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INTENSIVO II – Direito Constitucional – Marcelo Novelino – Aula 05 – Anotação de aula feita pela 
monitora Luciana Prol 
 
INTENSIVO II 
Disciplina: Direito Constitucional 
Prof. Marcelo Novelino 
Aula 05 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO – MONITORIA 
 
 
Índice 
 
1. Anotações de aula 
2. Julgados: 
2.1. Reclamação 511 
2.2. Inquérito 2295 
2.3. Ação penal 396 
2.4. Ação penal 602 
2.5. RE 463.671-Agr 
2.6. Inquérito 2273 
2.7. AI 401.600 
2.8. Inquérito 1247 
2.9. ADI 558 
3. Simulados: 
 
 
ANOTAÇÕES DE AULA 
 
 
ORGANIZAÇÃO DOS PODERES (continuação) 
Poder Legislativo 
2) Garantias do poder legislativo: 
2.2. Deputados Federais/Senadores 
2.2.1. Foro por prerrogativa de função: 
Art. 53, § 1º, CF. 
Art. 102, I, b, CF. Abrange inclusive os crimes dolosos contra a vida, os delitos eleitorais e as 
contravenções penais. Reclamação 511. Critério da especialidade. 
Crimes de responsabilidade – deputados e senadores não praticam crime de responsabilidade. A única 
hipótese prevista na CF de crime de responsabilidade praticado por membro do poder legislativo é no caso 
do presidente da câmara municipal. Art. 29-A, §3º, CF. 
O IP instaurado para investigar deputado ou senador deve tramitar perante o STF independentemente de 
qualquer autorização do parlamento. Em princípio uma interceptação telefônica que não é feita contra um 
parlamentar pode ser determinada pelo órgão judicial competente, no entanto a partir do momento em 
que for verificada a participação de um parlamentar imediatamente o inquérito policial deverá passar a 
tramitar perante o STF. 
 
 
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monitora Luciana Prol 
Exceções: mesmo após o fim do mandato o STF permanece como órgão competente: 1) quando o 
julgamento for iniciado antes do término do mandato. Inq 2295. 2) quando a renuncia ocorrer com “abuso 
de direito”. Ação penal 396. 
Exceção da verdade deduzida contra pessoa que dispo de prerrogativa de foro. O entendimento que o STF 
adota é o seguinte: em regra, a exceção da verdade é admitida, processada e julgada pelo mesmo órgão 
jurisdicional. No entanto quando deduzida contra autoridade com prerrogativa de foro no STF, caberá a 
este realizar apenas o julgamento. Ação penal 602. Toda pare de dilação probatória ocorre na instância 
ordinária. Vide súmula 704, STF. 
2.2.2. Imunidades materiais (“freedom of speech” ou inviolabilidade): Art. 53, caput, CF. 
Inviolabilidade civil (EC 35/2001) e penal. Na doutrina alguns autores sustentam que os parlamentares 
teriam inviolabilidade administrativa e também inviolabilidade política. (Alexandre de Moraes e Kildare 
Carvalho). 
Há duas distinções de tratamento dado pelo STF a inviolabilidade dentro do parlamento e fora do 
parlamento. Dentro do parlamento: nesta hipótese a inviolabilidade independe de conexão das palavras 
ou opiniões com a função parlamentar. Não cabe questionar se há ou não conexão. Eventuais abusos 
deveram ser coibidos pela respectiva casa. RE 463.671-Agr. Inquérito 2295. 
Natureza jurídica: causa excludente de tipicidade. Inquérito 2273. 
Quando proferidas fora do parlamento, as palavras e opiniões devem guardar relação com o exercício da 
função parlamentar. A inviolabilidade se estende à divulgação do fato na imprensa. AI 401.600 
A resposta imediata contra a injuria perpetrada por parlamentar também deve ficar imune. Inquérito 
1247. 
2.2.3. Imunidade formal ou incoercibilidade pessoal relativa. “Freedom from arrest” 
Imunidade em relação a prisão (cautelar). Sumula 245, STF. Art. 53, §2º, CF. maioria absoluta = maioria 
dos membros. Segundo o STF a prisão mencionada no dispositivo é apenas a cautelar e não aquela 
decorrente de condenação definitiva. 
Art. 55, VI e §2º, CF. A perda do mandato seria uma conseqüência automática da condenação ou 
depende de deliberação da respectiva casa? Não é automática a perda do mandato é decidida pela 
respetiva casa. 
Art. 55, §3º, CF. Perda automática do mandato. 
Imunidade em relação ao processo. Até 2001 vigorava o princípio da improcessabilidade, ou seja, para 
que um parlamentar fosse processado perante o STF se houvesse autorização da respectiva casa. A partir 
da EC 35/2001 foi adotado o princípio da processabilidade. Hoje o PGR faz a denúncia perante o STF e 
quando este recebe a denúncia, dá ciência à respectiva casa do parlamentar. Partido político que tenha 
representação no congresso e poderá suscitar a sustação do processo. Art. 53, §§ 3º a 5º, CF. A 
suspensão so pode ocorrer no caso de crimes praticados após a diplomação e na mesma legislatura. AC 
700-Agr. 
2.3. Deputados Estaduais: Art. 27, §1º, CF. 
O STF interpreta essas imunidades de forma a abranger a imunidade formal e o foro por prerrogativa de 
função. Princípio constitucional extensível. Todo o tratamento dado aos deputados federais e senados 
deve ser aplicado aos deputados estaduais. 
Será que a CE pode dar um tratamento diferente aos deputados estudais ampliando ou restringindo 
imunidades? Segundo o STF o tratamento conferido aos deputados federais aplica-se de forma 
 
