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Economia - Aula 12

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Aula 12
SEFAZ-CE - Economia - 2021
(Pós-Edital)
Autor:
Celso Natale
Aula 12
29 de Junho de 2021
43058525869 - Avelino Souza bezerra
1 
SUMÁRIO 
1 Taxas de Câmbio ............................................................................................................................ 2 
1.1 Taxa de câmbio nominal .......................................................................................................... 2 
1.2 Taxa de câmbio real .................................................................................................................. 5 
1.3 Paridade do Poder de Compra................................................................................................ 7 
1.4 Condição Marshall-Lerner e Curva J ..................................................................................... 10 
2 Regimes cambiais ........................................................................................................................ 13 
2.1 Câmbio fixo .............................................................................................................................. 13 
2.2 Câmbio flutuante (flexível)...................................................................................................... 14 
2.3 Flutuação suja (dirty floating) ................................................................................................. 15 
2.4 Bandas cambiais ...................................................................................................................... 16 
2.5 Outros regimes cambiais........................................................................................................ 16 
3 Taxa de câmbio de equilíbrio ..................................................................................................... 18 
3.1 Oferta e demanda de divisas ................................................................................................. 18 
3.2 A relação câmbio-juros ........................................................................................................... 21 
3.3 A relação câmbio-inflação ...................................................................................................... 22 
Resumo ................................................................................................. Erro! Indicador não definido. 
Resumo ................................................................................................................................................. 23 
Questões Comentadas ....................................................................................................................... 24 
Lista de Questões ................................................................................................................................ 46 
Gabarito ............................................................................................................................................... 56 
 
 
 
Celso Natale
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2 
1 TAXAS DE CÂMBIO 
Iniciamos esta aula aprofundando alguns conceitos relacionados a taxas de câmbio. 
Eles são essenciais para compreendermos assuntos mais avançados, além de serem, eles 
próprios, objetos de questões. 
Comecemos pelas taxas de câmbio real e nominal. 
 
1.1 Taxa de câmbio nominal 
A taxa de câmbio nominal (e) é o preço de uma moeda estrangeira medido em moeda nacional. 
No Brasil, é mais comum medirmos o preço do dólar americano em reais. Dessa forma, quando 
o Banco Central divulga que a taxa de câmbio é de 3, significa precisamos de 3 reais para 
comprar 1 dólar. 
Em outras palavras, a taxa de câmbio nominal mostra o preço relativo entre duas moedas. 
Se a taxa aumentar para 4, dizemos que a taxa de câmbio se elevou, e isso é o mesmo que dizer 
que houve desvalorização da moeda nacional, pois agora precisamos de mais reais para 
comprar o mesmo dólar. 
No Brasil, usamos a chamada cotação direta, também chamada convenção do incerto: 
medimos quanto de nossa moeda é necessário para adquirir uma unidade da moeda 
estrangeira. Dizemos que U$1 custa R$3. 
Se adotássemos o método indireto, ou convenção do certo, diríamos que R$1 compra U$0,33. 
Dá no mesmo, mas é um pouco inconveniente lidar com valores fracionários. 
Por isso, países com moeda forte (EUA, Inglaterra e países da zona do euro) adotam a convenção 
do certo, enquanto os demais adoram a convenção do incerto. 
 
 
 
 
Celso Natale
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3 
 
CONVENÇÃO DO CERTO CONVENÇÃO DO INCERTO 
Indica quanto vale uma unidade da moeda 
doméstica em termos de moeda estrangeira. 
 Indica o preço de uma moeda estrangeira 
em unidades da moeda nacional 
R$1,00 = U$0,33 
R$1,00 = €0,29 
R$1,00 = £0,25 
 U$1,00 = R$3,00 
€1,00 = R$3,50 
£1,00 = R$4,00 
Adotado em países de moeda forte: EUA 
(dólar), Inglaterra (libras) e Zona do Euro 
(euro). 
 Adotado nos demais países, inclusive no 
Brasil. 
Como utilizamos a convenção do incerto para medir o preço do real em relação a todas as outras 
moedas, quando a taxa de câmbio se eleva, a moeda nacional sofre desvalorização em relação 
à moeda estrangeira em questão. Isso é muito importante, e você não pode confundir! 
 
 
VALORIZAÇÃO, APRECIAÇÃO E AUMENTO X DESVALORIZAÇÃO, DEPRECIAÇÃO E QUEDA 
É muito importante que os termos acima tenham seu uso bastante claro para 
você, para não errar questões por “bobeira”. 
 
Então acompanhe o exemplo. Imagine que ontem a taxa de câmbio era R$3 (três 
reais por dólar). Se hoje a taxa está em R$4/U$, diz-se que a taxa aumentou e a 
moeda doméstica desvalorizou. 
 
Até aí tranquilo. Mas também se diz, nesse mesmo caso, que a taxa desvalorizou 
ou o câmbio desvalorizou. 
 
Pode parecer pouco intuitivo, mas pense sempre do ponto de vista de quem tem 
a moeda doméstica: para nós, que temos reais, a taxa de câmbio R$4/U$ vale 
menos do que a taxa de câmbio de R$3/U$, então dizemos que a taxa 
desvalorizou. 
 
Também sempre podemos substituir desvalorizou por depreciou. 
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4 
 
Aumento da taxa de câmbio 
= 
Desvalorização da taxa de câmbio 
= 
Depreciação da taxa de câmbio 
= 
Desvalorização da moeda 
doméstica 
Queda da taxa de câmbio 
= 
Valorização da taxa de câmbio 
= 
Apreciação da taxa de câmbio 
= 
Valorização da moeda doméstica 
IMPORTANTE: apreciação e valorização da taxa de câmbio significam a mesma coisa em 
termos práticos, ou seja, significam valorização da moeda doméstica em relação à moeda 
estrangeira. Mas em termos conceituais, apreciação ocorre como resultado das forças de 
oferta e demanda de mercado, enquanto valorização ocorre como resultado da atuação 
do governo e do Banco Central. O mesmo vale para depreciação e desvalorização. Essa 
diferença ficará mais clara quando vermos regimes cambiais. 
(CADE/Economista) 
A taxa de câmbio pode ser expressa pela convenção do certo ou pela convenção do incerto. Na 
Inglaterra e nos Estados Unidos, a convenção do certo cota a moeda nacional em termos da 
moeda estrangeira. 
Comentários: 
Os países de moeda forte adotam a convenção do certo, ou seja, preferem medir quanta moeda 
estrangeira podem adquirir com suas moedas. Na Inglaterra, são divulgadas cotações como esta: 
Real brasileiro: 4,25 
Peso argentino: 20,15 
Euro: 1,22 
Dólar: 1,51 
E sabem que essas cotações indicam quanto da moeda estrangeira podem comprar com uma 
libra esterlina. 
Gabarito: Certo 
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5 
1.2 Taxa de câmbio real 
A taxa de câmbio nominal informa o preço de uma moeda em relaçãoà outra, e apenas isso. 
Contudo, moedas servem para adquirir bens e serviços, e é isso que importa em termos de 
comércio internacional. Então, podemos dizer que a taxa nominal é o preço relativo das 
moedas de dois países. 
A taxa de câmbio real, por outro lado, é o preço relativo dos bens de dois países. Isso significa 
que a taxa de câmbio real informa a taxa na qual podemos trocar bens de um país por bens do 
outro país. Por isso, ela também é conhecida como termos de troca. 
A taxa de câmbio real também é definida como a taxa de câmbio nominal ajustada pelos 
preços: 
Onde: 
ereal = taxa de câmbio real 
e = taxa de câmbio nominal 
P* = preço estrangeiro 
P = preço nacional 
Vamos a um exemplo. Digamos que a taxa de câmbio nominal seja de 4 reais por dólar. Além 
disso, o Honda Civic custa 20.000 dólares nos Estados Unidos e 100.000 reais no Brasil: 
ereal=
4 X 20.000
100.000
 = 0,8 
Essa taxa de câmbio real de 0,8 significa que, na verdade, o americano não pode comprar, no 
mercado brasileiro, tanto quanto pensou que podia com seus dólares. 
Afinal, se ele pegar os 20.000 dólares que ele tem e comprar 80.000 reais, não conseguirá, com 
isso, comprar aqui o mesmo carro que compraria lá nos EUA. 
Isso também significa que o real vale mais que o dólar em termos reais. Afinal, não importa o 
número que está impresso na nota, mas quantos bens ela pode comprar! 
Na prática, é claro, não utilizamos o preço de um único bem para mensurar a taxa de câmbio 
real, mas sim índices de preços, que levam em consideração os preços dos principais bens e 
serviços. Portanto, na fórmula acima, considere P como o índice de preços nacional e P* como o 
índice de preços estrangeiro. 
É a taxa de câmbio real que “manda” nas importações e exportações. Se a taxa de câmbio real 
se elevar (desvalorizar), significa que houve desvalorização real da moeda nacional, e 
aumentarão as exportações. 
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De acordo com a definição de taxa de câmbio real, há três coisas que podem provocar essa 
elevação da taxa de câmbio: 
1. Elevação da taxa de câmbio nominal; 
2. Elevação do nível de preços estrangeiros; 
3. Redução do nível de preços domésticos. 
Note que todas essas relações são pela convenção do incerto, e são elas que você levará em 
consideração na hora da prova, exceto se a questão disser o contrário. 
(TCU/Auditor Federal de Controle Externo) 
Julgue o seguinte item. 
A desvalorização da taxa de câmbio real favorece o setor de bens transacionáveis 
internacionalmente. 
Comentários: 
A desvalorização da taxa de câmbio real equivale à elevação da taxa de câmbio e desvalorização 
real da moeda doméstica. 
Quanto isso ocorre, os bens nacionais ficarão mais baratos para os países estrangeiros, que 
passarão a demandar maiores quantidades. 
Gabarito: Certo 
 
