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INTENSIVO II – Direito Constitucional – Marcelo Novelino – Aula 05 – Anotação de aula feita pela monitora Luciana Prol INTENSIVO II Disciplina: Direito Constitucional Prof. Marcelo Novelino Aula 05 MATERIAL DE APOIO – MONITORIA Índice 1. Anotações de aula 2. Julgados: 2.1. Reclamação 511 2.2. Inquérito 2295 2.3. Ação penal 396 2.4. Ação penal 602 2.5. RE 463.671-Agr 2.6. Inquérito 2273 2.7. AI 401.600 2.8. Inquérito 1247 2.9. ADI 558 3. Simulados: ANOTAÇÕES DE AULA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES (continuação) Poder Legislativo 2) Garantias do poder legislativo: 2.2. Deputados Federais/Senadores 2.2.1. Foro por prerrogativa de função: Art. 53, § 1º, CF. Art. 102, I, b, CF. Abrange inclusive os crimes dolosos contra a vida, os delitos eleitorais e as contravenções penais. Reclamação 511. Critério da especialidade. Crimes de responsabilidade – deputados e senadores não praticam crime de responsabilidade. A única hipótese prevista na CF de crime de responsabilidade praticado por membro do poder legislativo é no caso do presidente da câmara municipal. Art. 29-A, §3º, CF. O IP instaurado para investigar deputado ou senador deve tramitar perante o STF independentemente de qualquer autorização do parlamento. Em princípio uma interceptação telefônica que não é feita contra um parlamentar pode ser determinada pelo órgão judicial competente, no entanto a partir do momento em que for verificada a participação de um parlamentar imediatamente o inquérito policial deverá passar a tramitar perante o STF. INTENSIVO II – Direito Constitucional – Marcelo Novelino – Aula 05 – Anotação de aula feita pela monitora Luciana Prol Exceções: mesmo após o fim do mandato o STF permanece como órgão competente: 1) quando o julgamento for iniciado antes do término do mandato. Inq 2295. 2) quando a renuncia ocorrer com “abuso de direito”. Ação penal 396. Exceção da verdade deduzida contra pessoa que dispo de prerrogativa de foro. O entendimento que o STF adota é o seguinte: em regra, a exceção da verdade é admitida, processada e julgada pelo mesmo órgão jurisdicional. No entanto quando deduzida contra autoridade com prerrogativa de foro no STF, caberá a este realizar apenas o julgamento. Ação penal 602. Toda pare de dilação probatória ocorre na instância ordinária. Vide súmula 704, STF. 2.2.2. Imunidades materiais (“freedom of speech” ou inviolabilidade): Art. 53, caput, CF. Inviolabilidade civil (EC 35/2001) e penal. Na doutrina alguns autores sustentam que os parlamentares teriam inviolabilidade administrativa e também inviolabilidade política. (Alexandre de Moraes e Kildare Carvalho). Há duas distinções de tratamento dado pelo STF a inviolabilidade dentro do parlamento e fora do parlamento. Dentro do parlamento: nesta hipótese a inviolabilidade independe de conexão das palavras ou opiniões com a função parlamentar. Não cabe questionar se há ou não conexão. Eventuais abusos deveram ser coibidos pela respectiva casa. RE 463.671-Agr. Inquérito 2295. Natureza jurídica: causa excludente de tipicidade. Inquérito 2273. Quando proferidas fora do parlamento, as palavras e opiniões devem guardar relação com o exercício da função parlamentar. A inviolabilidade se estende à divulgação do fato na imprensa. AI 401.600 A resposta imediata contra a injuria perpetrada por parlamentar também deve ficar imune. Inquérito 1247. 2.2.3. Imunidade formal ou incoercibilidade pessoal relativa. “Freedom from arrest” Imunidade em relação a prisão (cautelar). Sumula 245, STF. Art. 53, §2º, CF. maioria absoluta = maioria dos membros. Segundo o STF a prisão mencionada no dispositivo é apenas a cautelar e não aquela decorrente de condenação definitiva. Art. 55, VI e §2º, CF. A perda do mandato seria uma conseqüência automática da condenação ou depende de deliberação da respectiva casa? Não é automática a perda do mandato é decidida pela respetiva casa. Art. 55, §3º, CF. Perda automática do mandato. Imunidade em relação ao processo. Até 2001 vigorava o princípio da improcessabilidade, ou seja, para que um parlamentar fosse processado perante o STF se houvesse autorização da respectiva casa. A partir da EC 35/2001 foi adotado o princípio da processabilidade. Hoje o PGR faz a denúncia perante o STF e quando este recebe a denúncia, dá ciência à respectiva casa do parlamentar. Partido político que tenha representação no congresso e poderá suscitar a sustação do processo. Art. 53, §§ 3º a 5º, CF. A suspensão so pode ocorrer no caso de crimes praticados após a diplomação e na mesma legislatura. AC 700-Agr. 2.3. Deputados Estaduais: Art. 27, §1º, CF. O STF interpreta essas imunidades