 
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integral e imediata aos deputados estaduais. A CE deve dar tratamento idêntico da CF. A regra da CF é 
aplicada de forma imediata mesmo se a CE conferir um tratamento diferente à matéria. 
Competência: TJ. Súmula 721 do STF. Nos crimes dolosos contra vida: CF – tribunal do júri X CE – 
tribunal de justiça. Aplicação de critério hierárquico. No caso dos deputados estaduais a prerrogativa de 
foro não é estabelecida exclusivamente pela constituição estadual (Art. 27, §1º, CF). Não se aplica 
portanto a súmula 721 do STF. Reclamação 7936-MC. 
Crimes eleitorais – TRE 
Crimes praticados contra bens, serviços ou interesses da União, autarquia ou empresa pública federal –
competência do TRF. 
2.4. Vereadores: Art. 29, VIII, CF. 
� Imunidade material. ADI 558. 
� “Circunscrição do município” seriam os limites territoriais do município. (Gilmar Mendes e José 
Afonso da Silva). HC 74.201. 
� Imunidade formal. Segundo o STF as constituições estaduais e leis orgânicas municipais não 
podem estender a imunidade formal para os vereadores. 
� Prerrogativa de foro – segundo o entendimento do STF poderá ser estabelecida pela Constituição 
estadual. RHC 80.477. 
� Crime doloso contra a vida. Aplicação da súmula 721 do STF. 
____________________________________________________________________________________ 
2. JULGADOS: 
2.1. Reclamação 511 
EMENTA: RECLAMAÇÃO - QUEBRA DE SIGILO BANCARIO DE MEMBROS DO CONGRESSO NACIONAL - 
MEDIDA DECRETADA POR TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL (TRE) NO ÂMBITO DO INQUERITO POLICIAL 
INSTAURADO CONTRA DEPUTADOS FEDERAIS PARA APURAÇÃO DE CRIME ELEITORAL - 
IMPOSSIBILIDADE - USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA PENAL ORIGINARIA DO STF - RECLAMAÇÃO 
JULGADA PROCEDENTE 
O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, SENDO O JUIZ NATURAL DOS MEMBROS DO CONGRESSO NACIONAL 
NOS PROCESSOS PENAIS CONDENATORIOS, E O ÚNICO ÓRGÃO JUDICIARIO COMPETENTE PARA 
ORDENAR, NO QUE SE REFERE A APURAÇÃO DE SUPOSTOS CRIMES ELEITORAIS ATRIBUIDOS A 
PARLAMENTARES FEDERAIS, TODA E QUALQUER PROVIDENCIA NECESSARIA A OBTENÇÃO DE DADOS 
PROBATORIOS ESSENCIAIS A DEMONSTRAÇÃO DE ALEGADA PRATICA DELITUOSA, INCLUSIVE A 
DECRETAÇÃO DA QUEBRA DE SIGILO BANCARIO DOS CONGRESSISTAS. 
A JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL FIRMOU-SE NO SENTIDO DE DEFINIR A LOCUÇÃO 
CONSTITUCIONAL "CRIMES COMUNS" COMO EXPRESSAO ABRANGENTE A TODAS AS MODALIDADES DE 
INFRAÇÕES PENAIS, ESTENDENDO-SE AOS DELITOS ELEITORAIS E ALCANCANDO, ATÉ MESMO, AS 
PROPRIAS CONTRAVENÇÕES PENAIS. PRECEDENTES. 
A GARANTIA DA IMUNIDADE PARLAMENTAR EM SENTIDO FORMAL NÃO IMPEDE A INSTAURAÇÃO DO 
INQUERITO POLICIAL CONTRA MEMBRO DO PODER LEGISLATIVO, QUE ESTA SUJEITO, EM 
CONSEQUENCIA - E INDEPENDENTEMENTE DE QUALQUER LICENCA CONGRESSIONAL -, AOS ATOS DE 
INVESTIGAÇÃO CRIMINALPROMOVIDOSPELA POLICIA JUDICIÁRIA, DESDE QUE ESSAS MEDIDAS PRE-
PROCESSUAIS DE PERSECUÇÃO PENAL SEJAM ADOTADAS NO ÂMBITO DE PROCEDIMENTO 
 
