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ATOS
Volume 23 / Número 1
EDIÇÃO PORTUGUÊS
A Unção do
Espírito 
Santo
por Rev. Frank R. Parrish
Esperamos que você desfrute desta edição ampliada da Revista ATOS!
Por favor, veja na página 63 instruções sobre como você pode renovar sua assinatura 
através do formulário ali apresentado ou pelo site da própria Revista Atos.
“Não por força nem por poder, 
mas pelo meu Espírito, diz o 
Senhor dos Exércitos.”
(Zacarias 4:6.)
2 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
Querido Líder de Igreja e Companheiro:
 Esta edição da Revista ATOS sobre a “Unção” 
tem o objetivo de ser um estudo bíblico cuidadoso 
e minucioso sobre esse assunto. Isso exigirá uma 
seriedade em sua reflexão, estudos e esforços, 
a fim de que você obtenha uma compreensão 
melhor sobre esse tema vital.
 Talvez seja necessário muito tempo para você 
terminar este estudo. Talvez você estude somente 
duas ou três páginas por dia. No entanto, eu recomendo 
muito que você se aplique, tanto em oração como num 
estudo diligente. Se você fizer isso, a sua vida e o seu 
ministério serão transformados!
 Eu estava no ministério muitos anos antes de 
compreender o desejo de Deus com relação à unção do 
Seu Espírito em minha vida e ministério. Quando eu 
abri o meu coração e permiti que Deus “abrisse os olhos 
do meu entendimento”, eu fui transformado! O meu 
ministério foi transformado! A presença e o poder do 
Espírito Santo tornaram-se muito mais ativos e visíveis 
em (e através da) minha vida e ministério.
 Muito mais fruto tornou-se evidente em meu 
ministério. Experimentei a presença de Deus de 
uma maneira mais profunda do que eu jamais havia 
experimentado. A minha vida não ficou mais fácil, mas 
houve uma capacidade maior para eu viver como mais 
do que vencedor, através de Cristo, que me ama (veja 
Romanos 8:37).
 Eu gostaria de encorajá-lo a aplicar-se como um 
obreiro diligente e firme em seu estudo deste material. 
Eis aqui algumas sugestões práticas que o ajudarão a 
fazer isso:
 Em primeiro lugar, eu dei muitas referências bíblicas 
em todo este ensino. Por favor, tome o tempo necessário 
para encontrar e ler cada uma das referências bíblicas. 
Isso servirá para vários propósitos muito importantes: 
1) Na qualidade de líder de igreja, você jamais deve 
simplesmente aceitar todos os ensinos que lê ou ouve, 
independentemente de qual seja a fonte. Sempre 
busque nas Escrituras por você mesmo (At 17:11); 
2) Na qualidade de líder de igreja, é importante que 
você progrida em seu conhecimento, familiaridade 
e entendimento das Escrituras (2 Tm 2:15-18). Isso 
protegerá você e os que lidera dos erros, como também 
fará com que você seja um obreiro capacitado com a 
Palavra de Deus; 3) Somente a Palavra de Deus é apoiada 
pelo poder de Deus (2 Tm 3:16,17; Hb 4:12,13; 
2 Pe 1:20,21). É somente a ação combinada do 
Espírito Santo e da Palavra de Deus que pode 
transformar o coração humano.
 Em segundo lugar, mantenha um caderno à 
mão, e faça anotações, perguntas, ou escreva 
versículos bíblicos para um estudo adicional. 
Deus falará com você e lhe revelará verdades à 
medida que você estudar a Sua Palavra. Permita 
que este estudo seja uma jornada de crescimento pessoal 
para você, o que o ajudará muito mais do que o simples 
recebimento de um bom material de estudo.
 Finalmente, meu querido obreiro e companheiro, eu 
gostaria de encorajá-lo muito a acompanhar o seu tempo 
de estudo com muitas orações e espera no Senhor, pois 
é o Espírito Santo que revela a verdade, a natureza e o 
caráter de Cristo (Jo 14:17,26). Não permita que este 
estudo envolva somente a sua mente, pois aí então você 
estaria sendo limitado no que você pode receber. Nossa 
mente é um dom de Deus, mas ainda assim é limitada 
(veja 1 Coríntios Capítulos 3 e 4). Abra o seu coração, 
e permita que o Espírito Santo o ensine e o molde. Você 
somente pode guiar os outros onde você mesmo foi 
guiado. Assim sendo ore, estude e desfrute deste ensino, 
e que você possa crescer no poder da unção de Deus, até 
mesmo enquanto estiver lendo este material! 
 Observe também a nova característica importante 
que acrescentamos a esta edição da Revista ATOS. Em 
todo este ensino, haverá notas especiais minhas para 
você. Elas têm o propósito de fazer com que você, como 
líder de igreja, receba uma análise mais minuciosa 
e aprofundada de um importante princípio da Bíblia 
com relação ao crescimento ministerial ou pessoal. 
Essas notas especiais são identificadas da seguinte 
maneira: “De Pastor Para Pastor”, e são colocadas num 
fundo cinza, a fim de que você possa identificá-las 
prontamente.
 Pastor, eu o amo em Cristo e creio nos propósitos de 
Deus para você. Você é o instrumento escolhido de Deus, 
que Ele deseja usar para o Seu Reino e glória, e para 
abençoar a Sua Igreja. Eu o abençoo em nome do Senhor 
Jesus Cristo. E que agora Deus o abençoe, o fortaleça e 
o edifique, à medida que você estudar e receber da Sua 
Palavra e do Seu Espírito!
Seu irmão, Rev. Frank R. Parrish
Diretor do World MAP
A Unção do 
Espírito Santo
por Rev. Frank R. Parrish
Nota do Autor – Importante! 
Rev.
FRANK
PARRISH
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 3 
Esboço dE “A Unção do Espírito sAnto”
INTRODUÇÃO 
I. BASE HISTÓRICA E BÍBLICA DA UNÇÃO
 A. A UNçãO NO ANTIgO TESTAMENTO
 1. Origem da Palavra “Ungir”
 2. Origem da Palavra “Messias”
 B. A UNçãO NO NOVO TESTAMENTO
 1. Aleipho
 2. Chrio
 3. Chrisma
II. A NATUREZA, O PROPÓSITO
 E A FUNÇÃO DA UNÇÃO
 A. A NATUREZA DA UNçãO
 1. O que a Unção Não é
 2. Três Aspectos da Santificação
 3. O Caminho Para o Crescimento
 B. O PROPÓSITO DA UNçãO
 1. A Unção Definida
 2. Poder com um Propósito
 a. Capacitação Divina
 b. Quem Pode Ter a Unção?
 C. A FUNçãO DA UNçãO
 1. A Unção Relacionada ao Chamado
 2. A Unção Não Deve Ser guardada 
 Para Nós Mesmos
 3. A Unção Pode Ser Limitada ou Interrompida
 4. A Unção Pode Ser Usada de Maneira Abusiva 
 ou Incorreta
 D. PREFIgURAçÕES DA UNçãO
 NO ANTIgO TESTAMENTO
 1. Prefigurações Simbólicas
 2. Lições com o Óleo da Unção
III. ANDANDO NA UNÇÃO
 A. PROTEgENDO A UNçãO
 1. Ratos no Poço
 2. O Caminho Para a Pureza
 3. Sete Características da Unção genuína
 B. CRESCENDO NA UNçãO
 1. Caráter e Unção
 2. As Pegadas do Mestre
 a. Jesus Era Submisso às Autoridades
 b. Jesus Cresceu em Maturidade
 c. Jesus Andava em Humildade
 d. Jesus Entendia as Provações
 3. Busca da Pessoa de Deus
 C. RECEBENDO A UNçãO DELE
 1. Sejam Cheios!
 2. Busquem a Deus!
Introdução a Este Ensino
Antes que um estudo bíblico eficaz sobre a “Unção” pos-sa começar, precisamos estabelecer alguns importantes princípios fundamentais. Esses princípios formarão 
uma plataforma bíblica da qual poderemos alcançar uma pers-
pectiva apropriada sobre a unção.
 As seções iniciais deste artigo abordarão estes princípios 
fundamentais. Talvez eles sejam novos para você, ou talvez já 
sejam conhecidos. Contudo, já que é vital que tenhamos um 
fundamento comum do qual possamos desenvolver este estu-
do, gostaria de pedir-lhe que estude cuidadosamente os prin-
cípios seguintes. Permita um tempo para que o Espírito Santo 
revele, determine, teste e confirme o quanto estes princípios 
são bem estabelecidos e vividos na prática em sua própria vida 
e ministério.
 Líder e companheiro, este não é um estudo com “atalhos” 
fáceis para a maturidade, como também não oferece fórmulas 
rápidas ou técnicas mirabolantes que podem ser usadas para 
transformá-lo num “sucesso”.
 Ao contrário, este é um estudo bíblico sobre como nós, 
como líderes de igreja, precisamos crescer e operar no Reino 
de Deus. O caminho para a maturidade é um processo neces-
sário para que possamos ser verdadeiramente frutíferos e para 
A Unção do
Espírito 
Santo
“Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz 
o Senhor dos Exércitos.” (Zacarias 4:6.)
por Rev. Frank R. Parrish
4 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
que tenhamos um ministério duradouro, que glorifique muito a 
Deus!
 Portanto, vamos nos aplicar com diligência,à medida que 
aprendermos sobre esta questão da unção. Deus pode abenço-
ar somente o que Ele estabeleceu como Sua maneira e vonta-
de. Assim sendo, é essencial que coloquemos um fundamento 
apropriado da Sua Palavra, antes de seguirmos adiante aos as-
suntos relacionados à unção (Is 28:10).
Ministério Ilimitado
 O assunto da UNçãO é de grande importância para todo e 
qualquer crente em Jesus Cristo. No entanto, o entendimento 
da UNçãO – o que ela é, como funciona, e como podemos ca-
minhar e crescer nela – é vital. Isso é especialmente aplicável 
aos que são chamados ao ministério de tempo integral.
 Infelizmente, a UNçãO é geralmente mal entendida, ou é 
um assunto que talvez seja até mesmo evitado por alguns líderes. 
Muito embora seja algo que Deus deseja dar-nos, muitos líderes 
não sabem o que ela é, ou como recebê-la. Assim sendo, eles 
tentam substituir a unção do Espírito Santo por outras coisas.
 Alguns líderes talvez se tornem capacitados na administra-
ção ou organização. Talvez eles busquem a instrução, acres-
centando diplomas e títulos, antes e depois de seus nomes. Tal-
vez eles participem de muitas conferências e sejam inspirados 
por ótimos palestrantes. Talvez até mesmo desenvolvam suas 
próprias habilidades de falar ou de cantar, a fim de liderarem 
ou motivarem as pessoas mais eficazmente.
 Os itens mencionados acima não são necessariamente erra-
dos, e podem provar ou não que são úteis no ministério. MAS 
ELES NãO SãO A UNçãO! Tampouco podem substituir a 
genuína unção do Espírito Santo na vida do ministro.
 As capacitações educacionais e administrativas podem ser 
boas e úteis. No entanto, elas são limitadas com relação ao que 
podem ajudar o líder a realizar. Quando dependemos da nossa 
educação, o melhor resultado que podemos esperar é o limite 
da nossa educação. Quando dependemos da nossa eloquência 
ou de outras habilidades, ficamos limitados ao que essas habi-
lidades podem realizar.
 Contudo, quando dependemos do Espírito Santo, fica-
mos limitados somente pelo que o Espírito Santo pode fa-
zer!
 O que quer que escolhamos, para disto dependermos, ou 
nisto colocarmos a nossa confiança, a fim de realizarmos o cha-
mado ao ministério, será isto que estabelecerá os limites do que 
seremos capazes de fazer. Quanta limitação você quer em seu 
ministério?
 Com Deus, não há nenhum limite! (Veja Lucas 18:27.) Por-
tanto, se eu puser a minha confiança e dependência em Deus e 
em Seu poder e capacidade, então as minhas únicas limitações 
no ministério serão a vontade de Deus e os Seus desejos para 
mim (Fp 4:13).
 A vontade de Deus para todos os crentes nascidos de novo 
é que eles demonstrem as evidências dos frutos do Espírito em 
seus comportamentos e ações (gl 5:16-26). Os frutos do Espírito 
são o caráter de Cristo. Este mesmo tipo de caráter é exigido es-
pecialmente dos que são chamados para liderarem outras vidas 
no Corpo de Cristo. O papel do líder é ser um exemplo de um 
comportamento santo aos que ele lidera (1 Co 11:1; Fp 3:17; 1 
EDIÇÃO PORTUGUÊS
Volume 23 / Número 1
Índice
A Unção do Espírito Santo
“Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, 
diz o Senhor dos Exércitos.” (Zacarias 4:6.)
por Rev. Frank R. Parrish
Nota do Autor ........................................................... 2
Introdução e Esboço ................................................... 3
Parte I
Base Histórica e Bíblica da Unção .............................. 9
Parte II
A Natureza, o Propósito e a Função da Unção ......... 11
Parte III
Andando na Unção .................................................. 35
Editores .................................... Frank & Wendy Parrish
Editor Internacional ...................................Gayla Dease
Revisor Final ..............................................Keith Balser
Fundador do World MAP .....................Ralph Mahoney
Artes Gráficas .........................................Vander Santos
Ilustrações .............................................Dennis McLain
Tradutor ................................................ Marcos Taveira
Revisora ................................................... Nadya Denis
Leitura Final ........................................Maura Ocampos
Impressão Gráfica ...........................Editora Betânia S/C
VISÃO E MISSÃO
DA REVISTA ATOS
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em sua própria nação e ao redor do mundo.
 ATOS, no original, (ISSN 0744-1789) é publicada 
a cada três meses pelo “World MAP”, 1419 N. San 
Fernando Blvd., Burbank, CA 91504, EUA. Toda cor-
respondência deve ser dirigida para o endereço aci-
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Nova, MG, Brasil ou ainda para o e-mail: revistaa-
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ATOS
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 5 
Tm 4:12). Não há nenhum dom, habilidade administrativa, ou 
habilidade de pregação ou ensino, que possa substituir o fato de 
termos um caráter e integridade semelhantes ao de Cristo.
 Também é a vontade de Deus – especialmente para os que 
são chamados para liderarem – que tenhamos o poder sobrena-
tural do Espírito Santo. Jesus disse aos Seus discípulos: “Não 
Me escolhestes a Mim, mas Eu vos escolhi e vos designei, para 
que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça” (Jo 15:16).
 Através dessa passagem vemos que o desejo de Jesus é que 
o nosso fruto permaneça. Como isso pode acontecer? Quando 
o nosso ministério está repleto do poder da unção de Deus, o 
poder do Espírito Santo. O Seu poder através de nós nos ca-
pacita a influenciarmos as pessoas de uma maneira que a vida 
delas seja frutífera e duradoura.
 Não importa quão talentoso ou dinâmico seja o líder. Sem 
a capacitação do Espírito Santo, o líder não consegue cumprir, 
no ministério, a vontade de Deus, da maneira de Deus. Feliz-
mente para nós, Deus sabe o que precisamos muito melhor do 
que nós. E Ele já nos forneceu o Seu poder e capacitação para 
nos ajudar a cumprirmos o Seu sublime chamado.
Forma sem Poder
 Hoje em dia, há muitas igrejas e ministérios em que a presen-
ça e o poder do Espírito Santo têm sido limitados. Estes minis-
térios talvez tenham grandes multidões, instalações sofisticadas, 
ou eventos emocionantes. Mas, se a presença e o poder genuínos 
do Espírito Santo não forem bem-vindos e evidentes, essas reu-
niões podem ser cerimônias meramente religiosas e vãs.
 grandes auditórios ou estádios podem ter multidões enor-
mes, instalações sofisticadas e eventos emocionantes para um 
mero jogo de futebol. Contudo, essas circunstâncias externas 
têm pouco a ver com o fazer discípulos que diligentemente 
sigam a Jesus Cristo!
 Na história da Igreja, há muitos lugares do nosso mundo 
em que Deus fez obras grandiosas e milagrosas através de 
vasos humanos submissos a Ele. Muitas dessas igrejas, e até 
mesmo vastas regiões geográficas, foram outrora conhecidas 
por sua dinâmica presença cristã. Infelizmente, hoje em dia, 
elas estão espiritualmente entenebrecidas. Os lugares em que 
a Igreja outrora desenvolveu-se e teve uma grande influência 
agora estão vazios e sem a luz do Evangelho.
 Dentre as mais conhecidas da história do Novo Testamento 
encontram-se as Igrejas da Ásia Menor (hoje a nação da Turquia). 
Podemos ler sobre essas igrejas no Livro do Apocalipse. Elas são 
comumente conhecidas como as “Sete Igrejas do Apocalipse”.
 Essas igrejas foram outrora proclamadas como poderosas 
fortalezas da obra redentora de Cristo no coração dos homens. 
Muitos milagres aconteceram lá. (Leia o Livro de Atos.) Hoje, 
no entanto, os turistas pagam para andarem em meio às ruínas 
dos locais em que grandes apóstolos outrora pregaram a Pala-
vra da Vida. Esseslugares agora estão sem vida e destituídos 
do poder do Evangelho.
 O que aconteceu com igrejas e ministérios que outrora fo-
ram grandes? Aquelas ruínas vazias, agora ocupadas somente 
pelos pássaros, permanecem como um alerta e uma lição a to-
dos nós.
 O que podemos aprender é o seguinte: Sempre que nós, os 
líderes de igreja, começamos a depender de nossas próprias ca-
pacidades, ou das tradições, títulos, políticas de igrejas, ou até 
mesmo da instrução e do aprendizado, em vez da dependência do 
Espírito Santo de Deus e das eternas verdades da Sua Palavra, 
a vida e o poder de Deus começam a ir embora de nós, como 
líderes, e dos ministérios ou igrejas que Deus nos confiou.
O que é a Igreja?
 O Espírito Santo inspirou Paulo a abordar a situação da 
Igreja (veja 1 Coríntios 3). A Igreja de Corinto estava sendo 
repreendida por suas brigas carnais, imaturas e egoísticas entre 
eles mesmos. Eles estavam se dividindo em grupos com o pro-
pósito de tentarem reivindicar a sua suposta superioridade de 
uns sobre os outros (1 Co 3:1-4). Isto era, e ainda é hoje, nada 
mais que um orgulho ostentoso, o pecado do Diabo (1 Tm 3:6). 
O comportamento orgulhoso e os esforços de auto-dependên-
cia por parte dos homens ainda atrapalham a frutificação na 
Igreja de hoje.
 Paulo prossegue e afirma claramente que é Deus Quem faz 
com que a Igreja cresça verdadeiramente. “Assim então, nem o 
que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá 
o crescimento.” (1 Co 3:7.)
 Há apenas UM FUNDAMENTO sobre o qual a Igreja pode 
ser edificada: Jesus Cristo, que é a Principal Pedra Angular (1 
Co 3:10,11; veja também Efésios 2:20-22). Ele é a nossa Pedra 
Principal ou Fundamental hoje, tanto quanto o era quando a 
Igreja nasceu há mais de 2.000 anos!
O Coração da Igreja
 Há algo muito singular com relação ao uso de uma pedra 
principal ou fundamental no mundo antigo que nos ajudará a 
compreendermos melhor a razão pela qual Jesus é chamado de 
“a principal pedra angular” (Mt 21:42).
 No antigo Oriente Médio, todas as casas e outras constru-
ções eram construídas da mesma maneira. Uma pedra era cui-
dadosamente posicionada primeiramente, e essa era a principal 
pedra angular. O restante da construção, inclusive o seu tama-
nho, traçado e posição, era medido e alinhado com relação a 
esta única pedra angular específica.
Pregando
a Palavra 
da Vida.
6 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
 Esta é a ilustração usada pelo Espírito Santo, através de 
Paulo, para mostrar a preeminência de Cristo com relação à 
maneira pela qual a Igreja viva deve ser edificada. Ela é feita 
de pedras vivas, que estão crescendo e estão espiritualmente 
vivas, e estão todas sobre a “Principal Pedra Angular” da sal-
vação através de Jesus Cristo (1 Pe 2:4-10). Nada mais se ali-
nha apropriadamente sem esta “Principal Pedra Angular” bem 
no centro da Igreja.
 Na qualidade de líderes de igreja, somos chamados para 
sermos parceiros com Cristo, em obediência aos Seus propó-
sitos e planos, no sentido de ajudarmos na edificação da Igreja 
Viva de Deus. A Igreja do Novo Testamento, a Igreja de Cristo, 
constitui-se das pessoas que chegaram a um conhecimento de 
salvação através da fé em Jesus Cristo. O termo “igreja” no 
Novo Testamento não significa uma estrutura organizacional, 
títulos, construções ou denominações. A “Igreja” são as pes-
soas que são salvas e justificadas pela fé em Cristo, e que são 
discípulos que estão amadurecendo.
Frutificação Verdadeira
 Os outros termos usados no Novo Testamento para se des-
crever a Igreja incluem: “pedras vivas” (1 Pe 2:5); “o Corpo 
de Cristo” (1 Co 12:27); o “campo”, “edifício”, ou “templo” 
de Deus (1 Co 3:9,16,17). Todos estes termos têm o seguinte 
fator em comum: eles se referem às pessoas que são verdadei-
ros crentes em Jesus Cristo.
 É vitalmente importante que compreendamos isto. Como lí-
deres de igreja, somos chamados a mais do que a administração 
da igreja, a supervisão de novas construções, ou a coordenação 
das funções da igreja. Somos chamados para sermos parceiros 
com Deus no discipulado e na edificação de pessoas.
 Somos chamados por Deus para pastorearmos e alimentar-
mos a Igreja Viva do Deus Vivo, os crentes, e para ajudá-los 
a se tornarem discípulos de Jesus Cristo em crescimento. Não 
conseguimos cumprir adequadamente este papel de mordomia 
sem a ajuda e o poder de Deus (veja Salmos 127:1).
 Deus certamente nos responsabilizará pela maneira com 
que edificamos sobre o Único Fundamento de salvação atra-
vés de Cristo (1 Co 3:12-23). Será que estamos simplesmente 
atraindo uma multidão através das nossas próprias idéias, for-
ças e talentos? Isso talvez pareça ser algo bem-sucedido por 
algum tempo, mas não produz os frutos duradouros que Deus 
deseja (Jo 15:5,8,16).
 Ou será que, ao contrário, estamos nos rendendo diariamen-
te ao Espírito de Deus e nos entregando à Sua vontade? Será 
que estamos sendo dirigidos por Ele como verdadeiros filhos de 
Deus (Rm 8:14), dependendo d’Ele para todos os momentos de 
ministério que Ele permite que tenhamos? Se esse for o caso, aí 
então, através do Seu poder e ajuda, podemos ser verdadeira-
mente frutíferos, e os nossos frutos terão uma natureza eterna (Jo 
15:16).
 Entenda, por favor, que frutos e frutificação não são defini-
dos por Deus da mesma maneira que a sabedoria humana talvez 
os defina. Os homens talvez digam que frutificação significa 
termos grandes multidões como seguidores, ou tornarmo-nos 
ricos e influentes. A sabedoria humana talvez os defina como o 
fato de termos fama, poder ou fortuna.
 No entanto, a verdadeira frutificação na perspectiva de 
Deus é definida e medida por um só critério: a vida de pes-
soas que estão sendo transformadas à imagem e ao caráter 
de Cristo à medida que amadurecem como Seus discípulos. A 
compreensão dos seguintes princípios o ajudará a entender a 
verdade desta definição.
Restaurados à Sua Semelhança
 A humanidade foi criada à imagem de Deus (gn 1:26,27). 
Não é necessariamente uma imagem física, e sim uma imagem 
de habilidades e capacidades. “Imagem”, neste contexto bíbli-
co, refere-se às qualidades da razão, do intelecto, das emoções, 
da curiosidade e da capacidade de se fazer escolhas. Fomos 
criados com a capacidade de amarmos, sacrificarmos e apre-
ciarmos o que é bom, verdadeiro e correto.
 Por que Deus nos criou desta maneira? Deus nos criou com 
um só propósito: para Si mesmo, para que tivéssemos um rela-
cionamento com Ele. Este é verdadeiramente o nosso mais su-
blime chamado! Deus não precisava nem desejava mais anjos, 
ou Ele teria criado mais deles. Ao contrário, vemos em toda a 
Bíblia que Deus desejava filhos e filhas que compartilhassem 
de um relacionamento de intimidade e amor com Ele. 
 Contudo, a oportunidade de um relacionamento com Deus 
foi arruinada quando o pecado entrou no mundo através da de-
sobediência voluntária de Adão e Eva. A desobediência deles 
trouxe o pecado a toda a raça humana (Rm 5:12-21). No entan-
to, nessa ocasião, o fantástico plano de Deus para a redenção 
do Seu relacionamento com a humanidade foi colocado em 
ação (gn 3:15: “a sua Semente” refere-se à posterior encarna-
ção e ao nascimento virginal do Filho de Deus, Jesus).
 No tempo designado (gl 4:4,5), Cristo veio à terra e mor-
reu pelos nossos pecados. O Seu ato sacrificial abriu a possi-
bilidade de um relacionamento restaurado com o nosso Cria-
dor, Deus, o qual havia sido destruído pelo pecado. Através 
do recebimento da obra de salvação de Cristo, e através da fé 
n’Ele, os nossos pecados podem ser perdoados, e nós podemos 
conhecer a Deus e ter comunhão com Ele.
A Obra de Transformação
 Mas, além disso, Deus também quer nos libertar das conse-
quências do pecado e dos danos que ele causa em nossa vida. 
Assim sendo, como um resultado direto da nossa salvação em 
Cristo, Deus começa a operar em nossa vida para nos transfor-
mar de volta à “imagem” segundo a qual fomos criados.
 “Pois os que dantes conheceu, Ele também predestinou para 
Disciplinando 
e edificandopessoas.
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 7 
serem conformes à imagem do Seu Filho, para que Ele pudes-
se ser o Primogênito dentre muitos irmãos.” (Rm 8:29.) Esse 
versículo revela que, para os que vêm a Cristo na salvação, a 
vontade preordenada de Deus é que devemos ser transformados, 
a fim de que sejamos “conformados à imagem do Seu Filho”.
 A obra de transformação começa na salvação e continua 
durante toda a nossa vida. Deus é infinitamente sábio. Ele pla-
nejou que o Seu Reino funcionasse de uma certa maneira por 
razões específicas. À medida que formos cada vez mais trans-
formados à “imagem” da nossa criação original (a imagem do 
Seu Filho), duas coisas cruciais acontecerão:
 1) Nós conseguiremos andar num relacionamento com 
Deus de uma maneira desobstruída e cada vez mais profunda. 
Foi o pecado que destruiu e que ainda pode destruir o nosso 
relacionamento com Deus. Assim sendo, à medida que somos 
libertos do pecado e das suas consequências, temos então uma 
capacidade maior de experimentarmos um relacionamento 
mais amoroso e profundo com o nosso Criador. 
 2) Seremos restaurados ao lugar e ao propósito que Deus 
tinha em mente para nós. O homem não foi criado no pecado 
nem para o pecado. Fomos criados em santidade, na inocên-
cia e na pureza. Toda a Criação original de Deus era boa. “Aí 
então Deus viu tudo o que Ele havia feito, e de fato era muito 
bom.” (gn 1:31.)
 Não fomos criados com defeitos, mas o pecado destruiu 
a bondade do nosso padrão original. Portanto, à medida que 
formos libertos do pecado e transformados no sentido de ficar-
mos cada vez mais libertos das suas consequências, o resultado 
será alegria, paz e uma sensação de liberdade cada vez maiores 
em nossa vida. Aí então estaremos muito mais bem preparados 
para cumprirmos a vontade e o propósito de Deus.
 Portanto, podemos dizer confiantemente que a transfor-
mação pessoal é uma das mais altas prioridades de Deus 
para cada indivíduo. A transformação é melhor definida neste 
contexto como “sermos transformados mais à imagem de Jesus 
em nossos pensamentos, desejos, e ações”.
Transformação Através do Poder do Espírito Santo
 Quando somos salvos, a nossa antiga vida tem um fim. Co-
meçamos um processo, que dura a vida toda, de todas as coisas 
se tornarem novas (2 Co 5:17). Somos transformados, pelo po-
der do Espírito e da Palavra de Deus, à “imagem do Seu Filho” 
(Rm 8:29).
 Essa maravilhosa obra de transformação não pode ser ple-
namente realizada pela nossa própria força ou pelos nossos 
esforços (Jr 13:23). Podemos mudar a nós mesmos em coisas 
pequenas, e, geralmente, apenas externamente. Podemos nos 
esforçar muito para tentarmos disciplinar nossa vida e desen-
volvermos bons hábitos.
 No entanto, há algumas obras em nós, muito mais profun-
das, as quais precisamos desesperadamente, como, por exem-
plo: cura de angústias e dores; libertação de rejeições e de 
outras formas de escravidão; libertação dos nossos caminhos 
egoísticos e pecaminosos. Esse tipo de transformação é pos-
sível somente pelo poder do Espírito Santo (Rm 8:1-11; veja 
também Mateus 19:23-26; Efésios 2:1-10; Hebreus 9:13,14). 
 Deus exige que cresçamos e amadureçamos depois de nos 
achegarmos a Cristo como nosso Salvador. Muito embora a 
Sua graça e o Seu perdão sejam reais e sempre presentes (1 
Jo 1:9), isto nunca é uma desculpa para continuarmos com 
um comportamento pecaminoso ou egoístico. Deus perdoa de 
fato um tropeço ou fracasso. Contudo, não podemos continuar 
nesses pecados, mas, ao contrário, devemos seguir adiante em 
nossa caminhada com Deus (Lc 9: 23-26).
 Os que não querem mudar ou que resistem ao processo de 
transformação do Espírito Santo estão na verdade em rebeldia 
contra Deus (Tg 1:21-25). O juízo de Deus sobre a rebeldia é 
severo (Pv 29:1; Hb 3:8-11).
Os Frutos que Deus Busca
 Ser um ministro frutífero do Evangelho significa que a vida 
das pessoas a quem você ministra está sendo transformada cada 
vez mais à semelhança de Jesus. Lembre-se de que ser frutífero 
tem pouco a ver com multidões ou estatísticas. É fácil atrair mui-
tas pessoas à sua igreja. Simplesmente ofereça comida e roupas 
grátis, ou dinheiro, e você consegue uma multidão! Ou forneça 
entretenimento, e diga-lhes coisas que “façam cócegas em seus 
ouvidos” (2 Tm 4:3,4), e faça com que elas se sintam bem.
 Contudo, uma multidão não forma uma congregação. Uma 
grande reunião de pessoas não significa necessariamente que 
você tenha uma saudável igreja neo-testamentária, ou que você 
esteja fazendo discípulos!
 A pergunta que sempre precisamos fazer a nós mesmos 
sobre o nosso ministério é a seguinte: “Será que a vida das 
pessoas a quem eu ministro está sendo transformada no sentido 
de elas se tornarem mais semelhantes a Jesus?” Será que a sua 
meta é mais pessoas em sua igreja, ou será que é fazer verda-
deiros discípulos que estejam amadurecendo e crescendo em 
Cristo? Não importa se há 10 pessoas ou 1.000 pessoas. Você 
está sendo frutífero se o seu rebanho estiver se tornando mais 
semelhante a Jesus!
O Tipo Certo de Fraqueza
 Já estabelecemos que sermos transformados à semelhança de 
Cristo é a vontade de Deus para todos os seguidores de Cristo. 
Sabemos que isso não pode ser plenamente realizado pelos esfor-
ços humanos, mas somente pelo poder e pela presença do Espírito 
Santo. Assim sendo, o que isso nos ensina sobre a maneira pela 
qual devemos conduzir o ministério que Deus nos deu?
 Em palavras simples, precisamos compreender o seguinte: 
É o poder evidente e presente do Espírito Santo, operando 
e movendo-se sem restrições, através de um vaso humano 
O Espírito Santo 
impactará outros 
através de
você.
8 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
submisso a Ele, que causará o maior impacto sobre a vida 
de uma outra pessoa.
 Isso pode parecer uma verdade tão óbvia! Contudo, quantas 
e quantas vezes os nossos esforços bem intencionados tomam 
o lugar da obra do Espírito Santo em nosso meio?
 Se formos honestos como líderes e dermos uma boa olha-
da em nós mesmos, precisaremos admitir que geralmente nós 
somos o problema. Não é preciso muito tempo no ministério 
para reconhecermos que somos insuficientes para a tarefa. As-
sim sendo, ficamos ocupados com programas, cursos, e outras 
maneiras de sermos eficientes ou bem-sucedidos. Mas a reali-
dade é que não temos em nós mesmos o que é necessário para 
realizarmos tudo o que Deus quer que realizemos! Será que 
você poderia admitir isso sobre você mesmo?
 Como líderes, queremos fazer o nosso melhor o tempo 
todo. Contudo, nossos melhores esforços humanos não são su-
ficientes para realizarmos plenamente a vontade e o propósito 
de Deus.
 Talvez isso pareça ser más notícias. No entanto, na reali-
dade, se estivermos dispostos a aceitarmos e abraçarmos isto, 
a nossa insuficiência será o ponto inicial de boas novas! Olhe 
o que um dos maiores apóstolos escreveu sobre este aparente 
paradoxo:
 “Com relação a isto [o ‘espinho na carne’ de Paulo – vs. 7], 
eu supliquei ao Senhor três vezes, para que ele se afastasse de 
mim. E Ele me disse: ‘A Minha graça é suficiente para você, 
pois a Minha força é aperfeiçoada na fraqueza.’ Portanto, 
de muito bom grado eu me gabarei em minhas enfermidades, 
para que o poder de Cristo possa permanecer sobre mim. Por-
tanto, eu me alegro nas fraquezas, nas injúrias, nas necessida-
des, nas perseguições, nas angústias, por amor a Cristo. Pois 
quando estou fraco, então sou forte.” (2 Co 12:8-10.)
 Paulo não aceitou uma atitude de derrota, nem achou que 
estivesse sendo punido por Deus. Em vez disso, ele se regozi-
jou em sua revelação e experiência pessoal da graça vencedora 
de Deus!
 É pela graça de Deus que temos a vida e a vitória de um 
vencedor (Rm 8:37). No entanto, foi a entrega absoluta e o 
franco reconhecimento de Paulo da sua necessidade que tanto 
abriu o caminho como tam-
bém liberou o poder do Es-
pírito Santo em (e através 
da) sua vida.
 Paulo não tentava es-
conder ou encobrir as suas 
fraquezas. Ao contrário, 
ele “se gabavanas fraque-
zas” (2 Co 12:9) e “sentia 
prazer” (2 Co 12:10) em 
suas dificuldades, pois era 
nessas situações que Paulo 
era totalmente dependente 
do poder e da suficiência 
de Deus – e ele conseguia 
experimentar o poder que o 
sustentava e o capacitava! 
(Veja também 2 Coríntios 
3:1-6.)
 De Pastor Para Pastor: A natureza do “espinho na car-
ne” de Paulo é desconhecida por nós. Contudo, sabemos 
com certeza que não era algum pecado ou fracasso moral 
por parte de Paulo. Deus nunca faz vista grossa ao nosso 
pecado, mas, em vez disso, Ele nos convence do peca-
do e nos disciplina, a fim de nos levar a um verdadeiro 
arrependimento (Pv 3:11,12; 2 Co 7:9,10; 1 Jo 1:9). Não 
há nada oculto diante de Deus. Muito embora a Sua mi-
sericórdia possa permitir a alguém um certo tempo para 
que se arrependa, Ele não é enganado quando tentamos 
esconder o pecado. O nosso pecado, mais cedo ou mais 
tarde, será revelado (Nm 32:23; Gl 6:7; 1 Tm 5:24). ■
Deus Usa os Humildes
 Para os propósitos deste ensinamento, vamos definir “fra-
queza” da seguinte forma:
● reconhecermos a nossa incapacidade de realizar a von-
tade de Deus por nós mesmos;
● entregarmos nosso coração e dependermos totalmente 
do poder do Espírito Santo;
● permitirmos que o Espírito Santo opere através de nós 
para realizarmos as coisas de valor eterno no ministério 
– vidas transformadas – através do Seu poder, e não do 
nosso poder.
 Os líderes de igreja freqüentemente sentem muita pressão no 
sentido de serem um “sucesso” no ministério. Infelizmente, os nos-
sos conceitos de sucesso geralmente são definidos pelos padrões 
do mundo, ou até mesmo pelo nosso próprio orgulho. Queremos 
ser importantes aos olhos dos outros. Queremos ser “grandes” no 
Reino de Deus, a fim de que Deus nos use grandiosamente!
 No entanto, a realidade é, e sempre foi, que não há nenhum 
grande homem de Deus – somente homens humildes grande-
mente usados por Deus! (Veja Mateus 20:20-28.)
 Uma vez mais, o ingrediente principal para um ministério 
verdadeiramente frutífero é a presença e a obra do Espírito 
Santo! Deus não Se opõe às pessoas que têm instrução, dons 
organizacionais, ou muitos talentos. Contudo, nenhuma dessas 
coisas é adequada para substituir o poder da unção do Espírito 
Santo no ministério.
 Deus pode usar as nossas habilidades e dons 
para enriquecer a nossa eficácia, mas Ele deixou 
bem claro em Sua Palavra que “sem Ele nada 
podemos fazer” (Jo 15:5). “Não por força, nem 
por poder, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor 
dos Exércitos.” (Zc 4:6.)
 Deus sabe do que precisamos e já fez uma 
provisão perfeita para nós. Ele disponibilizou a 
Unção do Espírito Santo, para que fôssemos 
frutíferos à medida que cumprimos o Seu cha-
mado ao ministério. 
 Portanto, vamos agora estudar juntos, para 
obtermos um entendimento sólido e bíblico da 
Unção do Espírito Santo.
 Este estudo tentará: 1) definir a unção, o que 
ela é, e o que ela não é; 2) explicar como a unção 
funciona na vida e através da vida do ministro; 
e 3) revelar como podemos tanto receber como 
crescer nesta unção. &
O plano de Deus 
para sua vida.
UNÇÃO
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 9 
A. A UNÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO
 A fim de entendermos plenamente o Antigo Testamento, 
precisamos usar também o Novo Testamento. As Escrituras do 
Novo Testamento são como uma “lente” que frequentemen-
te ajuda a dar foco e clareza às Escrituras da Antiga Aliança 
(“Testamento”).
 O Novo Testamento explica que o Antigo Testamento (a 
Antiga Aliança ou Antigo Acordo) da Lei é a Palavra de Deus 
(Mt 5:17,18; 2 Pe 1:20,21). Contudo, vivemos agora sob a 
Nova Aliança (“testamento” ou “acordo”) da graça e da sal-
vação através da fé em Jesus Cristo como Salvador. Não vi-
vemos mais sob a Antiga Aliança da Lei e não conseguimos 
alcançar a salvação através das nossas próprias obras (gl 
3:21-25).
 A Nova Aliança substituiu a Antiga Aliança (veja Hebreus 
Capítulos 7 e 8). Esta Nova Aliança cumpre a Antiga Aliança 
(Mt 5:17,18; Lc 24:25-27) e estabelece “um novo e vivo cami-
nho” (Hb 10:20) como base para o relacionamento do homem 
com Deus.
 Contudo, as Escrituras do Antigo Testamento ainda fazem 
parte da eterna Palavra de Deus (Is 40:8). À medida que estu-
damos a Antiga Aliança, ainda podemos aprender muitos prin-
cípios importantes que podem ser aplicados à nossa vida sob a 
Nova Aliança.
 Ao escrever aos coríntios (1 Co 10:1-13), Paulo explica 
que a história, os eventos e as lições registrados no Antigo Tes-
tamento deveriam ser estudados, compreendidos e aplicados à 
nossa vida como crentes neo-testamentários. “Ora, estas coi-
sas tornaram-se nossos exemplos...” (1 Co 10:6.)
 Assim sendo, podemos ter valiosas revelações sobre a un-
ção do Espírito Santo que agora encontra-se disponível aos 
crentes neo-testamentários, estudando as figuras ou “tipos” de 
unção prefigurados no Antigo Testamento.
1. Origem da Palavra “Ungir”
 A palavra hebraica referente a “ungir” no Antigo Testa-
mento é masah, e é usada 69 vezes. Esta palavra significa apli-
car óleo, derramando-o, espalhando-o ou esfregando-o sobre o 
objeto ou indivíduo que está sendo ungido. 
 A prática da unção era comum entre muitas culturas e po-
vos do antigo Oriente Médio. Esta prática tinha um uso tanto 
comum quanto sagrado. Por exemplo, a unção de convidados 
como um ato de hospitalidade era feita até mesmo nos dias de 
Jesus (Sl 23:5; Lc 7:46; Jo 12:3).
 Contudo, a prática da unção tinha um uso muito mais pro-
fundo no Antigo Testamento para o povo de Israel. Encontra-
mos a unção pela primeira vez quando Jacó transformou num 
memorial o seu primeiro encontro com Deus. Jacó ungiu a 
pedra sobre a qual ele havia colocado a sua cabeça enquanto 
sonhava (gn 28:10-18).
 Mais tarde, o óleo era usado para se ungir o altar e outros 
objetos usados na adoração a Deus no Tabernáculo (Êx 30:26-
29; Lv 8:10,11). Os sacerdotes também eram ungidos com óleo 
(Êx 28:41; 30:30; Lv 8:12). (Também havia uma unção com 
sangue de carneiro para os sacerdotes, a qual examinaremos 
mais tarde neste artigo, ao estudarmos as prefigurações do An-
tigo Testamento referentes à unção.)
 A prática da unção também estendia-se aos reis (1 Sm 9:16; 
15:1; 16:3,12) e ocasionalmente aos profetas (1 Rs 19:16).
 A unção era usada para três importantes propósitos no 
Antigo Testamento. Em primeiro lugar, ela era usada para se 
consagrar: separar para um uso santo, como em certos obje-
tos físicos. Isso incluía a autorização do objeto para o serviço 
a Deus (por exemplo, os implementos usados no Tabernáculo 
para a adoração – Êx 30: 26-29).
 Em segundo lugar, o ato de se ungir, muito embora sendo 
feito por um agente humano, era considerado como que sendo 
feito por Deus. Um claro exemplo disto é quando Samuel un-
giu tanto a Saul como a Davi para servirem como reis sobre 
Israel (1 Sm 10:1; 16:12,13; 2 Sm 12:7). Essa unção represen-
tava a escolha e o chamado de Deus de um indivíduo para que 
ele fosse o Seu servo designado.
 Em terceiro lugar, a unção era, em alguns casos, acompa-
nhada por uma capacitação divina. Isso era de Deus e estava 
diretamente associado com a realização da tarefa que Deus 
havia designado à pessoa que estava sendo ungida. (Veja 1 Sa-
muel 16:1-13; 2 Reis 2:9-15.)
2. Origem da Palavra “Messias”
 Esta palavra é proveniente da raiz “masah”, da palavra 
hebraica “masiah”, que foi traduzida como “messias”, e sig-
nifica “o ungido”. Ela é usada 39 vezes no Antigo Testamento 
A Unção do
Espírito 
Santo
PARTE I
Base Histórica e BíBlica da Unção
10 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
para se identificar uma grande gama de indivíduos. O uso mais 
óbvio é referente ao Messias – Jesus, o Filho de Deus (Is 9:7; 
11:1-5; Isaías Capítulo 53). No entanto, essa palavra também é 
usada para se designar os reis de Israel em 1 e 2 Samuel e nos 
Salmos. É usada principalmente para se indicar a linhagem real 
de Davi (Sl 2:2; 18:50; 84:9; etc.).
B. A UNÇÃO NO NOVO TESTAMENTO
 Três palavras diferentes são usadas no Novo Testamento 
comrelação a “ungir”. Cada uma destas palavras revela um 
aspecto diferente da unção:
 1. Aleipho (usada 8 vezes): esfregamento verdadeiro e físi-
co de um óleo ou unguento. (Veja Marcos 6:13; Lucas 7:38,46; 
Tiago 5:14.) Em Tiago 5:14, a unção não tinha um propósito 
medicinal. Ao contrário, ela era um símbolo tanto da presença 
do Espírito Santo como da consagração do enfermo para se 
pedir com fé a cura de Deus.
 Devemos notar que não é errado recebermos ajuda médica. 
Deus criou os elementos dos quais os remédios são feitos, e 
deu sabedoria aos médicos para que os usem apropriadamente. 
No entanto, os cristãos devem viver pela fé em todas as deci-
sões da vida. Não devemos considerar a oração como sendo a 
última opção, quando nada mais funciona. Quando houver en-
fermidades ou ferimentos, procure primeiramente a Deus para 
a cura. Se Deus curar milagrosamente, aí então louvado seja 
o Seu Nome! Se Deus escolher usar a medicina e os médicos 
para curar, aí então louvado seja o Seu Nome! Se não houver 
nenhuma cura, ainda assim louvado seja o Seu Nome – pois, 
a nossa cura final e o nosso lar final estão em Sua presença, 
quando O veremos face a face (1 Ts 4:16-18). O nosso Deus é 
sempre fiel e digno de confiança!
 2. Chrio (usada 5 vezes): indica uma designação ou comis-
são especial de Deus que separa a(s) pessoa(s) para se cumprir 
uma dada tarefa. (Veja Lucas 4:18; Atos 10:38; 2 Coríntios 
1:21; Hebreus 1:9.)
 3. Chrisma (usada 3 vezes): uma capacitação pelo Espírito 
Santo para sabermos o que é verdadeiro e certo; o poder do 
Espírito Santo operando em conjunto com a Palavra de Deus 
no coração do crente.
 Tanto 1 João 2:20 como 2:27 se referem ao ministério do 
Espírito Santo revelando a verdade ao coração do seguidor de 
Cristo. (Veja também João 14:16,17,26; 1 Coríntios 2:10-16; 
Efésios 1:17,18.)
 O Apóstolo João estava escrevendo esta Carta (1 João) 
para se opor à heresia de um grupo de pessoas que afirmava 
ter um conhecimento especial de Deus. Esses falsos mestres 
negavam que o Filho de Deus havia vindo na carne [Encarna-
ção] (1 Jo 2:18-23). Eles afirmavam que somente eles tinham 
um conhecimento verdadeiro de Deus e que todos deveriam 
segui-los.
 Contudo, João tranquilizou e garantiu aos cristãos que 
aqueles indivíduos estavam agindo sob a influência demoníaca 
do espírito do Anticristo (v. 18). João se opôs a esses falsos 
ensinos, relembrando aos crentes que eles já têm o Espírito 
Santo e sabem o que é verdadeiro (v. 20). Ele também salientou 
que é o Espírito Santo que “os ensina com relação a todas as 
coisas” (v. 27).
 João não está diminuindo nem desqualificando o ministé-
rio de ensino. (Veja Romanos 12:7 e Efésios 4:11.) Em vez 
disso, João está enfatizando o ministério do Espírito Santo, 
que nos dirige no entendimento da Verdade na Palavra de 
Deus (Jo 16:13).
O Ungido
 Já aprendemos que “messias” significa “o ungido”. Os 
Evangelhos do Novo Testamento não deixam nenhuma dú-
vida de que Jesus de Nazaré era (e é) O Messias, O Ungido! 
Jesus foi (e é) ungido para uma missão ou propósito específi-
co.
 Na linguagem grega original do Novo Testamento, Jesus é 
chamado de “o Cristo” ou “Jesus Cristo”. “Jesus” é um nome, 
mas o termo “Cristo” é um título que significa “o Ungido”. 
