QUEIXA CRIME - FINALIZADA

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 EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DO FORO 
DA COMARCA DE GIRUÁ/RS 
 
 
 
 
 
ASTROGILDO, brasileiro, solteiro, produtor rural, portador do RG nº xxx, CPF 
sob nº xxx, residente e domiciliado na Estraba Galvão Bueno, nº 100, Estância da 
Quitéria, Giruá/RS, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por 
intermédio de seu procurador firmatário, oferecer QUEIXA-CRIME, com fundamento 
nos arts. 30, 41 e 44 do Código de Processo Penal, contra ANASTÁCIO DE JESUS, 
uruguaio, casado, produtor rural, portador do RG nº xxx, CPF sob o nº xxx, residente 
e domiciliado Estrada Galvão Bueno, 250, Giruá/RS, pelos seguintes fatos e 
fundamentos: 
 
 
 
I. DOS FATOS 
 
O querelante ao sair de sua residência, no dia 25.10.2019, por volta das 07 
horas da manhã, percebeu, entre uma coxilha e outra, que ao canto do açude de 
sua propriedade, próximo a um cerro, havia 10 ovelhas que não eram suas 
alimentando-se de sua ração e de seu pasto. Na ocasião, descobriu que os animais 
pertenciam ao seu vizinho lindeiro de estância, n. 250, senhor ANASTÁCIO DE 
JESUS, ora querelado. 
 
Indignado com o ocorrido, o querelante foi no mesmo instante até o seu 
capataz, Sr. Roberval dos Santos, o qual lhe disse que ficou sabendo no dia 
03/10/2019 que Anastácio havia determinando há uma semana aos seus 
empregados que colocassem as ovelhas na propriedade de Astrogildo para que elas 
pudessem se alimentar de sua ração e pasto que estavam nas suas cocheiras, em 
razão de sua própria carência de recursos. 
 
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Astrogildo notou , ainda, que os animais provocaram danos em sua 
propriedade, rompendo sua cerca de arame, quebrando postes, além de cruzarem 
sobre sua plantação de melancias, em conforme com as fotografias e laudo técnico 
contratado por Astrogildo, que também colheu declarações do seu capataz e do 
funcionário de Anastácio, Sr. Jerry Adriani, todos mencionando e confirmando a 
determinação de Anastácio, que alegou ainda, contar com a permissão de 
Astrogildo, corroborando sua má-fé. Diante desta situação, Astrogildo requereu a 
instauração de Inquérito Policial no dia 28/10/2019, de modo a serem apurados os 
fatos, juntando as declarações, fotografias e laudo técnico. 
 
O Delegado de Polícia local instaurou o competente Inquérito Policial em 
29/10/2019. Como atos de investigação colheram-se informações das propriedades, 
com levantamento topográfico, fotografias atualizadas do local, que comprovaram 
parte dos danos nos postes e cercas, bem como a destruição da plantação de 
melancia. Foram ouvidos Astrogildo, corroborando o que disse no requerimento de 
abertura de Inquérito Policial, bem como as testemunhas Roberval dos Santos e 
Jerry Adriani, os quais confirmaram o teor das declarações colhidas por Astrogildo. 
 
Diante deste quadro, o Delegado de Polícia elaborou relatório do Inquérito 
Policial, porém sem fazer referência a indiciamento, entendendo que o se tratava de 
fato atípico. 
 
 
 
II. DO DIREITO 
 
Importante ressaltar vez mais que o querelante não autorizou que o querelado 
deixasse os animais em sua propriedade para que se alimentassem, o que lhe 
insere na prática de crime, sobretudo porquanto tinha a intenção de deixar os 
animais no campo da vítima. 
 
Rogério Greco corrobora de forma simples e clara: 
 
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O crime de introdução ou abandono de animais em 
propriedade alheia somente pode ser praticado dolosamente, 
não havendo previsão para a modalidade de natureza culposa. 
Entretanto, o dolo deverá limitar-se ao fato de introduzir ou de 
deixar animais em propriedade alheia, não se podendo 
visualizar a finalidade do agente no sentido de causar, 
efetivamente, prejuízo para a vítima.1 
 
Assim, a conduta do querelado é plenamente passível de reprimenda, nos 
termos do art. 164 do Código Penal2, sendo medida de direito o aceite e atuação da 
presente queixa-crime. 
 
 
 
III. DOS PEDIDOS 
 
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência: 
 
I - Seja recebida e autuada a presente QUEIXA CRIME, determinando-
se a citação do querelado; 
 
II - A intimação do Ilustre Representante do Ministério Público para se 
manifestar no feito, nos termos do artigo 45 do Código de Processo 
Penal; 
 
III - A intimação e oitiva das testemunhas arroladas; e 
 
IV- Seja condenado o querelado ao pagamento de indenização pelos 
prejuízos sofridos, na importância de 12 vezes o valor do salário mínimo 
vigente, nos termos do artigo 387, inciso IV do Código de Processo 
Penal. 
 
1 GRECO, Rogério. Código Penal: comentado. 11º. ed. – Niterói, RJ: Impetus, 2017.p.913 
2 Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem consentimento de quem de 
direito, desde que o fato resulte prejuízo: 
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa. 
 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10675770/artigo-45-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41
 
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Requer-se, por fim, sejam admitidos todos os meios de prova admitidos pelo 
ordenamento jurídico. 
 
Rol de testemunhas: 
 
1. ROBERVAL DOS SANTOS, nacionalidade, estado civil, profissão, 
portador do RG nº xxx, CPF sob nº xxx, residente e domiciliado na Rua 
xxxxx, cidade, xxxxx, estado xxx. 
 
2. JERRY ADRIANI, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do 
RG nº xxx, CPF sob nº xxx, residente e domiciliado na Rua xxxxx, 
cidade, xxxxx, estado xxx. 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Giruá/RS, 03 de abril de 2019. 
 
 
Sobral Pinto 
 OAB nº 002 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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P R O C U R A Ç Ã O 
 
OUTORGANTE: Astrogildo, brasileiro, solteiro, produtor rural, portador do RG nº 
xxx, CPF sob nº xxx, residente e domiciliado na Estraba Galvão Bueno, nº 100, 
Estância da Quitéria, Giruá/RS 
 
OUTORGADO: Sobral Pinto, (nacionalidade), (estado civil), advogado, inscrito na 
OAB/R, sob o número n. 002, residente e domiciliado na cidade de (nome da 
cidade), com escritório na (Rua, Av., etc. logradouro e número). 
 
Pelo presente instrumento particular de procuração e pela melhor forma de direito, o 
outorgante acima referido constitui e nomeia seu bastante procurador, o outorgado 
acima mencionado, com poderes especiais e expressos para apresentar/oferecer 
queixa-crime contra Anastácio de Jesus. Outorga-se, especialmente, os poderes 
contidos na cláusula ad juditia, que decorre do art. 105, do Código de Processo Civil, 
para que o outorgado assine o que necessário for em Juízo ou perante a Autoridade 
Policial, com juntada de documentos, apresentação de rol de testemunhas e 
inquirição das mesmas, levantamento de suspeição de quem for, bem como usar 
dos poderes et extra para acordar, desistir, transigir e substabelecer, com ou sem 
reservas, e tudo o mais que for necessário para o firme, fiel e valioso cumprimento 
deste mandato. 
 
Giruá/RS, 03 de abril de 2019. 
 
 
Astrogildo 
CPF xxx