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sustentabilidade e meio ambiente

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SUSTENTABILIDADE E 
MEIO AMBIENTE 1
INTRODUÇÃO À SUSTENTABILIDADE
A palavra sustentabilidade está na moda. É comum ouvirmos falar dela 
e não apenas no universo daqueles que trabalham com a área ambiental. 
Este termo é empregado por vários profissionais, das mais diversas áreas. São 
economistas, empresários, sindicalistas, ambientalistas, publicitários, políticos 
e tantos outros. As mídias a utilizam com muita frequência e os discursos 
políticos atuais não seriam os mesmos se não tivessem como “pano de fundo” 
a magia da sustentabilidade.
Também são distintas as conotações para esse termo, quase sempre 
em comunhão com os desejos e interesses, se assim podemos afirmar, do 
indivíduo ou grupo que o emprega. E nisto há uma contradição, porque retira 
dessa palavra o seu real sentido, chegando ao extremo de configurar como 
uma espécie de premissa na qual acabam se justificando ações de impacto 
negativo no meio em que vivemos.
APRESENTAÇÃO
Organização
Edson Torres
Reitor da 
UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitora do EAD
Prof.ª Francieli Stano 
Torres
Edição Gráfica 
e Revisão
UNIASSELVI
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO À SUSTENTABILIDADE
INTRODUÇÃO À 
SUSTENTABILIDADE
.01
1 “MODA SUSTENTÁVEL”
A palavra sustentabilidade está na moda. É comum ouvirmos falar dela 
e não apenas no universo daqueles que trabalham com a área ambiental. 
Este termo é empregado por vários profissionais, das mais diversas áreas. São 
economistas, empresários, sindicalistas, ambientalistas, publicitários, políticos 
e tantos outros. As mídias a utilizam com muita frequência e os discursos 
políticos atuais não seriam os mesmos se não tivessem como “pano de fundo” 
a magia da sustentabilidade.
Também são distintas as conotações para esse termo, quase sempre 
em comunhão com os desejos e interesses, se assim podemos afirmar, do 
indivíduo ou grupo que o emprega. E nisto há uma contradição, porque retira 
dessa palavra o seu real sentido, chegando ao extremo de configurar como 
uma espécie de premissa na qual acabam se justificando ações de impacto 
negativo no meio em que vivemos.
FIGURA 1 – MUITAS VEZES O TERMO SUSTENTABILIDADE É UTILIZADO 
PARA JUSTIFICAR INTERESSES PESSOAIS E AÇÕES NOCIVAS AO MEIO
FONTE: Disponível em: <http://www.not1.com.br/senado-aprova-novo-
codigo-florestal-mudancas-polemicas-e-informacoes/>. Acesso em: 15 maio 2012.
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO À SUSTENTABILIDADE
De fato, o termo sustentabilidade tornou-se muito flexível. Seu uso 
muitas vezes foi “flexibilizado” aos interesses de classes e a desejos individuais. 
Porém, possui um significado intrínseco, histórico, que revela muito mais do 
que uma palavra “politicamente correta”. Apesar de não ser uma tarefa fácil, 
já que sua definição não é consenso na academia, o que precisamos é, como 
se faz com uma pedra preciosa bruta, polir este termo atual e descobrir seu 
verdadeiro significado. É este nosso intento aqui.
2 RAÍZES DO TERMO
Nossa primeira impressão é que o conceito de sustentabilidade tem origem 
recente, principalmente com as publicações da Organização das Nações Unidas 
(ONU) que chamavam atenção às contradições do modelo de organização 
da produção e consumo que temos pautado na degradação crescente dos 
recursos naturais. Porém, as raízes do termo a qual nos referimos já têm mais 
de 400 anos e têm seu berço na silvicultura (BOFF, 2012, p.33- 34).
Silvicultura é a ciência que se ocupa das atividades ligadas à implantação 
e regeneração de florestas. Seu objetivo básico é o “aproveitamento e 
manutenção racional das florestas, em função do interesse ecológico, 
científico, econômico e social.” 
FONTE: Disponível em: <http://home.furb.br/lschorn/index.html>. Acesso 
em: 23 maio 2012.
A madeira foi a principal matéria-prima do mundo antigo e início da Idade 
Moderna. Tanto que muitas florestas foram praticamente destruídas, tornando 
este item cada vez mais escasso. Isto era um problema que necessitava 
superação.
E foi, como forma de atenuar tal dificuldade que surgiu na Alemanha, na 
Província de Saxônia (por volta de 1560) a preocupação com o uso racional 
das florestas, no intuito de possibilitar a manutenção e a regeneração das 
mesmas. E é em meio a esse panorama que surgiu a palavra Nachhaltigkeit 
cuja tradução é a palavra “sustentabilidade”. 
Evidentemente não possuía a conotação que tem hoje e que veremos adiante. 