de forma a abranger a imunidade formal e o foro por prerrogativa de função. Princípio constitucional extensível. Todo o tratamento dado aos deputados federais e senados deve ser aplicado aos deputados estaduais. Será que a CE pode dar um tratamento diferente aos deputados estudais ampliando ou restringindo imunidades? Segundo o STF o tratamento conferido aos deputados federais aplica-se de forma INTENSIVO II – Direito Constitucional – Marcelo Novelino – Aula 05 – Anotação de aula feita pela monitora Luciana Prol integral e imediata aos deputados estaduais. A CE deve dar tratamento idêntico da CF. A regra da CF é aplicada de forma imediata mesmo se a CE conferir um tratamento diferente à matéria. Competência: TJ. Súmula 721 do STF. Nos crimes dolosos contra vida: CF – tribunal do júri X CE – tribunal de justiça. Aplicação de critério hierárquico. No caso dos deputados estaduais a prerrogativa de foro não é estabelecida exclusivamente pela constituição estadual (Art. 27, §1º, CF). Não se aplica portanto a súmula 721 do STF. Reclamação 7936-MC. Crimes eleitorais – TRE Crimes praticados contra bens, serviços ou interesses da União, autarquia ou empresa pública federal – competência do TRF. 2.4. Vereadores: Art. 29, VIII, CF. � Imunidade material. ADI 558. � “Circunscrição do município” seriam os limites territoriais do município. (Gilmar Mendes e José Afonso da Silva). HC 74.201. � Imunidade formal. Segundo o STF as constituições estaduais e leis orgânicas municipais não podem estender a imunidade formal para os vereadores. � Prerrogativa de foro – segundo o entendimento do STF poderá ser estabelecida pela Constituição estadual. RHC 80.477. � Crime doloso contra a vida. Aplicação da súmula 721 do STF. ____________________________________________________________________________________ 2. JULGADOS: 2.1. Reclamação 511 EMENTA: RECLAMAÇÃO - QUEBRA DE SIGILO BANCARIO DE MEMBROS DO CONGRESSO NACIONAL - MEDIDA DECRETADA POR TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL (TRE) NO ÂMBITO DO INQUERITO POLICIAL INSTAURADO CONTRA DEPUTADOS FEDERAIS PARA APURAÇÃO DE CRIME ELEITORAL - IMPOSSIBILIDADE - USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA PENAL ORIGINARIA DO STF - RECLAMAÇÃO JULGADA PROCEDENTE O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, SENDO O JUIZ NATURAL DOS MEMBROS DO CONGRESSO NACIONAL NOS PROCESSOS PENAIS CONDENATORIOS, E O ÚNICO ÓRGÃO JUDICIARIO COMPETENTE PARA ORDENAR, NO QUE SE REFERE A APURAÇÃO DE SUPOSTOS CRIMES ELEITORAIS ATRIBUIDOS A PARLAMENTARES FEDERAIS, TODA E QUALQUER PROVIDENCIA NECESSARIA A OBTENÇÃO DE DADOS PROBATORIOS ESSENCIAIS A DEMONSTRAÇÃO DE ALEGADA PRATICA DELITUOSA, INCLUSIVE A DECRETAÇÃO DA QUEBRA DE SIGILO BANCARIO DOS CONGRESSISTAS. A JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL FIRMOU-SE NO SENTIDO DE DEFINIR A LOCUÇÃO CONSTITUCIONAL "CRIMES COMUNS" COMO EXPRESSAO ABRANGENTE A TODAS AS MODALIDADES DE INFRAÇÕES PENAIS, ESTENDENDO-SE AOS DELITOS ELEITORAIS E ALCANCANDO, ATÉ MESMO, AS PROPRIAS CONTRAVENÇÕES PENAIS. PRECEDENTES. A GARANTIA DA IMUNIDADE PARLAMENTAR EM SENTIDO FORMAL NÃO IMPEDE A INSTAURAÇÃO DO INQUERITO POLICIAL CONTRA MEMBRO DO PODER LEGISLATIVO, QUE ESTA SUJEITO, EM CONSEQUENCIA - E INDEPENDENTEMENTE DE QUALQUER LICENCA CONGRESSIONAL -, AOS ATOS DE INVESTIGAÇÃO CRIMINALPROMOVIDOSPELA POLICIA JUDICIÁRIA, DESDE QUE ESSAS MEDIDAS PRE- PROCESSUAIS DE PERSECUÇÃO PENAL SEJAM ADOTADAS NO ÂMBITO DE PROCEDIMENTO INTENSIVO II – Direito Constitucional – Marcelo Novelino – Aula 05 – Anotação de aula feita pela monitora Luciana Prol INVESTIGATORIO EM CURSO PERANTE ÓRGÃO JUDICIARIO COMPETENTE: O STF, NO CASO DE OS INVESTIGANDOS SEREM CONGRESSISTAS (CF, ART. 102, I, B). INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL (LC N. 64/90, ART. 22). NATUREZA JURÍDICA. PROCEDIMENTO DESTITUIDO DE NATUREZA CRIMINAL. COMPETÊNCIA JURISDICIONAL: JUSTIÇA ELEITORAL, MESMO TRATANDO-SE DE DEPUTADOS FEDERAIS E SENADORES. PRECEDENTE. 2.2. Inquérito 2295 EMENTA Inquérito. Deputado Federal. Julgamento iniciado. Término do mandato eletivo. Prosseguimento nesta Suprema Corte. Arquivamento. Imunidade parlamentar reconhecida. Precedentes. 1. Uma vez iniciado o julgamento de Parlamentar nesta Suprema Corte, a superveniência do término do mandato eletivo não desloca a competência para outra instância. 2. Nos termos do parecer do Ministério Público Federal, as circunstâncias dos autos revelam a presença da necessária conexão entre os fatos relatados no inquérito e a condição de parlamentar do investigado, a ensejar o reconhecimento da imunidade material (art. 53 da Constituição Federal). 3. Inquérito arquivado. 