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D H Couto Alquimia Consciencial

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ALQUIMIA	CONSCIENCIAL
Hélio	Couto
ALQUIMIA	CONSCIENCIAL
1a	edição	–	EPUB
São	Paulo,	abril	2018
Linear	B	Editora
Rua	dos	Pinheiros,	1076	cj	52	•	Pinheiros
CEP	05422-002	–	São	Paulo	–	SP	–	Brasil
Tel	011	3812-3112	e	3812-2817
www.linearb.com.br
***
ALQUIMIA
CONSCIENCIAL
***
©	Hélio	Couto
Obra	registrada	na	Biblioteca	Nacional
1a	edição	–	EPUB:	abril	2018
***
Revisão
Camila	Cotrim
Capa
Carlos	Clémen
Edição
Linear	B	Editora
Dados	Internacionais	de	Catalogação	na	Publicação	–	CIP
C871	Couto,	Hélio
Alquimia	consciencial	/	Hélio	Couto.	–	São	Paulo:	Linear	B	Editora,	2018.	(Coleção
Metafísica)	272	p.	EPUB.
eISBN	978-85-5538-085-3
1.	Metafísica.	2.	Mecânica	Quântica.	3.	Harmonia	Cósmica.	4.	Ressonância
Harmônica.	5.	Desenvolvimento	Pessoal.	6.	Alquimia.	7.	Consciência.	8.	Prosperidade.
I.	Título.	II.	Série.	III.	Calcinatio.	IV.	Solutio.	V.	Coagulatio.	VI.	Mortificatio.	VII.
Coletivo	Alquímico.	VIII.	Separatio,	coniunction	e	o	andrógino.	IX.	Pedra	Filosofal.	X.
Alquimia:	instrumento	para	a	prosperidade.
MCDU	111	CDD	110
Catalogação	elaborada	por	Regina	Simão	Paulino	–	CRB-6-1154
Apresentação	do	tema
Neste	livro	falaremos	sobre	Alquimia	Consciencial.
Este	 tema	 requereu	 um	 livro	 específico	 e	 será	 tratado	 com	 exaustão
em	virtude	da	atenção	e	importância	que	deve	ser	dada	a	este	assunto.
Em	virtude	disso	se	tentará	sanar	todas	as	dúvidas,	no	intuito	de	ficar
documentado	 para	 que	 todas	 as	 pessoas	 tenham	 acesso	 a	 essas
informações.
Para	que	este	 livro	 seja	bem	aproveitado	e	absorvido,	aconselho,	não
se	apegue	a	qualquer	crença	ou	religião.
Boa	Leitura	e	aprendizado.
Introdução
A	Alquimia	promove	uma	transformação	transcendental	na	pessoa	que
entende	realmente	os	objetivos	psicológicos	embutidos	nos	procedimentos
alquímicos.	 O	 salto	 de	 consciência	 é	 inevitável	 porque	 as	 imagens	 que
representam	 a	 alquimia	 provocam	 uma	 resposta	 do	 inconsciente	 que	 se
altera	sem	que	se	perceba	isso.	Estudar	alquimia	tem	um	profundo	efeito
transformador	 na	 visão	 de	 mundo.	 Entende-se	 perfeitamente	 o	 que
acontece	 com	 os	 seres	 que	 vivem	 no	 universo.	 Quais	 as	 possibilidades?
Como	chegar	na	Individuação?	Quais	as	dificuldades?	Qual	o	mapa	para
chegar	 nisso?	Quais	 as	 crenças	 que	 impedem	 isso?	Quais	 as	 resistências
no	meio	do	caminho?	E	assim	por	diante.
O	fim	do	trajeto	é	o	ser	transformado	num	Ser	de	Luz,	num	Anjo	da
Luz,	 um	 ser	 Unificado	 com	 o	 Todo.	 Não	 haverá	 um	 só	 dia	 em	 que	 a
transformação	 não	 esteja	 ocorrendo.	 Tudo	 passa	 a	 ter	 um	 novo
significado	e	tudo	passa	a	ser	sagrado	na	existência.
A	 Psique	 humana	 tem	 todos	 os	 materiais	 necessários	 para	 essa
transformação.	 Basta	 apenas	 iniciar	 o	 trabalho.	 As	 imagens	 que	 Jung
selecionou	fazem	isso.	Elas	ativam	conteúdos	inconscientes	que	passam	a
fazer	 parte	 da	 transformação.	 Essas	 imagens	 são	 arquetípicas.	 Elas
mostram	 em	 que	 ponto	 da	 individuação	 a	 pessoa	 está.	 Mostram
exatamente	o	que	acontecerá	durante	os	procedimentos.	Portanto,	não	há
surpresa	 para	 quem	 estuda	 isso.	 O	 que	 acontecerá	 no	 futuro	 está
totalmente	 aberto	 no	 livro	 da	 alquimia.	 Não	 está	 oculto	 de	 forma
alguma.	 Apenas	 é	 preciso	 ter	 olhos	 de	 ver.	 E	 a	 coragem	 de	 aceitar	 a
realidade	última.
O	 que	 é	 a	 Realidade	 Última?	 Essa	 era	 a	 questão	 que	 os	 alquimistas
queriam	resolver.	Mesmo	sem	ter	aceleradores	nucleares,	eles	 intuíram	a
natureza	 da	 Realidade	 Última.	 As	 imagens	 provam	 isso.	 Eles	 sabiam	 o
que	 estavam	 fazendo.	 O	 que	 hoje	 chamamos	 de	 Vácuo	 Quântico	 eles
chamavam	de	prima	matéria.	O	Oceano	Primordial	de	onde	tudo	emerge.
O	 Todo.	 Esse	 conhecimento	 era	 e	 é	 tão	 poderoso	 que	 eles	 o	 ocultaram
numa	linguagem	metafórica.	Porém,	as	 imagens	provam	que	eles	sabiam
o	resultado	da	união	com	a	prima	matéria.
Vejam	a	imagem	da	prima	matéria	que	está	no	livro	“Psychology	and
Alchemy”	de	Jung.
http://www.christies.com/lotfinder/Lot/marolles-michel-de-1600-
1681-tableaux-du-temple-5698498-details.aspx
É	 um	 desenho	 que	 exemplifica	 a	 turbulência	 energética	 do	 Vácuo
Quântico.	 Podem	 ver	 isso	 também	nos	 livros	 e	DVD’s	 de	 Brian	Greene
sobre	o	tecido	do	cosmo.
A	alquimia	mostra	 as	 infinitas	possibilidades	de	 transformação	desta
prima	matéria	em	seres	conscientes,	inteligentes	e	amorosos.
À	medida	que	os	procedimentos	alquímicos	são	realizados	e	interagem
entre	si	há	um	efeito	sinérgico	que	faz	borbulhar	o	estado	de	consciência.
Este	“cozer”	da	consciência	pode	levar	muito	tempo,	mas	chega	uma	hora
em	que	 as	mudanças	 são	 exponenciais,	 da	mesma	 forma	que	 as	 guerras
do	século	XX	foram	“cozidas”	em	fogo	lento	por	mais	de	1.500	anos.
Porém,	 quando	 chegou	 no	 século	 XII,	 a	 coisa	 começou	 a	 aquecer
muito.	 E	 a	 partir	 do	 século	 XVII	 a	 dinâmica	 tomou	 uma	 velocidade	 e
rumo	 inevitáveis	 para	 desembocar	 no	 século	 XX.	 Quem	 estava	 no	 ano
400	DC	poderia	 ver	 isso?	Quem	estava	nos	 anos	1600	poderia	perceber
isso?	Quem	estava	em	1900	poderia	perceber	 isso?	Não,	embora	 todo	o
quebra-cabeça	estivesse	montado	só	faltando	a	peça	final	a	ser	encaixada.
Toda	a	história	se	repete,	mas	não	de	maneira	igual.
Na	 consciência	 é	 a	 mesma	 coisa.	 Normalmente	 ela	 está	 presa	 num
loop	 em	 que	 só	 sairá	 a	 depender	 de	 uma	 causa	 externa.	 Essa	 causa
externa	 é	 “cozida”	 até	 chegar	 no	 ponto	 em	 que	 a	 pessoa	 enxerga	 de
qualquer	maneira.	E	aí	sai	do	loop.	A	disposição	em	enxergar	é	a	melhor
coisa	 que	 se	 pode	 fazer,	 pois	 assim	 acelera	 o	 “cozimento”	 e	 o	 salto
consciencial	é	mais	fácil.
E	 isso	 tudo,	 no	 final,	 pode	 ser	 feito	 com	 alegria,	 paz,	 harmonia	 e
amor,	mas	 isso	 só	depende	da	decisão	de	 cada	um.	Essa	 é	a	 formula	da
http://www.christies.com/lotfinder/Lot/marolles-michel-de-1600-1681-tableaux-du-temple-5698498-details.aspx
Pedra	Filosofal.
I.	Calcinatio
Vamos	iniciar	nosso	livro	de	Alquimia	Consciencial,	com	a	Calcinatio,
a	 forma	 como	 transcende-la.	 Primeiramente,	 precisamos	 saber	 que	 a
Alquimia	é	uma	das	chaves	que	abrem	todas	as	portas	como	Jung	disse.
Ele	 encontrou	uma	das	 chaves	que	abre	 todas	 as	portas,	 na	verdade	 são
algumas	chaves	e	alquimia	é	uma	delas.
Precisamos	entender	que	Alquimia	explica	exatamente	como	funciona
o	 Universo.	 É	 algo	 realmente	 impressionante	 a	 genialidade	 de	 Jung.	 Se
vocês	pensarem	que	uma	pessoa,	num	planeta	pequeno,	na	borda	de	uma
galáxia	 comum,	 entre	 inúmeras	 galáxias	 deste	 Universo,	 chegar	 à
conclusão	 que	 ele	 chegou,	 é	 realmente	 algo	 que	 está	 além	 do	 natural,	 é
sobrenatural,	com	certeza	absoluta.
E	 estamos	 considerando	 apenas	 os	 nados	 que	 você	 pode	 obter	 neste
planeta.	 Em	 seis	 mil	 anos	 de	 história,	 Jung	 deduziu,	 por	 raciocínio
abstrato,	 simplesmente,	 as	 regras	 e	 leis	 fundamentais	 que	 regem	 o
Universo	 inteiro.	 Isso	 é	 muito	 impressionante.	 Para	 entender	 isso,	 é
preciso	entender	o	que	ele	descobriu.
Neste	 capítulo	nos	 falaremos	de	um	dos	procedimentos	 da	 alquimia.
Somente	 um	 pedaço	 do	 procedimento	 de	 Calcinatio.	 São	 vários	 e	 nos
próximos	capítulos	nós	iremos	falando	de	todos	eles.
Para	 poder	 entender	 o	 que	 é	 Alquimia	 é	 preciso	 entender	 como	 que
tudo	 começou	 há	 muito	 tempo	 atrás.	 É	 preciso	 fazer	 uma	 abstração	 e
imaginar	 o	 seguinte:	 no	 início	 o	 Todo	 estava	 sozinho,	 não	 existia	mais
nada,	 somente	 o	Todo.	 Existia	 infinita	 energia	 ondulando	 sozinha,	 uma
única	consciência,	somente	a	dele,	em	perfeita	paz,	alegria	e	felicidade.
Agora	 imaginemos	 que,	 como	 se	 fosse	 um	 oceano	 terrestre,	 que	 as
ondas	batem	na	praia	e	vão	e	vem,	vão,	são	inúmeras	ondas	que	chegam
na	 praia	 e	 reflui	 e	 volta	 e	 reflui	 e	 volta	 e	 assim	 vai,	 e	 o	 oceano	 é	 o
mesmo.	 Imagine	 que	 uma	 onda	 comece	 a	 desejar	 expressar-se
individualmente,	 então	 tem	 uma	 onda	 que	 quer	 ficar	 na	 praia,	 ela	 não
quer	 voltar	 para	 o	 oceano,	 ela	 que	 se	 desligar	 do	 oceano,e	 ter	 vida
própria.	 Essa	 onda	 insiste.	 Isso	 está	 acontecendo	 dentro	 do	 Todo,	 já
vibrando	 numa	 frequência	 diferente	 da	 Dele.	 Aí,	 depois	 de	 um	 certo
tempo,	o	Todo	resolve	fazer	com	o	que	aquela	onda	quer	e	ela	é	emanada
ou	se	solta	na	praia.
Assim,	 agora	 nós	 temos	 o	 Todo	 e	 essa	 onda	 individual	 que	 saiu
andando	dentro	do	Todo.	Saibamos	que	não	pode	ter	nada	fora	do	todo,
até	hoje	e	sempre	será	assim,	não	existe	nada	fora	do	Todo.
Atualmente	 temos	 o	 Universo	 material,	 naquela	 época,	 no	 exemplo
dado,	 não	 tinha	 nem	 isso.	 Então	 a	 onda	 ainda	 está	 vibrando	 de	 uma
maneira	diferente,	mas	dentro	do	Todo,	como	Jonas	dentro	da	baleia.	Até
esse	 ponto,	 tudo	 continua	 na	 santa	 paz,	 essa	 onda	 que	 se	 tornou
individual	está	feliz	da	vida.
Imagine	no	mundo	material	que	tenhamos	um	ser	unicelular,	que	está,
vamos	 dizer,	 numa	 placa,	 num	microscópio	 para	 ser	 analisado,	 esse	 ser
unicelular,	nem	sabe	que	está	nesta	placa.	Ele	 tem	discernimento,	 tem	o
entorno,	 tem	 o	 ecossistema	 dele,	 sozinho,	 ele	 está	 feliz	 da	 vida.	 Bom,
neste	ponto	ele	já	tem	ego,	já	está	diferenciado,	e	começa	a	achar	que	está
sozinho,	 ficando	 aborrecido	 com	 a	 situação,	 fica	 chato	 e	 começa	 a
emanar,	desejar,	insistir	que	precisa	de	mais	alguém	para	bater	um	papo.
Bom,	 o	 Todo	 vendo	 esta	 necessidade	 da	 onda	 1,	 resolve	 fazer	 a
vontade	dele	e	emana	outra	onda,	a	2.	Tão	logo	a	onda	2	está	na	1,	 fica
feliz	 da	 vida	 porque	 naquela	 placa	 agora	 tem	 um	 outro	 ser	 para	 eles
trocarem	opinião,	trocarem	em	última	instancia,	informação.
Todo	 mundo	 crescendo,	 o	 1	 cresce,	 o	 2	 cresce,	 o	 Todo	 continua
crescendo,	 que	 agora	 está	 ganhando	 informação	do	1	 e	 do	2,	 passando,
cada	 um,	 sua	 experiência	 individual.	Até	 aí	 está	 dando	 tudo	 certo,	mas
como	 agora	 nós	 temos	 o	 ego	 1	 e	 o	 ego	 2	 num	 lugar	 restrito,	 logo
começam	as	reclamações,	como	morar,	pensar	que	não	está	do	 jeito	que
se	 queria,	 que	 agora	 tem	outro	 ser	 disputando	 alimento,	 importunando,
então	um	já	não	está	satisfeito.