 
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INVESTIGATORIO EM CURSO PERANTE ÓRGÃO JUDICIARIO COMPETENTE: O STF, NO CASO DE OS 
INVESTIGANDOS SEREM CONGRESSISTAS (CF, ART. 102, I, B). 
INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL (LC N. 64/90, ART. 22). NATUREZA JURÍDICA. PROCEDIMENTO 
DESTITUIDO DE NATUREZA CRIMINAL. COMPETÊNCIA JURISDICIONAL: JUSTIÇA ELEITORAL, MESMO 
TRATANDO-SE DE DEPUTADOS FEDERAIS E SENADORES. PRECEDENTE. 
2.2. Inquérito 2295 
EMENTA Inquérito. Deputado Federal. Julgamento iniciado. Término do mandato eletivo. Prosseguimento 
nesta Suprema Corte. Arquivamento. Imunidade parlamentar reconhecida. Precedentes. 
1. Uma vez iniciado o julgamento de Parlamentar nesta Suprema Corte, a superveniência do término do 
mandato eletivo não desloca a competência para outra instância. 
2. Nos termos do parecer do Ministério Público Federal, as circunstâncias dos autos revelam a presença da 
necessária conexão entre os fatos relatados no inquérito e a condição de parlamentar do investigado, a 
ensejar o reconhecimento da imunidade material (art. 53 da Constituição Federal). 
3. Inquérito arquivado. 
2.3. Ação penal 396 
EMENTA: QUESTÃO DE ORDEM NA AÇÃO PENAL. DEPUTADO FEDERAL. RENÚNCIA AO MANDATO. ABUSO 
DE DIREITO: RECONHECIMENTO DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA 
CONTINUIDADE DO JULGAMENTO DA PRESENTE AÇÃO PENAL. DENÚNCIA. CRIMES DE PECULATO E DE 
QUADRILHA. ALEGAÇÕES DE NULIDADE DA AÇÃO PENAL, DE INVESTIGAÇÃO PROMOVIDA POR ÓRGÃO 
DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE PRIMEIRO GRAU, DE OFENSA AO PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL, DE 
CRIME POLÍTICO, DE INÉPCIA DA DENÚNCIA, DE CONEXÃO E DE CONTINÊNCIA: VÍCIOS NÃO 
CARACTERIZADOS. PRELIMINARES REJEITADAS. PRECEDENTES. CONFIGURAÇÃO DOS CRIMES DE 
PECULATO E DE QUADRILHA. AÇÃO PENAL JULGADA PROCEDENTE. 
1. Renúncia de mandato: ato legítimo. Não se presta, porém, a ser utilizada como subterfúgio para 
deslocamento de competências constitucionalmente definidas, que não podem ser objeto de escolha 
pessoal. Impossibilidade de ser aproveitada como expediente para impedir o julgamento em tempo à 
absolvição ou à condenação e, neste caso, à definição de penas. 
2. No caso, a renúncia do mandato foi apresentada à Casa Legislativa em 27 de outubro de 2010, véspera 
do julgamento da presente ação penal pelo Plenário do Supremo Tribunal: pretensões nitidamente 
incompatíveis com os princípios e as regras constitucionais porque exclui a aplicação da regra de 
competência deste Supremo Tribunal. 
3. É firme a jurisprudência do Supremo Tribunal de que o Ministério Público pode oferecer denúncia com 
base em elementos de informação obtidos em inquéritos civis, instaurados para a apuração de ilícitos civis 
e administrativos, no curso dos quais se vislumbre suposta prática de ilícitos penais. Precedentes. 
4. O processo e o julgamento de causas de natureza civil não estão inscritas no texto constitucional, 
mesmo quando instauradas contra Deputado Estadual ou contra qualquer autoridade, que, em matéria 
penal, dispõem de prerrogativa de foro. 
5. O inquérito civil instaurado pelo Ministério Público estadual não se volta à investigação de crime 
político, sendo inviável a caracterização de qualquer dos fatos investigados como crime político. 
6. É apta a denúncia que bem individualiza a conduta do réu, expondo de forma pormenorizada o fato 
criminoso, preenchendo, assim, os requisitos do art. 41 do Código de Processo Penal. Basta que, da 
leitura da peça acusatória, possam-se vislumbrar todos os elementos indispensáveis à existência de crime 
 
