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Estrutura das Demonstrações Contábeis Estrutura das Demonstrações Contábeis Organizado por Universidade Luterana do Brasil Universidade Luterana do Brasil – ULBRA Canoas, RS 2015 Nédio José Favero Conselho Editorial EAD Andréa de Azevedo Eick Ângela da Rocha Rolla Astomiro Romais Claudiane Ramos Furtado Dóris Gedrat Honor de Almeida Neto Maria Cleidia Klein Oliveira Maria Lizete Schneider Luiz Carlos Specht Filho Vinicius Martins Flores Obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil. Informamos que é de inteira responsabilidade dos autores a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem prévia autorização da ULBRA. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/98 e punido pelo Artigo 184 do Código Penal. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) ISBN: 978-85-5639-069-1 Dados técnicos do livro Diagramação: Marcelo Ferreira Revisão: Paula Fernanda Malaszkiewicz Setor de Processamento Técnico da Biblioteca Martinho Lutero – ULBRA/Canoas F273e Favero, Nédio José. Estrutura das demonstrações contábeis / Nédio José Favero ; organizado por Universidade Luterana do Brasil. – Canoas: Ed. ULBRA, 2015. 254 p. : il. 1. Contabilidade. 2. Demonstração contábil. I. Universidade Luterana do Brasil. II. Título. CDU 657.3 Nédio José Favero é especialista em Administração Financeira, conta-dor e diretor proprietário da Empresa AUDICON – Auditoria, Con- sultoria e Perícias Contábeis. Atua como auditor, perito e professor na Universidade Luterana do Brail (Ulbra), ministrando as disciplinas de Ad- ministração de Capital de Giro, Orçamento e Fluxo de Caixa, Fundamen- tos de Contabilidade, Estrutura das Demonstrações Contábeis, Gestão de Custos e Gestão Tributária (curso de Administração e Ciências Contábeis), Finanças e Contabilidade (EAD). É professor nos cursos de pós-graduação em Custos de Produção e orientador de trabalhos de conclusão de curso em todas as modalidades: Graduação, EAD e Pós. Nota sobre o autor O estudo da contabilidade como uma disciplina necessária e obriga-tória em diversos cursos oferecidos pelas instituinções de ensino é possivelmente um dos temas mais arridos e confusos. Mas se você quiser ter sucesso em seu emprendimento, pode ser o assunto mais importante. Na disciplina de Contabilidade Introdutória e Prática Contábil, foi abor- dado o registro das transações contábeis, apresentando a escrituração e os principais livros contábeis e fiscais. Esta disciplina tem como objetivo a apresentação e estruturação das Demonstrações Contábeis decorrentes dos registros dos fatos. O Capítulo 1, As Técnicas Contábeis, apresenta uma noção geral so- bre contabilidade e as técnicas utilizadas para que possa atingir seus ob- jetivos. O Capítulo 2 trata das Demonstrações Contábeis de forma teórica, com conceito, definições, divulgação e objetivo de cada demonstração. No Capítulo 3, estudaremos a integração entre as duas principais De- monstrações Contábeis: Balanço Patrimonial e Demonstração do Resulta- do do Exercício. O Capítulo 4 aborda a Estrutura do Balanço Patrimonial e sua compo- sição em grupos e subgrupos. O Capítulo 5 trata da Demonstração do Resultado do Exercício, ou seja, receitas despesas e custos. No Capítulo 6, aborda-se a Demonstração das Mutações do Patrimô- nio Líquido (estrutura e composição). Apresentação vi Apresentação O Capítulo 7 apresenta a estrutura Demonstração do Fluxo de Caixa, modelo direto e indireto. No Capítulo 8 é estudado a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados. O Capítulo 9 é dedicado ao estudo da Demonstração do Valor Adi- cionado e sua composição e, por último, apresentamos o Capítulo 10, no qual são abordadas as Notas Explicativas e o Parecer de Auditoria. 1 As Técnicas Contábeis...........................................................1 2 Demonstrações Contábeis ..................................................21 3 Integração do Balanço Patrimonial com a Demonstração do Resultado do Exercício – (BP x DRE) ......................................45 4 Estrutura das Demonstrações Contábeis – Balanço Patrimonial (BP) .....................................................72 5 Demonstração do Resultado .............................................117 6 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL .................................................................147 7 Demonstração do Fluxo De Caixa .....................................159 8 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados – DLPA ..........................................................186 9 Demonstração do Valor Adicionado – DVA ........................200 10 Notas Explicativas e Parecer De Auditores .........................219 Sumário Capítulo 1 As Técnicas Contábeis Nédio José Favero 2 Estrutura das Demonstrações Contábeis Introdução Neste capítulo, a preocupação inicial principal é apresentar uma noção geral sobre contabilidade e as principais Técnicas Contábeis utilizadas para que esta contabilidade possa atingir os objetivos propostos. Iniciamos nosso estudo apresentando a Escrituração Contábil e sua importância como base para apre- sentação e estruturação das Demonstrações Contábeis. 1 Noções gerais sobre contabilidade e suas técnicas Segundo Franco (1992, p.19), a finalidade de contabilidade é estudar e controlar o patrimônio das entidades para fornecer informações sobre sua composição e suas variações. Entende- -se por Patrimônio o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculado a uma pessoa ou a uma entidade, ou seja, abrange tudo aquilo que a pessoa tem (bens e direitos) e tudo aquilo que a pessoa deve (obrigações) e que podem ser quantificados em unidades monetárias. Seu objeto de estudo é, pois, o patrimônio e seu campo de aplicação das entidades econômico-administrativas, assim chamadas aquelas que, para atingir seu objetivo, seja ele eco- nômico ou social, utilizam bens patrimoniais e necessitam de um órgão administrativo que pratica os atos de natureza eco- nômica e financeira necessários a seus fins. Essas entidades englobam, pois, tanto aquelas com fins lucrativos (empresas) Capítulo 1 As Técnicas Contábeis 3 como aquelas sem finalidade de lucro (sociais, filantrópicas, de lazer, ensino, pesquisa etc.), que também possuem um pa- trimônio, carecem administrá-lo e sobre ele fornecer informa- ções a todos os que, direta ou indiretamente, mantém vínculos de interesse com a entidade. A finalidade da Contabilidade é estudar e controlar o patri- mônio e fornecer informações aos seus usuários, que podem ser pessoas físicas ou jurídicas, que tenham interesse na ava- liação e no desenvolvimento da entidade, bem como sobre os resultados econômicos decorrentes da gestão dos bens direitos e obrigações que compões o patrimônio da empresa. Analisando de forma técnica, podemos afirmar que a contabilidade tem por finalidade o registro dos fatos e a produção das informações que possibilitem aos usuários e administrador do patrimônio o entendimento, a análise e o planejamento. Essas informações geradas pela contabilidade são indispensáveis apara a orientação administrativa, permi- tindo maior eficiência na gestão econômica da entidade e no controle dos bens patrimoniais, e auxilia o usuário na tomada de decisões. Por outro lado, também, investidores, bancos, governo e outros que mantêm relações econômicas ou finan- ceiras com a entidade administrada também têm interesse nas informações geradas pela contabilidade para conhecer os resultados econômicos decorrentes da gestão do patrimô- nio da empresa. O estudo da ciência contábil pode ser resumido no quadro sinótico apresentado conforme Quadro 1 indicado. 4 Estrutura das Demonstrações Contábeis Cristiano Lopes/ULBRA Quadro 1 Quadro Sinóticoda Ciência Contábil Fonte: Adaptação de Franco (1992, p.23) As Técnicas Contábeis indicadas no quadro acima são representadas pelo conjunto de procedimentos utilizados na ciência contábil para que os fins propostos sejam atingidos e são definidas como: Escrituração: É a técnica por meio da qual se efetuam os registros das ocorrências que afetam o patrimônio de uma entidade. Demonstrações Contábeis: As informações contábeis são organizadas em relatórios demonstrativos, os quais per- Capítulo 1 As Técnicas Contábeis 5 mitem ao usuário entender analisar a situação econômica e financeira das entidades. Auditoria: É a técnica contábil que tem a função cartorial fiscalizadora, ou seja, consiste no conjunto de procedimentos técnicos que tem como objetivo verificar se estas demonstra- ções foram elaboradas conforme as exigências normativas le- gais e avaliar se as Demonstrações Contábeis de uma entida- de retratam com fidelidade a sua real situação patrimonial e os resultados apresentados em determinado período. Análise das Demonstrações Financeiras: Se a Auditoria tem o papel fiscalizador, a Análise tem o papel de gerência, ou seja, através do processo de análise se tem a indicação da situação econômico-financeira das entidades. 