É por volta do século XVIII, mais precisamente em 1712, que se tem registro 
do uso da palavra sustentabilidade de uma forma estratégica. Novamente na 
província de Saxônia, Hans Carl Von Carlowitz, escreveu sobre a importância 
do uso sustentável da madeira, cada vez mais utilizada nas atividades da 
época e consequentemente mais escassa. O título de sua obra, em latim foi: 
Silvicultura Oeconomica e contava com o lema: “devemos tratar a madeira 
com cuidado”; caso contrário, os negócios iriam acabar e os lucros da atividade 
madeireira também. Interessante que após este fato, iniciaram-se ações de 
replantio de árvores em regiões já degradadas. Inclusive, criou-se a Silvicultura 
como ciência e muitas academias com esta finalidade. (BOFF, 2012, p. 32- 33).
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO À SUSTENTABILIDADE
Fica evidente que a preocupação em cortar o tanto de madeira que a 
floresta pudesse suportar ligava-se à manutenção dos negócios e não à 
simples bondade dos indivíduos.
3 TRAJETÓRIA RECENTE: A PRIMEIRA CONFERÊNCIA 
MUNDIAL SOBRE O HOMEM E O MEIO AMBIENTE
Após muito tempo, o tema da sustentabilidade volta a tomar corpo, 
agora na publicação da obra “Limites do Crescimento” do chamado Clube de 
Roma, que alertava ao paradoxo entre o crescimento mundial e a realidade 
dos recursos naturais limitados.
De cunho internacional, o Clube de Roma define-se como uma organização 
não governamental, sem fins lucrativos e que congrega lideranças de vários 
âmbitos (ciência, indústria, chefes de estado, entre outros) preocupados 
com os principais problemas da humanidade. Sua missão é: “agir como 
catalisador de mudanças globais, livres de quaisquer interesses políticos, 
econômicos ou ideológicos”. 
FONTE: Disponível em: <http://www.clubofrome.at/brasil/about/index.
html>. Acesso em: 15 maio 2012.
FIGURA 2 – OBRA “OS LIMITES DO CRESCIMENTO, 
PUBLICADO PELO CLUBE DE ROMA
FONTE: Disponível em: <http://www.clubofrome.at/
brasil/organisation/index.html>. Acesso em: 15 maio 2012.
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO À SUSTENTABILIDADE
O termo foi ganhando mais espaço nas discussões acerca dos problemas 
ambientais, cada vez mais acelerados com a crescente industrialização, 
levando a ONU a realizar a Primeira Conferência Mundial sobre o Homem e 
o Meio Ambiente, em Estocolmo, em 1972. Apesar de não apresentar grandes 
resultados práticos, o termo sustentabilidade ganhou maior visibilidade, 
adentrando definitivamente nos debates acerca do desenvolvimento das 
nações. Criou-se ainda o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
(PNUMA) (JACOBI, 2002, p. 175).
Criado em 1972, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
(PNUMA) é uma agência do Sistema das Nações Unidas (ONU) com a 
responsabilidade de “promover a conservação do meio ambiente e o 
uso eficiente de recursos no contexto do desenvolvimento sustentável”. 
Define-se ainda como a “principal autoridade mundial em meio ambiente”. 
FONTE: Disponível em: <http://www.pnuma.org.br/index.php>. Acesso 
em: 15 maio 2012.
A seguir, trechos da declaração da conferência referida anteriormente:
Chegamos a um ponto na História em que devemos moldar nossas ações 
em todo o mundo, com maior atenção para as consequências ambientais. 
Através da ignorância ou da indiferença podemos causar danos maciços e 
irreversíveis ao meio ambiente, do qual nossa vida e bem-estar dependem. Por 
outro lado, através do maior conhecimento e de ações mais sábias, podemos 
conquistar uma vida melhor para nós e para a posteridade, com um meio 
ambiente em sintonia com as necessidades e esperanças humanas…
Defender e melhorar o meio ambiente para as atuais e futurasgerações 
se tornaram uma meta fundamental para a humanidade.” 
FONTE: Trechos da Declaração da Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente (Estocolmo, 1972). 
Parágrafo 6. Disponível em: <http://www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-e-o-meio-ambiente/>. Acesso 
em: 15 maio 2012.
4 TRAJETÓRIA RECENTE: O RELATÓRIO BRUNDTLAND
“Em 1984 realizou-se outra conferência, cujo principal fruto foi a criação 
de uma Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, 
aderindo ao lema “Uma Agenda Global para a Mudança” (BOFF, 2012, p. 34). Vale 
ressaltar que tal comissão terminou seus trabalhos em 1987, com a publicação 
do relatório “Nosso Futuro Comum” (também conhecido como Relatório 
Brundtland), trazendo à comunidade global o conceito de desenvolvimento 
sustentável, que segue:
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO À SUSTENTABILIDADE
Desenvolvimento sustentável: “é o desenvolvimento que encontra as 
necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações 
de atender suas próprias necessidades.” 
FONTE: Disponível em: <http://www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-
e-o-meio-ambiente/>. Acesso em: 15 maio 2012.