2.3. Ação penal 396 EMENTA: QUESTÃO DE ORDEM NA AÇÃO PENAL. DEPUTADO FEDERAL. RENÚNCIA AO MANDATO. ABUSO DE DIREITO: RECONHECIMENTO DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA CONTINUIDADE DO JULGAMENTO DA PRESENTE AÇÃO PENAL. DENÚNCIA. CRIMES DE PECULATO E DE QUADRILHA. ALEGAÇÕES DE NULIDADE DA AÇÃO PENAL, DE INVESTIGAÇÃO PROMOVIDA POR ÓRGÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE PRIMEIRO GRAU, DE OFENSA AO PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL, DE CRIME POLÍTICO, DE INÉPCIA DA DENÚNCIA, DE CONEXÃO E DE CONTINÊNCIA: VÍCIOS NÃO CARACTERIZADOS. PRELIMINARES REJEITADAS. PRECEDENTES. CONFIGURAÇÃO DOS CRIMES DE PECULATO E DE QUADRILHA. AÇÃO PENAL JULGADA PROCEDENTE. 1. Renúncia de mandato: ato legítimo. Não se presta, porém, a ser utilizada como subterfúgio para deslocamento de competências constitucionalmente definidas, que não podem ser objeto de escolha pessoal. Impossibilidade de ser aproveitada como expediente para impedir o julgamento em tempo à absolvição ou à condenação e, neste caso, à definição de penas. 2. No caso, a renúncia do mandato foi apresentada à Casa Legislativa em 27 de outubro de 2010, véspera do julgamento da presente ação penal pelo Plenário do Supremo Tribunal: pretensões nitidamente incompatíveis com os princípios e as regras constitucionais porque exclui a aplicação da regra de competência deste Supremo Tribunal. 3. É firme a jurisprudência do Supremo Tribunal de que o Ministério Público pode oferecer denúncia com base em elementos de informação obtidos em inquéritos civis, instaurados para a apuração de ilícitos civis e administrativos, no curso dos quais se vislumbre suposta prática de ilícitos penais. Precedentes. 4. O processo e o julgamento de causas de natureza civil não estão inscritas no texto constitucional, mesmo quando instauradas contra Deputado Estadual ou contra qualquer autoridade, que, em matéria penal, dispõem de prerrogativa de foro. 5. O inquérito civil instaurado pelo Ministério Público estadual não se volta à investigação de crime político, sendo inviável a caracterização de qualquer dos fatos investigados como crime político. 6. É apta a denúncia que bem individualiza a conduta do réu, expondo de forma pormenorizada o fato criminoso, preenchendo, assim, os requisitos do art. 41 do Código de Processo Penal. Basta que, da leitura da peça acusatória, possam-se vislumbrar todos os elementos indispensáveis à existência de crime INTENSIVO II – Direito Constitucional – Marcelo Novelino – Aula 05 – Anotação de aula feita pela monitora Luciana Prol em tese, com autoria definida, de modo a permitir o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa. 7. A pluralidade de réus e a necessidade de tramitação mais célere do processo justificam o desmembramento do processo. 8. As provas documentais e testemunhais revelam que o réu, no cargo de diretor financeiro da Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia, praticou os crimes de peculato, na forma continuada, e de quadrilha narrados na denúncia, o que impõe a sua condenação. 9. Questão de ordem resolvida no sentido de reconhecer a subsistência da competência deste Supremo Tribunal Federal para continuidade do julgamento. 10. Preliminares rejeitadas. 11. Ação penal julgada procedente. 2.4. Ação penal 602 EMENTA: EXCEÇÃO DA VERDADE OPOSTA A DEPUTADO FEDERAL. CRIME DE CALÚNIA. DISCIPLINA RITUAL DA “EXCEPTIO VERITATIS” NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PROCESSO PREMATURAMENTE ENCAMINHADO AO STF. DEVOLUÇÃO AO JUÍZO DE ORIGEM. EXCEÇÃO DA VERDADE NÃO CONHECIDA. A exceção da verdade, quando deduzida nos crimes contra a honra que autorizam a sua oposição, deve ser admitida, processada e julgada, ordinariamente, pelo juízo competente para apreciar a ação penal condenatória. Tratando-se, no entanto, de “exceptio veritatis” deduzida contra pessoa que dispõe, “ratione muneris”, de prerrogativa de foro perante o STF (CF, art. 102, I, “b” e “c”), a atribuição da Suprema Corte restringir-se-á, unicamente, ao julgamento da referida exceção, não assistindo, a este Tribunal, competência para admiti-la, para processá-la ou, sequer, para instruí-la, razão pela qual os atos de dilação probatória pertinentes a esse procedimento incidental deverão ser promovidos na instância ordinária competente para apreciar a causa principal (ação penal condenatória). 2.5. RE 463.671-Agr EMENTA: 1. Imunidade parlamentar material: ofensa irrogada em plenário, independente de conexão com o mandato, elide a responsabilidade civil por dano moral. Precedente: RE 210.917, 12.8.92, Pertence, RTJ 177/1375. 2. Recurso extraordinário: cabimento: não incidência da Súmula 279. 