2 Escrituração contábil A Escrituração é o registro dos fatos que ocorrem no patri- mônio. Todo fato contábil deve ter como pré-requisito básico a indicação da data da ocorrência do fato, histórico e valor (deve provocar alterações quantitativas no patrimônio) e exige um determinado registro na contabilidade da entidade. Os registros efetuados são representados por lançamentos os quais, em seu conjunto, compõem a escrituração de deter- minada entidade. A escrituração obedece às normas da disciplina contábil em livros exigidos pela legislação comercial e fiscal. Esse re- 6 Estrutura das Demonstrações Contábeis gistro é realizado em ordem cronológica, o que dá à Conta- bilidade características de verdadeira história do patrimônio. Evidenciam os registros a expressão monetária dos fatos que a contabilidade ordena de acordo com a natureza de cada um, permitindo que sejam reunidos em grupos homogê- neos, que distinguem os diversos componentes do patrimônio e suas variações. O simples registro dos fatos e sua ordenação cronológi- ca ou por grupos não são suficientes para que a contabilida- de possa atingir os objetivos a que se propõe. Para facilitar o entendimento do usuário dessas informações, esses fatos são reunidos em demonstrações sintéticas que recebem a deno- minação genérica de Demonstrações Contábeis (FRANCO, 1992, p.21). Segundo Santos (2014, p. 31), a obrigatoriedade da escri- ta contábil se aplica a todas as pessoas jurídicas, sejam elas sociedades ou empresas individuais, tributadas com base no lucro real, no lucro presumido ou no Simples Nacio- nal. O que devemos ter em mente, sempre, é que a obrigação de manutenção da escrita contábil é uma imposição comer- cial, e não fiscal. Essa obrigatoriedade consta claramente do Código Civil, nos seguintes termos: CC – Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 – Art. 1.179: Capítulo 1 As Técnicas Contábeis 7 O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de re- sultado econômico. § 1º Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espé- cie de livros ficam a critério dos interessados. § 2º É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 970. A Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404/1976) tam- bém estabelece essa obrigatoriedade, fazendo referência ex- plícita à legislação comercial. O caput do art. 177 do referido diploma legal assim estabelece: Lei nº 6.404/1976 – Art. 177: A escrituração da compa- nhia será mantida em registros permanentes, com obedi- ência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, de- vendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência. Diante desses fatos e considerando a atribuição legal, o Conselho Federal de Contabilidade baixou a Resolução CFC nº 1.330/2011, que estabelece critérios e procedimentos a serem adotados pela entidade para a escrituração contábil de seus fatos patrimoniais, por meio de qualquer processo, bem como a guarda e a manutenção da documentação e de arqui- 8 Estrutura das Demonstrações Contábeis vos contábeis e a responsabilidade do profissional da contabi- lidade (SANTOS, 2014, p.32). 2.1 Detalhamento da escrituração contábil O detalhamento dos registros contábeis, conforme Santos (2014, p.33), é diretamente proporcional à complexidade das operações da entidade e dos requisitos de informação a ela aplicáveis e, exceto nos casos em que uma autoridade regula- dora assim o requeira, não devem necessariamente observar um padrão predefinido. A escrituração contábil deve ser executada: a) Em idioma e em moeda corrente nacionais; b) Em forma contábil; c) Em ordem cronológica de dia, mês e ano; d) Com ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras ou emendas; e) Com base em documentos de origem externa ou inter- na ou, na sua falta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos contábeis. 2.2 Detalhes do lançamento contábil O lançamento contábil é representado pelo registro dos fatos contábeis, e deve ser realizado de acordo com o método das partidas dobradas e feito em ordem cronológica, obedecendo à determinada técnica de previsão legal. Capítulo 1 As Técnicas Contábeis 9 Na visão de Santos (2014, p.33-34), escrituração em for- ma contábil (lançamento contábil) deve conter, no mínimo: a) Data do registro contábil, ou seja, a data em que o fato contábil ocorreu; b) Conta devedora; c) Conta credora; d) Histórico que represente a essência econômica da transação ou o código de histórico padronizado; neste caso, baseado em tabela auxiliar inclusa em livro pró- prio; e) Valor do registro contábil; f) Informação que permita identificar, de forma unívoca, todos os registros que integram um mesmo lançamen- to contábil. 2.3 Formalidades intrínsecas do lançamento contábil O registro contábil deve conter o número de identificação do lançamento em ordem sequencial, relacionado ao respectivo documento de origem externa ou interna ou, na sua falta, a elementos que comprovem ou evidenciem fatos contábeis. A terminologia utilizada no registro contábil deve expressar a es- sência econômica da transação (SANTOS, 2014, p.34). 10 Estrutura das Demonstrações Contábeis Admite-se o uso de códigos e/ou abreviaturas nos histó- ricos dos lançamentos, desde que permanentes e uniformes, devendo constar o significado dos códigos e/ou abreviaturas. Os registros da escrituração contábil devem ser apresenta- dos no Livro Diário e Livro Razão. No Livro Diário, as operações devem ser lançadas em ordem cronológica, com individualiza- ção, clareza e, no seu histórico, referenciar ao documento que comprove a operação. O Livro Razão apresenta os mesmos registros do Diário; no entanto, a ordem de registro é apresentada de acordo com o Plano de Contas. A escrituração contábil em forma digital não exige a im- pressão e encadernação em forma de livro, porém o arquivo magnético autenticado pelo registro público competente deve ser mantido pela entidade. Os registros auxiliares, quando adotados, devem obedecer aos preceitos gerais da escrituração contábil. A entidade é responsável pelo registro público de livros contábeis em órgão competente e por averbações exigidas pela legislação de recuperação judicial, sendo atribuição do profissional de contabilidade a comunicação formal dessas exigências à entidade (SANTOS 2014, p.35-36). A entidade que tiver unidade operacional ou de negócios,quer como filial, agência, sucursal ou assemelhada, e que op- tar por sistema de escrituração descentralizado, deve ter regis- tros contábeis que permitam a identificação das transações de cada uma dessas unidades. Capítulo 1 As Técnicas Contábeis 11 A escrituração de todas as unidades deve integrar um único sistema contábil. A opção por escrituração descentralizada fica a critério da entidade. Na escrituração descentralizada, deve ser observado o mesmo grau de detalhamento dos registros contábeis da matriz (SANTOS, 2014, p.36). A Documentação Contábil que comprova os fatos que ori- ginam lançamentos e por consequência a escrituração da en- tidade, tais como notas, livros, papéis, registros e outras peças, de origem interna ou externa, que fundamentam os registros podem ser digitalizados e armazenados em meio magnético. 3 Demonstrações contábeis Conforme a Norma Brasileira de Contabilidade (NBC TG 26 (R2) do Conselho Federal de Contabilidade – CFC, as demons- trações contábeis são uma representação estruturada da po- sição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. O objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcio- nar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas. As demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da administração em face de seus deveres e responsabilidades na gestão diligente dos recursos que lhe foram confiados. Para satisfazer a esse objetivo, as de- 12 Estrutura das Demonstrações Contábeis monstrações contábeis proporcionam informação da entidade acerca do seguinte: a) ativos; b) passivos; c) patrimônio líquido; d) receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas; e) alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e distribuições a eles; f) fluxos de caixa. Essas informações, juntamente com outras informações constantes das notas explicativas, ajudam os usuários das de- monstrações contábeis na previsão dos futuros fluxos de caixa da entidade e, em particular, a época e o grau de certeza de sua geração. O conjunto completo de demonstrações contá- beis inclui: a) balanço patrimonial ao final do período; b) demonstração do resultado do período; c) demonstração do resultado abrangente do período; c) demonstração das mutações do patrimônio líquido do período; d) demonstração dos fluxos de caixa do período; e) demonstração do valor adicionado do período; Capítulo 1 As Técnicas Contábeis 13 f) notas explicativas, compreendendo um resumo das políticas contábeis significativas e outras informações explanatórias; As Demonstrações Contábeis, também denominadas “De- monstrações Financeiras”, são relatórios organizados sintetica- mente que apresentam uma a posição patrimonial e financeira da entidade, ou seja, são relatórios organizados sinteticamen- te, no qual se resumem as informações contábeis de forma metódica e evidenciando o patrimônio da empresa e os resul- tados obtidos referentes a um determinado período de tempo. Por demonstrações contábeis, conforme Franco (1992, p.33), entende-se todo e qualquer tipo de representação, par- cial ou global, de componentes patrimoniais ou de variações do patrimônio extraída de livros ou registros contábeis. Essas demonstrações, que atendem à função expositiva da Contabilidade, são elaboradas de acordo com técnica contábil específica e levam em conta dois aspectos importantes da vida patrimonial: o primeiro é aquele que demonstra o estado pa- trimonial em determinado momento (estática patrimonial) e o segundo, aquele que considera a evolução do patrimônio em determinado período, evidenciando o resultado da atividade administrativa sobre ele desenvolvida (dinâmica patrimonial). 