Todo o Novo Testamento claramente revela Jesus como sendo 
o Ungido (Jo 1:41; 4:25,26).
 Os judeus estavam buscando um messias (hebraico refe-
rente a “o ungido”), um rei da linhagem real de Davi, que 
restaurasse a nação de Israel à sua antiga glória, como nos 
dias de Salomão. Devido a isso, muitos judeus rejeitaram a 
Jesus. Ele não Se encaixava em suas errôneas e incorretas 
idéias preconcebidas sobre o Messias prometido (Mt 11:1-19; 
Jo 6:26-29).
 Os judeus não compreenderam que Deus tinha um plano 
muito maior, que ia além deles (Is 42:5-9; 49:5,6; At 4:8-12; 
13:44-49). Deus deu a eles (e a nós) algo muito maior do que 
um rei terreno e temporário. Ele deu ao mundo o Rei dos reis, 
um verdadeiro Salvador para todos, por toda a eternidade – Je-
sus, o Messias! Toda a glória ao Seu nome!
Sumário
 A unção no Antigo Testamento era um ritual muito signi-
ficativo. A unção de objetos, sacerdotes, profetas e reis físicos 
os consagrava aos propósitos de Deus. No entanto, precisamos 
notar que essa unção era apenas um tipo ou prefiguração do 
que Deus cumpriria sob a Nova Aliança.
 Sob a Nova Aliança, deveria haver um novo e vivo cami-
nho para um relacionamento entre Deus e o homem. Isso foi 
primeiramente sinalizado pelo envio de Jesus (Jo 7:28,29), o 
Filho de Deus, o Ungido, para realizar o propósito e a missão 
de Deus (Jo 3:14-17). Jesus cumpriu isso, morrendo na Cruz 
pelos nossos pecados, abrindo assim a porta de salvação a to-
dos os que creriam n’Ele (Rm 10:9-13; Ef 2:1-10; Hb 7:11-25; 
9:11-15).
 Parte do plano de salvação de Deus-Pai para a humanidade 
era a provisão de uma ajuda divina aos que cressem em Seu 
Filho. Os crentes poderiam ter toda a ajuda e o poder que ne-
cessitassem para cumprirem a vontade de Deus para eles.
 Assim sendo, quando Jesus havia terminado a Sua obra de-
signada por Deus na terra (Jo 17:4; 19:30), Ele prometeu nos 
enviar o “Ajudador” (Jo 7:37-39; 15:26; 16:5-15). Este “Aju-
dador” (Consolador) é o Espírito Santo – Deus-Espírito.
 O que havia sido prefigurado por tipologia no Antigo Testa-
mento com o derramamento ou espalhamento de óleo (unção) 
deveria tornar-se agora uma realidade plena para os crentes em 
Jesus Cristo no Novo Testamento (Aliança). Isso foi iniciado 
quando o Deus-Espírito foi derramado no Dia de Pentecostes 
(Jl 2:28-32; Lc 24:49; At 2:1-39). &
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 11 
A. A NATUREZA DA UNÇÃO
 Há muita confusão com relação ao assunto da unção devido 
a uma falta de ensinamentos e estudos sãos e bíblicos sobre o 
assunto. Nesta seção, definiremos a unção da maneira como ela 
nos é revelada nas Escrituras.
 Mais tarde nesta seção, definiremos o que a unção é de fato. 
Por enquanto, contudo, vamos esclarecer o que a unção NÃO 
é:
1. O que a Unção NÃO é
 a. A unção NÃO é uma força impessoal ou um poder 
místico. A unção não é como a eletricidade (uma força não-
viva), nem é algum tipo de poder mágico. Simão, o mágico 
(At 8:9-25), tinha um tipo de poder (demoníaco), mas ele logo 
percebeu que o que ele tinha não era nada em comparação com 
o poder que residia dentro dos apóstolos. A unção de Deus é 
sobrenatural e espiritual.
 b. A unção, da maneira retratada nas Escrituras, 
NÃO é um simples emocionalismo, a demonstração de 
uma personalidade forte, ou um estilo específico de prega-
ção. Deus frequentemente toca de fato nossas emoções quan-
do estamos nos movendo no poder da Sua unção. Contudo, 
a mera demonstração de fortes emoções não significa que a 
unção de Deus esteja presente. As pessoas podem demons-
trar fortes emoções quando estão se divertindo ou praticando 
esportes. Mas, obviamente, isso não significa que a unção de 
Deus esteja presente!
 Quando um pregador fala em voz alta, ou fica entusiasma-
do e pula para lá e para cá, algumas pessoas acham que ele está 
ungido. No entanto, a verdadeira unção de Deus pode ser ou 
não manifestada com ações físicas e externas.
 Da mesma forma, a presença da unção de Deus não pode 
ser “ganha pelo nosso merecimento” ou obtida pela nossa ins-
trução, conhecimento ou organização. Tampouco são os nossos 
grandes talentos ou capacidades naturais um sinal da unção de 
Deus. Muito embora nossos talentos humanos e naturais sejam 
dons de Deus, até mesmo uma pessoa não-salva pode ter e usar 
os seus talentos. O fato de termos talentos e capacidades não 
deve ser confundido com a unção.
 É verdade que Deus pode injetar o Seu poder em nossas 
capacidades, através da Sua unção, para liberá-las além do que 
poderíamos realizar com as nossas próprias forças, assim como 
Ele o fez com Salomão (1 Rs 4:29-34). No entanto, nossos ta-
lentos e capacidades nunca devem substituir nossa dependên-
cia em Deus para a Sua capacitação divina.
 A unção proveniente de Deus é divinae sobrenatural, e en-
volve o Seu poder e a Sua capacidade!
 c. A unção não é salvação. Todo aquele que se arrepen-
deu de seus pecados e se voltou a Cristo para a salvação tem 
o Espírito Santo! No entanto, isso não é a mesma coisa que a 
unção do Espírito Santo.
 Vamos analisar as obras do Espírito Santo na salvação:
● Uma pessoa somente pode nascer de novo pela obra e po-
der do Espírito Santo (Jo 3:3-8; Rm 8:9,16).
● Uma pessoa é unida sobrenaturalmente ao Corpo universal 
de Cristo na salvação, o qual é constituído por todos os que 
têm fé n’Ele para a salvação (1 Co 12:13).
● Uma pessoa é “selada” pelo Espírito Santo na salvação (2 
A Unção do
Espírito 
Santo
PARTE II
a natUreza, o ProPósito 
e a FUnção da Unção
12 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
Co 1:22; 5:5; Ef 1:13,14). A palavra grega referente a “se-
lar” é “arrabon”, e significa “garantia” ou “entrada de um 
pagamento”. No entanto, além destas definições simples, 
encontra-se um significado mais profundo. Primeiramente, 
ser “selado” significa ser marcado como que pertencendo a 
Deus. É um símbolo vivo de que Deus aceitou o pagamen-
to feito por nós. Este pagamento é o sacrifício de sangue 
do Filho de Deus pelos nossos pecados (Ef 1:7). Em se-
gundo lugar, quando nos achegamos a Cristo em fé para a 
salvação (Rm 10:9,10), o Espírito Santo nos é dado como 
um “depósito” ou “primeira prestação” do investimento de 
Deus em nós. Este investimento é a garantia (ou promessa) 
de Deus de que podemos progredir diariamente na vida, 
alegria, bênção e poder do Espírito Santo até o dia em que 
Deus nos receber plenamente para Si no Céu! (Fp 1:6; 2 Pe 
1:5-11).
 A obra e o ministério do Espírito Santo começam em nós 
e através de nós na salvação. O que recebemos quando somos 
salvos é apenas o primeiro passo do nosso processo de amadu-
recimento. A vontade de Deus para todos os crentes é que eles 
se tornem discípulos maduros como Seus filhos e filhas. Isso 
requer um compromisso constante da nossa parte com relação 
a um crescimento e transformação pessoal. Precisamos nos en-
tregar diariamente à obra do Espírito Santo em nossa vida à 
medida que Ele nos convence de pecados, nos disciplina, nos 
encoraja e nos capacita!
De Pastor Para Pastor: Como pastor e líder da igreja, 
você é chamado por Deus para ser um exemplo, para 
o resto do rebanho, de um compromisso de estar sem-
pre crescendo nas coisas de Deus. É tentadora a idéia de 
que, como líderes, não precisamos mais fazer do nosso 
crescimento pessoal em Cristo uma prioridade. Contudo, 
o exato oposto disto é a verdade! (Veja 1 Pedro 5:2,3.)
Pelo fato de que somos líderes, devemos muito 
mais ser exemplos das palavras de Jesus: “Se alguém 
desejar vir após Mim, que se negue a si mesmo, e tome 
a sua cruz diariamente, e siga-Me” (Lc 9:23). Todos os 
crentes receberam o Espírito Santo na salvação. Assim 
sendo, vamos nos submeter à Sua obra e influência em 
nossa vida todos os dias! ■
O Espírito Santo ministra em 
nós e através de nós.
 d. A unção NÃO é a mesma coisa que o Batismo do 
Espírito Santo. Este batismo é uma experiência distinta, dis-
ponível a todos os crentes em Cristo (Mt 3:11). O batismo do 
Espírito Santo também não é a mesma coisa que o Espírito 
Santo vindo para habitar dentro do crente na salvação.
 O dom do Espírito Santo foi profetizado pelo profeta Joel 
mais de 800 anos antes que este dom fosse derramado no Dia 
de Pentecostes. (Veja Joel 2:28-32 e Atos 2:1-39.)
 O Batismo do Espírito Santo tem o propósito de equipar a 
todos os seguidores de Cristo a serem mais úteis e cheios de 
poder para a obra do Mestre! Isso levará o crente em Cristo a:
 ● uma paixão mais profunda pelas almas;
 ● um poder maior na oração e um maior desejo por ela;
 ● um amor mais profundo por Cristo e pelo Seu Corpo;
 ● uma capacitação para a batalha espiritual;
 ● uma revelação maior na Palavra de Deus.
 Todos os crentes em Cristo recebem o dom do Espírito 
Santo habitando neles na salvação (Jo 3:5,6; Rm 8:15,16). O 
Batismo do Espírito Santo é para um enchimento e transbor-
damento do Espírito de Deus. Esse batismo não o torna mais 
salvo ou mais amado por Deus. No entanto, ele o equipará me-
lhor a viver uma vida mais eficaz e vencedora em Cristo!
 Se você recebeu o Batismo do Espírito Santo, lembre-se 
de que esta não é uma experiência única em nossa vida, que 
simplesmente alcançamos. Ao contrário, é um estilo de vida a 
ser mantido. Devemos ser continuamente cheios! [Veja a Parte 
III, Seção C, Sejam Cheios!, para mais detalhes sobre esse as-
sunto.]
De Pastor Para Pastor: Ao estudarmos o Espírito 
Santo, também precisamos falar um pouco sobre a pre-
sença de outros espíritos em nosso mundo. Há três ca-
tegorias de espíritos agindo na terra nos dias atuais:
1) Espíritos demoníacos
Espíritos demoníacos estão presentes na terra hoje 
em dia. A tarefa que eles mesmo se impuseram é des-
viar toda a humanidade (Ap 12:7-9) e cegá-la à verdade 
de quem Jesus é (2 Co 4:4; 1 Jo 2:22; 4:1-3). O mundo 
demoníaco age basicamente através das falsas religi-
ões. Elas usam o engano como seu instrumento mais 
poderoso, trabalhando com o Diabo, que é “mentiroso 
e pai da mentira” (Jo 8:44).
Os espíritos demoníacos têm uma forte influência 
nos não-crentes (2 Co 4:3,4). Contudo, eles também 
tentam atingir os verdadeiros crentes em Cristo, aque-
les através dos quais a gloriosa luz do Evangelho é 
pregada (Ef 6:10-12; 2 Co 10:3-5; 11:3). O mundo 
demoníaco, exatamente como o pecado, não tem ne-
nhum poder sobre os cristãos – a menos que o cristão 
escolha, voluntariamente, cooperar com os seus ardis 
ou tentações.
Satanás usa vasos humanos (até mesmo alguns 
que afimam que são cristãos) para tentar desviar as 
pessoas (Mt 24:24; 2 Co 11:13-15; 2 Pedro Capítulo 2). 
Os demônios até mesmo falam verdades parciais de 
vez em quando (Mt 4:1-11; Mc 5:1-8; At 16:16-19), mas 
nunca fazem isso para glorificar a Deus ou promover 
Sua vontade.
Os espíritos demoníacos sabem que Deus é real e 
verdadeiro: “Vocês creem que há um só Deus. É bom 
que vocês façam isto. Até mesmo os demônios creem 
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 13 
– e tremem” (Tg 2:19). Contudo, os demônios não se 
arrependem. Eles estão trabalhando arduamente para 
enganar a humanidade, pois sabem que o juízo logo 
virá sobre eles (Ap 12:12).
2) Espíritos humanos
Todo e qualquer ser humano que é concebido tem 
um espírito. O homem é constituído por três partes: um 
corpo, uma alma e um espírito (1 Ts 5:23; Hb 4:12). O 
nosso espírito, no entanto, está morto dentro de nós 
até que sejamos vivificados espiritualmente através da 
fé em Cristo (Ef 2:1-8).
A Bíblia ensina que uma vez que um ser huma-
no tenha morrido fisicamente, o seu espírito deixa o 
seu corpo. Os que estão em Cristo partem para estar 
na presença do Senhor (2 Co 5:6,8). Os que morrem 
sem Cristo são mantidos para o dia do juízo (Hb 9:27; 
Ap 20:11-15). Os espíritos dos seres humanos mortos 
não têm permissão de vagarem sobre a terra! Tam-
pouco eles se reencarnam em outros seres humanos 
ou em outras formas de vida. Todas as pessoas têm 
somente UMA vida, e, depois disto, vem o juízo (Hb 
9:27).
Há muitas religiões que adoram muitos tipos de es-
píritos. Algumas pessoas até mesmo creem que podem 
comunicar-se com o espírito de um ancestral ou de 
algum outro indivíduo morto. Contudo, essas pessoas 
não estão se comunicando com seres humanos mortos. 
Elas estão na verdade se comunicando com espíritos 
demoníacos que estão se disfarçando de espíritos de 
seres humanos mortos.
Não seja enganado por essas falsificações! A Bí-
blia ensina que Satanás e seus demônios podem até 
mesmo assemelhar-se a um “anjo de luz” e tentar imi-
tar algo bom (2 Co 11:14). Se eles conseguem fazer 
isso, não é difícil para eles imitar a voz ou conhecer a 
história de uma pessoa que esteja morta. Nunca tente 
comunicar-se com os mortos, nem fazer parte de qual-
quer ritual ou cerimônia que esteja tentando adorar ou 
orar a ancestrais ou outros seres humanos mortos. Se 
vocêfizer isso, estará convidando interações demoní-
acas!
3) O Espírito Santo
O Espírito Santo é o Espírito de Deus, e é o úni-
co Espírito que é digno de ser chamado de santo (Rm 
1:4). O Espírito Santo é totalmente Deus, assim 
como o Pai é Deus e Jesus é Deus (Mt 28:19; 2 Co 
13:13 ou 14).
Atributos divinos são atribuídos ao Espírito Santo 
nas Escrituras:
● Ele é chamado de Deus (Jo 4:24; At 5:3,4; 1 Co 
3:16; 2 Co 3:17).
● Ele é eterno (Hb 9:14).
● Ele é onisciente [conhece todas as coisas] (Jo 
14:26; 1 Co 2:10).
● Ele é onipresente [presente em todo lugar] (Sl 
139:7).
● Ele é onipotente [todo-poderoso] (Lc 1:35; na Cria-
ção, Gn 1:2).
● Ele tem presciência (At 1:16; 11:27,28).
● Ele tem amor (Rm 15:30).
● Ele inspirou as Escrituras (2 Pe 1:21; 2 Tm 3:16).
● Ele é o Agente no direcionamento divino (Mc 13:11; 
Rm 8:14).
● Ele é uma “Pessoa”, assim como Jesus e o Pai são 
“Pessoas” (Jo 14:16,17,26); Ele pode ser entristeci-
do (Ef 4:30).
Um estudo completo da Pessoa do Espírito Santo 
é muito mais extenso do que este artigo permite. Con-
tudo, tanto o Antigo como o Novo Testamento revelam 
que: o Espírito Santo é real e é Deus; Ele é co-existen-
te, co-igual e co-eterno com o Pai e o Filho; e Ele é a 
Terceira Pessoa da Trindade. ■
 e. A unção NÃO é a mesma coisa que a santificação. 
Vamos definir e estudar brevemente a santificação para ob-
termos um melhor entendimento deste importante processo 
bíblico.
A Santificação Definida
 A santificação tem dois significados importantes. O pri-
meiro deles é a consagração – uma separação de alguém ou 
algo para um uso específico e santo. 
 Aprendemos com o Antigo Testamento que isso tinha 
a ver com objetos físicos, tais como: casas (Lv 27:14); 
campos (Lv 27:16); utensílios usados no Templo (2 Cr 
29:18,19). Todas essas coisas eram santificadas e separadas 
para um uso santo.
 As pessoas também eram separadas para um propósito 
especial: os primogênitos de Israel (Êx 13:2); os sacer-
dotes (2 Cr 29:4,5,15); o profeta Jeremias (Jr 1:5); o pró-
prio Jesus, como o imaculado Filho de Deus (Jo 10:36; 
17:19).
 O segundo significado da santificação é a purificação 
– uma lavagem ou purificação da corrupção moral. Por 
exemplo: Paulo ao abordar a situação de toda a vida do 
crente (1 Ts 5:23); a consciência do crente (Hb 9:13,14), 
etc.
Santificação:
ser separado para uso sagrado.
14 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
De Pastor Para Pastor: Essas duas definições de 
santificação ajudam a ressaltar a diferença entre o con-
ceito de santificação do Antigo Testamento e do Novo 
Testamento.
No Antigo Testamento, o que era comum era conside-
rado santo e santificado quando era separado especifica-
mente para o uso ou serviço de Deus.
No Novo Testamento, o que era comum era cheio com 
o Espírito de Deus e transformado para se tornar um vaso 
adequado para uso do Mestre (2 Tm 2:19-21).
Como líderes no Corpo de Cristo, fomos chamados 
com um chamado santo (2 Tm 1:9). Este chamado nos 
separa para o serviço de Cristo. Contudo, Deus ainda não 
terminou neste ponto. Ele começa uma obra de “santifi-
cação” dentro de nós, transformando-nos continuamente 
pelo Seu Espírito e pela Sua Palavra. À medida que coo-
peramos com esta obra e obedecemos a Palavra, Ele nos 
transforma no tipo de pessoa cujos pensamentos, pala-
vras, e ações na vida diária refletem Aquele que é Senhor 
dentro de nós. ■
2. Três Aspectos da Santificação
 a. Santificação Posicional – Uma Obra Realizada. En-
quanto Se encontrava nesta terra, Jesus era moralmente perfei-
to e sem nenhum pecado. Ele foi enviado aqui pelo Pai para 
realizar o propósito de vir ao nosso mundo caído e oferecer-
Se como um sacrifício de penalidade pelos nossos pecados. 
É através d’Ele, e somente através d’Ele, que podemos ter o 
perdão, a salvação e a redenção de Deus.
 Quando alguém vem à fé em Cristo e se entrega ao senho-
rio de Cristo, esta pessoa é soberanamente unida ao Corpo 
de Cristo, a Igreja (1 Co 12:13). A palavra grega referente a 
“igreja” é “ekklesia”, e significa “os chamados para fora”. Essa 
definição nos ajuda a vermos como todos os crentes em Cristo 
têm o propósito de ser chamados para fora ou de ser separados 
para serem usados por Deus.
 Este tipo de santificação – de sermos separados para um uso 
santo – é conhecido como santificação posicional. (Veja 1 Co-
ríntios 1:30; 6:11; 2 Tessalonicenses 2:13.) A santificação posi-
cional é uma obra concluída de Deus, a qual é dada a todos os 
indivíduos na salvação (At 26:18; Rm 15:16; 1 Co 6:11).
 Cristo derramou o Seu próprio sangue e deu a Sua vida pe-
los nossos pecados. Uma das obras realizadas através desse fato 
foi a santificação dos que creem n’Ele. “Através desta vontade 
fomos santificados, através da oferta do corpo do Senhor Jesus 
Cristo de uma vez por todas” (Hb 10:10); “Mas sois d’Ele, em 
Cristo Jesus, que Se tornou para nós a sabedoria de Deus – e 
justiça, e santificação, e redenção” (1 Co 1:30).
 O fato de serem “santificados” é a razão pela qual os crentes da 
Igreja Primitiva eram chamados de “santos” (1 Co 1:2; Ef 1:1).
 A santificação é dada gratuitamente a nós devido à obra 
consumada de Cristo na Cruz. Nunca poderíamos fazer boas 
obras o suficiente ou esforços religiosos para merecê-la. Nunca 
poderíamos ser “bons o suficiente” para merecermos a aceita-
ção ou salvação de Deus pelos nossos próprios méritos.
 Quando o nosso imaculado e moralmente perfeito Pai Ce-
lestial olha para nós, Ele está ciente de todas as imperfeições 
e falhas. Contudo, Ele nos vê através do sangue de Jesus, Seu 
Filho, que nos cobre (nos santifica). Essa “cobertura” pelos 
nossos pecados é a única maneira pela qual podemos ser per-
feitamente aceitáveis a um Deus santo e justo (Ef 1:6,7). Estas 
são realmente Boas Novas!
 Através do sangue eterno do Cordeiro Imaculado, os crentes 
foram santificados (Hb 10:11-14; 13:12). A oferta de Cristo do 
Seu sangue derramado é uma obra de santificação feita de uma 
vez por todas (Hb 9:28; 10:12). Não precisamos de uma “segun-
da obra da graça” (como alguns ensinam) para sermos aceitáveis 
a Deus. No momento em que cremos em Cristo e em Seu sacri-
fício pelos nossos pecados (Rm 10:9,10), Deus atribui a nós a 
santidade de Cristo e nos declara “santificados” (1 Co 1:30). 
 b. Santificação Progressiva – Um Processo Prático. A 
segunda parte do significado triplo da santificação é o processo 
da santificação que continua por toda a vida do crente. É geral-
mente chamada de santificação progressiva.
 Já aprendemos que a santificação posicional é um ato sobe-
rano de Deus que nos concede a santidade fornecida somente 
pelo sacrifício de Cristo. Não conseguimos merecer isto atra-
vés de nenhum esforço humano, já que toda a humanidade está 
desesperadamente perdida sob o pecado (Rm 3:9-26).
 No entanto, uma vez que alguém venha à fé em Cristo para 
a salvação, a próxima grande obra de Deus é o processo de 
“sermos transformados à mesma imagem [de Cristo] de glória 
em glória, como que pelo Espírito do Senhor” (2 Co 3:18). 
Pois a vontade de Deus é que “sejamos conformados à imagem 
do Seu Filho, para que Ele possa ser o Primogênito dentre 
muitos irmãos” (Rm 8:29).
 Esse processo de santificação (ou santificação progressi-
va) é diferente da forma posicional de santificação. A santi-
ficação posicional é um ato único, soberano, feito por Deus 
quando recebemos a obra salvadora de Cristo. Por outro lado, 
a santificação progressiva envolve nossa vontade, nossos dese-
jos e esforços de uma forma consistente.
 Essa ação e compromisso de toda uma vida no sentido de 
sermos “transformados” é uma parceria divino-humana. Os 
crentes precisam fazer uma parceria com Deus e cooperar com 
a Sua obra divina de transformação em suas vidas.
 A Bíblia é clara no sentido de que todos os seguidores de 
Cristo devem se esforçar ao máximo para se tornar mais se-
melhantes a Cristo, vivendo uma vida santa e pura. “Portan-
to, tendo estas promessas, amados, purifiquemo-nos de toda 
imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoandoa santidade 
no temor de Deus” (2 Co 7:1).
 Temos o seguinte mandamento: “Despojai-vos, com relação 
à vossa antiga conduta, do velho homem, que se corrompe de 
acordo com as concupiscências enganosas, e renovai-vos no 
espírito da vossa mente, e revesti-vos do novo homem, que foi 
criado de acordo com Deus, em verdadeira justiça e santidade” 
(Ef 4:22-24). Separe, por favor, alguns momentos agora mes-
mo para ler os seguintes versículos, que são apenas algumas das 
muitas exortações sobre este assunto: Romanos 6:11-13; 12:1,2; 
13:14; 2 Timóteo 2:20,21; 1 Pedro 1:13-19; 1 João 3:3.
 Esse é um aspecto vital da nossa fé cristã. Contudo, tam-
bém é onde muitos crentes deixam de se tornar tudo o que 
Deus queria para eles. Eles permanecem prisioneiros da ira, 
do pecado, na escravidão, ou temor, em vez de permitirem que 
Deus os liberte dessas coisas. Muito embora tentem com suas 
próprias forças livrar-se de hábitos ou práticas ímpias, eles não 
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 15 
estão cientes da sua necessidade da ajuda de Deus para se tor-
narem totalmente libertos.
 Está claro nas Escrituras que é impossível tornarmo-nos 
santos e moralmente puros sem o poder de Deus para nos 
ajudar (Jr 13:23; 17:9,10; Rm 3:20,23; 7:18). Sim, o sangue 
de Cristo fornece a base para a nossa santificação inicial (Hb 
10:29). No entanto, é a constante ação conjunta do Espírito 
Santo e da eterna Palavra de Deus (Ef 5:26) que continuamente 
nos molda cada vez mais à imagem de Cristo (Rm 8:29,30; 2 
Co 3:18; Fp 1:6; 1 Pe 5:10). Essa obra é um processo que dura 
toda a nossa vida e que continua até que finalmente O vejamos 
“face a face” (1 Co 13:12; 1 Jo 3:2).
 Deus deseja operar constantemente dentro de nós para nos 
moldar. Contudo, Ele também precisa ter a nossa total coo-
peração e esforços com a ajuda do Espírito Santo e da Pala-
vra de Deus. Precisamos optar por ouvir e obedecer, por ouvir 
atentamente e responder às instruções da Palavra de Deus e do 
Espírito Santo. 
 A santificação progressiva é uma transformação que dura 
toda a nossa vida. Nunca seremos perfeitos ou imaculados nes-
ta vida (1 Jo 1:8), mas podemos e precisamos estar continua-
mente crescendo em busca da maturidade espiritual.
 c. Santificação Completa ou Final. A nossa perfeição 
imaculada aguarda a vinda do Senhor Jesus Cristo ou o mo-
mento em que, na hora da nossa morte, passaremos desta vida 
para a presença do Senhor. Será aí que seremos libertos deste 
corpo de carne corruptível, e, “num piscar de olhos, com a úl-
tima trombeta” (1 Co 15:52) seremos transformados em seres 
incorruptíveis e imortais (1 Co 15:45-47; veja também Filipen-
ses 3:20,21; 1 Jo 3:2).
 Na Cruz, quando Cristo morreu pelos nossos pecados, fo-
mos salvos da penalidade do pecado. À medida que crescemos 
na fé e na santidade, somos libertos cada vez mais do poder 
do pecado. E, quando Cristo voltar (ou quando morrermos no 
Senhor), seremos salvos da presença do pecado!
 A santificação não é a unção. Contudo, a santificação (es-
pecialmente a santificação progressiva) é vitalmente importan-
te ao assunto da unção. O fato de vivermos uma vida santa e 
comprometida tem um impacto direto sobre o fluir da unção 
em nossa vida e ministério. [Isso será discutido mais detalha-
damente na Parte III, Seção A, Protegendo a Unção.]
3. O Caminho Para o Crescimento
 Os cristãos devem estar crescendo constantemente. A Bí-
blia nos exorta a “crescermos na graça e no conhecimento do 
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 3:18; veja tam-
bém 2 Pedro 1:5-11).
 A santificação progressiva é um processo que requer uma 
parceria entre Deus e cada indivíduo (Fp 2:12,13). Deus está 
em ação para o nosso bem, uma vez que precisamos ter a Sua 
ajuda para nos tornarmos semelhantes a Cristo em nosso cará-
ter. Mas qual é a nossa parte neste processo?
 Precisamos:
 a. Ter fé em Cristo. Sem fé, não podemos receber o dom da 
salvação nem receber o dom de Cristo da salvação posicional. 
Na salvação, Cristo Se torna a nossa santificação (1 Co 1:30). 
Recebemos este dom d’Ele através da fé n’Ele (At 26:18).
 b. Entregar nossa vida a Deus. É assim que começamos 
nossa vida como cristãos; é assim que precisamos viver dia-
riamente também. Uma contínua entrega ou rendição a Deus é 
de importância fundamental. Ele é quem sabe o que é necessá-
rio para nos moldar mais à imagem de Cristo. (Veja Romanos 
6:13,19-21;12:1,2; 2 Timóteo 2:21.) Entregarmo-nos diaria-
mente a Deus também é necessário para que a nossa fé cresça 
e seja fortalecida, à medida que escolhemos depender d’Ele e 
confiar n’Ele (Hb 11:6).
 c. Obedecer a Palavra de Deus. As Sagradas Escrituras são 
o nosso padrão final para a nossa fé e conduta. “Como o jovem 
pode purificar o seu caminho? Observando-o conforme a Tua 
Palavra” (Sl 119:9). O Espírito Santo usa a Palavra de Deus 
para falar conosco e moldar o nosso caráter (Jo 14:26). A Palavra 
de Deus nos capacita e nos transforma em instrumentos úteis 
para a glória de Deus (2 Tm 3:16,17). A Palavra de Deus nos 
purifica (Ef 5:26). A Bíblia também nos revela nossas motiva-
ções e pensamentos mais profundos (Hb 4:12). Precisamos ler a 
Bíblia todos os dias, e, em seguida, precisamos obedecê-la (Tg 
1:22). Deus fornece tudo o que é necessário para que vivamos e 
cresçamos na santidade (2 Pe 1:3,4). No entanto, precisamos dar 
voluntariamente nossa cooperação e obediência!
 d. Fazer um compromisso pessoal de buscar a santida-
de. “Buscai a paz com todos, e a santidade, sem a qual nin-
guém verá ao Senhor.” (Hb 12:14; veja também Mateus 5:8.)
 Pedro exorta os crentes a serem sóbrios e a colocarem to-
talmente a sua confiança na graça de Deus. Devemos obedecer 
a Deus e não nos conformarmos às antigas concupiscências 
que outrora nos controlavam. Esta expectativa divina para com 
a nossa santidade deve-se ao fato de que Deus é santo em Seu 
caráter e justo em todos os Seus juízos (1 Pe 1:13-21). O mais 
importante em nossa vida e em nosso destino não é uma vida 
de felicidade ou comodidade, e sim de santidade.
 A busca de um estilo de vida santo – em nossas ações, pen-
samentos, relacionamentos e palavras – não é opcional para o 
seguidor de Cristo. Nunca deveríamos tolerar o que não é de 
acordo com um Deus santo! O nosso modelo e exemplo não é o 
que os outros fazem (quer sejam cristãos ou não), ou os esmo-
recimentos nos comportamentos que talvez testemunhemos até 
mesmo em outros líderes. O nosso guia final para a vida não é 
a nossa cultura, tribo ou família. Como cidadãos do Reino de 
Cristo (Fp 3:17-20), somos responsáveis em seguirmos acima 
de tudo o que Deus nos revelou através da Sua Palavra, pelo 
Espírito Santo. É isso que precisamos nos esforçar para obede-
cer! (Lc 9:23-26.)
 Se diligentemente vivermos nossa vida de acordo com o 
santo padrão do caráter revelado de Deus e da Palavra, temos 
a garantia de que cresceremos na santificação. E, à medida que 
crescemos na santificação, tornamo-nos “vasos para honra, 
santificados e úteis para o Mestre, preparados para toda boa 
obra” (2 Tm 2:21).
 
B. O PROPÓSITO DA UNÇÃO
 Pelo fato de que há alguma confusão com relação à unção, 
tomamos o tempo na seção anterior para identificarmos o que a 
unção não é. Vamos rever sucintamente o que já aprendemos:
 ● A unção não é uma força mística ou impessoal.
 ● A unção não é uma dotação, capacidade, talento, emo-
cionalismo ou uma personalidade carismática.
16 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
 ● A unção não é salvação.
 ● A unção não é o Batismo do Espírito Santo.
 ● A unção não é a santificação do crente.
1. A Unção Definida
 Assim sendo, o que é então a unção?
 A unção pode ser definida melhor da seguinte maneira:
 A unção não é nada mais do que a Pessoa e a presença do 
Espírito Santo, trazendo Consigo o poder, a autoridade e os 
dons necessários para cumprirmos a vontade do Pai num dado 
momento de nosso ministério ou tarefas.
 É preciso que seja dito que o Espírito Santo está diretamente 
envolvido em cada um dos cinco importantes itens citados aci-
ma. Sem a presençae a ação do Deus-Espírito Santo, esses cinco 
aspectos vitais da vida de cada crente talvez não aconteçam.
 No entanto, esta faceta da obra do Espírito Santo chamada 
de unção tem um propósito singular e específico. 
2. Poder com um Propósito
 a. Capacitação Divina. O propósito principal da unção do 
Espírito Santo é dar ao crente uma capacitação sobrenatu-
ral.
 Essa capacitação é dada a qualquer pessoa que Deus dese-
jar, a fim de ajudá-la a realizar o que Deus quer que seja reali-
zado. Talvez seja para falar ou pregar, fazer uma obra, cantar 
ou tocar um instrumento musical. Talvez seja para impor as 
mãos sobre os enfermos para curá-los, ou para que Deus re-
alize outros sinais e maravilhas. Também pode nos ajudar a 
orarmos e intercedermos mais eficazmente.
 Também é importante observarmos que Deus pode ungir 
um indivíduo para uma capacidade maior para liderar ou para 
por em prática uma capacidade, até mesmo nos negócios ou 
num comércio. (Veja Êxodo 31:3.)
 O desejo de Deus é ungir o Seu povo para oportunidades 
ministeriais, tanto dentro como fora da Sua Igreja. Mas lembre-
se: é para os propósitos e glória D’ELE, e não para os nossos 
próprios propósitos e glória!
 Lembre-se do que é a unção: É Deus através do Seu Espírito 
dando a um vaso humano em submissão qualquer que seja o po-
der, autoridade e dons que sejam necessários para cumprirmos a 
vontade do Pai num dado momento de um ministério ou tarefa. 
 É importante compreendermos que a unção é a Pessoa do 
Espírito Santo! O poder de Deus não está separado da Sua 
Pessoa e presença. Quando dizemos que alguém está ungido, 
queremos dizer que a Pessoa do Espírito Santo está singular-
mente presente em sua vida para realizar a vontade de Deus 
através dele.
 b. Quem Pode Ter a unção? À medida que lemos o Anti-
go Testamento, é fácil reconhecermos quando o Espírito Santo 
vinha sobre um profeta, juiz, rei, sacerdote, etc.
 Contudo, a dispensação do Espírito Santo era diferente no 
Antigo Testamento do que é no Novo Testamento. O Apóstolo 
João escreveu: “Mas isto Ele falou com relação ao Espírito, o 
Qual os que cressem n’Ele receberiam, pois o Espírito Santo 
ainda não havia sido dado, porque Jesus ainda não havia sido 
glorificado” (Jo 7:39).
 O Espírito Santo, o Qual é totalmente Deus, existe des-
de toda a eternidade. Ele esteve ativo na Criação (gn 1:2) e 
durante todo o Antigo Testamento. Mas Deus-Pai ainda não 
havia dado plenamente o Deus-Espírito até que o Deus-Filho 
houvesse aberto o caminho da salvação através da Sua morte 
sacrificial na Cruz (Jo 14:16,17; 16:7).
De Pastor Para Pastor: Como cristãos que cre-
em na Bíblia, nós não adoramos três deuses. Ado-
ramos Um só Deus, que Se expressa em três Pes-
soas. Dentro de Deus, há três “Pessoas”, que não 
são três deuses, nem três partes. Os Três são Um, 
e cada um d’Eles é co-igual e co-eternamente Deus. 
Nossa mente limitada tem grandes dificuldades para 
compreender a natureza três-em-um de Deus. Con-
tudo, as Escrituras revelam de fato esta verdade so-
bre Ele. ■
 Há uma diferença básica entre a dispensação do Espírito 
Santo no Antigo Testamento e a dispensação no Novo Testa-
mento. No Antigo Testamento, o Espírito Santo vinha tempo-
rariamente sobre um vaso humano escolhido. O Espírito Santo 
capacitava o indivíduo (profeta, sacerdote, juiz, etc.) para que 
ele executasse a vontade de Deus num dado momento. Aí en-
tão o Espírito Santo saía de sobre ele até o próximo momento 
de uma tarefa ministerial.
 No entanto, no Novo Testamento, o Espírito Santo era dado 
para que Ele fizesse residência em corações humanos e vivesse 
num relacionamento permanente com eles. Vamos analisar alguns 
exemplos da unção do Espírito Santo no Novo Testamento:
Jesus
 A primeira Pessoa do Novo Testamento a ser ungida pelo 
Espírito Santo foi – Jesus! Jesus recebeu a unção capacitadora 
do Espírito Santo em Seu batismo nas águas (Mt 3:16). Após a 
tentação de Jesus no deserto, o Seu primeiro ato de ministério 
público foi ler Isaías 61:1,2 na sinagoga. Aí então Ele declarou 
que aquelas Escrituras Messiânicas haviam sido cumpridas na-
quele momento (Lc 4:14-21).
 Você notará que a unção do Espírito Santo citada em Isaí-
as 61:1,2 tinha o propósito de proporcionar o cumprimento da 
vontade do Pai através do ministério terreno de Jesus.
A unção pode 
aumentar
habilidades
musicais
e outras.
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 17 
 
 Jesus era tanto totalmente Deus como totalmente Homem 
em Seu corpo físico na terra (Fp 2:5-8). Contudo, Ele precisava 
do poder do Espírito Santo para fazer a vontade do Pai. Se Jesus, 
o Filho de Deus, precisava do Espírito Santo, quanto mais você 
e eu também precisamos d’Ele? (Veja também Atos 10:38.)
A Igreja Primitiva
Os Líderes da Igreja Primitiva
 No Dia de Pentecostes (At 1:12 – 2:4), os líderes da Igreja 
Primitiva e os discípulos restantes estavam orando num cená-
culo. Os que estavam presentes incluíam os 11 Apóstolos ori-
ginais (Judas já estava morto), o novo Apóstolo, escolhido por 
sorteio para substituir Judas, e um pequeno grupo de outros 
discípulos (aproximadamente 120 pessoas ao todo). De repen-
te, a promessa do Espírito Santo (Jl 2:28-32) foi derramada 
sobre eles (At 2:2-4).
 O Apóstolo Paulo converteu-se mais tarde à fé em Cristo. 
Ele também recebeu o Espírito Santo e começou a pregar fer-
vorosamente o Evangelho de Jesus Cristo (At 9:1-22).
 Evangelistas como Filipe foram cheios com o Espírito San-
to e foram dirigidos por Ele (At 8:29). Os que receberam o 
dom do ensino, como Apolo, por exemplo, não poderiam ter 
ensinado com tanta autoridade sem a unção do Espírito Santo 
(At 18:24-28; veja também 1 Coríntios 3:5-7). Os que foram 
chamados para servirem o Corpo de Cristo, que crescia rapida-
mente, estavam cheios do Espírito, como no caso de Estêvão 
(At 6:1-10).
 Há passagens adicionais no Novo Testamento sobre este 
assunto também (por exemplo, Atos 4:13,33; 11:27,28; 
21:10,11).
Os Discípulos da Igreja Primitiva
 Os que foram cheios com o Espírito no Cenáculo no Dia de 
Pentecostes eram apenas o início dos muitos outros crentes que 
foram cheios e ungidos com o Espírito Santo (At 4:31; 5:32; 
13:52, etc.). 
Poder Para a Evangelização
 À medida que a chama do Evangelho se espalhava, assim 
também se espalhavam os poderosos derramamentos do Es-
pírito Santo. Isso cumpriu as palavras de Jesus que foram da-
das um pouco antes da Sua Ascensão: “Mas recebereis poder 
quando o Espírito Santo vier sobre vós; e sereis testemunhas 
para Mim em Jerusalém, e em toda a Judéia e Samaria, e até 
aos confins da terra” (At 1:8).
 A lista de Jesus de localizações geográficas não era apenas 
linguagem poética. O Livro de Atos revela o cumprimento da 
promessa do Espírito Santo de ser derramado sobre todos os 
que creem n’Ele e o início da evangelização do mundo.
 Em Jerusalém… (cumprida no Dia de Pentecostes – Atos 
Capítulo 2). Parecia que este novo grupo de crentes judeus pa-
raria a sua pregação em Jerusalém. Isso poderia ter colocado 
em perigo o propósito e a missão de Cristo de o Evangelho ser 
dado a todos os povos, de todas as épocas, em toda parte.
 No entanto, uma perseguição começou quase que imedia-
tamente depois que o Evangelho começou a ser pregado. Deus 
usou essa perseguição para compelir e espalhar a Igreja Primi-
tiva para fora de Jerusalém, a fim de que aquele grupo cumpris-
se a vontade do Pai de levar a mensagem de salvação a todas as 
pessoas.
 Aí então, em Atos Capítulo 8, somos apresentados a um 
cruel perseguidor da Igreja – Saulo. Suas investidas pareciam 
más notícias, até lermos nas Escrituras que “os que foram es-
palhados foram a toda parte, pregando a Palavra [Evange-
lho]” (At 8:4). Isso incluiria tanto a Judéia como a Samaria 
(At 8:1-25).
A Marcha Externa do Evangelho
 Observe que o Espírito Santo estava sendo derramado so-
bre os que recebiam o Evangelho (At 8:16,17). Havia também 
sinais e maravilhas que acompanhavam a pregação do Evange-
lho (8:6,13).
 Contudo, uma obra maior ainda estava para serdesvendada 
para a Igreja Primitiva. Deus queria que o Evangelho fosse pre-
gado em toda parte. Jesus ordenou que os discípulos “fossem a 
todo o mundo e pregassem o Evangelho a toda criatura” (Mc 
16:15). Uma palavra semelhante foi registrada em Atos 1:8: 
“... até aos confins da terra.”
 Essa marcha externa começou quando Filipe encontrou um 
eunuco etíope, o qual logo se converteu a Cristo (At 8:26-40). 
Atribui-se a este mesmo etíope, segundo a tradição da Igreja, 
o fato de ser a primeira pessoa a apresentar o Evangelho ao 
continente da África!
 Logo depois, Saulo foi radicalmente transformado pelo seu 
encontro com Jesus (At 9:1-19), e ele foi chamado para ser o 
Apóstolo aos gentios (At 9:15). No entanto, o foco da maior 
parte da pregação do Evangelho ainda era o povo judeu – até 
que Deus fizesse algo radical!
 Continuamos em nossa leitura e lemos sobre Cornélio, um 
romano (At 10:1-48). Pedro foi enviado a Cornélio para come-
çar a compartilhar o Evangelho com os gentios. Isso foi algo 
difícil para Pedro fazer como judeu (At 10:9-16).
 Mas, enquanto Pedro estava pregando, o Espírito Santo 
caiu sobre Cornélio e toda a sua casa – bem no meio do sermão 
de Pedro! (At 10:44). Mesmo assim, os irmãos judeus que es-
A unção nos transformará 
durante nossa vida.
18 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
tavam presentes ainda tiveram dificuldades com o fato de que 
o Evangelho e o Espírito Santo estivessem sendo dados aos 
gentios (At 10:45-48).
 Finalmente, houve uma importante reunião dos apósto-
los em Jerusalém, com Pedro sendo chamado para testificar 
(At 11:1-15). Eles finalmente entenderam e aceitaram o que 
Jesus havia lhes falado claramente: O Evangelho deveria ser 
pregado a todas as pessoas – “até aos confins da terra” (At 
1:8).
O Plano de Deus Revelado
 É de vital importância observarmos algo com relação ao 
Livro de Atos. O Evangelho de Jesus Cristo NÃO era sim-
plesmente uma nova religião ou uma nova versão de dou-
trinas judaicas. Tudo o que havia acontecido entre a huma-
nidade e Deus desde o Jardim do Éden – toda a história do 
Antigo Testamento – havia contribuído para este ponto do 
tempo.
 Deus tinha uma estratégia divina que foi colocada em ação 
depois que o homem escolheu o pecado (gn 3:15). Esse plano 
era a salvação da penalidade de morte do pecado, pela graça 
através da fé em Jesus Cristo (e não de obras). Isso foi possi-
bilitado somente pela morte sacrificial e subsequente ressurrei-
ção de Jesus. Lemos sobre essa provisão de Cristo nos Evan-
gelhos (Mateus, Marcos, Lucas, e João).
 O propósito de Deus, no entanto, ia além de uma nova fé 
e de um relacionamento restaurado com Ele. Deus queria (e 
quer) viver dentro de nós, para nos dar a certeza e o poder que 
precisamos para vivermos em vitória e para cumprirmos a Sua 
vontade nesta vida.
 Portanto, em Sua infinita sabedoria e amor, Deus derramou 
o Espírito Santo, o Qual habitaria dentro de todos os crentes 
(Jl 2:28,29). Cristo não veio para trazer uma nova religião ou 
teologia. Ao contrário, Ele veio para cumprir tudo o que Deus 
havia prometido para a salvação da humanidade!
 Sim, o sacrifício de Cristo permite que sejamos restaura-
dos a uma comunhão íntima com Deus. No entanto, o Senhor 
também quer que o poder vivificador do Deus Todo-Poderoso 
habite dentro de nós na Pessoa do Espírito Santo. É um poder 
que o mundo não consegue ignorar nem explicar. Eles podem 
zombar, criticar ou condenar, assim como o fizeram no Dia de 
Pentecostes (At 2:5-13). Contudo, eles não conseguem deter a 
obra e o poder do Espírito Santo através da vida submissa do 
crente!
 O que vemos em todo o Livro de Atos com relação a si-
nais, maravilhas, salvações, curas, etc. é tão possível e rele-
vante para nós hoje como o era para a Igreja Primitiva (Jl 2 ; 
At 2:33,38,39). Precisamos da presença e do poder do Espírito 
Santo, não menos hoje do que há 2.000 anos! graças a Deus 
que “Jesus Cristo [e o Espírito Santo] é o mesmo ontem, hoje, 
e para sempre” (Hb 13:8).
Todos os Crentes em Cristo de Todas as Épocas
 Pedro, sob a inspiração do Espírito Santo, declarou que o 
dom prometido do Espírito Santo habitando dentro de nós é 
“para vós e para vossos filhos [significando as futuras gera-
ções], e para todos os que estão longe, para todos quantos o 
Senhor nosso Deus chamar”. (Veja Atos 2:33,38,39.)
 Os que são identificados com “todos os que estão longe” 
certamente incluiria não somente as futuras gerações, mas tam-
bém todas as tribos gentias, e todas as outras tribos, línguas e 
raças da terra (Ef 2:11-19; gl 3:28; Cl 3:11).
Um Relacionamento Para a Vida Toda
 O dom da presença ungidora do Espírito Santo vem para 
habitar no coração de cada seguidor de Cristo. Essa é uma 
unção geral que todos os crentes em Cristo recebem na sal-
vação.
