos 22% de incidência sobre o PIB, 12% a menos que no Brasil. É importante ressaltar que a nossa média se assemelha com a da Argentina (aproximadamente 32%). Portanto, podemos concluir que a carga tributária brasileira, em montante percentual arrecadado, não se difere muito dos países de IDH elevado, mas apresenta proporção consideravelmente maior que a dos países latino americanos e caribenhos (em sua maioria, em desenvolvimento). Estes rankings estão contidos no estudo de receitas tributárias do Ministério da Fazenda de 2013: http://www.politize.com.br/desenvolvimento-sustentavel-o-que-e/ http://www.politize.com.br/pib-o-que-e/ ------------------------------- Aula 04 EXERCÍCIOS 1. (Analista Comex) Uma economia produz apenas três bens, A, B e C. A tabela abaixo mostra as quantidades produzidas e os preçosunitários de cada um destes bens nos anos de 1996 e 1997: 1996 1997 Bem Quant. PreçoQuant. Preço A 100 $ 1 110 $ 1 B 200 $ 3 200 $ 3 C 150 $ 2 100 $ 4 PIB96/96 = (100x1)+(200x3)+(150x2) = 100+600+300 = 1000 PIB96/97 = (100x1)+(200x3)+(150x4) = 100+600+600 = 1300 PIB97/97 = (110x1)+(200x3)+(100x4) = 110+600+400 = 1110 PIB97/96 = (110x1)+(200x3)+(100x2) =110+600+200 = 910 Neste contexto, indique a resposta correta. a) Tomando 1996 como ano-base, o PIB real desta economia cresceu $110 entre 1996 e 1997. b) Tomando 1997 como ano-base, o PIB real desta economia cresceu $110 entre 1996 e 1997. c) Tomando 1996 como ano-base, o PIB real desta economia decresceu $90 entre 1996 e 1997. d) Tomando 1997 como ano-base, o PIB nominal desta economia cresceu $10 entre 1996 e 1997. e) Tomando 1996 como ano-base, o PIB nominal desta economia decresceu $110 entre 1996 e 1997. 2. (ESAF/AFRF) Considere um sistema de contas nacionais para uma economia aberta sem governo. Suponha os seguintes dados: Importações de bens e serviços não fatores = 100; M=100 Renda Líquida enviada ao exterior = 50; RLEE=50 Renda Nacional Líquida = 1000; RNL=1000 Depreciação = 5; depr=5 Exportação de bens e serviços não fatores = 200; X=200 Consumo pessoal = 500; C=500 Variação de estoques = 80; VE=80 Com base nessas informações, é correto afirmar que a formação bruta de capital fixo é igual a: IB = FBKF +VE i) RNB = RNL + depreciação = 1000 +5 = 1005 = PNB ii) PIB = PNB + RLEE = 1005 + 50 = 1055 = PIB iii) PIB = C + I + G + X – M = PIB = C + (FBKF+VE) + 0 + X – M => 1055 = 500+FBKF+80+200-100 FBKF = 1055 – 680 => FBKF = 375 3. (ESAF/AFRF-TI) Considere os seguintes dados extraídos de um sistema de contas nacionais – conta de produção – que segue a metodologia utilizada no Brasil: Produção total = 1323 Consumo intermediário = 628 Impostos de Importação = 4 Demais impostos sobre o produto = 79 De quanto é o PIB dessa economia? → PT = (CI +CF) + I + G + X - M – ImpM – DimpY + Subs |----------PIB--------| → PT = CI + PIB – ImpM – DimpY + Subs → 1323 = 628 + PIB – 4 – 79 + 0 → 1323 - 628 + 83 = PIB => PIB = 778 4. (ESAF/MPOG) Considere os seguintes dados de um sistema de contas nacionais, que segue a metodologia utilizada no Brasil, em unidades monetárias: Produção = 1200 Importação de bens e serviços = 60 Impostos sobre produtos = 70 Consumo final = 600 FBKF = 100 VE = 10 Exportações de bens e serviços= 120 O consumo intermediário é igual a: EASG: → PT = (CI +CF) + I + G + X - M – ImpM – DimpY + Subs |----------PIB--------| 1200 = CI + 600 + (100 + 10) + 0 + 120 – 60 – 70 + 0 CI = 1200 – 700 => CI = 500
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