 
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em tese, com autoria definida, de modo a permitir o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa. 
7. A pluralidade de réus e a necessidade de tramitação mais célere do processo justificam o 
desmembramento do processo. 
8. As provas documentais e testemunhais revelam que o réu, no cargo de diretor financeiro da Assembleia 
Legislativa do Estado de Rondônia, praticou os crimes de peculato, na forma continuada, e de quadrilha 
narrados na denúncia, o que impõe a sua condenação. 
9. Questão de ordem resolvida no sentido de reconhecer a subsistência da competência deste Supremo 
Tribunal Federal para continuidade do julgamento. 10. Preliminares rejeitadas. 11. Ação penal julgada 
procedente. 
2.4. Ação penal 602 
EMENTA: EXCEÇÃO DA VERDADE OPOSTA A DEPUTADO FEDERAL. CRIME DE CALÚNIA. DISCIPLINA 
RITUAL DA “EXCEPTIO VERITATIS” NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PROCESSO PREMATURAMENTE 
ENCAMINHADO AO STF. DEVOLUÇÃO AO JUÍZO DE ORIGEM. EXCEÇÃO DA VERDADE NÃO CONHECIDA. 
A exceção da verdade, quando deduzida nos crimes contra a honra que autorizam a sua oposição, deve 
ser admitida, processada e julgada, ordinariamente, pelo juízo competente para apreciar a ação penal 
condenatória. 
Tratando-se, no entanto, de “exceptio veritatis” deduzida contra pessoa que dispõe, “ratione muneris”, 
de prerrogativa de foro perante o STF (CF, art. 102, I, “b” e “c”), a atribuição da Suprema Corte 
restringir-se-á, unicamente, ao julgamento da referida exceção, não assistindo, a este Tribunal, 
competência para admiti-la, para processá-la ou, sequer, para instruí-la, razão pela qual os atos de 
dilação probatória pertinentes a esse procedimento incidental deverão ser promovidos na instância 
ordinária competente para apreciar a causa principal (ação penal condenatória). 
2.5. RE 463.671-Agr 
EMENTA: 1. Imunidade parlamentar material: ofensa irrogada em plenário, independente de conexão 
com o mandato, elide a responsabilidade civil por dano moral. Precedente: RE 210.917, 12.8.92, 
Pertence, RTJ 177/1375. 2. Recurso extraordinário: cabimento: não incidência da Súmula 279. 
2.6. Inquérito 2273 
1. Trata-se de queixa-crime oferecida por José Vieira Lins em face de José Sarney Filho, deputado federal, 
pelos fatos a seguir narrados. Narra, o querelante, que exerce atividade política no Estado do Maranhão, 
tendo ocupado vários cargos políticos, inclusive de prefeito do Município de Bacabal, sendo que o último 
mandato eletivo se encerrou em 31 de dezembro de 2004.Informa que, após deixar o cargo de prefeito 
municipal, foi nomeado Secretário de Estado do Maranhão, sendo que sempre foi combatido pelo atual 
vice-governador do Maranhão, Sr. Jurandir Ferro do Lago Filho. Sucede que é fato público o rompimento 
do governador José Reinaldo Tavares com o referido vice-governador. Esclarece que o querelado é aliado 
político do adversário do querelante e, assim, na sessão ordinária nº 265 da Câmara dos Deputados, 
ocorrida em 27.09.2005, o querelado, na condição de líder do Partido Verde, "assacou violentamente 
contra a honra do Querelante" (fl. 03), destacando-se o seguinte trecho da transcrição do discurso:"(...) 
venho hoje à tribuna cumprir o imperativo do dever de consciência. Acabo de chegar de São Luís, Capital 
do Maranhão, Estado onde fui eleito e onde nasci. Quero denunciar a esta Casa e à Nação o que vem 
sendo feito contra o Vice-Governador do Estado do Maranhão, Jurandir Filho.(...) Pois bem, o agora 
Governador José Reinaldo, por intrigas pessoais, por motivos menores e mesquinhos, não só resolveu 
acabar com a estrutura do Vice inclusive demitiu uma servidora gestante, como também exigiu que os 
seguranças pessoais do Vice-Governador fossem trocados e indicados por ele. Ora, Sr. Presidente, o Vice-
Governador tem direito a segurança pessoal. Não cabe ao Governador escolher quem vai cuidar da 
segurança do Vice. Recentemente, no Município de Vitorino Freire, o Governador, ao lado de outros 
representantes parlamentares, estava acompanhado do ex-Prefeito Zé Vieira, do Município de 
 
