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Erisipela: Causas, Sintomas e Complicações

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Seiane Farias – Medicina IESVAP 
Erisipela 
DEFINIÇÃO 
 É uma infecção aguda da pele, localizada e 
causada principalmente por S. 
pyogenes (grupo A); 
 Ocorre mais comumente em crianças 
pequenas, idosos. Além de diabéticos, obesos 
e nos portadores de deficiência da 
circulação das veias dos membros inferiores. 
 Não é contagiosa e seus nomes populares são: 
esipra, mal-da-praia, mal-do-monte, maldita, 
febre-de-santo-antônio. 
 Usualmente é precedida por infecções do trato 
respiratório ou da pele com S. pyogenes (menos 
usualmente com estreptoc ocos dos grupos C e 
G); 
 Diferença da celulite: a celulite envolve 
tipicamente tanto a pele quanto os tecidos 
subcutâneos mais profundos, e a distinção entre 
a região infectada da não infectada, não é 
clara. 
FATORES DE RISCO 
 Rompimento da barreira cutânea devido a: 
o Trauma (mordida de inseto, abrasão, 
cortes), 
o Fissuras na pele; 
o Inflamação (eczema, radioterapia); 
o Infecção de pele preexistente 
(impetigo, tinea pedis), 
o Varicela ou insuficiência venosa. 
 Obesidade; 
 Obstruções linfáticas decorrentes de 
procedimentos cirúrgicos como safenectomia e 
dissecção de nódulos axilares e pélvicos, 
também são causas de infecção. 
 O intertrigo é o principal sítio de infecção para 
entrada do patógeno. 
ETIOLOGIA 
 Os casos clássicos de erisipela, com 
manifestações típicas, são quase sempre 
devidos a estreptococos β-hemolíticos, 
habitualmente EGA e, em certas ocasiões, do 
grupo C ou do G; 
o Principal agente é o Streptococcus 
pyogenes; 
 
PATOLOGIA 
 A porta de entrada pode consistir em uma 
ferida traumática ou cirúrgica, picada de inseto 
ou qualquer outra solução de continuidade na 
integridade da pele. Com frequência, nenhum 
local de entrada é aparente. Uma forma de 
celulite estreptocócica, a erisipela; 
 As fissuras na pele presumivelmente servem como 
porta de entrada para os estreptococos que, 
a seguir, provocam infecção mais proximalmente 
na perna, no local de lesão prévia; 
 As bactérias que infectam a epiderme, como o 
Streptococcus pyogenes, podem ser 
transferidas lateralmente para estruturas mais 
profundas por meio dos vasos linfáticos, evento 
que resulta na rápida disseminação superficial 
da erisipela. 
 Mais tarde, o ingurgitamento ou a obstrução 
dos vasos linfáticos causa edema flácido da 
epiderme, outra característica da erisipela; 
 
 O rico plexo de capilares abaixo da papila 
dérmica fornece nutrição ao estrato 
germinativo, e as respostas fisiológicas desse 
plexo produzem sinais e sintomas clínicos 
importantes; 
 Erisipela envolve a derme superior e linfáticos 
superficiais; 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 Tem início abrupto de edema vermelho-vivo 
na face ou nos membros; 
 Os pacientes apresentam dor localizada, 
inflamação (eritema, calor), aumento dos 
linfonodos e sinais sistêmicos (calafrios, febre, 
leucocitose). 
 A área da pele envolvida fica tipicamente 
elevada, diferenciando-se das regiões não 
afetadas; 
Seiane Farias – Medicina IESVAP 
 As características que distinguem a erisipela 
são margens de enduração bem definidas, em 
especial ao longo da prega nasolabial, 
progressão rápida e dor intensa. 
 
 Descrições clássicas de erisipela observam o 
envolvimento de "borboleta" do rosto. 
 O envolvimento da orelha (sinal da orelha de 
Milian) é uma característica distintiva da 
erisipela, uma vez que essa região não contém 
tecido derme mais profundo. 
 
 Tende a ocorrer na área malar da face 
(frequentemente com extensão sobre a ponte 
do nariz para a região malar contralateral) e 
os membros inferiores. 
 A lesão é quente ao toque, pode ser sensível e 
aparece brilhante e tumefeita. Com frequência, 
a pele exibe uma textura de casca de laranja, 
que se acredita refletir o acometimento dos 
vasos linfáticos superficiais; 
 Bolhas flácidas ou vesículas podem se 
desenvolver durante o 2° ou 3° dia de doença, 
mas a extensão para tecidos moles mais 
profundos é rara; 
 A descamação da pele comprometida ocorre 
em 5-10 dias a partir do início da doença. 
 Depois de um episódio, não é incomum ter 
recorrência no mesmo local – algumas vezes 
anos mais tarde; 
 A infecção de ferida ou a celulite localizada 
por estreptococos também podem estar 
associadas à linfangite, a qual se manifesta 
por estrias eritematosas que se estendem 
proximalmente ao longo dos vasos linfáticos 
superficiais a partir do local de infecção; 
 A lesão pode progredir para pústula, 
ulceração e necrose; se envolve a fáscia 
subjacente e músculo, pode resultar em fasciite 
necrosante. 
COMPLICAÇÕES 
 Abcesso, ulcerações; necrose; TVP; recidiva; 
linfedema crônico; 
DIAGNÓSTICO 
 Clínico; 
 O diagnóstico definitivo só é confirmado pelo 
resultado das culturas. No entanto, isso não 
deve atrasar o início da terapia em pacientes 
com sinais e sintomas clássicos; 
 Medidas auxiliares no diagnóstico como 
hemocultura, aspirados e biópsias não se 
mostram úteis em casos leves de infecções, mas 
mostram-se importantes ferramentas 
diagnósticas quando os pacientes apresentam 
toxicidade sistêmica, envolvimento extenso da 
pele ou comorbidades como linfedema, 
diabetes e esplenectomia; 
 Radiografias são úteis para o diagnóstico de 
exclusão na suspeita de abscessos e 
osteomielite. 
TRATAMENTO 
 Antibioticoterapia: penicilina, amoxacilina, 
eritromicina; 
 O edema pode progredir apesar do 
tratamento apropriado, embora a febre, a dor 
e o eritema intenso diminuam. 
 O tratamento não medicamentoso baseia-se 
em repouso com elevação da área afetada, a 
fim de facilitar a drenagem do edema e das 
substâncias inflamatórias pela gravidade. Além 
disso, a pele deve manter-se hidratada para 
evitar que a mesma resseque e forme novas 
lesões.

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