Vejamos alguns trechos dessa declaração:
Um mundo onde a pobreza e a desigualdade são endêmicas estará 
sempre propenso a crises ecológicas, entre outras…O desenvolvimento 
sustentável requer que as sociedades atendam às necessidades humanas tanto 
pelo aumento do potencial produtivo como pela garantia de oportunidades 
iguais para todos.
Muitos de nós vivemos além dos recursos ecológicos, por exemplo, em 
nossos padrões de consumo de energia… No mínimo, o desenvolvimento 
sustentável não deve pôr em risco os sistemas naturais que sustentam a vida 
na Terra: a atmosfera, as águas, os solos e os seres vivos.
Na sua essência, o desenvolvimento sustentável é um processo 
de mudança no qual a exploração dos recursos, o direcionamento dos 
investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança 
institucional estão em harmonia e reforçam o atual e futuro potencial para 
satisfazer as aspirações e necessidades humanas. 
FONTE: Trecho do Relatório “Nosso Futuro Comum” (Brundtland). Disponível em: <http://www.
onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-e-o-meio-ambiente/>. Acesso em: 15 maio 2012.
5 TRAJETÓRIA RECENTE: A “RIO 92”
Todas as recomendações relatadas pela comissão acima descrita 
levaram à convocação de uma nova conferência – a Conferência das Nações 
Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada em nosso 
país, na cidade do Rio de Janeiro, entre os dias 3 a 14 de julho de 1992. Essa 
Conferência ficou conhecida como Cúpula da Terra e teve como principais 
frutos a introdução do assunto da sustentabilidade diretamente na agenda 
pública, bem como a adoção da Agenda 21 e da Carta do Rio de Janeiro. 
FONTE: Disponível em: <http://www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-e-o-meio-ambiente/>. 
Acesso em: 15 maio 2012.
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO À SUSTENTABILIDADE
A “Agenda 21” é considerada o principal resultado da Cúpula da Terra, 
organizada pela ONU em 1992 e utilizada no mundo todo para nortear 
discussões de políticas públicas, além de ser um “guia para o planejamento 
de ações locais que fomentem um processo de transição para a 
sustentabilidade”.
FONTE: Disponível em: <http://www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-
e-o-meio-ambiente/>. Acesso em: 15 maio 2012.
Cabe ressaltar que a Cúpula da Terra levou ao comprometimento das 
nações em adotar os princípios da sustentabilidade no seu processo de 
crescimento. Infelizmente isso não aconteceu da forma como deveria, ficando 
mais no discurso. Ocorreu ainda uma sessão especial, a chamada “Cúpula da 
Terra +5”, ocorrida em 1997, também no Rio de Janeiro. Sua função básica foi 
fazer uma revisão e avaliação da implementação da Agenda 21 no mundo. 
6 TRAJETÓRIA RECENTE: CÚPULA MUNDIAL SOBRE 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Eram notórias as contradições entre o que se tinha na realidade e o 
que se acordavam nos documentos. Tanto que a ONU convocou mais uma 
Assembleia, intitulada Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, 
realizada em Joanesburgo, em 2002. Nesta, estiveram presentes representantes 
de 150 nações, e buscou-se “fazer um balanço das conquistas, desafios e das 
novas questões surgidas desde a Cúpula da Terra de 1992”. 
FONTE: Disponível em: <http://www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-e-o-meio-ambiente/>. 
Acesso em: 15 maio 2012.
Muitos autores veem esta conferência como frustrante, já que ao invés de ser 
permeada por um espírito solidário, acabou se pautando por grandes disputas 
por interesses econômicos corporativos, sendo predominantes as decisões 
dos países ricos, apoiados pelas grandes corporações e os países produtores 
de petróleo (BOFF, 2012, p. 36).
A realidade mostra que pouca coisa mudou. Infelizmente, posturas 
baseadas em interesses de grupos privados e de países desenvolvidos 
atravancaram um processo mais vigoroso de mudança. Porém, todos estes 
esforços somaram-se a muitos outros e conseguira crescer a consciência da 
humanidade para a sustentabilidade. Tanto que em quase tudo que ouvimos 
ou organizamos tal termo aparece em destaque.
Só para registrar, neste ano (2012), o Brasil , mais precisamente a 
cidade do Rio de Janeiro acolherá a Conferência das Nações Unidas sobre 
Desenvolvimento Sustentável, intitulada Rio+20.
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO À SUSTENTABILIDADE
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável 
será realizada de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. É 
também intitulada como “Rio + 20” porque marca o vigésimo aniversário 
da realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente 
e Desenvolvimento (Rio-92). Contará com dois temas principais: a) 
A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da 
erradicação da pobreza. b) A estrutura institucional para o desenvolvimento 
sustentável.  Seu objetivo é: “a renovação do compromisso político com 
o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das 
lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas 
sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes”.
FONTE: Disponível em: <http://www.rio20.gov.br/sobre_a_rio_mais_20>. 
Acesso em: 15 maio 2012.