4 Auditoria A Auditoria pode ser definida como a técnica contábil que tem por objetivo a verificação ou revisão de registros apresentados 14 Estrutura das Demonstrações Contábeis nas Demonstrações Financeiras com a finalidade de assegurar a fidelidade dos registros e proporcionar credibilidade a estas demonstrações. É uma técnica contábil que tem por objetivo a revisão de registros feitos que deram origem às demonstrações, bem como aos procedimentos adotados para a escrituração, visan- do a avaliar a adequação e a veracidade das Demonstrações Contábeis apresentadas. Representa um exame organizado metodologicamente que serve de base para produzir opiniões sobre as situações patri- moniais, financeiras, de resultado, de produtividade, de risco, de legalidade da entidade em determinado período. De maneira sintética, utiliza-se a auditoria contábil (não confundir com auditoria fiscal) para proceder à revisão de tudo aquilo que foi realizado na contabilidade da empresa, verificando se a escrita obedece aos princípios contábeis, se cumpre os preceitos legais e se está baseada em documentos idôneos (VELTER e MISSAGIA, 2004, p.9). 5 Análise de balanço Análise de balanço, segundo Velter e Missagia (2004,p.9), é a técnica que utiliza métodos e processos científicos (estatísticos) na decomposição, comparação e interpretação do conteúdo das demonstrações para obtenção de informações analíticas, ou seja, mais detalhadas, com o objetivo de avaliar a situação patrimonial e financeira da empresa. Capítulo 1 As Técnicas Contábeis 15 Vejam que a análise não se limita ao Balanço Patrimonial, estendendo-se também às outras demonstrações contábeis. Como as principais demonstrações contábeis são exposi- ções sintéticas dos componentes patrimoniais e de suas va- riações, a elas se recorre quando se deseja conhecer os dife- rentes aspectos da situação patrimonial e de suas variações. Sendo demonstrações sintéticas, não oferecem informações detalhadas sobre o estado patrimonial e sobre suas variações. Daí a necessidade de aplicação da técnica contábil deno- minada análise das demonstrações contábeis, também conhe- cidas por análise de balanços (FRANCO, 1992, p.93). O processo de Análise de Balanço pode ser definido pelas seguintes etapas:  Processo muito utilizado em Auditoria, que representa a decomposição dos fenômenos patrimoniais em seus elementos mais simples e irredutíveis.  Análise Vertical (AV%) ou análise através de coeficientes, que determina a percentagem de cada conta ou grupo de contas em relação ao seu conjunto (total).  Análise através de quocientes, que estabelece a relação entre componentes de um mesmo conjunto (mesmo pe- ríodo).  Análise Horizontal (AH) ou através de índices, que repre- senta a comparação entre componentes do conjunto em sucessivos períodos. 16 Estrutura das Demonstrações Contábeis  Análise pela definição de padrões que representa a com- paração entre componentes de um universo de conjun- tos (normalmente banco de dados) para determinação de padrões. Recapitulando O capitulo apresentou, de forma clara, noções gerais sobre contabilidade e suas técnicas, encontrando-se conteúdo teóri- co sobre escrituração contábil; detalhamento da escrituração contábil; detalhes do lançamento contábil; formalidades intrín- secas do lançamento contábil. Também apresentou conteúdo sobre as demonstrações contábeis, auditoria e análise de ba- lanço. Referências CC – Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 – Art. 1.179 FRANCO, Hilário. Contabilidade Geral. 22. ed. São Paulo: Atlas, 1989. FRANCO, Hilário. Estrutura, Análise e Interpretação de Ba- lanços: de acordo com a nova Lei das S.A., Lei nº 6.404, de 15-12-1976. 15. ed. São Paulo: Atlas, 1989. Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404/1976) Capítulo 1 As Técnicas Contábeis 17 SANTOS, Cleônimo dos. Fechamento de Balanço: Teoria e Prática. 2. ed. São Paulo. IOB – Informações Objetivas Pu- blicações Jurídicas Ltda. EBS – SAGE, 2014. VELTER, Francisco. MISSAGIA, Luiz Roberto. Manual de Con- tabilidade. Teoria e 750 Questões. 2. ed. atualizada de Acordocom a Lei Nº 10.303/01. Rio de Janeiro: Impetus, 2004. Série Provas e Concursos. Atividades 1) Considerando os meios que a Contabilidade utiliza para atingir seus objetivos, podemos afirmar que: a) A sua finalidade é determinar o resultado das entida- des. b) A sua finalidade é controlar o patrimônio das entida- des, apurar o resultado e prestar informações sobre a situação patrimonial e o resultado das entidades aos usuários da informação contábil. c) A sua finalidade é atender à legislação comercial e fiscal, que exige das empresas a elaboração das cha- madas demonstrações financeiras. d) A sua finalidade é registrar os custos, as despesas, as receitas e apurar o resultado da entidade. 18 Estrutura das Demonstrações Contábeis e) A sua finalidade é estabelecer as relações de débito e crédito do proprietário com os agentes consignatários e agentes correspondentes. 2) Quanto à função de controle, a Contabilidade pode ser utilizada, exceto: a) Como meio de comunicação. b) Como motivação. c) Exclusivamente para apuração do resultado. d) Como meio de verificação. e) Para avaliar a gestão. 3) É/são objeto(s) da Contabilidade: a) Os bens, direito e situação liquida. b) O conjunto dos haveres, direitos e obrigações. c) O controle da entidade. d) O conjunto de bens, direitos e obrigações. e) A evidenciação do patrimônio, para que os bancos possam emprestar dinheiro às entidades. 4) Assinale a afirmativa correta: a) Quando aumenta o ativo, devemos creditar a respec- tiva conta. b) Quando diminui o ativo, devemos debitar a respectiva conta. Capítulo 1 As Técnicas Contábeis 19 c) Quando diminui o passivo, devemos debitar a respec- tiva conta. d) Quando aumenta o patrimônio líquido, devemos de- bitar a respectiva conta. e) Todas as afirmativas estão corretas. 5) Ao fim de cada exercício social, a Diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as se- guintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício. Com base nas informa- ções acima, indique a proposição que responde correta- mente ao indicado pela Lei das Sociedades por Ações. a) Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados e demonstração do resultado do exercício. b) Demonstração do resultado do exercício e demonstra- ção das origens e aplicações de recursos. c) Demonstração das origens e aplicações de recursos d) Balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício, demonstração de lucros ou prejuízos acu- mulados, demonstração das mutações do patrimônio líquido. e) N.D.A. 6) A formação do Patrimônio da empresa representado pelo Balanço Patrimonial tem a seguinte composição: Bens $ 280.000, Direitos $ 150.000 e Patrimônio Líquido (Capi- 20 Estrutura das Demonstrações Contábeis tal Próprio) $ 180.000. Pede-se: Qual o valor das Obriga- ções a pagar (capital de terceiros)? a) $ 130.000 b) $ 230.000 c) $ 150.000 d) $ 180.000 e) $ 250.000 Gabarito 1) b 2) c 3) d 4) c 5) d 6) e Nédio José Favero Capítulo 2 Demonstrações Contábeis 22 Estrutura das Demonstrações Contábeis Introdução Este capítulo tem por fim apresentar a definição, a conceitu- ação e os objetivos das Demonstrações Contábeis, conforme fundamentação legal. O Comitê de Pronunciamentos Contá- beis (CPC), criado pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) através da Resolução CFC nº 1.055/05, tem como ob- jetivo o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Téc- nicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centra- lização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais. TERMO DE APROVAÇÃO PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 26 (R1) APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS A Coordenadoria Técnica do Comitê de Pronunciamen- tos Contábeis (CPC) torna pública a aprovação pelos membros do CPC, de acordo com as disposições da Re- solução CFC n.º 1.055/05 e alterações posteriores, do PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 26 (R1) – APRE- SENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS. O Pronunciamento foi elaborado a partir do IAS 1 – Pre- sentation of Financial Statements (BV2011), emitido pelo International Accounting Standards Board (IASB), e sua Capítulo 2 Demonstrações Contábeis 23 aplicação, no julgamento do Comitê, produz reflexos contábeis que estão em conformidade com o documento editado pelo IASB. A aprovação do PRONUNCIAMEN- TO TÉCNICO CPC 26 (R1) – APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS pelo Comitê de Pro- nunciamentos Contábeis está registrada na Ata da 66ª Reunião Ordinária do Comitê de Pronunciamentos Con- tábeis, realizada no dia 2 de dezembro de 2011. O Comitê recomenda que o Pronunciamento, para fins de sua adoção, seja referendado pelas entidades regula- doras brasileiras. Brasília, 2 de dezembro de 2011. O Pronunciamento Técnico tem como objetivo definir uma base harmônica e padronizada para a apresentação de de- monstrações contábeis, para assegurar a comparabilidade e facilitar o entendimento do usuário da informação. 1 Demonstrações contábeis – definição As demonstrações contábeis são relatórios com representação monetária extraídos da contabilidade após o registro de todos os fatos contábeis que fizeram parte das operações realizadas por qualquer entidade em um determinado período e de forma estruturados que representam o patrimônio em determinado momento, bem como o desempenho obtido pela empresa em determinado período. 24 Estrutura das Demonstrações Contábeis Conforme Santos (2014, p.65), na definição a seguir, são adotadas nas orientações destinadas à apresentação sobre Demonstrações Contábeis: Demonstrações contábeis de propósito gerais (referi- das simplesmente como demonstrações contábeis) são aquelas cujo propósito reside no atendimento das ne- cessidades informacionais de usuários externos que se encontram em condições de requerer relatórios especi- ficamente planejados para atender às suas necessidades peculiares. 