1.2.1 Termos de troca 
Há outra forma simples de abordar os termos de troca. Trata-se do valor total das exportações 
de determinado país dividido pelo valor total de suas importações: 
TDT=
VX
VM
 
Diz-se que há melhora nos termos de troca quando VX aumenta ou quando VM diminui. Dessa 
forma, tanto aumento da quantidade de exportações quanto em seu preço melhora os termos 
de troca. 
Um país como o Brasil, por exemplo, que é forte na exportação de commodities, observa 
melhoria em seus termos de troca quando o preço da soja aumenta no mercado internacional 
(ceteris paribus). 
A China, por outro lado, observa melhora nos termos de troca diante de valorização de bens 
manufaturados. Os Estados Unidos têm piora em seus termos de troca quando sobe o preço do 
petróleo, pois são um dos maiores importadores desse bem do mundo. 
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É importante observar que a valorização da taxa de câmbio tende a aumentar as importações e 
reduzir o valor das exportações, provocando piora nos termos de troca. 
(MPU/Analista do Ministério Público da União) 
A valorização da taxa de câmbio, no Brasil, 
a) favorece a entrada de capitais externos. 
b) eleva os termos de troca. 
c) torna as importações mais baratas. 
d) diminui a dívida externa em dólar. 
e) é neutra em relação à taxa de inflação. 
Comentários: 
A valorização da taxa de câmbio, no Brasil, tende a aumentar as importações e reduzir as 
exportações, piorando os termos de troca. Portanto, a alternativa B está errada. 
É justamente por tornar as importações mais baratas que isso ocorre, e por isso nosso gabarito 
é a letra “c”. 
Gabarito: “c” 
 
1.3 Paridade do Poder de Compra 
Dizemos que duas moedas estão em paridade de poder de compra (PPC) quando uma unidade 
da moeda nacional é capaz de comprar a mesma quantidade de bens no país ou no exterior. 
Portanto, a paridade é mensurada com base em uma cesta de bens, mas para simplificar a 
situação ilustrativa a seguir vou utilizar apenas um bem. 
Digamos, por exemplo, que um Toyota Corolla custe R$100.000 aqui no Brasil, e U$20.000 nos 
Estados Unidos. Nesse caso, se a taxa de câmbio for de R$5/dólar, dizemos que as moedas estão 
em paridade, porque, assim, os mesmos R$100.000 podem comprar o carro no Brasil ou nos 
Estados Unidos. 
Caso se desvie desse preço, por exemplo, custando R$80.000 no Brasil, alguém com apenas 
U$16.000 poderia comprar o carro. Teoricamente, isso aumentaria a demanda do veículo no 
Brasil, já que ele estaria relativamente mais barato por aqui, ao mesmo tempo que reduziria a 
demanda e o preço do veículo nos Estados Unidos, restaurando a paridade dos preços em 
dólares e reais. 
Existe um índice muito interessante baseado na teoria da paridade do poder de compra: o índice 
Big Mac. Isso mesmo. É o sanduíche. Como o restaurante que produz o Big Mac está presente 
praticamente em todos os países do mundo com uma produção padronizada, ou seja, sem 
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diferenças relevantes de um país para o outro em termos de produto, sua escolha é bastante 
conveniente para comparar a paridade do poder de compra entre moedas. 
O nome que damos a esse fenômeno, no qual um bem idêntico tem o mesmo preço em dois 
países, é lei do preço único. 
A LEI DO PREÇO ÚNICO 
 
A existência de uma taxa de câmbio que “neutralize” os diferenciais de preços 
internos e externos depende de uma ferramenta analítica forte, a chamada “lei 
do preço único”. Segundo essa “lei”, um item produzido de determinada 
maneira em um país necessariamente deverá ter o mesmo preço que outro 
bem produzido de maneira idêntica em outro país. Se isso não se verifica é 
por conta da existência de distorções derivadas de intervenções de política 
econômica (como incentivos, controles de preços, tarifas etc.) e custos de 
transportes. Assim, um produto X produzido no país A terá o mesmo preço que 
o produto X produzido em B (preço único). Naturalmente, o produto X é um 
produto comercializável internacionalmente (tradeable). 
 
Gonçalves, Reinaldo. Economia Internacional . Elsevier Editora Ltda. 
Portanto, apesar de a teoria da paridade do poder de compra e a lei do preço único serem 
termos muito relacionados, não dizem a mesma coisa: 
► Lei do preço único: aplica-se a bens individuais. 
► Teoria da PPC: aplica-se ao agregado de todos os bens. 
Naturalmente, se a lei do preço único se aplica a todos os bens, então a PPC também ocorrerá. 
Contudo, a teoria da PPC não depende da lei do preço único, pois a ideia é que desvios entre 
os preços relativos de determinados bens podem ocorrer, mas no nível agregado e no longo 
prazo, esses desvios tendem a ser anulados pelos próprios mecanismos do mercado. 
Além disso, imagine, por exemplo, que os automóveis aqui no Brasil estão muito caros. Isso faria 
com que: 
► a demanda por esses automóveiscaísse, diminuindo seus preços; 
► a demanda por reais, que são utilizados para comprar os carros, também cairia, 
desvalorizando a taxa de câmbio. 
Portanto, voltamos à condição de paridade nesse mercado de automóveis. 
Contudo, empiricamente, ou seja, “na vida real”, tanto a PPC quanto a lei do preço único não se 
verificam de forma definitiva. Afinal, não precisaríamos de um Índice Big Mac se a lei do preço 
único fosse assim tão respeitada, não é? 
 
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1.3.1 Bens não comercializáveis e barreiras comerciais 
Krugman destaca alguns motivos pelos quais a PPC não se verifica empiricamente: 
1. Custos de transporte e barreiras comerciais: Ao contrário da suposição da lei de preço 
único, custos de transporte e restrições de comércio certamente existem. Essas barreiras 
de comércio podem ser altas o suficiente para impedir que algumas mercadorias e 
serviços sejam negociados entre os países. 
2. Monopólios e oligopólios: As práticas monopolistas ou oligopolistas nos mercados 
podem interagir com os custos de transporte e outras barreiras de comércio para 
enfraquecer ainda mais a ligação entre os preços de mercadorias similares vendidas em 
países diferentes. 
3. Índices de inflação diferentes: Como os dados da inflação relatados em diferentes 
países são baseados em diferentes cestas de mercadorias, não existe razão para as 
mudanças na taxa de câmbio compensarem medidas oficiais de diferenças de inflação, 
mesmo quando não há barreiras de comércio e todos os produtos são comercializáveis. 
Em situações mais específicas, os custos de transporte podem ser tão elevados que 
simplesmente inviabilizam que um bem ou serviço seja negociado internacionalmente. A esses 
bens, chamamos de não comercializáveis. 
Talvez você esteja pensando que o carro é um bom exemplo de bem não comercializável, mas 
existe um melhor: corte de cabelo. 
Pois é... mesmo que o corte de cabelo em Lisboa esteja muito barato em relação aos preços no 
Brasil, se você quiser comprar um tem basicamente duas opções: ou faz a viagem de Cabral você 
mesmo ou traz paga os custos para o profissional português vir para cá. Naturalmente, nenhumas 
das opções é viável, e isso fará com que a diferença de preços relativos possa persistir, diante da 
ausência da “concorrência” entre os profissionais no Brasil e em Portugal. 
A existência de bens e serviços não comercializáveis em todos os países faz com que o sistema 
de preços não estabeleça ligação entre as cestas compostas, em parte, exatamente por esses 
bens. 
De forma geral, construção civil, consultas médicas, cirurgias e serviços em geral são exemplos 
de bens não comercializáveis, enquanto produtos manufaturados, insumos e bens primários são 
exemplos de bens comercializáveis. 
E como os serviços representam a maior parte do PIB dos países desenvolvidos e em 
desenvolvimento, você pode imaginar o tamanho do impacto (e do desvio) dos bens não 
comercializáveis na PPC. 
Claro que existem serviços comercializáveis, especialmente após a revolução digital, 
especialmente serviços financeiros ou serviços médicos de valor elevado, como cirurgias. 
Por fim, em alguns casos, barreiras comerciais como tarifas podem inviabilizar tornar bens e 
serviços não comercializáveis. 
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1.4 Condição Marshall-Lerner e Curva J 
Temos afirmado desde o início do curso que a depreciação real da moeda doméstica leva ao 
aumento das exportações e queda nas importações, ou seja, aumento das exportações líquidas 
(NX). Agora, conhecendo a taxa de câmbio real, compreendemos um pouco melhor por que isso 
acontece: o bem doméstico fica mais barato para os outros países, enquanto os bens 
estrangeiros ficam mais caros para o país em questão. 
Mas será que essa relação entre ereal (taxa de câmbio real) e NX (exportações líquidas) sempre 
ocorrerá dessa forma? Não necessariamente. 
Antes de qualquer coisa, lembre-se que quando falamos em exportações e importações, 
estamos nos referindo ao valor total, ou seja: 
▶ A importação (M) é igual ao preço dos produtos importados multiplicado pela 
quantidade de produtos importados. 
▶ A exportação (X) é igual ao preço dos produtos exportados multiplicado pela 
quantidade de produtos exportados. 
Com isso em mente, vamos prosseguir. 
Quando ocorre um aumento na taxa de câmbio real o que acontece no curtíssimo prazo é o 
aumento dos preços relativos dos produtos importados e redução no preço relativo dos 
produtos exportados. 
Ou seja, mesmo antes que os importadores e exportadores tenham tempo de adaptar seus 
padrões de consumo – antes que possam ajustar as quantidades: 
▶ M se mantém (em dólares), pois, o preço dos produtos importados é o mesmo, sem que 
sua quantidade reduzisse. 
▶ X diminui, pois os exportadores diminuem o preço em dólares para vender mais. 
Portanto, NX diminui no curtíssimo prazo. 
Contudo, quando exportadores e importadores têm tempo para ajustar suas quantidades, diante 
do aumento da taxa real de câmbio, as exportações líquidas aumentam. Essa é a condição 
Marshall-Lerner, e nos dá o formato da chamada curva J. 
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Inicialmente, como reação à desvalorização da taxa de câmbio, as exportações líquidas 
diminuem. Passado um curtíssimo período, a condição Marshall-Lerner é atendida, com os 
agentes ajustando suas quantidades consumidas e, dessa forma, as exportações líquidas 
crescem. 
Portanto, como a condição Marshall-Lerner é observada na maior parte do tempo e das 
situações, podemos afirmar que a elevação da taxa de câmbio leva ao aumento das exportações 
líquidas. 
Um exemplo numérico pode ajudar. Imagine que uma economia tem a seguinte balança 
comercial: 
▶ Taxa de câmbio real: R$4,00 / US$1,00; 
▶ Exporta 500 toneladas de soja, por US$2,00/kg, totalizando US$1.000.000. 
▶ Importa 1000 toneladas de aço, por US$0,50/kg, totalizando US$500.000. 
▶ Exportações Líquidas: US$500.000. 
De repente, o câmbio deprecia (a taxa sobe), para R$5,00/US$1,00. O que vai ocorrer no curto 
prazo é que os preços serão rapidamente ajustados (pela expectativa de aumentar as 
quantidades vendidas), mas as quantidades não: 
▶ Exporta 500 toneladas de soja, por US$1,50/kg, totalizando US$750.000. 
▶ Importa 1000 toneladas de aço, por US$0,50/kg, totalizando US$500.000. 
▶ Exportações Líquidas: US$250.000. 
Depois de algum tempo, contudo, a quantidade de soja exportada vai aumentar, pois seu preço 
está mais atraente. Ao mesmo tempo, as importações vão diminuir via quantidades, porque as 
pessoas vão comprar mais produtos internos para não pagar mais caro pelos importados: 
▶ Exporta 800 toneladas de soja, por US$1,50/kg, totalizando US$1.200.000. 
▶ Importa 700 toneladas de aço, por US$0,50/kg, totalizando US$350.000. 
▶ Exportações Líquidas: US$850.000. 
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12 
Claro que eu defini todos esses valores arbitrariamente, mas a ideia foi explicitar o raciocínio por 
trás da curva J. 
 