 O Apóstolo João nos dá algumas revelações sobre essa un-
ção geral em sua Primeira Epístola. João relembra os primeiros 
seguidores de Cristo sobre um fato importante: “Mas vocês 
têm uma unção do Santo, e vocês sabem todas as coisas” (1 Jo 
2:20).
 Através da estrutura da língua grega neste texto no original, 
fica claro que João não estava se referindo a uma cerimônia 
religiosa de se ungir com óleo ou com uma outra substância. 
 Toda tribo... ...toda geração
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 19 
Esta unção era do “Santo”, o Qual é Jesus Cristo, o Filho de 
Deus (Jo 6:69; At 3:14; 4:27).
 Em outras palavras, “O Ungido” (Jesus Cristo) dá aos Seus 
seguidores um dom de Si Mesmo. Este dom é o Espírito Santo 
com a finalidade de viver em nós e permanecer em nós (Mt 
3:11; At 1:5; Jo 14:16,17,26; 16:7). Esta unção é para todos 
os crentes que colocam a sua esperança em Cristo, para a sua 
salvação pela graça, através da fé.
 Aí então João, pelo Espírito Santo, continua: “Mas a un-
ção que recebestes d’Ele permanece em vós, e não é preciso 
que ninguém vos ensine; mas assim como a mesma unção vos 
ensina com relação a todas as coisas, e é verdadeira, e não é 
mentira, e, exatamente como ela vos tem ensinado, assim tam-
bém n’Ele permanecereis” (1 Jo 2:27).
 Esta unção não é uma experiência que acontece uma única 
vez em nossa vida. Ao contrário, ela deve ser um relaciona-
mento crescente com o Espírito Santo, durante toda a nossa 
vida. É o Espírito Santo que nos conduz à verdade, nos ensina 
todas as coisas, e faz com que nos lembremos do que Jesus 
ensinou (Jo 14:26). O Espírito Santo nos ajuda a compreender 
a verdade e a glorificarmos a Jesus (Jo 16:13,14).
 Obviamente, João não está dando a entender que os mi-
nistérios de ensino não são necessários (Deus nos dá mestres 
– veja Romanos 12:7; Efésios 4:11). João está se referindo à 
revelação e ao entendimento que a Pessoa do Espírito Santo 
traz ao indivíduo à medida que ele responde a Ele em sua vida 
(1 Co 2:10-16; Ef 1:17,18).
 Assim sendo, vemos pela Palavra de Deus que há uma un-
ção que todos os crentes em Cristo recebem na hora da sua 
salvação.
De Pastor Para Pastor: O que o Espírito Santo ilu-
mina ou revela com relação à verdade sempre estará de 
acordo com o que Ele já revelou na Palavra escrita de 
Deus (Jo 16:13,14). NãO haverá jamais uma revelação 
nova que acrescentará ou discordará da Bíblia! ■
C. A FUNÇÃO DA UNÇÃO
 Enquanto estivermos estudando a obra e o mover do Espíri-
to Santo, precisamos reconhecer que há mistérios. Há um ele-
mento da soberania de Deus no assunto da unção que vai além 
da nossa compreensão (Jo 3:8). A nossa única resposta à sobe-
rania de Deus precisa sempre ser, simplesmente e com todo o 
nosso coração, rendermo-nos ao Seu senhorio e vontade.
 Deus, em Sua sabedoria, escolheu deixar um elemento de 
mistério em Seus caminhos, exigindo que vivêssemos pela fé 
(2 Co 5:7; Hb 11:6). Há muitas coisas nesta vida que vemos e 
compreendemos somente “em parte” (1 Co 13:12). A nossa 
postura para com o Senhor precisa ser sempre uma postura de 
confiança, obediência, e submissão à totalidade da Sua Pala-
vra.
Princípios Práticos da Unção
 Ao continuarmos neste estudo, vamos rever a definiçãode 
“unção”:
 “Unção” é a Pessoa do Espírito Santo, trazendo com 
a Sua presença todo o poder, dons e autoridade que são 
necessários para cumprirmos a vontade do Pai num dado 
momento de um ministério ou tarefa.
 Com esse entendimento claro em nossa mente, analisemos 
alguns princípios sobre a maneira pela qual funciona a unção 
do Espírito Santo.
1. A Unção Relacionada ao chamado
 A unção está diretamente ligada ao chamado de um indiví-
duo de cumprir uma tarefa ministerial dada por Deus.
 Em outras palavras, quando Deus dá a alguém uma tarefa 
ou chamado ministerial, Ele também disponibiliza todo o po-
der, autoridade, dons, revelações, discernimento, etc., que são 
necessários para se cumprir a tarefa! Aleluia!
 Quando Deus lhe ordena ou o dirige a cumprir a vontade 
d’Ele, tudo o que você precisa para cumprir com sucesso a 
vontade d’Ele encontra-se disponível pelo poder e unção do 
Espírito Santo. O que Deus ordena que alguém faça, Ele lhe dá 
a capacitação divina para fazê-lo!
 Obviamente, sempre há muitos estudos, aprendizados e 
transformações pessoais que deveriam estar acontecendo ao 
longo do caminho. À medida que nos aplicarmos – crescen-
do em nossas capacidades, dons e conhecimento da Palavra 
– aí então Deus liberará ainda mais. 
 O princípio de sermos fiéis com o que temos e Deus 
liberando mais (Lc 16:10a; 19:17) é um princípio essencial 
para crescermos na unção de Deus.
Funcionando na Unção
 Deus deseja ungir-nos, para que cumpramos a Sua vontade 
e chamado. Lemos sobre um princípio semelhante em funcio-
namento na apresentação de Paulo sobre a fé. 
 Romanos 12:3: “Deus repartiu a cada um uma medida de 
fé.” Esta medida de fé (assim como acontece com a unção) é 
uma capacitação divina proporcional ao dom que Ele nos deu.
 “Tendo então diferentes dons, de acordo com a graça que 
nos é dada, vamos usá-los: se profecia, profetizemos propor-
cionalmente à nossa fé; ou ministério, vamos usá-lo em nossas 
ministrações; o que ensina, no ensino” (Rm 12:6,7).
 Paulo declara o mesmo princípio um pouco diferentemente 
em sua Carta aos Efésios: “Mas a cada um de nós, a graça foi 
dada de acordo com a medida do dom de Cristo” (Ef 4:7). 
 Em outras palavras, este dom medido de capacitação divina 
medida está diretamente ligado ao fato de o indivíduo ser ca-
paz de funcionar no dom que Deus lhe designou com vistas ao 
ministério.
De Pastor Para Pastor: O contexto de Efésios 4:7 está 
diretamente ligado aos dons espirituais mencionados em 
alguns versículos posteriormente, em Efésios 4:11. Este 
versículo (4:7) NãO pertence a uma medida de graça refe-
rente à salvação, como alguns ensinam erroneamente. A 
graça de Deus para a salvação pela fé é dada igualmente 
a TODAS as pessoas, pois Ele deseja que ninguém pere-
ça e que todos se salvem (At 2:21; 17:30,31; Rm 3:22,23; 
11:32; 1 Tm 2:4; 4:10; Tt 2:11; 2 Pe 3:9). Deus deseja de 
fato que todos recebam o Seu dom gratuito da salvação 
pela fé em Cristo (Ef 2:8). Infelizmente, no entanto, muitos 
têm rejeitado e continuarão a rejeitar essa oferta – e o que 
é pior ainda, milhões de pessoas hoje em dia nunca nem 
mesmo ouviram a mensagem de salvação do Evangelho 
através de Jesus Cristo. ■
20 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
De Pastor Para Pastor: Muito embora esta não seja 
a ocasião para um estudo completo sobre os dons espi-
rituais, permita-me dar-lhe um importante princípio com 
relação aos dons espirituais.
Todos os dons espirituais – quer sejam dons de mani-
festação (1 Co 12:1-11), dons motivacionais (Rm 12:3-8) 
ou dons ministeriais (Ef 4:11) – são soberanamente de-
signados por Deus. Não cabe a nós escolhermos cuida-
dosamente qual dom queremos ou achamos que é o mais 
necessário. Deus designa os Seus dons de acordo com o 
Seu conhecimento ilimitado e santidade perfeita. (Veja 1 
Coríntios 12:11.)
Muito embora todos os crentes tenham um propósito 
ministerial no Corpo de Cristo e no mundo em que vive-
mos, há uma ampla variedade de chamados e dons. Com 
cada um deles, Deus dá o poder divino, a fé, a graça e a 
unção que são necessários para cumprirmos a Sua von-
tade e propósito.
Muito embora jamais devamos tentar controlar ou ma-
nipular a unção (o Espírito Santo), nós podemos crescer 
na unção. À medida que somos fiéis com o que Deus nos 
dá, Ele libera mais (Mt 25:21). Também podemos apren-
der a funcionarmos melhor na unção do Espírito Santo, a 
fim de sermos mais frutíferos no ministério e estarmos em 
conformidade com a vontade de Deus. [Isso será comen-
tado mais na Parte III, Seção B, Crescendo na Unção.] ■
“Transferindo-se” a Unção
 Um certo ensino afirma que a pessoa que é ungida e é pode-
rosa no ministério pode impor as mãos sobre uma outra pessoa e 
conceder-lhe uma “parte da sua unção” – até mesmo uma porção 
dupla! Isso tem sido chamado de uma “transferência de unção” e 
baseia-se imprecisamente nos eventos bíblicos referentes a Elias 
e ao seu sucessor, Eliseu. (Veja 1 Reis 19:16,19; 2 Reis 2:1-13.)
 Contudo, o texto bíblico não confirma esse ensino. Elias de 
fato lançou o seu manto (a sua capa) sobre Eliseu (1Rs 19:19). 
Porém, isso foi somente uma confirmação simbólica do que 
o Senhor já havia falado com relação ao chamado divino de 
Eliseu de ser o sucessor de Elias (1 Rs 19:16). Nesse even-
to, Elias não deu o chamado a Eliseu, como também ele não 
poderia dar-lhe a unção para cumpri-lo. Isso era uma ação de 
Deus. Elias simplesmente foi obediente à Palavra de Deus e 
comunicou o que Deus havia lhe ordenado que ele dissesse a 
Eliseu (1Rs 19:19).
 Eliseu reconheceu claramente que ele não tinha a capaci-
dade de prosseguir com o ministério profético de Elias quando 
Deus o chamou. Eliseu sabia que ele precisava do poder de 
Deus (unção), indiretamente mencionado nas Escrituras como 
o “espírito de Elias” (2 Rs 2:9,15). Assim sendo, Eliseu pediu 
a Elias uma “porção dupla” do seu espírito (2 Rs 2:9).
 Mas, como Elias era o profeta ungido de Deus, a sua única 
resposta ao pedido de Eliseu de uma porção dupla foi uma de-
claração profética: “Coisa dura pediste. Contudo, se me vires 
quando for tomado de ti, assim se te fará; porém, se não, não 
se fará” (2 Rs 2:10).
 Fica claro ao lermos este trecho bíblico que Elias sabia que 
ele não poderia dar nada espiritual a Eliseu. Ele poderia con-
firmar o chamado de Deus sobre Eliseu, mas ele não poderia 
ungi-lo para que ele cumprisse este chamado.
 Obviamente, Deus (em Sua soberania) realmente permitiu que 
Eliseu visse a Elias sendo levado ao Céu. Assim sendo, Eliseu 
pegou o manto de Elias, de acordo com a vontade de Deus, como 
havia sido profetizado. Deste ponto em diante, a unção de Deus 
era claramente evidente no ministério de Eliseu (2 Rs 2:15).
 O Doador dos chamados, dos dons, e da unção é o próprio 
Deus, pois somente Deus pode dar o Espírito Santo! Não es-
tamos no controle de Deus ou do Seu Espírito; não podemos 
decidir quem será ungido, ou quanta unção receberá. Tampou-
co estamos a cargo dos dons e chamados de Deus. Se Deus nos 
ungiu para o ministério, não podemos escolher dar esta mesma 
unção a uma outra pessoa.
Deus Chama – Nós Confirmamos
 Até mesmo Moisés, um dos maiores servos de Deus, não po-
dia dar aos outros a unção que Deus lhe havia dado. No entanto, 
o próprio Senhor tomou de fato da unção que Ele havia coloca-
do sobre Moisés e o Senhor a deu aos anciãos (Nm 11:16,17).
 Deus ordenou a Moisés que ele desse parte da sua autori-
dade a Josué (Nm 27:20) e que o comissionasse (Nm 27:23). 
Mas isso aconteceu depois que Deus já havia designado a 
Josué como sucessor de Moisés (Nm 27:18). Além disso, Jo-
sué estava presente quando o Senhor ungiu os anciãos (Nm 
11:16,17,28), que é a razão pela qual Josué foi descrito como 
sendo alguém “em quem está o Espírito”, como líder dentre os 
israelitas (Nm 27:18).
 Foi o Senhor que chamou e ungiu a Josué. Moisés con-
firmou o chamado de Josué e o comissionou a prosseguir o 
trabalho depois que ele falecesse.
 Foi o Espírito Santo que deu o dom profético e a unção a Elias, 
e aí então a Eliseu,juntamente com sinais e maravilhas. (Veja 
também Números 11:25-29; 1 Samuel 10:6,10; 1 Reis 18:46.)
 De Pastor Para Pastor: Não é errado desejarmos 
de Deus uma “porção dupla” do Seu Espírito. Tampouco 
é errado pedirmos um dom específico a fim de atuarmos 
no ministério. Devemos pedir; aí então precisamos confiar 
em Deus com relação ao que Ele nos dará, e quando Ele 
nos dará.
 Mas note também que Eliseu foi obediente em cum-
prir tudo o que Deus o havia chamado a fazer – tanto em 
sua resposta ao chamado original, como também em seu 
preparo para receber a unção de Deus (1 Rs 19:20,21; 
2 Rs 2:1-11). O chamado e a unção de Deus não são 
cumpridos automaticamente em nossa vida. Pelo con-
trário, a nossa obediência, a nossa submissão e a nossa 
total cooperação são necessárias em todos os passos do 
caminho – durante o preparo, como também no cumpri-
mento da tarefa ministerial. ■
Uma Transmissão
 O conceito de um indivíduo “transferindo” a sua unção a 
um outro não é correto. No entanto, as Escrituras de fato nos 
fornecem inúmeros exemplos do que é chamado de uma trans-
missão. Isso está muito associado com a imposição de mãos 
(Hb 6:2) e com a oração, conforme a direção do Espírito Santo. 
(Veja Atos 13:1-3; 1 Timóteo 4:14; 2 Timóteo 1:6.)
 Eu estou ciente de poderosos homens e mulheres de Deus 
que oram para que outros recebam uma transmissão do Espírito 
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 21 
Santo. Já aprendemos que eles não podem dar os seus dons ou 
unção a alguma outra pessoa. No entanto, parece de fato como 
se algo do que Deus está fazendo pelo Seu Espírito através de 
um ministério, ou durante um tempo especial em que Deus está 
Se movendo de uma maneira marcante e soberana, possa ser vi-
vificado em nosso interior, ou transmitido aos outros. Às vezes, 
os que receberam oração nessas reuniões aparentemente se mo-
vem num nível maior de autoridade, como também no poder do 
Espírito Santo, depois de receberem oração.
 Eu pessoalmente já recebi poderosas transmissões do Es-
pírito Santo. Esses eventos transformaram a minha vida pes-
soal, como também a minha direção no ministério, depois de 
receber essas orações. No entanto, esta é a obra soberana do 
Espírito Santo, trazendo uma nova transmissão da unção em 
minha vida, e não as obras do homem.
Transmissão que Confirma
 O exemplo bíblico mais claro deste tipo de transmissão 
encontra-se no ministério em desenvolvimento de Timóteo.
 Paulo relembra a Timóteo de um momento, no início do 
seu ministério, em que Paulo e os anciãos das igrejas de Icônio 
e Listra impuseram as mãos sobre Timóteo e oraram por ele: 
“Não negligencie o dom que está em você, o qual lhe foi dado 
por profecia, com a imposição das mãos do presbitério” (1 Tm 
4:14).
 Esse mesmo evento é mencionado novamente na Segunda 
Carta de Paulo a Timóteo: “Portanto, eu o lembro a despertar 
o dom de Deus que está em você através da imposição das 
minha mãos. Pois Deus não nos deu um espírito de temor, mas 
de poder, e de amor, e de uma mente sã”. (2 Tm 1:6,7; veja 
também 1 Timóteo 1:18.)
 A palavra original usada para “dom” nesta passagem é cha-
risma. Isso sugere que uma manifestação do Espírito Santo foi 
concedida a Timóteo quando Paulo e os anciãos oraram por 
ele.
 Paulo não foi o autor do dom ou do chamado de Timóteo. 
Quando Paulo e os anciãos impuseram as mãos sobre Timóteo 
e oraram por ele, o Espírito Santo revelou a vontade de Deus 
para Timóteo e falou profeticamente através deles para confir-
mar o chamado e o desejo de Deus para a vida de Timóteo. En-
quanto eles comissionavam Timóteo para o serviço do Senhor, 
foi o Espírito Santo que ungiu Timóteo para que ele cumprisse 
o chamado de Deus para a sua vida.
De Pastor Para Pastor: É através das ocasiões de 
oração e de imposição de mãos que o Espírito Santo fre-
quentemente revela algo da vontade e dos propósitos de 
Deus. A Sua vontade pode ser revelada como um quadro 
mental, uma palavra profética, um versículo de confirma-
ção, ou uma impressão do que o Espírito Santo deseja 
com relação a um indivíduo ou à sua situação.
Nessas ocasiões, precisamos esperar pacientemente 
no Senhor e ouvir. Contudo, se não estivermos ouvindo 
algo específico do Senhor, não devemos falar.
O valor do nosso papel como pastores vem do fato 
de sermos fiéis e obedientes a Deus e à Sua Palavra. 
Talvez sejamos tentados a querer agradar os outros, ou a 
sentirmo-nos pressionados a sermos líderes “espirituais” 
que tenham uma palavra para as pessoas. Isto é o que a 
Bíblia chama de “temor dos homens”. É uma armadilha 
que pode levar a meios-termos muito piores e a reações 
carnais (Pv 29:25).
Somos chamados para sermos fiéis: a Deus, à Sua 
Palavra, e ao direcionamento do Espírito Santo. Se você 
estiver orando por alguém, e o Senhor não falar com você 
com relação a esta pessoa, isto é perfeitamente normal. O 
Senhor talvez queira falar com ela diretamente, ou numa 
outra ocasião, ou de uma outra maneira. Se Deus esti-
ver em silêncio, nós também devemos estar em silêncio. 
Se Deus falar conosco com relação a uma outra pessoa, 
precisamos ser fiéis e cuidadosos em dizermos somente 
o que Deus estiver dizendo ou revelando – nada a mais 
nem a menos.
Nunca é o nosso papel dizermos a alguém o que fazer, 
onde ir, etc. Nós simplesmente submetemos ao indivíduo 
o que é que estamos sentindo do Espírito Santo. Geral-
mente, isso deve confirmar algo a esse indivíduo que o 
Senhor já colocou em seu coração. A questão fica então a 
ser cumprida entre ele e Deus.
Finalmente, esta nota importante: Uma palavra pro-
fética do Senhor SEMPRE concorda com o que Deus já 
nos revelou através da Bíblia, a Sua santa Palavra escrita! 
Tudo o que fazemos na vida precisa conformar-se e con-
cordar com a Palavra de Deus e com os princípios nela 
revelados. ■
Seguindo o Direcionamento do Espírito Santo
 Outros exemplos de transmissão podem ser vistos em Atos 
6:1-7 e 13:1-3. Esses eventos na Igreja Primitiva não foram so-
mente cerimônias simbólicas. Nessas narrativas, os líderes do 
Corpo de Cristo buscaram o direcionamento do Espírito Santo 
e o seguiram especificamente. Aí então, com uma certeza de 
fé, eles oraram em obediência a esse direcionamento. Em res-
posta, Deus equipou, abençoou e ungiu os que receberam as 
orações para cumprirem o que Ele havia designado para eles.
 O fator crucial é o seguinte: O direcionamento do Espíri-
Comissionado para o 
serviço do Senhor.
22 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
to Santo é para se revelar o expresso propósito e vontade de 
Deus. O próprio Jesus reconheceu que o Seu ministério terreno 
somente era possível porque Ele estava fazendo a vontade de 
Deus-Pai (Jo 5:19,30; 6:38; 8:29). Nós também podemos fazer 
isto e não devemos fazer nada menos do que isto!
 À medida que seguirmos o direcionamento do Deus-Espí-
rito, Ele nos usará para cumprirmos a Sua vontade. Parte disto 
talvez seja confirmarmos o Seu chamado em outros, e, aí então, 
orarmos para que eles sejam ungidos e dotados para tudo o que 
Deus propôs para eles, para a Sua glória e para a edificação do 
Seu Corpo (Ef 4:12-16). 
Liberação Maior
 Em muitos dos seminários do World MAP para pastores, eu 
tenho ensinado sobre o assunto da unção ou sobre o batismo do 
Espírito Santo. Nestas conferências, inúmeros pastores têm re-
cebido um novo enchimento do Espírito Santo; outros são ba-
tizados no Espírito Santo pela primeira vez. Eu pessoalmente 
não lhes dei nada, a não ser ensinar através das Escrituras sobre 
estes assuntos. Eu posso ter orado por eles, mas foi o Espírito 
Santo que os tocou e os encheu (Lc 3:16; Jo 16:7) – porque eles 
tiveram fome de receber mais d’Ele!
 Recebemos muitos e muitos relatórios destes mesmos pas-
tores sobre mudanças dramáticas em seus ministérios. Eles 
observam um aumento nos sinais, maravilhas e milagres em 
suas reuniões; eles têm um novo zelo por Deus e pela evan-
gelização; eles conduzem muitos à salvação ou ao batismo do 
Espírito Santo.
 O que tem acontecido?
 Uma das razões é que tem havidoum ensino da Palavra de 
Deus, que traz iluminação sobre um certo assunto. Aí então a 
pessoa que ouve o ensino toma uma decisão de receber pela fé 
o que ela aprendeu – e a agir de acordo com isso!
 Mas há mais coisas que acontecem. O Espírito Santo está 
presente e movendo-Se de uma maneira singular, testificando 
sobre a verdade da Palavra de Deus que acabou de ser apre-
sentada. Assim sendo, quando as pessoas respondem com um 
coração aberto e com fé – e, em sua fome por Deus, pedem 
para receber tudo o que Ele forneceu para elas – Ele responde 
à fome delas de uma maneira profunda (Mt 5:6; Jo 6:35). E 
elas recebem de fato! Mais da unção de Deus para o ministério 
é liberada para elas.
 Entenda, por favor, que Deus não Se limita ao local de uma 
conferência ou a um evento. O Deus-Espírito está presente em 
toda parte, e Ele responde aos que O buscam com todo o seu 
coração (Jr 29:12,13). Deus o encontrará onde quer que você 
esteja, quando você O buscar de todo o seu coração. Aleluia!
 Eu quero dizer novamente que ninguém entende plena-
mente como o Espírito de Deus pode mover-Se e agir e como 
Ele Se move e age. Contudo, sabemos de fato que Deus, atra-
vés do Seu Espírito, responde à nossa fome por Ele.
 O Espírito Santo enche as pessoas novamente em resposta à 
oração (Lc 11:9-13). Quando a sua fé é estimulada, elas come-
çam a pedir com fé, crendo deste ponto em diante (Hb 11:6).
Os Melhores Pedidos
 Como já aprendemos, os apóstolos impunham as mãos 
uns nos outros e em outros obreiros, orando por eles e comis-
sionando-os ao ministério (At 13:2,3; 6:1-6). Deus os dirigia 
a fazer isto. Assim sendo, algo necessário e dinâmico estava 
acontecendo.
 Talvez não compreendamos tudo o que se refere aos cami-
nhos do Espírito Santo. Mas sabemos o seguinte: À medida 
que o Espírito Santo nos dirige a orarmos pelos outros – e à 
medida que permitimos que outros homens e mulheres de Deus 
orem por nós – a unção, os dons, a sabedoria de Deus e outras 
coisas mais são transmitidos. Muito embora não possamos de-
cidir quem recebe os dons e a unção de Deus, certamente po-
demos orar para que os outros sejam poderosos instrumentos 
e para que sejam usados eficazmente no serviço de Deus pelo 
poder do Espírito Santo! (2 Tm 1:6,7).
 Sempre precisamos nos submeter e aceitar de braços aber-
tos a vontade soberana de Deus para nossa vida nessas ques-
tões. Talvez os melhores pedidos que podemos fazer a Deus 
sejam: “Quais são os dons e a tarefa que Tu tens para mim? 
Como o Senhor me chamou para usá-los? O que Tu queres 
dar-me para que eu possa cumprir a Tua vontade?”
 Deus tem tarefas, chamados e propósitos ministeriais es-
pecíficos para todo homem e mulher. Juntamente com essas 
coisas, Ele nos dá abundantemente “acima de tudo o que pe-
dimos ou pensamos, de acordo com o poder [o Espírito Santo] 
que opera em nós” (Ef 3:20) para nos capacitar a cumprirmos 
a Sua vontade, à medida que entregamos completamente nossa 
vida e desejos a Ele. 
2. A Unção Não Deve Ser Guardada Para Nós Mesmos
 A unção não tem o propósito de ser contida, possuída ou 
mantida para nós mesmos.
 O propósito básico da unção é capacitar-nos para sermos 
eficazes no ministério ou em nossas tarefas. Isso inclui darmos 
de graça aos outros no ministério o que nos foi dado pelo Espí-
rito Santo. 
 O próprio Jesus, no início do Seu ministério, disse: “O Es-
pírito do Senhor está sobre Mim, porque Ele Me ungiu...” (Lc 
4:16-21). Você notará, ao ler esses versículos, que Jesus em se-
guida citou várias coisas para as quais Ele foi especificamente 
ungido para fazer pelos outros.
 A unção é um privilégio sagrado. Não devemos desejá-la 
a fim de sermos percebidos como sendo mais espirituais ou 
melhores que uma outra pessoa. A unção é uma capacitação do 
Espírito Santo, dada para nos tornar mais frutíferos e eficazes 
no ministério e em nosso chamado. Isso significa que de fato 
nos tornaremos melhores servos a todos (Jo 13:12-17). Um es-
tilo de vida e uma atitude de doação, em todos os níveis e di-
mensões da vida, é o mandamento da Bíblia a todos os crentes 
(Mt 10:8; Lc 6:38; At 20:35).
 Deus deseja que o Seu povo dê continuamente dos seus 
recursos e capacidades para beneficiar outros. Sem um estilo 
de vida de doação, não seremos saudáveis espiritualmente, e 
o Corpo de Cristo também estará carente. Deus nos deu um 
exemplo na geografia de Israel que ajudará a ilustrarmos esse 
princípio.
Vida ou Morte
 Israel tem duas grandes extensões de água. Uma delas é o 
Mar da galiléia, e a outra é o Mar Morto. O Mar da galiléia 
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 23 
é um lindo lago de água doce que é repleto de vida. O Mar 
Morto é exatamente como o seu nome. Ele é tão cheio de sal e 
minerais que não consegue ser propício à vida. A água do Mar 
Morto não é potável e é tão insalubre que uma exposição pro-
longada a ela pode queimar a sua pele, causar uma cegueira, ou 
até mesmo matá-lo!
 O Mar da galiléia é suprido pela água doce de riachos e 
correntezas que nele deságuam. No extremo inferior, esta água 
doce, em seguida, flui para fora e entra no Rio Jordão, o qual, 
por sua vez, desemboca diretamente no Mar Morto. Como é 
possível então que a vivificante água doce do Mar da galiléia 
se torne o tóxico e sem vida Mar Morto?
 Há uma importante diferença entre estes dois “mares”: 
Águas boas e saudáveis desembocam em ambos, mas fluem 
para fora somente do Mar da galiléia. O Mar Morto não tem 
nenhuma saída. A água do Mar Morto somente fica estagnada 
e evapora, deixando para trás um acúmulo cada vez maior de 
sal e minerais. A água se torna venenosa e sem vida.
 Da mesma maneira, a unção do Espírito Santo na vida do 
ministro tem o propósito de produzir a vida de Jesus nos ou-
tros. Ela aumenta a vida de Deus dentro de nós, e, aí então, flui 
através de nós para os outros. Devemos dar continuamente aos 
outros através de um ministério e um serviço poderosamente 
capacitados e vivificantes.
 Quando oramos pelos outros, pregamos, ensinamos 
a Palavra, e compartilhamos palavras de edificação sob a 
unção do Espírito Santo, somos ministros vivificantes, que 
abençoamos e edificamos os outros. Se nos tornarmos ego-
ístas com o nosso tempo ou esforços – e escolhermos não 
fornecer um “fluir” contínuo da vida do Espírito Santo den-
tro de nós no ministério e no serviço aos outros – a unção 
do Espírito Santo ficará estagnada dentro de nós. O nosso 
propósito é recebermos contínua e revigoradamente do Es-
pírito Santo (Ef 5:18,19), e aí então distribuirmos as “águas 
vivas” que recebemos, através do ministério e serviço aos 
outros (Jo 7:37-39).
 Você pode ler sobre este princípio em Mateus 25:14-30. O 
que aconteceu com o servo que não fez nada com os dons e 
com a unção que Deus lhe havia dado?
3. A Unção Pode Ser Limitada ou Interrompida.
 Já aprendemos que a unção é a Pessoa e a presença do 
Deus-Espírito Santo. O Espírito Santo não é uma força incor-
pórea ou impessoal. O Espírito Santo é a Pessoa de Deus. 
 As Escrituras revelam que o Espírito Santo pode ser “en-
tristecido” (Ef 4:30). Isso significa “deixá-Lo angustiado, ficar 
magoado ou ficar contristado”. O Espírito Santo também pode 
ser “extinguido” (1 Ts 5:19). Essa palavra contém a idéia de 
ser suprimido ou sufocado, como um fogo que é apagado com 
água.
 a. Extinguindo o Espírito Santo. Como extinguimos o 
Espírito Santo? Isso acontece muito frequentemente quando as 
pessoas são resistentes ou apáticas, com relação à obra e ao 
mover do Espírito Santo. Se as pessoas estiverem relutantes 
em responder aos direcionamentos ou desejos do Espírito San-
to de Se mover em seu meio, elas poderão parar (extinguir) a 
Sua obra em seu meio.
 Por outro lado, o Espírito Santo também pode ser extin-
guido quando os nossos esforços humanos ou o nosso entu-
siasmo substituem a verdadeira obra do Espírito Santo. Há 
igrejas em que as pessoas realmente preferem praticar os seus 
próprios rituais e formalidades a cada semana, sem nenhum 
desejo de darem as boas-vindas a uma nova obra do EspíritoSanto em seus cultos. Quando isso acontece, Ele não tem a 
liberdade de agir e mover-Se. Dessa forma, o Espírito é “ex-
tinguido”.
 Há outros lugares em que as pessoas querem “agir” como 
se o Espírito Santo estivesse presente. Elas podem pular para 
lá e para cá, gritar, tremer ou outras coisas semelhantes. É ver-
dade que quando o poder do Espírito Santo está em ação, há 
às vezes manifestações físicas. Mas, se isso for feito somente 
como uma formalidade, e não em resposta a uma obra genuína 
do Espírito Santo, esse comportamento também pode extinguir 
a verdadeira obra que o Espírito Santo deseja fazer nesse mo-
mento.
 Todas as vezes que as pessoas escolhem substituir a verda-
deira presença e obra do Espírito Santo por uma formalidade, 
Ele não tem a liberdade de mover-Se da maneira como deseja. 
Assim sendo, Ele é extinguido.
 O que todos esses exemplos têm em comum? Todos eles 
revelam a tentativa do homem de controlar ou imitar a obra de 
Deus. As pessoas podem decidir que elas estão confortáveis 
com uma certa formalidade ou estilo que elas querem adotar. 
Todas as semanas, é o mesmo programa ou formalidade em 
seus cultos.
 Infelizmente, isso pode impedir que o Espírito Santo aja 
de fato em seus cultos para ministrar Sua vida, poder, cura e 
unção às pessoas. Não há nenhum espaço ou convite para Ele 
vir e agir. Nessas situações, a vontade do homem se opõe ao 
desejo do Espírito Santo – e o Espírito Santo é “extinguido” ou 
não tem a liberdade de agir.
 A Bíblia fala especificamente sobre os esforços da carne 
humana substituindo o poder e a presença do Espírito Santo: 
“Não por força, nem por poder, mas pelo Meu Espírito, diz o 
Senhor dos Exércitos” (Zc 4:6).
 De Pastor Para Pastor: Líder de igreja: até mesmo 
o seu próprio estilo ou forma pode limitar a obra do Espí-
rito Santo. Todas as vezes que um grupo de crentes se 
reúne, é preciso estar sensível ao que o Espírito Santo 
quer fazer.
Talvez Ele deseja mover-Se de uma maneira dócil, sos-
segada, e ministrar cura. Talvez o Espírito Santo venha com 
poder e liberte os cativos! Talvez Ele introduza uma sensa-
ção de uma celebração triunfante durante a adoração, para 
edificar a fé e a expectativa dos crentes; ou talvez Ele traga 
uma grande convicção de pecado, e, com isso, um desejo 
de arrependimento aos que estão presentes, com relação 
aos seus fracassos diante de Deus.
O ponto é que sempre devemos dar as boas-vindas e 
permitir tempo para a obra do Espírito Santo em nossos 
cultos. Precisamos orar, ouvir e obedecer aos direciona-
mentos e palavras proféticas que talvez venham. Aí en-
tão, o nosso “estilo” de ministério ou de pregação deve 
alinhar-se com o que o Espírito Santo estiver fazendo 
nesse momento.
 Por exemplo, se estivermos sendo exuberantes ou 
gritando quando o Espírito Santo quiser ministrar paz ou 
24 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
“quietude” (Sl 46:10), extinguiremos a Sua obra nesse 
momento. Se ignorarmos um sentimento de celebração 
que está surgindo na adoração, talvez interrompamos um 
irrompimento vitorioso no meio do povo.Talvez precise-
mos até fazer uma pausa durante a adoração e permitir 
que todos os presentes esperem no Senhor para ouvir 
d’Ele pessoalmente.
Movendo-se com o Espírito Santo
É vitalmente importante que, como líderes de igreja, 
desenvolvamos um discernimento e sensibilidade com 
relação ao Espírito Santo. Isso é feito melhor através de 
prolongados tempos de oração nos dias que antecedem 
o dia em que os crentes se reunirão. Esses tempos de 
oração não devem envolver somente o pedido para que 
Deus abençoe o que você já planejou. Esta é uma oportu-
nidade de submeter o seu coração e planos a Deus, e de 
esperar n’Ele, para você receber um sentimento do que 
ELE deseja fazer! Tome tempo durante a reunião também 
para esperar, ouvir e discernir.
Decida ser uma pessoa que esteja comprometida a 
qualquer coisa que Deus queira fazer. Lembre-se: esta 
é a Igreja d’Ele, e estas pessoas são o povo d’Ele. Você 
está aí para servi-las, cuidar delas e discipulá-las. Mas, 
o que é mais importante, o seu papel é mostrar às pes-
soas o caminho que as leva a Deus e ensinar-lhes como 
responder ao Seu Espírito em tudo! O Espírito Santo pode 
fazer uma obra de libertação, edificação ou cura numa 
pessoa muito rapidamente durante um culto. Esse tipo de 
trabalho, de outra maneira, talvez leve meses, ou talvez 
nunca aconteça absolutamente, sem o ministério do Espí-
rito Santo nesse momento. Assim sendo, vamos nos mo-
ver com o Espírito Santo e cooperar com a Sua obra todas 
as vezes que nos reunirmos! ■
 b. Entristecendo o Espírito Santo. As Escrituras também 
falam sobre entristecermos o Espírito Santo (Ef 4:30). “Entris-
tecer” significa deixar alguém triste ou angustiado. O Espírito 
Santo pode ser entristecido por qualquer coisa que permitimos 
ou nutrimos em nosso coração que não tenha as características 
de Jesus.
 Podemos ter atitudes, hábitos, pensamentos, palavras ou 
ações – o que quer que seja que não for semelhante a Cristo 
entristecerá o Espírito Santo.
 “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, pelo qual 
fostes selados para o dia da redenção. Que toda amargura, 
ira, cólera, gritaria, maledicência e malícia sejam tiradas do 
vosso meio. Antes sede benignos uns com os outros, misericor-
diosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em 
Cristo vos perdoou.” (Ef 4:30-32.)
 A exortação de Paulo aos cristãos efésios os ajuda a com-
preender que eles são o templo do Espírito Santo, tanto indivi-
dualmente (1 Co 6:19) como corporativamente (1 Co 3:9-17), 
como Corpo de Cristo.
 Pelo fato de que o Espírito de Deus habita em nós, pode-
mos ter um relacionamento íntimo com Ele. O Espírito Santo 
pode ser entristecido porque Ele nos ama (Rm 5:5). Vamos 
nos afastar de qualquer pensamento ou ação que possa causar 
tristeza e angústia ao Espírito de Deus que habita dentro de 
nós.
O Espírito e a Palavra
 Talvez haja líderes que digam que dão as boas-vindas à obra 
do Espírito Santo em seu meio. No entanto, eles podem tornar-
se presunçosos, negligenciando o estudo diligente da Palavra 
de Deus e o preparo necessário para ensinar e discipular os 
outros nos caminhos do Senhor. Eles simplesmente “deixam 
que o Espírito Santo faça a obra”. Esse tipo de pensamento é 
errado e pode levar a sérios problemas na vida do líder e dentro 
da igreja. Essa atitude pode tornar-se uma desculpa para a pre-
guiça ou para a falta de disciplina, o que Deus não abençoa.
 A Bíblia fala muito claramente aos líderes sobre essa ques-
tão. “Sê diligente para apresentar-te a Deus aprovado, um 
obreiro que não tem do que se envergonhar, que divide corre-
tamente a palavra da verdade.” (2 Tm 2:15.)
 Como líderes, precisamos preparar nosso coração com 
muita oração e encher nossa mente com a Palavra de Deus. 
Precisamos estudar diligentemente as Escrituras e preparar en-
sinos da Palavra de Deus que ajudem os que lideramos a se 
tornarem discípulos maduros de Jesus Cristo. Não podemos 
nunca ensinar erros, doutrinas falsas ou idéias carnais devido a 
uma falta de estudo e de familiaridade com a verdade da Pala-
vra de Deus. Seremos julgados pelo que ensinamos aos outros 
(Tg 3:1).
 Quando estamos preparados através da Palavra de Deus, 
podemos ter a total expectativa de que a unção do Espírito 
Santo trará poder à pregação da verdadeira Palavra de Deus. 
Podemos ter a expectativa de que o Espírito Santo nos usará 
como um instrumento nesse momento de ministério, e também 
ter a expectativa de que o Seu poder se seguirá com sinais e 
maravilhas.
 Mas, se não formos diligentes em estudar a Bíblia e orar, 
provavelmente ministraremos muito mais das nossas próprias 
idéias ou inclinações carnais. Como o Espírito Santo pode nos 
ungir quando não estamos apresentando a Palavra de Deus ou 
representando plenamente a Cristo em nossa vida e ministé-
rio?
Unção Espontânea
 A Bíblia ensina de fato que há ocasiões em que o Espírito 
Santo pode encher nossa boca com as palavras certas: “Mas, 
quando vos entregarem,não vos preocupeis com a maneira 
nem com o que deveríeis falar, pois vos será dado nesta hora o 
que deveríeis falar.” (Mt 10:19; veja também Marcos 13:11 e 
Lucas 12:11,12.) No entanto, esses versículos se referem a si-
tuações de perseguições ou de circunstâncias incomuns, e não 
a uma reunião semanal normal do seu rebanho! Portanto, essa 
referência bíblica nunca deve ser usada como uma desculpa 
para não estudarmos diligentemente a Palavra de Deus e não 
prepararmos ensinos sãos.
 Talvez haja ocasiões em que seremos chamados inespera-
damente para pregarmos, orarmos ou ministrarmos. Eu creio 
que nesses momentos vem uma unção espontânea (ajuda) do 
Espírito Santo. Lembre-se: Ele é Aquele que deseja tornar Je-
sus conhecido e atrair as pessoas à salvação através de Jesus 
Cristo! Ele nos usa em qualquer situação para fazer isto. Mas, 
quanto mais preparados estivermos na Palavra de Deus e na 
oração, tanto mais bem preparados estaremos para que Deus 
nos use eficazmente.
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 25 
 Deus requer que os Seus líderes sejam diligentes e fiéis 
para com a Sua Palavra. Isso é para o benefício pessoal do lí-
der, como também para o benefício dos que ele lidera. O hábito 
diário do estudo bíblico e da oração desenvolve dentro de nós 
uma “represa espiritual” à qual o Espírito Santo pode recorrer. 
O Espírito Santo então acrescenta o Seu poder, sabedoria e re-
velação divinas ao que dizemos. Esta combinação pode mudar 
a vida do ouvinte!
 A Palavra de Deus nos exorta a estarmos sempre prepara-
dos para que o Espírito Santo nos use em qualquer situação (2 
Tm 4:2; 1 Pe 3:15). Isso é conquistado somente através de um 
estudo diligente da Palavra de Deus e da oração!
4. A Unção Pode Ser Usada de Maneira Abusiva ou 
Incorreta. 
 Há vários exemplos nas Escrituras de homens e mulheres 
que usaram incorretamente ou abusaram do poder do Espírito 
Santo. Ao fazerem isso, este mau comportamento deles trouxe 
o juízo e a correção de Deus.
 a. Juízes Capítulos 13-16 – Sansão. O dom de Deus a San-
são foi uma grande força física. Quando o Espírito Santo vinha 
sobre Sansão (Jz 13:24,25; 14:6,19; 15:14), ele fazia grandes 
feitos contra os filisteus que oprimiam a Israel. No entanto, 
muito embora Sansão tivesse um dom excelente e incomum, a 
sua fraqueza moral causou a sua queda e encurtou a sua vida e 
serviço a Israel. (Veja Juízes Capítulo 16.) 
 Sansão achava que poderia viver à sua própria maneira e 
ainda assim esperar que Deus o ungisse. Isso foi uma presun-
ção total e causou o seu fracasso como servo de Deus. Ainda 
que ele tivesse se arrependido mais tarde e Deus o usasse uma 
vez mais, a vida e o ministério de Sansão provavelmente cum-
priram muito menos do que Deus intencionava.
 [Analisaremos mais detalhadamente como o caráter tem 
um impacto direto sobre a unção do líder de igreja na Seção 
III. B.1., Caráter e Unção.]
 b. Levítico 10:1-3 – Nadabe e Abiú. Esses dois filhos de 
Aarão (o Sumo Sacerdote) foram ungidos para servirem como 
sacerdotes ao povo de Israel. A Bíblia revela que eles oferece-
ram fogo “profano” (estranho ou estrangeiro) diante do Se-
nhor, de uma maneira “que Ele não havia lhes ordenado” (Lv 
10:1). Isso foi feito em desobediência ao mandamento anterior 
de Deus (Êx 30:9).
 Deus havia estabelecido os horários e os métodos precisos 
para os sacrifícios e ofertas dos sacerdotes. A obediência ao 
Senhor e aos Seus caminhos sempre é uma prioridade máxima. 
O fato de que Nadabe e Abiú foram ungidos como sacerdotes 
não os isentou de sua desobediência. O juízo de Deus foi rápi-
do e severo sobre esses dois filhos de Aarão, cujo serviço para 
Deus foi feito da maneira deles (Lv 10:2).
 Como líderes de igreja, precisamos sempre obedecer 
tanto o direcionamento do Espírito Santo como os princí-
pios e mandamentos da Palavra de Deus. Não podemos cair 
na armadilha de acharmos que podemos escolher minucio-
samente a maneira pela qual nós queremos seguir a Deus 
e ministrar em Sua Igreja. Precisamos aceitar de braços 
abertos TUDO o que Ele nos revela através da Sua Palavra 
sobre um ministério eficaz, e exercê-lo com todas as nossas 
forças!
De Pastor Para Pastor: É tentador para os líderes de 
igreja que Deus unge – especialmente os que Deus está 
usando grandemente – achar que os mandamentos bási-
cos das Escrituras de alguma forma não se aplicam mais 
a eles. Eles se esquecem que tudo o que fazem é feito 
diante dos olhos de um Deus santo (Lv 10:3).
Todos nós já ouvimos sobre homens e mulheres a 
quem Deus estava usando grandemente e que então ca-
íram em fracassos morais, impropriedades financeiras, 
e em outras graves ofensas e pecados. Estes fracassos 
raramente vêm sobre eles num só momento. Eles geral-
mente começam com “pequenos” meios-termos e descul-
pas, que levam a uma desobediência à Palavra e a um 
fracasso total (Tg 1:14,15).
Nunca podemos nos esquecer que Deus é santo, e 
que Ele nos chamou para que fôssemos santos também 
(Lv 11:44; 1 Pe 1:16). A Palavra de Deus, os Seus man-
damentos e os Seus preceitos são para todos os crentes 
e seguidores de Cristo – especialmente para os Seus 
líderes chamados e ungidos! ■
 c. Números 11:16-30 – os Anciãos. A Bíblia registra um 
evento nas jornadas de Israel em que Deus colocou o Seu Es-
pírito sobre 70 anciãos e eles profetizaram (v. 25). Houve dois 
homens que não se reuniram com os outros no Tabernáculo, 
mas permaneceram no arraial. O Espírito veio sobre eles tam-
bém, e eles começaram a profetizar (v. 26). 
 Josué, que na época era o assistente de Moisés, pediu que 
esses dois homens fossem impedidos e proibidos de profetizar 
(v. 28). Moisés, no entanto, repreendeu a Josué e expressou o 
seu desejo profético de que todos os membros do povo de Deus 
tivessem o Espírito Santo sobre eles (v. 29; veja também Joel 
2:28,29; Atos 2:14-21).
Obediência a Deus:
nossa prioridade máxima.
26 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
 Josué, provavelmente, tinha boas intenções, pois estava 
preocupado com o fato de que aqueles dois homens estivessem 
profetizando fora de ordem, uma vez que não estavam presen-
tes com os outros anciãos. Josué, no entanto, estava errado em 
achar que era responsabilidade sua decidir quando e através de 
quem Deus falaria.
De Pastor Para Pastor: Quando os líderes tentam 
exercer o seu próprio controle ou restringir a ação do 
Espírito Santo, eles estão errados. Frequentemente, os 
nossos desejos e motivações são bons, no sentido de 
que “todas as coisas sejam feitas decentemente e com 
ordem” (1 Co 14:40). Mas os nossos caminhos não são 
os caminhos de Deus (Is 55:8,9). Os nossos padrões ou 
conceitos humanos sobre as coisas com as quais nos 
sentimos confortáveis talvez não tenham nada a ver com 
o que Deus deseja fazer num dado momento.
Deus pode mover-Se de maneiras incomuns, através 
de fontes improváveis, e com métodos incomuns. Con-
sidere a jumenta de Balaão (Nm 22:22-40), ou Jesus 
usando a terra e a saliva ao curar um homem cego (Jo 
9:1-7).
Estamos vivendo em dias de uma grande colheita e 
do derramamento do Espírito de Deus. Extraordinários 
eventos, milagres, declarações proféticas e outras mani-
festações do Espírito de Deus estão aumentando ao redor 
do mundo. Precisamos usar o discernimento, sim, e não 
simplesmente aceitar ou crer em tudo que está sendo fei-
to em nome de Deus (Mt 7:21-23). No entanto, também 
precisamos aprender a cooperarmos e nos movermos 
com o Espírito Santo em qualquer momento.
