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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE NÚCLEO DE TECNOLOGIA Bruno César S. M. Jordão Carina Lessa Silva Carolinne Maria Tabosa dos Santos Cordeiro Letícia Ramos Almeida Tiago Emanuel do Nascimento Silva Equilíbrio Químico Ácido - Base Caruaru 2018 1 Bruno César S. M. Jordão Carina Lessa Silva Carolinne Maria Tabosa dos Santos Cordeiro Letícia Ramos Almeida Tiago Emanuel do Nascimento Silva Equilíbrio Químico Ácido - Base Relatório técnico experimental apresentado como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina de Química Geral 1, no Curso de Engenharia Civil, no período 2018.1, na Universidade Federal de Pernambuco, Campus Acadêmico do Agreste. Profª DSc. Érika Marinho Caruaru 2018 2 RESUMO O presente relatório analisa, de forma quantitativa, equilíbrios que envolvem ácidos e bases de carácter forte e fraco em concentrações distintas. Destacando as diferenças no comportamento desses compostos, enquanto fracos ou fortes, em água. Por fim, é realizada uma análise da concentração de ácido acético em uma amostra de vinagre, tendo por base os conceitos discutidos anteriormente. 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO …………………………………………………………………………….. 4 2 OBJETIVO ………………………………………………………………………………... 11 3 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS ………………………………………………. 12 3.1 MATERIAIS E REAGENTES ………………………………………………… 12 3.2 METODOLOGIA ………………………………………………………………. 12 3.2.1 PRIMEIRA PARTE ………………………………………………….. 12 3.2.2 SEGUNDA PARTE …………………………………………………. 13 3.2.3 TERCEIRA PARTE …………………………………………………. 13 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ……………………………………………………….. 14 5 CONCLUSÃO ……………………………………………………………………………. 16 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ………………………………………………….. 17 ANEXO 1 - RESPOSTAS DAS QUESTÕES …………………………………………... 18 4 1 INTRODUÇÃO Os conceitos de equilíbrio químico são essenciais para a compreensão de vários processos que ocorrem na natureza, em especial, aqueles que envolvem ácidos e bases em meio aquoso. Os ácidos e as bases são classificados como funções, que são grupos de substâncias que se comportam de maneira comum em reações. Inicialmente, o estudo de ácidos e bases foi feito por Arrhenius, porém, sua teoria apenas englobava as reações em meio aquoso. Com o tempo, os cientistas descobriram que reações entre ácidos e bases ocorrem em outros solventes e novas teorias foram elaboradas para que fosse possível explicar estes fenômenos. Dentre essas teorias, destacam-se as teorias de Brønsted-Lowry e a de Lewis. De forma independente, os químicos Johannes Brønsted e Thomas Lowry propuseram que um ácido é uma substância doadora de prótons e uma base é uma substância receptora de prótons. Segundo Atkins e Jones (2012), o termo próton, nessa abordagem, descreve um íon hidrogênio H⁺, que inicialmente pertence a um ácido e pode ser transferido a outro composto, ou seja, a base. Além disso, para que uma substância doe prótons é necessária a presença de uma substância receptora, logo, para que uma substância se caracterize como ácida, é necessária a presença de uma substância que se comporta como uma base, para receber os prótons doados pelo ácido. Esse processo de transferência é chamado de desprotonação, pois o ácido “perde’’ prótons. Conforme o grau de desprotonação, é possível classificar os ácidos em forte ou fraco. Os ácidos que se desprotonam completamente em solução são classificados como fortes e aqueles que se desprotonam apenas de forma parcial são classificados como fracos. A força de um ácido depende do solvente em que ele está imerso. Analogamente, as bases de Brønsted e Lowry recebem os prótons, processo chamado de protonação. As bases são capazes de receber os prótons pois possuem um par de elétrons livres com o qual o próton realiza uma ligação. As bases fortes são aquelas que são completamente protonadas em solução, por outro lado, aquelas que apenas são protonadas parcialmente são classificadas como bases fracas. 