2.6. Inquérito 2273 1. Trata-se de queixa-crime oferecida por José Vieira Lins em face de José Sarney Filho, deputado federal, pelos fatos a seguir narrados. Narra, o querelante, que exerce atividade política no Estado do Maranhão, tendo ocupado vários cargos políticos, inclusive de prefeito do Município de Bacabal, sendo que o último mandato eletivo se encerrou em 31 de dezembro de 2004.Informa que, após deixar o cargo de prefeito municipal, foi nomeado Secretário de Estado do Maranhão, sendo que sempre foi combatido pelo atual vice-governador do Maranhão, Sr. Jurandir Ferro do Lago Filho. Sucede que é fato público o rompimento do governador José Reinaldo Tavares com o referido vice-governador. Esclarece que o querelado é aliado político do adversário do querelante e, assim, na sessão ordinária nº 265 da Câmara dos Deputados, ocorrida em 27.09.2005, o querelado, na condição de líder do Partido Verde, "assacou violentamente contra a honra do Querelante" (fl. 03), destacando-se o seguinte trecho da transcrição do discurso:"(...) venho hoje à tribuna cumprir o imperativo do dever de consciência. Acabo de chegar de São Luís, Capital do Maranhão, Estado onde fui eleito e onde nasci. Quero denunciar a esta Casa e à Nação o que vem sendo feito contra o Vice-Governador do Estado do Maranhão, Jurandir Filho.(...) Pois bem, o agora Governador José Reinaldo, por intrigas pessoais, por motivos menores e mesquinhos, não só resolveu acabar com a estrutura do Vice inclusive demitiu uma servidora gestante, como também exigiu que os seguranças pessoais do Vice-Governador fossem trocados e indicados por ele. Ora, Sr. Presidente, o Vice- Governador tem direito a segurança pessoal. Não cabe ao Governador escolher quem vai cuidar da segurança do Vice. Recentemente, no Município de Vitorino Freire, o Governador, ao lado de outros representantes parlamentares, estava acompanhado do ex-Prefeito Zé Vieira, do Município de INTENSIVO II – Direito Constitucional – Marcelo Novelino – Aula 05 – Anotação de aulafeita pela monitora Luciana Prol Bacabal. Zé Vieira foi denunciado pelo Deputado César Bandeira, que aqui está, como corrupto e pistoleiro. Vejam bem, no momento em que o Governador retira a segurança pessoal do Vice-Governador, ele sobe no palanque, com uma secretaria nomeada, só para dar um cargo ao ex-Prefeito Zé Vieira, acusado de ser pistoleiro e inimigo político de Jura Filho, do Município de Bacabal. Então, faço essa denúncia e solicito a esta Casa que tome providências, a fim de que a Polícia Federal dê garantia de vida ao Vice-Governador Jura Filho. Se o Vice do Maranhão sofrer qualquer tipo de agressão ou até mesmo for assassinado, o responsável será o Governador José Reinaldo, que, por picuinhas domésticas, resolveu retirar e indicar a segurança do Vice-Governador, que tem como inimigo pessoal um pistoleiro corrupto. Era o que eu gostaria de ressaltar e deixar registrado nos Anais desta Casa". Aduz que, por duas vezes, o querelado atribuiu ao querelante os adjetivos "corrupto" e "pistoleiro", o que configura crime de injúria, não se tratando de primeiro episódio desta natureza. Argumenta que a imputação genérica de fato ou mesmo adjetivos ofensivos a outrem configura o crime de injúria (art. 140, CP), sendo que a ofensa é propter officium, além de ter sido feita na presença de várias pessoas, o que atrai a incidência do art. 141, incisos II e III, do Código Penal. Não socorre ao querelado a imunidade material, eis que tal inviolabilidade deve ter pertinência com o exercício do mandato parlamentar. Observa que não pode o parlamentar "resolver 'quizílias' políticas com seus adversários e opositores" (fl. 08) a pretexto da inviolabilidade das manifestações do parlamentar. Assim, requer o recebimento da queixa-crime para, ao final, ser o querelado condenado nas sanções do art. 140, c.c. art. 141, II e III, ambos do Código Penal.2. Notificado, o querelado apresentou resposta, registrando, inicialmente, que não houve qualquer ataque à pessoa do querelante, e sim a informação de acontecimentos verificados no Estado do Maranhão. Os adjetivos "corrupto" e "pistoleiro" foram denunciados pelo deputado César Bandeira. Há, também, "denúncias" na mídia impressa e de internet imputando ao querelante envolvimento em grilagem, violências e outros delitos, inclusive tendo como vítimas trabalhadores rurais.Narra, ainda, que mais recentemente surgiram "denúncias" por atos de improbidade administrativa do querelante (investigações feitas pela Polícia Federal, irregularidades detectadas pelo Tribunal de Contas da União, requerimentos feitos pela Comissão de Fiscalização e Controle do Senado Federal).Observa que, na condição de parlamentar e fiscal dos atos