2 Finalidades das demonstrações contábeis As demonstrações contábeis para Santos (2014, p.69), fun- damentado no Pronunciamento Técnico CPC 26 do CFC, são uma representação estruturada da posição patrimonial e fi- nanceira e do desempenho da entidade, que tem como obje- tivo proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avalia- ções e tomada de decisões econômicas. As demonstrações contábeis, além de apresentarem os re- sultados da atuação da administração em face de seus deve- res e responsabilidades na gestão dos recursos que lhe foram confiados, objetiva objetivam fornecer informações que sejam úteis na tomada de decisões econômicas e avaliações por par- Capítulo 2 Demonstrações Contábeis 25 te dos usuários para a tomada de decisões econômicas, tais como: a) decidir quando comprar, manter ou vender instrumen- tos patrimoniais; b) avaliar a administração da entidade quanto à respon- sabilidade que lhe tenha sido conferida e quanto à qualidade de seu desempenho e de sua prestação de contas; c) avaliar a capacidade de a entidade pagar seus empre- gados e proporcionar-lhes outros benefícios; d) avaliar a segurança quanto à recuperação dos recur- sos financeiros emprestados à entidade; e) determinar políticas tributárias; f) determinar a distribuição de lucros e dividendos; g) elaborar e usar estatísticas da renda nacional; ou h) regulamentar as atividades das entidades. Conforme Pronunciamento Técnico CPC 26 do CFC, as demonstrações contábeis retratam os efeitos patrimoniais e fi- nanceiros das transações e outros eventos. Os elementos dire- tamente relacionados à mensuração da posição patrimonial e financeira no balanço patrimonial são os ativos,os passivos e o patrimônio líquido. Os elementos diretamente relacionados com a mensura- ção do desempenho na demonstração do resultado são as receitas e as despesas. A demonstração das mutações na po- 26 Estrutura das Demonstrações Contábeis sição financeira usualmente reflete os elementos da demons- tração do resultado e as alterações nos elementos do balanço patrimonial. Visando satisfazer a esse objetivo, as demonstrações con- tábeis proporcionam informação da entidade acerca do se- guinte: a) Ativos; b) Passivos; c) Patrimônio Líquido; d) Receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas; e) Alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e distribuições a eles; e f) Fluxos de caixa. Essas informações, juntamente com outras informações constantes das notas explicativas, auxiliam os usuários das de- monstrações contábeis na previsão dos futuros fluxos de caixa da entidade e, em particular, da época e do grau de certeza de sua geração (SANTOS, p.69 -70). 3 As demonstrações contábeis O conjunto completo de demonstrações contábeis, conforme Santos (2014, p.70 – 71), compreende: a) Balanço patrimonial ao final do período; Capítulo 2 Demonstrações Contábeis 27 b) Demonstração do resultado do período; c) Demonstração do resultado abrangente do período; Nota: A demonstração do resultado abrangente pode ser apresentada em quadro demonstrativo próprio ou dentro das mutações do patrimônio líquido. d) Demonstração das mutações do patrimônio líquido do período; e) Demonstração dos fluxos de caixa do período; f) Demonstração do valor adicionado do período, con- forme Pronunciamento Técnico CPC 09 – Demonstra- ção do Valor Adicionado, se exigido legalmente ou por algum órgão regulador ou mesmo se apresentada vo- luntariamente; g) Notas explicativas, compreendendo um resumo das políticas contábeis significativas e outras informações explanatórias; h) Balanço patrimonial no início do período mais anti- go comparativamente apresentado quando a entidade aplica uma política retrospectivamente ou procede à reapresentação retrospectiva de itens das demonstra- ções contábeis, ou ainda quando procede à reclassifi- cação de itens de suas demonstrações contábeis. Nota: A entidade deve apresentar com igualdade de im- portância todas as demonstrações contábeis que façam parte do conjunto completo de demonstrações contábeis. 28 Estrutura das Demonstrações Contábeis 4 Divulgação da informação contábil A divulgação dos resultados, da atuação da administração, bem como do patrimônio da empresa e sua composição, de- vem ser divulgadas, objetivando fornecer informações que se- jam úteis a seus usuários. A divulgação de informações sobre a situação patrimonial e financeira das empresas deve estar suportada em normas que têm por objetivo principal facilitar o entendimento por parte dos usuários das informações divul- gadas. 4.1 Frequência O conjunto completo das demonstrações contábeis, para San- tos (2014, p.79), necessita ser apresentado pelo menos anual- mente (inclusive informação comparativa). Quando se altera a data de encerramento das demonstra- ções contábeis da entidade e estas são apresentadas para um período mais longo ou mais curto do que um ano, a entidade deve divulgar, além do período abrangido pelas demonstra- ções contábeis: a) a razão para usar um período mais longo ou mais cur- to e b) o fato de que não são inteiramente comparáveis os montantes comparativos apresentados nessas de- monstrações. Capítulo 2 Demonstrações Contábeis 29 4.2 Informações a serem publicadas Conforme Pronunciamento Técnico CPC 26 do CFC, as de- monstrações contábeis devem ser apresentadas pelo menos anualmente e devem apresentar apropriadamente a posição patrimonial e financeira, o desempenho financeiro e os fluxos de caixa da entidade. Em praticamente todas as circunstâncias, a representação adequada, conforme a Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Finan- ceiro contida no Pronunciamento Conceitual Básico do CPC, é conseguida pela conformidade com as práticas contábeis brasileiras ensejadas pelos Pronunciamentos, Interpretações e Orientações do CPC. Previsão Legal: Lei nº 6.404/1976 – Art. 176.................... § 1º As demonstrações de cada exercício serão publica- das com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior. § 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes po- derão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão ser agregados, desde que indicada a sua natureza e não ul- trapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de designações ge- néricas, como “diversas contas” ou “contas-correntes”. § 3º As demonstrações financeiras registrarão a des- tinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de sua aprovação pela assembleia-geral. 30 Estrutura das Demonstrações Contábeis § 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstra- ções contábeis necessários para esclarecimento da situa- ção patrimonial e dos resultados do exercício. Contempla Santo (2014, p.80-84) que a entidade deve, ao divulgar informação comparativa, apresentar no mínimo dois períodos sequenciais do balanço patrimonial e das de- mais demonstrações contábeis, bem como as respectivas notas explicativas. 5 Identificação das demonstrações contábeis As demonstrações contábeis devem, segundo Santos (2014, p.83), ser identificadas claramente e distinguidas de qualquer outra informação que porventura conste no mesmo documen- to publicado. As práticas contábeis brasileiras se aplicam apenas às de- monstrações contábeis e não necessariamente à informação apresentada em outro relatório anual, relatório ou qualquer outro documento. Por isso, é importante que os usuários pos- sam distinguir informação elaborada, utilizando-se das prá- ticas contábeis brasileiras de qualquer outra informação que possa ser útil aos seus usuários, mas que não são objeto dos requisitos das referidas práticas. Capítulo 2 Demonstrações Contábeis 31 5.1 Identificação da demonstração contábil e respectivas notas explicativas Afirma Santos (2014, p.83-84) que cada demonstração con- tábil e respectivas notas explicativas devem ser identificadas claramente. Além disso, as seguintes informações devem ser divulgadas de forma destacada e repetida quando necessário para a devida compreensão da informação apresentada: a) o nome da entidade às quais as demonstrações con- tábeis dizem respeito ou outro meio que permita sua identificação, bem como qualquer alteração que pos- sa ter ocorrido nessa identificação desde o término do período anterior; b) se as demonstrações contábeis se referem a uma enti- dade individual ou a um grupo de entidades; c) a data de encerramento do período de reporte ou o período coberto pelo conjunto de demonstrações con- tábeis ou notas explicativas; d) a moeda de apresentação, tal como definido no Pro- nunciamento Técnico CPC 02 – Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis do CFC; e e) o nível de arredondamento usado na apresentação dos valores nas demonstrações contábeis. Nota: Os requisitos referidos acima são normalmente sa- tisfeitos pela apresentação apropriada de cabeçalhos de pági- na, títulos de demonstração, de nota, de coluna e similares em 32 Estrutura das Demonstrações Contábeis cada página das demonstrações contábeis. Na determinação da melhor forma de apresentar tais informações, é necessário exercício de julgamento. Por exemplo, quando as demonstrações contábeis são apresentadas eletronicamente, nem sempre podem ser usadas páginas separadas; os itens acima devem ser então apresen- tados com frequência suficiente de forma a assegurar a devida compreensão das informações incluídas nas demonstrações contábeis (SANTOS, 2014, p.84). 5.2 Apresentação em milhares ou milhõesAs demonstrações contábeis se tornam muitas vezes mais com- preensíveis pela apresentação de informação em milhares ou milhões de unidades da moeda de apresentação. Esse proce- dimento é aceitável desde que o nível de arredondamento na apresentação seja divulgado e não seja omitida informação material (SANTOS, 2014, p.84). 