 
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Bacabal. Zé Vieira foi denunciado pelo Deputado César Bandeira, que aqui está, como corrupto e 
pistoleiro. Vejam bem, no momento em que o Governador retira a segurança pessoal do Vice-Governador, 
ele sobe no palanque, com uma secretaria nomeada, só para dar um cargo ao ex-Prefeito Zé Vieira, 
acusado de ser pistoleiro e inimigo político de Jura Filho, do Município de Bacabal. Então, faço essa 
denúncia e solicito a esta Casa que tome providências, a fim de que a Polícia Federal dê garantia de vida 
ao Vice-Governador Jura Filho. Se o Vice do Maranhão sofrer qualquer tipo de agressão ou até mesmo for 
assassinado, o responsável será o Governador José Reinaldo, que, por picuinhas domésticas, resolveu 
retirar e indicar a segurança do Vice-Governador, que tem como inimigo pessoal um pistoleiro corrupto. 
Era o que eu gostaria de ressaltar e deixar registrado nos Anais desta Casa". Aduz que, por duas vezes, o 
querelado atribuiu ao querelante os adjetivos "corrupto" e "pistoleiro", o que configura crime de injúria, 
não se tratando de primeiro episódio desta natureza. Argumenta que a imputação genérica de fato ou 
mesmo adjetivos ofensivos a outrem configura o crime de injúria (art. 140, CP), sendo que a ofensa é 
propter officium, além de ter sido feita na presença de várias pessoas, o que atrai a incidência do art. 
141, incisos II e III, do Código Penal. Não socorre ao querelado a imunidade material, eis que tal 
inviolabilidade deve ter pertinência com o exercício do mandato parlamentar. Observa que não pode o 
parlamentar "resolver 'quizílias' políticas com seus adversários e opositores" (fl. 08) a pretexto da 
inviolabilidade das manifestações do parlamentar. Assim, requer o recebimento da queixa-crime para, ao 
final, ser o querelado condenado nas sanções do art. 140, c.c. art. 141, II e III, ambos do Código Penal.2. 
Notificado, o querelado apresentou resposta, registrando, inicialmente, que não houve qualquer ataque à 
pessoa do querelante, e sim a informação de acontecimentos verificados no Estado do Maranhão. Os 
adjetivos "corrupto" e "pistoleiro" foram denunciados pelo deputado César Bandeira. Há, também, 
"denúncias" na mídia impressa e de internet imputando ao querelante envolvimento em grilagem, 
violências e outros delitos, inclusive tendo como vítimas trabalhadores rurais.Narra, ainda, que mais 
recentemente surgiram "denúncias" por atos de improbidade administrativa do querelante (investigações 
feitas pela Polícia Federal, irregularidades detectadas pelo Tribunal de Contas da União, requerimentos 
feitos pela Comissão de Fiscalização e Controle do Senado Federal).Observa que, na condição de 
parlamentar e fiscal dos atos administrativos de pessoas que detêm (ou detinham) mandato popular, o 
querelado "procurou enfatizar as perseguições e injustiças que o atual Governador do Estado do Maranhão 
está cometendo em relação ao Vice-Governador do Estado, Sr. JURANDIR FILHO" (fls. 39/40).As menções 
a "pistoleiro corrupto", constantes do pronunciamento na Câmara Federal, se deram em momento de 
profunda indignação com as atitudes e práticas realizadas pelo Governador do Maranhão, além das 
"denúncias" existentes contra o querelante. Informa, assim, que, além de não ter praticado diretamente 
qualquer ofensa à honra subjetiva do querelante, o querelado se encontra acobertado pela imunidade 
parlamentar material. Agiu como fiscal dos atos do Executivo (governador do Maranhão) e de um ex-
prefeito, acusado de ser "um dos maiores fora-da-lei daquela região". Argumenta, também, que está 
acobertado pela excludente do art. 142, III, do Código Penal, eis que sua manifestação foi feita no 
exercício de sua atividade parlamentar, em cumprimento de dever legal ou de ofício. Aguarda, pois, o 
arquivamento do procedimento iniciado.3. Nova manifestação do querelante (fls. 102/104).4. O Senhor 
Procurador-Geral da República apresentou parecer no sentido da rejeição da queixa-crime, destacando-se 
os seguintes trechos (fls. 110/114):"Preliminarmente, observa-se que não há, nos autos, pedido de 
aditamento, não havendo que se falar, assim, em inclusão, no pólo passivo, do Deputado Federal CARLOS 
CEZAR BRANCO BANDEIRA, bem como em notificação para apresentação de Defesa. Passemos ao mérito 
da questão.A imunidade parlamentar em seu sentido material, decorrente de manifestações proferidas no 
exercício do mandato, ou em razão deste, constitui prerrogativa institucional assegurada aos membros do 
Poder Legislativo, com vista a garantir-lhes o independente exercício de suas funções. Quanto à matéria, 
essa Corte consolidou o entendimento de que as expressões ofensivas, notadamente quando proferidas 
fora da Casa Legislativa, devem guardar, para o reconhecimento da imunidade parlamentar material, 
relação com o exercício do mandato ou mesmo com a condição de parlamentar; o mesmo não se exige 
quando forem proferidas dentro da Casa Legislativa. (...) Assim, as opiniões, palavras e votos dos 
congressistas, proferidos dentro do parlamento, estarão cobertas pela imunidade, visto que 'não cabe 
indagar sobre o conteúdo das ofensas ou a conexão com o mandato'.(...) Percebe-se, diante da análise 
dessas declarações, que os fatos narrados pelo Querelado além de guardarem relação de conexão com 
sua condição de parlamentar, foram feitas no seio do parlamento, evidenciando, assim, que as suas 
manifestações ocorreram no exercício de sua função parlamentar. Há que se garantir essa prerrogativa ao 
parlamentar, de maneira a assegurar-lhe a necessária independência ao exercício da função.Em tal seara, 
caberá à própria Casa a que pertencer o parlamentar coibir eventuais excessos no desempenho dessa 
prerrogativa, ou seja, eventual abuso do exercício dessa prerrogativa, mormente quanto à falta 
 
