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Anna Victória T17 1 Antibióticos – Mecanismo de ação I ✓ Antibiótico: substância produzida naturalmente por microrganismos capaz de inibir ou destruir outros micro-organismos. ✓ Quimioterápico: substância sintética, com ação inibitória contra microrganismos, vírus ou células neoplásicas. ✓ Alexander Fleming descobriu o primeiro antibiótico em 1928, a penicilina. Ele cultivava colônias de bactérias e após alguns dias percebeu que na placa de Petri onde ele cultivava as bactérias havia uma área crescida que não era de bactérias e sim de um fungo do gênero penicillium, esse fungo inibiu o crescimento das bactérias. Resistência Bacteriana ✓ Grave problema ✓ As bactérias ao longo dos anos desenvolveram quatro mecanismos para destruir/inibir a atividade farmacológica dos medicamentos. Mecanismos de resistência bacteriana: 1. Produção de enzimas que destroem os antibióticos - as beta-lactamases são produzidas pelas bactérias (por vários gêneros de bactérias) e elas destroem os beta-lactâmicos. 2. Alteração do alvo farmacológico – os medicamentos apresentam um alvo para poder fazer efeito, então as bactérias conseguem mudar o alvo e assim o fármaco não consegue se ligar ao seu alvo específico para ter seu efeito farmacológico. 3. Alteração da permeabilidade da membrana plasmática 4. Bomba de efluxo – o fármaco consegue atravessar a membrana/parede, mas a bactéria consegue expulsá-lo. Agentes antibacterianos ✓ São fármacos prescritos para tratar infecções causadas por bactérias, nessas infecções aparecem sinais importantes como a febre, presença de substância purulenta (pus)... A terapia antimicrobiana é justificada para determinado paciente? ✓ Um agente antimicrobiano está indicado com base nas manifestações clínicas? Ou é prudente aguardar até que essas manifestações se evidenciem? ✓ Amostras clínicas apropriadas foram obtidas para estabelecer um diagnóstico microbiológico? ✓ Quais são os prováveis agentes etiológicos para a doença do paciente? Perguntas adicionais após identificação da etiologia ✓ Um agente ou uma combinação de agentes se faz necessária? ✓ Quais são a dose ótima, a via de administração e a duração da terapia? ✓ Quais medidas auxiliares podem ser realizadas para a infecção? Terapia antimicrobiana empírica – escolha do agente antimicrobiano Fatores do hospedeiro ✓ Estados patológicos concomitantes (p.ex, Aids) ou uso de medicamentos imunossupressores em pacientes que apresentam doenças autoimunes Anna Victória T17 2 ✓ Efeitos medicamentosos adversos prévios (muitos pacientes já possuem alergia ao fármaco) ✓ Eliminação ou destoxificação prejudicada do fármaco (paciente com problema renal) ✓ Idade do paciente ✓ Gravidez ✓ Exposição epidemiológica Fatores farmacológicos ✓ A cinética de absorção, distribuição e eliminação; ✓ A capacidade do fármaco de ser liberado no sítio da infecção; ✓ A toxicidade potencial do agente ✓ As interações farmacocinéticas ou farmacodinâmicas com outros fármacos Farmacodinâmica antimicrobiana Bacteriostática: esses medicamentos bloqueiam/inibem o crescimento bacteriano. ✓ Sulfonamidas ✓ Tetraciclinas ✓ Cloranfenicol ✓ Macrolídeos Bactericida: esses medicamentos acabam matando a bactéria por diversos mecanismos. ✓ Penicilinas ✓ Cefalosporinas ✓ Vancomicina ✓ Aminoglicosídeos ✓ Polipeptídicos ✓ Quinolonas ✓ Rifampicina Prescrição: ✓ Deve-se prescrever um fármaco bactericida com outro bactericida = efeito sinérgico (potenciação) ✓ Fármaco bacteriostático + fármaco bactericida = antagonismo farmacológico, um vai reduzir o efeito do outro, ou seja, é errado prescrever dessa forma. Bactericida ✓ Estreito ou pequeno espectro ✓ Amplo espectro Bacteriostático ✓ Estreito ou pequeno espectro ✓ Amplo espectro Anna Victória T17 3 Fatores que interferem na ação do antimicrobiano ✓ Fatores farmacocinéticos (absorção, distribuição, metabolismo, excreção) ✓ Concentração no local de infecção ✓ Concentração inibitória mínima do patógeno ✓ Efeitos farmacodinâmicos (eliminação tempo-dependente, eliminação concentração- dependente, efeito pós-antibiótico) Fatores