5.3 As demonstrações financeiras (contábeis) que devem ser publicadas As demonstrações contábeis que devem ser publicadas podem ser definidas em dois tipos: Demonstrações Básicas: São as demonstrações que dão origem as outras demonstrações, representadas pelo Balan- ço Patrimonial (BP) e Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Capítulo 2 Demonstrações Contábeis 33 Demonstrações Complementares: São as demonstra- ções que tem origem no Balanço Patrimonial (BP) e Demonstra- ção do Resultado do Exercício (DRE) e são representadas pela Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA), Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFCx.), Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e Demonstração das Origens e Apli- cações de Recursos (DOAR) (esta demonstração foi substituída pela Demonstração dos Fluxos de Caixa conforme a Lei nº 11.638/07, mesmo assim muitas empresas mantém a DOAR como relatório gerencial). 5.3.1 Previsão legal Lei nº 6.404/1976 – Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações fi- nanceiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: I – balanço patrimonial; II – demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; III – demonstração do resultado do exercício; e IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) V – se companhia aberta, demonstração do valor adicio- nado. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) 34 Estrutura das Demonstrações Contábeis 5.3.2 Obrigatoriedade de publicação a) Representam Demonstrações obrigatórias para todas as sociedades por ações e para as demais empresas sujeitas ao regime de tributação pelo lucro real, o Ba- lanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício e a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (ver Notas 1 e 2). b) Além das Demonstrações do item “a”, são obrigatórias para as companhias abertas e para as companhias fe- chadas com patrimônio líquido igual ou superior a R$ 2 milhões a Demonstração dos Fluxos de Caixa. c) Além das Demonstrações do item “a” e “b”, Demons- trativos são obrigatórios somente para companhias abertas a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (ver Nota 1) e Demonstração do Valor Adicio- nado. Nota 1 – A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) não é obrigatória para a maioria das empre- sas, mas, se for apresentada, dispensará a apresentação da Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA). Nota 2 – A Lei nº 11.638/07 extinguiu a conta Lucros Acumulados, mas manteve a Prejuízos Acumulados, manten- do, também, a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumu- lados. Nota 3 – A Lei nº 11.638/07 substituiu a obrigação de elaborar a Demonstração das Origens e Aplicações de Recur- Capítulo 2 Demonstrações Contábeis 35 sos pela obrigação de elaborar a Demonstração dos Fluxos de Caixa (REIS, 2009, p.56- 57). 6 Objetivos das demonstrações contábeis O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informa- ções sobre a posição patrimonial e financeira da entidade. Para que as informações sejam consideradas úteis, a seus usu- ários devem ter os seguintes atributos: a) Confiabilidade; b) Tempestividade; c) Compreensibilidade; d) Comparabilidade. O Balanço Patrimonial é a principal demonstração contábil que fornece informações sobre a posição patrimonial e finan- ceira da empresa. As informações sobre o desempenho (os resultados) obtido pela empresa são fornecidas basicamente pela demonstração do resultado. As informações sobre as mutações na posição financeira são fornecidas pelas demonstrações de fluxos de caixa, de mutações do patrimônio líquido e outras decorrentes do Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exer- cício como principais. Para Reis (2009, p.57), pode-se dizer que o objetivo básico das demonstrações financeiras ou demonstrações contábeis é 36 Estrutura das Demonstrações Contábeis fornecer informações para a correta gestão dos negócios e para a correta avaliação dos resultados operacionais. Proporcionam, portanto, elementos que possibilitam aos empresários e administradores o planejamento e o controle do patrimônio da empresa e das atividades sociais. As informações emanadas dos demonstrativos contábeis interessam, também, às pessoas que, por qualquer motivo, mantenham relações com a empresa: credores, investidores em potencial e o fisco. Conforme Pronunciamento Técnico CPC 26 do CFC, o conjunto completo de demonstrações contábeis inclui como regra: a) o balanço patrimonial; b) a demonstração do resultado; c) a demonstração do resultado abrangente; d) a demonstração das mutações do patrimônio líquido; e) a demonstração dos fluxos de caixa; f) a demonstração do valor adicionado quando exigida legalmente; g) as notas explicativas, compreendendo um resumo das políticas contábeis significativas e outras informações explanatórias. Capítulo 2 Demonstrações Contábeis 37 6.1 Balanço Patrimonial É um relatório estático que evidencia de forma qualitativa e quantitativa a posição patrimonial e financeira da empresa em uma determinada data, bem como a natureza dos valores que compõem o patrimônio da empresa. 6.2 Demonstração do Resultado do Exercício Esta demonstração contábil é um relatório dinâmico que se destina, por meio do confronto das receitas, dos custos e das despesas apuradas em um determinado período, apurar o lu- cro ou prejuízo da entidade. 6.3 Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados Caracteriza-se como sendo uma Demonstração dinâmica que mostra a variação na conta Lucros ou Prejuízos Acumulados de um período para outro e evidencia a destinação do lucro do período e de períodos anteriores. 6.4 Demonstração das mutações do Patrimônio Líquido Semelhante à Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumula- dos, é uma Demonstração dinâmica que mostra as variações em todas as contas do grupo que compõem o Patrimônio Lí- quido, incluindo a conta que registra os Lucros ou Prejuízos Acumulados, ou seja, a demonstração anterior. Podemos dizer que a DLPA está contida na DMPL. 38 Estrutura das Demonstrações Contábeis 6.5 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos Relatório dinâmico que evidencia a variação do Ativo Circu- lante Líquido de um período para o outro e a entrada e saída de recursos que afetaram os grupos circulantes no período. A Lei nº 11.638/07 substituiu a obrigação de elaborar esta De- monstração pela obrigação de elaborar a Demonstração dos Fluxos de Caixa. 6.6 Demonstrações dos Fluxos de Caixa Relatório dinâmico que evidencia, de forma ordenada, a movi- mentação de entrada e saída de numerário na conta caixa em determinado período. A Lei nº 11.638/07 tornou obrigatória a elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa, substituin- do a obrigação de elaborar esta Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos. 6.7 Demonstração do Valor Adicionado A Demonstração do Valor Adicionado é um relatório dinâmico destinado a evidenciar o valor da riqueza gerada pela compa- nhia em determinado período, bem como a distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza. Capítulo 2 Demonstrações Contábeis 39 Recapitulando Este capítulo apresentou o referido conteúdo teórico sobre as demonstrações contábeis, seus conceitos, finalidades. Além disso, evidenciou a forma de apresentação da divulgação da informação contábil como objetivo de fornecer informações que sejam uteis aos usuários. Comentou, também,que as identificações das demonstrações contábeis devem ser clara- mente e distinguidas de qualquer outra informação que por- ventura conste no mesmo documento publicado. Ao finalizar, descreveu os objetivos das demonstrações contábeis. Referências CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE – CFC, Resolu- ções CFC http://www.cfc.org.br CC – Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 – Art. 1.179 Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404/1976) REIS, Arnaldo Carlos de Rezende. Demonstrações Contábeis – Estrutura e Análise. São Paulo: Saraiva, 2009. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Básica. 2. ed. atuali- zada conforme a Lei nº 11.638/2007 e Medida Provisória 449/2008. São Paulo: Saraiva, 2008. 40 Estrutura das Demonstrações Contábeis RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Avançada. 2. ed. atu- alizada conforme a Lei 11.638/2007 e Medida Provisória 449/2008. convertida na Lei nº 11.941/009. São Paulo: Saraiva, 2008. SANTOS, Cleônimo dos. Fechamento de Balanço: Teoria e Prática. 2. ed. São Paulo. IOB – Informações Objetivas Pu- blicações Jurídicas Ltda. EBS – SAGE, 2014. Atividades 1) (MEMÓRIA/ 1999-SP) Com base nas informações seguin- tes, indique a proposição que responde corretamente ao indicado abaixo. I – As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das de- monstrações do exercício seguinte. II – Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão ser agre- gados, desde que indicada a sua natureza e não ultra- passem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo de contas; porém, é vedada a utilização de designa- ções genéricas, como “diversas contas” ou “contas correntes”. III – As demonstrações financeiras registrarão a destina- ção dos lucros, segundo a proposta dos órgãos da Capítulo 2 Demonstrações Contábeis 41 administração, no pressuposto de sua aprovação pelo chefe do almoxarifado. IV – As demonstrações não poderão ser complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis, necessários para esclare- cimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. a) A afirmativa I está correta. b) A afirmativa II está correta. c) A afirmativa III está correta. d) A afirmativa IV está correta. e) N.D.A. 2) Ao encerramento do exercício, as empresas emitem suas demonstrações contábeis. Em relação ao Balanço Patri- monial, assinale a opção correta: a) Demonstra local, data, conta devedora, conta credo- ra, histórico e valor dos lançamentos contábeis. b) É uma demonstração estática que evidencia o patri- mônio de uma empresa de forma quantitativa e quali- tativa em uma determinada data. c) Indica a formação e a utilização do capital social e das reservas da empresa. d) Informa o valor dos bens adquiridos nos últimos seis meses. 