O	1	 ficando	 insatisfeito,	 o	2	 também	 fica	 insatisfeito.	Começaram	 a
perceber	que	tem	pouco	espaço,	vocês	sabem,	o	ego	ocupa	muito	espaço,
então	quando	 juntou	os	dois	numa	placa,	pode	 ser	do	 tamanho	que	 for,
começaram	a	criar	um	clima	 ruim	por	 causa	da	disputa	entre	 esses	dois
egos.	Exatamente	neste	instante,	surgiu	a	calcinatio,	o	que	é	calcinatio?
Em	termos	filosóficos,	psicológicos	e	espirituais,	esse	é	o	objetivo	final
da	 alquimia,	 é	 uma	 purificação,	 ou	 uma	 iluminação	 no	 final	 de	 todo	 o
trabalho.	Quer	 dizer,	 o	1	 e	 o	 2	 quando	 terminasse	 a	 história,	 estariam
iluminados,	 mas	 isso	 vai	 levará	 tempo.	 No	 momento	 em	 que	 eles
deixaram	 de	 ficar	 satisfeitos	 um	 com	 o	 outro	 ou	 pelo	 menos	 um	 deles
com	o	outro,	a	calcinatio	começou.
Calcinatio	é,	literalmente,	os	problemas	da	vida	de	qualquer	ser,	desde
uma	célula,	até	o	organismo	mais	complexo	que	se	possa	imaginar.	Todos
os	problemas	que	 existem,	não	 importa	o	 tipo,	o	grau,	 a	 complexidade,
não	importa	nada	disso,	todos	os	problemas	são	calcinatio.
Calcinatio	 vem	da	 cal,	 que	 limpa,	purifica.	Evidentemente	que	 isso	 é
extremamente	 desconfortável	 para	 qualquer	 ser.	 Nenhum	 ser	 gosta	 de
problemas,	gosta	de	ter	alimento,	com	seu	meio	ambiente	em	paz	e	fazer
o	 que	 quer.	 Mas	 à	 medida	 que	 tem	 dois,	 três,	 quatro	 seres,	 mais
problemas	aparecem,	mais	competição	aparece.	É	nesta	interação,	atrito,
que	 há	 aumento	 da	 informação.	 Quanto	 mais	 vivencia,	 quanto	 mais
atrito,	 quanto	 mais	 competição,	 mais	 informação	 é	 acrescentada	 ao
Universo,	 então	 todos	 em	 última	 instância	 estão	 ganhando.	O	Todo	 fez
tudo	certo,	mesmo	fazendo	a	vontade	do	1,	que	quer	sair	por	aí.	O	Todo
já	 sabe	 que	 depois	 do	 1	 vai	 aparecer	 o	 2	 e	 assim	 por	 diante	 e	 isso
inevitavelmente	 fará	 com	que	apareça	mais,	 e	 comecem	os	problemas,	 e
mais	problemas,	e	mais	problemas	de	todos	os	tipos,	jeitos	e	intensidades.
Vocês	 podem	 ver	 que	 no	 nosso	 planeta	 nós	 estamos	 muito	 bem
sortidos	 de	 problemas,	 então	 a	 calcinatio	 no	 planeta	 Terra	 é,
simplesmente,	espetacular.	Logicamente	que	quanto	mais	calcinatio,	mais
desconfortável	 fica.	 Um	 gerente	 de	 vendas	 que	 não	 consegue	 fazer	 com
que	os	seus	vendedores	vendam,	ele	está	passando	por	uma	calcinatio.	Os
vendedores	 que	 são	 pressionados	 pelo	 gerente	 para	 venderem	 estão	 na
calcinatio.	 Os	 clientes	 que	 são	 pressionados	 pelos	 vendedores	 também
estão	na	calcinatio.	Os	clientes	que	estão	tentando	arrumar	mais	dinheiro
para	 comprar,	 calcinatio.	Os	 que	 estão	 empregados	 e	 tem	 a	 pressão	 do
chefe,	 calcinatio.	 Os	 que	 estão	 desempregados,	 calcinatio.	 Na	 família,
calcinatio,	na	empresa,	calcinatio,	no	planeta	 inteiro,	calcinatio.	Os	 sete
bilhões	 e	 tanto	 no	 planeta	 Terra,	 calcinatio.	 Existe	 outro	 jeito?	 Existe.
Chegaremos	lá.
Os	 seres	 humanos	 e	 qualquer	 ser	 no	 universo,	 em	 qualquer	 planeta,
considera	 isso,	 dependendo	do	grau,	 insuportável,	 pois	 se	mexe	na	 zona
de	conforto.	O	1	estava	feliz	da	vida	sozinho,	na	zona	de	conforto	total,
só	 ele,	mas	chegou	uma	hora	que	ele	 sozinho,	 se	 sentiu	 fora	da	zona	de
conforto,	para	vocês	verem	o	que	é	o	ego.
Os	humanos	fazem	isso	muito	bem	com	relação	ao	passado.	Vocês	já
ouviram	aquela	história,	quando	se	fala	“como	era	verde	a	minha	grama
antiga”?	O	passado	sempre	vai	adquirindo	cores	maravilhosas,	o	presente
é	 uma	 tormenta	 total	 e	 o	 futuro	 é	 uma	 esperança	 também	 cor	 de	 rosa.
Mas	o	presente,	quando	chegar,	no	futuro,	o	presente	para	de	ser	também
uma	cor	muito	agradável,	 aí	o	 futuro	passa	a	 ser	 tenebroso	 e	assim	por
diante,	 por	 quê?	 Porque	 sempre	 se	 está	 na	 calcinatio.	 Enquanto	 não	 se
transcende	a	calcinatio,	 ela	pode	 ser	de	 infinitas	maneiras,	a	 turbulência
pode	 ser	 de	 infinitas	 maneiras,	 os	 problemas	 infinitos.	 Quando	 os
problemas	são	muito	grandes,	 surge	nos	 seres	algo	que	se	dá	o	nome	de
trauma.	A	pessoa	acaba	por	 ficar	 traumatizada	por	um	evento	qualquer
da	calcinatio	global.
Trauma	 é	 algo	 difícil	 de	 ser	 resolvido,	 precisa	 de	 tempo.
Principalmente	 porque	 a	 pessoa	 não	 entende	 o	 motivo	 do	 trauma,	 o
porquê	 daquilo	 ter	 acontecido.	 E	 sem	 entender	 o	 porquê,	 cria-se	 um
círculo	 vicioso	 de	 raciocínio	 em	 que	 a	 pessoa	 não	 sai	mais	 daquilo,	 ela
fica	 rememorando	 o	 fato,	 o	 trauma,	 e	 cai	 numa	 vitimização.	 Tenta	 o
tempo	todo	e	não	sai	mais.
Se	 a	 pessoa	 permitir,	 deixar,	 isso	 dura	 a	 eternidade.	 Tem	 que	 haver
um	 fator	 externo	 que	 vá	 lá	 e	 tire	 a	 pessoa	 do	 trauma.	 Ninguém	 sai
sozinho	do	buraco.	Não	há	como	puxar	os	próprios	cabelos.	Alguém	tem
que	ajudar.	Enquanto	a	pessoa	estiver	lá	no	fundo	do	poço	dando	voltas,
não	 haverá	 saída.	 Existe	 uma	 coisa	 chamada	 livre	 arbítrio.	 Se	 a	 pessoa
não	 pede	 ajuda,	 respeita-se	 o	 livre	 arbítrio	 dela,	 consequentemente	 ela
ficará	lá	no	fundo	do	poço,	indefinidamente.
O	 que	 é	 possível	 fazer	 é	 orientar,	 explicar,	 falar,	 motivar,	 ensinar,
para	 ver	 se	 a	 pessoa	 pensa	 e	 muda	 o	 padrão	 de	 pensamentos,	 muda	 a
vibração	que	tem.	Para	isso	é	preciso	que	a	pessoa	transcenda	o	trauma,
transcenda	 a	Calcinatio.	 Ela	 tem	que	 parar	 de	 reclamar,	 de	 chorar	 e	 de
lamentar.	Tem	que	sair	deste	sofrimento	eterno.	Se	alguém	vem	de	fora	e
tira	o	sofrimento,	sai	de	um	lado	e	passa	para	outro.	Não	adianta	trocar
de	 lugar,	o	 sofredor	vai	 junto	com	o	 sofrimento.	Se	está	chorando	aqui,
vai	chorar	aqui,	se	está	lamentando	aqui,	vai	lamentar	ali,	pode	trocar	o
que	 quiser,	 os	 fatores	 externos	 não	 afetarão	 o	 trauma	 interno,	 o
paradigma	da	pessoa.	A	lamentação,	a	vitimização	vai	onde	a	pessoa	for.
E	 isso	 não	 acaba,	 quer	 dizer,	 a	 calcinatio	 continua	 enquanto	 a	 pessoa
estiver	nesta	situação.	Isto	é	a	calcinatio.
Vamos	a	um	exemplo.	Um	terremoto,	a	casa	caiu,	isso	é	a	Calcinatio.Se	a	pessoa	só	fica	chorando	que	teve	terremoto,	e	não	trabalha,	não	tira
os	escombros,	não	constrói	tudo	de	novo	e	vai	em	frente,	se	ela	ficar	só	se
lamentando,	sentada	nos	escombros,	o	terremoto	na	pratica	continua,	só
não	 treme	mais,	mas	 os	 efeitos	 estão	 lá,	 presentes	 internamente.	 Se	 ela
não	começar	de	novo,	isso	não	acabará	nunca,	então	isto	é	a	calcinatio.
No	 livro	de	 Jung	 tem	um	desenho	do	 lobo	devorando	o	Rei	 e	depois
tem	 o	 rei	 sendo	 queimado.	 O	 desenho	 do	 lobo	 devorando	 o	 rei	 é	 o
exemplo	típico	padrão	do	que	é	uma	calcinatio.
Vejam	 bem.	 É	 o	 Rei,	 não	 é	 o	 lobo	 devorando	 o	 mendigo,	 o	 lobo
devora	 o	 Rei.	 O	 rei	 é	 o	 mais	 alto	 cargo	 que	 se	 pode	 imaginar.	 Isso
significa	 que	 não	 existe	 nenhum	 tipo	 de	 ser	 no	 universo,	 por	 mais
importante	que	ele	seja,	que	esteja	fora	da	calcinatio.	Mais	cedo	ou	mais
tarde,	todo	ser	terá	problemas.	Por	mais	importante	que	seja	ou	por	mais
poder	que	tenha	terá	calcinatio.
Vamos	 supor	 que	 você	 tenha	 um	 motorista	 particular	 e	 ele	 erra	 a
entrada	de	uma	rua,	atrasando	o	seu	itinerário,	o	que	é	isso?	Calcinatio.
Seu	 carro	 passa	 por	 cima	 de	 um	 prego	 e	 fura	 o	 pneu,	 o	 que	 que	 isso?
Calcinatio.	O	garçom	não	serve	do	jeito	que	você	gostaria,	calcinatio.	Um
cônjuge	com	o	outro,	um	atrito	qualquer,	 irrelevante,	calcinatio.	 Se	 está
solteiro,	sozinho,	solidão,	calcinatio,	então	consegue	um	relacionamento,
tem	 um	 atrito,	 calcinatio.	 Se	 está	 sozinho	 tem	 calcinatio,	 se	 está	 junto,
tem	calcinatio.	Se	é	um	trilhardário	tem	calcinatio,	o	pneu	fura,	tem	uma
turbulência,	o	jato	particular	tem	que	desviar,	o	iate	dá	um	problema	no
motor,	mesmo	que	seja	um	iate	de	500	milhões	de	dólares.	Uma	formiga
que	está	carregando	uma	folha	e	para	 ir	ao	 formigueiro,	passa	por	cima
da	 mesa,	 normalmente	 vem	 alguém,	 humano,	 olha	 aquilo	 e	 fim	 da
formiga,	 calcinatio	 da	 formiga.	 A	 leoa	 que	 pula	 na	 jugular	 da	 zebra,
calcinatio	 da	 zebra,	 a	 leoa	 que	 está	 passando	 fome	 por	 não	 achar	 uma
zebra,	calcinatio	da	leoa.
Estou	contando	isso	para	vocês	enxergarem	o	grande	quadro	universal.
Em	todos	os	planetas	do	universo,	tem	calcinatio.	Todos	os	habitantes	do
universo,	desde	uma	célula	até...	calcinatio.	Até	que	o	 ser,	qualquer	que
seja	ele,	resolva	transcender,	isso	significa	tirar	o	foco	do	problema,	tirar
o	foco	do	problema,	terá	calcinatio.
Teve	terremoto?	Ótimo,	passou,	acabou,	se	ainda	está	aqui,	excelente,
reconstrói	o	que	 for	possível,	 começa	 tudo	de	novo.	Qualquer	problema
que	seja,	deixar	para	trás,	recomeçar.
Acho	que	já	deu	para	perceber	que	esse	assunto	tem	uma	ligação	com
o	outro	que	sempre	falo,	que	é	soltar	a	calcinatio.	Solta	o	problema	que
tudo	 se	 resolve.	 Bom,	 mais	 aí	 tem	 um	 gerente	 de	 vendas	 que	 é
pressionado	pela	diretoria	para	vender,	então	ele	pressiona	os	vendedores
que	pressionam	os	clientes.	E	quando	se	explica	que	bastaria	o	vendedor
soltar,	o	gerente	soltar,	o	diretor	soltar,	que	tudo	se	resolve,	parece	que	se
está	 falando	 grego.	 Completamente.	 Deve	 ter	 algumas	 interrupções	 nas
sinapses	que	impeçam	o	entendimento	do	que	é	o	soltar.	O	ego	tem	uma
tal	obsessão	por	pegar,	prender,	conquistar	e	prender,	que	soltar	parece	a
maior	 aberração	 do	 universo.	 Então	 imagine	 transcender	 a	 calcinatio
soltando.
Soltando	 tudo	 anda,	 vamos	 dizer,	 coisas	 boas	 acontecem,	 vendas,
faturamento,	 clientes.	 Se	 você	 não	 põe	 pressão	 nos	 clientes,	 não	 põe
pressão	nos	vendedores,	nos	gerentes,	todo	anda.
Isso	 praticamente	 ninguém	 enxerga	 como	 calcinatio,	 o	 vendedor,	 o
gerente,	o	diretor,	é	uma	calcinatio	leve,	mas	como	o	conceito	é	ignorado.
Quantas	 pessoas	 em	 sete	 bilhões	 sabem	 que	 existem	 calcinatio,	 quantas
pessoas	no	planeta	 terra	 leram	Jung?	Nem	 tem	 ideia	do	que	 Jung	 falou.
Vocês	estão	lembrados	que	quanto	maior	é	o	pensamento	abstrato,	maior
o	poder?