administrativos de pessoas que detêm (ou detinham) mandato popular, o querelado "procurou enfatizar as perseguições e injustiças que o atual Governador do Estado do Maranhão está cometendo em relação ao Vice-Governador do Estado, Sr. JURANDIR FILHO" (fls. 39/40).As menções a "pistoleiro corrupto", constantes do pronunciamento na Câmara Federal, se deram em momento de profunda indignação com as atitudes e práticas realizadas pelo Governador do Maranhão, além das "denúncias" existentes contra o querelante. Informa, assim, que, além de não ter praticado diretamente qualquer ofensa à honra subjetiva do querelante, o querelado se encontra acobertado pela imunidade parlamentar material. Agiu como fiscal dos atos do Executivo (governador do Maranhão) e de um ex- prefeito, acusado de ser "um dos maiores fora-da-lei daquela região". Argumenta, também, que está acobertado pela excludente do art. 142, III, do Código Penal, eis que sua manifestação foi feita no exercício de sua atividade parlamentar, em cumprimento de dever legal ou de ofício. Aguarda, pois, o arquivamento do procedimento iniciado.3. Nova manifestação do querelante (fls. 102/104).4. O Senhor Procurador-Geral da República apresentou parecer no sentido da rejeição da queixa-crime, destacando-se os seguintes trechos (fls. 110/114):"Preliminarmente, observa-se que não há, nos autos, pedido de aditamento, não havendo que se falar, assim, em inclusão, no pólo passivo, do Deputado Federal CARLOS CEZAR BRANCO BANDEIRA, bem como em notificação para apresentação de Defesa. Passemos ao mérito da questão.A imunidade parlamentar em seu sentido material, decorrente de manifestações proferidas no exercício do mandato, ou em razão deste, constitui prerrogativa institucional assegurada aos membros do Poder Legislativo, com vista a garantir-lhes o independente exercício de suas funções. Quanto à matéria, essa Corte consolidou o entendimento de que as expressões ofensivas, notadamente quando proferidas fora da Casa Legislativa, devem guardar, para o reconhecimento da imunidade parlamentar material, relação com o exercício do mandato ou mesmo com a condição de parlamentar; o mesmo não se exige quando forem proferidas dentro da Casa Legislativa. (...) Assim, as opiniões, palavras e votos dos congressistas, proferidos dentro do parlamento, estarão cobertas pela imunidade, visto que 'não cabe indagar sobre o conteúdo das ofensas ou a conexão com o mandato'.(...) Percebe-se, diante da análise dessas declarações, que os fatos narrados pelo Querelado além de guardarem relação de conexão com sua condição de parlamentar, foram feitas no seio do parlamento, evidenciando, assim, que as suas manifestações ocorreram no exercício de sua função parlamentar. Há que se garantir essa prerrogativa ao parlamentar, de maneira a assegurar-lhe a necessária independência ao exercício da função.Em tal seara, caberá à própria Casa a que pertencer o parlamentar coibir eventuais excessos no desempenho dessa prerrogativa, ou seja, eventual abuso do exercício dessa prerrogativa, mormente quanto à falta INTENSIVO II – Direito Constitucional – Marcelo Novelino – Aula 05 – Anotação de aula feita pela monitora Luciana Prol de veracidade dos fatos noticiados, sujeitará o Querelado à disciplina da própria Casa Legislativa a que pertence, nos termos do artigo 55, § 1º, da Constituição Federal. Assim, estando a manifestação do querelado protegida pela imunidade material, manifesto-me pela rejeição da queixa-crime".5. O querelante requer o aditamento da queixa-crime para fazer incluir o deputado federal Carlos Cezar Branco Bandeira (petição nº 142.284), cuja juntada ora é determinada.6. Inicialmente, registro que, a despeito de datada de 30 de setembro de 2005, a petição em que o querelante requereu o aditamento subjetivo da queixa-crime somente foi protocolada em 05 de dezembro de 2005.Há claro descumprimento do prazo decadencial para oferecimento de queixa-crime relativamente à pessoa do deputado federal Carlos Cezar Branco Bandeira (CP, art. 103; CPP, art. 38), além de não ter sido apontada qualquer conduta do mesmo que pudesse, em tese, configurar a prática de qualquer crime. Assim, indefiro o requerimento contido na petição protocolada pelo querelante, procedendo-se à sua juntada aos autos.7. O querelante argumenta que, no tema referente aos limites da imunidade parlamentar material, o querelado não pode ser considerado imune, eis que se serviu do parlamento para "resolver 'quizílias' políticas com seus adversários e opositores" (fl.08). A tese do querelado, ao contrário, é de estar acobertado pela imunidade prevista no art. 53, caput, da Constituição da República, sobretudo após o