 
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de veracidade dos fatos noticiados, sujeitará o Querelado à disciplina da própria Casa Legislativa a que 
pertence, nos termos do artigo 55, § 1º, da Constituição Federal. Assim, estando a manifestação do 
querelado protegida pela imunidade material, manifesto-me pela rejeição da queixa-crime".5. O 
querelante requer o aditamento da queixa-crime para fazer incluir o deputado federal Carlos Cezar Branco 
Bandeira (petição nº 142.284), cuja juntada ora é determinada.6. Inicialmente, registro que, a despeito 
de datada de 30 de setembro de 2005, a petição em que o querelante requereu o aditamento subjetivo da 
queixa-crime somente foi protocolada em 05 de dezembro de 2005.Há claro descumprimento do prazo 
decadencial para oferecimento de queixa-crime relativamente à pessoa do deputado federal Carlos Cezar 
Branco Bandeira (CP, art. 103; CPP, art. 38), além de não ter sido apontada qualquer conduta do mesmo 
que pudesse, em tese, configurar a prática de qualquer crime. Assim, indefiro o requerimento contido na 
petição protocolada pelo querelante, procedendo-se à sua juntada aos autos.7. O querelante argumenta 
que, no tema referente aos limites da imunidade parlamentar material, o querelado não pode ser 
considerado imune, eis que se serviu do parlamento para "resolver 'quizílias' políticas com seus 
adversários e opositores" (fl.08). A tese do querelado, ao contrário, é de estar acobertado pela imunidade 
prevista no art. 53, caput, da Constituição da República, sobretudo após o advento da Emenda 
Constitucional nº 35/2001.8. A regra contida no art. 53, caput, da Constituição da República, assegura 
imunidade material para os deputados e senadores que, na defesa de seus mandatos parlamentares, 
podem emitir livremente opiniões, sem temer qualquer tipo de retaliação penal. A norma constitucional 
visa tutelar o livre exercício da atividade legislativa, além da independência e harmonia entre os Poderes 
da República. Anoto, ainda, que com o advento da Emenda Constitucional nº 35/2001, a imunidade 
material dos deputados e senadores foi ampliada para a esfera civil, deixandode se limitar ao âmbito 
penal. Registro que esta Corte já teve oportunidade de apreciar situação assemelhada à tratada nestes 
autos, e concluiu que "para os pronunciamentos feitos no interior das Casas Legislativas não cabe indagar 
sobre o conteúdo das ofensas ou a conexão com o mandato, dado que acobertadas com o manto da 
inviolabilidade. Em tal seara, caberá à própria Casa a que pertencer o parlamentar coibir eventuais 
excessos no desempenho dessa prerrogativa" (Inq. 1.958, rel. para o acórdão Min. Carlos Velloso, Pleno, 
DJ 18.02.2005).9. No caso em questão, o querelado atuou na sua condição de parlamentar, apresentando 
dados concretos relacionados à atuação do Poder Executivo do Estado do Maranhão na época, que 
contava com o querelante como Secretário de Estado. Não houve agressão à honra do querelante, mas 
sim ênfase sobre os preocupantes acontecimentos relacionados à desentendimentos havidos entre o 
Governador e o Vice-Governador do Estado do Maranhão naquele período. A manifestação parlamentar do 
querelado guardou nexo de causalidade com o exercício da atividade legislativa, não havendo justa causa 
para a deflagração da ação penal de iniciativa privada.10. A imunidade material parlamentar exclui a 
tipicidade do fato praticado pelo deputado ou senador consistente na manifestação, escrita ou falada, 
exigindo-se apenas que ocorra no exercício da função. Tal razão fundamenta a rejeição da denúncia com 
base no art. 43, inciso I, do Código de Processo Penal. O Supremo Tribunal Federal já firmou orientação 
no sentido de que o relator pode determinar o arquivamento dos autos quando as supostas manifestações 
ofensivas estiverem acobertadas pela imunidade parlamentar material (PET 3.162, rel. Min. Celso de 
Mello, DJ 04.03.2005; PET 3.195, rel. Min. Cezar Peluso, DJ 17.09.2004; PET 3.076, rel. Min. Gilmar 
Mendes, DJ 09.09.2004; PET 2.920, rel. Min. Carlos Velloso, DJ 01.08.2003).11. Ainda que não fosse por 
tal motivo, observa-se que a queixa não poderia ser recebida por força do decurso do prazo prescricional 
referente à pretensão punitiva estatal. Em se tratando de imputação de crime de injúria (art. 140, CP), 
ainda que com a incidência da causa de aumento de pena em um terço (art. 141, II e III, CP), a pena 
máxima é de 8 (oito) meses de detenção, regendo-se pela regra do art. 109, VI, do Código Penal (dois 
anos).Assim, tendo o discurso do querelado sido feito em 27 de setembro de 2005 (fl. 13) já decorreu 
prazo superior a 2 (dois) anos e, por isso, a punibilidade do querelado estaria extinta em razão da 
prescrição (CPP, art. 43, II).12. Ante o exposto, rejeito a queixa, nos termos do art. 43, I e II, do Código 
de Processo Penal, e determino seu arquivamento, acolhendo o parecer do Ministério Público Federal, 
aplicando o disposto no art. 38, da Lei nº 8.038/90, devido ao pedido ser manifestamente 
incabível.Publique-se. Brasília, 15 de maio de 2008.Ministra Ellen Gracie Relatora 
2.7. AI 401.600 
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - IMUNIDADE PARLAMENTAR EM SENTIDO MATERIAL 
(INVIOLABILIDADE) - DECLARAÇÕES DIVULGADAS PELO BOLETIM DIÁRIO DA SESSÃO PLENÁRIA DA 
CÂMARA LEGISLATIVA E ENTREVISTAS JORNALÍSTICAS PUBLICADAS PELA IMPRENSA LOCAL - 
IMPOSSIBILIDADE DE RESPONSABILIZAÇÃO CIVIL DE MEMBRO DO PODER LEGISLATIVO DO 
 