Não somos os que decidem quando, como e através 
de quem o Espírito Santo pode agir. O vaso que Deus 
usa certamente não será perfeito. Nenhum de nós o 
é, mas somos aqueles através dos quais Deus decidiu 
agir!
Contudo, precisamos observar que as Escrituras tam-
bém deixam claro que não devemos nos envolver com os 
que estão vivendo em pecado ou ensinando coisas er-
radas (1 Tm 6:3-5; 2 Tm 3:1-5). Também precisamos ter 
o cuidado de julgarmos corretamente as profecias (1 Co 
14:29). Não devemos usar os padrões externos do mundo 
para avaliarmos ou conhecermosum irmão ou irmã (2 Co 
5:16,17).
Como pastores, em nosso desejo de liderar, podemos 
ser tentados a tomar o controle. Aí então estaremos cor-
rendo o risco de interferirmos ou interrompermos comple-
tamente a obra do Espírito Santo em nosso meio (como 
Josué quase o fez).
Devemos dedicar tempo para discipularmos os que 
servimos com relação a quando e como profetizar. Con-
tudo, precisamos então estar dispostos a permitir que o 
Espírito Santo aja através deles à medida que eles apren-
dem e crescem. 
Lembre-se: o nosso papel como pastores é liderar e 
fazer com que as pessoas cresçam como discípulos. Isso 
significa, entre outras coisas, que nós lhes ensinamos – e 
liberamos – para que elas recebam do Espírito Santo e 
respondam ao Seu direcionamento. ■
 d. Atos 5:1-11; 8:9-24 – Ananias & Safira; Simão, o Fei-
ticeiro. O Livro de Atos registra duas tentativas separadas na 
Igreja Primitiva de se usar incorretamente o poder do Espírito 
Santo.
 1) A primeira delas envolvia Ananias e Safira (At 5:1-11). 
Eles estavam tentando enganar a liderança da Igreja Primitiva 
com relação à venda de sua propriedade. Porém, quando Pedro 
os confrontou, ele citou a ofensa deles como uma “mentira ao 
Espírito Santo” (v. 3).
 Fica claro com esse texto que a questão não tinha a ver 
com a quantia de dinheiro que eles deram (v. 4). Eles foram 
julgados por sua hipocrisia. Deus estava confrontando o tipo 
de hipocrisia e espírito religioso que caracterizava os escribas 
e fariseus (Mt 23:1-36; 6:1-6; Mc 12:38-40; etc.).
 Os que seguem a Cristo devem ter uma retidão que exceda 
a retidão dos fariseus (Mt 5:20). Deve ser uma retidão do cora-
ção, e não uma forma externa ou simplesmente uma aparência 
de retidão. Também deve ser dito que se alguém tiver de fato 
esta retidão interna, ela se revelará num comportamento exter-
no que também seja verdadeiramente um comportamento de 
retidão (Mt 23:25,26).
 Aparentemente, Ananias e Safira estavam usando o sin-
gular e profundo mover do Espírito Santo na Igreja Primitiva 
para o seu benefício próprio. Eles estavam dando a impressão 
de estarem cooperando com a obra, mas, obviamente, eles 
tinham motivações egoísticas e segundas intenções. As suas 
ações revelam que eles não respeitavam a autoridade dos 
apóstolos que Deus havia designado como líderes – e, em úl-
tima análise, não respeitavam nem honravam o Espírito Santo 
de quem os apóstolos haviam recebido autoridade.
 Deus viu o coração de Ananias e Safira, e trouxe um juízo 
rápido e severo sobre eles (At 5:5,9,10).
 O desejo de Deus é o de uma Igreja pura e santa (Ef 5:27). 
Para realizar isso, o Senhor da Igreja age incessantemente para 
transformar e purificar a Sua Noiva (Ef 5:26,27). Ele nos ama 
o suficiente para nos disciplinar e nos castigar (1 Pe 4:17; Hb 
12:3-11). 
 2) A segunda ocasião de uma tentativa de se usar ina-
propriadamente a unção do Espírito Santo na Igreja Primi-
tiva encontra-se em Atos 8:9-24. Aqui, encontramos Simão, 
o feiticeiro, que era um novo convertido a Cristo (v. 13). 
Enquanto Simão seguia Filipe, ele ficou estupefato com as 
coisas grandiosas e milagrosas que via o Espírito Santo fa-
zendo!
 Quando Simão testemunhou os apóstolos ministrando aos 
outros no poder do Espírito Santo, ele cobiçou este poder para 
si mesmo. Em sua imatura e ainda mundana forma de pensar, 
Simão ofereceu dinheiro aos apóstolos a fim de receber aquele 
poder (v. 18,19).
 Pedro, pelo poder do Espírito Santo, discerniu as motiva-
ções do coração de Simão. “Pois eu vejo que você está enve-
nenado pela amargura e preso pela iniqüidade” (v. 23). Era 
óbvio que Simão tinha motivações egoísticas. O seu coração 
estava preso pelo pecado, e ele não desejava o Espírito Santo a 
fim de glorificar a Deus e servir aos outros.
 “Amargura” neste contexto é como um ciúme ou uma in-
veja competitiva (Tg 3:14). Simão queria ser importante e im-
pressionar os outros, talvez como quando ele era um feiticeiro 
(At 8:9-11). Ele queria o poder de Deus para o seu benefício 
próprio.
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 27 
De Pastor Para Pastor: Até mesmo hoje em dia, en-
contramos líderes que são verdadeiramente dotados, un-
gidos, e que estão sendo usados por Deus. Infelizmente, 
porém, eles podem começar a achar que são mais impor-
tantes do que deveriam achar. Eles começam a agir como 
se o poder fosse deles, e não de um Deus misericordioso 
(2 Co 4:5-7). Eles usam o ministério para engrandecer o 
próprio nome, para ganhar riquezas, ou para influenciar 
os outros a segui-los.
A maioria dos líderes não começam desta maneira. 
Os bons líderes anseiam em ver Deus movendo e rece-
bendo a glória quando a vida das pessoas é transformada 
pelo Seu poder. No entanto, se não formos cautelosos e 
diligentes no sentido de guardarmos o nosso coração (Pv 
4:23), poderemos nos desviar.
O Diabo não consegue negar, frustrar, atacar ou ven-
cer o poder de Deus (Jo 1:5). Assim sendo, Satanás tenta 
enganar e envenenar o coração do líder (2 Co 2:11; 11:13-
15), para fazer dele um vaso que esteja servindo a si pró-
prio e não mais servindo a Deus e Seus propósitos. ■
Ficando Firmes na Fidelidade
 No caso de Ananias e Safira, e com Simão, lições de cautela 
e sobriedade são fornecidas a nós. Precisamos estar cientes de 
que Satanás tem o poder de influenciar os nossos pensamentos 
e ações, se permitirmos isto (At 5:3). Não devemos dar-lhe 
nenhum espaço para ele agir (Ef 4:27).
 No entanto, quando os líderes de fato fracassam – esco-
lhendo o pecado em vez da retidão – isto é um problema mui-
to sério. Em primeiro lugar, pelo fato de que o nosso Deus é 
santo, o pecado viola o nosso relacionamento com Ele. Todos 
os seguidores de Cristo foram chamados e receberam o man-
damento de terem santidade pessoal e pureza moral (1 Pe 1:13-
19). 
 Em segundo lugar, somos chamados para sermos líderes 
a quem é confiado o cuidado do povo de Deus. Quando ce-
demos ao pecado, quebramos esta confiança e tornamo-nos 
maus exemplos para o povo que lideramos. Também deixamos 
as ovelhas vulneráveis aos ataques do Inferno (1 Pe 5:2-4; At 
20:28-30; Hb 13:7,17; Tg 3:1). Se Satanás conseguir destruir 
um líder, as ovelhas serão dispersas e ficarão vulneráveis à 
queda (Mc 14:27).
 Os nossos fracassos também ferem as nossas famílias e a 
nossa reputação. Ferimos a Família de Deus também, e ferimos 
a reputação de outros líderes de igreja fiéis, os quais, conse-
quentemente, são vistos com desconfiança e suspeitas. (Veja as 
instruções de Paulo sobre a escolha de anciãos em 1 Timóteo 
3:1-7.) Satanás visa líderes de igreja muito especificamente 
com os seus estratagemas de destruição. Mas lembre-se: ele 
não consegue fazer com que você peque, a menos que você 
escolha seguir as tentações dele. Resista ao Diabo, e ele tem 
que fugir de você (Tg 4:7).
 O seu papel e unção de liderança é um privilégio; também é 
uma responsabilidade séria e essencial. A Bíblia nos dá muitas 
exortações sobre permanecermos fiéis e terminarmos bem (Mt 
24:13; Fp 3:17-19; 2 Tm 4:6-8). Devemos permanecer firmes 
em nossa esperança e fé em Cristo até o fim, sendo exemplos 
ao rebanho da nossa fidelidade, por amor a Jesus e para a Sua 
glória (1 Pe 5:2,3).
D. PREFIGURAÇÕES DA UNÇÃO NO ANTIGO 
TESTAMENTO
 Ao continuarmos o nosso estudo, vamos examinar algumas 
prefigurações da unção no Antigo Testamento. Como foi men-
cionado anteriormente, o Antigo Testamento foi dado para a 
nossa instrução e exemplo (Rm 15:4; 1 Co 10:11). Ele nos aju-
dará a adquirirmos um quadro mais completo da unção como 
uma promessa dada e que foi inicialmente cumprida no início 
da era da Igreja Neo-Testamentária. (Veja Atos Capítulo 2.)
1. Prefigurações Simbólicas
 Há várias prefigurações simbólicas no Antigo Testamento 
da Pessoa e obra do Espírito Santo.
 a. Fogo – No Tabernáculo e no altar de incenso, as ofertas 
queimadas tinham um fogo que ardia continuamente e que foi 
originalmente iniciado por Deus (Lv 9:24; 2 Cr 7:1-3). Este 
fogo deveria ser mantido e estar ardendo sempre (Lv 6:13).
 Estamesma imagem de fogo, que simboliza a presença 
viva do Espírito de Deus, também é vista no Novo Testamento 
(Mt 3:11; At 2:3).
 b. Água – A água é um símbolo usado no Antigo Testamen-
to para mostrar o Espírito Santo trazendo um refrigério espiri-
tual e bênçãos de Deus. Nesta parte do mundo em que a água 
era rara, o uso simbólico da água para representar o Espírito de 
Deus falava claramente às pessoas (Sl 23:2; Is 35:6,7).
 Ezequiel teve uma visão de um grande rio fluindo da habi-
tação de Deus em Seu Templo (Ez 47:1-12). Isso refletia o fluir 
irrestrito do Espírito de Deus sobre o Seu povo.
 Jeremias usa a “fonte de águas vivas” (Jr 2:13; 17:13) para 
retratar a presença de Deus através do Seu Espírito. Jesus tam-
bém fala de águas vivas: “... do seu coração fluirão rios de 
água viva. Mas isto Ele falou com relação ao Espírito...” (Jo 
7:37-39.) Nesta ocasião, Jesus estava profetizando especifica-
mente sobre o derramamento vindouro do Espírito Santo (Jo 
14:16,17; At 2).
 c. Sangue - Lemos no Antigo Testamento sobre uma unção 
especial para os sacerdotes que envolvia o sangue (Êx 29:19-
21).
 d. Óleo - O óleo era amplamente usado em todo o Antigo 
Testamento. Desde o uso comum na culinária, nas luminárias 
e nos cosméticos, até a mais elevada das funções do Templo, o 
óleo tinha um papel importante.
 O óleo era especialmente simbólico da presença e do poder 
consagrador do Espírito Santo. Vemos isto com os reis (1 Sm 
10:1), sacerdotes (Êx 29:1-9), e com a purificação cerimonial 
dos leprosos (Lv 14:10-18).
 O óleo também simbolizava a alegria (Is 61:3), e a sua au-
sência representava a tristeza ou a humilhação (Jl 1:10). O óleo 
também era uma imagem da prosperidade (Dt 33:24), do con-
solo (Jó 29:6), e do alimento espiritual (Sl 45:7).
Um Poderoso Quadro Simbólico
 Através desta breve análise do Antigo Testamento, vemos o 
rico depósito de símbolos, quadros e imagens que nos revelam 
muito sobre a unção do Espírito Santo e da Sua obra em nossa 
vida. Como prefigurações, eles representam a unção e a obra 
do Espírito Santo que temos à nossa disposição hoje! Essa un-
ção é a promessa cumprida do nosso Pai Celestial (Jl 2:28-32) 
28 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
de derramar o Seu Espírito sobre o Seu povo (At 2:15-20, 33-
39).
 Um dos quadros simbólicos mais poderosos da unção 
do Espírito Santo é a fabricação e o uso do santo óleo da 
unção.
 Um estudo da seguinte passagem nos dará muitas revela-
ções sobre a natureza e a função da unção do Espírito San-
to:
 “Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo: Tu pois toma 
também para ti das principais especiarias – quinhentos siclos 
de mirra líquida, a metade disto de canela aromática (duzen-
tos e cinqüenta ciclos), duzentos e cinqüenta ciclos de cálamo 
aromático, quinhentos siclos de cássia, de acordo com o siclo 
do santuário, e um him de azeite de oliveira. E disto farás um 
óleo de unção santo, um unguento composto segundo a arte do 
perfumista. Será um óleo de unção santo. Com ele ungirás o 
tabernáculo da congregação e a arca do testemunho, a mesa e 
todos o seus utensílios, o castiçal e os seus utensílios, e o altar 
do incenso, o altar das ofertas queimadas com todos os seus 
utensílios, e a pia com a sua base. Tu os consagrarás, para 
que possam ser santíssimos; tudo o que os tocar precisa ser 
santíssimo. E ungirás a Aarão e seus filhos, e os consagrarás, 
para que possam ministrar a Mim como sacerdotes. E falarás 
aos filhos de Israel, dizendo: Este será um óleo de unção santo 
para Mim por todas as vossas gerações. Não será derramado 
na carne do homem, nem fareis nenhum outro como ele, con-
forme a sua composição. Santo é, e será santo para vós. Quem 
quer que seja que compuser tal perfume como este, ou que dele 
puser sobre um estranho, será extirpado do seu povo.” (Êx 
30:22-33.)
 O óleo da unção era sagrado e santo ao Senhor. Os israelitas 
deveriam considerar o óleo da unção da mesma maneira. Esta 
mistura era um óleo da unção separado e singular, que deveria 
ser usado somente para cerimônias sagradas (vv. 31-33).
 Deus deu uma fórmula divina para este óleo da unção (vv. 
22-25). Ele não deveria ser duplicado para outros usos. O seu 
uso era proibido para qualquer um que fosse estrangeiro ao 
povo da aliança de Israel (v. 33).
Designação Divina
 Como ele era uma prefiguração da unção do Espírito Santo, 
os estatutos muito rígidos com relação a este óleo da unção 
especial nos revelam três princípios muito importantes:
 Em primeiro lugar, Deus tem uma vontade soberana com 
relação à unção do Seu Espírito. Exatamente como Ele dirigiu 
os ingredientes do óleo da unção (Êx 30:22-25), assim também 
é somente Deus que dirige a Sua unção (1 Sm 10:1) e a ma-
neira pela qual esta unção deve ser expressa através da vida de 
uma pessoa (1 Co 12:7,11).
 Em segundo lugar, o óleo da unção era para os sacerdo-
tes que serviam no Tabernáculo (Êx 30:30). Ele não deveria 
ser derramado sobre a carne de alguém (Êx 30:32). Todos os 
genuínos crentes em Jesus Cristo, como “sacerdócio real” de 
Deus (1 Pe 2:9,10; Ap 1:6), têm uma unção do Espírito Santo 
(1 Jo 2:20-27).
 Esta unção não se encontra disponível ao incrédulo. O Es-
pírito de Deus habita somente nos que são salvos e que andam 
em obediência a Deus (Jo 3:5,6; Rm 8:14-16; 1 Co 12:3).
De Pastor Para Pastor: No Antigo Testamento, o 
Sumo Sacerdote entrava no Santo dos Santos uma vez 
por ano para fazer expiação pelo povo. (Veja Levítico 16.) 
Somente ele tinha um acesso direto a Deus a cada ano.
Por ocasião da morte de Cristo na Cruz, o véu bem 
espesso e semelhante a um tapete, que separava o Santo 
dos Santos no Templo, foi sobrenaturalmente rasgado em 
duas partes, de alto a baixo (Mc 15:38; veja também Êxo-
do 26:31-33). Este poderoso evento revela que um pleno 
acesso a Deus agora era possível a todas as pessoas. 
Quando Cristo cancelou a dívida do pecado da humani-
dade na Cruz, a salvação pela fé n’Ele foi disponibilizada 
a todos os que O recebessem (Rm 10:9,10).
Todos os que invocam o nome do Senhor serão salvos 
(Rm 10:12,13). E todos os que são salvos pela fé em Jesus 
Cristo têm um livre acesso ao “trono da graça” (Ef 3:12; Hb 
4:16; 10:19), que é a própria presença de Deus! Aleluia!
Os cristãos não precisam mais de um sacerdote ou de 
ninguém mais para ir a Deus em nome deles. Todos os cren-
tes podem e devem ter o seu relacionamento pessoal com 
Deus através da oração, da adoração e da comunhão. Eles 
podem conversar e orar a Ele; eles podem ouvi-Lo.
Esse acesso a Deus para todos os que crêem em Seu 
Filho para a salvação é o motivo pelo qual todos os cren-
tes são chamados de um sacerdócio santo. “... vós tam-
bém, como pedras vivas, estão sendo edificados numa 
casa espiritual, um sacerdócio santo, para oferecerdes 
sacrifícios espirituais [isto é, adoração, oração, ações de 
serviço, dízimos e ofertas] aceitáveis a Deus através de 
Jesus Cristo.” (1 Pe 2:5; veja também Apocalipse 1:6.)
Os “sacrifícios espirituais” aos quais somos chamados 
não fazem com que sejamos aceitos por Deus. Já somos 
aceitos por Deus por causa do sacrifício de Jesus na Cruz. 
A nossa salvação é somente pela fé em Jesus, e não por 
nenhuma das nossas obras próprias (Ef 2:8,9).
É por isso que o véu que separava o Santo dos Santos 
no Templo foi rasgado desde o alto até embaixo. Este ato 
demonstrava simbolicamente que a nossa salvação foi 
iniciada por Deus. Isso significa que Deus nos alcançou 
pelo favor imerecido (graça) de Cristo, morrendo pelos 
nossos pecados na Cruz.
Os nossos esforços no sentido de sermos retos são 
fúteis em última análise e não podem nos obter a salva-
ção (Rm 3:9-20; Gl 2:16). No entanto, vivemos na prática 
e expressamos a nossa fé através de sacrifícios espiritu-
ais, à medida que andamos em obediência a Deus e no 
serviço ao Seu Corpo e ao mundo (Tg 2:14-26). 
Pastor, você precisa ensinar essas verdades básicas 
da Cruz frequentemente. Os que você lidera precisam 
compreender a salvação que eles receberam gratuita-
mente, e, por sua vez, precisamser capazes de comu-
nicá-la claramente aos que estão tentando desespera-
damente “receber por merecimento” a salvação, através 
de outro meio que não é o que Cristo já nos forneceu (1 
Pe 3:15). ■
 Em terceiro lugar, o óleo da unção não deve ser duplicado 
para outros usos, nem deve ser falsificado (Êx 30:32,33).
 A unção com o óleo no Antigo Testamento simbolizava a 
designação divina de um objeto ou pessoa. Esta designação 
consagrava o objeto ou a pessoa a um lugar ou função especial 
nos propósitos de Deus.
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 29 
 Com uma designação soberanamente ordenada vinha a au-
toridade e o poder necessários para se capacitar o indivíduo a 
cumprir o que Deus havia decretado (1 Sm 16:13; Is 61:1). O 
mesmo princípio se aplica ao crente do Novo Testamento, in-
dependentemente do lugar de serviço que Deus lhe deu, dentro 
ou fora da Igreja. Isso também se aplica aos que Deus chamou 
especificamente para o serviço ministerial de tempo integral (2 
Co 1:21; 1 Ts 5:24). Deus nos disponibiliza tudo o que precisa-
mos, não somente para que sejamos servos frutíferos Seus, mas 
também para que sejamos vencedores na vida e no ministério!
O Problema com as Falsificações
 A disponibilidade da unção de Deus para nós é uma no-
tícia maravilhosa! Contudo, precisamos ter cuidado para não 
falharmos com relação às admoestações de Êxodo 30 sobre 
falsificarmos o óleo da unção. Deus considerava isto uma ofen-
sa grave, até mesmo criminosa (Êx 30:32,33). O que pecasse 
desta maneira era “estirpado” do povo de Israel. Os estudiosos 
bíblicos frequentemente associam essa palavra com o fato de 
alguém ser condenado à morte.
 O que o simbolismo da falsificação significa para nós hoje, 
como ministros do Novo Testamento? Já examinamos o peca-
do de usarmos a unção de Deus para o nosso benefício próprio 
(Fp 1:15,16). Há outras maneiras pelas quais a unção de Deus 
é falsificada no ministério hoje.
 Algumas pessoas no ministério erroneamente acham que a 
meta das suas pregações é fazer com que as pessoas fiquem en-
tusiasmadas. Assim sendo, elas falsificam a unção através do seu 
exuberante estilo de pregação ou ensino. Às vezes, elas dizem 
coisas que as pessoas querem ouvir, até mesmo contradizendo a 
Bíblia. Talvez contem histórias exageradas, ou talvez usem ou-
tras formas de manipulação para entusiasmarem a multidão.
 Outros no ministério talvez queiram ser impressionantes 
para ganharem seguidores para si mesmos. Eles talvez falsifi-
quem a unção, fingindo entender os “profundos mistérios” que 
ninguém mais entende (2 Co 11:3,4). Eles reivindicam títulos ou 
posições a fim de impressionar os outros, ou usam a sua posição 
ou autoridade para influenciar os outros a fazerem coisas que 
talvez sejam pecaminosas ou que talvez beneficiem o líder.
 Há muitas outras maneiras em que as pessoas são tentadas a 
falsificarem ou usarem inapropriadamente a unção. No entanto, 
o ponto em questão é o seguinte: a falsificação ou o uso inapro-
priado da unção do Espírito Santo é uma grave ofensa a Deus. É 
também uma forma de engano que, quando houver persistência, 
dá lugar ao mundo demoníaco na vida do líder de igreja. No fim, 
isso trará o juízo de Deus na vida dessa pessoa também.
 A falsificação da unção do Espírito Santo é abordada no 
Novo Testamento. Um dos exemplos mais evidentes é quando 
Paulo condena os “falsos apóstolos”. Paulo os iguala à tenta-
tiva de Satanás de imitar os anjos de Deus a fim de desviar os 
crentes. (Veja 2 Coríntios Capítulo 11.)
 Há hoje em dia os que aparentam ser mensageiros ungidos 
por Deus, mas que não são. O Novo Testamento dá muitas ad-
moestações sobre eles (Mt 7:15-20; At 20:27-30; 2 Co 11:1-15; 
gl 1:6-10; Cl 2:18-23; 1 Tm 4:1-3; 2 Tm 3:1-9; 2 Pe 2:1-22; 1 
Jo 4:1-6; Jd 3-19).
 Mais tarde neste artigo, estudaremos sete características 
que se encontram nos que agem com uma genuína unção do 
Espírito Santo. Esta lista será útil no exame do seu próprio mi-
nistério, como também no discernimento da presença genuína 
do Espírito Santo em outros ministérios ou líderes de igreja.
De Pastor Para Pastor: Não há nada errado com o 
desejo de sermos eficazes no ministério e de termos o 
poder da unção do Espírito Santo. Mas é errado fingirmos 
que somos algo que não somos, incluindo-se a tentativa 
de agirmos como se estivéssemos ungidos.
Além disso, por que deveríamos fazer o esforço de 
fingirmos que estamos ungidos, quando podemos verda-
deiramente ser ungidos – se quisermos receber a unção 
nos termos de Deus, e não nos nossos próprios termos?
Podemos proteger nossa vida do pecado e do engano 
com relação à unção – e entrarmos numa unção cada vez 
maior e genuína do Espírito – de várias maneiras:
● Aceite os dons e o chamado que Deus lhe deu. Não 
inveje nem critique o que os outros têm, nem tente imitá-
los.
● Ore diariamente para conhecer a vontade de Deus 
para você e para o seu ministério.
● Esteja satisfeito com o lugar para o qual Deus o cha-
mou e com o que Ele está pedindo que você faça.
● Peça continuamente a ajuda e o poder de Deus para 
você fazer a vontade d’Ele.
● Relembre a si mesmo todos os dias que você está 
no ministério para servir a Deus e aos outros, e não para 
servir a si mesmo ou para o seu benefício próprio.
Também mantenha em mente que não há nenhum es-
tilo de pregação ou de liderança específico que seja mais 
“ungido” do que um outro estilo. Eu já vi líderes ungidos 
que falam dócil e sossegadamente. Enquanto ensinam a 
Palavra de Deus, as pessoas são soberanamente cura-
das ou tocadas pelo Espírito Santo. Outros líderes talvez 
demonstrem expressões físicas externas ou talvez come-
cem a falar mais alto quando o Espírito Santo está minis-
trando através deles aos outros. Nenhum destes estilos é 
certo ou errado.
O importante é cultivar uma sensibilidade ao Espírito 
Santo todas as vezes que você ministrar. Espere, ouça, 
corresponda ao que Ele estiver dizendo e fazendo numa 
dada reunião. Aí então alinhe o seu estilo com o que o 
Espírito Santo desejar ministrar num certo momento.
Lembre-se de que Deus o chamou exatamente como 
você é. Ele lhe deu dons específicos por uma razão. Ele 
deseja usá-lo como a pessoa que você é, juntamente com 
os dons que você tem – em combinação com a unção e 
a obra transformadora do Espírito Santo – para ministrar 
aos outros. ■
2. Lições com o Óleo da Unção
 Vamos examinar agora, mais minuciosamente, os ingre-
dientes do óleo da unção e o que eles revelam sobre a unção do 
Espírito Santo.
 Especificamente, o óleo da unção continha mirra, canela, 
cálamo aromático, cássia e azeite de oliva (Êx 30:23,24).
 a. Mirra. A mirra era um narcótico suave, usado como 
analgésico. Conhecida pelo seu cheiro agradável, era também 
usada na fabricação de perfumes e cosméticos.
 A mirra se encontrava entre os presentes que foram dados 
ao Bebê Jesus pelos magos (Mt 2:11). Na Cruz, houve uma 
tentativa de se dar mirra a Jesus para aliviar o Seu sofrimento, 
30 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
porém Ele a recusou (Mc 15:23). Ao recusar esse analgésico, 
Cristo Jesus ficou firme em Sua missão de “provar a morte por 
todos” (Hb 2:9). Devido à sua fragrância, a mirra também foi 
uma das especiarias usadas para o sepultamento de Jesus (Jo 
19:39).
 O uso da mirra como um agente que remove a dor tem um 
significado profético para nós. Jesus Cristo, o Ungido, veio 
para carregar os nossos fardos na Cruz. Neste lugar de sacrifí-
cio, Jesus cumpriu o Seu propósito de ser Aquele que nos cura 
(1 Pe 2:24) e Aquele que nos liberta da escravidão do pecado e 
da morte (Hb 2:9,14-18).
 Como um símbolo profético no óleo da unção, a mirra nos 
retrata como o Espírito Santo nos ajuda a introduzirmos as 
pessoas na cura e libertação de suas angústias, da escravidão 
ao pecado e das enfermidades. O profeta Isaías fala profetica-
mente do poder da unção: “... o jugo será destruído por causa 
do óleo da unção” (Is 10:27). A palavra hebraica referente a 
um jugo sendo “destruído” neste versículo vai além de sim-
plesmenteser danificado ou quebrado; ela significa “comple-
tamente destruído”.
 O poder do Espírito Santo pode libertar totalmente as pes-
soas e trazer uma cura completa aos enfermos. O desejo de 
Deus é que ministremos aos outros desta maneira com a unção 
do Espírito Santo.
 b. Canela. Nos tempos bíblicos, a canela era uma espe-
ciaria rara, cara e altamente apreciada (Ct 4:14). A canela tem 
uma fragrância agradável, mas é mais conhecida pelo seu gos-
to bem forte ao ser usada em certas comidas. Assim sendo, a 
presença desta especiaria no santo óleo da unção nos retrata o 
fogo ou zelo que vem da unção do Espírito Santo.
 João Batista descreveu Jesus, o Messias, como Aquele que 
nos batizaria com o Espírito Santo e com fogo (Mt 3:11). A 
palavra “fogo” neste versículo é interpretada por alguns como 
um agente de purificação no coração do crente. Há uma certa 
verdade nesta interpretação, mas o seu significado vai ainda 
além. O fogo é explosivo, poderoso e consumidor. As Escritu-
ras falam de Jesus sendo consumido com o zelo pela Casa de 
Seu Pai (Jo 2:13-17).
Intrepidez Sobrenatural
 Há um exemplo claro deste tipo de zelo ardente do Espí-
rito Santo no Novo Testamento. Antes do Dia do Pentecos-
tes, os discípulos e os poucos crentes que restaram estavam 
juntos numa sala em Jerusalém (At 1:12-14). Jesus lhes ha-
via dito que eles deveriam evangelizar o mundo (At 1:8). 
Contudo, como que uma tarefa tão grande assim poderia ser 
realizada por tão poucos? Eles não eram grandes oradores, 
filósofos, ou bem instruídos. Eram pessoas comuns, cerca-
das por uma cultura hostil, que havia acabado de crucificar 
o seu líder.
 Esses homens e mulheres não eram covardes, mas estavam 
confusos, incertos, e sem nenhuma idéia do que fazer ou de 
como fazê-lo. No entanto, eles sabiamente esperaram, conti-
nuando em oração, enquanto mantinham a unidade e o enco-
rajamento mútuo. Muito embora não compreendessem, eles se 
ativeram à promessa que Jesus lhes havia feito de um poder 
vindouro do Espírito Santo (At 1:5,8). E, assim sendo, eles 
aguardaram...
 “E, de repente, veio um som do Céu, como de um vento 
veemente e impetuoso, o qual encheu toda a casa em que 
estavam assentados. Aí então lhes apareceram línguas di-
vididas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada 
um deles. E todos foram cheios com o Espírito Santo...” (At 
2:2-4.)
 Num só momento, a vida daquelas 120 pessoas foram 
transformadas ao serem cheias com o Espírito Santo! Imedia-
tamente, aquele evento ganhou notoriedade (At 2:5-13). Pedro, 
um pescador inculto, que havia negado a Cristo por temor, de 
repente fica de pé e intrepidamente prega o seu primeiro ser-
mão sob a unção do Espírito Santo (At 2:14-39). Como resul-
tado, cerca de 3.000 almas foram acrescentadas ao Reino de 
Deus naquele mesmo dia (At 2:41).
 Os discípulos passaram de uma condição de temor, de ove-
lhas inseguras, para uma condição de intrepidez, de pastores 
que testificavam e operavam milagres! Eles anunciavam o 
Evangelho sem timidez, até mesmo a ponto de passarem por 
sofrimentos e pela morte. Esse é o zelo ardente que vem da 
unção do Espírito Santo (At 4:23-31).
 Esse zelo não é um momento passageiro das emoções 
humanas. É uma força, uma intrepidez que surge do interior 
como uma chama quando temos a unção do Espírito Santo. É 
uma profunda confiança na verdade da Palavra de Deus e do 
Evangelho de Jesus Cristo que nos move a agirmos, a orarmos, 
a pregarmos, a crermos num milagre – tudo isso pelo poder do 
Espírito Santo!
 c. Cálamo Aromático. É altamente aromático. A raiz era 
muito desejada pelos perfumistas. A agradável fragrância era 
liberada mais, ferindo-se ou triturando-se a raiz da planta.
 Da mesma maneira, há um tipo de ferimento ou trituramen-
to da vida do crente que é necessário para se liberar o aroma 
perfumado da presença de Deus dentro de nós. 
 Observe que este não é o mesmo tipo de quebrantamento 
e destruição que vem de escolhas pecaminosas e rebeldes. Ao 
contrário, é um quebrantamento santo que vem somente pela 
mão de Deus.
 Este trituramento espiritual, ainda que doloroso às vezes, 
produz duas coisas:
 Em primeiro lugar, ele mata a nossa carne – os nossos de-
sejos egoísticos e a nossa dependência própria (Lc 9:23-26; 
Rm 12:1,2; 13:14; gl 5:16-26).
Os discípulos passaram de uma 
condição de temor, de ovelhas 
inseguras, para uma condição 
de intrepidez, de pastores que 
testificavam e operavam milagres! 
Eles anunciavam o Evangelho sem 
timidez, até mesmo a ponto de 
passarem por sofrimentos e pela 
morte. Esse é o zelo ardente que vem 
da unção do Espírito Santo.
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 31 
 Em segundo lugar, esta “quebra” da nossa vida permite que 
uma medida maior da graça e do poder de Deus se manifeste 
em nós e através de nós. Paulo escreve exatamente sobre isso 
em sua Carta aos Coríntios (2 Co 12:7-10). 
De Pastor Para Pastor: Como líderes de igreja, sen-
timos a necessidade de sermos fortes, confiantes e com-
petentes. O resultado disso pode ser não deixarmos ne-
nhum espaço para que o Espírito Santo seja forte através 
de nós. Há um tipo certo de fraqueza que faz com que 
nos apoiemos apropriadamente no Espírito Santo e de-
pendamos da Sua unção em nossa vida. É assim que o 
ministério é feito pelo Seu poder, e não pelo nosso próprio 
poder.
Há uma base bíblica para o tipo de ferimento que 
acompanha a unção do Espírito Santo. Esse trituramento 
não pode, e não deve, ser evitado. É uma parte necessária 
do nosso amadurecimento à imagem de Cristo – levando-
nos a uma vida de entrega, confiança e obediência, como 
nada mais consegue fazer.
Tome, por favor, alguns minutos, e leia os seguintes 
exemplos bíblicos, meditando na verdade de cada um de-
les:
● Jesus – Isaías 53:1-6; Atos 3:18; Hebreus 5:8; 
12:2
● Paulo (e outros) – Atos 9:15,16; Romanos 8:18; 2 
Coríntios 1:3-7; 4:7-18; 6:4-10; 11:22-30; 12:7-10
● Todos os crentes – 1 Tessalonicenses 2:14-16; 2 
Timóteo 3:12; 1 Pedro 4:1-19 ■
Autonegação Vivificadora
 O poderoso princípio de se quebrar e ferir é visto em outros 
simbolismos bíblicos também. Por exemplo, na comunhão, o 
quebrar e o triturar são uma parte necessária da formação dos 
elementos (Lc 22:14-20; 1 Co 11:23-26). Jesus usou o pão (tri-
go quebrado e moído) e o vinho (uvas trituradas) como símbo-
los do que Ele estava para fazer por toda a humanidade através 
da Sua crucificação.
 Jesus Cristo carregou o juízo de Deus sobre Si mesmo 
como justa consequência dos nossos pecados. A Sua morte so-
bre a Cruz revela o trituramento divino final que foi necessário 
para se liberar a vida (At 2:23,24) – a vida eterna da salvação, 
pela fé em Jesus. graças a Deus que não temos que passar por 
esse sofrimento, muito embora seja isso o que o nosso pecado 
e a nossa rebelião merecem!
 No entanto, há um morrer do nosso ego que é necessário a 
fim de que a vida e o poder de Deus dentro de nós sejam libe-
rados através de nós. Isso NãO é um tipo de martírio fanático 
ou automutilação para “provar” a nossa espiritualidade. Con-
tudo, o andar com Cristo e o servi-Lo plenamente exigem uma 
disposição de se viver uma vida de autonegação e submissão à 
vontade de Deus, até mesmo a ponto do sacrifício (2 Sm 24:18-
24; Lc 9:23-26).
Tornando-nos Vasos Dignos de Confiança
 A atitude de Jesus em meio ao sofrimento é o nosso exem-
plo máximo: “... o qual, pela alegria que Lhe estava propos-
ta, suportou a Cruz, desprezando a vergonha, e assentou-Se à 
destra do Trono de Deus” (Hb 12:2). Jesus aceitou plenamente 
os propósitos de Deus-Pai em Seus sofrimento e sacrifício.
 Obviamente, Jesus não teve prazer no sofrimento (Lc 
22:42-44). No entanto, Ele de fato compreendeu a necessidade 
da Cruz (Lc 24:46-49). A Sua disposição de sofrer e morrer em 
nosso lugar não somente liberou a nossa salvação, mas tam-
bém foi um ato de obediência para cumprir a vontade do Pai 
(Mt 26:39,42,44).
 O nosso sofrimento e o nosso sacrifício podem ser peque-
nos, comparados com o que Jesus nos deu, mas é algo difícil, 
no entanto.Contudo, temos de fato o benefício do maravilhoso 
compromisso de Deus de usar o nosso sofrimento para a Sua 
glória e para o nosso bem ao mesmo tempo! (Tg 1:2-5,12.) 
Deus está comprometido em tomar os sofrimentos e tribula-
ções que encontramos nesta vida e transformá-los em bênçãos 
no final (Rm 5:1-5; 8:18; 2 Co 4:17). 
 O compromisso do nosso Pai para conosco é claramente de-
clarado: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente 
para o bem dos que amam a Deus, dos que são chamados de 
acordo com o Seu propósito” (Rm 8:28). E qual é o “propósito” 
de Deus para os que creram em Cristo para a salvação? Isso tam-
bém foi claramente declarado exatamente no versículo seguinte: 
“... sermos conformados à imagem do Seu Filho, para que Ele 
pudesse ser o Primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8:29).
 Deus deseja usar tudo em nossa vida para nos moldar à 
imagem de Cristo, a vasos adequados para o uso do Mestre (2 
Tm 2:19-21). Às vezes, o nosso sofrimento é devido à frag-
mentação deste mundo e à natureza pecaminosa das pessoas 
que estão nele. Em outras ocasiões, Deus pode orquestrar as 
circunstâncias em nossa vida para o Seu uso e propósito divi-
no. De qualquer maneira, Deus promete usar essas coisas para 
o nosso bem.
 Deus nos transformará de tal maneira que nos tornemos 
vasos puros e dignos de confiança da Sua vontade e propósito, 
permitindo que a unção do Espírito Santo possa fluir através de 
nós desobstruidamente. Mas precisamos cooperar com a Sua 
obra em nossa vida e nos rendermos a ela!
A Fragrância de Cristo
 Todo crente em Cristo, especialmente todo líder de igreja, 
é chamado para ser alguém que “exale a fragrância do Seu 
conhecimento em toda parte. Pois somos para Deus a fragrân-
cia de Cristo entre os que estão sendo salvos e entre os que 
estão perecendo” (2 Co 2:14,15). Este aroma da realidade da 
presença de Deus será liberado através da nossa vida à medi-
da que nos entregarmos à Sua santa obra de “trituramento” e 
transformação.
 Em toda a Escritura, e hoje em dia, Deus usa homens e mu-
lheres comuns de maneiras poderosas. Frequentemente, eles 
suportam trituramentos e ferimentos em seu preparo e durante 
o seu serviço. Mas, devido a isso, os propósitos de Deus são 
cumpridos e a fragrância de Deus é liberada através de suas 
vidas. Vale a pena sermos lembrados outra vez que não há na 
verdade nenhum grande homem e mulher de Deus – somente 
homens e mulheres humildes (quebrantados, rendidos), que 
são grandemente usados por Deus!
 d. Cássia. A cássia é a casca de uma planta que é semelhan-
te à canela. A cássia era usada como um laxante nos tempos 
bíblicos. Como um símbolo no santo óleo da unção, a cássia 
representa o efeito purificador da unção do Espírito Santo.
32 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
 É verdade que a unção do Espírito Santo nos fornece poder, 
dons e capacitações divinas. Mas, além disso, a obra do Espíri-
to Santo é transformar a vida dos que Ele unge.
 Podemos estudar um exemplo claro da importância desta 
obra na vida do Rei Saul. Samuel ungiu a Saul para que ele 
fosse rei sobre Israel (1 Sm 10:1). Saul foi separado para o 
propósito designado de Deus de ser rei. A unção deu a Saul 
autoridade, dons e capacitações para executar a sua tarefa dada 
por Deus.
 As Escrituras revelam ainda mais do que Saul recebeu com 
a sua unção: “Aí então o Espírito do Senhor virá sobre ti, e 
profetizarás com eles, e serás transformado num outro ho-
mem” (1 Sm 10:6). Aí então, logo depois disto: “E aconteceu 
que, quando ele se virou para se afastar de Samuel, Deus lhe 
deu um outro coração” (v. 9).
 Podemos ver que a unção não somente equipou a Saul com 
o que ele necessitava, mas também incluiu uma obra trans-
formadora. Isso o transformou num instrumento muito mais 
valioso e útil nas mãos de Deus. Este é um quadro maravilhoso 
e encorajador do que a unção do Espírito Santo pode nos for-
necer como instrumentos de Deus também.
 Infelizmente, Saul (assim como outros) virou as costas a 
tudo o que Deus lhe havia dado, rejeitando a Palavra e os man-
damentos de Deus, para fazer a própria vontade (1 Sm 15:22-
33). Como foi trágico que o que começou como um grande 
reinado sobre Israel terminou em vergonha para o Rei Saul e a 
sua família!
De Pastor Para Pastor: Deus deu ao Rei Saul tudo 
o que ele precisava para cumprir a sua tarefa e para ser 
um rei bem-sucedido. Saul fez isto por algum tempo, e foi 
frutífero. Mas, infelizmente, Saul escolheu fazer o que ele 
queria, em vez do que Deus havia ordenado, e o seu fim 
foi o fracasso.
Quando Deus nos chama, Ele disponibiliza o que ne-
cessitaremos para cumprir Sua vontade. Mas nunca se 
esqueça de que o que o Pai está nos moldando para ser é 
tão importante quanto o que Ele está nos chamando para 
fazer. Deus deseja a nossa transformação, de modo que 
nos tornemos semelhantes a Cristo em nosso caráter e 
em nossas ações.
O nosso Pai exige que obedeçamos a Sua Pala-
vra e que confiemos n’Ele em todas as coisas. Nunca 
amadureceremos a um ponto em que não mais preci-
saremos crescer e corresponder à obra transformado-
ra do Espírito Santo! Esse é um processo que dura a 
vida inteira.
O Espírito Santo nos corrige, repreende, e nos conven-
ce do pecado. Deus não nos condena (Rm 8:1), mas Ele 
realmente exige que Lhe obedeçamos e nos rendamos 
à Sua obra transformadora. Às vezes podemos tropeçar 
ou falhar, mas precisamos nos arrepender rapidamente e 
voltar ao alinhamento e à submissão apropriados a Deus 
e à Sua vontade.
Deus age para nos transformar:
● Para a Sua glória;
● Para a nossa alegria, paz e bênção; e
● Para nos fazer mais frutíferos e eficazes no minis-
tério como Seus embaixadores e como servos uns 
dos outros. ■
Respondendo à Obra do Espírito
 Ao estudarmos a cássia, aprendemos sobre uma obra fun-
damental do Espírito Santo. Ele vem para purificar o que não 
está alinhado com a vida, o caráter e a Pessoa de Cristo. Um si-
nal vital de uma pessoa verdadeiramente ungida é que ela está 
se transformando cada vez mais à semelhança de Cristo em seu 
caráter – e não necessariamente em alguma grande capacidade, 
dom ou ministério que ela exiba.
 Como líderes de igreja, precisamos permitir que o Espíri-
to Santo lide continuamente com as nossas fraquezas carnais, 
tentações e falhas. Não devemos entristecer o Espírito Santo, 
resistindo à Sua obra transformadora em nós (Ef 4:30).
 Colheremos o que semearmos, quer seja a retidão e a bên-
ção, ou a corrupção (gl 6:7,8). Deus nos responsabilizará, 
como líderes, de acordo com um padrão mais rígido (Tg 3:1). 
Não se engane! Não podemos enganar a Deus. Se você persis-
tir no pecado, mais cedo ou mais tarde ele se tornará óbvio a 
todos (Nm 32:23).
 Assim sendo, escolha a retidão! Responda à obra do Es-
pírito Santo! Obedeça e confie em Deus! Receba a Sua unção 
em sua vida e ministério! Seja exemplo de um vaso receptivo, 
ensinável e rendido à obra do Espírito Santo! Permita que Ele 
aja em você, a fim de que Ele possa ser glorificado ainda mais 
através de você! Amém!
 e. Azeite de Oliva. O óleo é o símbolo mais frequentemen-
te usado para se representar o Espírito Santo, tanto no Antigo 
como no Novo Testamento. O azeite de oliva, como um ingre-
diente do santo óleo da unção, tem um significado profundo. 
Ele tem elementos de cada um dos outros quatro ingredientes, 
e acrescenta mais uma característica singular.
 Nos tempos bíblicos, o azeite de oliva era:
 ● usado como um remédio, para tratar de enfermidades e 
dores (como a mirra);
 ● usado como combustível para as luminárias, e estava 
associado ao fogo (como a canela);
 ● feito através do trituramento e do ferimento, e exalava 
um aroma agradável (como o cálamo);
 ● usado para se limpar e purificar tanto externa quanto 
internamente (como a cássia).
 Contudo, o azeite de oliva tem uma qualidade adicional que 
é vital ao Corpo de Cristo. O azeite de oliva é um lubrificante 
natural. Ao ser colocado entre ou sobre dois objetos, ele reduz 
o atrito e o desgaste.
 Esse simbolismo fala conosco sobrea necessidade e a im-
portância da unidade no meio do povo de Deus. As Escrituras 
apresentam este conceito de se associar a unção e a unidade de 
uma maneira linda: “Ó quão bom e quão agradável é que os ir-
mãos vivam em união! É como o óleo precioso sobre a cabeça, 
escorrendo sobre a barba, a barba de Aarão, escorrendo sobre 
a orla das suas vestes. É como o orvalho do Hermon, descendo 
Colheremos o que semearmos, quer seja a 
retidão e a bênção, ou a corrupção (Gl 6:7,8). 
Deus nos responsabilizará, como líderes, de 
acordo com um padrão mais rígido.
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 33 
sobre os montes de Sião; pois lá o Senhor ordena a bênção – a 
vida para sempre” (Sl 133). 
 A unidade no meio do povo de Deus é uma fonte de ale-
gria e paz. Deus Se agrada quando o Seu povo caminha num 
relacionamento correto de uns com os outros. A Sua bênção é 
liberada e a unção do Espírito Santo flui mais livremente.
Relacionamento Sinfônico
 O conceito bíblico de unidade é frequentemente mal com-
preendido. Nas Escrituras, unidade não é a mesma coisa que 
uniformidade.
 A uniformidade é quando todas as coisas são exatamente as 
mesmas, e não há nenhuma diferença em nenhum aspecto.
 No entanto, o conceito de unidade nas Escrituras é como 
uma sinfonia. Numa sinfonia, há muitos instrumentos musicais 
diferentes. Cada um deles toca uma parte diferente, mas todas 
estas várias partes estão contribuindo sob a direção de um ma-
estro. Assim sendo, há um todo lindo e harmonioso. 