advento da Emenda Constitucional nº 35/2001.8. A regra contida no art. 53, caput, da Constituição da República, assegura imunidade material para os deputados e senadores que, na defesa de seus mandatos parlamentares, podem emitir livremente opiniões, sem temer qualquer tipo de retaliação penal. A norma constitucional visa tutelar o livre exercício da atividade legislativa, além da independência e harmonia entre os Poderes da República. Anoto, ainda, que com o advento da Emenda Constitucional nº 35/2001, a imunidade material dos deputados e senadores foi ampliada para a esfera civil, deixandode se limitar ao âmbito penal. Registro que esta Corte já teve oportunidade de apreciar situação assemelhada à tratada nestes autos, e concluiu que "para os pronunciamentos feitos no interior das Casas Legislativas não cabe indagar sobre o conteúdo das ofensas ou a conexão com o mandato, dado que acobertadas com o manto da inviolabilidade. Em tal seara, caberá à própria Casa a que pertencer o parlamentar coibir eventuais excessos no desempenho dessa prerrogativa" (Inq. 1.958, rel. para o acórdão Min. Carlos Velloso, Pleno, DJ 18.02.2005).9. No caso em questão, o querelado atuou na sua condição de parlamentar, apresentando dados concretos relacionados à atuação do Poder Executivo do Estado do Maranhão na época, que contava com o querelante como Secretário de Estado. Não houve agressão à honra do querelante, mas sim ênfase sobre os preocupantes acontecimentos relacionados à desentendimentos havidos entre o Governador e o Vice-Governador do Estado do Maranhão naquele período. A manifestação parlamentar do querelado guardou nexo de causalidade com o exercício da atividade legislativa, não havendo justa causa para a deflagração da ação penal de iniciativa privada.10. A imunidade material parlamentar exclui a tipicidade do fato praticado pelo deputado ou senador consistente na manifestação, escrita ou falada, exigindo-se apenas que ocorra no exercício da função. Tal razão fundamenta a rejeição da denúncia com base no art. 43, inciso I, do Código de Processo Penal. O Supremo Tribunal Federal já firmou orientação no sentido de que o relator pode determinar o arquivamento dos autos quando as supostas manifestações ofensivas estiverem acobertadas pela imunidade parlamentar material (PET 3.162, rel. Min. Celso de Mello, DJ 04.03.2005; PET 3.195, rel. Min. Cezar Peluso, DJ 17.09.2004; PET 3.076, rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 09.09.2004; PET 2.920, rel. Min. Carlos Velloso, DJ 01.08.2003).11. Ainda que não fosse por tal motivo, observa-se que a queixa não poderia ser recebida por força do decurso do prazo prescricional referente à pretensão punitiva estatal. Em se tratando de imputação de crime de injúria (art. 140, CP), ainda que com a incidência da causa de aumento de pena em um terço (art. 141, II e III, CP), a pena máxima é de 8 (oito) meses de detenção, regendo-se pela regra do art. 109, VI, do Código Penal (dois anos).Assim, tendo o discurso do querelado sido feito em 27 de setembro de 2005 (fl. 13) já decorreu prazo superior a 2 (dois) anos e, por isso, a punibilidade do querelado estaria extinta em razão da prescrição (CPP, art. 43, II).12. Ante o exposto, rejeito a queixa, nos termos do art. 43, I e II, do Código de Processo Penal, e determino seu arquivamento, acolhendo o parecer do Ministério Público Federal, aplicando o disposto no art. 38, da Lei nº 8.038/90, devido ao pedido ser manifestamente incabível.Publique-se. Brasília, 15 de maio de 2008.Ministra Ellen Gracie Relatora 2.7. AI 401.600 EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - IMUNIDADE PARLAMENTAR EM SENTIDO MATERIAL (INVIOLABILIDADE) - DECLARAÇÕES DIVULGADAS PELO BOLETIM DIÁRIO DA SESSÃO PLENÁRIA DA CÂMARA LEGISLATIVA E ENTREVISTAS JORNALÍSTICAS PUBLICADAS PELA IMPRENSA LOCAL - IMPOSSIBILIDADE DE RESPONSABILIZAÇÃO CIVIL DE MEMBRO DO PODER LEGISLATIVO DO INTENSIVO II – Direito Constitucional – Marcelo Novelino – Aula 05 – Anotação de aula feita pela monitora Luciana Prol DISTRITO FEDERAL (CF, ART. 53, "caput", c/c O ART. 32, § 3º)- PRESSUPOSTOS DE INCIDÊNCIA DA GARANTIA CONSTITUCIONAL DA IMUNIDADE PARLAMENTAR - PRÁTICA "IN OFFICIO" E PRÁTICA "PROPTER OFFICIUM" - RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO A garantia constitucional da imunidade parlamentar em sentido material (CF, art. 53, "caput") exclui a possibilidade jurídica de responsabilização civil do membro do Poder Legislativo por danos eventualmente resultantes de suas manifestações, orais ou escritas, desde que motivadas pelo desempenho do mandato (prática "in officio") ou externadas em razão deste (prática "propter officium"), qualquer