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Introdução Os hormônios adrenocorticais são aqueles hormônios esteroides derivados de colesterol produzidos e secretados pela glândula adrenal (na sua porção cortical). Os hormônios adrenocorticais ligam-se a proteínas plasmáticas. O cortisol se liga especialmente à globulina ligadora de cortisol ou à albumina. Essa ligação do cortisol com as proteínas faz com esse hormônio seja eliminado com menor velocidade e tem meia- vida mais longa. Apenas uma parte da aldosterona combina-se com uma proteína plasmática e, por isso, possui uma meia-vida mais curta. A aldosterona é transportada pelos líquidos do compartimento extracelular na forma combinada ou livre. A ligação dos esteroides adrenais às proteínas plasmáticas pode servir como reservatório para diminuir as rápidas flutuações nas concentrações de hormônios livres. Ainda, os hormônios adrenocorticais são metabolizados pelo fígado e conjugados, formando, especialmente, ácido glicurônico e, em menor parte, sulfatos. Esses conjugados podem excretados na bile (25%) ou na urina. As glândulas adrenais localizam-se nos polos superiores dos rins e são compostas por duas partes: Medula adrenal: relacionada ao SN simpático, secreta cataceolaminas (epinefrina e norepinefrina). Córtex adrenal: secreta corticoesteroides. o Zona Glomerulosa: síntese de aldosterona (presença da enzima aldosterona sintase). Secreção regulada pelas concentrações extracelulares de angiotensina II e de potássio. o Zona Fasciculada: cortisol, corticosteona e androgênios e estrogênios. Secreção ocorre quando a adeno-hipófise secreta ACTH, uma vez estimulada pelo hormônio hipotalâmico CRH. o Eixo hipotálamo-hipófise-adrenais o Zona reticular: secreta androgênios (desidroepiandoresterona [DHEA] e androstenediona) e pequenas quantidades de estrogênios e alguns glicocorticoides. Secreção também regulada pelo ACTH, assim como pelo hormônio estimulantes do androgênio cortical liberado pela hipófise. ▪ DHEA liga-se à albumina e a outras globulinas com baixa afinidade e é excretado facilmente na urina. ▪ DHEAS é a versão do DHEA sulfatada que tem mais afinidade com albumina e, por isso, tem meia-vida maior. Corticoesteroides: mineralocorticoides, glicocortidcoides e androgênios Os mineralocorticoides receberam este nome porque afetam, especificamente, os eletrólitos (os “minerais”) dos líquidos extracelulares, sobretudo sódio e potássio. Os glicocorticoides têm este nome por seus importantes efeitos que aumentam a concentração sanguínea de glicose. Apresentam efeitos adicionais nos metabolismos proteico e lipídico que são tão importantes para a função corporal quanto seus efeitos no metabolismo dos carboidratos. Mais de 30 esteroides foram isolados do córtex adrenal, mas dois deles apresentam excepcional importância para a função endócrina normal do corpo humano: a aldosterona, que é o principal mineralocorticoide, e o cortisol, o principal glicocorticoide. Aldosterona Principal mineralocorticoide Meia-vida curta por ter baixa afinidade com proteínas ligadoras de corticoesteroires. Inativada pelo fígado (conjugação) e excretada pelos rins. Aumenta a reabsorção tubular renal de sódio e a secreção de potássio → aumenta a volemia e da PA. Estimula o transporte de sódio e potássio nas glândulas sudoríparas e salivares e nos enterócitos → reabsorção de cloreto de sódio e secreção de potássio Secreção interrompida: choque circulatório (hipovolemia), hipercalemia e toxicidade cardíaca. Secreção exagerada: hipocalemia, fraqueza muscular, alcalose metabólica (troca de hidrogênio por potássio nas células intercaladas), hipervolemia e hipertensão arterial, mas sem grandes efeitos nos níveis de sódio (natriurese de pressão e diurese de pressão → escape de aldosterona). Aldosterona se difunde pela membrana celular das células-alvo e, no citoplasma, se combina ao receptor de mineralocorticoides (MR) altamente específico. O complexo formado se difunde para o núcleo, atuando como fator de transcrição para as porções do DNA envolvidas no processo de transporte de sódio e potássio. O mRNA produzido difunde-se para o citoplasma e provoca a produção de proteína como sódio- potássio-ATPase e ENaC. Pode ter efeitos não genômicos ao se ligar a receptores de membrana e atuar através de segundos mensageiros. A aldosterona aumenta a formação de cAMP nas células musculares lisas vasculares e nas células epiteliais dos túbulos renais. Regulação: o Estímulos: elevação da concentração de íons potássio e de angiotensina II. O ACTH é necessário, mas tem pouco efeito sobre o controle. o A elevação da concentração de íons sódio reduz muito pouco a secreção. Cortisol Principal glicocorticoide Transportado pelo sangue predominantemente ligado à globulina ligadora de corticoesteroide (CBG), podendo se ligar à albumina também Estimula gliconeogênese o Aumenta as enzimas necessárias o Mobiliza aminoácidos o Antagoniza a insulina Reduz a utilização celular de glicose o Reduz a translocação de GLUT4 o Resistência insulínica Hiperglicemiante e “diabetes adrenal” o Estimula a gliconeogênese, mas inibe os efeitos da insulina Redução das proteínas celulares em tecidos extra-hepáticos Aumento dos aminoácidos sanguíneos, redução do transporte de aminoácidos para as células extra-hepáticas e elevação do transporte para células hepáticas. Mobilização de ácidos graxos Estimula síntese de eritropoetina (EPO), podendo causar anemia em casos de falta de cortisol e policitemia em casos de excesso. O cortisol é importante na resistência ao estresse e à inflamação o Envolvido em processos de redução da permeabilidade sanguínea e estabilização de lisossomos e citocinas. Receptor intracelular nas células-alvo. Complexo formado tem efeitos genômicos (de estimular ou reprimir a transcrição gênica). o Apesar de os receptores MR das células epiteliais do túbulo renal também terem alta afinidade com cortisol, a enzima 11b-HSD2 normalmente converte a maior parte do cortisol em cortisona, que não se liga prontamente aos receptores MR. Regulação: o Estímulos: ACTH (controlado pelo CRH e pelo estresse) ao se ligar no receptor melanocortina 2 (MC2R) nas células da zona fasciculada do córtex adrenal. o Cortisol: mecanismo de feedback negativo direto no hipotálamo e na hipófise anterior. o Degradado no fígado (conjugação com glicuronida ou sulfato). o Enzima 11b-HSD2 inativa cortisol ao convertê-lo em cortisona e 11b-HSD1 reativa cortisona em cortisol nos tecidos que expressam o receptor glicocorticoide (GR). Ritmo circadiano: As intensidades secretoras do FLC, do ACTH e do cortisol são altas no início da manhã, mas baixas no final da noite. Aldosterona e cortisol Doença de addison Decorrente de insuficiência adrenocortical. Sintomas: hipotensão, hiperpigmentação, fraqueza muscular, anorexia, hipoglicemia e acidose hipercaliêmica. Síndrome de Cushing Nome atribuído a qualquer doença que tenha como base a hipercotisolemia. Sintomas: distribuição centrípeta de gordura, perda muscular, fraqueza dos músculos proximais, pele fina com estrias abdominais, resistência à insulina e policitemia.
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