 
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monitora Luciana Prol 
DISTRITO FEDERAL (CF, ART. 53, "caput", c/c O ART. 32, § 3º)- PRESSUPOSTOS DE INCIDÊNCIA DA 
GARANTIA CONSTITUCIONAL DA IMUNIDADE PARLAMENTAR - PRÁTICA "IN OFFICIO" E PRÁTICA 
"PROPTER OFFICIUM" - RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO 
A garantia constitucional da imunidade parlamentar em sentido material (CF, art. 53, "caput") exclui a 
possibilidade jurídica de responsabilização civil do membro do Poder Legislativo por danos eventualmente 
resultantes de suas manifestações, orais ou escritas, desde que motivadas pelo desempenho do mandato 
(prática "in officio") ou externadas em razão deste (prática "propter officium"), qualquer que seja o 
âmbito espacial ("locus") em que se haja exercido a liberdade de opinião, ainda que fora do recinto da 
própria Casa legislativa, independentemente dos meios de divulgação utilizados, nestes incluídas as 
entrevistas jornalísticas. Doutrina. Precedentes 
A EC 35/2001, ao dar nova fórmula redacional ao art. 53, "caput", da Constituição da República, explicitou 
diretriz, que, firmada anteriormente pelo Supremo Tribunal Federal (RTJ 177/1375-1376, Rel. Min. 
SEPÚLVEDA PERTENCE), já reconhecia, em favor do membro do Poder Legislativo, a exclusão de sua 
responsabilidade civil, como decorrência da garantia fundada na imunidade parlamentar material, desde 
que satisfeitos determinados pressupostos legitimadores da incidência dessa excepcional prerrogativa 
jurídica 
Essa prerrogativa político-jurídica - que protege o parlamentar em tema de responsabilidade civil - supõe, 
para que possa ser invocada, que exista o necessário nexo de implicação recíproca entre as declarações 
moralmente ofensivas, de um lado, e a prática inerente ao ofício legislativo, de outro. Doutrina. 
Precedentes 
Se o membro do Poder Legislativo, não obstante amparado pela imunidade parlamentar material, incidir 
em abuso dessa prerrogativa constitucional, expor-se-á à jurisdição censória da própria Casa legislativa a 
que pertence (CF, art. 55, § 1º). Precedentes: Inq 1.958/AC, Rel. p/ o acórdão Min. AYRES BRITTO (RTJ 
194/56, Pleno) -RE 140.867/MS, Rel. p/ o acórdão Min. MAURÍCIO CORRÊA (Pleno). 
2.8. Inquérito 1247 
EMENTA: CRIME CONTRA A HONRA - ELEMENTO SUBJETIVO - O DOLO - INVIOLABILIDADE 
PARLAMENTAR - RETORSÃO - ALCANCE. 
Tratando-se de hipótese a revelar prática inicial coberta pela inviolabilidade parlamentar, sentindo-se o 
titular do mandato ofendido com resposta formalizada por homem público na defesa da própria honra, 
único meio ao alcance para rechaçar aleivosias, cumpre ao órgão julgador adotar visão flexível, 
compatibilizando valores de igual envergadura. A óptica ortodoxa própria aos crimes contra os costumes, 
segundo a qual a retorsão é peculiar ao crime de injúria, cede a enfoque calcado no princípio 
constitucional da proporcionalidade, da razoabilidade, da razão de ser das coisas, potencializando-se a 
intenção do agente, o elemento subjetivo próprio ao tipo - o dolo - e, mais do que isso, o socialmente 
aceitável. Considerações e precedente singular ao caso concreto. 
2.9. ADI 558 
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE: IMPUGNAÇÃO A VARIOS PRECEITOS DA 
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, COM PEDIDO DE SUSPENSÃO LIMINAR DOS ARTS. 100 
(EM PARTE), 159 (EM PARTE), 176, "CAPUT" (EM PARTE) E SEU PAR.2., V, E E F; 346 E 352, PARAG. 
ÚNICO: MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA PARCIALMENTE, SEM SUSPENSÃO DO TEXTO, QUANTO AO ART. 
176, PAR.2., V, E E F, E, INTEGRALMENTE, QUANTO AOS ARTG. 346 E 352, PARAG. ÚNICO. 
1. ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA: IMPUGNAÇÃO AO SEU PODER DE CONVOCAR PARA ESCLARECIMENTOS OS 
PROCURADORES-GERAIS DE JUSTIÇA, DO ESTADO E DA DEFENSORIA PÚBLICA, COMINANDO-SE A 
AUSÊNCIA INJUSTIFICADA AS SANÇÕES DO CRIME DE RESPONSABILIDADE: LIMINAR INDEFERIDA. 
2. REPRESENTAÇÃO POR INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS LOCAIS EM FACE DA CONSTITUIÇÃO 
DO ESTADO (ART. 159): ARGÜIÇÃO DE INVALIDADE, EM FACE DO MODELO FEDERAL DO ART. 
 