Se	 sua	 capacidade	 de	 abstração	 está	 limitada	 a	 construir	 uma	 casa
térrea,	 seu	 poder	 é	X,	 agora	 se	 sua	 capacidade	 de	 abstração	 consegue
levantar	um	prédio	de	100	andares,	é	outra	coisa.	E	assim	é	tudo.	Quanto
maior	 a	 abstração,	 maior	 o	 poder.	 Se	 você	 consegue	 imaginar	 como
administrar	uma	empresa	de	10.000	 funcionários,	 toda	aquela	cadeia	de
produção,	 contábil,	 marketing,	 tudo,	 seu	 poder	 é	 grande.	 Se	 você
consegue	 imaginar	 comandar	 300	 mil	 pessoas,	 maior	 ainda.	 Se	 você
dirigir	200	milhões,	300,	um	bilhão	e	meio	de	pessoas,	muitíssimo	maior,
se	 você	 consegue	 dirigir	 um	 planeta	 inteiro,	 é	 imensa	 a	 capacidade	 de
abstração.	 E	 um	 sistema	 solar?	 E	 uma	 galáxia?	 E	 um	 conglomerado	 de
galáxia,	e	o	universo	inteiro?
Então	 vocês	 imaginem,	 à	 medida	 que	 a	 mente,	 a	 consciência	 ganha
complexidade,	 o	 poder	 aumenta,	 exponencialmente.	 Desenvolver	 a
abstração	mental,	 isto	é,	pensar	simplesmente,	simplesmente	pensar,	não
fazer	 nada,	 ficar	 só	 parado	 pensando,	 é	 um	 exercício	 extremamente
valioso,	 para	 se	 ganhar,	 ter	 poder,	 cada	 vez	 maior.	 Imagine	 se	 Jung
tivesse	usado	o	conhecimento	que	ele	tinha	para	dirigir	uma	empresa,	um
império,	o	que	ele	poderia	fazer?	Não	tem	limites,	qual	o	limite?	Qual	o
limite	de	uma	pessoa	que	consegue	numa	vida	todo	aquele	conhecimento?
E	 somente	 com	 20	 poucos	 anos	 já	 tinha	 grande	 entendimento	 que	 foi
ganhando	 complexidade.	 Com	 pouquíssimo	 tempo	 já	 tinha	 entendido,
compreendido,	 escreveu	 “Os	 sete	 sermões	 aos	 mortos”	 aos	 21	 anos	 de
idade.	Como	o	objetivo	de	Jung	era	outro,	o	que	ele	fez?	Ele	quantificou
tudo	isso	em	31	volumes,	que	é	o	que	está	publicado.	Todo	o	segredo	de
como	 funciona	 a	 vida	 está	 nestes	 31	 volumes.	 Depois	 tem	 o	 seminário
etc.,	 mas	 está	 tudo	 isso	 escrito	 e	 documentado.	 Detalhadamente.	 Os
alquimistas	 falaram	 que	 a	 alquimia	 era	 um	 segredo	 que	 precisava	 ser
mantido	a	todo	o	custo,	porque	aquilo	nas	mãos	erradas	seria	desastroso
e	 foi	 o	 que	 eles	 fizeram.	 Durante	 séculos	 a	 alquimia	 foi	 um	 tremendo
segredo,	 durante	milênios,	 passado	 de	 um	 para	 um,	 um	 para	 um,	 tal	 o
poder	que	existe,	ao	entender	alquimia.
Para	 o	 público	 foi	 divulgado	 que	 era	 pegar	 chumbo	 transformar	 em
ouro,	 essas	 coisas	bem	banais	 e	mundanas	 e	disso	veio	a	química.	Todo
mundo	 dá	 risada	 quando	 acha	 que	 alquimia	 é	 um	 negócio	 que	 eles
tentavam	 fazer	 ouro	 de	 chumbo.	Eles	 sabiam	que	 não	 era	 isso,	mas	 era
uma	 excelente	 maneira	 codificar	 o	 conhecimento	 falando	 que	 estavam
fazendo	ouro	de	chumbo.	E	quando	explicaram	a	calcinatio,	 falaram	que
o	 lobo	 devora	 o	 rei	 e	 queimavam	 sua	 carcaça.	 Isso	 tem	 quantos	 anos?
Essa	gravura?	Tem	gravuras	de	alquimia	de	400	anos.	Existe	uma	extensa
documentação	 alquímica,	 em	 gravuras.	 Desta	 forma	 é	muito	mais	 fácil
passar	 o	 conteúdo,	 o	 conhecimento,	 através	 de	 um	 símbolo,	 do	 que
escrever	 numa	 língua	 qualquer.	 O	 símbolo	 transmite	 a	 ideia	 emocional
que	se	quer	passar.	Uma	foto	vale	mais	que	10.000	palavras,	então	todas
essas	 gravuras	 alquímicas	 transmitem	 um	 profundo	 conhecimento	 de
como	funciona	a	vida.
Quando	você	fala	como	funciona	o	Universo,	não	é	como	funciona	um
carro,	um	foguete,	isso	é	normal,	não	é	isso	que	vai	fazer	a	diferença.	O
que	 faz	 a	 diferença	 é	 como	 funciona	 a	 vida	 da	 pessoa,	 como	 se	 evita	 a
tentativa	e	erro.	E	isto	é	o	que	vale	ouro.
Em	vez	de	eu	tentar	ir	por	um	lado	e	ter	mil	problemas	para	depois	ter
que	voltar	para	o	outro,	por	que	eu	 já	não	vou	direto	para	este	último?
Quanto	vale	não	fazer	a	tentativa	e	erro?	Inúmeras	vezes	verifica-se	o	que
se	chama	de	padrão	de	comportamento,	a	pessoa	erra	uma	vez,	duas,	três,
10,	1.000,	500	mil	vezes	até	que	desconfia	que	tem	algo	errado,	mas	esse
desconfia	leva	tempo.	É	a	calcinatio.	Calcinatio	uma	vez,	duas,	três	até...,
aí	 cai	 naquilo	 que	 a	 gente	 citou	 acima,	 tem	 o	 trauma,	 e	 fica	 dentro	 do
poço	rodando	e	não	sai.
Caso	 fosse	 uma	 calcinatio,	 uma	 vez,	 fez	 aquilo	 nãodeu	 certo,	 “vou
para	cá”,	ótimo,	“até	que	não	saiu	caro”,	ocorre	que	a	história	se	repete
n	 vezes,	 porque	 as	 pessoas	 não	 aprendem	 com	a	história	 e	 continuam	a
calcinatio	eternamente	se	deixar.	Então,	o	valor	econômico	de	se	entender
o	que	 é	 alquimia	 é	 imenso.	 Se	 entendido	 como	a	vida	 funciona,	 como	é
que	 o	 ser	 funciona,	 como	 é	 que	 a	 mente	 funciona,	 como	 que	 a	 psique
funciona,	 abrevia-se	muito	 sofrimento	 e	 isso	 é	 um	 ponto	 extremamente
importante,	 sem	entender	psique	não	 se	 consegue	mais	nada,	nem	como
entender	alquimia...
A	ilusão	da	separação	é	algo	muito	persistente	para	o	ser	humano.	Ele
vê	a	matéria,	que	o	outro	está	lá	e	ele	está	aqui	e	não	tem	nada	entre	nós,
não	tem	ligação,	ele	é	um,	eu	sou	outro.	Essa	ilusão	é	terrível,	porque	cria
toda	a	competição.
Se	o	um	soubesse	que	ele	o	dois	são	a	mesma	coisa	e	que	os	dois	estão
dentro	 do	 Todo,	 tudo	 estaria	 resolvido.	 É	 extremamente	 importante	 se
entender	que	a	Psique,	com	P	maiúsculo,	é	uma	só,	uma	só.
Eu	sei	que	tem	n	teorias	pelo	mundo	afora,	pela	ciência	afora,	mas	eu
falo	da	minha	experiência	pessoal	que	é	vivencial.	Outras	pessoas	podem
ter	outras	experiências,	outras	opiniões,	não	há	problema	algum,	cada	um
está	 ganhando	 experiência	 individualmente,	 mas	 segundo	 minha
experiência	só	existe	uma	psique,	o	Todo.	O	Todo	pensa,	sente,	o	Todo	é
consciente,	onipresente,	onipotente,	onisciente	etc.
Tudo	 está	 dentro	 do	 Todo,	 então,	 qualquer	 ser	 autoconsciente	 e
também	 os	 não	 conscientes,	 estão	 dentro	 de	 onde?	 Da	 consciência	 do
Todo.	 Essa	 psique	 individual	 com	 p	 minúsculo	 está	 dentro,	 ela	 é	 uma
parte	da	outra	Psique	maior,	P	maiúsculo,	 como	uma	onda	do	mar	está
dentro,	 pertence	 ao	 oceano.	N	 ondas	 chegam,	mas	 todas	 são	 o	 oceano.
Não	 existe	 separação,	 aquela	 onda	 particular	 é	 apenas	 uma	 expressão
individual.	 É	 uma	 expressão	 do	 oceano	 inteiro,	 mas	 aquela	 onda
particular	é	o	Todo	também.	Então	veja	bem,	um	ser	individual	tem	uma
psique,	 a	 mente	 dele,	 a	 consciência	 que	 faz	 parte	 do	 Todo,	 é	 por	 esta
razão	 que	 dá	 para	 entender	 como	 que,	 por	 exemplo,	 Jung	 chegou	 nas
conclusões	 que	 chegou.	Quando	 se	 fala	 que	 a	 intuição	 emerge	 o	 tempo
todo,	 ela	 emerge	 de	 quem?	 Do	 Todo	 para	 o	 ser,	 é	 uma	 Psique,	 com	P
maiúsculo,	 falando	 com	 uma	 psique	 de	 p	 minúsculo,	 mas	 é	 a	 mesma
psique,	só	que	esta	é	pequena,	p	minúsculo.	Se	ela	ainda	não	sabe	 isto	e
acha	que	está	separada,	que	é	um	indivíduo	separado	de	tudo,	o	ego,	isso
dificulta	receber	informação,	receber	a	intuição.	Isso	ocorre	porque	o	ego
fala	 o	 tempo	 todo	 e	 ele	 cria	 uma	 extrema	 dificuldade	 para	 informação
chegar.
A	 informação	 é	muito	 sutil,	 é	muito	 suave,	 ela	 trafega	 nas	 sinapses,
nos	 microtúbulos	 e	 tenta	 chegar	 no	 consciente.	 O	 consciente	 fala	 sem
parar,	quer	dizer,	é	um	ruído	total,	o	 tempo	todo,	como	que	aquela	voz
de	 fundo	 da	 intuição	 pode	 passar	 alguma	 coisa?	 A	 voz	 fica	 falando	 o
tempo	 todo,	 24	 horas	 por	 dia	 está	 lá	 a	 intuição	 jorrando,	 mas	 não	 é
ouvida.	 Se	 essa	 psique	 individualizada	 deixar	 a	 Psique	 falar,	 passar	 o
conhecimento,	 haverá	 uma	 unificação	 e	 mais	 nenhuma	 obstrução	 deste
canal	 de	 comunicação.	 As	 duas	 psiques,	 na	 verdade,	 são	 uma	 só.	 Isso
significa	que	a	pessoa	nunca,	qualquer	ser,	nunca	está	sozinho,	nunca.	O
Todo	é	 como	se	 fosse	um	protetor,	um	guarda-costas	que	o	 tempo	 todo
protege	a	pessoa,	em	todas	as	situações,	mas	ele	é	invisível.	A	pessoa	não
percebe	 que	 está	 sendo	 protegida,	 guiada,	 aqui	 tem	 um	 caminho,	 que
facilita	tudo,	as	portas	se	abrem,	os	negócios	são	feitos	e	assim	por	diante
se	 a	 pessoa	 transcende	 a	 calcinatio.	 É	 preciso	 entender	 que	 o	Todo,	 Ele
não	 fez	 a	 calcinatio,	 o	 Todo	 está	 consertando	 as	 bobagens	 que	 os	 seres
fizeram	desde	o	começo.
Quando	o	1	 começou	a	 encrencar	 com	o	2	 e	os	problemas	 surgiram,
apareceu	 a	 calcinatio	 e	 desde	 daquela	 época	 o	 Todo	 está	 ajudando	 a
resolver	o	problema.
Evidentemente	 que	 todas	 essas	 potencialidades	 já	 estavam	 presentes
dentro	 do	 Todo,	 é	 lógico,	 as	 infinitas	 possibilidades	 já	 estão	 presentes
dentro	 dele,	 mas	 ainda	 não	 viraram	 probabilidades	 e	 nem	 coisas	 reais,
entende-se,	enquanto	os	seres	não	atuam.
É	 o	 colapso	 de	 onda	 dos	 seres	 que	 transforma	 uma	 onda	 de
possibilidade	em	probabilidade	e	o	carro	na	garagem.	Essa	transformação
é	feita	com	o	colapso	da	função	de	onda,	o	poder	do	colapso	da	função	de
onda	 do	 Todo,	 da	 psique.	 Isso	 se	 a	 pessoa	 sentir.	 Entender
intelectualmente,	digamos,	é	mais	fácil.	Para	colapsar	deve-se	sentir	que	a
consciência	 Dele	 é	 parte	 de	 uma	 enorme	 consciência,	 que	 as	 duas
consciências	estão	pensando	ao	mesmo	tempo.	Não	tem	nada	separado,	a
pessoa	não	 consegue	 ter	pensamentos	 separados,	 individuais.	Não	existe
isso,	é	impossível,	porque	só	existe	uma	mente	no	Universo	inteiro.	Todas
as	outras	mentes	 individuais	 fazem	parte	desta	Mente	 imensa.	É	só	uma
questão	de	frequência.
Todas	 as	 frequências	 estão	 dentro	 do	 Todo.	 Você	 tem	 um	 ser	 numa
frequência	 X,	 outro	 ser,	 em	 outra,	 e	 sete	 bilhões	 de	 frequências
diferentes,	 assinaturas	 de	 frequências	 diferentes	 e	 os	 bilhões	 de	 planetas
no	Universo	 afora	 e	 etc.,	 e	 todos	 os	 seres,	 cada	 um	 com	 sua	 assinatura
individual	 igual	 à	 digital	 e	 cada	 um	 numa	 frequência,	 mas	 todos	 eles
estão	dentro	da	frequência	maior	do	Todo,	dentro	da	mente	do	Todo.
Desta	 forma	 nós	 temos	 algo	 bidirecional,	 o	 que	 a	 pessoa	 pensa,	 o
Todo	está	sabendo	e	está	pensando.	Não	tem	como	você	pensar	e	ele	não
saber,	 porque	 o	 veículo	 que	 você	 usa,	 sua	 mente,	 sua	 consciência,	 é	 o
Todo,	uma	parte	dele.	Você	está	usando	o	veículo	do	Todo	para	pensar.