 Isto também se aplica ao Corpo de Cristo. Há muitos dife-
rentes dons, chamados, estilos, personalidades e capacidades. 
No entanto, todos fomos chamados a um relacionamento sin-
fônico (Jo 17:20,21). Ninguém é exatamente o mesmo que uma 
outra pessoa. Contudo, cada um foi chamado para tocar uma 
parte importante. Deus, então, dirige os participantes dispostos 
a uma harmoniosa sinfonia – o Seu Corpo, amando uns aos 
outros como um testemunho ao mundo (Jo 13:34,35).
 Paulo fala sobre isso ao comentar sobre os dons de manifes-
tação do Espírito Santo em 1 Coríntios Capítulo 12 (veja tam-
bém 1 Coríntios 14:26-40). A Igreja Primitiva era um exemplo 
dessa unidade, a qual era promovida pela presença ungidora do 
Espírito Santo (At 2:42, 44-47).
Perigos da Desunião
 A desunião entre os membros do Corpo de Cristo tem am-
plas ramificações. Paulo repreendeu os coríntios com relação 
ao seu divisionismo (1 Co 3:1-23). Ele os chamou de carnais 
e imaturos: “Pois ainda sois carnais. Porque onde há inve-
jas, lutas e divisões entre vós, porventura não sois carnais, 
comportando-se como meros homens?” (V. 3.)
 A desunião e as divisões entre os irmãos é uma ofensa 
grave. Ela não é somente algo destrutivo; ela também limita 
seriamente a rapidez e a eficácia da obra do Reino de Deus. 
A argumentação de Paulo sobre os dons de manifestação, men-
cionada acima, foi ocasionada pela desordem e pela desunião 
criadas pelo orgulho e egoísmo das pessoas.
 O mais lamentável é o fato de que quando os membros do 
Corpo de Cristo não têm amor uns para com os outros e não 
servem os propósitos do Senhor de uma maneira unificada, o 
nosso testemunho diante do mundo é severamente tolhido. A 
Bíblia insistentemente nos relembra que o mundo saberá que 
somos cristãos pelo nosso amor uns para com os outros (Jo 
13:35). Se o mundo não vê a presença do amor entre nós, o 
nosso testemunho ao mundo parece questionável.
 Nós podemos fazer grandes obras em nome de Cristo – 
ser grandes pregadores, fazer cruzadas evangelísticas e muito 
mais. Mas, se não amamos os nossos irmãos e irmãs em Cristo, 
esses atos perdem a sua eficácia. (Veja 1 Coríntios 13.)
 Há inúmeras exortações nas Escrituras com relação ao peri-
go das atitudes que violam ou impedem a unidade no Corpo de 
Cristo. Por favor, tome alguns minutos e leia apenas algumas 
delas:
● Romanos 13:13,14
● gálatas 5:13-23
● Efésios 4:20-29
● 1 Timóteo 6:3-5
● Tito 3:9-11
● Tiago 3:14-16
● 1 João 2:9-11; 3:10-18
 Esses versículos mostram claramente que onde há divisões, 
lutas, inimizades, amargura, ciúme, competições, ressentimen-
A Igreja: um todo harmonioso... cada parte é importante.
34 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
tos, etc., a unidade é tolhida e até mesmo quebrada. Isso entris-
tece o Espírito Santo (Ef 4:30) e pode apagar a Sua presença 
ungidora (1Ts 5:19).
 É óbvio que onde as atitudes carnais estão presentes, o 
Diabo também está por trás do cenário, trabalhando ardu-
amente para trazer divisões e impedir a obra de Deus (Tg 
3:16). “Divida e conquiste” é uma estratégia tão velha quanto 
o próprio Diabo – uma estratégia que ele aprendeu a usar bem 
para impedir e tentar destruir o Corpo de Cristo. No entanto, 
suas estratégias somente serão eficazes se cooperarmos com 
elas!
Relacionamentos: Valorizados por Deus
 A unção do Espírito Santo traz cura e reconciliação dos re-
lacionamentos dentro do Corpo de Cristo. Isso deve ser verda-
deiro especialmente entre os líderes. Deus espera que vivamos 
num relacionamento correto – primeiramente com Ele, e, aí 
então, uns com os outros (Ef 2:14-17). São somente o orgulho 
humano, a inveja e o egoísmo amargurado os obstáculos. São 
essas atitudes que o Diabo usa para semear a desunião, o ódio 
e a falta de perdão no Corpo.
 Se você sente que o seu irmão tem algo contra você, vá 
até ele e tente acertar as coisas (Mt 5:23,24). Se você tiver 
alguma coisa contra alguém, ARREPENDA-SE rapidamen-
te! (Mt 5:21,22). Arrependa-se por ter se ofendido e permi-
tido que a ira, o ódio e as atitudes críticas se arraigassem em 
seu coração. Perdoe os outros, para que o juízo de Deus não 
venha sobre você (Mt 6:14,15; veja também Mateus 18:21-
35).
 Deus dá uma grande importância aos relacionamentos – 
tanto é que Ele enviou o Seu Filho para sofrer e morrer, a fim 
de que o relacionamento com Ele, o qual foi quebrado pelo 
nosso pecado, pudesse ser restaurado. Dessa mesma maneira, 
o Seu amor e o Seu perdão para conosco possibilitam 
os relacionamentos corretos de uns com os outros.
 Já aprendemos que o que Deus ordena, Ele sem-
pre torna possível. E Ele nos ordenou que tivésse-
mos relacionamentos corretos uns com os outros (Jo 
13:34,35).
 Precisamos valorizar e investir continuamente em 
nosso relacionamento com Deus. Também precisamos 
fazer a mesma coisa com os nossos irmãos e irmãs em 
Cristo.
 Todo ministério duradouro e transformador de 
vidas flui de relacionamentos saudáveis. Este pro-
cesso começa com o que recebemos de Deus em nos-
so relacionamento com Ele. Aí então, por amor, com-
paixão, e pelo que recebemos de Deus, nós nos damos 
aos outros e os servimos. Esse é o padrão de Deus para 
o ministério. A vida de Jesus nesta terra serve como 
um exemplo contínuo desse tipo de padrão ministerial 
para nós.
Unidade, Diversidade, Amor
 Há diferenças de expressão no Corpo de Cristo. 
Contudo, não é preciso que as diferenças se tornem 
pedras de tropeço à unidade e ao relacionamento 
(Rm 14:13). Lembre-se: unidade não é o mesmo 
que uniformidade. Unidade é um relacionamento sinfônico 
à medida que cada um de nós responde à obra interna da 
unção do Espírito Santo em nossa vida. O Espírito Santo 
sempre nos convence do pecado, nos ajuda e nos leva a um 
relacionamento correto com os outros – se formos recepti-
vos.
 Uma diretriz simples para a unidade foi expressa da seguin-
te maneira: “Nas coisas essenciais, unidade; nas não-essen-
ciais, diversidade; em todas as coisas, caridade (amor)”.
 À medida que crescemos e vivemos na unção do Espírito 
Santo, vamos ter a graça e o amor uns para com os outros! À 
medida que fazemos isso, a unção do Espírito Santo e o teste-
munho de Cristo podem ser liberados mais plenamente em nós 
e através de nós!
Recebendo Entendimento
 Este breve estudo sobre o santo óleo da unção (Êx 30:22-
33) revela que Deus nos deu algumas imagens e prefigurações 
impressionantes sobre a obra do Seu Espírito Santo. Certamen-
te, o nosso estudo das Escrituras nos dá entendimento, sabedo-
ria e esperança (Rm 15:4).
 No decorrerdeste estudo até esta seção, talvez você tenha 
algumas perguntas, como, por exemplo:
 ● Será que eu posso crescer na unção? Em caso afirmati-
vo, como?
 ● Será que há algo parecido com uma “unção falsa”? Em 
caso afirmativo, como eu posso reconhecer uma unção 
genuína?
 ● O que fere ou extingue a unção em minha vida?
 ● Será que eu posso ser continuamente cheio com a unção 
do Espírito Santo?
 Falaremos sobre essas e outras perguntas na próxima se-
ção, Andando na Unção. & 
O Espírito Santo 
nos conduzirá nos 
relacionamentos certos.
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 35 
 Ao iniciarmos o nosso estudo sobre aprendermos a viver 
diariamente na unção do Espírito Santo, vamos rever breve-
mente alguns princípios cruciais.
 A unção do Espírito Santo não é um “distintivo espiritual” 
a ser alcançado. Tampouco é uma mera familiaridade com pa-
lavras ou frases religiosas. Ao contrário, é um relacionamento 
vivo e crescente com o Espírito Santo.
 Lembre-se: o Espírito Santo é uma Pessoa, exatamente 
como Jesus e o Pai são Pessoas. Portanto, podemos – e deve-
mos – aprender a andar num relacionamento diário e vivo com 
o Espírito Santo.
 Já aprendemos que a unção não é algum tipo de força ou 
poder místico para usarmos ou manipularmos com propósitos 
egoísticos. A unção é, no entanto, um poder divino, uma ca-
pacitação, e um dom diretamente ligado à Pessoa do Espírito 
Santo e à Sua presença em nossa vida. O poder que vem da 
presença do Espírito Santo flui através do nosso relacionamen-
to pessoal com Ele.
 A unção é a Pessoa do Espírito Santo, trazendo com 
a Sua presença todo o poder, dons e autoridade que são 
necessários para cumprirmos a vontade do Pai num dado 
momento do ministério ou de uma tarefa.
A Nossa Responsabilidade Primordial 
 Já aprendemos que durante a época do Antigo Testamento, 
o Espírito Santo de Deus “vinha sobre” os Seus profetas, sacer-
dotes, juízes e outros servos. 
 Nos tempos do Novo Testamento e nos tempos subsequen-
tes – também conhecidos como “A Era da Igreja” – o Espírito 
Santo tem sido derramado (Atos Capítulo 2). O Deus-Espírito 
habita dentro de cada crente genuíno, para nos guiar, consolar 
e ministrar, através de nós, a outros (Jo 7:37-39; 14:16,17,26).
 Todos os crentes em Jesus Cristo receberam o Espírito San-
to (1 Jo 2:20,27). Isso é necessário porque todos os crentes são 
chamados a alguma forma de expressão de ministério como 
membros do Corpo de Cristo (Ef 4:12). Todos nós precisamos 
da ajuda do Espírito Santo todos os dias! 
 Mas, para os que são chamados a uma tarefa ministerial 
específica, encontra-se disponível uma unção específica e pro-
funda. Esta unção é dada por Deus em Sua soberania. Podemos 
recebê-la e crescer nela, ou escolhermos rejeitá-la ou ignorá-la. 
 Este tipo de unção (capacitação divina pelo Espírito Santo) 
relaciona-se diretamente com os dons e chamado. Por exem-
plo, alguém chamado para cumprir o dom de evangelista (Ef 
4:11) talvez não tenha a unção para um dom apostólico. Ele 
funcionará melhor e será mais frutífero ao agir de acordo com 
o poder, dons e autoridade para os quais foi ungido – neste 
caso, como evangelista.
 Contudo, na aplicação cotidiana e prática, talvez não seja tão 
simples assim. Muito embora alguém possa ser chamado e ungi-
do para uma tarefa ministerial específica, cada um de nós ainda 
tem um chamado geral como crente em Cristo de viver e funcio-
nar diariamente como um participante do Corpo de Cristo.
 Por exemplo, pelo que podemos ver nas Escrituras, Timó-
teo foi provavelmente chamado para ensinar e pastorear na 
igreja. Contudo, Paulo também lhe ordenou a “fazer a obra de 
um evangelista” (2 Tm 4:5) – não ser um evangelista, mas, às 
vezes, fazer a obra necessária para evangelizar os outros.
 Portanto, vemos que, como ministros de Cristo, todos nós 
temos responsabilidades e tarefas gerais a fazermos que talvez 
não envolvam o nosso chamado específico. No entanto, ainda 
assim elas são necessárias e importantes para o funcionamento 
sadio do Corpo de Cristo.
 A nossa responsabilidade primordial e fundamental, como 
crentes em Jesus Cristo e como líderes de igreja, é a obediência 
a Cristo. Precisamos obedecer ao Senhor e viver de acordo com 
os padrões que Ele já nos deu através da Sua Palavra.
 Nas Escrituras, vemos que muitas responsabilidades foram 
designadas aos crentes: servir aos outros, alimentar os pobres, 
cuidar dos órfãos, treinar os santos, alcançar os perdidos – a 
A Unção do Espírito 
Santo
PARTE III
andando na Unção
36 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
lista prossegue. Haverá tempos e ocasiões em sua vida com 
Cristo em que você precisará devotar tempo e esforços a essas 
formas de serviço ministerial, além do seu chamado ou tarefa 
primordial.
 Uma boa diretriz a ser seguida no discernimento do que 
você deve estar fazendo no ministério é a seguinte: “Tudo o 
que as suas mãos encontrarem para fazer, faça-o com todas 
as suas forças” (Ec 9:10; veja também Colossenses 3:23). Ore 
com relação a todas as oportunidades, e, em seguida, obedeça 
ao Senhor rapidamente quando Ele o chamar para servir aos 
outros. Não importa se a tarefa diante de você for grande ou 
pequena – o que é importante é que quando o Senhor lhe pedir 
que a faça, você Lhe obedeça!
De Pastor Para Pastor: A minha primeira “posição” 
oficial como ministro licenciado e formado em escola bíbli-
ca foi como zelador de tempo integral de uma igreja gran-
de. Eu passei dois anos limpando banheiros, despejando 
o lixo, passando o aspirador de pó em salas de reuniões, 
pegando papéis e outras coisas jogadas no chão, e fazen-
do outras tarefas maçantes, porém necessárias. 
Eu realmente não gostava desse emprego. Não era 
fácil. E era humilhante. Mas eu sabia que Deus havia me 
pedido que o fizesse. E era parte do melhor preparo para 
a aprendizagem de servir ao Corpo de Cristo que eu ja-
mais poderia ter recebido. Foi verdadeiramente um teste 
da minha fidelidade.
A minha obediência com relação a esta tarefa e a mi-
nha diligência em executá-la levaram à porta aberta para 
a próxima tarefa, e assim por diante com cada tarefa mi-
nisterial através dos anos. Eu tenho iniciado igrejas, ensi-
nado jovens, pastoreado igrejas, falado em conferências, 
dirigido equipes missionárias, evangelizado e muito mais. 
E, de alguma forma, pela graça de Deus, neste período de 
30 anos, o Senhor me preparou e me dirigiu à posição de 
estar dirigindo agora um ministério mundial.
Eu realmente creio que não estaria dirigindo o World 
MAP hoje, se eu não estivesse disposto a obedecer ao 
Senhor da melhor maneira possível em toda esta traje-
tória – passo a passo, cumprindo cada tarefa – não im-
portando o que Ele me pedisse para fazer em Seu nome. 
Eu nem sempre obedeci perfeitamente, e tenho cometido 
erros ao longo do caminho. Mas, de maneira geral, fiz o 
melhor possível para continuar seguindo o caminho da 
obediência que Deus tem colocado diante de mim.
Deus tem um plano para a sua vida. Ele sabe melhor 
como dirigi-lo de maneira a cumpri-lo. A nossa obediência 
a Deus e à Sua Palavra não é uma opção – é uma neces-
sidade! ■
O Nosso Chamado Primordial
 Independentemente do nível de liderança ou influência, o 
nosso chamado primordial é sempre com relação ao nos-
so relacionamento com Cristo. Esse relacionamento inclui a 
obediência, a confiança, o serviço, a santidade pessoal, a humil-
dade, todos os frutos do Espírito (gl 5:22,23), e o crescimento 
contínuo. Essas características fornecem o fundamento para um 
precioso e crescente relacionamento com Jesus Cristo. Um dos 
resultados deste sólido fundamento de relacionamento pessoal 
é a liberação do ministério através de você, e a unção que você 
necessitará para cumprir as suas tarefas ministeriais.
 Com esta revisão básica dos princípios fundamentais em 
mente, vamos agora analisar mais detalhadamente o que signi-
fica “Andar no Espírito”.
A. PROTEGENDO A UNÇÃO
 Quando o Espírito Santo nos unge para o ministério, é um 
privilégio sagrado. É algo que precisamosfomentar e proteger 
em nossa vida.
 Obviamente, eu não estou querendo dizer que o Espírito 
Santo (Aquele que nos unge) precisa, de alguma forma, da nos-
sa proteção. Ao contrário, precisamos proteger o nosso próprio 
coração e vida da poluição espiritual e moral deste mundo (2 
Pe 1:2-4; 1 Jo 2:15-17).
 Salomão, o escritor de Provérbios, exorta: “Guarda o teu 
coração com toda diligência, porque dele procedem as fontes 
da vida” (Pv 4:23). É através da nossa vida que a unção do Es-
pírito Santo flui no ministério aos outros. Assim sendo, a nossa 
vida (o nosso coração) precisa ser mantida pura.
1. Ratos no Poço
 Paulo afirma que cada crente em Cristo é um “templo do 
Espírito Santo” (1 Co 6:19,20). Como tal, somos exortados a 
não permitir que o nosso “templo” seja poluído, sendo partici-
pantes do pecado. (Veja também Romanos 6.)
 A Bíblia contém inúmeras exortações sobre permanecer-
mos puros em nosso corpo, alma, e espírito (1 Jo 3:2,3). Essas 
passagens são dirigidas a todos os crentes, especialmente aos 
líderes do Corpo de Cristo!
 Por que a pureza pessoal é tão importante? Porque o Espí-
rito Santo habita dentro de nós – de cada um de nós que fo-
mos redimidos “com o precioso sangue de Cristo, como de um 
cordeiro sem mancha e sem mácula” (1 Pe 1:19), e não com o 
sangue de touros e bodes (Hb 9:13,14). Quando participamos 
de ações ou atitudes pecaminosas, o lugar em que o Espírito 
Santo deseja habitar torna-se impuro e poluído.
Mantendo-nos Puros
 Digamos que há uma fazenda ou vilarejo com um único 
poço de água disponível. Todos usam este poço e dependem 
da água deste poço. A água é usada para a limpeza, para o pre-
paro dos alimentos, para a lavagem das roupas e para se beber. 
Imagine que você precise usar esta água, mas aí então você 
descobre que ratos mortos estão flutuando no poço. 
 Isso nos dá um quadro gráfico de como nossas escolhas po-
dem causar um impacto no templo do Espírito Santo dentro de 
nós. Ele é a nossa maior fonte para tudo o que precisamos para 
a nossa vida diária. Mas não somente para nós pessoalmente. 
O Espírito de Deus dentro de nós, como líderes de igreja, nos 
ajuda a sermos uma fonte santa para os outros.
 Verdadeiramente, no ministério, nós damos aos outros do 
que nós somos e do que recebemos (Mt 10:8; veja também a 
analogia do Mar da galiléia/Mar Morto na página 22). Mas, e 
se estivermos permitindo que “ratos” entrem em nossa vida? 
Certamente a presença de hábitos e atitudes pecaminosos nos 
envenenará e nos poluirá, afetando nosso ministério, nosso 
relacionamento, nossa família, nosso emprego – tudo o que 
tocarmos.
 Quais são alguns dos “ratos no poço” mais comuns? O 
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 37 
Novo Testamento nos dá várias categorias, e, em seguida, cita 
os itens específicos dentro destes agrupamentos:
 ● Frutos da carne (gl 5:19-21).
 ● Comportamento inapropriado, baseado no engano do 
pecado (Ef 4:17-32).
 ● Legalismo, ou o espírito de religiosidade (gl 5:1-6; 
Cl 2:11-23).
 ● Lutas por posições, títulos, poder (Mt 6:1,2,5,16; 23:2-
12).
 ● Uso do ministério para se acumular riquezas e posses 
(Mt 6:19-21,24; 1 Tm 6:3-10; 2 Tm 4:10).
 ● Atitude crítica, amargura, falta de perdão (Mt 7:1-6; 
18:21-35; Cl 3:12-19; Hb 12:15; Tg 3:13-18).
 ● Falsos ensinamentos, heresias (Mt 24:4,5,11,23-27; 
gl 1:8; 2 Co 11:13-15; 1 Tm 4:1-5, 2 Tm 2:14-18; 2 
Pe 2:1-22; Jd 7-19).
 Essa é apenas uma breve descrição dos “ratos” que podem 
arruinar o “poço” pessoal do seu coração, e também poluir os 
outros que estão dentro da esfera da sua influência de vida e 
ministério.
 Como líder no Corpo de Cristo, você foi chamado para uma 
vida de pureza e santidade (Mt 5:8; 1 Co 9:24-27; Hb 12:14; 1 
Pe 1:13-19). A unção que Deus dá aos Seus servos chamados 
é muito mais preciosa e sagrada que o santo óleo da unção do 
Tabernáculo do Antigo Testamento – pois ela é a própria pre-
sença do Espírito Santo!
 O nosso chamado mais sublime é o de vivermos num relacio-
namento correto com Deus. Isso requer que tenhamos uma vida 
pura e imaculada como um “templo” apropriado (1 Co 6:19,20), 
um lugar de residência para o Espírito Santo. Uma vida de pu-
reza glorifica e agrada a Deus, nosso Pai, e nos faz muito mais 
dignos de confiança e utilizáveis nas mãos do Mestre.
 Somente você pode manter o seu próprio poço puro. De-
cida-se agora a ser um vaso limpo, do qual flua o Espírito de 
Deus sem impedimento, e a Palavra de Deus sem adulteração. 
Torne-se um instrumento ministerial purificado, o qual Deus 
possa ungir para fazer grandiosos feitos para a Sua glória e 
propósitos! (1 Co 10:31; 2 Tm 2:19-21)
Uma Lição do Fracasso 
 Salomão foi um rei levantado por Deus e que recebeu dons 
excepcionais (1 Rs 3:5-14; 4:29-34). Ele recebeu duas visita-
ções milagrosas do Senhor. (Veja 1 Rs 3 e 9.) Foi ordenado a 
Salomão que ele observasse todos os caminhos de Deus e obe-
decesse aos Seus estatutos e leis (1 Rs 3:14; 6:11-13; 9:4-9). E 
isso Salomão fez – por algum tempo.
 No entanto, lemos mais tarde que o governo de Salomão 
terminou em destruição e ruínas para ele e para todo o seu rei-
no (Veja 1 Rs 11.)
 Salomão, como tantos e tantos líderes, começou bem, mas 
acabou mal. Como isso aconteceu? Pode ser sumarizado numa 
só palavra: desobediência.
 Um exame mais meticuloso do Livro de 1 Reis revela que 
Salomão era uma pessoa brilhante, “mais sábio do que todos 
os homens” (1 Rs 4:31). Ele obteve riquezas inigualadas (1 Rs 
10:11-29) e o louvor e a honra dos homens (1 Rs 10:1-9). Mas 
aí então, Salomão começou a violar os claros mandamentos de 
Deus (1 Rs 11:1,2). E, lentamente, escolha após escolha, con-
cessão após concessão, Salomão ficou absorto consigo mesmo 
e com as bênçãos e privilégios que foram obtidos por causa da 
unção e dos dons de Deus. Esse caminho acabou na destruição 
do reinado de Salomão.
 O que, então, podemos aprender com a vida e o reinado de 
Salomão?
 a. A distração leva ao relaxamento (falta de disciplina e 
diligência). Salomão escreveu que são “as raposinhas que es-
tragam as vinhas” (Ct 2:15). A corte de Salomão estava repleta 
de riquezas e oportunidades, e de muitas pessoas que fariam 
qualquer coisa para ficar perto dele.
 Você crê que Deus conhece a capacidade do coração hu-
mano de ser distraído, até mesmo por prazeres aparentemente 
inocentes – e aí então ser levado a uma indisciplina e finalmen-
te à desobediência? Eu creio que sim. Sabendo isso, Ele falou 
repetidamente a Salomão para obedecer a tudo o que Ele lhe 
havia ordenado (1 Rs 6:12; 9:4). Mas Salomão não ouviu ao 
Senhor, especialmente depois que ele ficou “bem-sucedido”.
 
 DISTRAÇÃO
CHAMADO
DE DEUS
Lembre-se de Salomão:
Distraído... arruinado.
Como líder no Corpo de Cristo, você 
foi chamado para uma vida de pureza e 
santidade. A unção que Deus dá aos Seus 
servos chamados é muito mais preciosa 
e sagrada que o santo óleo da unção do 
Tabernáculo do Antigo Testamento – pois ela 
é a própria presença do Espírito Santo!
38 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
De Pastor Para Pastor: Líder de igreja: Até mesmo o 
ministério pode tornar-se uma distração caso se torne a 
sua paixão consumidora – ele pode afastá-lo do tempo na 
presença de Deus, devido ao fato de você estar ocupado 
demais ou devido à pressão pela constante necessidade 
dos outros. Jesus, enquanto estava nesta terra, exempli-
ficou para nós a necessidade de tomarmos tempo para 
ouvirmos do Seu Pai e de sermos espiritualmente revigo-
rados (Mc 1:35-39; Lc 5:16; 6:12).
Nunca podemos esquecer que o Senhor é a fonte e a 
origem da unção do Seu Espírito e do nosso entendimen-
to da Sua Palavra (Jo 1:33; 6:63,68). Isso vem d’ELE! Um 
ministério verdadeiramente frutífero é o transbordamento 
do que recebemos aos pés de Jesus em oração, espe-
rando n’Ele e estudando a Sua Palavra (Lc 10:41,42; Jo 
15:16). A maioria de nós conhecemos essa verdade bem 
simples e básica. O problema acontece quando deixamos 
de aplicar diariamente esse princípio fundamental para 
uma vida e um ministério cheiosde poder. 
Vamos ficar de guarda contra os tipos de distrações que 
nos esgotam, ou que nos levam a meios-termos e ao peca-
do. O coração de Salomão foi afastado de Deus pelo que 
ele permitiu em sua vida (1 Rs 11:1-4,9). A sua lealdade e 
a sua obediência a Deus foram enfraquecidas com ocupa-
ções mundanas a ponto de causar a sua própria destruição 
e a ruína de tudo sobre o qual Deus o havia estabelecido.
Algumas perguntas boas a fazer a si mesmo com rela-
ção a QUALQUER atividade em sua vida são as seguin-
tes: “Será que esta atividade ou atitude está me aproxi-
mando mais de Deus e dos Seus propósitos para a minha 
vida? Ou será que está me distanciando?” ■
 b. O louvor dos homens é uma armadilha mortal. Ensi-
nar ou pregar para se obter o louvor dos homens é uma arma-
dilha que leva ao engano. É somente Deus que pode realizar 
coisas de valor eterno (Zc 4:6).
 Sim, Deus realmente deseja usar-nos como vasos através 
dos quais Ele possa agir. No entanto, o poder e a glória perten-
cem somente a Deus por qualquer coisa que seja feita através 
de nós. Pois, sem Ele, não podemos fazer nada (Jo 15:5).
 Deus revelou em Sua Palavra que Ele não compartilha a Sua 
glória com ninguém (Is 42:8; 48:11). Não devemos buscar a gló-
ria ou o louvor dos homens pela obra do ministério (Jo 7:18). 
 Uma das críticas mais incisivas que Jesus fez foi aos escri-
bas e fariseus. Ele os repreendeu pelo amor deles aos louvores 
dos homens (Mt 23:5-12; Jo 5:41-44). Muito embora eles co-
nhecessem as Escrituras e estivessem familiarizados com os 
caminhos de Deus, o orgulho os levou a não estarem dispostos 
a aceitarem ou crerem em Jesus Cristo como seu Messias (Jo 
5:39,40).
Seguindo em Suas Pegadas
 Jesus recebeu a unção do Espírito Santo sem medida (Jo 
3:34,35). Ele era e é o Rei sobre todos os reis e o Senhor sobre 
todos os senhores. Contudo, por amor a nós, Ele Se fez um 
Servo humilde (Mt 20:28; Fp 2:3-11). 
 Verdadeiramente, como líderes no Corpo de Cristo, deve-
mos permitir “o mesmo sentimento em nós, que também estava 
em Cristo Jesus...” (Fp 2:5). Não recebemos o Espírito Santo 
sem medida, como Jesus recebeu. Contudo, temos de fato to-
dos os Seus recursos disponíveis a nós, à medida que vivemos 
num relacionamento de obediência a Ele e ao Espírito Santo (2 
Pe 1:2-4).
 Obviamente, até mesmo com tais recursos, não estamos 
acima, nem somos melhores que o nosso Mestre. Em vez dis-
so, devemos ser semelhantes a Ele (Jo 13:12-17), usando o que 
Deus fornece para humildemente servirmos aos outros. Por-
tanto, nunca deveríamos nos orgulhar de nós mesmos quando 
Deus nos usa no ministério. Precisamos nos resguardar do or-
gulho – o pecado do Diabo (1 Tm 3:6).
O Mais Perigoso dos Pecados
 O orgulho é um pecado mortal que pode lentamente envene-
nar até mesmo o líder mais comprometido e impedir o fluir da 
unção do Espírito Santo. Talvez um líder de igreja tenha gran-
des habilidades, sabedoria, ou conhecimento, mas orgulhar-se 
dessas coisas é tolice. Primeiramente, porque tudo o que temos 
vem de Deus. Em segundo lugar, porque toda a nossa sabedoria, 
capacitação e habilidades de fato não são nada em comparação 
com a unção do Espírito de Deus e também com o que somente 
Deus pode fazer (Mt 7:21-23; 1 Co 3:18-21; 4:20; 8:1-3)! 
 O orgulho é provavelmente o mais perigoso dos pecados. Foi 
o pecado fundamental de Satanás (Is 14:12-14). O orgulho pode 
fazer com que pensemos que podemos fazer as coisas melhor do 
que Deus, e no final nos leva a uma rebelião contra Deus.
 Quando começamos a fazer os nossos próprios planos in-
dependentemente da submissão a Deus, estamos na verdade 
em rebelião contra Deus. Quando não estamos totalmente ren-
didos a Ele, ficamos separados d’Ele, pois, “Deus resiste aos 
orgulhosos, mas dá graça aos humildes” (Tg 4:6).
 O orgulho faz com que nos sintamos auto-suficientes e au-
todependentes. Consequentemente, cremos que não precisa-
mos mais ser ensinados por Deus ou pelos homens. Resistimos 
ao pensamento de que precisamos de alguma coisa de Deus, e 
paramos de pedir. Assim sendo, também paramos de receber 
(Tg 4:1,2). É preciso uma fé humilde, como de uma criança, 
para pedirmos ou aprendermos com o nosso Pai Celestial (Mt 
18:3,4).
 Deus é o Fornecedor de tudo o que precisamos. Precisamos 
reconhecer humildemente que precisamos d’Ele e do que Ele 
supriu para nós, ou nunca receberemos nada. O orgulho impe-
de que tenhamos este tipo de humildade, roubando-nos assim 
as bênçãos do Reino de Deus, inclusive a Sua unção.
Confie Somente no Senhor 
 Imagine por um momento uma moeda. Num dos lados está 
estampada a palavra “orgulho”. No outro lado está estampado 
“o temor dos homens”. Esses dois pecados da carne frequente-
mente se manifestam juntos na vida de uma pessoa.
 “O temor do homem traz uma armadilha, mas todo aquele 
que confia no Senhor estará seguro” (Pv 29:25). O “temor do 
homem” tem muitas facetas. Algumas maneiras comuns pelas 
quais os pastores caem nesta armadilha são:
● Temor de desagradar ou aborrecer os membros da con-
gregação (até mesmo a ponto de tolerar os pecados de-
les).
● Demonstrar privilégios extras aos que dão dinheiro ou 
que têm influência.
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 39 
● Dizer ou fazer coisas para tentar ganhar a aprovação de 
(ou para ser notado como sendo melhor do que) outros 
pastores amigos ou outros crentes.
 Há muitas outras maneiras pelas quais podemos cair na ar-
madilha do temor do homem. Contudo, independentemente do 
método, quando você dá lugar ao temor do homem, você fica 
preso à armadilha de fazer a vontade de outras pessoas. Você 
fica preso na armadilha das suas opiniões e julgamentos. Como 
então você poderá servir ao Senhor com todo o seu coração, 
quando você está ocupado, servindo as opiniões dos homens? 
Não podemos servir a dois mestres (Mt 6:24). Não podemos 
ficar em pé quando o nosso coração está dividido (Sl 86:11; Mc 
3:24,25).
 Jesus também enfrentou este problema, através dos desejos 
egoísticos das pessoas (Mc 1:35-39; Jo 6:15,22-40), dos jul-
gamentos dos fariseus (Mt 22:15-22; Lc 7:36-50), ou até mes-
mo através das exigências da Sua própria família terrena (Mt 
12:46-50; Jo 7:1-9).
 Em todos estes e em outros pontos, Jesus não tentou satis-
fazer as opiniões das pessoas. Ao contrário, Jesus manteve o 
Seu foco em fazer somente a vontade de Deus, acima de todas 
as demais coisas, e independentemente do custo.
 Até mesmo quando as pessoas criam em Jesus e pareciam 
segui-Lo, Ele sabia quão volúvel podia ser o coração das pes-
soas (Jo 2:23-25). Jesus admoestava os Seus seguidores a não 
confiarem nem buscarem os louvores dos homens (Lc 6:26), 
pois, se for a boa opinião dos homens que buscarmos, o nosso 
coração não está disposto a servir somente ao Senhor.
 O Senhor está procurando pessoas cujo coração seja total e 
somente leal a Ele. É através de pessoas assim que Ele faz grandes 
coisas (2 Cr 16:9) e sobre as quais Ele derrama a Sua unção!
 Observe o que nos mantém seguros do temor do homem: 
é a confiança no Senhor (Pv 29:25). Quando conhecemos o 
Senhor, quando O buscamos para conhecermos a Sua vontade, 
quando agimos em obediência ao que Ele disse porque confia-
mos n’Ele totalmente, não importa o que os homens possam 
pensar.
 A nossa confiança precisa ser no Senhor! Quando estamos 
mais interessados no que ELE pensa, não somos presos na ar-
madilha de temermos o que as pessoas pensam.
 c. Grandes meios-termos começam com as “raposi-
nhas” dos pequenos meios-termos (Ct 2:15). Há um pro-
blema comum entre os líderes que Deus está usando de uma 
maneira significativa. Eles talvez comecem a achar que são tão 
importantes que não precisam mais obedecer todos os princí-
pios e padrões de Deus. Talvez eles os conheçam e sejam aptos 
a ensiná-los, mas não creem mais que precisem pessoalmente 
viver de acordo com eles.
 Isso é o que eu denominei de “Cláusula de Exceção da 
Liderança”. É quando os líderes acham que se tornaram tão 
importantes que não precisam mais ser humildes, ou servir, ou 
serpacientes com os outros, ou ser abnegados, etc. Em suas 
mentes, eles se tornam a “exceção” aos padrões de Deus. Eles 
consideram desculpável a busca de seus caminhos egoísticos 
e carnais por causa de sua “importância” ou “sucesso”. Eles 
aceitam a maneira de pensar do mundo, que de alguma forma o 
seu sucesso no ministério é devido às suas grandes habilidades 
e talentos – e começam a viver como se fossem celebridades!
 Pelo fato de que Deus é fiel em continuar a ministrar atra-
vés deles (Rm 11:29), esses líderes começam a presumir da 
bondade de Deus. Eles começam lentamente a adotar atitudes 
e comportamentos que mais tarde os levarão a pecados cabais. 
Isso resultará em seu fracasso no ministério, até mesmo a pon-
to de destruir a sua fé (1 Tm 1:19) ou de cauterizar a sua cons-
ciência (1 Tm 4:2). Causará também um entristecimento (Ef 
4:30) e uma extinção (1 Ts 5:19) do Espírito Santo de Deus. E, 
mais tarde, parará completamente o fluir da unção de Deus.
 Como líderes de igreja, somos chamados para sermos um 
exemplo do caráter de Cristo ao Corpo de Cristo. Não deve-
mos ser a exceção! Precisamos conhecer a Palavra de Deus e 
viver de acordo com ela, da melhor maneira possível. Se de 
fato falharmos, precisamos nos arrepender rapidamente (2 Co 
7:10; Ap 3:19).
 Que cada um de nós ouça as admoestações das Escrituras: 
“... saiba com certeza que o seu pecado o alcançará” (Nm 
32:23; veja também gálatas 6:7,8; 1 Timóteo 5:24,25).
Guardando o Seu Coração
 A Bíblia exorta: “Guarda o teu coração com toda a dili-
gência, pois dele procedem as fontes da vida” (Pv 4:23). Sa-
lomão escreveu esse versículo, talvez depois de ter destruído 
o seu relacionamento com Deus e arruinado o seu reinado. 
Não sabemos ao certo, mas a verdade do que Salomão es-
creveu pelo Espírito de Deus ainda fala claramente conosco 
hoje.
 O Diabo tem muitos “ratos” que ele usa para nos tentar. 
A nossa própria carne também tem muitos desejos errôneos e 
pecaminosos. Contudo, essas coisas podem entrar e poluir o 
poço da nossa vida se simplesmente abrirmos a porta para elas. 
Elas podem corromper nosso coração – o lugar da habitação 
para o Espírito de Deus – simplesmente se permitirmos que 
elas entrem e se dermos lugar ao pecado.
 Assim sendo, o que podemos fazer para mantermos o nosso 
“poço” puro? Como somos o templo do Espírito Santo (1 Co 
6:19,20), há alguns passos práticos que podemos dar. Vamos 
analisá-los agora.
2. O Caminho Para a Pureza
 a. Viva de acordo como os padrões da Palavra de Deus. 
O salmista faz uma pergunta crucial, e, em seguida, a responde. 
“Como o jovem pode purificar o seu caminho? Observando-o 
conforme a Tua Palavra” (Sl 119:9). 
Até mesmo quando as pessoas criam em 
Jesus e pareciam segui-Lo, Ele sabia quão 
volúvel podia ser o coração das pessoas 
(Jo 2:23-25). Jesus admoestava os Seus 
seguidores a não confiarem nem buscarem 
os louvores dos homens (Lc 6:26), pois, 
se for a boa opinião dos homens que 
buscarmos, nosso coração não estará 
disposto a servir somente ao Senhor.
40 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
 Através das Cartas de Paulo a Timóteo e a Tito, o Espírito 
Santo dá claras direções a todos os pastores. As três “Epístolas 
Pastorais” (1 & 2 Timóteo e Tito) foram escritas a pastores 
(Timóteo e Tito) sobre assuntos pastorais.
 É nas Cartas a Timóteo que lemos que a Palavra de Deus – 
e não as opiniões dos homens – é o nosso guia para tudo o que 
fazemos, dizemos, nos tornamos, e ministramos (1 Tm 4:12-
16; 2 Tm 2:15-18; 3:16,17).
 Jesus fala que a Palavra de Deus é o nosso padrão para a vida. 
Ele declara que fazer menos do que seguir toda a Palavra é um 
fracasso que nos põe em risco de juízo (Mt 5:17-20). A Palavra de 
Deus é inspirada pelo Espírito Santo (2 Tm 3:16; 2 Pe 1:19-21) e 
é confirmada pelo Espírito Santo (Jo 14:26; Hb 4:12,13).
 As opiniões e idéias dos homens – não importa quão bem-
intencionadas ou atraentes – não são o nosso guia para a vida. 
Também não são o que devemos ensinar às nossas congrega-
ções sobre a vida no Reino de Deus. Precisamos ter muito 
cuidado com relação às opiniões dos homens (1 Co 2:1-16), 
mesmo se por acaso concordarmos com elas, pois os homens, 
até aqueles que respeitamos e em quem confiamos, são apenas 
isto: meros homens.
 É verdade que algumas pessoas podem nos ajudar. Elas po-
dem nos ensinar o que aprenderam. O seu conhecimento da 
Palavra de Deus e a sua experiência podem ser benéficos para 
nós, mas isto só vai até aí e é útil apenas no que concorda ple-
namente com a Palavra de Deus!
 A nossa vida não pode ser purificada pelas opiniões das 
pessoas ou pelas últimas tendências no ministério. Somente 
podemos andar em retidão diante do Senhor à medida que O 
seguimos e obedecemos a Sua Palavra.
 Há somente um Espírito Santo e somente uma fonte para 
a eterna Palavra de Deus – a Bíblia! Assim sendo, leia-a, me-
dite nela, estude-a, memorize-a, obedeça-lhe, viva-a, pregue-a, 
ensine-a! Amém!
 b. O Espírito Santo age na oração. “O espírio do homem 
é a lâmpada do Senhor, sondando todas as profundezas do seu 
coração” (Pv 20:27). Os nossos tempos de oração são uma 
fonte de bênção e instrução, como também um lugar de comu-
nhão. A oração também pode ser uma arma poderosa quando 
dirigida pelo Espírito Santo. 
 Infelizmente, nas movimentadas atividades da vida, os lí-
deres de igreja como você e eu frequentemente negligencia-
mos os tempos vitais de simplesmente esperarmos no Senhor. 
Mas é somente à medida que damos tempo para esperarmos e 
ouvirmos que o Espírito Santo pode verdadeiramente agir em 
nosso coração.
 Cada um de nós precisa de um “exame de coração” regular 
e minucioso pelo Espírito Santo. À medida que oramos e es-
peramos no Senhor, Ele pode revelar motivações escondidas, 
áreas de impureza ou de fraquezas. Em Seu amor por nós e 
pelo Corpo de Cristo, o Espírito Santo quer nos convencer de 
pecados e nos moldar, a fim de que possamos resolver estas 
mesmas coisas que, caso contrário, atrapalharão, ou até mesmo 
destruirão nossa vida e ministério.
Guardando-nos do Engano de Nós Mesmos
 O simples fato de que estamos ativos no ministério, que co-
nhecemos a Bíblia, e que podemos ensinar os outros não signi-
fica que sejamos perfeitos. Mais do que qualquer outro motivo, 
essas coisas devem nos fazer mais conscientes da capacidade 
do coração humano de ser enganado e de dar desculpas para o 
pecado!
 Separe, por favor, alguns momentos agora e leia os seguin-
tes versículos:
 ● Provérbios 16:2,25; 28:26
 ● Jeremias 17:9,10
 ● 1 Coríntios 10:12,13
 Há muitos outros versículos que revelam claramente a 
nossa necessidade de abrirmos nosso coração diante do Es-
pírito Santo. O Senhor já conhece nossa área de conflitos. 
Não podemos escondê-la d’Ele. No entanto, podemos en-
ganar a nós mesmos e permitir que o pecado, os desejos 
carnais, ou ao desânimo devido a comportamentos pecami-
nosos continuem até que produzam o fruto da iniquidade em 
nossa vida.
 O Senhor está procurando corações que sejam mantidos 
puros e isentos do pecado. Ele deseja que nada atrapalhe a Sua 
unção, ou a frutificação em nossa vida e ministério. À medida 
que você humildemente demonstra ser digno de confiança no 
sentido de guardar o seu coração do pecado e permite que o 
Espírito Santo o purifique de dentro para fora, a unção de Deus 
pode ser derramada sem limitações.
De Pastor Para Pastor: Quanto mais tempo cami-
nhamos com o Senhor, tanto mais fácil é não sentirmos 
necessidade da obra de moldagem do Espírito Santo em 
nossa vida.
Infelizmente, para os líderes de igreja isso é especial-
mente verdadeiro. Ficamos tão ocupados aprendendo so-
bre a Palavra de Deus e ensinando-a que começamos a 
presumir que também a estamos aplicando diariamente 
em nossa vida. Ficamos tão absortos em orar pelo nos-
so ministério e pelos outros que negligenciamos o passar 
tempo apenas esperando no Senhor para ouvirmos d’Ele 
para o nosso próprio bem. Aprendemos a continuar sor-
rindo e agindo como se tudo estivesse bem, até mesmo 
se estivermos lutandocontra o pecado ou o desânimo in-
terno. Será que você consegue admitir que isso às vezes 
pode ser verdadeiro?
Jesus declarou que a nossa retidão precisa ser uma 
retidão do coração. Ela precisa exceder a forma limitada 
e externamente religiosa dos fariseus (Mt 5:20).
Lembre-se de que Jesus não morreu pela humanida-
de a fim de começar uma nova religião. Ele deu a Sua 
vida para que pudéssemos ser restaurados a Deus, e, aí 
então, ser continuamente transformados, cada vez mais, 
à imagem do que o homem foi originalmente criado para 
ser, antes que o pecado tão brutalmente nos danificasse 
(Mt 15:10-20; 23:23-28; Rm 12:1,2; 2 Co 3:18; 1 Jo 3:1-3). 
Já aprendemos que esse é um processo que dura a vida 
toda, até mesmo para nós como líderes.
Se negligenciarmos a condição interna do nosso co-
ração, torna-se muitíssimo fácil cairmos como presas do 
pecado. Talvez os problemas comecem pequenos, mas 
pequenos meios-termos sempre levam a meios-termos 
maiores e mais destrutivos. É por isso que é essencial 
permitirmos que o Espírito Santo aja em nosso coração 
diariamente, para nos persuadir e para acabar com os 
problemas antes que eles nos levem ao pecado. ■
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 41 
 “Sonda-me, ó Deus…”
 Precisamos desesperadamente que o Espírito Santo seja uma 
lâmpada brilhando em nossa alma e espírito. Precisamos que Ele 
revele a condição do nosso coração, para que possamos ser pu-
rificados, renovados e transformados. Essa é a vontade de Deus 
para nossa vida! (Fp 1:6; 2 Co 3:18; Rm 8:29.) 
 À medida que cooperamos em oração com essa obra do 
Espírito, somos desenvolvidos em “vasos de honra” (2 Tm 
2:20,21). Aí então, Deus poderá derramar livremente a unção 
do Seu Espírito Santo, liberando mais de quem Ele é, tanto em 
nós, como também através de nós para outros, no ministério.
 Que a nossa oração diária seja como a de Davi: “Sonda-
me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece as 
minhas ansiedades; e vê se há em mim algum caminho mau, e 
guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139:23,24).
 c. Ande em obediência. “E somos testemunhas Suas des-
tas coisas, como também é o Espírito Santo, que Deus deu aos 
que O obedecem.” (At 5:32.)
 Já falamos sobre o lugar da Palavra de Deus e da obra 
transformadora do Espírito Santo na vida pessoal do pastor. 
Essas são chaves vitais para vivermos uma vida de pureza.
 No entanto, ambas podem ser ineficazes em nossa vida – se 
nos recusarmos a obedecer.
 Desobedecemos quando ignoramos os mandamentos de 
Deus ou simplesmente negligenciamos seguir por completo o 
que o Espírito Santo revelou ao nosso coração (Tg 1:21-25). 
Saul é um exemplo claro desse tipo de fracasso. (Veja 1 Sa-
muel 15:1-35.) Davi aprendeu bem com os fracassos de Saul e 
escreveu sobre esse princípio vital. (Veja Salmos 40:6-8.)
 Os líderes de igreja frequentemente estão dispostos a ser-
virem e até mesmo a se sacrificarem para o ministério. Isso 
não está errado. Contudo, Deus deseja algo mais importante 
do que o sacrifício. Ele requer a nossa obediência humilde e 
consagrada (1 Sm 15:22,23).
 Já estudamos a importância da obediência ao Senhor e à Sua 
Palavra em questões das nossas motivações internas, atitudes e 
comportamento diário. No entanto, a obra do Espírito também re-
quer a nossa obediência em questões da obra do Senhor – tanto 
no que fazemos, como também na maneira como o fazemos.
Alinhados Através da Obediência
 Moisés aprendeu uma lição imensamente dolorosa com re-
lação à obediência ao direcionamento de Deus (Nm 20:7-13). 