 
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103 CF, DA OUTORGA DE LEGITIMAÇÃO ATIVA A DEPUTADOS ESTADUAIS E COMISSÕES DA 
ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA, ASSIM COMO AOS PROCURADORES-GERAIS DO ESTADO E DA DEFENSORIA 
PÚBLICA: SUSPENSÃO CAUTELAR INDEFERIDA, A VISTA DO ART. 125, PAR.4., DA CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL. 
3. DEFENSORIA PÚBLICA: ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS QUE LHE CONFEREM 
ATRIBUIÇÃO PARA: A) A ORIENTAÇÃO JURÍDICA, A POSTULAÇÃO E A DEFESA EM JUÍZO DOS DIREITOS 
E INTERESSES "COLETIVOS" DOS NECESSITADOS (ART. 176, "CAPUT"): DENEGAÇÃO DA LIMINAR; B) 
PATROCINAR (E NÃO, PROMOVER) AÇÃO CIVIL EMFAVOR DE ASSOCIAÇÕES DESTINADAS A PROTEÇÃO 
DE INTERESSES "DIFUSOS" (ART. 176, PAR.2., V, E, 1., PARTE): SUSPENSÃO CAUTELAR RECUSADA; C) 
"IDEM", EM FAVOR DE ASSOCIAÇÕES DE DEFESA DE INTERESSES "COLETIVOS" (ART. 176, PAR.2., V, E, 
2., PARTE): SUSPENSÃO LIMINAR DEFERIDA, EM TERMOS, PARA RESTRINGIR PROVISORIAMENTE A 
APLICAÇÃO DO DISPOSITIVO A HIPÓTESE EM QUE SE CUIDE DE ENTIDADE CIVIL DESPROVIDA DE 
MEIOS PARA O CUST EIO DO PROCESSO; D) PATROCINAR OS DIREITOS E INTERESSES DO 
CONSUMIDOR LESADO, NA FORMA DA LEI (ART. 176, PAR.2., V, F): MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA EM 
TERMOS SIMILARES A DA ALINEA C SUPRA. 
4. VEREADOR, IMUNIDADES: IMPUGNAÇÃO A NORMA CONSTITUCIONAL LOCAL QUE LHES ESTENDE 
IMUNIDADES PROCESSUAIS E PENAIS ASSEGURADAS AOS MEMBROS DO CONGRESSO NACIONAL (CF, 
ART. 53, PARS.1., 2., 3., 
5. E 7.) E AOS DEPUTADOS ESTADUAIS (CF, ART. 27, PAR.1.; CONST. EST. RJ, ART. 102, PARS.1., 2., 3., 
5. E 6.), EM FACE DA COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO PARA LEGISLAR SOBRE DIREITO PENAL E 
DIREITO PROCESSUAL: SUSPENSÃO LIMINAR DEFERIDA. 
5. INTERVENÇÃO ESTADUAL NO MUNICÍPIO POR SUSPENSÃO DA DÍVIDA FUNDADA (CF, ART. 35, I): 
IMPUGNAÇÃO A NORMA CONSTITUCIONAL LOCAL, QUE EXCLUI A INTERVENÇÃO, "QUANDO O 
INADIMPLEMENTO ESTEJA VINCULADO A GESTAO ANTERIOR" (C. EST. RJ, ART. 352, PARAG. ÚNICO): 
SUSPENSÃO LIMINAR CONCEDIDA. 
___________________________________________________________________________ 
3. SIMULADOS: 
3.1. CESPE - 2008 - MPE-RO - Promotor de Justiça. A respeito da organização dos poderes, assinale 
a opção correta. 
a) Caso um deputado federal, que também seja radialista, ao promover uma mesa de debates no seu 
programa de rádio, injurie um famoso empresário, nessa hipótese, conforme precedentes do STF, o 
deputado não poderá ser responsabilizado pela injúria praticada, já que possui imunidade material quanto 
a suas opiniões, palavras e votos. 
b) Caso o governador de determinado estado tenha sido processado pelo MP estadual perante o STJ por 
crime comum, nessa hipótese, a previsão, na Constituição estadual, de que o governador somente será 
processado após licença da respectiva assembleia legislativa não será óbice ao seguimento da ação penal, 
já que tal dispositivo é inconstitucional. 
c) Diante do parâmetro normativo constitucional relativo ao presidente da República, é constitucional a 
norma, prevista em Constituição estadual, que assegure ao governador do estado imunidade contra a 
prisão cautelar penal. 
d) O MP não tem competência para buscar a reparação civil junto aos infratores, assim identificados em 
uma comissão parlamentar de inquérito. 
e) Conforme preceitua a CF, o presidente da República poderá delegar ao procurador-geral da República o 
 
 
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poder de extinguir cargos públicos, quando vagos. 
3.2. FUNIVERSA - 2009 - PC-DF - Delegado de Polícia – Objetiva. Uma Constituição pode ser 
calcada nos mecanismos de proteção aos direitos e às garantias fundamentais e na estruturação do 
Estado. No que toca à organização dos poderes, assinale a alternativa correta. 
a) As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) devem se cingir ao fato preciso determinado 
expressamente consignado nos atos de sua instalação, sob pena de caracterização de seu alargamento 
investigativo indevido. 
b) A inviolabilidade profissional justifica a ausência de advogados para comparecerem como testemunhas 
ou indiciados perante as CPIs. 
c) O Tribunal de Contas da União tem competência para apresentar projeto de lei visando à sua 
reorganização administrativa. 
d) A abertura de crédito extraordinário é matéria que necessita de edição de medida provisória, 
posteriormente submetida ao exame do Poder Legislativo. 
e) A imunidade formal dos parlamentares obsta, inclusive, sua prisão decorrente de sentença judicial 
transitada em julgado. 
3.3. FGV - 2008 - TJ-PA – Juiz. Com base na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e 
suas atualizações, assinale a alternativa correta. 
a) Conforme mandamento constitucional, os vereadores se beneficiam de todas as imunidades formais. 
b) Conforme a Constituição Federal, aos deputados estaduais se estende a imunidade material. Esta 
expressa a inviolabilidade civil e penal dos deputados por suas opiniões, palavras e votos, neutralizando a 
responsabilidade do parlamentar nessas esferas. 
c) O suplente de deputado estadual possui as garantias constitucionais de imunidade parlamentar, bem 
como a ele se estende a prerrogativa de foro, pois ostenta a posição de substituto eventual do titular do 
mandato. 
d) Conforme a Constituição Federal, aos deputados estaduais se estende a imunidade formal. Esta 
expressa a inviolabilidade civil e penal dos deputados por suas opiniões, palavras e votos, neutralizando a 
responsabilidade do parlamentar nessas esferas. 
e) A Constituição Federal prevê imunidades materiais e formais aos deputados estaduais e aos 
vereadores. No que tange a estes, no entanto, a imunidade material é limitada territorialmente à 
circunscrição do Município. 
GABARITOS: 
3.1. E 
3.2. C 
3.3. B

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