que contribuem para o insucesso da antibioticoterapia ✓ Escolha incorreta do antibiótico; ✓ Resistência farmacológica; ✓ Falha no calcula da dosagem; ✓ Vascularização ou fluxo reduzido; ✓ Falta de adesão do tratamento pelo paciente; ✓ Custo do tratamento... Mecanismos básicos de ação dos antibióticos ✓ Fármacos que atuam bloqueando a síntese da parede celular - na parede celular existe um constituinte peculiar muito importante das bactérias que é o peptideoglicano (dá forma, rigidez para a parede celular e evita que aconteça pressão osmótica e posterior morte da bactéria). ➢ Peptideoglicano dá resistência à parede celular, mantendo seu formato e integridade. ✓ Fármacos que atuam na membrana celular; ✓ Fármacos que bloqueiam a formação do DNA; ✓ Fármacos que bloqueiam a via do metabolismo metabólico das bactérias; ✓ Fármacos que bloqueiam a produção de proteínas. Antibióticos Beta-lactâmicos ✓ Penicilinas ✓ Cefalosporinas ✓ Monobactâmicos ✓ Inibidores da beta-lactamase ✓ Carbapenéns ➢ Esses grupos compartilham o mesmo mecanismo de ação, pois todos eles possuem o anel Beta-lactâmico. ➢ Mecanismo de ação: bloqueio da síntese da parede celular/inibição da formação da parede celular. ➢ O que difere entre eles é o espectro de atividade, quais microrganismos que vão ter atividade, características farmacocinéticas... Composição da parede celular ✓ O peptideoglicano é constituído de subunidades de repetição, essas repetições são subunidades de amino-açucares, ácido N-acetilmurâmico (NAM) e N-acetilglicosamina (NAG). Sempre alternando ✓ A produção dos aminos-açucares acontece dentro da própria bactéria; ✓ Existe uma cadeia peptídica que é responsável pela ligação dos “esqueletos de carboidratos” ✓ Existe enzimas que são chamadas de transpeptidases (“Proteínas ligadoras de penicilina”) ela é responsável por ligar uma cadeia do carboidrato com a outra. Anna Victória T17 4 Mecanismo de ação: os Beta-lactâmicos se ligam às PBPs (“proteínas ligadoras de penicilina”), também chamadas de transpeptidases, impedindo as ligações cruzadas da parede (estas ligações são responsáveis pelo processo de rigidez da parede celular. Penicilinas ✓ Naturais – penicilina G e penicilina V ✓ Espectro ampliado – amoxicilina ✓ Antiestafilocócicas – penicilinas resistentes a beta-lactamases (enzima produzida pela própria bactéria para destruir os beta-lactâmicos) Penicilina G (BEZENTACIL) ✓ Infecções por estreptococos (Endocardite) ✓ Sífilis congênita; ✓ Febre reumática ✓ Bacilos gram +: Clostridium, Treponema pallidum ✓ Penicilina V ✓ Indicada para infecções menores ✓ Baixa biodisponibilidade ✓ Espectro bacteriano estreito Penicilinas resistentes à Beta-lactamase estafilocócica ✓ Estafilococos produtores de Beta-lactamase; ✓ Estreptococos e pneumococos; Representantes Oxacilina e a Nafcilina, são os fármacos de escolha para infecções estafilocócica sistêmicas. Penicilinas de espectro ampliado ✓ Ampicilina (IV): infecções enterocócicas invasivas e da meningite por Listeria; ✓ Amoxicilina (VO): infecções otorrinolaringológicas não complicadas, terapia de combinação para o tratamento de H. pilory. Reações adversas a penicilinas ✓ Náusea, vômito, diarreia (pois essas medicações também atuam nas bactérias que auxiliam o processo digestivo) ✓ Choque anafilático Cefalosporinas Mecanismo de ação: bloqueio da transpeptidase, ou seja, das proteínas ligadoras de penicilina e não formação da parede celular. Modificações em R1 ✓ Espectro de ação ✓ Estabilidade às-Beta-lactamases Anna Victória T17 5 Modificações em R2 ✓ Aumento da meia-vida farmacológica Cefalosporinas – características gerais✓ São fármacos bactericidas; ✓ Beta-lactâmicos semissintéticos; (todas) ✓ Mais resistentes as Beta-lactamases; ✓ Atualmente 5 gerações Cefalosporinas de primeira geração ✓ Infecção urinária não complicada; ✓ Infecções de pele e subcutâneo (estafilocóccicas); ✓ Profilaxia cirúrgica (cefazolina); ✓ São muito ativos contra cocos gram positivos ✓ Cefadroxila, cefalexina (pode ser prescrito para gestantes), cefradina (vo), cefazolina (iv) para profilaxia cirúrgica. Cefalosporinas