7 SUSTENTABILIDADE: UM TERMO DE MUITAS DEFINIÇÕES
Já vimos que o conceito de sustentabilidade está na moda. Muitos o 
utilizam e há uma gama de autores que o descrevem e o conceituam. Como 
nos alerta Ruscheinsky (2003), possui uma perspectiva dinâmica e dessa forma, 
não se caracterizando estático. Sua conceituação é ampla, admite variações 
e é pouco consensual na academia. Porém isso não nos significa relativizá-
lo ao adjetivo de inutilidade, mas sim, significa que “seu uso requer cuidado 
e atenção”. (SCHEFFER, 2012, p. 3).
Na verdade, a base do termo sustentabilidade é a palavra latina sustentare 
(sustentar). Encarada a partir da definição usual no dicionário, possui um 
significado passivo e outro ativo: o primeiro refere-se ao que podemos definir 
de “suportar, impedir a ruína, impedir que caia”. Já o segundo (positivo) quer 
exprimir um sentido de “conservar, manter, proteger, alimentar, conservar-se 
sempre bem, fazer prosperar, viver...”. 
Sobre esta ótica, a sustentabilidade seria o conjunto de ações orientadas à 
garantia de que um ecossistema não decaia ou entre em ruína, bem como 
que permita que o mesmo se mantenha vivo, protegido, capaz de estar 
bem, inclusive pronto aos riscos futuros. 
FONTE: Boff (2012, p. 31-32)
Apesar de um tema controverso, vejamos como a ONU compreende a 
sustentabilidade no seu relatório, associando ao Desenvolvimento Sustentável:
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO À SUSTENTABILIDADE
Aquele que atende as necessidades das gerações atuais sem comprometer 
a capacidade das gerações futuras de atender as suas necessidades e 
aspirações. (CMMA, 1991).
8 O TRIPÉ DA SUSTENTABILIDADE
Partindo deste padrão da ONU, associa-se ao conceito um “tripé” 
(intitulado Triple Bottom Line , ou melhor, a linha das três pilastras),que 
afirma que qualquer ação/modelo sustentável deva ser ao mesmo tempo 
ECONOMICAMENTE VIÁVEL (sustentabilidade econômica), SOCIALMENTE 
JUSTO (sustentab i l idade soc ia l ) E AMBIENTALMENTE CORRETO 
(sustentabilidade ecológica).
FIGURA 3 – O TRIPÉ DA SUSTENTABILIDADE
Fonte: Disponível em: <http://www.agendasustentavel.com.br/artigo.
aspx?id=4111>. Acesso em: 15 maio 2012.
Normalmente, são estas características que encontramos nos discursos 
oficiais, nas propagandas e nos relatórios das empresas. Analisemos mais 
detalhadamente cada item destacado acima:
 ECONOMICAMENTE VIÁVEL: significa uma alocação eficiente dos recursos, 
respeitando o meio ambiente e o bem estar das pessoas. A principal medida 
dessa dimensão é dada justamente por critérios sociais. Pressupõe ainda o 
investimento equilibrado de recursos privados e públicos na economia.
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO À SUSTENTABILIDADE
 SOCIALMENTE JUSTO: resumidamente, consiste em um desenvolvimento 
que reduza as desigualdades sociais e promova a igualdade. Suas ações 
devem abranger não só as necessidades materiais das pessoas, mas também 
as não materiais. São ações de distribuições da riqueza, desenvolvimento 
humano, entre outras.
 AMBIENTALMENTE CORRETO: implica ações que respeitem a biodiversidade, 
permitindo o equilíbrio dos ecossistemas. Pressupõe a manutenção da vida 
na terra, permitindo sua continuidade. Atitudes que além de atender as 
necessidades dos indivíduos, preservam os recursos naturais.
9 AS CINCO DIMENSÕES
Alguns autores acrescentam mais duas dimensões ao termo da 
sustentabi l idade, tornando-o mais completo: DIMENSÃO ESPACIAL/
GEOGRÁFICA (sustentabi l idade espacial ) e DIMENSÃO CULTURAL 
(sustentabilidade cultural). Vejamos:
 DIMENSÃO ESPACIAL/GEOGRÁFICA: são as ações que buscam desenvolver 
equitativamente todas as regiões, inclusive com ações que evitem a 
concentração excessiva de população em determinadas regiões, em 
detrimento de outras. Ainda, procura equilibrar a população urbana com a 
do campo e desenvolver ações locais.
 DIMENSÃO CULTURAL: pressupõe um desenvolvimento que respeite a 
pluralidade cultural existente. São ações que respeitam a especificidade de 
cada sistema, de cada local, inclusive na resolução dos problemas.
Dessa maneira, de um tripé, a sustentabilidade passa a conter cinco 
dimensões principais, que interligadas buscam resolver os principais problemas 
da civilização (aquecimento global, crises diversas). Resumidamente, no 
quadro a seguir, Montibeller (2004) nos apresenta alguns componentes e 
objetivos de cada dimensão:
DIMENSÃO COMPONENTES OBJETIVOS
Sustentabilidade social - Criação de postos de 
trabalho que permitam a 
obtenção de renda individual 
adequada (a maior condição 
de vida; a maior qualificação 
profissional).