(ES/Analista do Executivo - Ciências Econômicas) 
Acerca dos agregados monetários e dos instrumentos de política monetária adotados pelo 
Banco Central do Brasil (BACEN), julgue a afirmativa a seguir. 
Considerando-se a validade da condição de Marshall-Lerner e dos efeitos da chamada curva J, 
é correto afirmar que uma depreciação da taxa de câmbio gera, no curto-prazo, aumento das 
exportações líquidas. 
Comentários: 
Pelo contrário. Inicialmente, ocorre redução nas exportações líquidas, posto que os agentes não 
conseguem ajustar suas quantidades muito rapidamente, comoreação à alteração dos preços 
relativos. É o trecho inicial e decrescente da curva em “J”. 
Gabarito: Errado 
Muito bem! Agora que já conhecemos melhor as taxas de câmbio, podemos compreender o que 
são os regimes cambiais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 REGIMES CAMBIAIS 
Sabemos que as taxas de câmbio tendem a variar. Afinal, são o preço de um bem (moeda 
estrangeira) e, como qualquer preço, está sujeito à Lei da Oferta e Demanda. 
Contudo, o governo pode entender que esse é um preço muito importante para ser deixado 
“solto”. Por outro lado, também pode concluir que é melhor deixar o câmbio flutuar, e é por aí 
que começamos esta parte da aula. 
 
2.1 Câmbio fixo 
Sob o regime de câmbio fixo, a taxa de câmbio é determinada pelo governo. Mas isso não é feito 
por decreto! Em outras palavras, não basta o Presidente da República fazer um pronunciamento 
oficial dizendo que, a partir de agora, o dólar valerá R$0,50, e que você pode ir pra Miami fazer 
a festa... 
Ao estabelecer qual é a taxa de câmbio desejada, o Banco Central entra em ação, comprando 
e vendendo moeda estrangeira, até que essa taxa seja alcançada. 
Por exemplo: digamos que o dólar esteja valendo R$4, e o Banco Central se comprometa a 
alcançar a taxa de câmbio de R$3/dólar. Nesse caso, ele deve ir ao mercado e vender dólares. 
Isso aumentará a oferta e, como vimos, aumentos de oferta fazem cair os preços. 
Se depois mudarem de ideia e decidirem que a taxa deve ser de R$5, basta o Banco Central sair 
comprando dólares, o que pressionará a demanda e aumentará os preços da moeda estrangeira. 
O resultado será o aumento da taxa de câmbio. 
 
 
Note que no regime de câmbio fixo a taxa pode variar sim! Mas apenas de forma 
intencional, por parte do Governo e do Banco Central. 
E qual vantagem há em optar por um regime de câmbio fixo? Ou seja, quais fatores são 
determinantes para adoção dessa política cambial? 
Bem, a principal delas é a previsibilidade que esse regime proporciona; os agentes 
exportadores ficam muito mais seguros sobre quanto poderão comprar com os dólares que 
obtiveram vendendo suas mercadorias para os gringos, e os importadores saberão com 
facilidade de quantos reais precisarão para poderem comprar suas mercadorias em dólar. Dessa 
forma, há maior incentivo para o comércio e investimento internacionais. Legal, né? 
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Além disso, o regime de câmbio fixo assume um importante papel em economias inflacionárias. 
Ele se torna a chama âncora cambial. Como é estabelecida a taxa de câmbio, os produtores 
nacionais pensam algumas vezes antes de aumentar seus preços, pois, se o fizerem, os 
consumidores passarão a demandar mais produtos importados. Dessa forma, os preços 
nacionais ficam ancorados. O Brasil fez amplo uso da âncora cambial, como vemos em aulas de 
Economia Brasileira. 
Mas acontece que também há desvantagens. 
A mais importante delas é que o Banco Central precisa ter muitos dólares para poder manter a 
taxa de câmbio fixa. E para ter muitos dólares, ele precisa estar pronto para comprar muitos 
dólares. O Banco Central compra dólares com reais. Quando o Banco Central entrega reais 
(haveres monetários) em troca de dólares (haveres não monetários), há criação de moeda, ou 
seja, política monetária expansionista! 
Se houver mobilidade de capitais, ou seja, se a moeda estrangeira puder entrar e sair do país 
sem grandes problemas, esse fluxo ocorrerá o tempo todo. Como ocorre com qualquer bem, se 
sua oferta aumenta há queda no preço, e se sua demanda aumenta, há elevação no preço. Como 
a taxa é fixa, mudanças no preço (taxa de câmbio) são indesejadas, e o Banco Central atuará o 
tempo todo comprando e vendendo moeda estrangeira, e expandindo e contraindo a oferta 
monetária de forma “não intencional”. 
Portanto, sob câmbio fixo, o Banco Central perde a autonomia na condução da política 
monetária, que passa a ser passiva em relação ao mercado de câmbio. Perceba que essa 
desvantagem é relativizada pela capacidade que a âncora cambial tem de manter o nível de 
preços sob controle, mas a política monetária não serve apenas para isso. 
Como mencionei, valorização ou desvalorização ocorrem quando o Governo e Banco Central 
atuam na taxa de câmbio. Portanto, é isso que ocorre sob o regime de câmbio fixo. 
 
2.2 Câmbio flutuante (flexível) 
O regime de câmbio flutuante – algumas vezes chamado de regime de câmbio flexível – é o outro 
dos extremos: o Banco Central não intervém no mercado de divisas internacionais. Dessa forma, 
o que determina as taxas de câmbio são os interesses (e humores) do mercado. 
Se houver muita demanda por moeda estrangeira, haverá depreciação da taxa de câmbio e 
desvalorização da moeda nacional, e não há nada que o Banco Central fará a respeito. 
Quando um preço é determinado pelo mercado, a oferta pelo bem em questão iguala a 
demanda pelo bem em questão – há equilíbrio. No mercado cambial, isso significa a principal 
vantagem do regime de câmbio flutuante: o Balanço de Pagamentos fica em equilíbrio (entrada 
de divisas = saída de divisas). 
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A desvantagem é a instabilidade. Os agentes não têm segurança alguma a respeito das taxas 
de câmbio, ao contrário do que ocorre no regime de câmbio fixo. 
Dessa vez, apreciação ou depreciação que ocorrem como resultado dos movimentos do 
mercado cambial. 
Agora que conhecemos os dois regimes cambiais extremos (fixo e flutuante), vejamos os 
intermediários. 
 
2.3 Flutuação suja (dirty floating) 
O regime de flutuação suja é aquele no qual o Banco Central intervém pontualmente para evitar 
oscilações bruscas na taxa de câmbio, decorrentes de ataques especulativos. 
Nesse caso, o câmbio flutua livremente enquanto o mercado experimenta estabilidade. O Banco 
Central entra comprando ou vendendo divisas estrangeiras apenas quando os movimentos 
cambiais podem desestabilizar a economia ou atrapalhar os objetivos econômicos. 
Também pode aparecer nas provas como flutuação administrada, que é apenas outra forma de 
dizer a mesma coisa. 
Esse é o regime adotado no Brasil desde o abandono da âncora cambial (câmbio fixo), em 1999, 
assunto que aprofundamos em Economia Brasileira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.4 Bandas cambiais 
No regime de bandas cambiais, o Banco Central determina um piso e um teto para a taxa de 
câmbio, permitindo que ela varie dentro desse intervalo (a banda). Sendo assim, quando a taxa 
se aproxima do teto, por exemplo, o Banco Central entra vendendo moeda estrangeira. 
 