Deus ordenou a Moisés que ele “falasse à rocha diante dos 
olhos deles, para que ela liberasse a sua água” (v.8). No en-
tanto, Moisés golpeou a rocha (v.11). A consequência foi o fato 
de que não foi permitido a Moisés entrar na Terra Prometida 
(v.12; veja também Deuteronômio 31:1,2; 32:48-52). Por que 
Moisés desobedeceria este claro mandamento do Senhor? Os 
filhos de Israel haviam enfrentado a seca e a sede no deserto 
duas vezes antes (Êx 15:22-26; 17:1-7). Na primeira ocasião, 
Deus instruiu Moisés a lançar uma árvore em águas amargas 
e não-potáveis, e as águas ficaram doces. Na segunda ocasião, 
Deus disse a Moisés para golpear uma rocha, e águas frescas 
saíram.
 Mas, na terceira ocasião, Deus pediu que Moisés fizesse 
algo diferente. Ele pediu que Moisés falasse à rocha. Em vez 
disso Moisés regressou a um método antigo e golpeou a rocha. 
Talvez Moisés não estivesse aberto a esta nova maneira pela 
qual Deus queria mover-Se. Talvez Moisés estivesse irado ou 
impaciente com os filhos de Israel, que estavam reclamando. 
Não sabemos ao certo. Mas isto sabemos com certeza: a deso-
bediência de Moisés desagradou ao Senhor (Nm 20:12).
 A lição importante é esta: O resultado nesta situação não foi 
tão importante quanto o método! Os filhos de Israel de fato obtive-
ram a sua água desejada. Contudo, a medida de Deus com relação 
à obediência não consistia no resultado. Ela consistia no fato de o 
Seu servo seguir completamente a maneira de Deus de realizar 
o Seu propósito. Essa é a essência da obediência!
 Devemos seguir a Palavra de Deus e o direcionamento 
do Espírito Santo, até mesmo se não compreendermos a ra-
zão com nossa mente limitada. (Veja Isaías 55:8,9; 1 Coríntios 
1:18-25.) Deus nos deu o Seu Espírito Santo para nos dirigir 
e nos direcionar. Nós, como filhos de Deus, somos chamados 
para crermos n’Ele e obedecer-Lhe (Rm 8:14).
 Entenda por favor que a obediência não é uma questão de 
se merecer a bênção ou a unção de Deus. Contudo, quando 
andamos em obediência, alinhamo-nos com o Senhor e com os 
princípios da Sua Palavra. À medida que fazemos isso, mais do 
poder da unção de Deus encontra-se disponível a nós.
 Este princípio foi abordado por Paulo: “Mas eu disciplino 
o meu corpo e o coloco em sujeição, para que, tendo pregado 
aos outros, eu mesmo não fique desqualificado” (1 Co 9:27). 
Paulo estava plenamente consciente de que o seu comporta-
mento pessoal estava diretamente ligado ao ministério que 
Deus lhe havia dado.
Padrões do Novo Testamento
 O pastor tem dois aspectos básicos com relação à sua vida: 
a vida particular/pessoal e a vida pública/ministerial. A expec-
tativa de Deus com relação à obediência envolve ambas as áre-
as. A vida do pastor, tanto pessoal quanto pública, precisa estar 
sob a disciplina e o desenvolvimento do Espírito Santo e da 
Palavra de Deus.
 Se o líder de igreja for dedicado à obediência em todas as 
áreas da sua vida, a unção do Espírito de Deus fluirá para todas 
as áreas também.
 É um erro crermos que a unção é simplesmente para o mi-
nistério público. O Senhor está igualmente interessado em sua 
eficácia em sua vida familiar e pessoal, como também na ma-
neira em que Ele poderá usá-lo num trabalho secular ou em 
outras circunstâncias.
 Os requisitos no Novo Testamento para os líderes de igre-
ja (leia 1 Timóteo 3:1-7) são também os nossos padrões como 
pastores. Os presbíteros da Igreja Primitiva eram os pastores das 
igrejas locais. Assim sendo, as diretrizes e padrões para sua vida 
pessoal e pública são os padrões para os pastores hoje. 
A Ordem Bíblica
 Muitos e muitos pastores negligenciam esses padrões, es-
pecialmente no que tange às necessidades de suas esposas e 
filhos. Eles acham que, de alguma forma, é algo santo o fato 
de negligenciarem as suas famílias a fim de dedicarem todo o 
tempo ao ministério. A Palavra de Deus deixa bem claro que 
NãO foi para fazerem isso que Deus chamou os pastores!
 O marido (incluindo-se o pastor) deve amar a sua esposa, 
42 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
como Cristo ama a Igreja, abundante e sacrificialmente. O pas-
tor e sua esposa devem ter respeito e amor um pelo outro, oran-
do e servindo um ao outro. Os filhos não devem ser mimados, 
nem tratados como servos. Eles devem ser cuidados e tratados 
carinhosamente, criados de uma maneira santa e amorosa. De-
vemos ser, para nossos filhos, exemplo do caráter de Cristo e 
do amoroso Pai Celestial. (Veja Efésios 5:22-33; 6:1-4; Colos-
senses 3:18-21; 1 Pedro 3:7.)As nossas famílias devem ser uma prioridade, e a provisão de 
suas necessidades é uma responsabilidade que não podemos igno-
rar: “Mas, se alguém não provê à subsistência dos seus, especial-
mente dos seus próprios familiares, negou a fé e é pior do que os 
incrédulos” (1 Tm 5:8). A ordem bíblica é: o nosso relacionamen-
to com Deus em primeiro lugar, a nossa família em segundo, e o 
ministério e outras responsabilidades depois dessas duas coisas.
 O manuseio das finanças pelo pastor também deve ser diri-
gido pelos princípios da Palavra de Deus e pelo Espírito Santo. 
Os recursos que Deus fornece ao pastor pessoalmente devem 
ser usados para:
 ● bendizer ao Senhor através de dízimos e ofertas;
● abençoar as nossas famílias através do nosso suprimen-
to de suas necessidades;
● abençoar os outros ao compartilharmos do que Deus 
supriu para nós.
Toda a Ajuda que Necessitamos
 O ministério público do pastor também deve ser realizado 
em obediência à Palavra de Deus e pelo direcionamento do 
Espírito Santo. O Espírito Santo nos ajuda e frequentemente 
nos direciona com relação ao que Ele quer que façamos em 
situações ministeriais específicas.
 À medida que nos dedicarmos e nos disciplinarmos, ouvir-
mos conselhos santos, estudarmos a Palavra de Deus, orarmos 
regularmente enquanto seguimos o direcionamento do Espírito 
Santo, cresceremos e amadureceremos como líderes cristãos.
Ao fazermos isso, podemos esperar um fluir cada vez maior da 
unção de Deus sobre nossa vida e através do nosso ministério 
(Veja as exortações de Paulo a Timóteo: 1 Timóteo 4:12-16; 
6:11,12,20; 2 Timóteo 1:6,7,13,14; 2:1,15,16,22-25; 4:1-5.) 
Esse é o desejo de Deus para nós! Ele disponibiliza toda a aju-
da que necessitamos para servi-Lo fielmente e para vivermos 
de acordo com os Seus caminhos. Mas precisamos escolher 
obedecer!
De Pastor Para Pastor: Se um pastor ou líder de igre-
ja violar ou continuamente ignorar os princípios básicos 
com relação à sua vida particular e pública, a unção de 
Deus será extinta. Haverá a perda da frutificação, tanto no 
lar como no ministério.
A menos que haja um total arrependimento e um novo 
e genuíno compromisso com os propósitos de Deus, o 
líder corre o risco de sofrer uma destruição, tanto pessoal-
mente como no ministério. Essa destruição talvez leve al-
gum tempo, mas tenha a certeza de que todos colhemos 
o que semeamos (Gl 6:7,8).
Infelizmente, há líderes dotados e poderosamente un-
gidos na Igreja hoje em dia que têm uma vida hipócrita. 
Em outras palavras, eles ensinam uma coisa, mas vivem 
de outra maneira.
Todos falhamos às vezes, e nenhum de nós é ima-
culadamente perfeito. Contudo, não estou me referindo 
a um ponto ocasional de falha, após o qual vem um rápi-
do arrependimento. Estou me referindo a uma constante 
e flagrante violação dos padrões da Palavra de Deus na 
vida pessoal do líder.
O nosso Deus e Pai e o nome de Jesus Cristo são de-
sonrados com isso. As pessoas do mundo são afastadas 
da salvação através de Cristo devido a essa hipocrisia. Os 
membros da Igreja e famíliares também se decepcionam 
devido a essa falta de integridade na vida pessoal dos 
líderes.
Isso é errado, e, se o seu comportamento faz com que 
outros tropecem, Jesus nos adverte que há um juízo que 
não falha (Lc 17:1,2). O juízo de Deus sobre as nossas 
obras virá com certeza (1 Co 3:11-15). ■
O Senhor de Todas as Áreas da Nossa Vida
 O Espírito Santo habita dentro de nós como crentes; Ele 
nos unge para que os propósitos de Deus sejam cumpridos. O 
desejo d’Ele é encher as nossas vidas totalmente, e não somen-
te o que se relaciona com o ministério. Jesus deve ser o Senhor 
de todas as áreas da nossa vida – de todo o nosso coração, e 
não somente de uma parte (1 Pe 3:15). Precisamos obedecer ao 
Senhor e a Sua Palavra em todas as áreas da nossa vida, para 
que Ele possa receber glória e para que possamos ser instru-
mentos eficazes para os Seus propósitos!
 d. Precisamos de relacionamentos com os nossos colegas. 
Os pastores e líderes são frequentemente relutantes no sentido 
de revelarem coisas sobre sua vida. As suas inseguranças podem 
dar lugar ao ciúme ou à competição mútua. Satanás se aproveita 
destas tendências a fim de manter o Corpo de Cristo (especial-
mente os líderes) dividido e um com medo do outro.
 Uma boa parte da nossa eficácia como líderes de igreja se 
perderá sem relacionamentos sadios com outros líderes. Preci-
samos uns dos outros, provavelmente mais do que imaginamos 
ou queremos admitir. Os crentes, incluindo os pastores, são 
uma família (irmãos e irmãs). Essa é uma característica muito 
mais importante do que títulos, posições, afiliações denomina-
cionais, ou o tamanho da igreja.
 Os vários dons e funções no Corpo de Cristo são dados a 
fim de trabalharmos eficientemente juntos (Rm 12:3-8; 1 Co 
12). Nenhum de nós tem o que é preciso para ser eficaz no mi-
nistério sem a parceria de outros crentes e líderes. No entanto, 
este tipo de unidade requer maturidade, amor, atitude de servo 
e humildade.
Forte Apoio 
 Os pastores, especialmente, precisam uns dos outros. Preci-
samos dar lugar e buscar relacionamentos com outros pastores 
e líderes consagrados. O propósito principal disto é a criação 
de uma responsabilidade mútua. Precisamos ter isto para a 
nossa saúde espiritual e proteção contra fracassos.
 Esses relacionamentos devem permitir uma abertura genu-
ína, um lugar para compartilharmos nossos desafios, dificulda-
des e triunfos na vida e no ministério. Neste círculo de amiza-
de e relacionamento, podemos receber ministrações, orações e 
aconselhamentos bíblicos.
 Deus deseja este tipo de relacionamento para nosso cresci-
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 43 
mento e maturidade: “Como o ferro afia o ferro, assim o ho-
mem aguça o rosto do seu amigo” (Pv 27:17).
 Os relacionamentos de confiança podem fornecer um lugar 
seguro para compartilharmos nossos temores, preocupações 
e tentações. Podemos confessar nossas falhas e pecados (Tg 
5:16) e receber ministrações e encorajamento.
 Todos os que estão no ministério precisam de encoraja-
mento. O Diabo trabalha arduamente para tentar os líderes e 
levá-los a caírem em fracassos pessoais ou a abandonarem o 
ministério. Às vezes, as pessoas – até mesmo em nossas con-
gregações – nos entendem erradamente ou talvez se oponham 
a nós, ou até mesmo ajam com ódio em relação a nós. Preci-
samos do apoio de amigos espiritualmente fortes e dignos de 
confiança para nos ajudarem a passarmos por essas situações, 
a fim de emergirmos como vitoriosos através de Cristo!
De Pastor Para Pastor: Não creia na mentira que 
é mais “espiritual”, a de que você não precisa de outras 
pessoas em sua vida. Na verdade, quanto mais maduros 
nos tornarmos, tanto mais reconheceremos a nossa ne-
cessidade de relacionamentos santos no Corpo de Cristo. 
Paulo nos diz que juntos formamos o Templo de Deus, 
cheio com o Espírito Santo (1 Co 3:16,17).
Os grupos de amizade e responsabilidade devem ser 
escolhidos em oração e com cuidado. Nem todos que 
você conhece serão parceiros compatíveis para a oração, 
e nem todos terão maturidade para serem dignos de con-
fiança. Encontre pessoas que você respeita e em quem 
possa confiar. Procure aquelas que têm maturidade, sa-
bedoria e sensibilidade ao Espírito Santo para genuina-
mente falarem a verdade em amor.
A oração deve ser o foco principal em um grupo assim. 
Além disso, esses grupos devem envolver a comunhão 
somente com pessoas do mesmo sexo – homens com ho-
mens, e mulheres com mulheres.
Esses relacionamentos vitais nos manterão “afiados” 
e firmemente estabelecidos no caminho do crescimento, 
da pureza, e de uma unção maior! ■
3. Sete Características da Unção Genuína
 As confusões com relação à natureza e propósito da unção 
frequentemente se devem a uma exposição única ou a curto 
prazo a um evento ministerial. Talvez seja um poderoso ser-
mão, uma oração comovente, ou a presença de sinais ou mila-
gres numa reunião.
 A visão a curto prazo pode levar a mal-entendidos deduas 
maneiras. Primeiramente, é fácil acharmos erroneamente que a 
unção é entusiasmo, talento, dons, estilo, ou habilidades no mi-
nistério. Em segundo lugar, talvez pensemos que um momento 
de auge em uma manifestação sobrenatural seja o propósito 
total da unção.
 Muito embora esses momentos milagrosos ou de entusias-
mo possam ser verdadeiramente o resultado da unção do Espí-
rito Santo, precisamos nos lembrar de que há mais coisas com 
relação à unção.
 É importante desenvolvermos uma visão a longo prazo da 
unção. Esse é o entendimento de que a unção genuína resultará 
em vidas transformadas (Rm 12:1,2). 
 Por “vidas transformadas” eu quero dizer vidas que estão 
solidamente fundamentadas na Palavra de Deus e na oração. 
As pessoas que têm uma vida transformada estão alcançando e 
servindo o mundo ao seu redor através do seu testemunho e do 
seu serviço de amor. Elas estão resistindo ao pecado e às obras 
da carne, andando em humildade e arrependimento. Elas estão 
ativas no Corpo de Cristo. Tendo descoberto os seus dons espiri-
tuais, elas estão usando-os no ministério. Elas estão se tornando 
mais semelhantes a Cristo o tempo todo!
 Essas coisas devem ser verdadeiras com relação a um líder 
transformado, bem como àqueles a quem um líder ungido está 
ministrando.
 Um ministério verdadeiramente ungido é consistentemente 
frutífero, com o resultado contínuo de vidas sendo salvas e dis-
cipuladas para serem seguidoras de Cristo.
 Um ministério ungido não é um caminho ao reconhecimen-
to, às riquezas, ou à comodidade. O Apóstolo Paulo era um 
homem profundamente ungido, grandemente usado por Deus. 
Contudo, ele sofreu intensamente, foi pobre e frequentemente 
perseguido, passou tempos na prisão, e foi até mesmo despre-
zado pela Igreja que ele buscava servir (2 Co 4:8-15; 7:2-6; 
11:23-33). A vida de Paulo foi terminada pelo machado de um 
executor quando ele foi decapitado em Roma. No entanto, um 
pouco antes da sua morte, Paulo declarou que a sua recompen-
sa total era uma “coroa de retidão, que o Senhor, o justo Juiz, 
lhe daria naquele Dia, e não somente a ele, mas também a 
todos os que amam a Sua vinda” (2 Tm 4:8). 
 A vida de Paulo não chegou a grandes coisas, de acordo 
com os padrões do mundo de “sucesso”. Até mesmo alguns 
cristãos de hoje talvez não achem que Paulo foi um grande 
apóstolo.
 No entanto, a reputação de Paulo foi que ele proclamava in-
trepidamente o Evangelho de Jesus Cristo (At 17:1-6). Ele era 
conhecido como um homem de autoridade e poder, até mesmo 
pelo mundo demoníaco (At 19:15). Ele ensinava e discipula-
va outros, e iniciava igrejas. Paulo foi inspirado pelo Espírito 
Santo a escrever o que se tornou um terço do nosso Novo Tes-
tamento (a maior parte escrita enquanto ele estava na prisão 
pela sua fé). E o Apóstolo Paulo foi um agente principal para 
a divulgação do Evangelho por todo o mundo conhecido de 
então. Paulo era verdadeiramente ungido de Deus, cheio do 
poder do Espírito Santo! (Cl 1:24-29)
 Precisamos ser claros com relação ao propósito da unção 
de Deus. Não recebemos a unção de Deus para o nosso ganho 
pessoal ou para o entretenimento de outras pessoas. É para que 
os propósitos de Deus sejam cumpridos! É para ministrarmos 
de maneira tal que as pessoas sejam transformadas pela Pala-
vra e pelo poder do Deus!
Testando a Nós Mesmos
 Precisamos usar discernimento nestes dias, para perce-
bermos o que é de Deus e o que é do homem. Precisamos 
discernir o que é do Espírito de Deus, e o que é de um es-
pírito diferente (2 Co 11:4). A Bíblia nos diz que, à medida 
que o tempo avançar, o mundo demoníaco tentará cada vez 
mais desviar as pessoas. Até mesmo cristãos serão enganados 
e desviados, rejeitando o que é verdadeiramente de Deus (2 
Tm 3:1-9; 4:3,4).
 Precisamos “testar os espíritos” (1 Jo 4:1-6), porque o Dia-
bo busca ativamente enganar e destruir as pessoas (2 Co 2:11; 
44 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
10:1-5; 11:14; 1 Pe 5:8). Além disso, homens malignos tenta-
rão usar a Deus e as coisas espirituais para servirem a si pró-
prios (2 Co 11:13-15; Fp 1:15,16; 2 Pe 2). 
 Como, então, podemos saber o que é verdadeiramente a 
unção do Espírito Santo? E por qual medida podemos testar a 
nós mesmos para garantirmos que estamos andando fiel e obe-
dientemente a Cristo com relação à unção?
 Eis aqui sete características que serão evidentes com rela-
ção à unção do Espírito Santo.
 A unção genuína do Espírito Santo:
 1) sempre glorificará Jesus (Jo 16:14), e não os homens, ou 
nem mesmo o ministério;
 2) será fiel e consistente com todo o conselho da Palavra de 
Deus (Jo 14:26), uma vez que o Espírito Santo jamais violará 
a Palavra de Deus escrita;
 3) fará com que aconteça uma vida espiritual nos que são 
expostos ao ministério ou que o recebem (Jo 6:63) – as pessoas 
ficarão mais comprometidas com Jesus, com a Sua Palavra, e 
com os Seus caminhos;
 4) direcionará as pessoas a Jesus e à Sua salvação, e não a 
uma outra pessoa ou a sinais e maravilhas (Jo 15:26);
 5) promoverá a paz e a unidade no Corpo de Cristo (1 Co 
12:1-14) entre os que amam ao Senhor e a Sua Igreja mais do 
que os seus próprios pontos de vista;
 6) terá o poder de transformar vidas (1 Co 2:4,5; 4:20; 1Ts 
1:5), que é o produto de um ministério ungido;
 7) produzirá o caráter de Cristo nas pessoas (gl 5:16-24; 2 
Co 3:18) – esta é a vontade de Deus para todos os seguidores 
de Cristo!
 A presença dessas sete importantes características da un-
ção genuína será uma marca dos que ministram na unção do 
Espírito Santo. Essas características também nos ajudam a 
perceber a necessidade de uma visão da unção a longo pra-
zo.
 Pode haver uma unção a curto prazo ou espontânea para 
um momento específico do ministério. Mas, como pastores 
do Corpo de Cristo, somos ungidos para fazermos discípulos 
e treinarmos o povo de Deus – um trabalho a longo prazo – e 
não para termos apenas momentos ocasionais de um ministério 
emocionante.
 Use a lista acima para examinar seu ministério. Como líder 
de igreja, você tem um precioso e importante chamado para 
pastorear as pessoas do Corpo de Cristo. Cristo é o nosso Sumo 
Pastor. Ele o chamou como um subpastor. Será a Ele que você 
prestará contas pela maneira pela qual você cumpriu o Seu en-
cargo de cuidar das Suas ovelhas (1 Pe 5:1-4).
Será que Podemos Receber Mais?
 O nosso papel é seguirmos diligente e fielmente a Cristo. 
Precisamos aplicar os padrões e princípios da Palavra de Deus 
em nossa vida e crescer constantemente em nossa capacidade 
de sermos dirigidos pelo Seu Espírito. 
 O chamado ministerial que Deus lhe deu não é o seu mi-
nistério. É o ministério DELE que Ele deseja exercer através 
de você! O ministério, quando exercido à maneira de Deus, dá 
origem a uma grande frutificação (Jo 15:14-16) e é acompa-
nhado da Sua unção.
 Já estabelecemos que a unção do Espírito Santo é sobera-
namente designada por Deus. Ela será consistente com o nosso 
chamado e dons. Essa unção não está sujeita à vontade huma-
na, a não ser a nossa capacidade de recebê-la ou rejeitá-la.
 Se você for como eu, você deseja mais da unção de Deus 
em sua vida e ministério. O clamor do seu coração é ser um 
vaso eficaz através do qual os propósitos do Reino de Deus 
possam ser cumpridos.
 Assim sendo, será que é possível não somente recebermos 
a unção de Deus, mas também crescermos na unção que Deus 
nos dá? Será que podemos receber mais do que temos agora? 
Vamos analisar brevemente essas perguntas.
B. CRESCENDO NA UNÇÃO
 O desejo do Senhor é que você tenha a unção do Espírito 
Santo. Também é desejo d’Ele que você cresça em sua capaci-
dade de viver e ministrar na unção do Espírito Santo.
 Não há nenhum atalho para crescermos na unção de Deus. 
Tampouco a unção é nossa, para que a agarremos e a usemos a 
fim de sermos poderosos no ministério para o nosso benefício 
próprio. Lembre-se de que o poder de Deus não está separado 
da Sua Pessoa. Unção é a presença do Espírito Santo – que 
sempre estará sujeita à vontade e propósito de Deus, e não à 
nossaprópria vontade e propósito.
1. Caráter e Unção
 É importante compreender que, à medida que você cresce 
no caráter de Cristo, você crescerá na unção. O nosso caráter 
complementará e liberará a unção através da nossa vida, ou 
bloqueará e impedirá a obra do Espírito Santo através de nós. 
(Veja Efésios 4:30; 1 Tessalonicenses 5:19.) 
 Lembre-se de que acima de tudo somos filhos e filhas de 
Deus. A obra sacrificial de Cristo possibilitou que fôssemos 
restaurados a um relacionamento com o nosso Pai Celestial.
 Jesus Cristo, como Cabeça da Igreja (Cl 1:18; 2:19), nos 
chamou e nos deu dons espirituais – a fim de que, como filhos 
e filhas de Deus, pudéssemos servir o Corpo de Cristo (Ef 4:11-
16; 2 Tm 1:9). Esses dons e chamados espirituais funcionam 
plena e corretamente apenas quando são capacitados e direcio-
nados pelo Espírito Santo (1 Co 12:7 – todos os dons funcio-
nam de acordo com esse princípio).
 É por isso que podemos dizer que todos os ministérios 
verdadeiramente ungidos fluem de relacionamentos. O nosso 
relacionamento de submissão e de um crescimento cada vez 
maior com Cristo é a base sobre a qual funciona o ministério 
que transforma vidas. Independentemente do seu nível de ma-
turidade ou experiência com o Senhor, isso ainda é verdadeiro. 
Jamais se esqueça de que um ministério eficaz flui do fato de 
mantermos um relacionamento revigorado e cada vez mais pro-
fundo com Jesus Cristo!
Lembre-se que o poder de Deus não está 
separado da Sua Pessoa. A unção é a pre-
sença do Espírito Santo – que sempre esta-
rá sujeita à vontade e propósito de Deus, e 
não à nossa própria vontade e propósito.
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 45 
De Pastor Para Pastor: É realmente fácil demais no 
ministério negligenciarmos o nosso relacionamento com o 
Senhor. Talvez comecemos a achar que o “maná” de ontem, 
proveniente d’Ele, seja suficiente para hoje. Mas não é!
Jesus faz uma poderosa admoestação que ilustra esse 
problema. Leia Mateus 7:21-23. As pessoas que estão 
sendo descritas nesses versículos são pessoas da Igreja 
– pessoas com ministérios proféticos, ministérios de liber-
tação, os que ministram com sinais e maravilhas, etc.
Contudo, esses líderes, em algum ponto ao longo do 
caminho, deixaram o seu “primeiro amor” (Ap 2:1-5). Eles 
foram enganados, achando que a manutenção de uma 
aparência de sucesso no ministério (tendo a forma ex-
terna) seria suficiente. Eles talvez até mesmo consigam 
citar passagens bíblicas e usar a autoridade do nome de 
Jesus. No entanto, eles não estão andando num relacio-
namento genuíno, obediente e revigorado com o Senhor. 
Eles não O conhecem, e Ele não os conhece. O seu fim é 
terrível (Mt 7:23). ■
A Estratégia de Satanás
 Como já aprendemos, uma das obras do Espírito em nossa 
vida, depois da salvação, é a nossa transformação pessoal (Rm 
8:29; 2 Co 3:18). É a nossa cooperação, que dura a vida toda, 
com essa obra – juntamente com a nossa obediência diária à 
Palavra de Deus e o nosso tempo em Sua presença – que de-
senvolve dentro de nós um caráter santo.
 Satanás resiste ativamente ao crescimento do caráter santo 
nos líderes de igreja. O Diabo não consegue corromper ou rou-
bar de nós a unção e os dons do Espírito Santo. Ao contrário, o 
oposto é verdadeiro: “Para este propósito o Filho de Deus foi 
manifesto, para que Ele pudesse destruir as obras do Diabo” 
(1 Jo 3:8; veja também Lucas 10:17-20; Romanos 8:37-39; 2 
Coríntios 10:3-5; Colossenses 2:14,15; Hebreus 2:14).
 Pelo fato de que o Diabo não tem nenhum poder para dani-
ficar ou corromper a unção e os dons do Espírito Santo, o seu 
alvo principal é você! Satanás busca ativamente roubar, matar, 
e destruir os santos (Jo 10:10). Uma das maneiras pelas quais 
ele faz isso é tentando solapar o caráter santo, especialmente 
nos líderes da Igreja.
 O Diabo tenta corromper os líderes de igreja e torná-los 
inadequados para os propósitos de Deus (1 Co 9:24-27; 2 Tm 
2:19-22). Ele faz isso através de tentações, enganos, temores, 
intimidações, divisões, orgulho, egoísmo. Qualquer que seja o 
pecado, Satanás será a fonte!
 As tentações de Satanás geralmente começam de maneiras 
pequenas. Ele começa a apelar aos nossos desejos carnais e na-
tureza egoística. O Diabo teve séculos para observar o compor-
tamento humano e para desenvolver maneiras de tentar fazer 
com que caiamos. Não precisamos temê-lo – mas certamente 
precisamos ser cautelosos e ficar de guarda o tempo todo! (1 Pe 
5:8,9.)
 Observe que somos mais vulneráveis às artimanhas do Dia-
bo quando negligenciamos o nosso contínuo e crescente re-
lacionamento com Jesus Cristo (1 Tm 4:1,2; 2 Tm 1:1-9; Hb 
2:1-3). Se não estivermos perto de Cristo, seremos muito mais 
tentados a fazermos exceções para nós mesmos, a darmos des-
culpas para deslizes de comportamento, a acolhermos pensa-
mentos concupiscentes. Todas essas coisas levam ao pecado, 
ao engano e ao fracasso (Tg 1:13-15).
 O desejo de Deus é que a Sua unção penetre em nosso ca-
ráter. O caráter santo (ou a sua falta) causa um impacto direto 
em nossa frutificação e eficácia no ministério. Deus quer que 
a Sua unção venha a fluir em nossa vida e através dela, sem a 
barreira da iniquidade. Não é nenhum exagero dizermos que 
a unção tem tanto a ver com o caráter (o nosso) como com o 
poder (de Deus).
 Vamos dedicar um momento agora para aprendermos com 
a vida do Homem mais ungido que já viveu.
2. As Pegadas do Mestre
 Verdadeiramente, Jesus Cristo foi a Pessoa mais ungida que 
já andou sobre a terra. Ele tinha o Espírito Santo sem medida 
(Jo 3:33-35). A Sua inigualável unção foi profetizada séculos 
antes do Seu nascimento (Is 61:1-3). Jesus confirmou essa pro-
fecia no início do Seu ministério (Lc 4:17-20).
 O ministério de Jesus na terra confirmou que Ele era ver-
dadeiramente O Ungido. Um rápido exame no Evangelho de 
Lucas, Capítulos 4 e 5, revelam o Seu grande poder desde o 
início do Seu ministério. Jesus foi ungido para:
● Expulsar demônios (4:33-37, 41);
● Ensinar com autoridade (4:22,32);
● Curar os enfermos (4:38-40;5:15);
● Chamar as pessoas ao arrependimento (5:17-26,31,32);
● Fazer sinais e maravilhas (5:4-9);
● Profeticamente chamar as pessoas ao ministério (5:10, 
27);
● Desenvolver um grupo de liderança central (5:11);
● Curar um leproso, que era algo espantoso para aquela 
época (5:12-15).
 Essa é apenas uma amostra de como Jesus começou o Seu 
ministério terreno. Ele realizou muitíssimo mais do que isso. 
Há apenas um Filho de Deus que veio à Terra, morreu por nós, 
e aí então ressuscitou para mostrar que Ele era verdadeiramen-
te Deus!
 Jesus é Aquele que nos chamou (1 Co 1:26-31). Ele nos deu 
Satanás: velho 
observador do 
comportamento humano.
46 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
todos os dons necessários (Ef 4:11-16) e o poder (Jo 16:7) para 
cumprirmos a Sua vontade (Jo 15:16).
 Cristo encarregou a Sua Igreja a dar prosseguimento à Sua 
obra (At 1:4-8). É somente pelo poder do Espírito Santo de 
Deus que podemos realizar isso plenamente. Esse mesmo Es-
pírito que ungiu Jesus foi derramado sobre a Terra, e está dis-
ponível a todos os que creem em Jesus Cristo para a salvação! 
(Rm 8:14-17) Aleluia!
Andando nas Pegadas de Jesus
 Deus está procurando os que são leais a Ele (2 Cr 16:9). Je-
sus mostrou-Se leal a Deus e agradável a Ele (Mt 3:17). Jesus 
foi obediente à vontade do Pai em todas as coisas (Hb 10:5-7). 
Muito embora Jesus fosse capaz de pecar, Ele jamais pecou 
(Hb 4:15).
 Já que Ele é o nosso exemplo em todas as coisas, o que 
podemos aprender com a vida de Jesus Cristo com relação a 
crescermos na unção? Vamos andar em Suas pegadas por um 
momento para recebermos as lições que promoverão o cresci-
mento em nosso caráter e nas questões espirituais.
 a. Jesus Era Submisso às Autoridades. Jesus escolheu ser 
submisso às autoridades que foram estabelecidas sobre Ele. Até 
mesmo quando Ele ainda era um Menino, Ele era submisso a 
Seus pais e a outras autoridades da Sua comunidade (Lc 2:41-
51). E, durante todo o Seu ministério terreno,Jesus submetia-
Se continuamente ao Seu Pai Celestial. 
 A Bíblia ensina que nós, como líderes, também estamos 
sujeitos a estruturas de autoridade em nossa vida. Há gover-
nos, denominações, igrejas, empregos – todas estas coisas têm 
estruturas de autoridade.
 Nós podemos encontrar segurança e conforto no fato de 
termos essas autoridades sobre nós. No entanto, em alguns ca-
sos, talvez não concordemos completamente com elas. Talvez 
até mesmo nos encontremos em submissão a autoridades que 
são ímpias, egoísticas, ou tirânicas.
 É provável que durante a nossa vida sirvamos a figuras de 
autoridade benevolentes e também aparentemente injustas. 
Mas, qualquer que seja a natureza dessas figuras de autorida-
de, a Palavra de Deus nos instrui com relação à importância 
da submissão como um padrão de vida. Isso inclui a submis-
são a:
● Deus (Tg 4:7);
● Autoridades governamentais (Rm 13:1-7; 1 Pe 2:13-17; 
veja também a nota abaixo);
● Liderança no Corpo de Cristo (1 Co 16:15,16; 1 Ts 
5:12,13; Hb 13:7,17);
● Uns aos outros no Corpo de Cristo (Ef 5:21; 1 Pe 5:5);
● Maridos, por suas esposas (Ef 5:22; Cl 3:18);
● Pais, por seus filhos (Ef 6:1-3; Cl 3:20);
● Empregadores, por seus empregados (Ef 6:5-8; Cl 3:22-
25; 1 Pe 2:18-21).
 NOTA: Como cristãos, devemos ser pacientes com o nos-
so governo sempre que possível. Jesus não exigiu a derrubada 
de Roma, muito embora, naquela época, ela oprimisse a Israel 
terrivelmente. Mas, se um governo ou líder nega ao povo a 
liberdade de adorar e obedecer a Deus, precisamos continuar 
servindo a Deus – muito embora isso possa trazer perseguições 
(1 Pe 4:12-19).
 A única ocasião em que você pode considerar não se sub-
meter às autoridades estabelecidas sobre a sua vida é se elas 
lhe ordenarem a violar as Escrituras, ou a violar um princípio 
de conduta moral (por exemplo, mentindo, roubando, tendo 
um comportamento sexual imoral, etc.).
 Por exemplo, se uma autoridade governamental ordenar 
que você pare de pregar o Evangelho ou que você se abstenha 
de falar em nome de Jesus, o mandamento supremo de Cristo 
o impulsiona a esta proclamação de qualquer modo. Os após-
tolos continuaram a pregar desta maneira (At 4:1-31; 5:17-42; 
8:1-4). Se você enfrentar esse tipo de situação, ela exigirá mui-
to cuidado, sabedoria e coragem. Seja dirigido pelo Espírito 
Santo, e Deus será glorificado! (Mc 13:9-13.)
O Princípio da Submissão
 A submissão é um princípio fundamental na vida do crente, 
especialmente na vida do líder de igreja. Precisamos nos sub-
meter a Deus, acima de tudo, em todas as coisas. Em seguida 
precisamos escolher nos submeter aos que estão em autoridade 
sobre nós – quer seja em nossa comunidade, denominação, tra-
balho, ou numa outra situação. 
 Até mesmo se não concordarmos com eles, se não gostar-
mos deles ou se não merecerem nosso respeito, precisamos 
permanecer submissos em nossas atitudes e ações.
 A única exceção é se, em seu papel de autoridade, eles exi-
girem que você viole a Palavra de Deus, ou se eles estiverem 
conduzindo outras pessoas a fazerem o mesmo.
Deixe o exemplo 
de Jesus guiar seu 
crescimento.
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 47 
De Pastor Para Pastor: Há ocasiões em que talvez 
tenhamos dificuldades com uma figura de autoridade. Tal-
vez achemos que não estamos sendo tratados justamente 
ou recebendo um respeito ou agradecimento apropriado.
O exemplo de Jesus para nós nessas situações é que 
Ele “Se esvaziou, assumindo a forma de um escravo” (Fp 
2:7). Cristo não buscava a aprovação ou o louvor dos ho-
mens, em parte porque Ele sabia quão fútil isso é. As pesso-
as podem mudar rapidamente as suas opiniões (Jo 2:23-25; 
6:15,26,60-66).
Jesus Cristo buscava a satisfação do Seu Pai Celes-
tial. Ele também escolhia o papel de um Servo (Mt 20:28). 
Do Seu coração de submissão e serviço veio a salvação 
para nós como também uma grande glória para Deus (Fp 
2:7-11).
Como líderes de igreja, seremos colocados às vezes 
em posições de autoridade. A fim de liderarmos eficaz-
mente com autoridade, precisamos primeiramente apren-
der a viver e caminhar sob autoridade! Isso significa que 
precisamos compreender como viver de acordo com o 
princípio da submissão.
Se você estiver tendo um problema com um líder em 
autoridade, há alguns passos práticos a serem tomados. 
Em primeiro lugar, ore diariamente por essa pessoa. Isso 
o ajudará a obter a perspectiva de Deus sobre ela. Em 
seguida, busque ao Senhor com relação à solução d’Ele 
para o seu conflito. Busque as Escrituras e espere no Se-
nhor para a resposta d’Ele.
Talvez você precise ir a essa pessoa e compartilhar 
suas preocupações de uma maneira humilde (Mt 5:23,24). 
Você também pode buscar conselhos dos que são sábios 
e objetivos, os quais o ajudarão a resolver o problema, em 
vez de somente ficarem do seu lado.
Finalmente, mantenha correto o seu coração (que in-
clui nenhuma reclamação ou fofoca) e confie que Deus 
será o seu Defensor (Sl 5:1; 7:10; 31:2; 59:16,17; etc.). 
Isso é exemplificado na vida de Davi, o qual escolheu 
honrar a Deus e esperar o Seu tempo, muito embora o 
comportamento de Saul fosse difícil e às vezes ímpio. 
(Leia 1 Samuel 16 – 24.) ■
 Deus talvez não seja o autor de uma tribulação ou dificul-
dade em nossa vida, mas Ele de fato promete usar todas as 
situações para o nosso bem. Esse “bem” é o fato de Ele nos 
moldar à imagem de Cristo (Rm 8:28,29).
 Às vezes Deus usa as dificuldades que enfrentamos para 
testar o nosso coração (Êx 20:20; 1 Cr 29:17). Em outras oca-
siões, um relacionamento desafiador talvez nos force a amadu-
recermos. A escolha de respostas santas em meio a dificuldades 
sempre faz com que cresçamos em nosso caráter.
 Se escolhermos adotar a atitude e o coração de Cristo no 
meio das tribulações, isso frequentemente leva ao fato de Deus 
nos confiar uma medida maior da Sua autoridade, influência e 
unção.
 b. Jesus Cresceu em Maturidade. Jesus entregou-Se a um 
padrão de crescimento firme e equilibrado (Lc 2:52). Muito 
embora esse versículo provavelmente envolva a juventude de 
Jesus, ainda assim ele estabelece um exemplo para nós de um 
padrão saudável de crescimento e maturidade pessoal.
 1) “cresceu em sabedoria” – Uma fonte principal de sabe-
doria é a Palavra de Deus. À medida que você a lê e a estuda, 
peça que o Espírito Santo abra o seu entendimento e fale com 
você com relação à verdade (2 Tm 2:15). 
 Jesus disse que o Espírito Santo “vos ensinará todas as 
coisas e trará à vossa lembrança todas as coisas que Eu vos 
disse” (Jo 14:26). O Espírito de Deus vivificará (tornará vivas 
e relevantes) as palavras de Jesus.
 O Espírito Santo extrai da Palavra de Deus o que deposi-
tamos em nossa vida. Fazemos depósitos ao lermos e estudar-
mos a Bíblia, como também ouvindo ou estudando ensinos e 
sermões bíblicos sãos.
 Como líderes de igreja, precisamos nos entregar completa-
mente ao estudo, memorização e aplicação das Escrituras a fim 
de crescermos em sabedoria. Esta leitura e estudo, no entanto, 
não é para fazermos sermões! É para o nosso crescimento pesso-
al. Aí então, do poço cada vez mais profundo dos ricos depósitos 
da Palavra de Deus em nossa vida, podemos extrair as verdades 
que o Senhor vivificar em nosso coração ao ministrarmos aos 
outros. Isso trará grandes bênçãos pessoais para nós, como tam-
bém para as pessoas a quem ministramos (1 Tm 4:12-16).
 2) “cresceu em… estatura” – Já aprendemos que os nos-
sos corpos são templos do Espírito Santo (1 Co 6:12-20; 1Ts 
4:1-8). Portanto, precisamos ser bons administradores dos cor-
pos que Deus nos deu. A nossa saúde física pode ter um im-
pacto direto sobre a nossa capacidade de sermos eficazmente 
usados por Deus no ministério.
 Todos estamos cientes dos óbvios abusos ao nosso corpo 
físico que devem ser evitados: embriaguez ou abuso de drogas 
(Ef 5:18); imoralidade sexual (1 Ts 4:3-5); glutonaria (1 Co 
6:12,13; 9:24-27). Em vez de fazermos uso desses abusos, use-
mos nosso corpo no serviço do Senhor!
 A Bíblia de fato diz que o exercício físico temmenos valor 
do que a santidade (1 Tm 4:8), mas o exercício ainda tem al-
gum valor. No entanto, devemos manter as nossas prioridades, 
não ficando mais preocupados com as nossas condições físicas 
do que com as nossas condições espirituais.
 Exercícios diários moderados são bons para a nossa saúde. 
Fazer o melhor possível para comermos alimentos saudáveis 
também é importante. Devemos observar nossas agendas para 
garantirmos que estamos dormindo adequadamente. Essas 
questões podem contribuir com a nossa eficácia e longevidade, 
aumentando o número de anos que Deus pode nos usar e rece-
ber glória através do nosso serviço a Ele!
 3) “cresceu... na graça com Deus” – Jesus andava em obe-
diência à vontade do Pai. Todo o Seu ministério era fazer o que 
Deus-Pai queria que Ele fizesse (Jo 5:19,30). Jesus falava o 
que o Pai estava dizendo (Jo 8:26,28) e fazia as obras de Deus 
(Jo 5:17; 9:4; 14:10).
 Jesus obedecia perfeitamente à vontade do Pai – tanto que 
pôde dizer: “O Pai não Me deixou sozinho, pois Eu sempre 
faço as coisas que O agradam” (Jo 8:29; veja também João 
4:34; 6:38).
 Mas, além da Sua obediência, Jesus também andava num 
estreito e íntimo relacionamento com o Pai pelo Espírito. Jesus 
frequentemente saía sozinho para orar (Lc 5:16). O tempo do 
verbo grego original nesse versículo revela que o passar tempo 
a sós em oração era um hábito regular para Jesus.
 A obediência de Jesus não ganhou o amor ou o favor de 
Deus. No entanto, ela de fato garantiu que nenhum pecado ou 
48 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
meio-termo violasse o Seu relacionamento com o Pai. Isso é 
importantíssimo para nós, pois Jesus estendeu esta mesma pro-
messa de um relacionamento íntimo a nós!
 Jesus promete “manifestar-Se” (revelar-Se) a nós à me-
dida que andamos em obediência aos Seus mandamentos (Jo 
14:21-24). A nossa obediência a Cristo e à Sua Palavra, em 
coisas grandes e pequenas, ajuda-nos a nos posicionar espiri-
tualmente para andarmos mais intimamente com o Senhor. A 
nossa obediência não ganha o favor do Senhor, mas ela de fato 
permite um relacionamento e uma comunhão cada vez mais 
profundos com o Pai, o Filho, e o Espírito Santo. E é desse 
lugar de relacionamento íntimo que a unção do Espírito Santo 
fluirá em nós e através de nós de uma maneira crescente.
 4) “cresceu… na graça com… os homens” – Isso não sig-
nifica que Jesus buscava o louvor ou a opinião favorável dos 
homens. Jesus, no entanto, de fato escolheu não agir com ar-
rogância, muito embora Ele fosse verdadeiramente superior a 
todos os homens! Ao contrário, Jesus falava e agia com amor.
Graça e Verdade
 Jesus exemplificou para nós o equilíbrio perfeito do caráter 
de Deus: “E a Palavra Se fez carne e habitou entre nós, e nós 
contemplamos a Sua glória, a glória como do Unigênito do 
Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1:14); “pois a lei foi 
dada através de Moisés, mas a graça e a verdade através de 
Jesus Cristo” (v.17).
 Jesus passava tempo com os pecadores (Mt 9:9-13) e com 
os religiosos (Lc 7:36-50). Ele falava do amor e propósito de 
Deus a qualquer um que ouvisse. Jesus não buscava a aprova-
ção ou o louvor dos homens, mas Ele de fato procurava revelar 
o coração e a Palavra de Deus-Pai em todas as situações.
 Jesus ensinava que Deus espera que mantenhamos puros e 
imaculados os nossos relacionamentos. A Bíblia claramente re-
vela um grande número de comportamentos carnais e pecami-
nosos que são inaceitáveis a Deus em nossos relacionamentos, 
incluindo-se os seguintes: falta de perdão, amargura, ira, inve-
ja, ciúme, contendas, fofocas, espírito crítico, etc. (Mt 5:21-24, 
43-48; 6:12,14,15; 7:1-6; 18:21-35; Rm 12:9-21; gl 5:13-15, 
19-21; 1 Jo 2:9,10; 3:10-18 – essas são apenas algumas das 
muitas referências que ilustram a forte ênfase de Deus com 
relação a termos relacionamentos corretos uns com os outros.)
 Não podemos controlar as atitudes ou o comportamento dos 
outros, mas podemos decidir quais serão os nossos comportamen-
tos e atitudes. E, muitas vezes, a nossa atitude de “graça e verda-
de” abre o caminho para a reconciliação e a paz com outros.
 Quando trabalhamos para termos relacionamentos corretos, 
cheios com a “graça e verdade” de Deus, isto facilita a unida-
de. Uma maior unidade no Corpo de Cristo é uma chave para a 
liberação da presença e unção do Espírito Santo em nossa vida, 
em nossas igrejas, e em nossas comunidades. Também é um tes-
temunho ao mundo da verdade do Evangelho (Jo 17:20,21).
 c. Jesus Andava em Humildade. Indubitavelmente, o 
Deus-Filho era o mais humilde de todos os homens. Jesus era 
totalmente Deus, e, contudo, Ele assumiu a forma de um Ho-
mem e o papel de um humilde Servo, para que Ele pudesse en-
tregar a Sua vida por todos nós (Fp 2:7,8). Se quisermos andar 
em Suas pegadas, precisamos andar em humildade.
 Jesus começou o Seu ministério humilhando-Se, até mes-
mo quando não parecia ser necessário. Vemos isso quando Je-
sus veio a João Batista, enquanto este último estava batizando 
as pessoas para o arrependimento do pecado (Mt 3:13-17).
 Obviamente, Jesus não precisava arrepender-Se, pois Ele 
não tinha nenhum pecado (Hb 4:15). João até mesmo tentou 
dissuadir a Jesus, sabendo que Jesus era imaculado e superior 
a ele (Mt 3:14). Contudo, Jesus ainda assim pediu para ser bati-
zado por João: “Permita que seja assim por agora, pois assim 
é adequado, para que cumpramos toda a justiça” (v. 15).
 Por que Jesus pediu para ser batizado? Este evento marcou a 
inauguração, o início, do ministério de Jesus. Concordantemen-
te, Jesus escolheu neste ato de submissão ao batismo nas águas 
identificar-Se com os pecadores – pessoas como você e eu.