- Produção de bens 
dirigida prioritariamente às 
necessidades básicas sociais.
Redução das desigualdades 
sociais.
QUADRO 1 – DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO À SUSTENTABILIDADE
Sustentabilidade 
econômica
- Fluxo permanente de 
investimentos públicos e 
privados (estes últimos com 
especial destaque para o 
cooperativismo).
- Manejo eficiente dos 
recursos.
- Absorção pela empresa, dos 
custos ambientais.
- Endogeneização: contar 
com suas próprias forças.
Aumento da produção 
e da riqueza social, sem 
dependência externa.
Sustentabilidade 
ecológica
- Produzir respeitando 
os ciclos ecológicos dos 
ecossistemas.
- Prudência no uso de 
recursos naturais não 
renováveis.
- Prioridade à promoção da 
biomassa e à industrialização 
de insumos naturais não 
renováveis.
- Redução da intensidade 
energética e aumento da 
conservação da energia.
- Tecnologias e processos 
produtivos de baixo índice de 
resíduos.
- Cuidados ambientais.
Melhoria da qualidade 
do meio ambiente e 
preservação das fontes 
de recursos energéticos e 
naturais para as próximas 
gerações.
Sustentabilidade espacial/
geográfica
- Desconcentração espacial 
(de atividades; de população).
- Desconcentração/
democratização de poder 
local e regional.
- Relação cidade/campo 
equilibrada (benefícios 
centrípetos).
Evitar excesso de 
aglomerações.
Sustentabilidade cultural - Soluções adaptadas a cada 
ecossistema.
- Respeito à formação cultural 
comunitária.
Evitar conflitos culturais 
com potencial regressivo.
FONTE: Montibeller (2004, p. 51)
10 E NA REALIDADE?
Muitos autores criticam a visão da sustentabilidade da ONU, justamente 
por dar a impressão de querer garantir, num primeiro plano, a satisfação das 
necessidades humanas e não propriamente a proteção do meio ambiente. Na 
verdade, as conceituações em si são muito ricas e base para muitas atitudes 
de mudança. Porém, a prática, na maioria das vezes mostra o contrário. 
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO À SUSTENTABILIDADE
Faremos nessa seção uma breve reflexão, colocando face a face as 
dimensões da sustentabilidade destacadas anteriormente com a realidade de 
nosso desenvolvimento, como forma de entender quando esse termo adquire 
um discurso vazio e retórico.
10.1 DESENVOLVIMENTO CAPITALISTA X SUSTENTABILIDADE
Nossa análise se dará sob o paradigma civilizatório hegemônico em 
que vivemos, sustentado pela empresa capitalista, industrial e consumista. 
Dessa maneira, quando ouvimos falar em desenvolvimento de uma nação, 
nos discursos oficiais, é comum associá-lo ao crescimento econômico, ao 
crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), aumento da renda das pessoas, 
das empresas, do consumo e tantas outras variáveis que agregam aumentos 
em escala progressiva.
No mundo dos negócios não é diferente, relaciona-se ao fato de crescer, 
ou seja, produzir mais, vender mais e consequentemente obter mais lucros. 
De fato, é o que se configura como alcançar a lucratividade máxima com o 
mínimo de investimento possível. 
E aqui mora uma contradição, difícil de conjugar. Afinal, de um lado temos 
este modelo de desenvolvimento, que privilegia o indivíduo, o particular e é 
tido como sinônimo de crescimento crescente, inclusive às custas do meio em 
que vivemos. Inclusive, gerador de assimetrias, como riqueza concentrada de 
um lado e pobreza generalizada de outro. E de outro lado a sustentabilidade 
privilegia o coletivo, a harmonia, a cooperação, a inter-relação, o equilíbrio. 
O que não podemos é cair na armadilha de considerar o modelo 
de desenvolvimento que temos e que é tão bem utilizado por diversos 
governos, políticos, empresas e mídias como de fato sustentável. Na verdade, 
precisamos ver o que ele realmente produz. Fica evidente que adjetivar um 
desenvolvimento como sustável sugere muito mais do que uma palavra bonita: 
significa mudança das relações, do modo de se produzir e de repartir.
10.2 ECONOMICAMENTE VIÁVEL
Partindo da mesma ótica, observemos nossa realidade, nossas relações e 
pensemos criticamente sobre elas. Vejamos se, em sua maioria, correspondem 
às características anteriormente descritas.
Tomemos como exemplo um fato bem conhecido por todos: a última 
crise econômica mundial, originada com a “bolha imobiliária” nos EUA. 
Acompanhamos na mídia diversos acontecimentos, como fechamento de 
bancos, quebra de empresas e tantos outros. Na finalidade de atenuar os 
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO À SUSTENTABILIDADE
efeitos da crise, o que fizeram os governos? Em sua maioria aprovaram pacotes 
milionários para salvar da falência bancos e empresas. E o mais interessante: 
de imediato.