42 Estrutura das Demonstrações Contábeis e) É um relatório dinâmico que permite o controle da movimentação do patrimônio e dos resultados do da empresa. 3) Ao encerramento do exercício, as empresas emitem suas demonstrações contábeis. Em relação à Demonstração do Resultado do Exercício, assinale a opção correta: a) Demonstra local, data, conta devedora, conta credo- ra, histórico e valor dos lançamentos contábeis. b) É uma demonstração estática que evidencia o patri- mônio de uma empresa de forma quantitativa e quali- tativa em uma determinada data. c) É uma demonstração dinâmica que mostra de forma quantitativa e qualitativa as receitas e despesas em um determinado período. d) Informa o valor dos bens adquiridos nos últimos seis meses. e) É um relatório dinâmico que permite o controle da movimentação do patrimônio e dos resultados do da empresa. 4) O conjunto completo das demonstrações contábeis que está previsto no item 10 da NBC TG 26 (Res. CFC 1.185/09): a) Balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício, demonstração das mutações do patrimônio líquido do período, demonstração do fluxo de caixa, Capítulo 2 Demonstrações Contábeis 43 demonstração do valor adicionado e notas explicati- vas. b) Balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício, balancete de verificação, demonstração do fluxo de caixa, demonstração do valor adicionado e notas explicativas. c) Balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício, demonstração das mutações do patrimônio líquido do período, demonstração do inventário do período, demonstração do valor adicionado e notas explicativas. d) Balanço patrimonial, demonstração das mutações do patrimônio líquido do período, demonstração do fluxo de caixa direto e indireto, demonstração de origens e aplicações de recursos. 5) As demonstrações contábeis se tornam muitas mais com- preensíveis pela apresentação de informação de maneira tal que facilite seu entendimento e publicação. Ao prepa- rar as Demonstrações Financeiras para serem publicadas no Diário Oficial e em um jornal de grande circulação, o Contador se deparou com números de altas cifras, confor- me representamos abaixo: Ano 2012 2013 Vendas $ 2.225.469.834,28 $ 1.921.468.390,20 A aglomeração dos números prejudicaria o visual na pu- blicação e muitos números significavam mais espaço 44 Estrutura das Demonstrações Contábeis no jornal e um custo maior para a publicação, além de dificultar o usuário da informação. Era necessário melhorar a estética e reduzir os espaços. O que pode- ríamos sugerir? Gabarito 1) b 2) b 3) c 4) a 5) As demonstrações contábeis podem ser apresentadas em milhares ou milhões de unidades da moeda de apresenta- ção, indicando no topo da demonstração o nível de arre- dondamento, sendo um procedimento aceitável pela nor- matização desde que não seja omitida informação. Nédio José Favero Capítulo 3 Integração do Balanço Patrimonial com a Demonstração do Resultado do Exercício – (BP x DRE) 46 Estrutura das Demonstrações Contábeis Introdução Este capítulo é de fundamental importância para entendermos a forma que as demonstrações se completam, principalmente em relação ao Balanço Patrimonial e à Demonstração do Re- sultado do Exercício. O termo “Balanço” origina-se do equilíbrio Ativo = Passivo + PL, ou seja, demonstra uma ideia de uma balança de dois pratos, onde sempre há a igualdade de um lado com o outro. De um lado, as aplicações de recursos, indicada pelos Bens + Direitos a receber; do outro, as Origens de recursos indicado pelas obrigações + Patrimônio Líquido. Não haven- do igualdade, significa que há erros na contabilidade da en- tidade. 1 Débitos e créditos É importante lembrar que todo fato contábil dá origem a um lançamento contábil feito pelo método “Partidas Dobradas”. A essência deste método é que o registro de qualquer operação implica que o débito em uma ou mais contas deve correspon- der um crédito equivalente em uma ou mais contas, ou seja, a soma dos valores debitados sempre será igual à soma dos valores creditados. Capítulo 3 Integração do Balanço Patrimonial... 47 1.1 No Balanço Patrimonial Contas de Ativo – representam bens ou direitos, ou seja, dí- vidas de terceiros, débitos de terceiros em relação à empresa. Estas contas aumentam quando são debitadas, pois aumenta os débitos de terceiros em relação à empresa. Quando estes débitos são satisfeitos, estas contas diminuem, recebendo um lançamento contábil a credito. Contas de Passivo – representam, ao contrário das do ati- vo, obrigações exigíveis, créditos de terceiros, dívidas da em- presa para com terceiros. Estas contas aumentam quando são creditadas, pois aumenta os créditos de terceiros em relação a empresa. Quando estas dívidas são pagas, estas contas dimi- nuem recebendo um lançamento contábil a débito. Contas de Patrimônio Líquido – as contas do Patrimônio Líquido, representado pelo capital próprio (capital, reservas, e resultados), possuem o mesmo comportamento das contas do passivo, ou seja, aumentam quando são creditadas e dimi- nuem quando recebem um lançamento contábila débito. 1.2 Na Demonstração do Resultado do Exercício Contas de Receita – estas contas são de natureza credora, pois originam créditos da empresa em relação a terceiros e se- guem a mesma orientação das contas do passivo e patrimônio líquido (BP): aumentam quando são creditadas e diminuem quando debitadas. Contas de Despesas ou Custos – representam os gas- tos da empresa em determinado período. Estas contas são de 48 Estrutura das Demonstrações Contábeis natureza devedora, pois originam débitos da empresa em re- lação a terceiros e seguem a mesma orientação das contas do ativo (BP): aumentam quando são debitadas e diminuem quando creditadas. 1.3 Resumo Quadro 1 Resumo de Débitos e Créditos Demonstração Contas Natureza Variação Aumentos Diminuições Balanço Patrimonial Ativo Devedora Débito Crédito Passivo Credora Crédito Débito Pat. Líq. Credora Crédito Débito Dem. do Res. do Exerc. Receita Credora Crédito Débito Despesa Devedora Débito Crédito Fonte: Favero, 2015. Sobre registro contábil e seus princípios básicos origem e aplicação, Reis (2009, p.2) diz: Quando compramos ou vendemos algum bem, pagamos uma dívida ou uma despesa, recebemos um rendimento ou, tomamos dinheiro emprestado ou o emprestamos a outras pessoas, estamos realizando operações que po- dem ser analisadas de dois ângulos nitidamente distintos: • De onde vieram os recursos necessários à concretiza- ção da operação? • Onde esses mesmos recursos foram aplicados? Capítulo 3 Integração do Balanço Patrimonial... 49 Observe que, na primeira pergunta, existe uma preocu- pação com a fonte ou a origem dos recursos, enquanto na segunda a preocupação recai sobre a natureza da aplicação efetuada. A indicação da origem e o destino ou aplicação dos recursos sempre estão presentes, pois a ausência de qualquer de um deles impossibilita a concretização da operação. Podemos ilustrar com alguns exemplos conforme Reis (2009, pp. 2-3), que ajudarão a entender melhor esse racio- cínio. Exemplo 1: Ao comprar um carro por $ 10.000,00, meta- de à vista e metade a prazo, essa operação pode ser analisada da seguinte forma: a. Aplicação (Onde os recursos foram aplicados?)  compra de um carro no valor de $ 10.000,00: b. Origem (De onde se originaram esses recursos?)  uma parte do dinheiro disponível em nossa conta ban- cária ou ainda no caixa da empresa ($ 5.000,00);  outra parte, do crédito concedido pelo vendedor, repre- sentado, neste caso, por dois títulos de crédito (2 x $ 2.500,00 = $ 5.000,00). Exemplo 2: Na ocasião do pagamento de um desses títu- los, raciocina-se: a. Aplicação: pagamento parcial da dívida ($ 2.500,00); b. Origem: dinheiro ou saldo bancário ($ 2.500,00). 50 Estrutura das Demonstrações Contábeis Exemplo 3: Se, mais tarde, ocorrer a venda desse mesmo carro por $ 12.000,00, à vista, far-se-á a seguinte análise: a. Aplicação: $ 12.000,00, guardados no bolso ou no co- fre; b. Origem: venda de um carro que custou $ 10.000,00; lucro obtido na transação ($ 2.000). Transportando este entendimento para o débito e crédito, podemos definir que o débito indica onde os recursos são aplicados e crédito define a origem desses recursos. No lan- çamento contábil, o débito ou as contas devedoras indicam o destino, onde foram aplicados os recursos, enquanto o crédito mostra a origem ou fonte dos recursos. 2 A estrutura do patrimônio O patrimônio pode ser calculado e demonstrado a qualquer momento; para tanto basta pegar uma folha de papel e dividi- -la em duas colunas, indicando no lado esquerdo a relação dos bens e direitos a receber e, no lado direito, relacionar to- das as dívidas ou obrigações para com outras pessoas. A dife- rença entre a soma dos dois lados é justamente o que constitui o patrimônio líquido (bens + direitos) – (obrigações). O patrimônio é apresentado em um demonstrativo deno- minado Balanço Patrimonial, no qual são discriminadas as aplicações de recursos efetuadas em bens e direitos a receber identificados no lado esquerdo do relatório (Ativo) e as ori- Capítulo 3 Integração do Balanço Patrimonial... 