 Jesus, o Imaculado Filho de Deus, escolheu colocar-Se ao 
lado da humanidade pecaminosa em Sua missão de trazer a 
esperança da salvação a toda a humanidade. A fim de “cumprir 
toda justiça”, Jesus reconheceu a vontade de Deus de que Ele 
assumisse o fardo dos pecados da humanidade e fosse o seu 
Redentor e Salvador.
O Servo dos Servos
 Jesus sabia que Sua missão designada por Deus seria tor-
nar-Se um humilde Servo para para a humanidade (Mt 20:28). 
Ele estava ciente disso, até mesmo aos doze anos de idade (Lc 
2:41-50). Isso foi confirmado novamente através do que acon-
teceu imediatamente após o Seu batismo nas águas.
 “Depois de ser batizado, Jesus saiu imediatamente da 
água; e eis que os Céus se abriram a Ele, e Ele viu o Espírito 
de Deus descendo como uma pomba e pousando sobre Ele. E 
subitamente uma voz veio do Céu, dizendo: Este é o Meu Filho 
amado, em quem Eu Me comprazo.” (Mt 3:16,17.)
 Três coisas aconteceram com Jesus enquanto Ele humilde-
mente obedecia à vontade de Deus no batismo:
 1) “os Céus se abriram” (v.16 b) – Isso simbolizava Deus 
revelando a Si Mesmo e os Seus propósitos de uma nova e 
poderosa maneira através do Seu Filho. Jesus era e é Deus 
(Cl 1:15,16,19; Hb 1:3). Vê-Lo, ouvi-Lo, e conhecê-Lo é ver-
dadeiramente conhecer a Deus. Em Jesus, Deus havia Se reve-
lado ao homem pecaminoso de uma maneira mais clara do que 
jamais havia acontecido.
 2) “o Espírito de Deus descendo” (v.16 c ) – Jesus recebeu 
uma poderosa e ilimitada unção do Espírito Santo. Isso O capa-
citou a cumprir o propósito e a vontade de Deus, revelando o co-
ração de Deus mais plenamente e abrindo o caminho da salvação 
a todos. Recebendo a unção do Espírito Santo, Jesus tornou-Se 
Aquele que batiza o crente com o Espírito Santo (Lc 3:16).
 3) “Meu Filho amado, em quem Eu Me comprazo” (v.17) 
– Com toda certeza, Deus falou com uma profunda revelação 
para confirmar a identidade de Cristo. No entanto, essa decla-
ração traz consigo um significado ainda mais profundo.
 Há duas partes nessa declaração que são provenientes de 
passagens proféticas do Antigo Testamento sobre o Messias. 
“Este é o Meu Filho amado...” é de Salmos 2:7. Os judeus 
historicamente aceitavam todo este Salmo como sendo uma 
descrição profética do Messias vindouro.
 A segunda parte, “em quem Eu Me comprazo”, é de Isaías 
42:1. Esse capítulo de Isaías, juntamentecom o Capítulo 53, 
profetiza sobre o Messias como sendo o Servo Sofredor, o Re-
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 49 
dentor que traria a justiça, a misericórdia e a salvação de Deus 
a toda a humanidade.
 Ao falar essas palavras, Deus confirmou que Jesus verda-
deiramente é o há muito aguardado e profetizado Messias. Ele 
é o Escolhido de Deus para ser o Salvador, Rei de todos os reis, 
e Senhor de todos os senhores. Isso também confirmava que o 
caminho à eterna e divina coroa era somente através da Cruz. O 
Rei de reis deveria primeiramente ser o Servo de todos (Fp 2:5-
11). O Seu caminho ao Trono era a obediência ao Pai (Hb 5:8). 
Jesus cumpriria a missão que era motivada pelo amor (Jo 3:16).
Jesus Ofereceu Ajuda a Todos
 Com esses eventos ligados ao batismo de Jesus, podemos 
aprender importantes lições com relação à unção. Em primei-
ro lugar, a obediência voluntária de Jesus de Se humilhar, até 
mesmo quando não era necessário, liberou mais do que Deus 
pretendia para Ele e desejava fazer através d’Ele. Jesus ofe-
receu ajuda a todos, sem condenação, oferecendo o amor, o 
perdão e a salvação de Deus (Jo 8:1-11). Ele liderava pelo 
exemplo em humildade (Jo 13:1-17), revelando essencialmen-
te o coração de amor do Pai na Cruz (1 Jo 4:9,10).
De Pastor Para Pastor: Líder de igreja, nós também 
precisamos andar numa humilde obediência a Deus. Pre-
cisamos humildemente oferecer ajuda e alcançar a todos 
com o Evangelho. Essas verdades talvez pareçam ób-
vias, mas isso não significa que estejamos praticando-as! 
O humilhar a nós mesmos é frequentemente um desafio 
muito grande. A humildade está diretamente ligada ao 
nosso caráter. E o nosso caráter é um fator vital para o 
crescimento e a frutificação do nosso desempenho na un-
ção do Espírito Santo.
Deus resiste aos orgulhosos, mas dá graça aos humil-
des. Qual de nós não necessita mais da graça de Deus em 
sua vida? Ela é liberada a nós através da nossa humildade.
Essa humildade não é um “rastejamento” ou um ódio a 
nós mesmos com o intuito de impressionarmos os outros, 
mostrando-lhes como somos tão “espirituais”. A pessoa 
verdadeiramente humilde não precisa ostentar a sua hu-
mildade aos outros. Quando alguém finge ser humilde, o 
resultado é tão desagradável quanto uma demonstração 
de orgulho. A verdadeira humildade é uma questão do co-
ração. É uma atitude de solicitude altruística pelos outros. 
É uma ausência total de arrogância ou vaidade.
Permita-me recomendar várias atitudes e ações santas 
que nos ajudam a andarmos numa humildade obediente. 
Seria sábio fazermos destas coisas hábitos diários:
● Pedirmos perdão a quem magoamos ou ofendemos.
● Perdoarmos de coração, até mesmo quando o per-
dão não for solicitado.
● Amarmos alguém que aparentemente para nós seja 
impossível de se amar ou de merecer alguma coi-
sa.
● Pedirmos ajuda e aceitá-la.
● Recusarmos títulos, posições, ou privilégios cujo 
uso único é colocar-nos “acima” dos outros.
● Escolhermos uma tarefa de serviço que não traga 
nenhuma atenção, nenhum louvor, nenhuma hon-
ra, e nenhuma recompensa imediata.
● Permitirmos que outros recebam o crédito que tal-
vez seja devidamente nosso. ■
 Jesus ensinava frequentemente sobre a humildade, conhe-
cendo as nossas tendências humanas ao orgulho (Mt 6:1-15; 
18:1-4; 20:20-28). Se desejamos receber a unção genuína do 
Espírito Santo – que resulta na frutificação de vidas transfor-
madas – então precisamos andar como Jesus andou.
 É um caminhar de uma humilde obediência e fidelidade à 
vontade de Deus revelada em Sua Palavra; é um caminhar de 
acordo com a orientação e o direcionamento do Espírito Santo 
todos os dias (Mq 6:8).
 d. Jesus Entendia as Provações. Imediatamente após o 
Seu batismo, Jesus foi “dirigido pelo Espírito” ao deserto para 
jejuar, orar e batalhar contra Satanás (Lc 4:1-12). Talvez achás-
semos que após a Sua experiência de ser batizado e ungido 
pelo Espírito Santo, Jesus seria enviado imediatamente a um 
ministério poderoso e visível. Mas a sabedoria de Deus é mui-
to maior do que a nossa (Is 55:8,9) e os Seus propósitos são 
estabelecidos com uma meta eterna em mente. É óbvio que a 
provação de Jesus foi de acordo com o plano de Deus (Mt 4:1; 
Mc 1:12,13; Lc 4:1).
 Há muito que se aprender com as atitudes adotadas por Je-
sus durante a Sua hora de tribulação e provação. Ele não mur-
murava nem reclamava. Ele não cedia ao temor ou à confusão. 
Durante toda a provação, e com a sua subsequente vitória, Je-
sus colocava a Sua total confiança em Deus-Pai.
De Pastor Para Pastor: Como líderes de igreja, en-
frentamos provações, tribulações e tentações múltiplas e 
singulares. O fato de sermos líderes na Igreja pode nos 
enviar dos mais altos pináculos da alegria às maiores pro-
fundezas da frustração e da derrota – e, muitas vezes, 
isso acontece simplesmente entre um domingo e o próxi-
mo domingo!
Amigo pastor: como líder na igreja, você é um alvo 
para os ataques do Inferno. Talvez você se sinta sozinho 
em suas lutas, achando que ninguém mais o compre-
ende. Pode ser tentador você pensar que se você fosse 
mais maduro ou espiritual, você não passaria por tempos 
tão difíceis assim. Talvez você seja até mesmo tentado a 
desistir e abandonar o ministério. Essas mentiras do Dia-
bo têm o propósito de desanimá-lo. Não creia nelas!
A verdade é que qualquer um que tente servir ao Se-
nhor enfrentará perseguições, provações e tentações (2 
Tm 3:12) – inclusive Jesus. A Sua vida é um exemplo 
para nós de como podemos enfrentar e aguentar as pro-
vações com um sentimento maior de vitória e confiança 
em Deus.
Jesus sabia que Deus não O deixaria nem O abando-
naria. Ele sabia que Deus é fiel e que as Suas promessas 
são verdadeiras. Ele sabia que Ele podia cumprir a vonta-
de do Pai, com o poder do Espírito Santo e com a ajuda 
de Deus: “Aquele que vos chama é fiel, o qual também o 
fará” (1 Ts 5:24). Eu recomendo que você memorize esse 
versículo e medite nele quando você enfrentar desafios 
ou dificuldades. Aí então dedique um tempo para estudar 
cuidadosamente as revelações e princípios abaixo, prove-
nientes da vida de Jesus. Eles também o ajudarão duran-
te as ocasiões de desafios. ■
 Jesus não questionava o motivo pelo qual aquilo estava 
acontecendo com Ele. Em vez disso, Jesus suportava a pro-
vação, confiando que uma parte do propósito de Deus estava 
50 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
sendo realizada, tanto em Sua vida como através da Sua vida. 
Jesus encontrava a paz e a força em Sua submissão a Deus e 
em Sua confiança no imutável poder da Palavra de Deus.
Armadura que Serve
 Quando Deus nos leva a um novo nível de responsabilidade 
ou libera uma nova unção para nós, Ele geralmente permite 
que se siga um período de provação. Vamos analisar algumas 
das razões pelas quais a provação pode ser tão importante as-
sim:
 Precisamos “crescer” na unção que Deus nos dá. Deus 
nos “esticará” espiritualmente para o nosso bem. No entanto, o 
crescimento pode ser desconfortável. Talvez sejamos tentados 
a ficarmos ressentidos ou a resisti-lo. Contudo, pelo fato de que 
Deus sabe o que nos aguarda o futuro, Ele procurará preparar-
nos para a vitória, em vez da derrota. Isso requer que sejamos 
fortalecidos e amadurecidos, e requer que nos entreguemos ao 
processo.
 Podemos ver uma prefiguração desse princípio no Antigo 
Testamento (1 Sm 17:38,39). Davi estava para enfrentar o gigan-
te golias. Saul queria que Davi usasse a sua armadura pessoal. 
No entanto, Davi rejeitou a armadura de Saul e declarou: “Eu 
não consigo andar com ela, pois eu não a testei” (v. 39). 
 Davi não poderia usar eficientemente a armadura que não 
lhe servia bem e que ele não estava acostumado a usar. Muito 
embora a armadura funcionasse bem para Saul, ela não havia 
sido experimentada por Davi e ele não estava familiarizado 
com ela.
 Da mesma maneira, a unção e os dons nos quais somos cha-
mados a andar devem ser nossos – e não de outra pessoa. É 
fácil demais colocarmos a nossa confiança nos dons e na unçãode uma outra pessoa. Talvez tentemos imitá-la, até mesmo pre-
gando os seus sermões ou fazendo uma mímica do seu estilo. 
Tentamos funcionar numa “armadura” que não é a nossa!
 A tentativa de se funcionar na unção de uma outra pessoa 
é um problema porque Deus chamou você. Ele quer usar você. 
A unção que Ele lhe deu é para você. Você é um vaso singular 
que Deus deseja usar de uma maneira específica. A tarefa que 
Ele tem é para você, e a unção que Ele lhe dá se encaixará per-
feitamente em sua tarefa.
 No entanto, geralmente é necessário algum tempo para 
você compreender e “crescer” em seu chamado, em sua tarefa, 
e em sua unção. Às vezes, Deus usa um tempo de provação ou 
tribulação para ajudá-lo a desenvolver-se e a “caber na arma-
dura” que Ele tem para você. Quando você se entrega a Deus 
nessas ocasiões, Ele faz com que você cresça, a fim de que 
você fique forte e capaz de funcionar em sua própria “arma-
dura” – a sua unção que Ele lhe deu – para que você possa ser 
vitorioso e frutífero em Seu chamado.
 Precisamos aprender a extrair os recursos que Ele nos 
deu. As tribulações frequentemente nos revelam as nossas ina-
dequabilidades. Em tempos difíceis, reconhecemos mais do 
que nunca o quanto necessitamos do Senhor e do que somente 
Ele pode suprir.
 Já aprendemos a importância de termos um tipo santo de 
fraqueza, que aumenta a nossa dependência em Deus (2 Co 
12:7-10). Esse tipo de fraqueza permite que sejamos vasos 
através dos quais a unção do Espírito Santo possa fluir.
A Nossa Contínua Necessidade de Deus
 Quando estamos cheios com a unção de Deus e funcionan-
do com confiança e fé (a qual se baseia na obediência) ainda há 
um perigo do qual precisamos estar cientes. Este perigo é que, 
pouco a pouco, podemos começar a depender de nós mesmos 
e da nossa experiência e habilidade acumulada. Aí então de-
pendemos cada vez menos do Senhor ou do poder do Espírito 
Santo. Isso não precisa acontecer, mas pode acontecer se não 
tivermos cuidado.
 Jesus disse: “Eu sou a videira, e vós sois os ramos. Aquele 
que permanece [continua, demora-se, habita, faz residência] 
em Mim, e Eu nele, produz muitos frutos, pois sem Mim nada 
podeis fazer” (Jo 15:5).
 Permita-me enfatizar aqui que a unção do Espírito Santo 
tem tudo a ver com Jesus. Não tem a ver com dons, poder, ou 
ministério. Nem ao menos tem a ver com as pessoas a quem 
estamos ministrando – tem tudo a ver com Jesus! As sete ca-
racterísticas da verdadeira unção [citadas na página 44] têm 
uma coisa em comum: TODAS elas apontam para Jesus.
 É somente n’Ele, pelo Espírito de Deus, que nós “vivemos 
e nos movemos e temos a nossa existência” (At 17:28). Inde-
pendentemente do quanto Deus esteja nos usando, e indepen-
dentemente de quanta experiência adquiramos, sempre preci-
samos manter uma fé simples, como a de uma criança. Este 
tipo de fé envolve uma confiança humilde e uma dependência 
cada vez maior no Senhor.
 A nossa natureza humana pode nos levar a um egoísmo e 
a um sentimento de independência de Deus. No entanto, as 
tribulações e as provações nos relembram da nossa contínua 
necessidade d’Ele, como também da Sua graça e toque sobre a 
nossa vida.
 Precisamos ser purificados a fim de sermos libertos 
para recebermos mais da Sua unção. Jesus disse: “É o Espí-
rito que vivifica; a carne não serve para nada. As palavras que 
Eu vos falo são espírito, e elas são vida” (Jo 6:63).
 A presença do Espírito de Deus em nossa vida faz com que 
a nossa natureza pecaminosa fique desconfortável – como deve 
ficar! Porque o Espírito e a carne (a natureza pecaminosa) es-
tão em guerra um com o outro, ou são “contrários” um ao 
outro (gl 5:16,17; veja também Tiago 4:1-10; 1 Pedro 2:11).
 Deus conhece o que está em nosso coração, mente e persona-
lidade que impedirá ou bloqueará a unção do Seu Espírito San-
to. As provações e tribulações frequentemente funcionam como 
agentes de purificação, forçando as nossas fraquezas a subirem 
à superfície, a fim de que elas sejam tratadas.
Removendo as Impurezas
 Os artesãos que trabalham com prata e ouro lhe dirão que 
o minério, ao ser extraído, está cheio de impurezas. Ele tem 
que ser aquecido e derretido a fim de se forçar as impurezas a 
subirem à superfície. Aí então as escórias (materiais refugados) 
são habilidosamente retiradas da superfície do metal líquido 
(Pv 25:4). Esse processo é geralmente repetido muitas e muitas 
vezes, até que o metal esteja purificado e seja utilizável. Os 
que estão aquecendo o minério sabem o momento exato de se 
remover o precioso metal das chamas, a fim de se evitar que ele 
seja danificado.
 De modo semelhante, Deus usa nossas tribulações para 
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 51 
fazer com que as impurezas em nós sejam “levadas à super-
fície” e expostas. Aí então elas podem ser reconhecidas – e 
removidas através do arrependimento, da cura e da liberta-
ção, livrando-nos das amarras da nossa natureza pecamino-
sa.
De Pastor Para Pastor: Líder de igreja: o que sobe 
à superfície em sua vida quando as circunstâncias “ficam 
quentes” (se intensificam) ou quando você se sente pres-
sionado? Como você reage, ou a que você recorre para 
um alívio? O que sobe à superfície revela uma atitude ou 
comportamento que talvez Deus queira purificar, curar 
ou remover da sua vida? Será que pode haver algo que 
talvez Ele queira ensinar-lhe em meio à tribulação ou di-
ficuldade?
As ocasiões em que somos confrontados com as nos-
sas fraquezas e impurezas não devem ser temidas. Deus, 
em Seu amor, usa as provas, as provações e as tribu-
lações para purificar-nos e moldar-nos. Ele também nos 
dá revelações, entendimento e toques soberanos do Seu 
amor e graça, e revelações da Sua Palavra. Ele usa essas 
ocasiões para “esticar” a nossa fé e para transformar o 
nosso caráter a fim de que sejamos vasos mais eficazes 
e úteis. ■
A Sabedoria Testada
 Deus usa as tribulações para nos purificar e nos fortalecer. 
Deus não nos prova a fim de fazer com que nos sintamos fra-
cassados ou porque não somos “bons o suficiente”. Não! Deus 
permite provações e tribulações em nossa vida para aumentar 
a nossa força, pois Ele não quer que sejamos fracos nas horas 
em que precisarmos ser fortes (Pv 24:10; Jr 12:5). Deus usa as 
tribulações para nos preparar para podermos receber mais da 
Sua unção e sermos fiéis a Ele!
 É por isso que Tiago nos exorta a “considerarmos uma 
grande alegria quando entrarmos em várias tribulações” (Tg 
1:2). As Escrituras vão adiante e nos encorajam a suportarmos 
pacientemente as tribulações (vv. 3,4), sabendo e confiando 
que o nosso Deus fiel as usará para o nosso bem e para a Sua 
glória. Essa é a Sua promessa para nós (Rm 8:28,29).
 Tiago prossegue e nos aconselha a também pedirmos sabe-
doria (Tg 1:5-8) – e, com fé, esperarmos a resposta de Deus. 
Por que precisamos dessa sabedoria? Será que é só para es-
caparmos das tribulações? Não, mas, ao contrário, é para nos 
dar discernimento e entendimento, a fim de que, independen-
temente da fonte da tribulação, saibamos o que fazer enquanto 
Deus estiver operando em nós. 
Necessidade de Uma História Provada
 Deus deseja dar-nos mais do Seu Espírito. No entanto, isso 
requer que tenhamos a força de caráter e a maturidade para não 
desperdiçarmos ou usarmos inadequadamente os Seus dons. 
Você não daria um carro a uma criança de cinco anos de idade, 
não importando o quanto ela se sentisse pronta para dirigi-lo, 
não é? Ela não teria a maturidade para lidar com a respon-
sabilidade. Ela precisa primeiramente crescer física, mental e 
emocionalmente.
 Esse mesmo princípio se aplica no Reino de Deus. Olhe para 
as instruções de Paulo a Timóteo sobre a designação de pres-
bíteros e diáconos (1 Tm 3:1-13). É louvável e bom se alguém 
quiser ser um líder. Contudo, essa pessoa precisa ter uma histó-
ria provada de comportamento e caráter santos, e de maturidade 
na vida. Especificamente, Paulo instrui a Timóteo que um novo 
convertido não deve ser designado como presbítero, pois os no-
vos convertidos ainda não têmesse tipo de maturidade.
Ficando de Pé na Tentação 
 O nosso Deus é perfeito em santidade. Ele jamais comete-
rá um ato maligno, e Ele jamais nos tentará – a nós, os objetos 
do Seu amor – a praticarmos o mal ou a pecarmos (Jó 34:10-
12; Tg 1:13-18).
 Satanás é o autor do mal; ele vem para roubar, matar e des-
truir (Jo 10:10). O Diabo não consegue arruinar ou limitar nos-
sos dons ou unção diretamente, os quais estão sob o governo 
soberano de Deus. No entanto, Satanás nos tenta na área do 
nosso caráter. Ele tenta nos atacar, nos enganar, nos poluir, ou 
nos desqualificar como instrumentos de Deus. Se ele conse-
guir persuadir-nos a escolhermos atitudes ou comportamentos 
pecaminosos, aí então a obra de Deus através da nossa vida 
poderá ser atrapalhada ou destruída através do nosso fracasso 
pessoal.
 O que então devemos fazer, uma vez que o nosso “adver-
sário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão, bus-
cando a quem possa tragar” (1 Pe 5:8)? Devemos lidar com 
as tentações da mesma maneira que Jesus o fez no deserto (Lc 
4:3-12). Os métodos para resistirmos às obras do Diabo es-
tão sumarizados para nós também em Tiago 4:7-10. Leia essa 
passagem das Escrituras, e vamos estudá-la agora juntos por 
alguns momentos.
 “Submeta-se a Deus” – obedeça e confie no Senhor. A obe-
diência à Sua Palavra nos manterá longe dos lugares ou situa-
ções de tentação. Além disso, corra a Ele primeiramente em 
oração quando você estiver sendo tentado. Não tente resistir às 
tentações sem a ajuda de Deus.
 “Resista ao Diabo” – use a Palavra de Deus e a sua lin-
guagem espiritual de oração (“línguas – 1 Coríntios 12 e 14). 
Una-se em oração com alguém em quem você confia.
 “Aproxime-se de Deus” – coloque toda a sua situação dian-
te de Deus em oração e permita que Ele resplandeça a luz do 
Seu Espírito e da Sua Palavra em seu coração. Seja paciente e 
espere n’Ele, para que Ele faça o que somente Ele pode fazer. 
Resista à tentação de fazer as coisas com as próprias mãos e de 
tentar resolver ou consertar a situação por você mesmo.
 “Limpe as suas mãos”, “purifique o seu coração”, “humi-
lhe-se” – à medida que o Espírito Santo revelar ou convencê-lo 
de pecados em áreas de escravidão e fraquezas em sua vida, 
Satanás é o autor do mal; ele vem para 
roubar, matar e destruir... O Diabo não 
consegue arruinar ou limitar nossos dons 
ou unção diretamente, os quais estão 
sob o governo soberano de Deus. No 
entanto, Satanás nos tenta na área do 
nosso caráter. Ele tenta nos atacar, nos 
enganar, nos poluir, ou nos desqualificar 
como instrumentos de Deus.
52 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
coloque essas situações diante de Deus em oração 
com um coração humilde e arrependido. Confesse 
as suas falhas e a sua necessidade da obra purifi-
cadora de Deus, do Seu perdão, cura e libertação.
Graça Para Sermos Vencedores
 Além disso, há uma outra poderosa lista de 
instruções que nos ajudam a saber como nos en-
volver em batalhas espirituais. Leia Efésios 6:10-
18. Essa passagem nos instrui a vestirmos a nossa 
armadura, a tomarmos a Espada do Espírito (a Pa-
lavra de Deus) e a sermos “banhados” em oração. 
Aí então, depois de haver feito todo o possível, 
fique firme em sua fé, confiança e submissão a 
Deus. Você pode resistir ao Diabo e às suas obras, 
e ele tem que fugir! Deus lhe dará a vitória hoje!
 O inimigo não desiste. Ele tentará novamente, 
uma vez que a meta dele é a sua destruição. Isso 
foi verdade até mesmo com Jesus. Muito embora 
Ele enfrentasse uma grande tribulação no deser-
to – e teve uma vitória total – esse não foi o Seu 
combate final com o inimigo. (Veja Lucas 4:13; 
veja também Mateus 16:23; Lucas 22:1-6.) No 
entanto, com todas as tentações, Jesus não cedeu ao pecado.
 Lembre-se de que Deus está completamente a seu favor (Rm 
8:31). Ele até mesmo prometeu que não permitiria que você fos-
se tentado além do que você consegue resistir. Ele sempre pro-
videnciará uma maneira de escape (1 Co 10:13; 2 Pe 2:9).
 Vamos nos regozijar, portanto, porque temos um Rei que 
intimamente conhece e compreende as nossas lutas. Este justo 
e amoroso Salvador liberalmente nos convida a recebermos a 
Sua força, poder e graça para sermos vencedores como Ele (Hb 
4:14-16).
 Precisamos buscar um padrão vitalício de confiança no 
poder do Espírito Santo. 
 Quando Jesus voltou depois de quarenta dias no deserto, a 
Bíblia registra o seguinte: “Aí então Jesus voltou no poder do 
Espírito à Galiléia, e notícias sobre Ele percorreram todas as 
regiões vizinhas” (Lc 4:14).
 Jesus veio à Sua cidade natal de Nazaré. Este era o lugar 
em que Ele havia crescido e em que Ele ia à sinagoga para 
o Sábado (Lc 4:16-30). Foi lá que Ele Se levantou para ler, 
escolhendo de todas as Escrituras a seguinte passagem de Isa-
ías 61:1,2: “O Espírito do Senhor está sobre Mim, porque Ele 
Me ungiu para pregar o Evangelho aos pobres; Ele Me enviou 
para curar os quebrantados de coração, para proclamar liber-
dade aos cativos, e a recuperação da vista aos cegos, para li-
bertar os que estão oprimidos; para proclamar o ano aceitável 
do Senhor” (Lc 4:18,19).
 Jesus declarou que a Sua obra messiânica seria realizada 
pelo “Espírito do Senhor”. Jesus foi ungido e capacitado pelo 
Espírito Santo. Foi somente através desta unção que Ele pôde 
fazer tudo o que Ele declarou profeticamente com relação ao 
Seu ministério.
Total Dependência do Senhor
 Na passagem citada acima, Jesus está estabelecendo o pa-
drão perfeito de como podemos executar a vontade do Pai. 
Como sabemos, Jesus 
veio somente para fazer 
a vontade do Pai, e não 
a Sua própria vontade. 
Semelhantemente, você 
e eu somos chamados 
para fazermos a vonta-
de do Pai, e não a nossa 
própria vontade. Não 
somos chamados para 
realizarmos “o nosso 
programa”, indepen-
dentemente do quão 
bom acharmos que ele 
possa ser. Ao contrário, 
somos chamados, auto-
rizados e capacitados 
para realizarmos a von-
tade de Uma só Pessoa 
– Deus. E para fazer-
mos a vontade de Deus, 
precisamos do poder de 
Deus!
 Como já aprendemos, o nosso grande desafio, à medida que 
amadurecemos nas coisas de Deus, é nos tornarmos cada vez 
mais dependentes dEle e do poder do Espírito Santo. É fácil 
demais começarmos a depender dos nossos crescentes dons 
e habilidades. Talvez tenhamos algum sucesso, e, assim sen-
do, nos afastamos da oração planejada ou do estudo da Bíblia. 
Talvez não nos sintamos tão famintos espiritualmente, ou tão 
ansiosos de vermos Deus operando na vida das pessoas ou da 
nossa comunidade. A nossa confiança é então colocada mais 
em nossas experiências e habilidades acumuladas, e menos no 
poder e unção do Espírito de Deus.
 Nessas situações, as dificuldades e tribulações podem fa-
zer com que nos ajoelhemos uma vez mais, e elas podem nos 
trazer de volta ao nosso lugar de dependência do Senhor para 
tudo o que necessitamos na vida e no ministério.
 Podemos ver, na vida de Jesus, ocasiões de grandes mila-
gres e ministério, e ocasiões de grandes tribulações e oposi-
ções. Mas, em ambas as situações, o Imaculado Filho de Deus 
era totalmente dependente do poder capacitador do Espírito de 
Deus.
 Jesus escolheu assumir as limitações de um corpo humano 
e esvaziar-Se dos Seus privilégios divinos (Fp 2:7). Devido a 
isso, Jesus aceitou ficar completamente dependente da vontade 
do Pai e do poder capacitador do Espírito Santo. Isso O susteve 
durante Sua vida e Seu ministério, e até mesmo em Sua morte 
e subsequente e gloriosa ressurreição!
 Se Jesus, o Deus-Filho, precisava do poder da unção do Es-
pírito Santo para cumprir a vontade do Pai, quanto mais você 
e eu precisamos?
Provações:
Os Instrumentos de Deus que nos Moldam
 Deus usa as provações em nossa vida. Ele não está nos pu-
nindo nessas ocasiões. Exatamente o oposto é a verdade. Pelo 
fato de que Deus nos ama, Ele nos disciplina (Hb 12:3-11). 
Não ceda!
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 53 
Pelo fato de que verdadeiramente somos Seus filhos e filhas 
(Rm 8:14-16), Ele faz o que é necessário para moldar-nose 
fazer com que cresçamos à Sua imagem (2 Co 3:18). Pelo fato 
de que somos co-herdeiros com Cristo (Rm 8:17), e estamos 
destinados a governarmos e reinarmos com Ele (2 Tm 2:12; Ap 
5:10), passaremos por provações para que elas nos preparem 
para o que está por vir (Rm 8:18; 2 Co 4:17).
 Não vamos temer nem fugir das provações e dificuldades que 
virão a cada um de nós. Mas, ao contrário, como escreve Tiago, 
vamos “considerar como uma grande alegria quando passar-
mos por várias provações” (Tg 1:2), pois elas são os próprios 
instrumentos que Deus usará para moldar-nos, transformar-nos, 
e preparar-nos para sermos usados para Sua glória!
3. Busca da Pessoa de Deus
 Como já vimos, há muitos princípios e lições a ser apren-
didos com a vida e ministério de Jesus. Inquestionavelmente, 
ninguém jamais ensinou como Ele (Lc 4:32). Jesus executou 
sinais, maravilhas e milagres em todo o Seu ministério – tan-
tos, na verdade, que o Apóstolo João declara que foram muito 
numerosos para se registrar! (Jo 21:25)
 Uma vez que Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para 
sempre (Hb 13:8), as obras que Ele fez durante o Seu minis-
tério terreno ainda estão sendo feitas hoje. As grandes obras 
e os milagres estão sendo feitos pelo Espírito Santo, através dos 
membros do Corpo de Cristo. Isso significa que o ministério que 
Jesus começou, enquanto Se encontrava na Terra, Ele deu agora 
aos Seus seguidores, para que eles o continuassem (At 1:1-8).
 Não recebemos, obviamente, a Sua missão de morrer na 
Cruz pelos pecados da humanidade. Essa foi uma missão de 
Cristo somente. A salvação eterna é somente através do sacri-
fício d’Ele (At 4:12). Não há nada que possamos fazer para 
acrescentarmos a esta obra grandiosa e consumada. Nós deve-
mos apenas recebê-la!
 
De Pastor Para Pastor: Entenda, por favor, que o mi-
nistério de Jesus não foi encurtado pela Sua crucificação. 
O motivo principal da missão de Jesus aqui na Terra foi 
a Sua morte na Cruz para a salvação da humanidade. 
Essa salvação foi gloriosamente realizada através da Sua 
morte e subsequente ressurreição (Jo 19:30; Ef 1:17-23; 
Fp 2:5-11; Hb 9:11-15).
Assim sendo, podemos dizer com confiança que nin-
guém matou ou assassinou Jesus contra a Sua vontade. 
Ao contrário, a morte de Cristo pelos nossos pecados 
foi parte do propósito preordenado de Deus para Ele (Jo 
1:29; 12:27; 19:5-11; At 2:22-24,33). Jesus recebeu volun-
tariamente essa missão e a realizou plenamente. ■
Obras Maiores
 Os que entre nós receberam a salvação através de Jesus Cris-
to receberam o ministério de Jesus para continuá-lo, até mesmo 
“aos confins da terra” (At 1:8). Recebemos o Espírito Santo 
para nos capacitar a cumprir esse abençoado mandamento.
 Jesus também disse: “Com toda certeza Eu vos digo que 
quem crê em Mim, as obras que Eu faço, ele também fará; e 
obras maiores do que estas ele fará, porque Eu vou para o Meu 
Pai” (Jo 14:12). Nesse versículo, vemos claramente que Jesus 
nos chamou para continuarmos as Suas obras.
 Contudo, precisamos entender que isso não significa que 
as nossas obras de alguma forma serão superiores às de Cris-
to. Tampouco poderemos jamais nos tornar iguais a Cristo de 
maneira nenhuma (Mt 10:24,25; Jo 13:16), pois somente Jesus 
era e é Deus, e somente Jesus é Um em essência com Deus-Pai 
e com Deus-Espírito Santo (Jo 10:30).
 Quando Jesus disse “obras maiores”, Ele estava Se referin-
do ao fato de que faríamos obras que são maiores em número 
e extensão. A extensão do ministério de Jesus foi de aproxima-
damente três anos e meio. O nosso ministério pode estender-se 
durante toda a nossa vida.
 O ministério terreno de Jesus foi geograficamente confi-
nado a uma pequena área e a um número relativamente pe-
queno de pessoas. Isso é limitado em comparação aos milhões 
de seguidores de Cristo e ao nosso chamado de irmos até “os 
confins da terra” (At 1:8). Devemos “pregar o Evangelho a 
todas as criaturas” (Mc 16:15) e “fazer discípulos de todas as 
nações” (Mt 28:19). Assim sendo, essas são as “obras maio-
res” que faremos!
Boas Novas Para Todos
 O plano no coração de Deus-Pai foi trazer a salvação a todas 
as pessoas. Através da morte e ressurreição de Jesus, isto agora 
é possível. No entanto, estas Boas Novas maravilhosas preci-
sam ser contadas a todas as nações (Mt 24:14; Jo 4:35). Como 
saberão, a menos que alguém lhes conte? (Rm 10:14,15.)
 A tarefa de todos os crentes é fazer com que as Boas No-
vas da salvação através de Cristo sejam conhecidas a todas as 
pessoas. Mas, para realizarmos isso, precisamos do poder e da 
capacitação do Espírito Santo de Deus!
 Pelo poder do Espírito Santo, “Ele convencerá o mundo do 
pecado, da justiça, e do juízo” (Jo 16:7-11). Foi também pelo 
Espírito Santo que sinais e maravilhas foram feitos pelos primei-
ros apóstolos (At 2:43; 5:12; etc.). Os mesmos sinais e maravi-
lhas pelo poder do Espírito Santo têm continuado através da Era 
da Igreja, e estão disponíveis a nós hoje (1 Co 12:9,10).
 A maioria dos pastores e líderes de igreja de hoje anseia em 
ver mais do poder evidente de Deus através de seus ministé-
rios. Desejamos ver os enfermos curados, os demônios expul-
sos, os mortos ressuscitados – e muito mais – e tudo isso para 
a glória de Jesus!
 Essas obras certamente estão disponíveis a nós hoje pelo 
poder do Espírito Santo. Jesus as fez em Seu ministério pelo 
Espírito Santo (At 2:22). E Ele prometeu que nós também as 
faríamos (Jo 14:12) pelo mesmo Espírito Santo (1 Co 12:11).
 Nós podemos e devemos esperar – e ter fé – que Deus confir-
me a pregação do Evangelho com um poder de milagres através 
dos nossos ministérios (Mc 16:19,20). Isso Ele fará pelo poder 
do Espírito Santo, de acordo com a Sua vontade. Aleluia!
Os Sinais Apontam Para Deus
 Neste ponto precisamos trazer uma perspectiva de equilí-
brio e cuidado. O foco ou meta do nosso ministério nunca deve 
ser milagres, sinais e maravilhas. Tampouco essas coisas de-
vem tornar-se o desejo do nosso coração.
 É verdade que Deus está fazendo muitas coisas maravilho-
sas e milagrosas no mundo hoje, mas qual é o propósito desses 
poderosos sinais, maravilhas e milagres?
54 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
 Um “sinal” ou “maravilha” é um evento ou ocorrência 
anormal ou muito incomum (leia mais sobre sinais no encarte 
especial abaixo). O propósito que Deus tem para os sinais é 
atrair a nossa atenção. Por exemplo, uma sarça ardente no de-
serto talvez não seja tão incomum assim. No entanto, quando 
esta sarça continua a ter uma aparência de que está queimando 
por muito tempo, mas não é consumida, ela certamente atrai a 
nossa atenção e percepção! (Veja Êxodo 3:1-3.)
 Contudo, um sinal é mais do que simplesmente um fenô-
meno ou algo incomum. O propósito principal dos sinais ou 
milagres é apontar para algo. O que quer que seja que o sinal 
ou maravilha esteja apontando determina a sua validade.
 Todos os sinais e maravilhas feitos pelo Espírito Santo 
sempre e em todos os casos apontam para Deus-Pai ou para o 
Deus-Filho, Jesus. O sinal em si não é o “destino final” ou o pon-
to focal. Ao contrário, o sinal deve levar as pessoas ao destino.
 Deus conseguiu a atenção de Moisés com uma sarça arden-
te que não se consumia. No entanto, uma vez que Deus tinha 
a atenção de Moisés, Ele começou a revelar a Si Mesmo (Êx 
3:4-6) e o Seu propósito para o Seu povo (Êx 3:7 - 4:17).
 Qual era mais importante? Deus fazer com que uma sarça 
ardesse continuamente, ou o que Ele revelou sobre Si Mesmo 
e o Seu propósito?
Será que o Evangelho é Claramente Pregado?
 A base para julgarmos sinais e maravilhas, palavras profé-
ticas, visões e ocorrências espirituais semelhantes não é o fato 
de serem incomuns ou sobrenaturais. Até mesmo o Diabo pode 
usar o engano para realizar sinais e maravilhas sobrenaturais 
limitados (2 Co 11:14). As obras de Satanás com relação a isso 
aumentarão à medida que entrarmos nos tempos do fim (Mt 
24:23-25; 2 Ts 2:8-10; Ap 13:13,14; 16:14; 19:20). 
 O mundo demoníaco tentará produzir milagres falsos a fim 
de enganaras pessoas, afastando-as da verdade do Evangelho 
e de Jesus como o único caminho da salvação. No entanto, até 
mesmo esse exemplo negativo mostrará que os sinais e mara-
vilhas podem atrair a atenção das pessoas.
 Assim sendo, a verdadeira base para julgarmos os sinais e 
 Os sinais, maravilhas e milagres de 
deus sãO bOns, e, às vezes, sãO algO 
que devemOs esperar ver hOje. Eles 
não cessaram com a morte dos pri-
meiros apóstolos (aprox. 100 d.C.). 
Tampouco cessaram quando as Es-
crituras do Novo Testamento foram 
“canonizadas” (o termo usado para 
significar um reconhecimento oficial 
por parte da liderança da Igreja dos 
escritos apostólicos como sendo ins-
pirados por Deus – aprox. 300 d. C.).
 O Espírito Santo está fazendo ain-
da hoje as obras que Jesus começou 
há quase 2.000 anos! Jesus é o “mes-
mo ontem, hoje e para sempre” (Hb 
13:8). E Ele é O que nos chamou para 
continuar as Suas obras (Jo 14:12), 
pelo poder do Espírito Santo.
 Contudo, por mais emocionantes 
que sejam os sinais, maravilhas e 
milagres, há um limite com relação 
ao que eles conseguem realizar. Já 
estabelecemos que os sinais exis-
tem para capturarem a atenção das 
pessoas e que eles devem sempre 
direcioná-las a Jesus.
 Isso é vital, porque os sinais e 
maravilhas não fazem com que a 
“fé salvadora” cresça no coração 
da pessoa. A fé que é desenvolvida 
somente num sinal ou maravilha tem 
a tendência de ser superficial e não-
duradoura. (Para um exemplo disto, 
leia João 6, especialmente os versí-
culos 14, 15, 26-35, 60-64.)
 Em última análise, para entrar na 
salvação, a pessoa precisa escolher 
Uma Breve análise de sinais e maravilhas
corresponder à verdade de Jesus 
Cristo – quem Ele é e o que Ele fez 
por ela na Cruz. Ela precisa crer n’Ele, 
arrepender-Se dos seus pecados, e 
recebê-Lo como seu Senhor e Salva-
dor.
O Primeiro Lugar Pertence a Je-
sus 
 Jesus, no início do Seu ministé-
rio, compreendia a natureza malig-
na e superficial do coração humano 
(Jr 17:9). Jesus não Se entregou 
nem Se “comprometeu” com as 
pessoas que O estavam seguindo 
(Jo 2:23-25). Ele discerniu que elas 
tinham apenas uma fé superficial 
n’Ele, que surgia “quando viam os 
sinais que Ele fazia” (v. 23).
 Os milagres, sinais e maravilhas 
feitos pelo poder do Espírito Santo 
são legítimos e válidos. Deus usa-
os para ganhar a atenção das pes-
soas, mas a fé duradoura precisa 
ser edificada em algo – Alguém! – 
muito mais eterno e sólido: Jesus 
Cristo! 
 Uma fé que é edificada na Pes-
soa de Cristo e em Seu sacrifício 
pelos nossos pecados é uma fé só-
lida, duradoura e salvadora. Esse é 
o tipo de fé que transforma vidas e 
que permanece forte e cresce, ape-
sar das adversidades e tribulações. 
Esse é o tipo de fé que pode durar 
a vida toda – até a eternidade!
 O Espírito Santo de fato usa si-
nais, maravilhas e milagres para 
capturar a atenção das pessoas, 
mas Ele faz isso a fim de levá-las 
a uma oportunidade de escolherem 
crer em Cristo para a salvação. Va-
mos analisar dois exemplos disso.
 No primeiro exemplo (Jo 9:1-
41), Jesus curou um homem que 
havia nascido cego. Esse homem 
foi curado, mas, em seguida, Jesus 
o confrontou com a oportunidade 
de crer n’Ele (Jo 9:35-38).
 No segundo exemplo (At 13:4-
12), Paulo confrontou um feiticeiro 
maligno. Sob a unção do Espírito 
Santo, Paulo declarou um juízo pro-
fético sobre o feiticeiro (vv. 9-11). Um 
procônsul, que viu essa demonstra-
ção de poder, ficou convencido de 
que o que Paulo havia lhe ensinado 
sobre Cristo era verdadeiro (v. 12).
 Você observará que, em ambos 
os casos, a fé em Cristo não se 
baseou no sinal em si. Baseou-se 
na questão de a pessoa ter crido 
ou não em Jesus Cristo (Jo 9:35-
38; At 13:12). O sinal ou maravilha 
simplesmente serviu para validar a 
verdade e o poder do Evangelho de 
Jesus Cristo.
 Líder de igreja: os sinais e mara-
vilhas devem ter o seu lugar em seu 
ministério, mas o primeiro lugar em 
todas as coisas pertence a Jesus. 
Tudo o mais deve simplesmente e 
muito claramente direcionar as pes-
soas a Ele. Jesus é o Salvador de-
las! Jesus é o Senhor delas! Todo 
o louvor e glória para Ele! &
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 55 
maravilhas pelo Espírito Santo é a seguinte: Será que este acon-
tecimento glorifica a Jesus? Será que ele direciona as pessoas 
ao Senhor? Será que leva as pessoas a responderem a Ele? – a 
amarem, adorarem, obedecerem e seguirem a Jesus Cristo? Será 
que o Evangelho está sendo claramente pregado, a fim de que os 
não-salvos tenham uma oportunidade de se arrependerem? Será 
que o nome de Jesus Cristo está sendo exaltado acima de todos 
os outros nomes? Essas são as perguntas que precisamos respon-
der à medida que buscamos um discernimento e entendimento 
sobre a questão dos sinais e maravilhas.
Nenhum Outro Deus
 Isto nos leva a um dos princípios mais importantes do 
andar, ministrar e crescer na unção do Espírito Santo:
 Será que estamos buscando a Deus pelo que Ele fará 
por nós? Ou será que estamos buscando a Deus por quem 
Ele é, e buscando-O devido ao nosso desejo de termos um 
relacionamento com Ele – desejando somente conhecê-Lo e 
fazê-Lo conhecido?
 Já estabelecemos que o poder de Deus não está separado da 
Pessoa de Deus. A unção do Senhor é o Espírito de Deus operan-
do num vaso humano submisso a Ele, e através desse vaso.
 Mas o que acontece quando alguém perde o seu foco em 
Deus, ou direciona inadequadamente a sua fome por coisas es-
pirituais e se afasta d’Ele? Podemos ver os resultados desastro-
sos disso entre os líderes religiosos judeus dos dias de Jesus.
 Jesus confrontou os líderes religiosos que desejavam matá-
Lo (Jo 5:16-18). Eles eram homens com uma instrução meti-
culosa e profunda, mas haviam se perdido no caminho, apesar 
do seu conhecimento.
 Jesus os repreendeu por haverem perdido de vista o propó-
sito específico de todo o seu aprendizado: “Examinais as Es-
crituras, pois cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de 
Mim testificam. Mas não quereis vir a Mim para terdes vida” 
(Jo 5:39,40). 
 Os líderes judeus conheciam as Escrituras, mas eles haviam 
falhado em compreender a Palavra Viva – Jesus, que estava 
bem na frente deles! (Jo 1:1-5,14.) 
 Mais tarde, uma vez mais, Jesus repreendeu a elite religiosa 
por sempre buscar um sinal, muito embora eles já tivessem 
testemunhado muitos sinais assim (Mt 12:38,39). E Jesus os 
repreendeu uma terceira vez ao falar sobre a cegueira dos fari-
seus, escribas e mestres da lei, os quais estavam pedindo mais 
um outro sinal (Mt 16:1-4).
 Aí então, pouco antes do final do ministério de Jesus, quan-
do a cegueira voluntária dos fariseus com relação à verdade 
permaneceu inalterada, Jesus pronunciou um juízo sobre eles 
(Mt 23:37-39).
 Onde Jesus estava querendo chegar com isso? Há muitas li-
ções a ser aprendidas com os confrontos de Jesus com os líderes 
religiosos dos Seus dias. Mas, essencialmente, Jesus estava salien-
tando que os judeus estavam buscando o que eles queriam que 
Deus fizesse por eles – mas não a causa do próprio Deus!
 Essa é uma das razões pelas quais eles rejeitaram a Jesus 
como o Messias. Ele não lhes dava o que queriam, ou seja, que 
Ele iniciasse naquele exato momento um Reino na Terra em que 
os fariseus, escribas e mestres da lei estivessem entre os líderes 
privilegiados. Eles desejavam poder, influência e riquezas ma-
teriais. Eles haviam ficado confortáveis com as suas posições, 
títulos de respeito e status social (Mt 6:2,5,6,16-18; 23:2-7; Jo 
12:42,43; etc.). Eles haviam perdido o foco inteiramente, pen-
sando somente em si mesmos. Jesus, obviamente, condenava 
esta atitude de serviço a si próprios e de orgulho religioso.