Até mesmo o Bras i l fez isso, através de incent ivos a empresas 
multinacionais e bancos. Cabe o questionamento: quem pagou a conta? 
A resposta é simples: eu e você, ou seja, o povo. Sim, foram os impostos e 
contribuições de cada cidadão.
Quem causou o prejuízo foram algumas instituições privadas, interessadas 
em interesses individuas, porém quem pagou a conta do estrago foram todos. 
Mais uma vez na história, utilizou-se da produção socialmente construída para 
atender a interesses individualmente construídos. O contrário seria possível? 
Pensemos mais: se do dia para a noite,grandes esforços foram feitos 
para salvar megaempresas, por que não se faz o mesmo para erradicar a fome 
no mundo?
São perguntas que nos deixam inquietos, mas servem para vermos que 
na realidade, pouco se vê de uma dimensão econômica viável em nosso 
mundo. Não nos deixemos enganar por discursos baratos.
10.3 AMBIENTALMENTE CORRETO
Infelizmente, o atual modelo de progresso que sustentamos vê a 
natureza como provedora de riqueza, a qual podemos sempre retirar. O ideal 
de sociedade pregado pelas instituições tratou de separar o ser humano da 
natureza, sendo este fenômeno uma das explicações à degradação.
Segundo o índice do Planeta Vivo da ONU (BRASIL, 2010), a biodiversidade 
global decaiu em 30% em cerca de 40 anos e de 1998 até agora houve um salto 
de 35% nas emissões de gases de efeito estufa, que tornam o aquecimento 
global um “monstro” sem precedentes.
De fato, nosso desenvolvimento, tem pouco ou quase nada de 
ambientalmente correto. Ele é ancorado no consumismo e na criação infinita 
de necessidades. Utilizamos os recursos naturais sem a menor responsabilidade, 
como se nunca fossem acabar e como sua degradação não afetaria o todo, 
inclusive o ser humano.
 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO À SUSTENTABILIDADE
FIGURA 4 – ÍNDICE PLANETA VIVO MOSTRA QUE POPULAÇÕES DE ESPÉCIES DE 
VERTEBRADOS SOFRERAM REDUÇÃO DE QUASE 30% ENTRE 1970 E 2007
FONTE: Brasil (2010)
10.4 SOCIALMENTE JUSTA
Da mesma forma que as considerações anteriores, nossa economia é 
cheia de contradições e criadora de assimetrias. Muito se produz coletivamente, 
mas pouco a expropriação é individual. E isso nos leva a concluir que ela tem 
pouco de “socialmente justa”. 
Alguns dados de nosso Brasil nos provam isto: somos a sexta maior 
economia do mundo, porém ostentamos um Índice de Desenvolvimento 
Humano pífio. Estamos entre os países com maior concentração de riqueza 
do globo. De acordo com IPEA (2010 apud BOFF, 2012), são apenas 5 mil 
famílias que controlam 46% do PIB em nosso país. Imaginem quase metade 
de toda riqueza nas mãos de pouquíssimas pessoas. Sem contar que apenas 
1% de nossa população detém 48% das terras. Os outros 99% (inclusive quem 
vos escreve) ficam com o resto, definitivamente.
Onde ficam os preceitos da sustentabilidade social?
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FIGURA 5 – DESIGUALDADE NO BRASIL
FONTE: Disponível em: <http://www.vetorial.net/site/?n_
link=charges&charges_id=157>. Acesso em: 15 maio 2012.
10.5 CULTURAL 
A realidade nos mostra grande padronização dos modos de vida. Todo dia 
somos bombardeados com estereótipos de como devemos ser, agir, pensar. 
E quase sempre, vindo de locais ditos mais desenvolvidos. Aprendemos a 
tratar o diferente como inferior, ao invés de enxergar a riqueza na diferença.
Um bom exemplo da falta da dimensão cultural são a gradativa tentativa 
de homogeneização e radicalização das culturas indígenas. O desrespeito ao 
modo de vida dos povos originários foi e é frequente, quase sempre aliado à 
necessidade do capitalismo em se difundir.
10.6 GEOGRÁFICO
Percebemos grandes desigualdades regionais em nosso país. De um lado 
regiões que concentram indústria, tecnologia, educação, saúde, melhores 
empregos e oportunidades e de outro, regiões periféricas, que concentram 
precariedade. 
Fenômenos como a litoralização, o crescente envelhecimento de nosso 
campo somado ao êxodo rural crescente, inchaço de algumas cidades são 
exemplos da falta da dimensão geográfica a qual a sustentabilidade nos indica. 
Sem contar que ainda são tímidas as políticas e ações que promovem 
a ação de atores locais no desenvolvimento socioeconômico.
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É fato que tudo isso contradiz com os preceitos da sustentabilidade 
e por isso precisamos ter muito cuidado quando ouvimos falar desse 
termo. Políticos, governos, empresas, mídias, enfim, muitos o utilizam 
para mascarar o que realmente acontece. Ações realmente sustentáveis 
são a resposta aos principais problemas de nossa civilização (sociais 
e econômicas, ambientais, geográficas e tantas outras). É nossa tarefa 
discernir o que é e o que não é sustentável.