51 gens dos recursos que possibilitaram as aplicações nos bens e direitos do Ativo estão indicadas no lado direito do relatório (Passivo), também denominado recursos de terceiros, e no Pa- trimônio Líquido (Capital Social, Reservas e Resultados), que compõe os recursos próprios. Para ilustrar: Quadro 3. Quadro 2 Balanço Patrimonial Balanço Patrimonial Empresa Exemplo S/A ATIVO (Aplicações) PASSIVO (Origens) BENS OBRIGAÇÔES Caixa 800 Fornecedores a pagar 8.500 Estoques de Merca- dorias 9.000 Financiamento a pagar 3.000 Veículos 7.000 Empréstimo a pagar 2.500 Máquinas 2.000 14.000 18.800 DIREITOS PATRIMÔNIO Clientes diversos 800 Capital do Social 6.000 Participações em Coligadas 700 Resultados Acumu- lados 2.300 Aplicações finan- ceiras 500 8.300 Duplicatas a receber 1.500 3.500 Total do Ativo 22.300 Total do Passivo 22.300 Fonte: Favero, 2015. 52 Estrutura das Demonstrações Contábeis O Balanço Patrimonial de qualquer entidade relaciona, de um lado (do lado esquerdo da demonstração), todas as apli- cações feitas em bens e direitos que também podemos chamar de patrimônio bruto. O total de bens e direitos a receber que a entidade possui é chamado de Ativo. São com esses valores que a empresa movimenta suas atividades operacionais dis- tribuídos em dinheiro, veículos, mercadorias, máquinas e os direitos a receber. A origem desses recursos que a entidade tem à disposi- ção no Ativo é identificada no lado esquerdo da representação do Patrimônio da Empresa, ou seja, seu Passivo. Esse lado é chamado de “passivo” porque nele encontramos a fontes ou origens dos recursos que estão representados no Ativo. Analisando o Quadro 3, podemos observar que a empresa possui um montante de $ 18.800 de bens e $ 3.500 de direi- tos a receber totalizando $ 23.300 de bens e direitos. Estes bens e direitos tiveram origem no passivo, ou seja, $ 14.000 de recursos emprestados ou recursos de terceiros (empréstimos, financiamentos e fornecedores) e $ 8.300 de recursos próprios, ou seja, recursos que tiveram origem no ca- pital integralizado pelos sócios e nos resultados obtidos pela empresa decorrentes de sua atividade operacional. Na empresa, os resultados obtidos decorrentes de sua ati- vidade, resultados acumulados, correspondem aos lucros e prejuízos obtidos em determinado período. A única maneira de aumentar seu patrimônio líquido será com o lucro, ou seja, a diferença líquida entre o total de suas receitas e o total de suas despesas. Capítulo 3 Integração do Balanço Patrimonial... 53 3 Demonstração do Resultado A Demonstração do Resultado do Exercício – DRE é um relató- rio contábil dinâmico elaborado em conjunto com o Balanço Patrimonial – BP que indica todas as contas que registram as operações realizadas pela empresa em um determinado perí- odo. Os registros dessas operações devem ser realizados obe- decendo ao princípio do Regime de Competência. Segundo este princípio, as receitas e as despesas devem ser registrados no resultado do período em que ocorreram, sem- pre simultaneamente quando se correlacionam, independente de recebimento ou pagamento, demonstrando a formação do resultado líquido em um exercício ou período por meio do confronto das receitas e despesas. A Demonstração do Resultado do Exercício – DRE se desti- na a evidenciar a formação do resultado líquido em um exercí- cio ou de um determinado período para fins administrativos ou fiscais por meio do confronto das receitas, custos e despesas, apuradas segundo o princípio contábil do regime de compe- tência. Considera Reis (2009, p.13) que a demonstração do resul- tado não deixa de ser um simples balanceamento entre as ori- gens de recursos, representado pelas receitas, e as aplicações feitas em despesas e o resultado líquido deste balanceamento serão incorporados ao grupo patrimônio líquidos do Balanço Patrimonial, conformedemonstraremos a seguir. 54 Estrutura das Demonstrações Contábeis 4 Integração: BP x DRE Tendo como base a Teoria Patrimonialista, as contas são clas- sificadas em dois grandes grupos: as contas patrimoniais e as contas de resultado. As Contas Patrimoniais representam o Ativo (Bens e Direitos) e o Passivo (Obrigações e Patrimônio Líquido), que representam o Patrimônio da empresa por meio do Balanço Patrimonial. As Contas de Resultado indicam as Receitas e as Despesas do período representadas na Demonstração do Resultado, que ao final do exercício deve apurar o resultado (lucro ou preju- ízo). Este resultado, lucro ou prejuízo, será incorporado ao Ba- lanço Patrimonial (Patrimônio Líquido) por meio da conta Pre- juízos Acumulados (quando o resultado for negativo) ou Re- serva de lucros (quando o resultado for positivo). A seguir, no Quadro 4, apresentamos a demonstração da integração das contas patrimoniais com as contas de resultado. Capítulo 3 Integração do Balanço Patrimonial... 55 Quadro 3 Balancete de Verificação (Débitos e Créditos) Balanço Patrimonial (BP) X Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Bens = 150 Direitos = 90 Despesas = 100 Obrigações = 80 Patrimônio Líquido = 120 Receitas = 140 Bens = 150 Direitos = 90 Obrigações = 80 Patrimônio Líquido = 120 + 40 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO Receitas ....................................... 140 (-) Despesas ................................ 100 = Lucro Líquido ........................... 40 DEVEDORES CREDORES ATIVO PASSIVO BALANCETE BALANÇO PATRIMONIAL Fonte: Adaptação de Reis (2009, p.14) 4.1 Analisando a situação representada no Quadro 3 Balanço Patrimonial: Os bens, direitos, obrigações e patri- mônio líquido formam o Balanço Patrimonial e as contas re- presentativas desses valores são chamadas de contas patri- moniais. Demonstração do Resultado do Exercício: As receitas e as despesas formarão a Demonstração do Resultado do Exer- 56 Estrutura das Demonstrações Contábeis cício e as contas representativas são chamadas conta de re- sultado por provocarem modificação para mais (receita) ou para menos (despesa) no patrimônio líquido. Resultado: O resultado apurado pela soma das receitas menos as despesas demonstradas pelas contas de resultado será incorporado ao patrimônio líquido no Balanço Patrimo- nial conforme podemos observar no Quadro 3 acima (REIS, 2009, p.14). 4.2 Analisando para melhor entendimento: BP x DRE Os efeitos econômicos e patrimoniais são refletidos em dois relatórios que ajudarão a avaliar e entender a situação da empresa: O Balanço Patrimonial – BP e a Demonstração do Resultado do Exercício – DRE. Como são estruturados os re- latórios? A partir dos dados indicados a seguir, qual o valor a ser considerado no Resultado (DRE) e Balanço Patrimonial (BP) no período 2? Obs. Vamos considerar que o Estoque tem um saldo no final do período 1 de 2000 peças Operação realizada no período 2: a) Quantidade vendida 1000 unidades (peças) com o preço unitário de $ 10,00; b) Prazo de cobrança 40% à vista e 60% no mês seguinte. Capítulo 3 Integração do Balanço Patrimonial... 57 Quadro 4 Demonstração do Patrimônio Balanço Patrimonial – BP Demonstração do Resultado do Exercício – DREATIVO PASSIVO e PL Contas Período Contas Período Receitas: 1 2 1 2 Vendas................... 10.000 (c) Caixa 1.000 5.000 (a) Clientes 6.000 (b) Estoques 12.000 6.000 (f) Despesas: Cap. Soc. 13.000 13.000 (j) Custo Merc. Vend..... 6.000 (f) Resultado 4.000 (i) Total 13.000 17.000 Total 13.000 17.000 Resultado...........4.000,00 (h) Fonte: Favero, 2015. Para registrar a operação indicada: 1º Passo: Apurar o valor da venda (1000 peças x $ 10,00), que é igual a $ 10.000,00; 2º Passo: Registrar a venda. a. 40% da venda foi feito à vista (40% de $ 10.000,00 = $ 4.000,00), portanto este valor vai para o caixa da empresa. Como o caixa já tinha $ 1.000,00 o total do caixa passa a ser de $ 5.000,00. b. 60% da venda foi feito a prazo (60% de $ 10.000,00 = $ 6.000,00), ou seja, vai ser pago em 30 dias. Nes- te caso devemos registrar um direito a receber. c. A origem deste dinheiro incorporado no caixa e re- gistrado como um direito a receber é uma conta de resultado, ou seja, uma receita de $ 10.000,00. 58 Estrutura das Demonstrações Contábeis d. O lado esquerdo (Ativo) do Balanço ficou diferente do lado direito (Passivo). O que aconteceu? 3º Passo: Registrar o custo da mercadoria vendida. e. Quanto custa a mercadoria que vendemos por $ 10.000,00? Considerando que tínhamos 2000 peças e o valor total do estoque era de $ 12.000,00, cada peça custou $ 6,00. Considerando que vendemos 1000 peças, o custo da mercadoria vendida é de $ 6.000,00. Este valor deve sair dos estoques, afinal foi vendido, e deverá ser registrado como custo da mer- cadoria vendida (despesa) na Demonstração do Resul- tado do Exercício – DRE. f. Como resultado, teremos um estoque reduzido de $ 12.000,00 para $ 6.000,00 e uma despesa aumenta- da em $ 6.000,00. g. O lado esquerdo (Ativo) do Balanço ficou diferente do lado direito (Passivo). O que aconteceu? 4º Passo: Integração do BP com a DRE. h. Apurar o resultado do exercício (Receita menos Despe- sa). i. Transferir o resultado encontrado (lucro ou prejuízo) para o Patrimônio Líquido. j. Totalizar o Ativo e o Passivo do Balanço Patrimonial, tendo o cuidado de transferir para o período seguinte o saldo das contas patrimoniais que não sofreram al- teração. Capítulo 3 Integração do Balanço Patrimonial... 