5 No processo de transferência de prótons, ocorre a formação dos ácidos e bases conjugados. Quando um ácido é desprotonado, é produzida uma base conjugada, e da mesma forma, quando uma base é protonada, esta gera um ácido conjugado. Figura 1 - Reação de ácido nitroso com água Fonte: Brown, Lemay, Bursten, Woodward e Stoltzfus (2016, pág. 710) Conforme o conceito de Brønsted-Lowry sobre ácidos e bases conjugados, um ácido forte em solução produzirá uma base conjugada fraca, bem como um ácido fraco gerará uma base conjugada forte. Tal lógica também se aplica às bases, uma vez que bases fortes ou fracas originam ácidos conjugados fracos ou fortes, respectivamente. Tal efeito é denominado de gangorra de conjugação, e pode ser percebido através da ionização do ácido clorídrico, um ácido forte que resulta em íons cloreto, que por sua vez é um receptor de prótons mais fraco que a água. (Tabela 1) Tabela 1 - Pares ácido-base conjugados na ordem de força Fonte: Atkins e Jones (2012), pág. 474 6 Segundo Brown, LeMay, Bursten, Murphy Woodward e Stoltzfus (2016), para que uma substância seja receptora de prótons (uma base de Brønsted-Lowry) ela deve possuir um par de elétrons disponível para se ligar com o próton. Por meio dessa observação, Lewis propôs uma definição mais geral para ácidos e bases, que foca no aspecto dos pares de elétrons compartilhados. Lewis classificou um ácido como um receptor de par de elétrons e uma base é um composto doador de par de elétrons. Todas as bases de Brønsted-Lowry são também classificadas como bases de Lewis. Entretanto, uma base de Lewis pode doar seu par de elétrons para uma espécie química diferente de H⁺, logo, todo ácido de Brønsted-Lowry é ácido de Lewis, mas nem todo ácido de Lewis é também ácido de Brønsted-Lowry. Figura 2 - Reação ácido-base de Lewis Fonte: Brown, Lemay, Bursten, Woodward e Stoltzfus (2016, pág. 744) A teoria de Brønsted-Lowry define que uma mesma substância pode funcionar como ácido e como base. A água, por exemplo, pode agir como uma base ao receber um próton de um ácido e formar o íon H₃O⁺, assim como pode doar um próton para uma base e formar o íon OH⁻. Substâncias com essa característica são chamadas anfipróticas. Uma molécula de uma substância anfiprótica transfere um próton de maneira veloz para outra molécula igual, numprocesso chamado autoprotólise. A constante de equilíbrio nesse processo é escrita como o produto das concentrações dos íons H₃O⁺ e OH⁻. A uma temperatura de 25ºC, Kw = [H₃O⁺][OH⁻] = (1×10⁻⁷)×(1×10⁻⁷) = (1×10⁻¹⁴). Se a concentração de um íon aumenta, a concentração do outro diminui, e vice-versa. (ATKINS e JONES, 2012) 7 Como a concentração molar de íons H⁺ em uma solução aquosa é muito pequena, por conveniência ela é expressa pelo pH que é o logaritmo decimal negativo de [H⁺]: pH = - log[H⁺]H og[H ]p = − l + Analogamente, também é possível aplicar este conceito para calcular a concentração molar de íons OH⁻ através do pOH. É conveniente relacionar pH, pOH e pKw na equação H OH K 4p + p = p w = 1 Conforme Atkins e Jones (2012), é possível prever a acidez de uma molécula binária através de sua estrutura e interação. Tomando um ácido genérico HA, quanto maior for a eletronegatividade de A, mais forte será esse ácido. Já em relação aos oxiácidos, sua força é proporcional à eletronegatividade do halogênio ligante, que ocupa a posição de átomo central, ou ainda à oxidação deste halogênio (números de oxigênios ligado a ele). Quanto aos ácidos carboxílicos, deve-se atentar aos grupos ligados ao grupamento carboxila, uma vez que a força do ácido será maior conforme a eletronegatividade do grupo ligante também for maior. Em soluções contendo ácidos fracos, a concentração dos íons produzidos não acompanha a concentração do ácido. É preciso, pois, construir a tabela de equilíbrio para identificar a parcela de íons usando a constante de acidez, e OH3 + assim determinar a porcentagem de desprotonação