11 ESSÊNCIA DO TERMO: SUSTENTABILIDADE PARA A VIDA
Infelizmente, a máxima moderna, que prevê o crescimento contínuo às 
custas da natureza mostrou-se suicida. É no mínimo contraditório considerar 
que um modelo consumista como o nosso, baseado na suposta satisfação 
das ilimitadas necessidades humanas com a alocação dos recursos escassos, 
possa ser realmente sustentável. Os impactos das atividades humanas no 
meio ambiente são cada vez mais intensos, o que os torna mais difíceis de 
superação.
Neste contexto crítico, de degradação do planeta e do ser humano é 
que a prática da sustentabilidade assume maior centralidade, tornando-se 
primordial.
Partindo daquele conceito da ONU, concebemos a sustentabilidade como 
um conjunto de ações e processos capazes de manter o equilíbrio da vida 
na Terra. Seu paradigma deve ser capaz de satisfazer as necessidades 
das presentes e das futuras gerações, com responsabilidade e cuidado, 
possibilitando que a Terra continue sendo habitável a toda manifestação 
da vida. Ela precisa ser verdadeira e real, não se conjugando apenas em 
um discurso retórico. Precisa agir em nível local e global, partindo do 
princípio do cuidado e da preservação. 
FONTE: Boff (2012, p.14) 
São muitos os riscos que ameaçam nosso presente e nosso futuro, assim 
como de toda biodiversidade. Muitas ações e pessoas empreendem a luta de 
um mundo mais justo e equilibrado, mas ainda são poucos. Precisamos nos 
conscientizar, mesmo que haja uma multidão “dando de ombros”.
Ações sustentáveis não são indispensáveis apenas aos governos ou 
empresas: são responsabilidade de toda sociedade, de todo indivíduo. Ações 
locais fazem a diferença, inclusive, dentro de nosso próprio modo de vida. Ser 
sustentável começa com ações, pequenas, de cada um e cada uma, muitas 
vezes, na mudança de hábitos. 
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De nada adianta separar o lixo, considerando-o um ato sustentável se 
continuamos a consumir de forma inconsciente, produzindo cada vez mais 
dejetos. De nada adianta, espalhar latas de lixo nos grandes eventos se não 
empreendemos ações para mitigar seu impacto, como tecnologias limpas. 
Não adianta o Estado falar em sustentabilidade e financiar a produção de 
energias nocivas ao meio, ao invés de investir em energias limpas.
São muitos os exemplos, mas o fato é que temos um longo caminho a 
percorrer e não nos resta muito tempo. 
A noção de sustentabilidade implica ainda, em seu íntimo, que precisamos 
definir limites ao próprio crescimento, pelo menos nos moldes em que se 
apresenta hoje, além de ações que busquem a conscientização dos atores 
sociais, pra que todos se sintam corresponsáveis, tanto pela degradação como 
pela mudança de hábitos e de atitudes. 
A seguir uma imagem que pode representar o conceito de sustentabilidade 
como apresentado aqui. Ela é uma representação da expressão Sumak Kawsay, 
originária da língua kichua, idioma dos Andes e quer dizer, basicamente 
“Bem Viver”. Faz parte da utopia e riqueza da sabedoria dos povos indígenas 
e seu desenho nos mostra um conjunto organizado, sustentável de vários 
sistemas que convivem e se interligam, garantindo a realização do bem viver. 
Interessante que não considera apenas a relação ser humano e natureza, 
mas todas as esferas da vida, como econômicos, políticos, culturais e outros. 
Por ser um círculo nos remete à ideia de igualdade e de equilíbrio. Caberia 
muito a discorrer sobre essa figura, mas fica como reflexão e símbolo de 
sustentabilidade dessa etapa.
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FIGURA 6 – O SUMAK KAWSAY, O BEM VIVER, A UTOPIA DOS POVOS ANCESTRAIS 
DA ABYA YALA
FONTE: Disponível em: <http://latinoamericana.org/images/2012PortadaGrande.
jpg>. Acesso em: 15 maio 2012.
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AUTOATIVIDADE
1 Ouvimos muito sobre sustentabilidadeatualmente. Esse termo entrou 
definitivamente em nosso cotidiano e seu alcance é um dos principais 
objetivos de muitos setores da sociedade. Apesar de muitas controvérsias, 
possui um sentido íntimo. Discorra sobre seu real significado.
2 A verdadeira noção de sustentabilidade vem ao encontro da superação dos 
principais problemas de nossa civilização, como a crise ecológica. Em um 
primeiro momento temos a impressão de ser um tema cuja elaboração é 
atual. Você concorda? Disserte sobre as raízes do termo.
3 A palavra sustentabilidade está na moda. Todos ou quase todos a utilizam, 
seja na academia, nos discursos políticos, nos relatórios de projetos de 
empresas e do governo, entre tantos outros. Em muitos casos torna-se vazio 
e retórico. Comente quando a sustentabilidade é utilizada dessa maneira e 
exemplifique.