Dessa forma, o câmbio é flutuante enquanto está dentro dos limites, e torna-se fixo quando se 
aproxima deles. 
 
2.5 Outros regimes cambiais 
Há alguns outros tipos de regimes cambiais menos cobrados, mas ainda assim importantes para 
quem quer se diferenciar dos demais candidatos à sua vaga. Não é fácil lembrar-se de todos 
eles, mas você deve fazer um esforço, posto que podem cair na sua prova (inclusive com os 
termos em inglês). 
• Conselho de moeda (Currency board): A função de um Currency Board é trocar moeda 
nacional (que ele próprio emite) por moeda estrangeira a uma taxa fixa, e vice-versa. É um 
arranjo mais comum em países com baixa credibilidade. Para tanto, o país precisa ter 
reservas na exata proporção da moeda doméstica em circulação, e a adoção desse regime 
faz com que a moeda nacional seja apenas uma perfeita substituta da moeda estrangeira. 
Na prática, é um regime de câmbio fixo no qual o Governo não tem liberdadepara variar 
sua taxa de câmbio, e a função de emissão de moeda não é do Banco Central. 
• Banda rastejante (Crawling band): Consiste no regime de bandas cambiais no qual as 
bandas são ajustadas por um fator previamente definido. Geralmente esse fator é a 
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inflação, e o objetivo é manter a taxa de câmbio real inalterada, impedindo assim aumento 
nas importações e, consequentemente, pressão depreciativa na taxa de câmbio. 
• Minidesvalorizações (Crawling peg): É algo como a banda rastejante, mas sem as 
bandas. Portanto, é um regime de câmbio fixo no qual a taxa é ajustada por um fator 
determinado. 
(SEFAZ-ES/Consultor do Executivo) 
A macroeconomia, que permite avaliar o desempenho da economia como um todo, centra-se 
na análise dos grandes agregados macroeconômicos. 
Com relação a esse assunto, julgue o item subsequente. 
Uma das vantagens associadas ao sistema de taxas de câmbio fixos advém do fato de que esse 
sistema constitui uma forma simples de âncora para a política monetária, conhecida como âncora 
cambial. 
Comentários: 
De fato, a âncora cambial constitui uma vantagem do regime de câmbio fixo, posto que ajuda a 
manter o nível de preços sob controle, ficando a cargo da política monetária apenas a 
manutenção do nível da taxa de câmbio. 
Gabarito: Certo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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18 
3 TAXA DE CÂMBIO DE EQUILÍBRIO 
Agora vamos abordar o mercado de câmbio como qualquer outro mercado, onde forças de 
oferta e demanda interagem, mas exploraremos suas particularidades relacionando com o que 
vimos nesta aula e ao longo do curso. 
A taxa de câmbio de equilíbrio é aquela que iguala a oferta e a demanda por moeda estrangeira, 
assim como ocorre com os preços no caso de bens e serviços. 
 
3.1 Oferta e demanda de divisas 
Para compreender esse mercado cambial, convém conhecermos seus agentes, ou seja, quem 
oferta e quem demanda moeda estrangeira. Veja no quadro a seguir. 
MERCADO CAMBIAL 
DEMANDAM DIVISAS OFERTAM DIVISAS 
Importadores Exportadores 
Turistas brasileiros no exterior Turistas estrangeiros 
Investidores brasileiros no exterior Investidores estrangeiros 
Multinacionais estrangeiras no Brasil Multinacionais brasileiras no exterior 
Vamos nos concentrar, agora, no ponto de vista dos principais ofertantes e demandantes de 
divisas: importadores e exportadores. 
Veja o caso do exportador. Ele vende seus produtos para o resto do mundo e recebe em dólares. 
Ele pode fazer várias coisas com esses dólares, inclusive guardá-los ou vendê-los. 
Caso a taxa de câmbio aumente, ou seja, caso esses dólares passem a valer mais, o exportador 
ficará mais propenso a vender, aumentando a oferta de dólares no mercado brasileiro. 
Essa relação positiva entre a taxa de câmbio (preço da moeda estrangeira) e sua quantidade 
ofertada determina o formato ascendente da curva de oferta de divisas. 
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19 
 
Por outro lado, quando a moeda estrangeira perde valor em relação à moeda doméstica (taxa 
de câmbio diminui), há maior incentivo para comprar produtos estrangeiros. 
Assim, os importadores passam a demandar mais moeda. 
Portanto, a relação negativa entre taxa de câmbio e quantidade demandada de divisas 
resulta na seguinte curva de demanda. 
 
A essa altura do curso, você deve estar bastante ciente do que ocorre no ponto onde as duas 
curvas se cruzam: o equilíbrio (E): 
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1
20 
 
Em um regime de câmbio flutuante com livre mobilidade de capitais, a taxa de câmbio sempre 
irá convergir para a taxa de equilíbrio. 
Em regime de câmbio fixo, por outro lado, caso a taxa seja fixada acima da taxa de equilíbrio, 
haverá excesso de oferta, e consequente, o Banco Central terá que comprar muitas divisas para 
evitar que a taxa diminua. 
 
O raciocínio inverso é válido no caso de taxas inferiores àquela de equilíbrio: haverá excesso de 
demanda, e o resultado dependerá do regime cambial vigente. 
Agora, daremos um passo adiante, considerando outra variável que tem influência na taxa de 
câmbio: a taxa de juros. 
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c
21 
3.2 A relação câmbio-juros 
Se os juros reais de um país forem superiores aos juros reais internacionais, esse país tende a 
atrair divisas. Afinal, o dinheiro vai para onde ele é mais bem remunerado. 
Então, se chamarmos os juros domésticos do Brasil de r e os juros internacionais de r*, podemos 
concluir que quanto maior for a diferença entre r* e r, maior será a oferta de moeda estrangeira 
no Brasil. 
Ignorando questões como o prêmio de risco de um investimento, podemos ir além e concluir 
que sempre que r for maior que r*, acontecerá uma persistente entrada de moeda estrangeira 
no Brasil. 
A consequência disso será o deslocamento da curva de oferta para a direita, e a consequente 
valorização cambial: 
 
Queda no preço (no caso, a taxa de câmbio). Esse é o resultado esperado em qualquer mercado 
onde há elevação da oferta. Claro que isso não ocorrerá indefinidamente... mas numa análise 
mais imediata, o diferencial positivo entre os juros internos e externos provocará esse efeito. 
Até aí tudo bem. É o mercado se ajustando. 
E se o câmbio for fixo? Nesse, a conclusão é importante: a taxa de câmbio determinada pelo 
Banco Central será a taxa de equilíbrio quando verificada a condição de paridade entre juros 
internos e externos, ou seja, quando eles forem iguais. 
Caso contrário, a entrada ou saída de capitais implicará em mudanças constantes na taxa de 
equilíbrio e, portanto, ela não poderá ser a taxa fixada pelo BC. 
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e
22 
3.3 A relação câmbio-inflação 
É amplamente aceito pela doutrina e pelas bancas que desvalorizações da moeda nacional 
(aumento da taxa de câmbio) tendem a aumentar a inflação. 
Um dos motivos, é que quando a moeda doméstica está valendo pouco, os produtos importados 
ficam mais caros para as empresas brasileiras que utilizam alguns desses produtos como 
insumos, portanto, isso significa aumento nos cursos de produção nacionais e, portanto, 
aumento nos preços. 
Além disso, quando a moeda estrangeira está valorizada, os consumidores brasileiros também 
se deparam com produtos importados mais caros! Isso significa que os produtores nacionais 
terão espaço para aumentar seus preços, mesmo que não utilizem insumos importados, pois os 
produtos vindos de fora se tornam menos competitivos. 
Isso é um incentivo não apenas para subirem seus preços, como também é um desestímulo à 
eficiência da produção nacional! Afinal, eles não precisam competir com intensidade com o resto 
do mundo pelo mercado interno. 
Excelente! Chegamos ao final desta aula. 
Ou melhor, quase: ainda falta nossa bateria de questões! 
 
 
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6
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RESUMO 
 A taxa de câmbio nominal é o preço de da moeda estrangeira medida em moeda nacional. 
• Isso se adotarmos a convenção do incerto, como fazem países cuja moeda não é 
considerada forte (como o Brasil). 
• Sendo assim, aumento da taxa, desvalorização da taxa e depreciação da taxa são 
termos para quando a moeda nacional passa a valer menos, enquanto queda da 
taxa, valorização da taxa e apreciação dataxa significam o oposto. 
 A taxa de câmbio real é o preço relativo dos bens de dois países. 
• ereal=
e X P∗
P
 
 Termos de troca podem ser entendidos como: TDT=
VX
VM
 
 Paridade de poder de compra (PPC) ocorre quando uma unidade da moeda nacional é 
capaz de comprar a mesma quantidade de bens no país ou no exterior. 
 Segunda a Lei do Preço Único, um item produzido de determinada maneira em um país, 
necessariamente, deverá ter o mesmo preço que outro bem produzido de maneira 
idêntica em outro país. 
 A PPC não se verifica, principalmente, por causa de bens não comercializáveis e tributos. 
 Um regime cambial é a atuação (ou não) do governo no câmbio. 
• Sob câmbio fixo, o governo determina a taxa e o Banco Central a persegue. A 
vantagem é a previsibilidade, mas precisa de amplas reservas e a política monetária 
torna-se passiva. 
• No câmbio flutuante, o governo e o Banco Central não intervêm. A vantagem é o 
equilíbrio do Balanço de Pagamentos. 
• Outros regimes são: bandas cambiais, flutuação administrada, conselho de moeda. 
 