através do quociente entre a concentração destes íons com a concentração inicial do ácido. Em soluções de bases fracas o processo é semelhante, permitindo calcular, ao final, a porcentagem de protonação através da concentração de moléculas protonadas. orcentagem desprotonada 00%P = [A ] − [HA inicial] × 1 orcentagem protonada 00%P = [HB ] + [B inicial] × 1 8 Sabe-se que a neutralização de um ácido por uma base produz um sal. Entretanto, ao se medir uma solução de sal, é comum detectar um pH diferente de 7, uma vez que os íons possuem uma basicidade ou acidez relativa. Segundo a teoria de Brønsted-Lowry, cátions produzidos de bases fracas resultam em soluções ácidas, ou ainda metais de carga elevada, como por exemplo e , resultam A3+ Fe3+ em soluções ácidas. Isso acontece, pois, mesmo não doando íons esses metais H+ se comportam como ácidos de Lewis ao interagirem com a água, que, por sua vez, é classificada como uma base de Lewis. Pode-se inferir, pois, que não existe cátions básicos. Já ao analisar os ânions, pouquíssimos se comportam como ácidos, e a parcela neutra em água são bases conjugadas de ácidos fortes, tais quais , ON 3 − e os halogênios. Quanto às bases conjugadas de ácidos fracos, como ,lOC 4 − F − , , são todos responsáveis por produzir soluções básicas.HO − NC − A maior parte dos ácidos e bases presentes na natureza são fracos, a tomar como exemplo as aminas presentes no peixe em decomposição ou o ácido carbônico presente nas chuvas. Sabendo que a constante de equilíbrio é dada pelo quociente entre o produto das concentrações e o produto das concentrações dos reagentes, é possível determinar constantes de acidez ( ) e constantes de Ka basicidade ( ).Kb Ka = [íon ]×[íon ]1 2 [ácido em solução] Kb = [íon ]×[íon ]1 2 [base em solução] Pode-se inferir que um ácido de baixa ionização resultará em uma pequena constante de acidez. De maneira semelhante, uma pequena concentração íons hidróxidos de uma base fraca originará uma constante de basicidade também baixa. Desse modo, a capacidade de doação de prótons de um ácido é expressa pela constante de acidez, Ka. Já a capacidade de aceitação de prótons de uma base é medida por sua constante de basicidade, Kb. Quanto maiores forem tais constantes, maior será a capacidade de ionização ou dissociação de sua respectiva espécie química. 9 Muitas vezes faz-se necessário realizar a análise de amostras das quais não se conhece a concentração, pH e outras informações. Uma maneira de captá-las é realizando a titulação da solução em questão, por meio de uma outra solução conhecida (titulante). Esse processo é muito utilizado para identificar o pH de soluções ácidas ou alcalinas. Durante uma titulação em que um ácido forte é adicionado a uma base forte ou uma base forte é adicionada a um ácido forte, o pH da reação muda lentamente até atingir o ponto estequiométrico, onde cai, considerando-se o primeiro caso, ou aumenta, como no segundo caso, rapidamente, passando pelo pH=7, e depois voltando a sua velocidade inicial. A variação do pH conforme o titulante vai sendo adicionado é expresso por uma curva de titulação. Para titulações envolvendo ácidos e bases fortes, essa curva tem aspecto semelhante às representadas na Figura 3. Figura 3 - Titulação envolvendo ácido e base forte Fonte: Atkins e Jones (2012), pág. 483 Já em casos de uma titulação na qual se tem um ácido forte e uma base fraca ou um ácido fraco e uma base forte, o ponto estequiométrico não ocorre quando o pH= 7. Se um ácido forte é titulante de uma base fraca, é gerado um sal ácido e, portanto, tem-se como resultado um meio ácido (pH < 7); caso uma base forte titule um ácido fraco, forma-se um sal alcalino e portanto, tem-se um meio alcalino (pH > 7). Durante o processo da titulação, antes do ponto estequiométrico o pH se modifica 10 mais rapidamente do que quando os dois compostos são fortes, já ao atingi-lo, a mudança não é tão brusca. Uma técnica de verificar o pH de uma reação é a utilização