que seja o âmbito espacial ("locus") em que se haja exercido a liberdade de opinião, ainda que fora do recinto da própria Casa legislativa, independentemente dos meios de divulgação utilizados, nestes incluídas as entrevistas jornalísticas. Doutrina. Precedentes A EC 35/2001, ao dar nova fórmula redacional ao art. 53, "caput", da Constituição da República, explicitou diretriz, que, firmada anteriormente pelo Supremo Tribunal Federal (RTJ 177/1375-1376, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE), já reconhecia, em favor do membro do Poder Legislativo, a exclusão de sua responsabilidade civil, como decorrência da garantia fundada na imunidade parlamentar material, desde que satisfeitos determinados pressupostos legitimadores da incidência dessa excepcional prerrogativa jurídica Essa prerrogativa político-jurídica - que protege o parlamentar em tema de responsabilidade civil - supõe, para que possa ser invocada, que exista o necessário nexo de implicação recíproca entre as declarações moralmente ofensivas, de um lado, e a prática inerente ao ofício legislativo, de outro. Doutrina. Precedentes Se o membro do Poder Legislativo, não obstante amparado pela imunidade parlamentar material, incidir em abuso dessa prerrogativa constitucional, expor-se-á à jurisdição censória da própria Casa legislativa a que pertence (CF, art. 55, § 1º). Precedentes: Inq 1.958/AC, Rel. p/ o acórdão Min. AYRES BRITTO (RTJ 194/56, Pleno) -RE 140.867/MS, Rel. p/ o acórdão Min. MAURÍCIO CORRÊA (Pleno). 2.8. Inquérito 1247 EMENTA: CRIME CONTRA A HONRA - ELEMENTO SUBJETIVO - O DOLO - INVIOLABILIDADE PARLAMENTAR - RETORSÃO - ALCANCE. Tratando-se de hipótese a revelar prática inicial coberta pela inviolabilidade parlamentar, sentindo-se o titular do mandato ofendido com resposta formalizada por homem público na defesa da própria honra, único meio ao alcance para rechaçar aleivosias, cumpre ao órgão julgador adotar visão flexível, compatibilizando valores de igual envergadura. A óptica ortodoxa própria aos crimes contra os costumes, segundo a qual a retorsão é peculiar ao crime de injúria, cede a enfoque calcado no princípio constitucional da proporcionalidade, da razoabilidade, da razão de ser das coisas, potencializando-se a intenção do agente, o elemento subjetivo próprio ao tipo - o dolo - e, mais do que isso, o socialmente aceitável. Considerações e precedente singular ao caso concreto. 2.9. ADI 558 EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE: IMPUGNAÇÃO A VARIOS PRECEITOS DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, COM PEDIDO DE SUSPENSÃO LIMINAR DOS ARTS. 100 (EM PARTE), 159 (EM PARTE), 176, "CAPUT" (EM PARTE) E SEU PAR.2., V, E E F; 346 E 352, PARAG. ÚNICO: MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA PARCIALMENTE, SEM SUSPENSÃO DO TEXTO, QUANTO AO ART. 176, PAR.2., V, E E F, E, INTEGRALMENTE, QUANTO AOS ARTG. 346 E 352, PARAG. ÚNICO. 1. ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA: IMPUGNAÇÃO AO SEU PODER DE CONVOCAR PARA ESCLARECIMENTOS OS PROCURADORES-GERAIS DE JUSTIÇA, DO ESTADO E DA DEFENSORIA PÚBLICA, COMINANDO-SE A AUSÊNCIA INJUSTIFICADA AS SANÇÕES DO CRIME DE RESPONSABILIDADE: LIMINAR INDEFERIDA. 2. REPRESENTAÇÃO POR INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS LOCAIS EM FACE DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO (ART. 159): ARGÜIÇÃO DE INVALIDADE, EM FACE DO MODELO FEDERAL DO ART. INTENSIVO II – Direito Constitucional – Marcelo Novelino – Aula 05 – Anotação de aula feita pela monitora Luciana Prol 103 CF, DA OUTORGA DE LEGITIMAÇÃO ATIVA A DEPUTADOS ESTADUAIS E COMISSÕES DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA, ASSIM COMO AOS PROCURADORES-GERAIS DO ESTADO E DA DEFENSORIA PÚBLICA: SUSPENSÃO CAUTELAR INDEFERIDA, A VISTA DO ART. 125, PAR.4., DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 3. DEFENSORIA PÚBLICA: ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS QUE LHE CONFEREM ATRIBUIÇÃO PARA: A) A ORIENTAÇÃO JURÍDICA, A POSTULAÇÃO E A DEFESA EM JUÍZO DOS DIREITOS E INTERESSES "COLETIVOS" DOS NECESSITADOS (ART. 176, "CAPUT"): DENEGAÇÃO DA LIMINAR; B) PATROCINAR (E NÃO, PROMOVER) AÇÃO CIVIL EMFAVOR DE ASSOCIAÇÕES DESTINADAS A PROTEÇÃO DE INTERESSES "DIFUSOS" (ART. 176, PAR.2., V, E, 1., PARTE): SUSPENSÃO CAUTELAR RECUSADA; C) "IDEM", EM FAVOR DE ASSOCIAÇÕES DE DEFESA DE INTERESSES "COLETIVOS" (ART. 176, PAR.2., V, E, 2., PARTE): SUSPENSÃO LIMINAR DEFERIDA, EM TERMOS, PARA RESTRINGIR PROVISORIAMENTE A APLICAÇÃO DO DISPOSITIVO A HIPÓTESE EM QUE SE CUIDE DE ENTIDADE CIVIL DESPROVIDA DE MEIOS PARA O CUST EIO DO PROCESSO; D) PATROCINAR OS DIREITOS E INTERESSES DO CONSUMIDOR LESADO, NA FORMA DA LEI (ART. 176, PAR.2., V, F): MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA EM TERMOS SIMILARES A DA ALINEA C SUPRA. 