de segunda geração ✓ Infecções respiratórias (faringoamigdalite, otite média aguda, sinusite aguda, pneumonia comunitária) ✓ Infecções de pele e subcutâneo; ✓ São ativas contra microrganismos inibidos pela primeira geração, ou seja, conseguem inibir as de primeira geração e possuem uma cobertura mais ampliada para organismos gram negativos. ✓ Casos refratários – pneumococo penicilino-resistente (resistência intermediária) – Cefuroxima, Cefprozil. ✓ Cefaclor, axetilcefuroxima, cefprozila (vo), cefoxitina, cefuroxima (iv). ✓ A cefuroxima consegue atravessar a barreira hematoencefálica e pode ser utilizada para o tratamento de meningite. Cefalosporina de terceira geração ✓ Maior cobertura ampliada contra organismos gram-negativos ✓ Meningite: H. influenzae, S. pneumoniae, N. meningitidis. ✓ Terapia empírica da sepse (pacientes imunocomprometidos e imunodeprimidos) ✓ Ceftriaxona, cefotaxima, ceftazidima (iv). Cefalosporina de quarta geração ✓ P. aeruginosa, Enterobacteriaceae, S. aureus e S. pneumoniae. ✓ Altamente ativa contra Haemophilus sp. e Neisseria sp. ✓ Mostra-se útil no tratamento das infecções causadas por Enterobacter. ✓ Cefepima (iv) Cefalosporinas de quinta geração ✓ Tratamento de infecções da pele e dos tecidos moles e pneumonia adquirida na comunidade ✓ Espectro extremamente ampliado, principalmente para gram negativos Anna Victória T17 6 ✓ Uso em ambiente hospitalar ✓ Ceftobiprole, Ceftaroline (iv) Efeitos colaterais - cefalosporinas ✓ Alergias ✓ Toxicidades: nefrite intersticial, necrose tubular Outros fármacos Beta-lactâmicos Monobactâmicos – aztreonam ✓ Seu espectro de atividade limita-se a bastonetes Gram-negativos aeróbios (inclusive P. aeruginosa) ✓ Limitado uso clínico → pacientes com anafilaxia à penicilina e tratamento de infecções graves como meningite, sepse e pneumonia. Inibidores da Beta-lactamase ✓ Penicilinas: amoxicilina, ampicilina, ticarcilina, piperacilina + inibidores das Beta-lactamases (grupo 2) clavulanato, sulbactam ou tazobactam. ✓ Quando associados a penicilina, vão se ligar a B-lactamase, evitando que elas destruam os B-lactâmicos → protegem a penicilina contra a atividade das B-lactamases. Carbapenêmicos ✓ B-Lactâmicos com maior espectro de ação → gram-negativos, gram-positivos e organismos anaeróbios. ✓ Gram-negativos: Meningococo, Gonococo, Enterobactereaceae (E. coli, K. pneumoniae, Salmonella, Shigella, Proteus). Algumas cepas de Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter. ✓ Gram-positivos: Pneumococos, incluindo as cepas altamente resistentes à penicilina, estreptococos, estafilococos produtores de penicilinase, Listeria. ✓ Anaeróbios: Bacterioides fragilis. Reações adversas ✓ Náuseas, vômitos e diarreia → infusões rápidas da droga. ✓ Rash cutâneo ✓ Febre ✓ Anafilaxia ✓ Imipenem → Leucopenia e plaquetopenia, maior neurotoxicidade e redução do limiar de convulsão. ✓ Meropenem → Eosinofilia e trombocitose. Antibióticos glicopeptídicos ✓ Ligam-se ao dipeptídeo terminal (D-alanina/D-alanina), dos precursores do peptideoglicano impedindo a formação das ligações cruzadas. Atua na fase final da formação do peptideoglicano, bloqueando as transglicosilases (responsável pela extensão da parede celular) Anna Victória T17 7 Vancomicina ✓ Sepse ou endocardite causadas por estafilococos resistentes à meticilina. ✓ Vancomicina + gentamicina → endocardite enterocócica com grave alergia à penicilina; ✓ Com Ceftriaxona → meningite causada por pneumococos ✓ Amplamente utilizada no ambiente hospitalar. ✓ Síndrome do homem vermelho → Reação mais importante da vancomicina, onde acontece a exacerbação da produção de histamina deixando a região da face vermelha (principalmente o pescoço). Demais glicopeptídeos ✓ Teiclopanina (IM-IV) → 45 a 70h ✓ Telavancina – lipoglicopeptídeo - 8h ✓ Dalbavancina → lipoglicopeptídeo → inativo contra Enterococos – 6 a 11 dias. Outros agentes ativos contra a parede celular da membrana Daptomicina ✓ É ativa contra cepas de Enterococos e S. aureus resistentes à vancomicina. ✓ Atua na membrana.
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