59 k. Agora lado esquerdo (Ativo) é igual ao lado direito (Passivo). O Balanço FECHOU. Recapitulando Descreveu este capítulo sobre a importância que todo fato contábil gera um lançamento contábil realizado pelo método “Partidas Dobradas”, onde se encontram conteúdos detalha- dos sobre Balanço Patrimonial; Demonstrações do Resultado do Exercício e Resumo. Demonstrou, em teoria e quadros, a estrutura do patrimô- nio. Explanou sobre Demonstrações do Resultado – DRE, afir- mando que o mesmo é um relatório contábil dinâmico cuja construção é realizada em conjunto com o Balanço Patrimo- nial, indicando todas as contas que registram as operações realizadas pela empresa em um determinado período. Por fim, pondera sobre Integração do Balanço Patrimonial versus Demonstrações de Resultados do Exercício. Referências CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE – CFC, Resolu- ções CFC http://www.cfc.org.br CC – Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 – Art. 1.179 60 Estrutura das Demonstrações Contábeis Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404/1976) REIS, Arnaldo Carlos de Rezende. Demonstrações Contábeis – Estrutura e Análise. São Paulo: Saraiva, 2009. Atividades 1) Classifique as contas abaixo de acordo com as respectivas colunas. Atenção: a) Se a conta representa um Bem ou Direito em hipóte- se alguma pode ser indicada no Balanço Patrimonial como conta do Passivo. b) Se a conta representa uma Obrigação ou é uma conta pertencente ao Patrimônio Líquido em hipótese algu- ma pode ser indicada no Balanço Patrimonial como conta do Ativo. Contas para Clas- sificar Bem Direito Obrigação Patrimônio Líquido Balanço Patrimonial Ativo Passivo 1) Aplicações Finan- ceiras X X 2) Dinheiro em caixa X X 3) Confissão de dívida (dos clientes) X X 4) Capital social integralizado X X 5) Fornecedores de matéria-prima x x 6) Cheques em cobrança X X Capítulo 3 Integração do Balanço Patrimonial... 61 7) Estoque de matéria-prima X X 8) Máquinas e equi- pamentos industriais X X 9) Impostos a pagar x x 10) IRPJ a Pagar x x 11) Crédito de im- postos a recuperar X X 12) FGTS- a recolher x x 13) INSS- a recolher x x 14) Adiantamento de salários aos funcionários X X 15) Veículos para uso X X 16) Provisão para pagamento de férias x x 17) Reservas de Lucros X X 18) Despesas antecipadas (Ex.: seguros) X X 19) Aplicaçãofinan- ceira (Ex.: Fundos de prazo fixo) X X 20) Dividendos a pagar x x 21) Parcelamentos de impostos (Refis) x x 22) Adiantamentos de clientes x x 23) Empréstimo concedido aos sócios X X 24) Terrenos X X 25) Prédios indus- triais X X 26) Ferramentas usadas na indústria X X 27) Adiantamento concedido a for- necedor X X 62 Estrutura das Demonstrações Contábeis 28) Empréstimos bancários (de capital de giro) x x 29) 13º Salário a pagar x x 30) Peças para reposição e ma- nutenção X X 31) ICMS a pagar x x 32) Móveis e Utensílios X X 33) Estoque de Produtos Prontos X X 34) Imposto de renda a pagar x x 35) Lucros acumu- lados X X 36) Prejuízos acu- mulados X X 37) Seguros a pagar (Seguradora BRAD- ESCO) x x 38) Empréstimos de Capital de Giro a pagar x x 39) Duplicatas a receber em 24 parcelas mensais X X 40) Fatura de Ener- gia a pagar x x 41) Financiamentos bancários de Longo Prazo (Ex.: Finame) x x 42) Adiantamento de viagens (Gerente de vendas) X X 43) Empréstimos concedidos a coli- gadas X X 44) Veículo adquiri- do para revenda X X 45) Estoque de ma- teriais de consumo X X Capítulo 3 Integração do Balanço Patrimonial... 63 46) Financiamento a pagar em 36 parcelas mensais x x 47) Marcas e patentes X X 48) Comissões a pagar aos represen- tantes x x 49) Adiantamentos da 1ª parcela do 13ºsalário X X 50) Adiantamen- to Quinzenal de Salário X X 2) A Companhia Lucro Certo apresentava em 31.12.2015 o seguinte conjunto de bens, direitos e obrigações: - Dinheiro em caixa............................................. $ 60.000,00 - Duplicatas a receber.......................................... $ 48.900,00 - Contas a pagar.................................................. $ 20.000,00 - Estoque............................................................. $ 91.100,00 - Máquinas.......................................................... $ 120.000,00 - Empréstimos a pagar........................................ $ 80.000,00 - Imóveis............................................................. $ 800.000,00 - Fornecedores.................................................... $ 120.000,00 - Encargos a pagar.............................................. $ 90.000,00 Com base nestas informações, pede-se: a) O total de bens............................................ 1.071.100,00 b) O total de direitos........................................ 48.900,00 c) O total de obrigações.................................. 310.000,00 d) O patrimônio líquido.................................... 810.000,00 e) O total de bens tangíveis............................... 1.071.100,00 f) O total dos bens intangíveis.......................... 0,00 g) O total dos bens móveis.............................. 271.100,00 h) O total dos bens imóveis............................. 800.000,00 64 Estrutura das Demonstrações Contábeis Para responder esta questão, é recomendável estruturar a demonstração do Patrimônio conforme indicado no Quadro 3: Balanço Patrimonial ATIVO (Aplicações) PASSIVO (Origens) BENS OBRIGAÇÔES Dinheiro (Caixa) 60.000,00 Contas a pagar 20.000,00 Estoques 91.100,00 Empréstimos a pa- gar 80.000,00 Imóveis 800.000,00 Fornecedores 120.000,00 Máquinas 120.000,00 Encargos a pagar 90.000,00 Total dos Bens 1.071.100,00 Total dos Bens 310.000,00 DIREITOS PATRIMÔNIO Duplicatas a rece- ber 48.900,00 Total dos Dire- itos 48.900,00 Total dos Bens 810.000,00 Total do Ativo 1.120.000,00 Total do Passivo 1.120.000,00 Nota: Considerando que a representação do Patrimônio da entidade é uma igualdade entre ativo e passivo conforme já visto, sendo o valor do ativo $ 1.120.000,00 o valor do passivo deve ser igual. Sendo o passivo igual ao ativo e o valor das obrigações $ 310.000,00 concluímos que o valor do pa- trimônio líquido é igual a $ 810.000,00 ($ 1.120.000,00 – $ 310.000,00). 3) Este exercício é dividido em 3 (três) Etapas. Para resolver o exercício siga a orientação de cada etapa: Capítulo 3 Integração do Balanço Patrimonial... 65 I Etapa: O saldo das contas da Empresa em 31/12/20x1 está indicado na coluna valor. Classifique as contas abai- xo com base nos seguintes códigos: Coluna A = Patrimonial (P) ou de Resultado (R); Coluna B = Ativo (A), Passivo (P), Despesa (D) ou Receita (R); Coluna C = Se na coluna A foi indicado P (Patrimonial), esta conta pode ser: Bem (B), Direito (D), Obrigação (O) ou Patrimônio Líquido (PL), se na coluna A foi indicado R (Resul- tado) esta conta representa uma Despesa (D) ou uma Receita (R). Contas Valor A B C 1 – Caixa 930 P A B 2 – Veículos para uso da Empresa 2.570 P A B 3 – Móveis e utensílios para uso da Empresa 2.000 P A B 4 – Duplicatas a receber com prazo de carência de 3 anos 3.300 P A D 5 – Custo dos Produtos Vendidos 5.500 R D D 6 – Duplicatas a pagar em 30 dias 300 P P O 7 – Gastos Comerciais 500 R D D 8 – Duplicatas a receber em 30 dias 1.500 P A D 9 – Despesas Financeiros 1.000 R D D 10 – Créditos a receber em 4 meses 1.500 P A D 11 – Gastos com impostos e taxas 2.500 R D D 12 – FGTS a recolher (pagar) 500 P P O 13 – Aplicações financeiras 1.400 P A D 14 – Estoques de Mercadorias 25.000 P A B 15 – Fornecedores de ativo imobilizado (vencimen- to 6 anos) 6.000 P P O 16 – Provisão para Imposto de Renda (Despesa) 100 R D D 17 – Provisão para férias e 13º salário a pagar 2.100 P P O 18 – Financiamentos de Veículos do Ativo Imobili- zados 1.600 P P O 66 Estrutura das Demonstrações Contábeis 19 – Capital Social Integralizado 7.300 P P PL 20 – Vendas de Mercadorias 16.700 R R R 21 – Financiamentos a pagar com carência de 6 meses 2.000 P P O 22 – ICMS a pagar 4.000 P P O 23 – Adiantamentos de Salários 700 P A D 24 – Salários a Pagar 5.000 P P O 25 – Financiamentos a pagar a longo prazo 2.500 P P O 26 – Vendas de Produtos 8.000 R R R 27 – Custos das Mercadorias Vendidas 4.500 R D D 28 – Impostos a Recuperar 3.000 P A D Total 112.000 II Etapa: Depois a classificação das contas estruture a De- monstração do Patrimônio e do Resultado de forma simples conforme orientação gráfica dos relatórios a seguir disponibi- lizados: Relatórios para elaboração da II Etapa do Trabalho: Demonstração do Patrimônio Ativo (Bens e Direitos) Passivo (Obrigações e Patrimônio Líquido) Bens: Valor Obrigações: Valor 1 – Caixa 930 6 – Duplicatas a pagar em 30 dias 300 2 – Veículos para uso da Empresa 2.570 12 – FGTS a recolher (pagar) 500 3 – Móveis e utensílios para uso da Empresa 2.000 15 – Fornecedores de ativo imobilizado (venc. 6 anos) 6.000 14 – Estoques de Mercadorias 25.000 17 – Provisão para férias e 13º salário a pagar 2.100 18 – Financiamento de Veículos do Ativo Imobilizados 1.600 21 – Financiamentos a pagar com carência de 6 meses 2.000 22 – ICMS a pagar 4.000 24 – Salários a Pagar 5.000 Capítulo 3 Integração do Balanço Patrimonial... 67 25 – Financiamentos a pagar a longo prazo 2.500 Total dos Bens 30.500 Total das Obrigações 24.000 Direitos Patrimônio Líquido: Valor 4 – Duplicatas a receber (carência de 3 anos) 3.300 19 – Capital Social Integral- izado 7.300 8 – Duplicatas a rece- ber em 30 dias 1.500 10 – Créditos a rece- ber em 4 meses 1.500 Resultado do Exercício 10.600 13 – Aplicações finan- ceiras 1.400 23 – Adiantamento de Salários 700 28 – Impostos a Recuperar 3.000 Total dos Direitos 11.400 Total do Patrimônio Líquido 17.900 Total dos Bens + Direitos 41.900 Total das Obrigações + Pat- rimônio Líquido 41.900 Demonstração do Resultado Resultado (Receitas e Despesas) Receitas: Valor 20 – Vendas de Mercadorias 16.700 26 – Vendas de Produtos 8.000 Total das Receitas 24.700 Despesas Valor 5 – Custo dos Produtos Vendidos 5.500 7 – Gastos Comerciais 500 9 – Despesas Financeiros 1.000 11 – Gastos com impostos e taxas 2.500 16 – Provisão para imposto de renda (despesa) 100 27 – Custo das Mercadorias Vendidas 4.500 Total das Despesas 14.100 Resultado Líquido 10.600 68 Estrutura das Demonstrações
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