 
 
 
 
 
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b
24 
QUESTÕES COMENTADAS 
1. (2013/CEBRASPE-CESPE/MPU/Analista - Economia) 
Em relação ao papel do câmbio no processo de industrialização substitutiva de importações, 
julgue o item a seguir. 
Quando a desvalorização do câmbio torna os preços de importação maiores que os internos, 
aumenta a demanda por bens produzidos no país. 
Comentários: 
Aqui a intuição e a teoria econômica concordam: se você pretende comprar um bem qualquer, 
e precisa decidir entre comprar do Brasil ou importar, você tenderá a comprar por aqui caso o 
câmbio desvalorize. 
A única coisa que pode confundir aqui é o uso dos termos; lembre-se que desvalorização do 
câmbio equivale a depreciação da taxa, aumento da taxa ou, simplesmente, “dólar mais caro”. 
Gabarito: Certo 
 
2. (2000/ESAF/RECEITA FEDERAL DO BRASIL/Auditor Fiscal) 
Considere que tenha ocorrido uma desvalorização nominal da taxa de câmbio de 10% num 
determinado período. Considerando o conceito de taxa de câmbio utilizada no Brasil e o 
conceito de câmbio real que leva em conta a inflação interna e externa, pode-se afirmar que, 
a) se a inflação externa foi de 10% no período e a inflação interna foi de 25% no período, houve 
uma desvalorização real da taxa de câmbio. 
b) se a inflação externa foi de 20% e a inflação interna foi de 5% no período, houve uma 
valorização real da taxa de câmbio. 
c) se tanto a inflação interna quanto a externa foram de 5% no período, não houve alteração na 
taxa de câmbio real. 
d) se a inflação externa foi de 15% no período e a inflação interna foi de 30% no período, houve 
uma desvalorização real da taxa de câmbio. 
e) se a inflação externa foi de 5% e a inflação interna foi de 20% no período, houve uma 
valorização real da taxa de câmbio. 
Comentários: 
Essa questão é antiga, mas extremamente didática. 
Vamos usar nossa fórmula para chegar à taxa de câmbio real em cada uma das alternativas. 
Podemos, para facilitar os cálculos, partir da hipótese de que, antes da desvalorização nominal 
da taxa de câmbio tínhamos o seguinte: 
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f
25 
ereal=
e X P*
P
 = 
1 X 100
100
=1 
a) se a inflação externa foi de 10% no período e a inflação interna foi de 25% no período, houve 
uma desvalorização real da taxa de câmbio. 
Nesse caso, P* (índice de preços externo) passará a ser 110 e P passará a ser 125, enquanto e 
sofre desvalorização (aumento da taxa) de 10%: 
ereal=
1,1 X 110
125
=0,968 
Portanto, houve valorização real da taxa de câmbio (redução da taxa de câmbio, que passou de 
1 para 0,968. A alternativa A não pode ser nosso gabarito. 
b) se a inflação externa foi de 20% e a inflação interna foi de 5% no período, houve uma 
valorização real da taxa de câmbio. 
Dessa vez, teremos: 
ereal=
1,1 X 120
105
=1,26 
Alternativa errada. Houve desvalorização (aumento) da taxa de câmbio. 
c) se tanto a inflação interna quanto a externa foram de 5% no período, não houve alteração na 
taxa de câmbio real. 
Vejamos: 
ereal=
1,1 X 105
105
=1,1 
Novamente desvalorização (aumento) da taxa de câmbio. Alternativa errada. 
d) se a inflação externa foi de 15% no período e a inflação interna foi de 30% no período, houve 
uma desvalorização real da taxa de câmbio. 
Teremos, então: 
ereal=
1,1 X 115
130
=0,97 
Dessa vez, houve valorização (redução) da taxa de câmbio. Alternativa errada. 
e) se a inflação externa foi de 5% e a inflação interna foi de 20% no período, houve uma 
valorização real da taxa de câmbio. 
Por fim, temos: 
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26 
ereal=
1,1 X 105
120
=0,96 
Realmente, houve valorização (redução) da taxa de câmbio real. Alternativa correta. 
Gabarito: “e” 
 
3. (2014/FCC/SABESP/Analista de Gestão - Economia) 
O regime cambial brasileiro atual é o de Câmbio Flutuante, no qual a cotação da moeda 
estrangeira pode sofrer oscilações diárias. Essas oscilações podem ter movimentos de 
desvalorização ou valorização da taxa de câmbio. Favorece as importações de um país, no curto 
prazo, quando, na taxa de câmbio, há oscilações 
a) na valorização no valor da cotação. 
b) na desvalorização no valor da cotação. 
c) no aumento brusco no valor da cotação. 
d) na diminuição da liquidez de moeda estrangeira. 
e) na queda significativa das Reservas Internacionais. 
Comentários: 
O que favorece as importações é dólar barato. Afinal, fica mais atraente comprar produtos 
importados com o real valendo bastante. 
De forma mais técnica, a valorização da taxa de câmbio, como consta na letra “a”, favorece as 
importações. Claro que a questão é mal redigida ao falar em “oscilações na valorização”. Afinal, 
“oscilações” quer dizer instabilidade, mas não tem jeito de resolver se não desconsiderarmos 
esse termo. 
Note que o aumento brusco no valor da cotação significa aumento da taxa, ou seja, 
desvalorização, e por isso “c” não é nosso gabarito. 
As demais alternativas, acredito, têm seus erros mais claros, como “b” que é o exato oposto do 
gabarito. 
Gabarito: “a” 
 
4. (2014/FCC/ALEPE/Analista Legislativo) 
A desvalorização cambial da moeda nacional pode 
a) aumentar a receita dos produtores com exportações e diminuir o custo com insumos 
importados. 
b) diminuir a receita dos produtores com exportações e aumentar o custo com insumos 
importados. 
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27 
c) diminuir a receita dos produtores com exportações e manter inalterado o custo com insumos 
importados. 
d) aumentar a receita dos produtores com exportações e aumentar o custo com insumos 
importados. 
e) aumentar a receita dos produtores com exportações e manter inalterado o custo com 
insumos importados. 
Comentários: 
A tendência diante da desvalorização cambial é o aumento no volume e, portanto, nas receitas 
de exportação, ao mesmo tempo em que há encarecimento no valor das importações. 
Por isso, letra “d” é o melhor gabarito, embora o uso da palavra “pode” torne qualquer alternativa 
um possível gabarito. 
Por exemplo: pode ser que os custos com insumos importados diminuam (letra “a”), uma vez que 
apesar do aumento no preço, se a quantidade cair o suficiente, o custo total diminui. 
Gabarito: “d” 
 
5. (2016/IESES/BAHIAGÁS/Analista de Processos Organizacionais) 
A importância dos efeitos dinâmicos da taxa real de câmbio sobre o balanço comercial pode 
ser observada a partir da “curva J”, onde uma depreciação real leva inicialmente a uma melhoria 
na balança comercial e em seguida a uma deterioraçãoda mesma. 
Comentários: 
Novamente, a questão inverte as coisas. Mas você não errará esse tipo de questão, não é? 
Gabarito: Errado 
 
6. (FCC/2010/METRÔ-SP - Economista) 
Uma desvalorização da taxa de câmbio da economia, caso seja válida a condição de Marshall-
Lerner, provocará 
a) aumento das importações. 
b) equilíbrio no balanço de pagamentos. 
c) diminuição das exportações. 
d) decréscimo da entrada de capitais estrangeiros no país. 
e) aumento das exportações líquidas. 
Comentários: 
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28 
Quando válida (e ela é, em regra, válida), a condição Marshall-Lerner determina que a 
desvalorização da taxa de câmbio levará ao aumento das exportações líquidas. 
Gabarito: “e” 
 
7. (2018/FGV/BANESTES/Analista Econômico-Financeiro - Gestão Financeira) 
Um país possui uma taxa de juros sobre depósitos em moeda nacional de 10%, e sobre 
depósitos em moeda estrangeira, de 5%. Sabe-se que uma unidade da moeda estrangeira vale 
4 unidades da moeda nacional. Considera-se que há livre mobilidade de capitais e que os 
depósitos são substitutos perfeitos, isto é, igualmente desejáveis. 
De acordo com a condição de paridade de juros, o valor da moeda estrangeira ao final do 
período de investimento é, aproximadamente, de: 
a) 3,60; 
b) 3,80; 
c) 4,20; 
d) 4,40; 
e) 4,60. 
Comentários: 
Nesse caso, temos que tratar a aplicação como um bem qualquer, de forma que a taxa de câmbio 
deverá ser dada pela relação entre o valor de cada depósito ao final do período. 
Sendo assim, perceba que o valor em moeda nacional será de 4,40 (4,00 + 10%), enquanto o 
valor em moeda estrangeira alcançará 1,05 (1,00 + 5%). Portanto, a condição de paridade é que: 
4,40 / 1,05 = 4,190476... 
Portanto, aproximadamente 4,20. 
Gabarito: “c” 
 
8. (2017/FCC/ARTESP/Especialista em Regulação de Transporte - Economia) 
A hipótese do Efeito da Curva J preconiza que no curto prazo 
a) o mercado de câmbio é instável e que taxas de câmbio flexíveis reduzirão, rapidamente, um 
desequilíbrio comercial. 
b) o saldo da balança comercial de um país pode piorar frente a um choque de desvalorização 
do câmbio, aumentando após certo período de tempo. 
c) a soma da elasticidade de preços da demanda por importações e por exportações é inferior 
a uma unidade. 
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29 
d) a soma da elasticidade de preços da demanda por importações e por exportações é igual a 
uma unidade. 
e) o mercado de câmbio é estável e que taxas de câmbio flexíveis aprofundarão, rapidamente, 
um desequilíbrio 
Comentários: 
 