O	Todo	pensa	o	tempo	todo,	então	se	você	está	pensando	e	ele	sabe	o	que
você	está	pensando.	É	uma	coisa	só,	mas	se	você	inverter	a	equação,	você
também	 sabe	 o	 que	 o	Todo	 está	 pensando.	 É	 bidirecional,	 por	 isso	 que
existe	 a	 intuição,	porque	o	que	 ele	pensa,	 se	 ele	 está	 em	 fase	 com	você,
em	fase,	comprimento	amplitude	de	onda,	a	comunicação	é	perfeita,	está
passando	tudo,	claro	na	sua	frequência,	ele	está	passando	o	que	é	possível
passar	para	você.	Isso	pode	aumentar	e	você	chegar	muito	perto	dele,	mas
você	está	recebendo,	você	tem	um	canal	direto	de	comunicação	com	ele,
então	qual	o	 conhecimento	do	Todo?	 Imenso,	não	 é?	Você	pode	acessar
um	 pedaço	 deste	 conhecimento?	 Pode,	 é	 claro,	 você	 tem	 comunicação
total.	 Se	 o	 ego	 já	 está	 de	 lado,	 sai	 fora,	 então	 o	 ser	 transcendeu,	 o	 ser
pode	se	comunicar	livremente,	o	canal	flui	dos	dois	lados.	O	Todo	sabe	o
que	 está	acontecendo	com	ele	 e	 ganha	 informação	de	 tudo	que	acontece
com	 ele.	O	Todo	 cresce	 na	medida	 em	 que	 o	 ser	 faz	 alguma	 coisa,	 e	 o
outro	 lado	 também,	 é	 uma	 simbiose.	 Tudo	 que	 o	 Todo	 está	 fazendo,
crescendo,	 acrescentando	 etc.,	 o	 ser	 também	 está	 recebendo,	 na	medida
em	que	 ele	deixe.	 Se	 este	 canal	 estiver	aberto,	100%,	o	que	acontecerá?
Exatamente	o	que	aconteceu	com	Jung.
Como	pode,	leiam,	pensem,	analisem,	como	um	ser	humano	chega	nas
conclusões	 que	 ele	 chegou?	É	 porque	 a	 fonte,	 o	Todo,	 passou	 todo	 esse
conhecimento,	 sem	 parar,	 e	 ele	 foi	 escrevendo,	 escrevendo,	 escrevendo,
escrevendo,	 o	 quanto	 pode.	 E	 foi	 analisando,	 claro,	 tem	 a	 mente,	 a
personalidade,	 tudo	 isso	 acrescentou,	 filtrou,	 organizou	 e	 tudo	 mais,
porque	há	uma	interface,	o	que	o	Todo	pode	passar	para	esse	ser?	O	que
esse	 ser	 deixa,	mas	 o	 que	 esse	 ser	 deixa	 também	 tem	uma	 variável,	 é	 o
que	esse	ser	conhece.	Vamos	supor	que	o	Todo	quer	passar	uma	língua	X
qualquer,	e	esse	ser	não	estuda	essa	língua,	como	que	é	que	o	Todo	passa
essa	língua	para	ele?	O	Todo	só	pode	passar	se	o	ser	estudar,	se	ele	der	o
máximo	de	si,	estudar	tudo	que	pode,	aí	haverá	formas	do	cérebro	deste
ser	interpretaro	que	o	Todo	está	passando	para	ele.	O	Todo	pode	passar,
ele	não	tem	nenhum	problema	em	passar	conhecimento,	e	que	o	Universo
cresça	e	que	haja	super	civilização	etc.	O	problema	está	nos	seres	que	não
se	permitem	receber	essa	informação.	Se	eles	não	estudam,	como	que	eles
podem	 receber	 a	 informação?	 E	 isso,	 vamos	 dizer,	 é	 algo	 simples,	 uma
língua,	 agora	 imagine	 alquimia,	 que	 é	 para	 você	 entender	 todo	 o
mecanismo	 de	 auto-organização	 da	 vida	 no	 Universo.	 Nós	 já	 sabemos,
inevitavelmente,	 você	 terá	 a	 calcinatio	 de	 qualquer	maneira	 a	 partir	 do
momento	que	tem	dois	seres,	ou	um	né?	Porque	se	o	um	 começa	a	 ficar
solitário,	aí	ele	 já	está	calcinatio	 certo?	 Já	 ficou	desconfortável	para	ele,
ele	 está	 com	 problemas,	 estou	 sozinho	 no	Universo,	 então,	 assim	 que	 o
um	 ficou	 diferente	 do	 Todo,	 quer	 dizer,	 lá	 dentro	 ele	 vibrou	 de	 uma
forma,	baixou	a	vibração	dele,	para	ganhar	um	ego,	neste	momento	ele	já
começou	 a	 ficar	 desconfortável,	 por	 isso	 que	 muita	 gente	 no	 mundo
esotérico	 fala	 “voltar	 à	 fonte”,	 “voltar”,	 “unificar-se	 novamente”,
“voltar	 para	 casa”,	 esse	 sentimento	 de	 falta,	 de	 ausência,	 incompletude
que	 os	 seres	 têm,	 não	 é?	 E	 eles	 procuram	 alguém	 para	 se	 completar,
complementariedade,	 que	 é	 uma	 forma	 de	 abrandar	 a	 calcinatio	 da
separação	do	Todo.
O	Todo,	já	sabendo	o	que	ia	acontecer,	entendeu	que	precisa	do	um	e
do	dois.	O	que	o	um	 e	o	dois	 conseguem	 fazer?	Eles	 acham	que	 se	 eles
forem	 complementares	 acaba	 essa	 angustia	 existencial	 da	 separação	 do
Todo.	 O	 ego	 muito	 vezes	 nem	 tem	 ideia	 que	 é	 isso,	 a	 pessoa	 está
deslocada,	ela	não	dá	certo	em	lugar	nenhum,	nada	funciona,	é	um	drama
total	etc.,	é	o	quê?	É	a	separação	do	Todo,	é	essa	calcinatio	24	hs	por	dia
em	andamento,	desconfortável,	 então	 é	 fuga	de	um	 jeito,	 fuga	de	outra,
compensa	com	a	com	b,	com	c,	compensa	com	300	coisas	diferentes,	tudo
compensando	 o	 quê?	A	 separação	 do	 Todo,	 que	 enquanto	 estava	 junto,
estava	tudo	certo,	e	agora?
Depois	 que	 está	 separado,	 que	 a	 calcinatio	 está	 em	 andamento,	 é
preciso	 achar	 um	 jeito	 de	 voltar	 para	 casa,	 aí	 tem	 os	 outros
procedimentos	da	alquimia.	Eles	 foram	estudando	 tudo	 isso.	A	primeira
que	 eles	 enxergaram	 foi	 a	 calcinatio,	 o	 lobo	 vai	 devorar	 o	 Rei,	 de
qualquer	maneira,	mais	cedo	ou	mais	tarde,	de	um	jeito	ou	de	outro,	quer
dizer,	os	problemas	não	acabam	nunca,	uma	hora	mais,	uma	hora	menos,
mas	 isso,	 teoria	 do	 caos,	mas	 acabar,	 bom	 você	 pode	 ter	 uma	 filosofia
como	 a	 oriental,	 que	 os	 problemas	 são	 oportunidades	 de	 crescimento	 e
são	mesmo,	ok?	É	uma	forma	positiva	de	você	enxergar	os	problemas,	é
um	problema,	mas	é	 também	uma	oportunidade	de	crescimento,	 sempre
se	 cresce	 com	os	problemas,	 isso	 é	uma	verdade	 líquida	 e	 certa.	Muitas
vezes	 é	 muito	 desconfortável	 esse	 aprendizado	 e	 pode	 ser	 feito	 de	 uma
outra	maneira.
Os	 alquimistas	 foram,	 séculos	 após	 séculos,	 estudando,
individualmente.	 Não	 existe	 comitê	 de	 alquimistas,	 é	 um	 por	 um,	 um
depois	o	outro,	depois	o	outro,	todos	separados,	é	um	caminho	solitário,
inevitavelmente.	Não	há	forma	de	ter	 iluminação	coletiva,	é	um	a	um,	a
pessoa	 desenvolve	 a	 consciência	 que	 vai	 ganhando	 complexidade,	 vai
alterando	 o	 emocional.	 A	 iluminação	 não	 é	 mental,	 a	 iluminação	 é
emocional,	 é	 um	 sentimento,	 é	 uma	unificação	 com	o	Todo	 e	 o	Todo	 é
um	sentimento,	e	é	por	isso	que	não	é	fácil	de	fazer.	Se	fosse	algo	mental,
seria	 só	 um	 conceito,	mas	 como	 é	 um	 sentimento	 e	 o	 ser	1	 optou	 pela
separação,	na	medida	em	que	ele	ganhou	um	ego,	o	sentimento	dele	ficou
bastante	alterado.	A	partir	daí	ele	pensa	em	território,	em	poder,	porque
perdeu	 o	 sentido	 de	 união	 que	 ele	 tinha,	 caso	 contrário	 ele	 não	 ficaria
separado.
Se	você	está	unificado	com	o	Todo,	está	na	mesma	fase	que	ele,	aqui
não	tem	separação	nenhuma,	aqui	não	tem	2,	tem	1.	Na	medida	que	esse
1	 quis	 se	 separar,	 a	 frequência	 dele	 teve	 que	 mudar.	 E	 ele	 não	 lembra
mais	 porque	 está	 em	outra	 frequência.	Na	 frequência	 do	Todo	não	 tem
mais	 competição.	O	1	 e	o	Todo	estão	 fora	de	 fase.	O	1	 esqueceu	que	o
Todo	existe,	no	segundo	seguinte	o	1	está	sozinho,	ele	nem	sabe	mais	de
onde	ele	veio,	o	que	ele	está	fazendo	aqui,	para	onde	ele	vai,	ele	não	sabe
mais	nada.	Sabe	que	está	sozinho	num	Universo	gigantesco,	descomunal,
sozinho.
No	 começo,	 como	 eu	 disse,	 foi	 agradável,	 mas	 depois	 se	 sentiu
solitário	e	começou	a	desejar	a	não	ficar	solitário.	Daí	surge	o	2,	3	etc.	E
aí	 a	 calcinatio	 ficou	 maior,	 maior	 e	 maior.	 Vocês	 lembram	 que	 um
grande	 filósofo	disse:	 o	 inferno	 são	os	outros?	O	 inferno	 são	os	outros.
Ele	 teve	uma	percepção	da	 realidade	 excelente.	Ele,	 em	outras	 palavras,
tinha	calcinatio	que	não	era	brincadeira	para	chegar	nesta	 conclusão.	Se
você	 inverter,	 os	 outros	 são	 infernais.	 Isso	 é	 calcinatio.	 E	 isso	 a	 pessoa
vive,	24	horas	por	dia,	vive	a	calcinatio.
Agora	vejam	bem,	como	que	se	passa	um	conceito	desse	para	 frente?
Quem	 quer	 ouvir	 falar	 de	 calcinatio?	 De	 entender	 isso,	 de	 filosofia,	 de
entender	como	é	o	Universo,	como	ele	funciona,	de	onde	eu	vim,	o	que	eu
estou	 fazendo	aqui,	para	onde	eu	vou,	 toda	esta	metafísica?	Se	a	pessoa
não	 vê	 saída,	 se	 a	 pessoa	 não	 para	 e	 analisa	 calmamente	 durante	 dias,
meses,	 e	 anos,	 porque	 não	 está	 saindo,	 digamos,	 uma	 hora,	meia,	 duas
horas...
Quanto	 tempo	 levou	 para	 os	 alquimistas	 chegarem	 nisso?	 Séculos.
Jung	gastou	a	vida	para	resumir	um	conhecimento	imenso.	E	nós	estamos
resumindo	mais	ainda,	fazendo,	vamos	dizer,	arroz	com	feijão	para	ficar
fácil.	 Se	 quiserem	 saber	 o	 original,	 está	 lá,	 31	 volumes	 na	 prateleira.
Imagine	quantos	anos	para	ler	e	entender	o	que	ele	escreveu,	por	que	não
está	escrito	de	uma	forma	simples	de	entender,	por	quê?	Porque	ele	tinha
que	ter	certas	precauções	para	explicar	um	assunto	desta	magnitude.
Os	alquimistas	mantinham	tudo	no	mais	absoluto	segredo	e	o	que	ele
teve	que	fazer?	Ele	também	teve	que	escrever	tomando	certas	precauções
e	 nós	 estamos	 fazendo	 um	 resumo	 também	 com	 certas	 precauções,	 é
logico,	 é	 obvio.	Mas	 se	 vocês	 compararem	 o	 que	 foi	 feito	 há	 séculos	 e
séculos,	 500,	 1.000	 anos	 atrás,	 os	 escritos	 alquímicos	 com	 o	 que	 está
sendo	 falado	 hoje	 aqui	 e	 agora,	 é	 brutal	 o	 quanto	 isso	 foi	 simplificado
para	 ser	 entendido.	 Mas	 então	 como	 que	 fica	 o	 risco	 aos	 alquimistas?
Não	tem	problema,	eles	também	tinham	enxergado	isso:	nós	vamos	falar
de	 uma	 maneira	 que	 só	 aqueles	 que	 já	 tem	 certo	 grau	 abstração	 vão
entender	exatamente	o	que	nós	estamos	falando.
Vamos	 supor	 que	 tenha	 sete	 níveis	 de	 entendimento	 num	 texto
alquímico.	 Algumas	 pessoas	 vão	 entender	 um	 nível	 mais	 alto,	 muitas
pessoas	vão	entender	o	nível	1,	outras,	menos,	o	nível	2,	menos	ainda	o	3,
aí	 o	 nível	 7	 tem	 três,	 quatro	 ou	 cinco	 pessoas.	 E	 está	 tudo	 certo.	 O
conhecimento	está	protegido.	A	medida	que	a	pessoa	estudar,	a	mente	se
abre,	 ganha	 complexidade	 e	 entende	 mais.	 Neste	 livro	 isso	 está	 sendo
feito	 da	mesma	 forma,	 é	 como	 se	 fosse	 um	 livro	 dos	 alquimistas	 e	 está
colocado,	 abertamente,	 todos	 os	 conceitos,	 claro,	 e	 calcinatio	 é	 o
primeiro,	depois	vamos	ter	 todos	os	outros	nos	próximos	capítulos,	mas
cada	um	abertamente	explicado	com	todas	as	letras.	Portanto,	se	a	pessoa
leu	este	capítulo	e	entendeu	um	pouco,	 se	ela	estudar	e	assistir	a	2a	 vez,
na	primeira	vez	ela	entende	um	pouco,	na	2a	vez	aumenta,	na	terceira,	na
quarta,	 na	 quinta,	 na	 medida	 em	 que	 ela	 estudar	 mais	 e	 mais	 vai
aumentando	 o	 entendimento.	 Daqui	 a	 um	 tempo	 o	 conhecimento,
digamos	 100%	 do	 que	 está	 sendo	 passado	 aqui	 agora,	 será	 entendido.