4. VEREADOR, IMUNIDADES: IMPUGNAÇÃO A NORMA CONSTITUCIONAL LOCAL QUE LHES ESTENDE IMUNIDADES PROCESSUAIS E PENAIS ASSEGURADAS AOS MEMBROS DO CONGRESSO NACIONAL (CF, ART. 53, PARS.1., 2., 3., 5. E 7.) E AOS DEPUTADOS ESTADUAIS (CF, ART. 27, PAR.1.; CONST. EST. RJ, ART. 102, PARS.1., 2., 3., 5. E 6.), EM FACE DA COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO PARA LEGISLAR SOBRE DIREITO PENAL E DIREITO PROCESSUAL: SUSPENSÃO LIMINAR DEFERIDA. 5. INTERVENÇÃO ESTADUAL NO MUNICÍPIO POR SUSPENSÃO DA DÍVIDA FUNDADA (CF, ART. 35, I): IMPUGNAÇÃO A NORMA CONSTITUCIONAL LOCAL, QUE EXCLUI A INTERVENÇÃO, "QUANDO O INADIMPLEMENTO ESTEJA VINCULADO A GESTAO ANTERIOR" (C. EST. RJ, ART. 352, PARAG. ÚNICO): SUSPENSÃO LIMINAR CONCEDIDA. ___________________________________________________________________________ 3. SIMULADOS: 3.1. CESPE - 2008 - MPE-RO - Promotor de Justiça. A respeito da organização dos poderes, assinale a opção correta. a) Caso um deputado federal, que também seja radialista, ao promover uma mesa de debates no seu programa de rádio, injurie um famoso empresário, nessa hipótese, conforme precedentes do STF, o deputado não poderá ser responsabilizado pela injúria praticada, já que possui imunidade material quanto a suas opiniões, palavras e votos. b) Caso o governador de determinado estado tenha sido processado pelo MP estadual perante o STJ por crime comum, nessa hipótese, a previsão, na Constituição estadual, de que o governador somente será processado após licença da respectiva assembleia legislativa não será óbice ao seguimento da ação penal, já que tal dispositivo é inconstitucional. c) Diante do parâmetro normativo constitucional relativo ao presidente da República, é constitucional a norma, prevista em Constituição estadual, que assegure ao governador do estado imunidade contra a prisão cautelar penal. d) O MP não tem competência para buscar a reparação civil junto aos infratores, assim identificados em uma comissão parlamentar de inquérito. e) Conforme preceitua a CF, o presidente da República poderá delegar ao procurador-geral da República o INTENSIVO II – Direito Constitucional – Marcelo Novelino – Aula 05 – Anotação de aula feita pela monitora Luciana Prol poder de extinguir cargos públicos, quando vagos. 3.2. FUNIVERSA - 2009 - PC-DF - Delegado de Polícia – Objetiva. Uma Constituição pode ser calcada nos mecanismos de proteção aos direitos e às garantias fundamentais e na estruturação do Estado. No que toca à organização dos poderes, assinale a alternativa correta. a) As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) devem se cingir ao fato preciso determinado expressamente consignado nos atos de sua instalação, sob pena de caracterização de seu alargamento investigativo indevido. b) A inviolabilidade profissional justifica a ausência de advogados para comparecerem como testemunhas ou indiciados perante as CPIs. c) O Tribunal de Contas da União tem competência para apresentar projeto de lei visando à sua reorganização administrativa. d) A abertura de crédito extraordinário é matéria que necessita de edição de medida provisória, posteriormente submetida ao exame do Poder Legislativo. e) A imunidade formal dos parlamentares obsta, inclusive, sua prisão decorrente de sentença judicial transitada em julgado. 3.3. FGV - 2008 - TJ-PA – Juiz. Com base na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e suas atualizações, assinale a alternativa correta. a) Conforme mandamento constitucional, os vereadores se beneficiam de todas as imunidades formais. b) Conforme a Constituição Federal, aos deputados estaduais se estende a imunidade material. Esta expressa a inviolabilidade civil e penal dos deputados por suas opiniões, palavras e votos, neutralizando a responsabilidade do parlamentar nessas esferas. c) O suplente de deputado estadual possui as garantias constitucionais de imunidade parlamentar, bem como a ele se estende a prerrogativa de foro, pois ostenta a posição de substituto eventual do titular do mandato. d) Conforme a Constituição Federal, aos deputados estaduais se estende a imunidade formal. Esta expressa a inviolabilidade civil e penal dos deputados por suas opiniões, palavras e votos, neutralizando a responsabilidade do parlamentar nessas esferas. e) A Constituição Federal prevê imunidades materiais e formais aos deputados estaduais e aos vereadores. No que tange a estes, no entanto, a imunidade material é limitada territorialmente à circunscrição do Município. GABARITOS: 3.1. E 3.2. C 3.3. B
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