Inicialmente, como reação à desvalorização da taxa de câmbio, as exportações líquidas (saldo da 
balança comercial) diminuem. Passado um curtíssimo período, a condição Marshall-Lerner é 
atendida, com os agentes ajustando suas quantidades consumidas e, dessa forma, as 
exportações líquidas crescem. 
Gabarito: “b” 
 
9. (2018/CEBRASPE-CESPE/EBSERH/Analista Administrativo - Economia) 
Acerca dos conceitos de teoria econômica, julgue o item subsequente. 
Um sistema de câmbio flexível de flutuação controlada é indicativo de que o governo pratica 
algum tipo de intervenção nos mercados cambiais. 
Comentários: 
De fato. A forma de controlar a flutuação do câmbio é intervindo no mercado cambial, o que o 
governo faz em regimes de câmbio com flutuação administrada, por meio, geralmente, do Banco 
Central. 
Gabarito: Certo 
 
10. (2019/CEBRASPE-CESPE/SLU DF/Analista de Gestão - Economia) 
Acerca das políticas monetária, fiscal e de comércio exterior, julgue o item a seguir. 
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30 
A lei da oferta e da procura não se aplica à taxa cambial, porque essa taxa é administrada pelo 
Banco Central do Brasil. 
Comentários: 
A lei da oferta e da procura se aplica à taxa cambial. Até mesmo quando a taxa é administrada, 
ou até fixa, o Banco Central controla a taxa de câmbio por meio da compra e venda de moeda, 
ou seja, oferta e procura. 
Gabarito: Errado 
 
11. (2018/CEBRASPE-CESPE/EBSERH/Analista Administrativo - Economia) 
Julgue o item seguinte, a respeito das características da economia brasileira e das relações 
comerciais e financeiras do Brasil com outros países. 
A taxa de câmbio real efetiva é uma medida de competitividade das exportações brasileiras: a 
sua elevação indica perda de competividade dos produtos brasileiros no exterior. 
Comentários: 
É a taxa de câmbio real que “manda” nas importações e exportações. 
Se a taxa de câmbio real se elevar (desvalorizar), significa que houve desvalorização real da 
moeda nacional, e aumentarão as exportações, pois os produtos brasileiros ficarão mais 
baratos para o resto do mundo e, por isso, mais competitivos. 
Gabarito: Errado 
 
12. (2018/FCC/CL DF/Consultor Técnico Legislativo - Economista) 
Em seu sítio na internet, o Banco Central do Brasil publicou, com data de 14/06/2018, nota com 
o seguinte teor: 
O Banco Central reafirma que ofertará o total de US$ 24,5 bilhões em contratos de swap cambial 
entre os dias 08 e 15 de junho, conforme anunciado anteriormente. 
O BC continuará acompanhando as condições de mercado de câmbio e atuando para prover 
liquidez e contribuir para seu bom funcionamento. 
Da mesma forma, o BC e o Tesouro Nacional continuarão a atuar de forma coordenada no 
mercado de juros para prover liquidez e contribuir para seu bom funcionamento. 
Para a semana que vem, o BC estima oferecer montante em torno de US$ 10 bilhões em 
contratos de swaps. Esse montante poderá ser ajustado para cima ou para baixo, dependendo 
das condições de mercado. 
O Banco Central reafirma que não vê restrições para que o estoque de swaps cambiais exceda 
consideravelmente os volumes máximos atingidos no passado. 
Celso Natale
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31 
Com base nessa nota, pode-se considerar que o Banco Central 
a) atua em um modelo de câmbio fixo. 
b) tem claras restrições quantitativas à sua própria atuação no mercado cambial por meio de 
instrumentos alternativos à negociação à vista da moeda estrangeira. 
c) atua para corrigir oscilações que trazem insegurança ao mercado. 
d) entende que o mercado cambial brasileiro é suficientemente estável, sendo desnecessária a 
atenção às condições de mercado. 
e) permitirá que os agentes econômicos privados realizem, entre si, operações de swap 
cambial, ao que o Banco Central não colocará limite. 
Comentários: 
A mensagem é que o Banco Central irá intervir no mercado de câmbio diante de oscilações. O 
curioso é que se esse anúncio for recebido com credibilidade suficiente, o efeito desejado 
(controle da taxa de câmbio) ocorrerá mesmo antes que o BC precise comprar ou vender 
qualquer contrato de câmbio. 
Gabarito: “c” 
 
13. (2018/FGV/ALERO/Analista Legislativo - Economia) 
O regime de bandas cambiais é adotado em diversos países e é um instrumento importante 
para controle do câmbio pelo Banco Central (BC). Sobre o regime de bandas cambiais, assinale 
a afirmativa correta. 
a) O BC fica comprometido a comprar e a vender divisas a uma taxa pré-definida por ele mesmo. 
b) A taxa de câmbio se ajusta de modo a equilibrar o mercado de divisas, considerado de livre 
concorrência. 
c) A taxa de câmbio é livremente determinada pelo mercado, mas sua instabilidade é limitada 
pela intervenção do BC, o qual procura orientar os movimentos cambiais. 
d) É um regime flutuante quando a taxa estiver dentro de um intervalo definido e passa a um 
regime fixo, quando atinge os limites do intervalo. 
e) O BC corrige apenas o diferencial entre a taxa nominal de câmbioe a soma das taxas de 
inflação interna e externa. 
Comentários: 
No regime de bandas cambiais, o Banco Central determina um piso e um teto para a taxa de 
câmbio, permitindo que a ela varie dentro desse intervalo (a banda). Sendo assim, quando a taxa 
se aproxima do teto, por exemplo, o Banco Central entra vendendo moeda estrangeira. 
Na prática, o câmbio pode flutuar livremente dentro da banda, mas é fixo em seus limites. 
Gabarito: “d” 
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14. (2017/CEBRASPE-CESPE/CACD/Diplomata) 
Virtualmente, todos os grandes países estabeleceram um banco central como “emprestador de 
última instância” para reduzir a probabilidade de que uma falta de liquidez se torne uma crise 
de solvência. A prática levou à questão do papel de um “emprestador internacional de última 
instância” que pudesse auxiliar os países a estabilizar o valor das suas moedas e reduzir a 
probabilidade de sua forte desvalorização em consequência da falta de liquidez, que, por sua 
vez, poderia causar um grande número de falências. 
Charles Kindleberger. Manias, pânicos e crises. 6.ª ed. São Paulo: Saraiva. 
Tendo como referência inicial esse fragmento de texto, julgue o item a seguir, pertinente às 
funções e competências de um banco central. 
Dada a relação existente entre as políticas monetária e cambial, os efeitos da política monetária 
executada pelo banco central de um país dependem fundamentalmente do tipo de regime 
cambial adotado. Assim, em um sistema de taxas de câmbio flexíveis com mobilidade 
internacional de capital, a fixação da taxa de juros básica como instrumento para o objetivo de 
estabilizar preços é inalcançável. 
Comentários: 
A questão estaria correta se falasse no regime de câmbio fixo com mobilidade de capital, mas 
ela falou em câmbio flexível. 
Quando o câmbio é flexível (ou flutuante), o governo pode conduzir a política monetária de 
forma ativa, já que não precisa se preocupar em manter a taxa de câmbio em qualquer patamar. 
Gabarito: Errado 
 
15. (2018/IADES/APEX/Analista - Prospecção de Projetos) 
Os países adotam regimes cambiais em função das respectivas conjunturas econômicas e 
políticas de governo. O regime cambial adotado no Brasil desde 1999 é 
a) fixo ou administrado. 
b) bandas cambiais. 
c) crawling peg. 
d) flutuante puro (clean floating). 
e) flutuante administrado (dirty floating). 
Comentários: 
O regime de flutuação suja, ou flutuação administrada, é aquele no qual o Banco Central 
intervém pontualmente para evitar oscilações bruscas na taxa de câmbio, decorrentes de 
ataques especulativos. 
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Nesse caso, o câmbio flutua livremente enquanto o mercado experimenta estabilidade. O Banco 
Central entra comprando ou vendendo divisas estrangeiras apenas quando os movimentos 
cambiais podem desestabilizar a economia ou atrapalhar os objetivos econômicos. 
De fato, esse é o regime adotado no Brasil desde o abandono da âncora cambial (câmbio fixo), 
em 1999, assunto que aprofundamos em Economia Brasileira. 
Gabarito: “e” 
 