Não	está	sendo	ocultado	o	conhecimento,	pelo	contrário,	está	se	falando
como	que	é,	abertamente.	Somente	não	dá	para	reduzir,	simplificar,mais
do	que	um	certo	ponto.	Pode-se	explicar	o	Universo	metaforicamente	até
um	certo	ponto,	menos	que	aquilo,	 impossível,	dada	a	 complexidade	do
próprio	 Universo.	 Não	 há	 jeito	 de	 facilitar	 além	 de	 um	 certo	 ponto,	 e
ficar	 mais	 arroz	 com	 feijão,	 não	 tem	 jeito,	 porque	 o	 Universo	 é	 algo
extremamente	 complexo.	 Para	 facilitar	 a	 vida	 humana	 é	 que	 os
alquimistas	 estudaram	 como	 funciona	 a	 vida.	 Estamos	 aqui	 e	 temos	 a
calcinatio	 e	 como	 que	 a	 gente	 faz...	 e	 agora	 qual	 a	 saída	 disso?
Transcender	 a	 calcinatio,	 soltar,	 solta.	 Venho	 falando	 isso	 há	 quanto
tempo?	É	a	mesma	coisa,	só	que	agora	é	para	explicar	o	que	é	alquimia,
só	que	o	soltar	já	teria	resolvido	tudo	isso	lá	atrás.	A	pessoa	que	solta	ela
não	precisa	estudar	alquimia.	Isso	é	super	ultra	interessante	estudar,	mas
em	termos	práticos,	em	termos	da	vida	prática	da	pessoa,	do	quanto	ela
tem	 as	 necessidades	 supridas,	 de	 renda,	 de	 tudo,	 de	 salário,	 as
necessidades	 básicas,	 ela	 não	 precisa	 de	 alquimia,	 basta	 soltar,	 isso	 é
obvio,	 é,	 como	 eu	 disse,	 uma	 intuição	 do	 Todo	 que	 fala	 para	 pessoa
soltar.
O	 Todo	 é,	 ele	 transmite	 o	 conhecimento	 dele,	 a	 intuição	 para	 você,
independentemente	 do	 grau	 de	 estudo	 que	 a	 pessoa	 tem,	 porque	 senão
seria	 extremamente	 injusto.	 Um	 índio	 na	 Amazônia	 que	 nunca	 viu
civilização,	nunca	viu	um	branco,	como	que	eles	vivem?	O	Todo	não	está
chegando	 neles?	 O	 Todo	 não	 está	 neles?	 Eles	 estão	 no	 Todo?	 Claro.	 E
como	é	que	eles	vivem?	Está	sonegado	a	informação	para	eles?	Não!	Eles
estão	recebendo	tudo	que	eles	precisam!	Se	eles	tiverem	abertura	do	ego,
baixar	 o	 ego	 etc.,	 isso	 independe.	 Eles	 estão	 recebendo	 tudo	 que	 eles
precisam,	 independe	 de	 conhecimento	 específico.	 Todos	 os	 seres,	 o	 ser
unicelular	está	recebendo	conhecimento	que	precisa	para	ser	feliz.	Agora
depende	 do	 ser.	 Nós	 estamos	 explicando,	 claro,	 muitos	 conceitos
complicados	 de	 entender,	 complicados	 de	 abstrair,	 e	 muito	 mais
complicados	de	 aceitar,	mas	do	mesmo	 jeito	que	os	 alquimistas	 fizeram
100	anos	atrás	e	deixaram	para	a	humanidade	aquilo	e	pensaram	“um	dia
eles	 entenderão”,	 100	 anos	 atrás	 Jung	 também	 codificou.	 Daqui	 um
século	 a	 mesma	 coisa.	 Só	 que	 a	 medida	 que	 o	 tempo	 passa	 dá	 para
explicar	mais	como	funciona.	Agora	nós	já	estamos	explicando	da	forma
clara	possível.	Só	depende	do	paradigma	para	entender	o	que	está	sendo
explicado.	 Quando	 se	 fala	 que	 há	 uma	 Psique	 que	 abarca	 tudo,	 este
conceito	 é	 difícil	 de	 ser	 aceito	 no	 momento	 pela	 humanidade.	 É	 muito
difícil.	Paciência.	É	um	problema	aceitar	o	Todo,	é	um	problema	aceitar
que	somos	um,	um.	Tudo	está	dentro	do	Todo.	É	mesmo	um	problema,
então	 a	 terminologia	 é	 diferente	 porque	 as	 consequências	 e	 a	 abstração
são	diferentes.
Nós	 teremos	 uma	 outra	 série	 para	 falar	 de	 psique,	 pois	 há	 várias
formas	de	você	entender	como	funciona	o	Universo.	A	porta	não	tem	uma
fechadura	só,	ela	tem	várias,	dá	para	abrir	esta	porta	com	várias	chaves.
Você	pode	entende	por	um	ângulo,	por	outro	ângulo,	e	todos	funcionam.
Uns	são	mais	abstratos	que	os	outros,	mas	são	uma	abstração	gigantesca.
A	medida	que	o	tempo	passar,	nós	vamos	explicando	todos	estes	ângulos,
não	haverá,	não	há	ocultamento	do	conhecimento.
É	 obvio	 que	 para	 pessoa	 entender	 um	 certo	 conceito	 já	 tem	 que	 ter
transcendido	 algumas	 coisas	 no	 paradigma,	 é	 passo	 a	 passo.	 Primeiro
ensina-se	uma	coisa,	um	degrau,	entendido	isso,	parte-se	para	o	segundo	e
para	 ensinar	 o	 segundo	 você	 tem	 que	 ter	 aprendido	 o	 primeiro.	 Sem
entender	 o	 primeiro	 você	 não	 consegue	 entender	 o	 segundo	 e	 sem
entender	 o	 segundo,	 você	 não	 entende	 o	 terceiro	 e	 assim	 o	 quarto,	 o
quinto,	e	assim	vai.	Não	está	se	tentando	ocultar	nada,	é	preciso	estudar
passo	a	passo	para	poder	 chegar	na	abstração	que	 é	necessária.	 Seis	mil
anos	atrás,	se	isso	fosse	explicado	vocês	imaginam,	impossível.
A	 mecânica	 quântica	 facilita	 extremamente	 o	 entendimento	 disso
tudo.	 Nós	 temos	 física,	 tem	 laboratório	 e	 toda	 essa	 parafernália
eletrônica.	Tudo.	Essa	sociedade	em	grande	parte	está	toda	baseada,	toda
tecnologia	em	cima	das	descobertas	da	mecânica	quântica,	então	é	física.
E	mesmo	assim	você	sabe	a	resistência	que	tem	a	se	aceitar	isso.	Quando
se	 faz	 experimento	 do	 retardamento,	 que	 o	 elétron	 ou	 fóton	 já	 passou
mas	ele	ainda	não	chegou	no	sensor	 lá	atrás,	mas	 já	passou	pelas	fendas
ou	 pela	 fenda	 e	 você	 troca,	 se	 tinha	 uma	 fenda	 vira	 duas,	 ou	 duas	 vira
uma	 e	 o	 resultado	 se	 adapta	 as	 fendas	 que	 você	 abriu,	 depois	 que	 ele
passou,	 o	 efeito	 retardado,	 como	que	 isso	 é	possível?	Ele	 já	passou.	Ou
ele	passa	como	partícula	ou	ele	passa	como	onda.	Só	que	depois	que	ele
passou,	você	muda	a	 fenda.	E	o	resultado	 lá	atrás,	 lá	na	 frente	o	que	é?
De	 acordo	 com	 a	 mudança	 que	 você	 fez	 nas	 fendas,	 mas	 ele	 já	 tinha
passado,	então	como	é	que	faz,	como	é	que	fica?	Esse	elétron	sabe	o	que
ele	está	fazendo?	Ele	sabe	o	que	você	está	fazendo?	Ele	sabe	a	intenção	do
físico?	Porque	o	resultado	concorda	com	o	que	o	físico	mexeu	depois	que
ele	já	tinha	passado	pela	fenda.	Então	o	elétron	tem	consciência,	o	fóton
tem	 consciência,	 pois	 é.	 Para	 aceitar	 isso,	 ainda	 vai	 muito	 tempo.	 Vai
demorar	 muito	 tempo	 para	 que	 isso	 seja	 aceito,	 e	 isso	 nós	 estamos
falando	de	um	experimento	 feito	em	 laboratório	que	você	pode	duplicar
quantas	 vezes	 quiser,	 em	 qualquer	 lugar	 do	mundo	 com	quantos	 físicos
você	 quiser,	 e	 nem	 assim,	 por	 quê?	 Porque	 aceitar	 isso	 implica	 aceitar
outra	 coisa,	 outra	 coisa,	 outra	 coisa,	 e	 aí	 tem	 que	mudar	 o	 paradigma,
então	para	não	mudar	o	paradigma,	não	se	aceita	nenhuma	mudança	no
paradigma,	 mas	 pode-se	 usar,	 certo?	 Pode	 ter	GPS,	 pode	 ter	 internet,
pode	 ter	 míssil,	 pode	 ter	 satélite,	 pode	 ter	 tudo	 isso	 sem	 problema
nenhum	usando	a	Mecânica	Quântica,	 agora	o	que	 significa	 a	mecânica
quântica?	“Aí	não	pode,	 aí	não	mexe	nisso,	deixa	para	 lá,	põe	 embaixo
do	 tapete	 e	 deixa”,	 aí	 um	 dia,	 esse	 um	 dia,	 você	 põe	 séculos,	 séculos,
secular,	 porque	 depois	 de	 1.000	 anos	 de	 alquimia,	 olha	 a	 situação	 que
estamos.
Estamos	explicando	a	mesma	coisa	que	eles	explicaram	há	1.000	anos
atrás	 ou	 2	 ou	 5	mil	 anos	 atrás.	 De	 novo.	 Tudo	 que	 Jung	 falou	 há	 100
anos	 atrás,	 70	 anos,	 80	 anos,	 90	 anos,	 nós	 estamos	 explicando	 tudo	 de
novo,	só	que	em	livro,	mas	está	lá	os	31	volumes,	e	o	Joseph	Campbell?	E
toda	a	imensa	obra	que	ele	fez?	É	a	mesma	coisa,	nós	estamos	falando	do
mesmo	assunto.
E	 o	 John	 Nash?	 Porque	 se	 você	 quiser	 acabar	 com	 uma	 parte
gigantesca	da	calcinatio	é	só	aplicar	o	que	John	Nash,	o	prêmio	Nobel	de
Economia,	descobriu,	é	só	aplicar	e	estará	resolvido	uma	grande	parte	da
calcinatio.	 Então	 vocês	 veem	 que	 a	 ajuda	 vem	 por	 todos	 os	 lados,	 em
todas	 as	 áreas.	 O	 Todo	 não	 descansa	 um	 nano	 segundo	 sequer,	 ele
trabalha	 sem	 parar,	mas	 ele	 só	 pode	 passar	 na	medida	 em	 que	 os	 seres
aceitam	receber.
Desta	 forma,	num	dado	momento	da	história	1910,	1920,	1905,	um
grupo	ultra	eminente	de	físicos	se	reúnem	na	mesma	época	da	história	da
humanidade,	 praticamente	 no	 mesmo	 lugar,	 e	 fazem	 as	 descobertas
fundamentais	 da	 mecânica	 quântica.	 Todos	 ao	 mesmo	 tempo.	 E	 isso
deveria	 ter	 sido	 suficiente	 para	 ter	 mudado	 tudo	 e	 até	 agora	 só
tecnologia.	 A	 filosofia	 não	 mudou	 nada!	 Sempre	 será	 feito	 isso,
conhecimento	 será	 passado	 de	 novo,	 e	 de	 novo,	 e	 de	 novo,	 e	 de	 novo,
como	disse	um	físico,	a	ciência	avança	funeral	após	funeral,	1.000	anos,
várias	 gerações,	 está	 avançando,	 passo	 a	 passo.	 Podia	 ser	 muito	 mais
rápido?	Com	certeza.
É	 impossível	 entender	 alquimia	 sem	 entender	 que	 existe	 algo	maior.
Algo	 que	 abarca	 tudo,	 algo	 que	 dá	 significado	 a	 tudo.	 A	 busca	 dos
alquimistasera	 para	 chegar	 na	 Pedra	 Filosofal.	 Todo	 aquele	 trabalho
imenso	para	poder	entender,	compreender	e	chegar.	E	eles	chegaram,	eles
entenderem	 o	 que	 era	 exatamente.	 A	 Pedra	 Filosofal	 foi	 entendida,	 não
foi	 descoberta,	 porque	nunca	 esteve	oculta,	mas	 ela	 foi	 entendida.	E	 foi
entendida	sem	problema	nenhum	depois	que	os	alquimistas	passaram	por
muitos	 procedimentos.	 Um	 procedimento	 depois	 outro,	 depois	 outro,
depois	 outro...	 foi	 refinando.	 Eles	 mesmos	 foram	 refinando	 o
experimento	 que	 eles	 mesmos	 tinham	 feito.	 Assim	 como	 você	 tem	 o
moinho	e	você	tem	o	trigo.	Na	primeira	vez	saiu	uma	farinha	X,	mói	essa
farinha	X,	vai	sair	outra	farinha,	está	refinando,	saiu	a	Y,	mói	a	Y,	 saiu
outra	 farinha,	 mói	 de	 novo,	 outra.	 No	 fim	 tem	 a	 Pedra	 Filosofal,	 a
farinha	ficou	perfeita.	A	farinha	está	 iluminada,	temos	uma	farinha	com
iluminação	total,	espiritual,	porém,	moeu	uma	vez,	duas,	três,	quatro...	n
vezes,	 tem	um	número	 limite	para	moer?	Não,	não	 tem.	Um	ser	precisa
de	20	moídas,	o	outro	ser	precisa	de	cinco	moídas,	o	outro	de	50	moídas.
Cada	 ego	 é	 de	 uma	 forma,	 cada	 um	 facilita	 ou	 dificulta	 segundo	 suas
interpretações	e	 interesses	pessoais,	mas	o	moedor	está	 lá	 sem	problema
nenhum.
A	calcinatio	é	o	moedor.	Caiu	a	ficha?	A	calcinatio	é	o	moedor.	Cada
vez	que	mói,	purifica,	purifica,	purifica…	cada	vez	que	purifica	 ilumina
um	pouco,	mais	luz,	mais	luz...	Porém,	só	com	calcinatio	não	se	chega	lá,
tem	 que	 ter	 os	 outros	 procedimentos,	 e	 aí	 que	 entra	 o	 tema	 deste
capítulo.	Sem	transcender	a	calcinatio,	não	haverá	saída.	Aí	você	poderia
pensar,	 vamos	 para	 o	 segundo	 procedimento	 e	 pronto.	 Não	 adianta.	 A
pessoa	 não	 passa,	 ela	 não	 faz	 o	 segundo	 procedimento	 se	 ela	 não
transcender	a	calcinatio,	caso	contrário	já	estaria	tudo	resolvido,	não	está
porque	está	preso	na	calcinatio,	preso	no	trauma,	preso	no	paradigma.