de um indicador ácido-base, que trata-se de um corante solúvel em água que varia sua cor de acordo com o pH. Tal mudança de cor ocorre porque o indicador é um ácido fraco que apresenta certa cor na forma de ácido e outra cor na forma básica conjugada. No momento em que a concentração da forma ácida e da forma básica atingem o mesmo valor, é sinal que chegou-se ao chamado ponto final da titulação, que deve estar próximo ao ponto de estequiometria da reação. O processo da titulação é aplicado em diversas atividades importantes para onosso cotidiano, como na análise da quantidade de ácido acético contida no vinagre. Esse processo faz-se necessário pela demanda em cumprir a Lei nº 8.918, de 14 de julho de 1994, no Decreto nº 6.871, de 4 de junho de 2009, que, em um de seus artigos, define os valores mínimos e máximos de concentração composto citado na solução que é comercializada. No Anexo VI, diz-se que a quantidade mínima de ácido acético em solução é de 4 g a cada 100 mL e a máxima, 7,99 g, em relação ao mesmo volume. 11 2 OBJETIVO O presente relatório possui como objetivo analisar de forma quantitativa alguns estados de equilíbrio ácido - base, estudando o pH de ácidos e bases de carácter forte e fraco em diferentes concentrações. Além disso, também objetiva-se encontrar a concentração de ácido acético em uma amostra de vinagre, submetendo-a a uma titulação. 12 3 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS 3.1 MATERIAIS E REAGENTES ● Agitador magnético; ● Água destilada; ● Balão volumétrico de 100 mL; ● Béquer; ● Bureta; ● pHmetro; ● Pipetador; ● Pipeta graduada de 5 mL; ● Pipeta volumétrica de 10 mL; ● Proveta; ● Solução de ácido clorídrico 1 M; ● Solução de ácido etanóico 1 M; ● Solução de fenolftaleína; ● Solução de hidróxido de amônio 1 M; ● Solução de hidróxido de sódio 1 M; ● Solução de hidróxido de sódio 0,09967 M; ● Solução de vinagre. 3.2 METODOLOGIA 3.2.1 PRIMEIRA PARTE Com uma pipeta graduada, foi adicionados a um balão volumétrico de 100 mL, 10 mL de ácido etanoico à concentração de 1 M e completados até o menisco com água destilada. Em outro balão de 100 mL acrescentou-se 10 mL de ácido clorídrico 1 M, completando o volume restante com água destilada. Logo em seguida, as soluções foram homogeneizadas e adicionadas a dois béqueres, separadamente, de forma a medir o pH pelo pHmetro. 13 3.2.2 SEGUNDA PARTE Na segunda parte do experimento, 10 mL de hidróxido de amônio e 10 mL de hidróxido de sódio, ambos à concentração de 1 M, foram adicionados a dois balões, separadamente. O volume total de cada balão foi completado por água destilada, seguindo da homogeneização da solução. Posteriormente, cada solução foi transferida a um béquer e teve seu pH mensurado pelo pHmetro. 3.2.3 TERCEIRA PARTE Na última parte do experimento, uma pipeta volumétrica foi lavada com vinagre e utilizada para transportar 5 mL da mesma substância até um béquer. Em seguida, 50 mL de água destilada foi medida em um proveta e adicionada ao mesmo béquer, seguida de duas gotas de fenolftaleína. O mesmo foi levado ao agitador magnético juntamente com eletrodo do pHmetro mergulhado na solução. Na sequência, 50 mL de hidróxido de sódio, à uma concentração de 0,09967 M, foi medido em um bureta, sendo essa posicionada acima do béquer por uma garra. Logo em seguida, a solução de NaOH foi adicionada a solução de vinagre e água de forma lenta, para que o pH da solução pudesse ser analisado. 