16. (2003/ESAF/RECEITA FEDERAL DO BRASIL/Auditor Fiscal) 
A formação de taxas cambiais leva em conta, a um tempo, as expectativas do mercado em 
relação ao equilíbrio de longo prazo das economias e fatores conjunturais que condicionam, no 
curto prazo, a oferta e demanda no mercado de moedas. A esse respeito, é correto afirmar: 
a) os regimes de câmbio fixo, mas ajustável, também conhecidos como "flutuação suja", 
proporcionou grande estabilidade ao sistema financeiro internacional no período entre as duas 
guerras mundiais. 
b) regimes de câmbio fixo implicam o compromisso do governo de converter sua moeda em 
outra a um preço pré-determinado. Nesse caso, o volume de reservas e o fluxo líquido de divisas 
são os principais responsáveis pela confiança que possa ter o mercado na estabilidade da 
moeda em questão. 
c) regimes de câmbio flutuante implicam a atribuição aos governos da responsabilidade de 
intervir no mercado de moedas, por meio da venda de títulos públicos e operações de mercado 
aberto, sempre que a variação de sua moeda em relação a outras aproximar-se de valores 
previamente estabelecidos. 
d) regimes de câmbio fixo implicam o compromisso de pelo menos dois governos de converter 
suas respectivas moedas, uma na outra, a um preço determinado pelas condições de mercado. 
Nesse caso, o volume de trocas e o influxo líquido de divisas são os principais responsáveis pela 
confiança que possa ter o mercado na estabilidade da moeda em questão. 
e) No sistema conhecido por currency board, o governo estabelece um órgão responsável por 
conduzir as desvalorizações programadas, correspondentes às necessidades de financiamento 
do setor público e à evolução das taxas de inflação. 
Comentários: 
Embora a alternativa “a” esteja fora do escopo da aula, o período entre as duas guerras mundiais 
contempla a grande depressão de 1930. Nenhum regime cambial seria capaz de prover 
estabilidade naquelas circunstâncias. 
Já a alternativa “b” está correta; sob regime de câmbio fixo, os agentes só ficarão seguros quanto 
à manutenção da taxa caso a autoridade monetária disponha de grandes reservas de divisas. Isso 
teve papel muito importante na implantação do Plano Real. 
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O câmbio flutuante não implica atribuição nenhuma ao governo, a não ser deixar a taxa ser 
determinada livremente pelo mercado. A descrição da alternativa “b” é compatível com um 
regime de bandas cambiais. 
O regime de câmbio fixo não implica o compromisso de dois governos, mas apenas de um, que 
deverá buscar a taxa determinado comprando e vendendo divisas. Por isso a alternativa “d” está 
errada. 
Por fim, o erro da alternativa “e” está em mencionar desvalorizações programas, necessidades 
de financiamento do setor público e evolução das taxas de inflação. Afinal, na prática, o Currency 
Board é um regime de câmbio fixo no qual o Governo não tem liberdade para variar sua taxa de 
câmbio, e a função de emissão de moeda não é do Banco Central. 
Gabarito: “b” 
 
17. (2002/CESPE/SENADO FEDERAL/Consultor Legislativo) 
Julgue o item em seguida. 
Em um regime de câmbio fixo, a quantidade de reservas internacionais possuídas pelo Banco 
Central do Brasil (BACEN) não afeta as expectativas dos agentes econômicos com relação a 
manutenção da estabilidade da taxa de câmbio. 
Comentários: 
Pelo contrário! Os agentes sabem que, caso as reservas internacionais estejam baixas, o Banco 
Central terá dificuldades para manter a taxa de câmbio fixa. Dessa forma, a previsibilidade 
proporcionada pelo regime de câmbio fixo fica prejudicada. 
Gabarito: Errado 
 
18. (2010/VUNESP/CEAGESP/Analista – Economia) 
O regime cambial em que é estabelecido um valor máximo e mínimo para a taxa de câmbio, e 
quando ela está entre estes dois valores flutua livremente, é denominado regime de 
a) bandas cambiais. 
b) câmbio flutuante. 
c) câmbio fixo. 
d) minidesvalorizações. 
e) maxidesvalorizações. 
Comentários: 
Questão conceitual: o regime que define um teto (valor máximo) e um piso (valor mínimo) para 
a taxa de câmbio define uma banda cambial na qual a taxa pode oscilar. 
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Gabarito: “a” 
 
19. (2014/VUNESP/DESENVOLVE/Economista) 
A política na qual o governo abre mão da política monetária no caso de perfeita mobilidade de 
capitais é a política de: 
a) metas inflacionárias. 
b) taxas de câmbio flutuantes. 
c) taxas de câmbio fixas. 
d) mini desvalorizações cambiais. 
e) bandas cambiais. 
Comentários:A mais importante entre as desvantagens do câmbio fixo é a perda da autonomia da política 
monetária. Por isso, a alternativa “a” é nosso gabarito. 
Se houver mobilidade de capitais, ou seja, se a moeda estrangeira puder entrar e sair do país 
sem grandes problemas, esse fluxo ocorrerá o tempo todo, e o Banco Central precisará comprar 
e vender moeda estrangeira o tempo todo. 
Portanto, sob câmbio fixo, o Banco Central perde a autonomia na condução da política 
monetária, que passa a ser passiva em relação ao mercado de câmbio. Perceba que essa 
desvantagem é relativizada pela capacidade que a âncora cambial tem de manter o nível de 
preços sob controle, mas a política monetária não serve apenas para isso. 
É interessante notar que também há certa perda de autonomia em “bandas cambiais” (letra “e”), 
mas diante da alternativa “c” e do termo “abre mão” no enunciado, nosso caminho fica mais claro. 
Gabarito: “c” 
 
20. (2007/CESPE/TCU/Auditor) 
Julgue o seguinte item. 
Sob o sistema de câmbio flexível, o governo obriga-se a modificar o câmbio de acordo com a 
paridade do poder de compra. 
Comentários: 
Nada disso. Essa definição combinaria com um crawling peg. 
No câmbio flexível, há justamente a ausência de compromissos relativos ao câmbio. 
Gabarito: Errado 
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21. (2007/CESPE/TCU/Auditor do Tribunal de Contas da União) 
Julgue o seguinte item. 
No regime de câmbio fixo, há maior estabilidade da taxa de câmbio real. 
Comentários: 
Não... no regime de câmbio fixo a taxa fixa é a nominal. A taxa de câmbio real poderá variar 
normalmente, de acordo com a relação entre os preços internos e externos (inflação no país e 
inflação no exterior). 
Gabarito: Errado 
 
22. (2007/CESPE/TCU/Auditor do Tribunal de Contas da União) 
Em um mundo onde o comércio entre países é cada vez mais intenso, o estudo da economia 
internacional é crucial para o entendimento das questões econômicas. Com relação a esse 
assunto, julgue os itens 
A fixação das taxas de câmbio reduz os riscos inerentes ao comércio internacional, porém, 
sacrifica a capacidade do Banco Central de utilizar políticas fiscais e monetárias para garantir a 
estabilidade econômica. 
Comentários: 
Essa questão foi considerada correta e não foi anulada! Perceba que como o Banco Central fica 
comprometido em manter a taxa de câmbio no patamar determinado, perde sua capacidade de 
utilizar a política monetária como instrumento de estabilidade econômica. Contudo, não é o 
Banco Central quem conduz a política fiscal! Eu sei que não é justo, mas é bom que você conheça 
esse tipo de questão. 
Gabarito: Certo 
 
23. (2007/CESPE/TCU/Auditor do Tribunal de Contas da União) 
Julgue o seguinte item. 
No regime de câmbio fixo, os bancos centrais ficam a postos para comprar e vender a própria 
moeda a um preço fixo, expresso em dólares (ou em outra moeda tomada como padrão). 
Comentários: 
Exatamente isso. Caso haja pressão de demanda pela moeda estrangeira, causando alta em seu 
preço, o Banco Central deve intervir ofertando essa moeda, a fim de manter o câmbio fixo. 
Gabarito: Certo 
 
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24. (2018/IADES/APEX/Analista - Prospecção de Projetos) 
A taxa de câmbio é uma medida de conversão entre moedas e depende de diversos fatores 
conjunturais e estruturais que influenciam a respetiva variação ao longo do tempo. Uma das 
consequências, para a economia do país, quando a moeda nacional está desvalorizada, é o 
a) aumento das importações. 
b) aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações de turismo. 
c) aumento de viagens dos residentes ao exterior. 
d) crescimento das sobretaxas aos produtos importados. 
e) impacto no crescimento da inflação. 
Comentários: 
A moeda nacional desvalorizada significa que “o dólar está caro”. Com isso, importações e 
viagens ao exterior ficam mais caras, desestimulando essas atividades, e tornando as alternativas 
“a” e “c” incorretas. 
O aumento do IOF ou o crescimento de sobretaxas não guarda relação direta com o câmbio, e 
é até mesmo contraproducente por parte do governo tomar essas iniciativas, o que torna as 
alternativas “b” e “d” também incorretas. 
Nosso gabarito, a letra “c”, está correta em afirmar que a inflação tende a crescer, pois, com 
menor concorrência dos produtos estrangeiros, pelos motivos explicados no começo destes 
comentários, os produtos domésticos têm mais liberdade para terem seus preços elevados. 
Gabarito: “e” 
 
25. (2018/VUNESP/IPSM SJC/Analista de Gestão Municipal – Economia) 
A taxa de câmbio de um país é o preço da moeda nacional em relação a uma moeda estrangeira, 
em geral o dólar. Em um contexto de câmbio flexível, se aumentada a entrada de capitais 
externos, 
a) a moeda nacional tende a se valorizar e a balança comercial tende a ter deficit. 
b) a moeda nacional tende a se desvalorizar e a pressionar a inflação. 
c) a moeda nacional tende a permanecer inalterada e as reservas internacionais tendem a 
aumentar. 
d) a moeda nacional irá se valorizar e o preço das commodities internacionais aumentarão. 
e) aumenta o risco de investimento no país. 
Comentários: 
Se aumenta a oferta de dólares, por exemplo, o preço cai. Se o preço cai, significa queda da taxa 
de câmbio, valorização da moeda nacional. Com câmbio flexível, essa valorização se efetiva, e 
isso nos deixa entre “a”, “d” e “e”. 
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A alternativa “a” é o gabarito, pois a moeda fortalecida favorece importações e desfavorece 
exportações, ou seja, tende a reduzir o saldo da balança comercial, embora eu considere dizer 
que “tende a ter déficit” um pouco exagerado. Afinal, e se houvesse, antes, um superávit enorme? 
Nesse caso, tenderia apenas a reduzir o superávit. 
A alternativa “b” está errada também por causa do estímulo às importações: com maior 
competição externa, os produtores nacionais tendem a segurar mais seus preços. 
Cabe ressaltar que a alternativa “e” está errada, mas não completamente. Uma das coisas que 
eleva o risco de investir em determinado país é instabilidade cambial, ou seja, se a moeda de um 
país oscila muito, os investidores consideram mais arriscado investir nesse país. Então, qualquer 
oscilação na moeda, mesmo que positiva, tende a aumentar o risco de investir no país, mesmo 
que de forma ínfima. Então, ainda bem que a alternativa “a” estava “mais certa”. 
Gabarito: “a” 
 
