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Papel do fígado no metabolismo

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Papel do fígado no metabolismo:
↳Tem um papel central no metabolismo por causa da sua localização anatômica e das suas muitas funções bioquímicas;
↳ O fígado recebe sangue venoso do intestino, o que permite que todos os produtos da digestão, fármacos ingeridos e outros xenobióticos o alcancem e sejam metabolizados antes de entrarem na circulação sistêmica;
↳Funções do fígado: 
●metabolismo de carboidratos, lipídeos e aminoácidos;
●síntese e quebra de proteínas plasmáticas;
●armazenamento de vitaminas e metais
●capacidade de metabolizar e desintoxicar uma infinidade de xenobióticos;
●excreção- produtos dos resíduos metabólicos são excretados em um sistema de ramificação de ductos conhecido como árvore biliar;
↳ Doença moderada: pode não causar sintomas e ser detectada apenas por alterações bioquímicas no sangue;
 Doença hepática grave: apresenta icterícia, hematomas, sangramento abundante, ascite (distensão do abdome), encefalopatia hepática(confusão/inconsciência);
↳Estrutura do fígado:
· É o maior órgão sólido no corpo;
· Nos adultos, pesa cerca de 1,5 Kg;
· 75% de seu fluxo sanguíneo é suprido pela veia porta, que se origina no intestino;
· 25% do fluxo sanguíneo é fornecido pela artéria hepática;
· O sangue que deixa o fígado entra no sistema venoso periférico na veia hepática;
· A componente biliar do fígado compreende a vesícula biliar e os ductos biliares;
· A substância do fígado é composta por um número elevado de hepatócitos dispostos em lóbulos poliédricos;
· As tríades portais, nos cantos, são compostas por ramificações da veia porta, artéria hepática (que traz oxigênio) e ductos biliares interlobulares (trazem a bile);
· Os sinusoides sanguíneos surgem a partir das ramificações terminais da veia porta e se interligam através dos hepatócitos antes de se juntarem à veia lobular central, que flui possivelmente para a veia hepática.
Os sinusoides estão delineados por dois tipos celulares:
-Células endoteliais: estão francamente conectadas umas às outras, deixando numerosas lacunas. Não existe membrana basal entre as células endoteliais e os hepatócitos.
-Células de Kupffer: são fagócitos mononucleares, encontrados nas lacunas entre as células endoteliais.
Essa disposição facilita a troca de metabólicos entre os hepatócitos e o plasma, permitindo que os hepatócitos recebam um fornecimento arterial e possibilitando que os produtos de excreção do metabolismo hepático destinados à excreção biliar entrem nos ductos biliares.
↳ Síntese do heme no fígado: 15% da síntese do heme é feita no fígado, dos quais 80% são usados para a produção de citocromos.
↳ Metabolismo da bilirrubina: 
→Bilirrubina: é o produto catabólico do heme.
→75% de toda bilirrubina é derivada da hemoglobina de hemácias senescentes que são fagocitadas pelas células mononucleares do baço, medula óssea e fígado (células reticuloendoteliais);
· A estrutura anelar do heme é clivada oxidativamente em biliverdina pela heme oxigenasse (citocromo P450);
· A biliverdina é reduzida enzimaticamente a bilirrubina;
→A bilirrubina é metabolizada pelos hepatócitos e excretada na bile;
→A biliverdina é hidrossolúvel, a bilirrubina não; logo, ela tem de ser metabolizada antes da excreção;
· A bilirrubina produzida pelo catabolismo do grupo heme nas células reticuloendoteliais é transportada no plasma ligada à albumina;
· A hidrofilia da bilirrubina é aumentada por esterificação (conjugação) de uma ou de ambas das cadeiras laterais de ácidos carboxílicos com ácido glicurônico, xilose ou ribose;
· A bilirrubina conjugada é hidrossolúvel e pode ser secretada pelo hepatócito nos canalículos biliares;
· A bilirrubina conjugada no intestino é catabolizada por bactérias para formar o estercobilinogênio (urobilinogênio fecal), que é incolor;
Na oxidação o estercobilinogênio forma a estercobilina (urobilina fecal), que é colorida e da cor as fezes;
Alguma estercobilina pode ser reabsorvida do intestino e reexcretada ou pelo fígado ou pelos rins.
↳Metabolismo de fármacos:
· A maioria dos fármacos é metabolizado no fígado;
· Esse metabolismo aumenta a hidrofilia dos fármacos para que sejam excretados pelos rins ou na bile;
· Geralmente, os metabólitos dos fármacos são menos ativos do que os fármacos que os originam, contudo, alguns fármacos são inativos quando administrados (pró-fármacos), mas são convertidos em suas formas ativas como resultado do processamento hepático;
Etapas do metabolismo dos fármacos:
→FASE 1: adição de grupo polar
A polaridade do fármaco aumenta pela oxidação ou hidroxilação catalisada por uma família de oxidases (citocromo P450) microssomais.
→FASE 2: conjugação
As enzimas citoplasmáticas conjugam os grupos funcionais introduzidos nas reações da primeira fase pela glicuronidação, sulfanação, acetilação ou metilação.
●A síntese de citocromos P450 é induzida por certos fármacos e outros agentes xenobióticos, isso aumenta a velocidade de reações da fase 1.
●Por sua vez, os fármacos que formam um complexo relativamente estável com o citocromo P450 inibem o metabolismo de outros fármacos que são normalmente substrato para aquele citocromo.
Hepatoxicidade dos fármacos:
· Toxicidade medicamentosa idiossincrática: quando um fármaco é tóxico para um indivíduo em condições normalmente toleradas pela maioria dos outros pacientes. Pode ocorrer devido a uma causa genética ou imunológica.
→ Paracetamol em excesso é hepatócito.
↳ Álcool:
· O excesso de álcool etílico (etanol) é a principal causa de doença hepática;
· O etanol pode provocar a deposição excessiva de gordura no fígado (esteatose alcólica), hepatite ou fibrose (cirrose), que por sua vez leva à falência hepática.
-O etanol é oxidado no fígado principalmente pela ADH (álcool desidrogenada), formando acetaldeído;
-O acetaldeído é oxidado pela ALDH (aldeído desidrogenase) em acetado;
A nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD+) é o cofator para ambas as oxidações, sendo reduzida a NADH.
↳ Farmacogenômica:
· Uma resposta individual ao fármaco pode ser influenciada pelos genes que codificam enzimas metabolizadoras de fármacos, receptores e transportadores.
↳Classificação de distúrbios hepáticos:
 →Doença hepatocelular: HEPATITE
· Pode ser aguda ou crônica;
· Infecções virais (hepatite A e E) são causas infecciosas de hepatite aguda, enquanto o álcool e o acetaminofeno são as causas toxicológicas mais comuns;
· A hepatite crônica ocorre devido ao vírus da hepatite B e C, alcoolismo ou doenças autoimunes;
↓
Resulta em cirrose, que é caracterizada por fibrose dos lóbulos hepáticos.
 →Doença colestática:
· Obstrução biliar que pode ocorrer nos pequenos ductos biliares do próprio fígado ou nos ductos maiores extra-hepáticos.
 →Icterícia:
· Ocorre quando as concentrações de bilirrubina plasmática excedem 50 µmol/L (3 mg/dL);
· A hiperbilirrubinemia é resultado de um desequilíbrio entre a sua produção e excreção.

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