14 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO No primeiro experimento (3.2.1), foram mensurados os pH’s de soluções de ácido clorídrico (HCl) e ácido acético (CH 3 COOH), com concentração de 0,1 M. Na solução de ácido clorídrico, o valor encontrado foi de 1,18; já para a solução de ácido acético, 2,05. Os resultados estão dentro do esperado para as duas substâncias, visto que o ácido clorídrico é um ácido forte e, portanto, se dissocia completamente em água, dessa forma, a concentração de íons H + é superior para ele em relação ao ácido acético. Este segundo é um ácido fraco, assim, apenas uma parte das moléculas será desprotonada, logo, mesmo os dois estando a uma mesma concentração, a quantidade dos íons H + no ácido acético é inferior, pois, em um momento tal, que depende da temperatura do meio, a reação de dissolução entra em equilíbrio. Posteriormente, na segunda parte (3.2.2), observaram-se os pH’s de duas soluções básicas, de hidróxido de amônio (NH 4 OH) e hidróxido de sódio (NaOH), ambas à concentração de 0,1 M. Para a solução de hidróxido de amônio obteve-se um pH de 10,61 e na solução de hidróxido de sódio, pH igual a 11,82. Para as duas bases, os valores também condizem com o que se esperava. Sendo o hidróxido de sódio uma base forte, se dissocia totalmente em água, assim, ele é protonado totalmente, possuindo, então, um pH maior (indicando maior alcalinidade) que o hidróxido de amônio, que é uma base fraca. Por ser uma base fraca, apenas uma parte do hidróxido de amônio gera íons OH - , portanto, apesar das duas substâncias analisadas estarem a uma mesma concentração no meio, a primeira se protona totalmente, enquanto a outra protona parcialmente, o que gera uma menor concentração de íons OH - . No terceiro experimento (3.2.3), na titulação de ácido acético por hidróxido de sódio, inicialmente foi marcado um pH de 2,68 e, ao passo que adicionou-se a base, o pH foi sendo mensurado. Entre o volume inicial e 24 mL, os dados foram coletados a cada 3 mL adicionados e, a partir de 24 mL, a cada 1 mL adicionado ao meio. Ao adicionar 43 mL de hidróxido de sódio, o indicador fenolftaleína forneceu coloração rosa ao meio, e o pHmetro indicou um valor de 10,09 na solução. Os dados obtidos são organizados no gráfico abaixo, uma curva da titulação. (Figura 4) 15 Figura 4: Curva de titulação do vinagre por NaOH Fonte: Dos autores (2018) Pôde-se observar que, para atingir o ponto estequiométrico, foi necessária a adição de 43 mL de NaOH, à concentração de 0,09967, o que equivale a 4,28x10 -3 mols. Como a reação ocorre numa proporção de 1:1, então conclui-se que o número de mols de ácido acético em solução é o mesmo que o de hidróxido de sódio. Sabendo também que a massa molar do ácido acético é 60g/mol, então há 0,2571g dele em solução. Sendo 0,2571 g em 5 mL, então em 100 ml são 5,14g. Infere-se então, que esse vinagre está de acordo com legislação brasileira (citada no item 1), já que a mesma admite que o mínimo de ácido acético para 100 mL seja de 4g. Em relação à variação do pH durante o processo, foi possível visualizar que, antes do ponto estequiométrico, mudou lentamente, mas, ao se aproximar desse ponto, começou a se alterar bruscamente, até atingir o valor finalde 10,09. O pH básico do meio é característico do sal formado pela reação do hidróxido de sódio com o ácido acético, o NaCH 3 CO 2 . 16 5 CONCLUSÃO Diante dos testes realizados, foi possível constatar que o pH de soluções ácidas e básicas estão relacionadas ao nível de protonação e desprotonação de cada composto analisado. Uma vez que, na primeira parte do experimento (3.2.1), soluções ácidas na mesma concentração apresentaram pHs diferentes, já que com a desprotonação uma mistura terá quantidade maior de íons H + , tendo essa um pH menor, ou seja, mais ácido. No segundo momento da prática laboratorial (3.2.2), duas substâncias básicas foram analisadas e conclui-se que bases fortes se dissociam totalmente em água e apresentam pH maior que bases fracas em contato com água, pois uma é protonada totalmente, e outra parcialmente, estabelecendo concentrações de OH- diferentes. Ao realizar a titulação, constatou-se o discutido no item 1 acerca de titulações de ácido fraco por base forte, no caso, ácido acético por hidróxido de sódio. O ponto estequiométrico foi atingido com o pH básico, por conta do sal formado, sendo essas informações baseadas na mudança de coloração do indicador, a fenolftaleína, e o pHmetro. Foi possível também observar que o valor de ácido acético em solução foi dentro dos padrões definidos pela legislação, visto que, estes definem um intervalo entre 4 e 7,99 g a cada 100 mL de solução e a amostra utilizada apresentou 5,14 g/100 mL. 17 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATKINS, Peter William; JONES, Loretta. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. BROWN, Theodore L.; LEMAY, H. Eugene; BURSTEN, Bruce E; MURPHY, Catherine Jones; WOODWARD, Patrick M.; STOLTZFUS, Matthew Wayne. Química: A ciência central. 13. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. Instrução Normativa Número 6 . Disponível em: < http://www.anav.com.br/legislacao.php?id=29 >. Acesso em 23 de jun. de 2018. http://www.anav.com.br/legislacao.php?id=29 18 ANEXO 1 - RESPOSTAS DAS QUESTÕES 1 - HCl (aq) + H 2 O (l) ⥨ H 3 O + (aq) + Cl⁻ (aq) CH 3 COOH (aq) + H 2 O (l) ⥨ H 3 O + (aq) + CH 3 CO 2 ⁻ (aq) NH 4 OH (aq) ⥨ NH 4 + (aq) + OH⁻ (aq) NaOH (aq) ⥨ Na + (aq) + OH⁻ (aq) CH 3 COOH (aq) + NaOH (aq) ⥨ NaCH 3 CO 2(aq) +H 2 O (l) CH 3 CO 2 ⁻ (aq) + H 2 O (l) ⥨ OH⁻ (aq) + CH 3 COOH (aq) 2 - K a (Parte I) = ([H 3 O + ] [CH 3 CO 2 ⁻]) [CH 3 COOH]× ÷ Para encontrar as concentrações no equilíbrio, fez-se: pH = - log ([H 3 O + ]) → 2,05 = - log ([H 3 O + ]) →[H 3 O + ] = 8,9125 x 10 -3 Então: [CH 3 COOH] [H 3 O + ] [CH 3 CO 2 ⁻] INÍCIO 0,1 0 0 VARIAÇÃO - 8,9125 x 10 -3 + 8,9125 x 10 -3 + 8,9125 x 10 -3 EQUILÍBRIO 0,09108 8,9125 x 10 -3 8,9125 x 10 -3 Dessa forma: K a = (8,9125 x 10 -3 8,9125 x 10 -3 ) 0,09108 = 8,72 x 10 -4× ÷ K b (Parte II) = ([NH 4 + ] [OH⁻]) [NH 4 OH]× ÷ Para encontrar as concentrações no equilíbrio, fez-se: pOH + pH = 14 → pOH = 14 - 10,61 = 3,39 pOH = - log ([OH⁻]) →3,39 = - log ([OH⁻]) → [OH⁻] = 4,073 x 10 -4 Então: 19 [NH 4 OH] [OH⁻] [NH 4 + ] INÍCIO 0,1 0 0 VARIAÇÃO - 4,073 x 10 -4 + 4,073 x 10 -4 + 4,073 x 10 -4 EQUILÍBRIO 0,09995 4,073 x 10 -4 4,073 x 10 -4 Dessa forma: K b = (4,073 x 10 -4 4,073 x 10 -4 ) 0,09995 = 1,66 x 10 -6× ÷ K b (titulação) = ([CH 3 COOH] [OH⁻]) [CH 3 CO 2 ⁻]× ÷ Para encontrar as concentrações no equilíbrio, fez-se: pOH + pH = 14 → pOH = 14 - 10,09 = 3,91 pOH = - log ([OH⁻]) →3,91 = - log ([OH⁻]) → [OH⁻] = 1,23 x 10 -4 Então: [CH 3 CO 2 ⁻] [OH⁻] [CH 3 COOH] INÍCIO 0,078 0 0 VARIAÇÃO - 1,23 x 10 -4 + 1,23 x 10 -4 + 1,23 x 10 -4 EQUILÍBRIO ≅ 0,078 1,23 x 10 -4 1,23 x 10 -4 Dessa forma: K b = (1,23 x 10 -4 1,23 x 10 -4 ) 0,078 = 1,94 x 10 -7× ÷ 3 - Sim, pois a lei determina uma concentração mínima de 4 g/100mL e máxima de 7,99 g/100mL de ácido acético na solução de vinagre, e a amostra em questão possui uma concentração de 5,14 g/100mL. 20 4 - O indicador de fenolftaleína é perfeitamente adequado, uma vez que a sua zona de transição é de 8,0 a 10,0. Isso implica que, sendo o produto da reação uma base conjugada que apresenta o pH em torno de 10, valor contido no intervalo desejado, caracteriza esse indicador como eficiente para a solução. 5 - Levando em consideração a escolha do indicador, observando as forças relativas dos ácidos e das bases que participam da reação e sua faixa de viragem, a utilização do azul de bromotimol não seria prudente, pois alteraria sua cor antes que o ponto estequiométrico fosse atingido. Esse mesmo indicador pode ser útil para titulação ácido forte-base forte, já que, o ponto estequiométrico é atingido em torno do pH neutro, 7. 6 - Nas curvas de titulação que relacionam o pH com o volume de base adicionado, no início, o pH aumenta de forma lenta, mesmo com a adição de volumes consideráveis de uma base. Entretanto, quando o gráfico se aproxima do ponto estequiométrico ou de equivalência, a curva varia de forma brusca, mostrando uma grande variação positiva (por se tratar de uma titulação com base forte e ácido fraco) no pH do sistema. Portanto, como as curvas de titulação não seguem uma proporção linear entre volume adicionado e pH, no ponto de equivalência, um pequeno volume, como uma gota, pode alterar consideravelmente o pH da solução.
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