Não	 é	 fácil,	 pega	 a	 farinha	 que	 saiu	 da	 primeira	moedura	 e	mói	 de
novo,	mas	a	farinha	que	saiu	da	segunda	não	quer	ser	moída	novamente,
ela	está	parada,	filosofando,	essa	farinha	está	na	autolamentação	dizendo
para	 si	mesmo	 que	 “me	moeram,	 fui	moída,	 tô	 um	 pó”,	 é	 isso	 que	 ela
está	falando,	“agora,	passa	por	esta	aqui	que	vai	ficar	melhor,	não,	não,
não...	 estou	 um	 desastre,	 aqui	 está	 insuportável,	 eu	 não	 quero	 mais
moedura	 nenhuma,	 vou	 ficar	 aqui	 na	 autolamentação	 eterna.”	 Por	 isso
que	é	difícil,	não	é	que	o	Todo	não	está	 tentado,	o	Todo	está	 tentando,
“vem	pra	cá,	segunda	vez	depois	vai	melhorar,	terceira,	quarta,	está	tudo
resolvido”,	“não!	Não	quero	mais.”	Fica	no	trauma,	fica	na	reclamação,
na	lamentação,	na	vitimização	etc.	etc.
Desta	forma	o	soltar	os	problemas,	soltar	a	calcinatio	é	fundamental,
você	 solta	 e	 vai	 para	 frente.	 Se	 você	 solta	 o	 cliente,	 se	 você	 não	 põe
pressão,	você	vende.	Só	que	isso	tem	que	ser	experienciado,	só	fazendo	é
que	você	perceberá	que	esta	simples	regra	move	o	Universo.	Se	você	soltar
as	 coisas	 andarão,	 os	 problemas	 terão	 solução,	 tudo	melhorará,	 porque
você	solta	a	solução	e	deixa	que	a	solução	apareça	através	da	vontade	do
Todo.	 E	 ele	 resolve	 tudo,	 sempre.	 Está	 tentando	 resolver	 tudo	 sempre,
mas	depende	da	vontade	das	pessoas,	livre	arbítrio.
O	 dilema	 do	 soltar,	 e	 isso	 é	 um	 dilema,	 a	 quanto	 existe?	 Mais	 ou
menos	 2.500	 anos	 neste	 planeta,	 isso	 foi	 passado	 há	 2.500	 anos.	 E	 até
agora	é	um	dilema,	é	um	mistério,	é	uma	coisa	incompreensível.	E	vocês
podem	notar	que	ao	longo	da	história	nunca	se	construiu	nada	em	termos
de	civilização	em	cima	do	soltar,	não	é	 interessante	 isso?	Extremamente
interessante.	Nunca	houve	uma	tribo	na	face	da	Terra	com	50,	100,	300
pessoas,	 em	 que	 a	 filosofia	 de	 vida	 fosse	 soltar.	 O	 caso	 de	 ter	 um
monastério	 com	 alguns	 monges	 é	 completamente	 diferente	 do	 que	 eu
estou	 falando.	 Aquilo	 é	 uma	 ordem	 religiosa,	 é	 outra	 história.	 Estamos
falando	de	uma	civilização.	Você	ter	uma	tribo	com	300	pessoas	ou	400
ou	500	que	o	fundamento	desta	 tribo	fosse	SOLTAR	nunca	foi	 feito,	 tal
para	 vocês	 verem,	 tal	 o	 grau	 de	 resistência	 que	 os	 humanos	 têm	 com
soltar	 alguma	 coisa.	 Em	 2.500	 anos	 jamais	 surgiu	 essa	 possibilidade,
nenhuma	tentativa.	Tomar,	n,	 soltar...	e	 isso	se	vocês	considerarem	toda
a	calcinatio	que	está	acontecendo	no	planeta	desde	6	mil	anos	atrás,	que	é
a	história	documentada.	Se	você	quer	e	gosta	de	histórias	de	terror,	basta
ler	a	história	do	planeta	Terra.	Você	não	precisa	de	ficção,	não	tem	ficção
que	supere	a	história	do	planeta	Terra.	Tudo	documentado,	espessamente,
é	 só	 ler.	Em	 todas	 essas	 civilizações,	bilhões	 e	bilhões	de	pessoas	que	 já
passaram,	 nunca	 houve	 um	 grupo	 de	 pessoas	 que	 se	 reuniu	 e	 falou
“viveremos	sob	a	filosofia	do	soltar.”
“Nós	 produziremos,	 venderemos,	 trocaremos,	 uma	 civilização,	 uma
tribo	 indígena,	 mas	 tudo	 baseado	 no	 soltar.”	 Não!	 Teima-se	 na
calcinatio.	 Coletivamente	 ainda	 é	 impossível	 haver	 uma	 decisão	 desta.
Tudo	 bem,	 não	 tem	 problema.	 Chegará	 um	 dia,	 mas	 individualmente.
Pode-se	 soltar	 a	 calcinatio	 na	 hora,	 no	 momento	 que	 a	 pessoa	 quiser,
então	tem	solução?	Tem	solução.	Não	fica	mais	preso	no	problema	e	dá
um	 passo	 além,	 dá	 um	 salto	 acima.	 Deixa	 a	 calcinatio	 para	 trás.	 Foca
outra	coisa.
“Não	 estamos	 vendendo,	 estamos	 pondo	 pressão	 e	 o	 cliente	 não
compra”	 e	 mais	 pressão,	 e	 mais	 do	 mesmo,	 vocês	 já	 sabem	 como
funciona,	 né?	 Mais	 esforço	 do	 mesmo,	 então	 mais	 pressão,	 e	 mais	 e
quanto	mais	põe,	menos	resultado	tem,	ad	eternum,	e	o	negócio	continua,
como	 que	 solta	 isso?	Como	 que	 solta	 a	 calcinatio	 de	 que	 o	 cliente	 não
quer	comprar,	por	mais	pressão	que	a	gente	ponha	nele?	É	simples.	Ajuda
o	 cliente!	Ajuda	 o	 cliente!	 É	 o	 obvio	 ululante.	 Tão	 simples	 que	 é	 viver.
Ajuda	o	cliente.	Você	quer	 enfiar	um	apartamento	que	ele	não	quer,	 ele
não	ganha,	ele	não	tem	renda,	ele	não	tem	entrada,	não	importa,	ele	não
quer	 comprar	 o	 seu	 apartamento	 que	 você	 quer	 vender	 para	 ele,	 pela
metragem,	pelo	local	etc.,	ele	não	quer,	não	adianta	insistir,	não	adianta
ligar	 etc.	 Se	 você	 inverter	 a	 ordem	 e	 procurar	 saber	 quais	 são	 os
problemas	deste	ser	e	ajudá-lo	na	solução	dos	problemas	dele,	na	medida
das	 suas	 possibilidades,	 advinha	 o	 que	 vai	 acontecer?	 Você	 ganhou	 um
cliente	 futuro,	 se	não	 foi	 agora,	no	 futuro,	 ganhou	um	cliente,	 por	uma
simples	fórmula	ou	regra	contábil.	Entra	debita,	sai	credita.	Como	que	se
lança	 um	documento	 na	 contabilidade?	Quando	 entra,	 debita,	 você	 está
devedor	daquilo,	porque	aquilo	entrou	em	você,	entrou	dinheiro	no	caixa,
pegou	dinheiro	e	colocou	no	caixa,	qual	é	o	lançamento?	Debita	o	Caixa.
E	credita	o	sujeito,	cliente	que	foi	lá	e	botou	dinheiro	no	caixa,	então	está
creditado	 o	 cliente,	 e	 debitado	 o	 caixa.	 Toda	 a	 contabilidade	 funciona
assim.	 E	 a	 contabilidade	 cósmica	 é	 da	 mesma	 maneira.	 Isso	 não	 foi
inventado	 no	 planeta	 Terra,	 isso	 é	 cósmica,	 entra	 debita,	 sai	 credita.
Muito	 bem,	 o	 que	 você	 está	 fazendo?	 Se	 você	 ajudar	 o	 cliente,	 o	 que
acontece?	 Sai	 de	 você,	 você	 é	 creditado	 e	 entra	 ajuda	 no	 cliente,	 ele	 é
debitado,	 agora	 o	 cliente	 está	 devendo,	 em	 ternos	 cósmicos	 e	 você
creditado.	Esta	contabilidade	cósmica,	ela	não	pode	ficar	desbalanceada,
lembra?	Ativo,	passivo,	quando	chega	lá	no	final,	os	dois	valores	tem	que
bater.
A	contabilidade	não	ficará	com	você	só	dando	e	não	recebendo	nada.
Dá	e	dá	 e	não	 recebe	nada,	não	é	 essa	pessoa	que	você	ajudou	que	 fará
esse	 equilíbrio	 da	 contabilidade	 cósmica,	 quem	 faz	 isso	 é	 o	 Todo,	 ele
administra	 a	 contabilidade	 cósmica	 do	 Universo	 inteiro,	 de	 tudo,	 para
ajustar	que	 todos	 fiquem	equilibrados,	 receita,	despesa,	ajudou,	recebeu.
Quanto	mais	ajuda,	mais	recebe,	esta	é	a	formula,	centuplicado,	como	foi
falado,	 se	você	ajudar,	volta	 centuplicado	paravocê.	Aí	o	que	você	 faz?
Você	ajuda	mais,	porque,	claro,	 se	voltou	centuplicado	para	você,	agora
você	está	devedor	e	ninguém	gosta	de	ser	devedor,	então	o	que	você	faz?
Você	 ajuda	mais,	 para	 não	 ficar	 devedor.	Ninguém	 gosta.	A	 sensação	 é
ruim,	de	dever,	de	dívida,	então	você	faz	mais.
Só	 que	 o	 Todo	 não	 se	 deixa	 vencer	 em	 generosidade,	 então	 de
qualquer	 maneira	 ele	 vai	 dar	 mais	 para	 você.	 E	 aí	 ficamos	 neste	 clima
maravilhoso	onde	você	ajuda	mais	e	é	mais	ajudado.	Todo	mundo	ganha.
Essa	 contabilidade	 cósmica	 é	 um	 ganha,	 ganha	 absoluto,	 todo	 mundo
ganha,	 e	 começa	 como?	 No	 seu	 caso	 particular,	 começa	 ajudando	 o
cliente,	seja	no	que	for.
Se	um	cliente	tem	cachorro	que	está	com	um	problema	de	pele	e	você
tiver	o	conhecimento	de	como	ajudar	a	curar	o	cachorro,	você	deve	falar
para	 o	 cliente:	 “eu	 sei	 um	 pet,	 não	 sei	 aonde,	 que	 pode	 ajudar,	 um
veterinário	que	pode	ajudar	a	curar	o	pelo	do	seu	cachorro.”	Pronto.	Este
cliente	 está	agradecido	para	você	para	 resto	da	vida,	qualquer	problema
que	 o	 cliente	 tem.	 Imagine	 os	 problemas	 que	 o	 cliente	 tem.	 Se	 você
levantar,	sem	falar	esse	nome,	claro,	a	calcinatio	dos	clientes,	mas	nunca
falar	 esse	 nome,	 quais	 são	 os	 problemas	 que	 ele	 tem.	 Na	 vida	 pessoal
dele.	Ajuda	numa	coisa	qualquer,	 ínfima	que	seja,	num	instante,	se	você
fez	isso,	isso	volta,	antes	que	você	perceba	você	está	sendo	ajudado	mais,
mais,	mais	 e	mais,	 quanto	mais	 dá,	mais	 recebe.	 E	 isso	 é	 transcender	 a
calcinatio,	passar	a	ajudar.
Tem	problema?	Ok.	Deixa	ele	 lá	parado,	ele	vai	 ter	 solução.	Ajudar.
Trabalhar,	 estudar,	 ajudar.	 O	 máximo	 possível,	 dentro	 das	 suas
possibilidades,	 ninguém	 está	 pedindo	 o	 impossível,	 dentro	 das	 suas
possibilidades,	 mas	 ajudar	 resolverá	 o	 problema	 da	 calcinatio,
transcenderá	com	certeza.	Você	 soltou	o	problema,	agora	você	 faz	parte
da	 solução,	 você	 está	 ajudando.	 O	 problema	 terá	 solução	 no	 devido
tempo.	 Não	 é	 no	 tempo	 que	 você	 quer,	 é	 logico,	 é	 no	 devido	 tempo,
porque	 se	 for	 no	 tempo	 que	 eu	 quero,	 voltamos	 no	 ego,	 aí	 voltou	 tudo
atrás	e	continua	na	calcinatio.
Para	sair	na	calcinatio,	tem	que	deixar	um	pouquinho	de	lado	o	ego	e
pensar	 no	 problema	 do	 cliente.	 Para	 de	 pensar	 no	 seu	 problema,	 que	 é
vender	e	pensa	no	problema	do	cliente,	qualquer	que	seja	ele,	isso	mudará
completamente	situação.
Então,	 solução	 existe?	 Existe.	 Existe.	 E	 não	 precisa	 nenhum	 esforço
heroico,	 não	 precisa	 uma	 coisa	 transcendental,	 não	 precisa	 uma	 coisa
monumental.	 É	 como	 nós	 estamos	 falando.	 O	 cliente	 pode	 ter	 um
cachorro	 que	 está	 com	 problema	 de	 pele,	 se	 nós	 ajudarmos	 ou
simplesmente	 escutarmos	 o	 problema	 que	 ele	 tem,	 que	 ele	 possa
desabafar	e	nos	escutarmos	atentamente	com	interesse,	com	boa	intenção
de	 ajudá-lo,	 só	 escutar	 os	 problemas	 dele,	 já	 ajudará	 e	 muito.	 Ele
encontrou	alguém	que	ele	pode	conversar.	Então	não	existe	impedimento
algum,	nem	problema	algum	para	começar	a	ajudar.
É	do	gesto	mais	simples,	um	sorriso,	qualquer	coisa,	qualquer	atenção,
cordialidade,	civilidade,	educação,	qualquer	coisa	que	se	fizer,	que	ajude
já	está	se	transcendendo	a	calcinatio.
II.	Solutio
Neste	 capítulo	 vamos	 ver	 o	 procedimento	 solutio.	 O	 anterior	 era
baseado	 no	 calor,	 em	 queimar,	 e	 este	 é	 baseado	 na	 água.	 É	 muito
importante	 entender	que	os	procedimentos	na	 alquimia	 eles	não	 seguem
uma	linha	linear	como	nós	estamos	explicando,	isso	é	apenas	uma	forma
didática.	Todo	eles	estão	entrelaçados,	acontecendo	ao	mesmo	tempo,	uns
mais,	outros	mesmo,	então	quando	nos	chegarmos	no	final	da	explicação
dos	procedimentos	o	quebra-cabeça	estará	montado,	até	lá	passo	a	passo,
iremos	vendo	as	características	de	cada	procedimento.