26. (2016/FCC/COPERGÁS/Economista) 
Considere a situação em que um país enfrenta desequilíbrios que levam a uma pressão de 
desvalorização da moeda local frente às moedas internacionais. Considere também que esse 
país tem uma economia aberta, com livre movimento de capitais, tendo implantada uma política 
de câmbio fixo. É correto afirmar que 
a) os desequilíbrios são ajustados rapidamente, uma vez que o regime cambial deixa de 
requerer intervenções do Banco Central. 
b) o Banco Central deve contar com moeda estrangeira em nível suficiente para enfrentar 
situações de excesso de demanda por esta. 
c) a autoridade deve atuar primeiramente sobre os efeitos da balança comercial, já que as 
movimentações financeiras internacionais são consideradas fora desse regime cambial. 
d) o Banco Central terá mais liberdade que no câmbio flutuante, pois não precisará comprar 
moeda estrangeira, quando a oferta desta é muito maior que a demanda. 
e) a intervenção da autoridade se dará por meio de banda cambial que terá variação diária, cuja 
efetividade é alcançada se a banda for determinada em parceria com os bancos centrais dos 
países vizinhos. 
Comentários: 
Em caso de excesso de demanda por moeda estrangeira, a taxa de câmbio tendea valorizar. 
Para manter o câmbio fixo estipulado, o Banco Central precisará atender a essa demanda 
excessiva, ofertando moeda estrangeira. Para isso, evidentemente, ele precisará possuir estoque 
de divisas suficiente, exatamente como afirmado na alternativa “b”. 
Gabarito: “b” 
 
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27. (2016/CEBRASPE-CESPE/TCE-SC/Auditor Fiscal de Controle Externo) 
Com relação aos instrumentos de política fiscal, monetária e cambial, julgue o item que se 
segue. 
No currency board, a quantidade de moeda em circulação passa a depender do montante 
líquido de divisas detido pelo país, eliminando, no nível doméstico, as funções clássicas do 
banco central. 
Comentários: 
Um conselho de moeda , ou currency board tem a função de trocar moeda nacional (que ele 
próprio emite) por moeda estrangeira a uma taxa fixa, e vice-versa. É um arranjo mais comum em 
países com baixa credibilidade. Para tanto, o país precisa ter reservas na exata proporção da 
moeda doméstica em circulação, e a adoção desse regime faz com que a moeda nacional seja 
apenas uma perfeita substituta da moeda estrangeira. 
Na prática, é um regime de câmbio fixo no qual o Governo não tem liberdade para variar sua 
taxa de câmbio, e o Banco Central perde sua função clássica de emissão de moeda. 
Gabarito: Certo 
 
28. (2014/VUNESP/SP-URBANISMO/Analista - Financeira e Orçamentária) 
Se a taxa de câmbio em 1.º de janeiro de 2015 é de R$ 2,00/US$, a inflação no Brasil no ano de 
2015 é 8%, enquanto a inflação do resto do mundo é 20%, a taxa de câmbio em 1.º de janeiro 
de 2016 que mantém a paridade de poder de compra de um ano antes é, aproximadamente. 
a) R$ 1,80/US$. 
b) R$ 2,00/US$. 
c) R$ 2,16/US$. 
d) R$ 2,40/US$. 
e) R$ 2,56/US$. 
Comentários: 
Essa questão tem alguns problemas técnicos, mas não é obscuro o que a banca “quis dizer”. 
Sendo assim, começamos definindo que em 1º de janeiro de 2015 o índice de preços nacional 
era de 100 enquanto o índice de preços internacional era de 50 (poderiam ser quaisquer 
números, desde que um fosse o dobro do outro). Dessa forma, os R$2 (100/50) compram a 
mesma quantidade de bens no Brasil ou no exterior. 
Em 2016, o índice de preços nacional passa a ser 108 por causa da inflação, enquanto no resto 
do mundo o índice passa a ser 60. Agora, a taxa de câmbio que mantém a paridade é 1,80 
(108/60). 
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40 
Perceba também que se a inflação internacional foi superior à inflação doméstica, só poderia 
haver valorização da taxa de câmbio, e assim apenas a letra “a” poderia ser o gabarito. 
Gabarito: “a” 
 
29. (2006/FCC/BNB/Economista) 
Os principais fatores a determinar o saldo da balança comercial são: o nível de renda da 
economia e do resto do mundo, a taxa de câmbio e os termos de troca. Sobre o assunto, é 
possível afirmar que: 
a) quanto mais valorizada a moeda nacional em relação às moedas estrangeiras, menor a 
competitividade dos produtos nacionais, e, portanto, maior o estímulo às exportações e o 
desestímulo às importações. 
b) quanto menor a renda do país, menor será a demanda por produtos importados; logo, piora 
o saldo da balança comercial. 
c) quanto menor a renda do resto do mundo, menor a demanda por produto do país, 
melhorando o saldo da balança comercial. 
d) quanto melhores os termos de troca, isto é, quanto mais caros forem os produtos exportados 
em relação aos produtos importados, melhor será o saldo da balança comercial. 
e) quanto mais desvalorizada a moeda nacional em relação às moedas estrangeiras, maior a 
competitividade dos produtos nacionais e, portanto, maior o desestímulo às exportações e o 
estímulo às importações. 
Comentários: 
O saldo da Balança Comercial é dado por X-M. Os termos de troca são dados por X/M. Dessa 
forma, quanto melhores forem os termos de troca, melhor será o saldo da balança comercial. 
Gabarito: “d” 
 
30. (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) 
Com referência aos planos econômicos adotados pelo Brasil após 1950 e às diversas estratégias 
de estabilização adotadas na economia brasileira, julgue o item a seguir. 
A melhora das exportações brasileiras após 1983 resultou das vantagens dos termos de troca, 
decorrentes do aumento do preço do petróleo e da redução dos preços das commodities no 
mercado internacional. 
Comentários: 
Apesar de ser, aparentemente, assunto de Economia Brasileira, basta saber que o Brasil é um 
grande exportador de commodities e importador de petróleo para concluir que tal movimento 
não pode trazer vantagens nos termos de troca. Pelo contrário. 
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41 
Gabarito: Errado 
 
31. (2014/CEBRASPE-CESPE/CACD/Diplomata) 
Acerca dos fluxos internacionais de bens e capital, dos regimes de câmbio e da relação câmbio-
juros, julgue (C ou E) o item a seguir. 
A política de desvalorização da moeda nacional, que cria a necessidade de mais unidades de 
moeda nacional para manter a equivalência com uma unidade de moeda estrangeira, resulta 
em aumento das exportações, diminuição das importações e proteção do mercado interno 
contra a competição externa. 
Comentários: 
Desvalorizar a moeda significa elevar a taxa de câmbio, ou seja, tornando necessário um volume 
maior de moeda nacional para adquirir a mesma quantidade de moeda estrangeira. Então, a 
primeira parte da questão está correta. Vejamos as demais afirmações: 
► aumento das exportações: verdade! Os exportadores brasileiros adoram quando o real 
perde valor. Afinal, eles vendem a dólar, mas pagam suas contas com reais. Para eles, é 
um ótimo negócio. 
► diminuição das importações: também é verdade. Afinal, fica mais “caro” importar, então 
as pessoas comprar menos produtos estrangeiros. 
► proteção do mercado interno contra a competição externa: é uma consequência do item 
anterior. Se fica mais difícil importar, as famílias e as empresas compram mais do mercado 
doméstico. 
Portanto, tudo perfeito nessa questão. 
Gabarito: Certo 
 
32. (2019/IADES/CACD/Diplomata) 
No que concerne a regimes de câmbio e a determinantes da política cambial, julgue o item a 
seguir. 
Ao alienar reservas em moeda estrangeira, o Banco Central reduz a oferta de moeda doméstica 
disponível. Na ausência de operações de esterilização compensatórias, essa transação poderia 
ter como resultado a depreciação da moeda doméstica. 
Comentários: 
Quando o BC aliena (vende) moeda estrangeira, ele diminui a oferta de moeda doméstica, até aí 
a questão já está certa. 
Afinal, ele está colocando moeda estrangeira no mercado e retirando reais da economia. E a 
quantidade de reais na economia é a própria oferta doméstica. 
Celso Natale
Aula 12
SEFAZ-CE - Economia - 2021 (Pós-Edital)
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189407943058525869 - Avelino Souza bezerra
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Contudo, essa operação aumenta a oferta de moeda estrangeira, e isso tende a apreciar a 
moeda doméstica. Afinal, os reais se tornam mais escassos e, portanto, mais valiosos. 
Na ausência de operações de esterilização, que poderia ser, por exemplo, algum tipo de política 
monetária expansionista, a apreciação da moeda doméstica é o resultado. 
Gabarito: Errado 
 
33. (2015/CEBRASPE-CESPE/CACD/Diplomata) 
Considerando que, ao se analisar a formação de preços no mercado cambial, constata-se a 
existência de dois tipos básicos e de diversos tipos intermediários de regimes cambiais, julgue 
(C ou E) o item a seguir. 
No sistema conhecido como crawling band, fixa-se uma faixa dentro da qual a cotação da 
moeda pode flutuar livremente; o piso e o teto não podem ser alterados durante todo o período 
em que o sistema for adotado. 
Comentários: 
A crawling band é uma

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