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REFERÊNCIAS
BOFF, Leonardo. Sustentabilidade: o que é – o que não é. 1. ed. Petrópolis: 
Vozes, 2012.
BRASIL, WWF. Planeta vivo: biodiversidade, biocapacidade e 
desenvolvimento. Relatório 2010. Disponível em: <http://www.wwf.org.
br/informacoes/bliblioteca/?29789/Relatorio-Anual-2010---WWF-Brasil>. 
Acesso em: 17 abr. 2012.
CMMAD. Comissão mundial de meio ambiente e desenvolvimento. 
Relatório Brundtland: nosso futuro comum. Rio de Janeiro: FGV, 1991.
JACOBI, Pedro. Meio Ambiente e Sustentabilidade. In: ______. O Município 
no Século XXI: cenários e perspectivas. São Paulo Editora, 1999. p.175-
184. Disponível em: <http://www.twiki.ufba.br/twiki/bin/viewfile/PROGESP/
ItemAcervo323?rev=&filename=livro_cepam-_o_papel_do_municipio.pdf>. 
Acesso em: 15 maio 2012.
MONTIBELLER, F. G. O mito do desenvolvimento sustentável: meio 
ambiente e custos sociais no moderno sistema produtor de mercadorias. 2. 
ed. Florianópolis: Editora da UFSC, 2004.
ONU e o meio ambiente. Disponível em: <http://www.onu.org.br/a-onu-
em-acao/a-onu-e-o-meio-ambiente/>. Acesso em: 15 maio 2012.
RUSCHEINSKY, Aloísio. No conflito das interpretações: o enredo da 
Sustentabilidade. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação 
Ambiental, v. 10, p. 29-50, jan./jun. 2003. Disponível em: <http://scholar.
googleusercontent.com/scholar?q=cache:ps8vksWHE-oJ:scholar.google.
com/&hl=pt-BR&as_sdt=0>. Acesso em: 15 maio 2012.
SCHAEFFER, F. Desenvolvimento sustentável e modernidade: uma 
incompatibilidade anunciada. Anais do VI Encontro de Economia 
Catarinense: Inovação e Desenvolvimento. Joinville – Univille, 2012.
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GABARITO 
1 Ouvimos muito sobre sustentabilidade atualmente. Esse termo entrou 
definitivamente em nosso cotidiano e seu alcance é um dos principais 
objetivos de muitos setores da sociedade. Apesar de muitas controvérsias, 
possui um sentido íntimo. Discorra sobre seu real significado.
R.: O verdadeiro sentido de sustentabilidade vem ao encontro da resolução dos 
problemas a qual passa o ser humano (problemas socioecômicos, ambientais, 
culturais, entre outros) e dessa maneira deve ser aquele pautado em um 
conjunto de ações e processos capazes de manter o equilíbrio da vida na 
Terra. Precisa ser capaz de atender tanto as necessidades presentes como 
das futuras gerações aliado à responsabilidade e cuidado, possibilitando que 
a Terra continue sendo habitável a toda manifestação da vida.
2 A verdadeira noção de sustentabilidade vem ao encontro da superação dos 
principais problemas de nossa civilização, como a crise ecológica. Em um 
primeiro momento temos a impressão de ser um tema cuja elaboração é 
atual. Você concorda? Disserte sobre as raízes do termo.
R.: Apesar de atual, o termo sustentabilidade já remonta há mais de 400 anos. 
Sua origem está na Silvicultura e apareceu pela primeira vez na Província de 
Saxônia, na preocupação do uso racional das florestas, no uso sustentável 
da madeira (matéria-prima muito utilizada), permitindo que esta pudesse 
se regenerar. No século XX o termo ganha espaço novamente, agora como 
resposta ao paradoxo do crescimento econômico e da destruição dos recursos 
naturais. Passa a adentrar na agenda pública através das conferências da ONU 
(que acontecem ainda hoje).
3 A palavra sustentabilidade está na moda. Todos ou quase todos a utilizam, 
seja na academia, nos discursos políticos, nos relatórios de projetos de 
empresas e do governo, entre tantos outros. Em muitos casos torna-se vazio 
e retórico. Comente quando a sustentabilidade é utilizada dessa maneira e 
exemplifique.
R.: Isso acontece quando o termo sustentabilidade é utilizado para justificar 
ações nocivas ao meio ambiente e ao próprio ser humano e suas relações. 
Muitos discursos a utilizam como forma de mascarar o que realmente tem 
por trás de seus projetos. É quando ela justifica desejos de grupos distintos 
e interesses individuais. Exemplos: político que se elegeu sob o discurso 
da sustentabilidade, mas aprova projetos de construção civil em área de 
preservação; governos que adjetivam seu desenvolvimento como sustentável 
ao mesmo tempo em que financiam a produção de energias nocivas ao meio, 
ao invés de investir em energias limpas.

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