Alquimia	 tem	 que	 ser	 sentida,	 é	 um	 sentimento.	 Olhar	 alquimia
apenas	como	uma	coisa	racional	ou	como	se	fosse	química	moderna,	não
levará	 à	 conclusão	 que	 se	 deseja.	Os	 alquimistas,	 para	 chegarem	 nestas
conclusões,	 levaram	 séculos	 de	 pesquisa,	 de	 introspecção,	 de	meditação,
para	 expandir	 a	 consciência,	 para	 poder	 entender	 o	 procedimento	 do
ponto	 de	 vista	 metafísico.	 Não	 a	 questão	 de	 transformar	 chumbo	 em
ouro.	 Tudo	 é	 isso	 é	 metafórico,	 tudo	 isso	 é	 simbólico,	 todas	 aquelas
descrições	 muito	 difíceis	 de	 entender	 nos	 textos	 alquímicos	 são
simbólicas,	 eles	 já	 tinham	 entendido	 isso,	 e	 escreviam	 de	 uma	maneira
simbólica	para	os	iniciados.	Quem	já	sabia	do	que	eles	estavam	falando,
entendiam,	mas	 trocavam	os	 textos	 e	 todo	mundo	 inserido	 no	 contexto
entendia.	 Eles	 sempre	 disseram	 que	 o	 poder	 embutido	 na	 alquimia	 era
tremendo	e	que,	portanto,	não	era	uma	coisa	que	poderia	cair	na	mão	de
pessoas	 mal	 intencionadas.	 Essa	 questão	 continua	 válida,	 mas	 também
continua	 válido	 o	 que	 eles	 falavam	 sobre	 a	 questão	 de	 entender	 a
alquimia.
No	 universo	 energia,	 você	 tem	 informação	 e	 ainda	 tem	 mais	 um
detalhe,	que	será	falado	pela	primeira	vez,	que	é	a	percepção.	Só	energia	e
só	 informação	não	chega	na	alquimia.	Para	chegar	na	alquimia	 tem	que
ter	percepção.	E	essa	percepção	não	é	só	intelecto,	há	o	sentimento.	Se	a
pessoa	não	sente,	 fica	muito	difícil	ela	entender	o	que	se	está	 falando,	o
que	significa	aquilo	na	vida	prática.
Caso	 a	 pessoa	 comece	 a	 abordar	 calcinatio	 unicamente,	 ela	 não
chegará	à	conclusão	nenhuma.	Qualquer	dos	procedimentos	não	pode	ser
analisado	 sozinho.	É	 um	 conjunto	 em	ação.	E	 para	 isso	 é	 preciso	 que	 a
pessoas	 expanda	 a	 percepção	 para	 chegar	 no	 mesmo	 nível	 que	 os
alquimistas	 chegaram,	 que	 Jung	 chegou.	 Sem	 isso	 fica	 muito	 abstrato,
muito	 esotérico,	 muito	 fora	 da	 realidade,	 ou	 então	 que	 se	 está
destorcendo	a	realidade.	É	preciso	muito	cuidado	quando	se	trabalha	com
alquimia,	 quando	 se	 analisa	 alquimia,	 quando	 se	 pensa,	 quando	 se	 faz,
quando	 se	 chega	 à	 alguma	 conclusão,	 porque	 não	 é	 banal	 de	 forma
alguma.
Nós	 temos	 o	 fogo	 de	 um	 lado	 em	 que	 o	 Rei	 é	 comido	 pelo	 lobo	 e
depois	o	corpo	do	Rei	é	queimado	e	do	outro	 lado	nós	 temos	a	água.	A
água	dissolve	o	 ser.	O	 fogo	queima,	 transforma,	purifica,	 o	Rei	 renasce
purificado.	Na	água	a	mesma	coisa.	Só	que	é	a	dissolução.	É	dissolvido.
O	ego	é	dissolvido	 e	 transformado	numa	nova	pessoa,	um	novo	 ser	que
incorpora	 o	 self.	 O	 indivíduo	 não	 some,	 não	 desaparece,	 o	 ego	 não
desaparece,	 a	 individuação	 não	 anula	 o	 ego,	 ele	 é	 transformado	 e
incorpora	 o	 self	 em	 si	 mesmo.	 O	 ser	 transcende	 e	 salta	 para	 um	 novo
nível	 de	 existência,	 uma	 ascensão,	 mas	 o	 ego	 continua	 lá,	 a	 pessoa
continua	com	a	mesma	identidade,	não	desaparece	nada.	Mas	é	um	novo
ser.
A	solutio	está	baseada	em	algo	extremamente	fácil	de	entender.	Como
que	dissolve?	Como	que	 é	possível	dissolver	o	 ego?	Pelo	amor.	Esse	 é	o
sentimento	que	dissolve	o	ego.	Como	é	isso?	É	que	a	quantidade,	digamos
assim,	 quantidade,	 qualidade,	 do	 amor	 que	 o	 Todo	 derrama	 sobre	 a
pessoa	é	tão	imenso	que,	teoricamente,	deveria	dissolver	com	facilidade	e
provocar	 a	 transmutação	 necessária.	 A	 pessoa	 recebe	 tanto	 amor	 que
aquilo	é	arrasador,	não	sobra	mais	nada,	é	uma	avalanche.	Ela,	digamos,
metaforicamente,	 se	 afoga	 naquele	 amor	 imenso	 e	 renasce	 com	 o	 self
incorporado	 no	 ego.	 Ou	 o	 ego	 incorporado	 no	 self.	 Esse	 é	 o	 método
perfeito,	é	o	método,	é	o	que	deveria	acontecer	desde	sempre.	E	isso	está
baseado	 naquela	 lei	 da	 contabilidade,	 entra	 debita,	 sai	 credita.	 Se	 entra
tanto	amor	no	ser,	ele	 inevitavelmente	passou	a	dever	esse	amor	que	ele
recebeu.	 Para	 que	 ele	 possa	 compensar	 débito	 e	 crédito	 ele	 deveria	 dar
amor	 também,	 e	 na	 total	 capacidade	 do	 ego	 deste	 ser,	 que	 já	 está
unificado	com	o	Self,	com	S	maiúsculo,	feito	isso,	tudo	estaria	resolvido,
e	tudo	está	resolvido	quando	acontece	 isso.	Como	que	é	 isso	na	prática?
Na	 teoria	 é	 perfeito,não	 tem	 coisa	mais	 simples	 que	 isso.	 Se	 você	 faz,
passa	pela	solutio,	e	fazendo	isso	perfeitamente,	acabou	a	calcinatio,	não
há	 necessidade	 de	 calcinatio.	 É	 irrelevante,	 não	 acontecerá	 nada	 de
calcinatio,	porque	já	houve	a	transformação	do	ego	no	self.	A	calcinatio	é
para	 purificar	 o	 ego,	 deixando	 entrar	 o	 self.	 Quando	 há	 resistência,	 há
mais	calcinatio.	Não	há	necessidade	de	ser	desta	 forma.	Pode	ser	muito,
extremamente,	simples.
Quando	o	bebê	nasce,	vamos	a	regra	geral.	O	bebê	nasceu	totalmente
humano,	 totalmente	 desprotegido.	 Normalmente	 ele	 recebe	 uma
quantidade	 enorme	 de	 cuidados	 dos	 pais,	 uma	 enorme	 quantidade	 de
amor	 do	 pai	 e	 da	 mãe,	 transbordante,	 e	 supre	 todas	 as	 necessidades
daquele	 ser	 que	 acabou	 de	 nascer.	 Isso	 durante	 meses	 e	 meses,	 anos	 e
anos,	 até	 que	 aquele	 ser	 fique	 um	 adulto	 independente.	 Então	 o	 que
acontece?	A	pessoa	já	chega	aqui	no	planeta	Terra,	nasce	e	já	é	inundada
de	amor	dos	pais,	dos	avós,	dos	 irmãos	etc.	 Isto	é,	 já	está	devendo	uma
quantidade	enorme.
Se	 a	 pessoa	 tem	 gratidão,	 ela	 sente,	 enxerga	 isso,	 ela	 retribui.	 E
retribui	para	família,	para	os	pais,	para	os	avós	etc.,	mas	retribui	para	os
demais	 que	 não	 tem	 ligação	 de	 parentesco	 também.	 Quer	 dizer,	 essa
pessoa	 espalha	 amor	 por	 onde	 for,	 torna-se	 um	 canal	 mais	 perfeito
possível	 do	 Todo.	 Este	 pode	 passar	 por	 esse	 canal	 e	 jorrar	 amor
incondicional	onde	for,	onde	estiver	etc.
Neste	 ponto	 tudo	 já	 foi	 resolvido.	 Então	 imagine	 que	 a	 criança	 com
cinco,	 seis,	 sete	 anos	 já	 está	 consciente,	 ela	 sente	 isso,	 e	 resolve	 fazer	 a
parte	 dela,	 também	 dar	 amor,	 então	 ela	 recebe	 e	 dá,	 recebe	 e	 dá.	 Tem
uma	 solutio	 perfeita	 em	 andamento.	 Todo	 mundo	 está	 recebendo	 e
passando	para	frente.	Quando	essa	criança	chegar	com	10	anos,	o	ego	já
foi	resolvido,	o	self	 já	está	 incorporado	no	ego,	a	criança	de	10	anos	de
idade	já	é	um	canal	do	Todo,	sem	calcinatio,	só	amor.
Para	vocês	terem	depoimentos	se	a	alquimia	funciona	ou	não,	se	é	real
ou	 não	 toda	 essa	 literatura	 e	 essas	 análises	 psicológicas	 imensas	 que
foram	 feitas,	 é	 muito	 simples:	 entreviste	 uma	 pessoa	 de	 80	 anos	 e
pergunta	 como	que	 foi	 vida	desta	pessoa.	 Primeiro	pergunte	 como	 foi	 a
vida	e	depois	explique	suscintamente	que	existe	a	calcinatio	e	a	solutio	 e
veja	 o	 que	 essa	 pessoa	 dirá,	 o	 que	 que	 aconteceu	 na	 vida	 desta	 pessoa.
Tem	que	ser	uma	pessoa	de	uns	80	anos.	Com	40	ainda	tá	muito	fácil	o
jogo,	é	muito	a	favor	ainda	com	essa	idade.	É	preciso	um	pouco	mais	de
tempo,	aí,	inevitavelmente	a	pessoa	entende	e	sente	o	que	é	alquimia,	80
anos	de	idade,	90	de	idade,	aí	você	comenta	sobre	a	calcinatio	e	a	solutio.
Depois	comenta	sobre	os	outros	procedimentos	de	alquimia	e	vê	o	que	a
pessoa,	 que	 nunca	 leu	 sobre	 alquimia,	 nunca	 ouviu	 falar,	 dirá	 que
aconteceu	 na	 vida	 dela.	Vocês	 verão	 que	 essa	 pessoa,	 se	 ela	 for	 honesta
consigo	 mesmo,	 responderá	 que	 recebeu	 uma	 quantidade	 de	 amor
absurdamente	 grande	 do	 Todo	 através	 das	 pessoas,	 e	 o	 que	 ela	 deu	 em
troca?	 Ou	 não	 deu?	 Aí	 qual	 a	 calcinatio	 que	 passou	 pela	 vida	 dela,
quantas	vezes?	E	aí	pergunte	se	com	80	anos	ela	entendeu,	chegou	alguma
conclusão,	percebeu	o	quão	sábio	é	o	procedimento	da	alquimia.
Não	 há	 necessidade	 de	 chegar	 nos	 80,	 com	 10	 anos	 de	 idade,	 com
cinco	anos	de	idade,	se	o	ser	receber	e	passar	pelos	procedimentos,	todos
os	problemas	estarão	resolvidos.	Pois	bem.	Essa	é	a	teoria	que	deveria	ser
na	prática.	Para	algumas	pessoas,	ao	 longo	da	história	do	planeta,	vocês
percebem	 claramente	 que	 foi.	 E	 o	 que	 aconteceu?	 Não	 precisou	 de
calcinatio,	só	solutio	foi	suficiente	para	resolver	toda	a	questão.
No	 passado	 da	 história	 deste	 planeta,	 existiu	 um	 ser	 que	 comandou
multidões	e	foi	responsável	pela	morte	de	milhões	de	pessoas.	Este	ser,	na
juventude,	 foi	 ajudado	 por	 inúmeras	 pessoas	 desconhecidas,
completamente	 desconhecidas.	 Ele	 tinha	 uma	 necessidade,	 passava	 por
um	 lugar,	 precisava	 de	 alguma	 coisa,	 de	 comida,	 as	 pessoas	 davam,
precisava	 dormir	 uma	 noite,	 as	 pessoas	 deixavam,	 a	 necessidade	 que
tivesse	era	suprida.	Esse	ser	ficava	perplexo	e	nunca	entendeu	porque	que
as	 pessoas	 o	 ajudavam.	 Atentem,	 ele	 nunca	 entendeu	 porque	 que	 as
pessoas	 o	 ajudavam.	 O	 conceito	 de	 ajudar,	 amor	 incondicional,	 é
completamente	 fora	 da	 capacidade	 de	 entendimento	 de	 percepção	 de
mundo,	de	 visão	de	mundo	deste	 ser.	Ele	 era	 sistematicamente	 ajudado.
Se	uma	destas	pessoas	não	tivesse	o	ajudado,	a	vida	dele	mudaria,	poderia
mudar	completamente.
Você	 tem	n	 futuros	 prováveis.	 Se	 uma	 pessoa	 te	 ajuda,	 o	 caminho	 é
para	este	lado,	se	ela	não	te	ajuda,	o	caminho	pode	ser	X,	ou	Y,	ou	talvez
bifurque.	E	isso	aconteceu	n	vezes.	N	vezes.	Sabe	aquilo	que	se	fala	muito
nos	 filmes	 da	 ficção?	 Se	 o	 sujeito	 tivesse	 nascido	morto	 ou	 tivesse	 sido
assassinado,	ele	não	teria	matado	milhões?	Pois	é,	se	ele	não	tivesse	sido
ajudado	por	uma	pessoa	duas,	três,	10,	50	pessoas,	n	pessoas,	a	vida	dele
seria	outra.	E	ele	não	teria	matado	tantas	pessoas.	Mas	o	que	o	Todo	faz?
O	Todo	não	sabe	de	tudo	isso?	Claro	que	sabe,	já	sabe	que	o	sujeito	fará
uma	 barbaridade	 desta,	 então	 o	 que	 o	 Todo	 faz?	 Vocês	 devem	 estar
pensando	 “calcinatio	 nele”,	 mas	 não!	 O	 Todo	 põe	 uma	 pessoa	 no
caminho	e	dá	amor	para	essa	pessoa,	para	mostrar	a	ele	que	existe	outra
forma	de	ser	que	não	seja	o	ódio,	que	existe	amor.	Aí	ele	recebe	amor	e
fica	perplexo.	“Como?	Por	que	essas	pessoas	me	ajudam?	Uma	vez,	duas,
10,	50	vezes,	n	vezes.	Por	que	será	que	as	pessoas	me	ajudam?	Que	coisa
mais	 intrigante,	 mais	 absurda.	 Vou	 me	 aproveitar	 delas,	 porque	 estão
ajudando,	 me	 aproveito,	 passo	 para	 trás.	 São	 os	 otários	 que	 estão
ajudando.”	 E	 assim	 foi	 até	 que	 a	 pessoa	 chegou	 no	 poder	 e	 foi
responsável	 por	milhões	 de	mortes.	O	Todo	 ficou	 derramando	 amor	 na
pessoa	 o	 tempo	 todo	 de	n	maneiras,	n	maneiras,	 dia	 e	 noite.	 Ano	 após
ano,	 décadas.	 E	 qual	 foi	 o	 resultado?	 Fez	 o	 que	 fez	 mesmo	 recebendo
amor.	Sem	parar.
Então,	solutio	funciona?	Funciona,	mas	depende	do	ego	da	pessoa.	Se
a	 pessoa	 está	 recebendo	 amor,	 retribui	 com	 o	 quê?	 Com	 ódio?
Prejudicando?	Mais	cedo	ou	mais	tarde,	qual	a	será	a	consequência	disso?
Calcinatio.	Calcinatio	 não	 é	 castigo,	muito	 pelo	 contrário,	 é	 cuidado,	 é
fazer	 evoluir	 de	 uma	 outra	 forma.	Ou	 vai	 de	 um	 jeito	 ou	 vai	 de	 outro
jeito,	mas	 tem	que	 ir.	O	Universo	 é	 um	 rio	que	 corre	numa	direção	 só,
não	 tem	 contramão,	 é	 para	 lá	 que	 vai,	 de	 um	 jeito	 ou	 de	 outro.	 O
Universo	 só	 funciona	 para	 o	 lado	 do	 bem,	 do	 amor.	 Se	 a	 pessoa	 quer
receber	amor	e	contribuir	com	amor,	está	tudo	resolvido,	sem	problema,
sem	 sofrimento.	 Recusa,	 então	 ela	 mesma,	 a	 pessoa	 está	 criando	 as
condições	para	a	calcinatio	aparecer,	mais	cedo	ou	mais	tarde.	Inevitável.
Porque	 o	 rio	 corre	 para	 o	 mar,	 não	 tem	 como	 escapar	 do	 rio,	 pode
resistir,	pode	não	aceitar,	pode,	o	ego	pode	escolher	a	opção	que	quiser,
mas	terá	que	ir	na	direção	que	o	rio	corre	por	amor	ou	por	calcinatio.	É
inevitável.	 E	 isso	 foi	 o	 que	 os	 alquimistas,	 só	 nesses	 dois	 casos
descobriram,	 e	 sentiram	 que	 era	 exatamente	 assim.	 Então	 quando	 eles
viram	 que	 a	 solutio	 resolvia	 tudo,	 é	 claro	 que	 ficaram	 felizes	 da	 vida
entusiasmados,	não	precisa	ter	calcinatio	nenhuma,	basta	receber	e	doar,
pois	é.
Na	teoria	parece	muito	simples,	e	é	muito	fácil.
Agora	 vamos,	 vejamos	 um	ou	outro	 caso	 prático,	 histórico,	 como	 se
faria	isso	na	prática?	A	solutio	está	na	sua	mão.	A	calcinatio	não	está	nas
nossas	 mãos,	 são	 coisas	 que	 já	 fogem	 do	 controle,	 você	 liga	 o	 carro	 e
acabou	a	bateria,	você	tira	da	garagem	e	o	pneu	está	furado.	Você	vira	a
esquina	vem	um	e	bate	em	você	e	assim	por	diante,	então	a	calcinatioestá
completamente	 fora	 do	 seu	 controle,	 mas	 está	 te	 levando	 a	 aprender
algumas	coisas,	se	não	tem	solutio.
Vejamos	 o	 caso	 de	Aníbal.	Você	 tem	Cartago	 e	 tem	Roma,	Roma	 é,
digamos,	 o	 super	 império	 que	 domina	 o	 mediterrâneo	 inteiro.	 Domina
todas	 as	 margens	 e	 território	 interno	 também,	 uma	 força	 absoluta.
Dentro	desta	região	não	há	nada	que	possa	se	opor,	mas	tem	Cartago	na
África	 que	 é	 uma	 potência	 emergente,	 quer	 alçar	 voo	 e	 quer	 bater	 de
frente	 com	 o	 império.	 Ego,	 ego,	 egos	 e	 egos	 e	 egos.	Muito	 bem,	 então
temos	 Aníbal	 que	 resolve	 invadir	 Roma	 pelos	 Alpes,	 o	 que	 nunca	 foi
feito.	A	opção	mais	difícil	e	mais	 impossível,	e	foi	o	que	ele	pretendeu	e
fez.	Como	que	 se	poderia	 evitar	 chegar	nas	últimas	consequências	 como
chegou?	Roma	não	poderia	 ter	mandado	um	embaixador	para	 tratativas
de	acordo	e	evitar	uma	guerra?	Bom,	chegou	neste	ponto	porque	teve	uma
série	de	coisas	que	aconteceram	e	levaram	a	essa	situação.
Vamos	 supor	 que	 começou,	mas	 de	 novo	 insisto,	 Roma	 não	 poderia
ter	 mandado	 um	 embaixador	 conversar	 com	 os	 governantes	 ou	 o
governante	 de	 Cartago?	 E	 perguntar:	 “o	 que	 vocês	 precisam?	 O	 que	 a
gente	 pode	 fazer	 para	 viver	 em	 paz?	Você	 progride,	 eu	 progrido	 e	 todo
mundo	progride	e	está	tudo	certo,	em	paz”,	não	é	lógico	isso?	Não	seria
absolutamente	 lógico	 fazer	 isso?	 Perguntar	 para	 eles	 o	 que	 que	 vocês
precisam?	Roma	sabe	que	tem	o	poder	total	e	absoluto.
Naquela	 época	 era	 impossível	 vencer	 Roma.	 O	 poder	 militar,
econômico	etc.,	de	Roma	era	avassalador.	Poderia	 invadir	pelo	 lado	que
for	 que	 não	 haveria	 maiores	 problemas	 para	 Roma,	 pois	 Roma	 tinha
poder	 absoluto.	 Neste	 caso	 entramos	 naquela	 questão	 da	 negociação
humanizada	e	que	Roma	deveria	ter	feito.	Numa	negociação	humanizada,
Roma	mandaria	um	embaixador	conversar	com	Aníbal	e	perguntar	o	que
eles	 precisavam.	 “Comida?	 Tinham	 sobrando,	 ok,	 podemos	 vender.”
Tinham	 gente	 passando	 fome	 e	 se	 não	 tivessem	 dinheiro	 para	 comprar,
Roma	forneceria	de	graça	a	comida	para	Cartago.	Resolvido	o	problema
e	 do	 que	mais	 eles	 precisavam?	 Ferro,	 cobre,	 quais	 são	 as	 necessidades
econômicas	para	viverem	em	paz,	felizes,	prósperos,	ad	infinitum?	Não	é
simples?	 É	 simples.	Não,	mas	 agiram	 assim...	 “um	 absurdo,	 vai	 contra
todas	as	 leis	 econômicas,	 toda	a	 estratégia,	 toda	a	política	 internacional
etc.,	etc.	 imperial	e	tal.	Como	que	Roma	dará	a	mão,	fornecerá,	ajudará
Cartago?	Não.	Império	domina.”	Roma	ia	e	tomava	todo	mundo,	tomava
o	dinheiro,	transformava	em	escravos,	arrasava	a	terra.
Aonde	 está	 Cartago	 hoje?	 Nem	 no	 mapa,	 não	 aparece.	 A	 solução
existia,	 sem	 gerar	 sofrimento	 para	 ninguém,	 nenhum	 sofrimento,
nenhuma	 calcinatio.	 Aníbal,	 dos	 Alpes,	 venceu	 várias	 regiões,	 15.000
mortos	do	lado	de	Roma.	15.000	viúvas,	15.000	mães	sem	filhos,	15.000
crianças,	n	crianças	sem	pais.	E	do	outro	lado	a	mesma	coisa.	A	troco	de
quê?	 Isso	 não	 poderia	 ter	 sido	 resolvido	 se	 Roma	 ajudasse	 Cartago?
Trocasse,	comercio	justo,	isso	é	solutio,	isso	é	solutio.	Essa	situação,	isso
é	apenas	um	exemplo,	mas	isso	ao	longo	da	história,	n	vezes	ao	longo	da
história	acontece	isso,	mesmo	quando	a	solução	solutio	está	na	mão.
Se	 você	 ajuda,	 você	 desarma.	Vamos	 supor	 que	Aníbal,	 por	 questões
pessoais,	 quer	 destruir	 Roma,	 ou	 quer	 tomar	 o	 Império.	 Pelo	 ego	 dele.
Uma	hipótese.	Mas	atrás	dele	tem	que	ter	um	exército	enorme	para	fazer
o	 que	 ele	 quer.	 E	 esse	 exército	 enorme	 precisa	 de	 quê?	De	 comida.	 E	 o
povo	 que	 está	 atrás	 do	 exército	 e	 a	 população	 de	 Cartago	 precisa	 de
comida,	 isso	 é	 só	 um	 exemplo.	 Se	 Roma	 chega	 lá	 e	 fala	 “o	 que	 vocês
precisam?	Comida?	Toma”,	todo	mundo	alimentado	e	feliz	da	vida.	Está
resolvido	 o	 problema.	 Não	 há	 necessidade	 nenhuma	 de	 ter	 guerra	 e	 de
Aníbal	 querer	 invadir	 Roma,	 acaba	 o	 problema	 antes	 que	 comece.	 Se
Roma	 dá	 amor	 para	 Cartago	 teria	 invertido	 a	 lógica	 imperial.	 Isso	 é
totalmente	possível,	se	quisessem.	Como	já	falei,	tem	todas	essas	questões
de	 ego	 no	 final	 das	 contas,	 que	 se	 traduzem	 em	 n	 argumentações
imperiais	 para	 justificar	 que	 não	 podem	 ajudar	 Cartago.	 Afirmam	 que
tem	que	escravizar,	 levar	todo	mundo	como	escravo,	e	claro,	tem	toda	a
mais-valia	destes	escravos.
Tinha	cidade	em	Roma,	no	Império,	em	que	30%	da	população	era	de
escravos,	 30%	 da	 população	 de	 escravos,	 quer	 dizer,	 o	 Império	 era
baseado	na	mais-valia	destes	escravos	todos.	Foi	assim	que	foi	construído
e	mantido.	 Saqueia,	 traz	 os	 recursos	 e	 traz	 escravos.	 Enquanto	 isso	 foi
possível	 de	 ser	 feito,	 não	 teve	 problema	 nenhuma,	 vai	 crescendo,
anexando,	 anexando,	mas	 é	 claro,	 quanto	mais	 você	 estende	o	 tamanho
do	Império,	mais	problema	de	 logística	você	 tem	e	 isso	é	gravíssimo	em
termos	 de	 exército,	 fica	muito	 caro	 também,	 então	 todos	 os	 problemas
exponenciam	quando	você	tem	vários	fronts	de	guerras.	Fica	complicado.
Mesmo	com	toda	essa	complicação	e	dificuldade,	será	que	passou	pela
cabeça	 do	 Imperador	 ou	 dos	 senadores	 que	 era	 melhor	 ajudar	 do	 que
saquear?	A	história	mostra	que	é	uma	vez	após	a	outra	que	isso	acontece.
Os	 alquimistas	 foram	 pesquisar	 isso	 um	 bom	 tempo	 depois,	 mas	 não
precisa	nem	de	alquimia,	isso	é	pura	lógica,	se	todo	mundo	se	ajuda,	todo
mundo	 ganha,	 todo	 mundo	 cresce,	 todo	 mundo	 evolui,	 todo	 mundo
progride.	O	menor	custo	possível	e	o	maior	ganho	possível,	cooperar.
Dois	mil	 anos	 após,	precisou	vir	 John	Nash	 e	provar	que	 cooperar	 é
melhor	 e	ganhar	um	Nobel	de	 economia,	 e	nem	assim	as	pessoas	 fazem
desta	forma.
Será	que	alquimia	 funciona?	Será	que	solutio	 funciona?	Nash	provou
que	 funciona,	 e	 o	 problema	 persiste.	 Se	 nós	 pegarmos	 esta	 questão
imperial	de	Roma	e	trouxermos	para	nossa	vida,	para	a	vida	de	qualquer
pessoa,	 é	 a	 mesma	 questão	 que	 está	 em	 andamento.	 A	 quantidade	 de
amor	 que	 o	 Todo	 despeja,	 quer	 a	 pessoa	 perceba	 ou	 entenda,	 ou	 não
entenda,	 é	 imensa.	 É	 avassaladora.	 Seria	 absolutamente	 lógico	 que	 isso
fosse	 passado	 adiante.	Qual	 é	 o	 problema	 de	 passar	 adiante	 isso?	 Você
será	passado	para	trás?	Será	tido	como	um	otário?	Ficará	pior	que	antes?
Perderá	alguma	coisa?	É	justamente	o	contrário,	por	incrível	que	pareça.
É	justamente	o	contrário.	Quanto	mais	ajuda,	mais	recebe.	Lembra?	Que
volta	 centuplicado,	 100	 vezes?	 E	 isso	 é	 uma	 metáfora.	 Quanto	 mais
ajuda,	mais	 recebe.	Nunca	 ficará	pior	que	estava,	mesmo	que	 te	passem
para	 trás,	 que	 levem	 vantagem,	 que...,	 não	 importa,	 ficará	 melhor	 que
estava,	 dando,	 ajudando,	 e	 ajudando,	 e	 ajudando.	 Em	 tudo	 que	 for
possível.	N	 vezes.	 Quanto	 mais	 faz	 isso,	 mais	 solutio	 entra	 na	 pessoa.
Está	entrando	e	está	saindo,	a	pessoa	está	mergulhada	na	água	do	oceano
primordial,	 então	 ela	 está	 sendo	 lavada.	 Ela	 está	 transcendendo	 tudo.	É
por	 isso	 que	 o	 soltar	 funciona.	 O	 soltar	 é	 literalmente	 a	 solutio,
descoberto	por	Lao	Tse	na	China.
A	verdade	 é	única,	 então	 cada	 filósofo,	 cada	místico	pesquisa	na	 sua
época,	no	seu	local,	mas	chegam	na	mesma	conclusão,	solutio	é	o	soltar.
É	 o	Tao	 em	 andamento.	 Então	 quando	 se	 fala,	 quanto	mais	 você	 solta,
mais	as	coisas	andam,	quanto	mais	pressão	põe,	menos	as	coisas	andam,
é	 pura	 alquimia,	 é	 pura	 solutio.	 Quanto	 mais	 você	 ajuda,	 mais	 você
recebe.	Sem	fim,	sem	limite.
No	 início,	 há	2.000	anos	 atrás,	 o	 simbolismo	 era	um	peixe,	 por	que
era	um	peixe?	Por	que	pescava?	Não.	É	porque	o	ser,	o	ego,	ou	o	self,	ele
está	nadando	no	oceano	primordial,	no	que	os	alquimistas	chamam	Prima
Materia,	 que	 nós	 chamamos	 Vácuo	Quântico,	 a	 Energia	 Primordial,	 de
tudo,	de	onde	tudo	emerge,	por	isso	que	era	o	peixe.	É	muito,	digamos,	é
extremamente	 simples	 viver.	Alquimia	 explica	 a	 vida.	Como	eu	 falei,	 se
você	pega	alguém	de	80	anos	e	fizer	uma	longa

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