 Os líderes religiosos haviam se esquecido de uma verdade 
fundamental sobre o Deus a quem diziam que serviam. “Não 
terás nenhum outro deus diante de Mim... Pois Eu, o Senhor 
teu Deus, sou um Deus zeloso.” (Êx 20:3,5.)
 Deus é justamente zeloso pelo nosso amor e devoção. Em 
primeiro lugar, porque somente Ele em todo o Universo é dig-
no do nosso amore adoração. Em segundo lugar, porque Deus 
é o nosso Criador e devemos a nossa existência como raça hu-
mana viva a Ele (gn 1:26-28; 2:18-25; Jo 1:3). Em terceiro 
lugar, porque Ele deu o Seu Filho para nos redimir – a nós, os 
objetos do Seu perfeito amor – do pecado e da morte (Cl 2:11-
15; 1 Jo 4:9,10).
 Essa verdade é confirmada novamente no Novo Testamento: 
“O Espírito que em nós habita tem ciúmes” (Tg 4:5). Essa afir-
mação foi feita durante uma repreensão aos primeiros cristãos 
que estavam tentando usar a Deus para satisfazerem os seus de-
sejos egoísticos (Tg 4:1-4). Eles foram chamados de “adúlteros 
e adúlteras” (v. 4), porque estavam traindo o seu relacionamen-
to comprometido e santo com o seu Salvador, a fim de buscarem 
os prazeres carnais e passageiros deste mundo.
 Mas, mesmo assim, Deus não os rejeitou. Em vez disso, 
Ele teve zelo por eles, pois somente Ele os amava verdadeira-
mente. Deus recebe de volta e perdoa o adúltero que verdadei-
ramente se arrepende (Tg 4:6-10).
 Fica claro, então, que não devemos violar o nosso amor e 
serviço a Deus, ficando apaixonados por qualquer outra coisa.
Evite Ser Afastado
 Em nossa função como pastores e líderes no Corpo de Cris-
to, deve haver somente Um que possua a nossa lealdade, fide-
lidade, desejo e esperança – Jesus!
● Não sinais, maravilhas, ou milagres;
● Não um grande ministério, ou os que têm um grande 
ministério;
● Não dons, chamados, capacidades, posições ou títulos;
Deus é justamente zeloso pelo nosso 
amor e devoção. Em primeiro lugar, 
porque somente Ele em todo o Universo 
é digno do nosso amor e adoração. 
Em segundo lugar porque Deus é o nosso 
Criador e devemos a nossa existência 
como raça humana viva a Ele. 
Em terceiro lugar porque Ele deu o Seu 
Filho para nos redimir – a nós, os objetos 
do Seu perfeito amor – do pecado e da 
morte (Cl 2:11-15; 1 Jo 4:9,10).
56 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
● Nem mesmo as bênçãos d’Ele.
 Dizem que os maiores obstáculos para os crentes são fre-
quentemente as bênçãos que Deus dá ao Seu povo. Por que isso 
seria assim? Porque a nossa atenção e desejos podem facil-
mente ser afastados de Deus, e, em vez disso, ficar fixados nas 
bênçãos d’Ele. Nosso coração é enganosamente egoístico (Jr 
17:9). Muito embora possamos ser salvos, ainda assim somos 
muito propensos ao pecado (1 Jo 1:8).
De Pastor Para Pastor: Amigo e líder de igreja: en-
tenda por favor que não é errado você querer que a pre-
sença e a unção do Espírito Santo sejam derramadas so-
bre você e o seu ministério. O grande desejo de Deus é 
que você tenha isso!
Mas, se não formos sábios e cautelosos, nosso co-
ração pode ser seduzido. Em nosso desejo de termos 
sucesso no ministério, podemos começar a focar o que 
Deus pode fazer por nós, em vez de concentrarmos o 
nosso amor por Ele, somente por quem Ele é.
Vagarosa e sutilmente, podemos ser afastados de uma 
busca santa da Pessoa de Deus no lugar de ansiar-
mos pelo que Ele pode fazer por nós. Foi precisamente 
isso o que aconteceu com os fariseus. Eles substituíram 
um relacionamento de submissão com Deus pelo seu 
conhecimento sobre Deus. Eles sabiam muito sobre as 
Escrituras e questões religiosas, mas não O conheciam. 
Não desejavam o próprio Deus, mas buscavam o que Ele 
podia fazer por eles.
Alguns líderes de hoje, em vez de se sentirem atraídos 
para Deus, são atraídos pelos fenômenos sobrenaturais 
que frequentemente acompanham o mover do Espírito 
Santo. É como alguém que quer se casar com um homem 
rico ou uma mulher rica, por causa das riquezas que essa 
pessoa possui. Esse indivíduo deseja as riquezas da pes-
soa, e o que ela pode fazer por ele, mais do que deseja a 
pessoa. Que atitude terrível e egoística!
Quando ansiamos por experiências sobrenaturais, o 
nosso amor pelo próprio Deus pode transformar-se em 
algo inferior a puro – e pode até mesmo ficar frio (Mt 
24:12). Isso é semelhante à atitude revelada em Simão, o 
feiticeiro, que buscava o poder milagroso do Espírito San-
to para o seu benefício próprio (At 8:9-24).
O nosso Deus é zeloso por nós. Ele deseja a nossa 
lealdade, o nosso amor e a nossa devoção, porque Ele 
nos ama com um amor eterno (Rm 5:5; 1 Jo 3:1). Os que 
fixaram todo o seu coração no Senhor são o tipo de pes-
soas para as quais Ele olha. É através dos Seus filhos 
consagrados que Ele pode manifestar-Se de maneira po-
derosa (Dn 11:32). ■
O Nosso Primeiro Chamado
 Muitas vezes nas Escrituras, somos exortados a buscar a 
“face” de Deus (2 Cr 7:14; Os 5:15; Sl 27:8; etc.). A face de 
Deus, da maneira retratada na Escrituras, representa a Pessoa 
de Deus, o Seu coração.
 Contudo, em nenhum lugar das Escrituras somos exorta-
dos a buscar a “mão” de Deus. A “mão” de Deus, ou a “mão” 
do Senhor, refere-se às Suas obras, Suas ações, Suas bênçãos. 
Podemos ver os resultados da operação de Deus (a Sua mão) 
através do que Ele faz. E não é errado querermos ver esses 
resultados em nosso ministério e através dele.
 Mas entenda, por favor: É quando buscamos a face de Deus 
(o Seu coração, Ele próprio) que descobrimos a vontade de 
Deus e o que Ele deseja fazer. 
 À medida que seguirmos e obedecermos à Sua vontade, 
aí então veremos a poderosa mão de Deus através do Seu Espí-
rito em ação! A busca de Deus e o nosso relacionamento com 
Ele precisam ser sempre a nossa prioridade. É desse lugar que 
tudo de valor no ministério fluirá.
Verdadeiros Filhos, Verdadeiros Servos
 Jesus disse: “Se alguém Me servir, que Me siga; e onde Eu 
estiver, lá estará o Meu servo também. Se alguém Me servir, a 
ele o Meu Pai honrará” (Jo 12:26). 
 Observe que, neste versículo, Jesus está na posição de pre-
eminência. Jesus é o Senhor da Igreja (Ef 1:22), e nós devemos 
segui-Lo. Ele não está nos seguindo por aí, no ministério, para 
abençoar o que pedimos que Ele abençoe.
 O nosso primeiro chamado como líderes de igreja é um rela-
cionamento diário de busca do Senhor – conhecendo-O, aman-
do-O, adorando-O, tendo comunhão com Ele (Sl 63:1-8). É a par-
tir deste lugar que verdadeiramente descobriremos a Sua vontade 
e planos para a nossa vida, nosso ministério, e tudo o mais.
 O desejo de Deus é derramar a Sua bênção, a Sua unção, 
os Seus sinais e maravilhas sobre a Sua Igreja, e sobre você 
como Seu líder chamado. Mas será que Ele pode confiar isso a 
você? Será que você tem a maturidade, a força de caráter, e a 
sabedoria para permanecer leal somente a Ele?
 Deus promete liberar mais da Sua “mão”, se o nosso coração 
pertencer somente a Ele. “Pois os olhos do Senhor percorrem 
toda a terra, para mostrar-Se forte por aqueles cujos corações 
são leais [totalmente comprometidos, obedientes] a Ele.” (2 Cr 
16:9.) Ele zelosamente quer o nosso coração com um zelo santo, 
pois Ele nos ama com o Seu amor eterno (Rm 8:31-39). 
 
De Pastor Para Pastor: Deus absoluta e incondicio-
nalmente o ama! Independentemente das suas imperfei-
ções, Ele o ama profunda, pessoal e eternamente. Você 
não foi criado somente para o serviço ministerial.
Se Deus quisesse mais servos, Ele simplesmente teria 
feito mais anjos. Mas Ele criou você porque Ele queria fi-
lhos e filhas que andassem num relacionamento com Ele. 
Os anjos são incapazes de terem esse tipo de relaciona-
mento com o seu Criador. Somente nós, seres humanos, 
podemos experimentar isso (Hb 2:14-18; 1 Pe 1:12).
Cristo não deu a Sua vida a fim de que você pudesse 
estar no ministério. Ele morreu para ser o sacrifício pelos 
seus pecados, a fim de que você pudesse ser restaurado 
a um relacionamento com Deus.
Não somos apenas servos do Senhor. Somos os ami-
gos de Cristo (Jo 15:15) e co-herdeiros com Ele (Rm 8:17). 
Somos filhos e filhas do Deus Vivo (Rm 8:15,16). Temos 
o privilégio e a oportunidade de servirmos ao Senhor e ao 
Seu Corpo por amor e gratidão a Ele! ■
Diariamente em Sua Presença
 A unção do Espírito Santo está diretamente ligada com a 
nossa constante prioridade de buscarmos a Pessoa de Deus. 
O Rei Davi, a quem o Senhor Se referia como “um homem 
segundo o Meu [de Deus] próprio coração”(At 13:22), nos dá 
instruções para um relacionamento com Deus: “Quando dis-
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 57 
seste: ‘Busca a Minha face’,o meu coração disse a Ti: ‘A Tua 
face, Senhor, buscarei’” (Sl 27:8).
 “Buscar” significa “procurar e tentar encontrar fervorosa, 
diligente e persistentemente, até que o objeto da nossa busca 
seja encontrado”. Jesus também falou sobre esse princípio (Mt 
6:33; 13:44-46; Lc 11:9-13).
 Buscar a Deus custa tempo e energia. Talvez tenhamos que 
desistir de alguns confortos, privilégios ou atividades. Mas é 
através da busca de Deus que chegamos a conhecê-Lo. Deste 
relacionamento íntimo, começamos a conhecer a Sua vontade 
para nossa vida e nosso ministério. À medida que andamos em 
obediência à Sua vontade, Ele libera a Sua unção sobre nós e 
através de nós.
 Vamos colocar sempre a nossa prioridade máxima num 
tempo diário na presença do Senhor. É aí que receberemos o 
que é verdadeiramente eterno em substância, e que não dimi-
nui nem se enfraquece (Lc 10:38-42). Decida-se hoje, e todos 
os dias: “A Tua face, Senhor, buscarei.”
Revisão
 Ao concluirmos esta seção, “Crescendo na Unção”, lem-
bre-se, por favor, que cada um de nós pode e deve crescer no 
poder ungidor do Espírito Santo. Isso inclui você (como pastor 
e líder) – e as pessoas que você lidera!
 Você tem responsabilidades como um subpastor (1 Pe 
5:2-4) do povo de Deus. Elas incluem a garantia de que cada 
pessoa que você lidera esteja crescendo em seu entendimento 
da Palavra de Deus, como também crescendo em sua capaci-
dade de ministrar no poder do Espírito Santo. Esse é o padrão 
bíblico para um crescimento sadio no Corpo de Cristo. (Veja 
Efésios 4:11-16, especialmente o versículo 12).
 O caminho para o crescimento na unção talvez seja um tan-
to quanto diferente do que você poderia esperar. Vamos rever os 
princípios mais importantes e vitais para o crescimento na unção:
● Pureza;
● Fraqueza santa;
● Humildade;
● Submissão a autoridades;
● Resposta certa às provações;
● Um coração somente para Deus; 
● Andar e crescer num relacionamento diário com Deus.
 Jesus era o nosso exemplo de todas essas características. 
Ele era o Homem mais ungido que já andou sobre a terra. Ele 
nos convida a andarmos em Suas pegadas, no caminho da un-
ção de Deus. À medida que fizermos isso, receberemos uma 
medida plena de tudo o que necessitamos para cumprirmos o 
sublime chamado do Senhor para nós!
C. RECEBENDO A UNÇÃO DELE
 Eu fazia parte da equipe ministerial numa Conferência Para 
Pastores em Cuba. Pouco antes do final da conferência, foi per-
mitido algum tempo para testemunhos dos participantes. Um 
cavalheiro idoso e um tanto quanto debilitado fisicamente, e 
que era obviamente cego, foi ajudado em seu caminho enquan-
to vinha vagarosamente à plataforma. 
 Este irmão idoso começou o seu testemunho, comparti-
lhando que ele havia servido ao Senhor toda a sua vida. Os 
membros da sua família também estavam servindo ao Senhor. 
Ele informou a multidão sobre as muitas igrejas que ele havia 
iniciado durante a sua vida, inclusive as seis igrejas que ele 
havia iniciado naquele ano!
 Ele falou sobre o fato de ter perdido a visão e como isso 
foi um grande desafio, incluindo a necessidade de ter alguém 
lendo a Bíblia para ele todos os dias.
 Aí então ele pausou por alguns momentos e abaixou a sua 
cabeça. O auditório com mais de 1.000 pastores ficou em silên-
cio. Subitamente, aquele homem levantou as suas mãos num 
gesto de triunfo e gritou: “Eu perdi a minha visão, mas não 
o fogo!” Toda a assembléia irrompeu em brados de alegria e 
adoração a Deus.
 O que manteria um homem com 76 anos de idade “em cha-
mas” – e ainda pregando, ensinando, evangelizando e inician-
do igrejas? Somente a unção do Espírito Santo e a dedicação 
daquele homem no sentido de ser usado por Deus, para os Seus 
propósitos e glória!
Tesouro num Vaso de Barro
 A minha esperança é que Deus me use eficazmente todos os 
dias da minha vida até que Ele me leve ao meu lar celestial. Mas 
não é preciso muito tempo no ministério para percebermos que 
o serviço no ministério pode ser cansativo e exaustivo em todos 
os níveis – física, mental, emocional e espiritualmente. 
 Isso não é de todo mal, pois não devemos ser egoístas com 
os dons, com o poder, e com a unção de Deus. Devemos conti-
nuamente dar o que Deus nos deu. Tampouco devemos ser pre-
guiçosos ou indisciplinados no ministério (Lc 9:62; Ec 9:10; 
Cl 3:23). Ao contrário, devemos nos esforçar ao máximo pela 
causa de Cristo.
 Contudo, se ficarmos cansados demais, “esgotados” ou 
exaustos, isto poderá criar sérios problemas. Deus sabe que 
somos finitos e limitados em nossas forças. Assim sendo, Ele 
de fato nos oferece a Sua força, sabedoria, graça, capacidades 
e poder, a fim de fazermos a Sua vontade – e precisamos deses-
peradamente dessas coisas, pois, sem Ele, não podemos fazer 
nada (Jo 15:5).
 Paulo compreendia esta necessidade ao escrever: “Mas te-
mos este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do 
poder seja de Deus, e não de nós” (2 Co 4:7). Como um expe-
riente e amplamente realizado apóstolo de Cristo, Paulo sabia 
que o poder e a motivação para se fazer a vontade de Deus 
não estão nas habilidades ou capacidades naturais do homem. 
Em vez disso, “esse tesouro” dentro do “vaso de barro” que é 
nossa vida – que nos dá tudo o que necessitamos – é a unção 
do Espírito Santo! (Leia 2 Coríntios 3:1 - 4:18.)
Ele Supre Nossas Necessidades
 Os requisitos do ministério (ou o simples viver como cris-
tão no mundo de hoje) podem nos exaurir do poder e da força 
de Deus. O próprio Jesus precisava ser revigorado espiritual-
mente, recebendo o ministério do Espírito de Deus.
 Um estudo dos Evangelhos revela as muitas ocasiões em que 
Jesus Se apartava para lugares solitários para orar (por exemplo, 
Lucas 4:42; 5:16; 6:12). Após esses tempos de oração, Jesus agia 
poderosamente, tomava importantes decisões em Seu ministé-
rio, era preparado para suportar provações, etc.
 O que está sendo revelado a nós pelo exemplo de Jesus? 
58 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
Para respondermos essa pergunta, vamos examinar duas passa-
gens bíblicas.
1. Sejam Cheios!
 “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissipação, 
mas enchei-vos com o Espírito.” (Ef 5:18.)
 Há três princípios significativos que vêm da estrutura origi-
nal da língua grega para a frase “enchei-vos com o Espírito”.
 a. Essa frase está no tempo verbal do presente. Isso signifi-
ca que a ação está acontecendo agora e continuamente. Em outras 
palavras, “enchei-vos com o Espírito” significa que devemos ser 
continuamente cheios com o Espírito Santo. Essa é uma notícia 
maravilhosa! “Ser continuamente cheios” significa que podemos 
ser cheios não somente uma vez, mas vez após vez!
 Recebemos o Espírito Santo na salvação (Rm 8:15,16; Ef 
1:13-15). Essa é uma unção geral dada a todos os crentes (1 Jo 
2:20,27). Quando somos soberanamente chamados para tare-
fas ministeriais, Deus disponibiliza unções adicionais que nos 
ajudarão a funcionarmos frutiferamente nessas tarefas.
 Deus nos dá da Sua Pessoa, poder e dons. Mas, à medida 
que distribuímos isso no ministério, podemos ficar “vazios” ou 
espiritualmente exauridos. Assim sendo, Deus possibilitou que 
fôssemos cheios com o Seu Espírito Santo vez após vez, tanto 
quanto necessário!
 Esse padrão é claramente visto no ministério da Igreja Primi-
tiva. O Livro de Atos registra algumas dessas ocasiões para nós:
● Pedro foi cheio para pregar o Evangelho e defender a fé 
(At 4:8).
● Os discípulos receberam intrepidez e poder para prega-
rem o Evangelho, apesar das perseguições (At 4:31).
● Paulo foi inicialmente cheio com o Espírito Santo 
(At 9:17), e depois cheio novamente quando ele estava 
para enfrentar poderes demoníacos (At 13:9).
● Seguindo-se a um confronto com líderes religiosos, os 
discípulos foram cheios novamente com o Espírito San-
to (At 13:42-52).
● Estêvão foi cheio uma vez, e cheio novamente (At 6:5; 
7:55).
● Barnabé também foicheio novamente (At 13:52).
 Esse enchimento repetido com o Espírito Santo trazia um 
grande poder à pregação e ensino destes discípulos. As suas 
intrépidas declarações do Evangelho também eram acompa-
nhadas por sinais e maravilhas (At 5:12).
 Alguns talvez creiam que estes milagres ocorriam somente 
através dos primeiros apóstolos. Mas o Livro de Atos revela 
que sinais e maravilhas pelo Espírito Santo estavam sendo fei-
tos através de quem quer que Ele escolhesse.
 Por exemplo: Estêvão, que havia sido designado para servir 
às mesas (At 6:8), e “os irmãos” (At 14:1-7). Paulo escreve 
sobre o fato de que o Espírito Santo pode mover-Se milagrosa-
mente através de qualquer um que Ele escolha para capacitar 
e dirigir. (Veja 1 Coríntios 12:1-11.)
Aumento Através da Doação
 Há um benefício adicional ao fato de sermos continuamen-
te cheios com o Espírito Santo. À medida que “de graça rece-
bemos e de graça damos” (Mt 10:8), a nossa capacidade de 
recebermos mais da Sua unção é aumentada! Esse princípio 
do Reino de Deus é válido nas finanças, no tempo, no serviço e 
em outras áreas – quanto mais damos, tanto mais recebemos.
 Estamos crescendo todas as vezes que ministramos, dis-
tribuindo a vida e o poder do Espírito Santo aos outros. Isso 
significa que podemos então receber mais, e, desta forma, ter 
mais para distribuirmos.
 Este abençoado processo de recebermos e darmos, rece-
bermos e darmos, é um benefício a todos os envolvidos. Deus 
é bendito e glorificado porque a Sua vontade está sendo cum-
prida. Os membros do Corpo de Cristo são abençoados e estão 
crescendo e se tornando discípulos fortes (Ef 4:12-16). Você, 
como ministro, está sendo abençoado – como um poderoso e 
fiel servo do Senhor, cumprindo o Seu chamado e crescendo 
em sua capacidade de se dar no ministério, como também de 
receber mais do Espírito Santo!
 Tudo isto depende do sermos cheios com o Espírito San-
to – continuamente. É um processo separado do recebimento 
do dom soberano do Espírito Santo na salvação, ou do sermos 
batizados com o Espírito Santo (At 8:14-17; 19:1-7). Devemos 
viver de uma maneira tal que sejamos continuamente cheios 
com o Espírito Santo, vez após vez!
 b. A frase “enchei-vos com o Espírito” (Ef 5:18) também 
foi conjugada no Modo Imperativo. Isso significa que essa 
frase é um mandamento, e não uma sugestão! Deus sabe muito 
melhor do que nós o quanto necessitamos do Seu poder e capa-
citação. Verdadeiramente, precisamos do Espírito Santo a fim 
de vivermos como vencedores na vida diária. Mas, ainda mais 
do que isso, precisamos de uma presença transbordante do Seu 
Espírito a fim de sermos frutíferos e eficazes no ministério.
 Quando Deus dá um mandamento, ele é sempre:
● justo e razoável
● para a Sua glória
● para o nosso bem
● possibilitado pela Sua provisão!
 Deus, através da Sua vontade soberana, possibilitou para 
nós a provisão ilimitada do Espírito Santo. E Ele ordena que 
sejamos continuamente cheios com a Sua provisão divina do 
Espírito Santo. Aleluia!
 Esse é um mandamento que deveríamos nos apressar a obede-
cer todos os dias, e em todos os momentos de necessidade.
 c. A frase também foi escrita na Voz Passiva. Isso signi-
fica que os novos e contínuos enchimentos do Espírito Santo 
não podem ser realizados pelos nossos esforços. Não podemos 
merecê-los ou trabalhar para sermos dignos de recebê-los. Eles 
são uma dádiva de Deus para nós. Podemos apenas abrir nosso 
coração e receber o que Ele deseja dar-nos.
 No entanto, precisamos estar posicionados para receber o 
enchimento do Espírito! Nisso está uma chave importante de 
se viver uma vida cheia do Espírito e de se ter um ministério 
cheio do Espírito.
 Você já se perguntou por que algumas pessoas aparente-
mente estão sempre cheias com o Espírito Santo, movendo-se 
nos dons, na sabedoria, no poder, etc. – ao passo que outros 
aparentemente não agem dessa maneira?
 A maneira de você se posicionar para estar continuamente 
cheio com o Espírito Santo de Deus é rendendo-se. Isso sig-
nifica que tudo na sua vida precisa ser submetido e entregue a 
Deus – a sua vontade, os seus planos, as suas fraquezas, e, es-
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 59 
pecialmente, os seus pontos fortes. Quando você faz isso, você 
está entregando todo o seu ser ao Espírito Santo e aos desejos 
d’Ele para você.
 A entrega da nossa vida ao Espírito Santo nos coloca numa 
posição espiritual de recebermos mais pronta e liberalmente o 
que Ele deseja dar-nos.
 Contudo, observe, por favor, que a entrega da nossa vida ao 
Espírito Santo não é a mesma coisa que sermos possuídos. Os 
demônios são os únicos que tentam tomar a vontade e a perso-
nalidade da pessoa (Lc 8:29-38a). Os líderes das seitas e das 
falsas religiões talvez tentem também controlar ou subjugar 
outras pessoas, porque estão agindo sob enganos demoníacos.
 Não somos chamados para ser “fantoches” religiosos, sem 
uma mente ou capacidade de fazer escolhas. Ao contrário, so-
mos chamados a um relacionamento de amor, confiança e co-
operação com a presença do Espírito Santo vivendo dentro de 
nós. Ele está presente para agir em nós, para nos transformar 
e nos purificar, e para agir através de nós como vasos minis-
trantes para o Senhor Deus. Quando entregamos nossa vida a 
Deus e à Sua obra desta maneira, somos posicionados a receber 
novos e contínuos enchimentos de unção.
De Pastor Para Pastor: Como filhos do nosso Pai 
Celestial devemos ser direcionados pelo Espírito Santo 
(Rm 8:14). A palavra “direcionados” neste versículo está 
no Particípio Presente. Isso significa que devemos ser 
continuamente direcionados.
Esse direcionamento contínuo do Espírito Santo inclui, 
mas não se limita a um conhecimento formal dos manda-
mentos e princípios das Escrituras – e à nossa obediência 
a eles. Essa é uma maneira básica de sermos direciona-
dos pelo Espírito Santo, uma vez que Deus já nos revelou 
em Sua Palavra como devemos viver no dia-a-dia.
Mas o fato de sermos continuamente direcionados 
pelo Espírito Santo também envolve o desenvolvimento 
de uma sensibilidade aos Seus direcionamentos, os quais 
podem vir a qualquer hora. O Espírito Santo talvez o dire-
cione com relação ao seu ministério, à sua vida pessoal, 
ao ponto de necessidade de uma outra pessoa, ou a mui-
tas outras coisas. Ele sempre está presente com você, 
para ajudá-lo e direcioná-lo nesta vida. O Espírito Santo 
também o ajuda a saber como cooperar com Ele na minis-
tração às necessidades dos outros.
Se um direcionamento for do Espírito Santo, ele sem-
pre o levará a obedecer os mandamentos e os padrões 
morais da Palavra de Deus escrita. Se você se sente dire-
cionado pelo Espírito Santo a fazer uma mudança impor-
tante ou a fazer algo que é incomum para você, é sábio 
seguir as exortações das Escrituras e buscar conselhei-
ros espiritualmente maduros (Pv 11:14; 24:6). Eles podem 
ajudar a confirmar se o que você está sentindo é de fato 
do Espírito Santo – ou indicar que talvez não seja. Isso o 
ajudará a guardar-se contra erros ou enganos. ■
Sumário
 Aprendemos três importantes princípios com relação à fra-
se bíblica “enchei-vos com o Espírito” (Ef 5:18). 
● Nós podemos ser continuamente cheios, além de ape-
nas uma experiência.
● Nós precisamos ser continuamente cheios, como Deus 
nos ordenou.
● Nós recebemos o contínuo e divino enchimento e un-
ção do Espírito Santo somente através de Deus. É uma 
dádiva d’Ele, e a condição para recebê-la é entregar 
nossa vida a Ele.
2. Busquem a Deus!
 Talvez você esteja se perguntando neste exato momento: 
“O que preciso fazer para receber este novo enchimento (un-
ção) do Espírito Santo de Deus? Será que devo ir a um lugar 
especial? Dizer palavras específicas? Buscar alguém para orar 
por mim? Será que preciso ir a reuniões especiais?” 
 A seguinte passagem bíblica sagrada revela como e quando 
podemos receber mais da unção do Espírito Santo. Jesus disse: 
“Assim Eu vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontra-
reis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo aquele quepede rece-
be, e o que busca encontra, e a quem bate abrir-se-lhe-á. Se 
um filho pede pão a qualquer pai dentre vós, será que ele lhe 
dará uma pedra? Ou se pedir um peixe, será que lhe dará uma 
serpente ao invés de um peixe? Ou se pedir um ovo, será que 
lhe oferecerá um escorpião? Se vós, então, sendo maus, sabeis 
como dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o vosso 
Pai Celestial dará o Espírito Santo aos que Lhe pedirem!” (Lc 
11:9-13).
 Nessa passagem, Jesus nos dá instruções muito simples de 
como podemos ser novamente cheios, vez após vez, com o Es-
pírito Santo.
 a. Nós devemos pedir, buscar, bater. Deus é o Doador do 
Espírito Santo (v. 13). A admoestação nesse versículo de bus-
carmos ao Senhor – pedir, buscar, bater – foi escrita no Tempo 
Presente na língua grega original.
 Esta estrutura verbal significa que continuamos a fazê-lo, 
até mesmo agora. Devemos continuar pedindo, continuar bus-
cando, continuar batendo – até que recebamos uma resposta do 
nosso amoroso Senhor.
 Temos a promessa: “Todo aquele que pede recebe, e o que 
busca encontra, e a quem bate abir-se-lhe-á” (v. 10). Aleluia! 
Deus Se deleita em derramar o Seu Espírito sobre nós. A nossa 
parte é simplesmente pedir-Lhe.
 Jesus usou três exemplos sobre a nossa busca do Espírito 
Santo – pedir, buscar, bater. Ele não está revelando três meca-
nismos ou métodos separados. Ele está nos exortando a buscar-
mos a Deus fervorosamente, e com sinceridade.
 Observe que não há nenhuma menção de implorarmos ou 
de tentarmos provar os nossos méritos para recebermos. Esses 
esforços não são necessários. Aliás, são atitudes que podem na 
verdade bloquear a nossa capacidade de simplesmente receber-
mos pela fé como amados filhos e filhas de Deus.
 b. O Espírito Santo é para filhos e filhas. Os que são fi-
lhos e filhas de Deus, que assim se tornaram através do novo 
nascimento espiritual (Jo 1:12,13; 3:5-8), não precisam implo-
rar ao seu amoroso Pai Celestial por Suas bênçãos prometi-
das. 
 Jesus ilustra essa grande verdade com a analogia de como 
nós, como pais, responderíamos aos nossos próprios filhos (Lc 
11:11,12). Aí então Jesus prossegue e compara o nosso papel 
de pais com a posição de Deus como nosso Pai Celestial (v. 
13).
 Em seguida, Jesus contrasta a nossa natureza limitada, pe-
60 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
caminosa, com a ilimitada perfei-
ção e amor de Deus. Se nós, como 
pais “malignos” (pecaminosos), 
não negaríamos a nossos filhos 
boas dádivas, por que acharíamos 
que o nosso perfeito e santo Pai 
Celestial faria isso a Seus filhos? 
(Para mais detalhes com relação 
ao coração de Deus para conosco, 
leia Romanos 5:6-10; 8:31-39; 1 
Jo 3:1; 4:10,12-19).
 Não somos mendigos que pre-
cisam suplicar e implorar diante de 
um Deus relutante. Somos filhos e 
filhas do Deus Altíssimo, e Ele Se 
deleita em encher-nos com o Seu 
Espírito Santo!
 Devemos pedir com humildade 
e com uma entrega total de nossa 
vida. Contudo, nós, como Seus fi-
lhos e filhas, podemos “nos apro-
ximar com intrepidez do trono da 
graça, para que possamos obter 
misericórdia e encontrar graça que nos ajude em tempos de 
necessidade” (Hb 4:16; veja também Efésios 3:12; Hebreus 
10:19-22).
 c. O que pode nos impedir de receber? Há problemas que 
podem nos atrapalhar de sermos continuamente cheios com o 
Espírito Santo.
 1) A presença do pecado ou de meios-termos em nossa 
vida (Rm 6:12-14; 1 Co 5:6,7). A Bíblia ensina que jamais se-
remos perfeitamente impecáveis nesta vida (1 Jo 1:8). Todos 
teremos pontos ocasionais de falhas, pelos quais precisamos 
rapidamente nos arrepender e receber o perdão de Deus.
 No entanto, não devemos nos entregar a contínuos meios-
termos com o mundo, com a carne, e com o Diabo. A Bíblia 
cita este tipo de comportamento como “prática” do pecado 
(gl 5:21). Isso significa envolver-se no pecado como um hábi-
to regular ou praticá-lo repetidamente.
 Esses pecados contínuos nos desqualificam de sermos vasos 
adequados para o uso do Mestre (1 Co 9:24-27; 2 Tm 2:19-21). 
O nosso Deus é um Deus santo e nos chama a sermos santos 
também, pelo poder do Seu Espírito e da Sua graça operando 
dentro de nós (1 Pe 1:13-19).
 O Espírito, que é santo (Rm 1:4), deseja operar através de 
instrumentos que também sejam santos.
 2) A presença de motivações egocêntricas, como do nos-
so ego ou orgulho (Mt 7:21-23; Fp 2:3,4; 1 Tm 6:3-5). Já es-
tudamos o pecado do orgulho e os seus perigos. Como líderes 
de igreja, devemos ser como Jesus, que é “manso” e “humilde” 
(Mt 11:29). 
 Deus não unge os que estão servindo com motivações erra-
das (Tg 4:6). Precisamos permitir que nosso coração seja son-
dado pelo Espírito Santo (Pv 16:2) e purificado do desejo de 
ter nossa própria glória. Ei aqui alguns versículos bíblicos para 
você ler e meditar neles: 2 Crônicas 16:9; Provérbios 13:10; 
16:5,18; Mateus 23:8-14; gálatas 5:20; Filipenses 1:15,16; 1 
Timóteo 3:6; Tiago 3:14 - 4:4.
 3) Uma falta de uma total 
entrega de toda a sua vida (Rm 
12:1,2; gl 2:20). Eu já escrevi so-
bre a importância de você entregar 
toda a sua vida a Deus. No entanto, 
permita-me salientar que a unção 
do Espírito Santo é dada a fim de 
que o servo de Deus rendido tenha 
poder no serviço e para o serviço. 
Se desejamos o poder de Deus por 
qualquer outra razão que não seja 
servir a Ele e aos outros, não pode-
mos esperar a Sua unção em nossa 
vida.
 O nosso serviço rendido deve 
ser direcionado por Deus, pois Ele 
sabe melhor como usar-nos no 
Corpo de Cristo. Não chegamos 
necessariamente a escolher o que 
faremos por Deus. Nosso coração 
deve desejar fazer o que quer que 
Ele possa pedir que façamos.
 A nossa posição de completa 
rendição é necessária a fim de recebermos o poder de Deus 
e conhecer a Sua vontade. Em seguida precisamos escolher 
obedecê-Lo. É assim que podemos ser genuinamente frutíferos 
no ministério.
 4) Uma fé que seja fraca ou ausente (Hb 11:6; Tg 1:6). “A 
fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus” (Rm 10:17). 
Precisamos aprender com as Escrituras o que Deus disponibili-
zou para nós, ou a nossa fé será fraca.
 Ao ler este estudo bíblico sobre a unção, você aprendeu 
que o poder do Espírito Santo está disponível a você hoje. E 
não somente um pouquinho, como uma gota d’água no deserto. 
O Espírito Santo deve fluir através de você como RIOS! (Jo 
7:37-39.)
 Deus é um Pai amoroso, que Se deleita em dar da Sua vida 
e poder aos Seus filhos. Mas precisamos pedir com fé, confian-
do que Ele responderá ao clamor do nosso coração (Sl 138:3).
 Se você está preocupado porque a sua fé é fraca ou peque-
na, lembre-se então do que Jesus disse com relação à fé: “... 
se tiverdes fé como uma semente de mostarda, direis a esta 
montanha: ‘Move-te daqui para lá’, e ela se moverá; e nada 
vos será impossível” (Mt 17:20b).
 Jesus revelou que a nossa fé pode ser pequena, mas ain-
da assim eficaz – SE for direcionada a Deus! Não devemos 
colocar a nossa fé em nós mesmos, ou na quantidade de fé 
que temos. Devemos colocar a nossa fé em Deus e em Sua 
Palavra. Pois, o que Ele diz, Ele fará! Podemos confiar que Ele 
cumprirá a Sua Palavra, e podemos assim colocar a nossa fé 
totalmente n’Ele.
 Portanto, fortaleça a sua fé na Palavra de Deus. Confie no 
que está revelado na Palavra sobre Aquele que é o seu Criador, 
o seu Salvador, o seu Rei! Vá a Ele frequentemente, busque a 
Sua face – e Ele lhe responderá (Jr 29:11-13).
 5) Uma falta de fome espiritual (Sl 63:1,2; 84:1,2; Mt 5:6; 
Jo 6:35,48; 7:37-39). Deus sempre responde a uma fome espi-
ritual por mais d’Ele.
PLENITUDE
DE DEUS
PECADO
Barreira 
mortal
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 61 
 Uma falta de fome espiritual pode ser causada por muitas 
coisas, como por exemplo:
● Tragédias, angústia ou morte (como na perda de um 
membro da família), causando um tédio emocional ou 
espiritual.
● Desânimo, fracassos ou cansaço, fazendo com que você 
se sinta desesperançado ou desmotivado a buscar ao Se-
nhor.
● Ira, amargura ou falta de perdão com relação aos outros 
– inclusivecom relação a Deus ou a si mesmo – extin-
guindo o desejo por Deus.
● Prazeres e distrações deste mundo, ou preguiça e com-
placência, bloqueando ou até mesmo destruindo uma 
fome santa por mais de Deus.
 A vida pode ser difícil e cheia de desafios a ser vencidos. 
Mas podemos ser encorajados porque Deus providenciou ma-
neiras de superar qualquer angústia, tristeza ou fracasso que 
possamos ter experimentado. O poder de Deus de cura e li-
bertação, o Seu amor e perdão, a Sua misericórdia e graça – e 
a Sua unção – são nossos se simplesmente nos achegarmos a 
Ele.
 O Apóstolo Paulo nos dá uma revelação de como ele ia 
além das coisas que poderiam atrapalhar a sua busca e fome por 
Deus. Ele escreveu o seguinte aos filipenses (3:12-14): “Não 
que eu já tenha alcançado, ou que já esteja aperfeiçoado...” 
(v. 12a.) Paulo reconhecia humildemente as suas fraquezas e 
falhas.
 “… mas eu sigo adiante, para que eu possa alcançar aqui-
lo para o qual Cristo Jesus também me alcançou...” (v. 12b.)
Paulo sabia que ele não poderia desistir. Ele tinha que prosse-
guir, por amor ao Evangelho.
 “Irmãos, eu não me considero como que tendo alcança-
do…” (v. 13a.) Paulo não compreendia tudo, inclusive tudo o 
que havia acontecido com ele.
 “… mas uma coisa eu faço, esquecendo-me das coisas que 
estão atrás...” (v. 13b.) Paulo tomou uma decisão consciente 
de abrir mão da dor ou mágoa, do sucesso ou fracasso – de 
tudo o que era passado.
 “… e avançando para as coisas que estão à frente...” (v. 
13c.) Paulo escolheu abrir mão do passado, e avançar em dire-
ção dos propósitos de Deus para ele.
 “Eu avanço firmemente em direção do alvo, pelo prêmio 
do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus.” (v. 14.) Paulo 
decidiu continuar buscando a Deus, e a vontade de Deus, qual-
quer que fosse o custo.
 Em meio a todo tipo de adversidade ou provação, de toda 
alegria e vitória, Paulo seguia ao Senhor com todo o seu co-
ração. Arar o solo não-cultivado do nosso coração (Os 10:12) 
nem sempre é um processo curto ou fácil. Mas se nos colocar-
mos abertamente diante de Deus – d’Aquele que nos criou, que 
nos salvou, que nos amou – poderemos receber um coração 
renovado e uma nova fome pelo Senhor (Ez 36:26,27).
 d. Precisamos esperar no Senhor. As Escrituras nos 
exortam a frequentemente “esperarmos no Senhor” (Sl 25:5; 
27:14; 37:7,9,34; Is 30:18; 40:31; Lm 3:25,26; etc.). Esse é 
um princípio importante da vida cristã. Sempre há bênçãos que 
vêm da espera no Senhor.
 No entanto, nem sempre é da nossa natureza esperarmos. 
Tornamo-nos impacientes, temerosos ou esquecidos. A nossa 
vida atarefada, a obra do ministério, as pressões para tomarmos 
uma decisão – muitas coisas nos pressionam e fazem exigên-
cias do nosso tempo.
 Mas há uma verdade na vida que é simples, porém doloro-
sa: sempre arrumamos tempo para o que é verdadeiramente 
importante para nós. Infelizmente, nem sempre percebemos o 
que é realmente importante até que seja tarde demais.
 
De Pastor Para Pastor: É importante separamos um 
tempo ocasionalmente para avaliarmos as nossas priori-
dades, analisarmos nossa vida meticulosamente, e consi-
derarmos todas as nossas atividades. Aí então devemos 
colocar tudo isso diante do Senhor, considerar a Sua Pa-
lavra, e decidir se as nossas prioridades estão alinhadas 
com as d’Ele.
Se a exortação bíblica de passarmos tempo para “es-
perarmos no Senhor” não é prioritária em nossa lista, ela 
deveria ser. Pois esta é a única maneira pela qual nós O 
ouviremos falando conosco. ■
Aproximando-nos Mais de Deus
 Para recebermos mais do Espírito Santo em nossa vida, pre-
cisamos pedir. E, em seguida, precisamos esperar no Senhor.
 Ao esperarmos, é muito mais provável que ouçamos a Sua 
“voz mansa e suave” (1 Rs 19:12). A espera permite que o Es-
pírito Santo lide com o nosso coração e vida, preparando-nos 
para recebermos mais da Sua presença e poder. Talvez Ele re-
vele um bloqueio ou barreira para o nosso recebimento, talvez 
Ele nos convença de algum pecado, talvez Ele nos instrua ou 
direcione, ou outras coisas mais.
 É frequentemente durante as ocasiões em que esperamos 
pacientemente que a obra de transformação está ocorrendo em 
nossa vida. À medida que somos transformados, recebemos. 
À medida que recebermos mais do Seu Espírito, obviamente 
seremos mais eficazes e frutíferos no serviço.
 Um outro grande benefício de esperarmos no Senhor é que 
o tempo em Sua presença nos aproxima cada vez mais d’Ele. 
Passamos a conhecê-Lo de uma maneira muito mais profunda 
e pessoal.
 Enquanto espera no Senhor, talvez você queira ficar em si-
lêncio (Sl 46:10). Ou você pode orar silenciosamente em lín-
gua espiritual, ou adorar em voz baixa (1 Co 14:2,15). Mas 
lembre-se: o propósito principal de esperarmos no Senhor é 
ouvirmos e recebermos. Isso é feito melhor de uma maneira 
silenciosa e suave.
 Em sua fome por mais de Deus, as suas orações podem 
elevar-se no volume. Isso não é necessariamente errado, mas 
apenas lembre-se de que você não tem que provar o seu desejo 
ou merecimento com o volume das suas orações. Você tampou-
co precisa implorar em voz alta ao Senhor para que Ele ouça e 
responda.
 Em vez disso, confie em Sua promessa: “… quanto mais o 
vosso Pai Celestial dará o Espírito Santo aos que Lhe pedem” 
(Lc 11:13).
Não Tenha Medo
 Alguns talvez tenham medo de que esperar no Senhor por 
mais do Espírito Santo pode trazer um espírito demoníaco. Isso 
62 / ATOS VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 
não é possível! Os demônios somente podem entrar onde fo-
ram especificamente convidados, ou pela participação da pes-
soa em atividades satânicas, como a feitiçaria, por exemplo. 
Se você estiver orando ao Senhor e o seu desejo for para Ele 
somente, nenhum demônio poderá subitamente “vir de mansi-
nho” sobre você. Você não precisa ter medo disso!
 O mundo demoníaco está ciente de que, à medida que você 
receber mais do Espírito Santo, você andará no poder de Deus 
de uma maneira mais intensa. Isso significa que a sua intrepidez 
e autoridade em questões espirituais aumentarão naturalmen-
te. Assim sendo, o Diabo talvez procure tentá-lo ou distraí-lo, 
para afastá-lo do tempo gasto buscando ao Senhor.
 Mas lembre-se: Você é um santo que foi comprado e lavado 
com o sangue de Jesus Cristo. Satanás e seus demônios não 
têm nenhum poder sobre você que você não lhes dê diretamen-
te. O Diabo foi derrotado na Cruz (Cl 2:14,15). Assim sendo, 
tome a sua armadura e espada (Ef 6:10-18) e fique firme no 
Espírito à medida que você se aproxima de Deus (Tg 4:7,8).
 e. Receba a unção do Espírito Santo pela fé. Somos fi-
lhos de Deus e herdeiros das Suas promessas (Rm 8:17; 2 Co 
1:20; gl 3:26). Isso inclui a promessa do Espírito Santo (At 
2:38,39). Já aprendemos que este não é um enchimento que 
acontece somente uma vez, mas é um contínuo e novo enchi-
mento da Sua presença e poder em nossa vida (Ef 5:18). O 
que Deus prometeu Ele cumprirá. Assim sendo, apenas peça-
Lhe!
 Portanto, vamos pedir – e continuar pedindo, buscando e 
batendo – até que tenhamos recebido (Lc 11:9,10). Deus quer 
que você tenha o Espírito Santo por completo (Lc 11:13). Sim-
plesmente abra o seu coração e creia n’Ele e em Seu desejo de 
enchê-lo – enquanto você espera pacientemente por Ele (Hb 
11:6). 
 A oração por um novo enchimento pode ser uma ocorrência 
diária, porque devemos ser continuamente cheios! Precisamos 
do Seu poder e presença, a cada momento, em tudo o que faze-
mos.
Apenas Receba
 Recebemos pela fé, e não pelos nossos sentimentos. Esta-
mos buscando uma transmissão da presença do Espírito Santo, 
e não uma experiência emocional. Enquanto você pede, você 
pode assumir qualquer posição física com a qual você se sinta 
confortável – sentado, ajoelhado, de pé ou prostrado no chão. 
Você pode estar em seu quarto de oração, na cozinha, no quar-
to, na igreja ou ao ar livre. A posição e o local não são tão 
importantes quanto o seu coração aberto e o seu desejo de re-
ceber.
 Quando você pedir um novo enchimento do Espírito Santo, 
use quaisquer palavrasque estiverem em seu coração. Não há 
uma maneira certa ou errada de se orar a Deus. Ele quer ouvir 
de você, exatamente da maneira como você é.
 O seu pedido poderá assumir um formato parecido com o 
seguinte: “Vem, Espírito Santo. Eu abro o meu coração para 
receber mais de Ti. Eu entrego o meu coração e a minha vida a 
Ti. Eu peço que Tu me enchas novamente. Enche a minha vida 
com a Tua presença. Enche a minha boca com louvores a Deus. 
Enche o meu ministério com o Teu poder, para que eu possa 
ser um vaso útil para Deus...” Use as suas próprias palavras e 
abra o seu coração a Deus. Ore e receba! Seja cheio, em nome 
de Jesus! Aleluia!
Conclusão
 Meus irmãos e irmãs, amigos obreiros nos campos de Deus, 
e parceiros no serviço ministerial para o Evangelho: vocês e eu 
temos um chamado sublime de fato! Temos a honra de servir-
mos ao amado Corpo de Cristo, aos que “não foram redimidos 
com coisas corruptíveis, como prata ou ouro… mas com o pre-
cioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem manchas e 
sem máculas” (1 Pe 1:18,19).
 Este é um chamado que não podemos – e não devemos 
– tentar cumprir com a nossa própria força. graças a Deus, 
pois Ele nos deu tudo o que precisamos para verdadeiramente 
sermos frutíferos, verdadeiramente eficazes, e para verdadei-
ramente glorificá-Lo!
 Começamos este estudo com a Palavra de Deus:
“Não por força, nem por poder,
mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos.”
(Zacarias 4:6.)
 Deus, através das eras, já fez coisas grandes e maravilho-
sas, mas há tantas outras coisas que Ele prometeu fazer e que 
ainda estão para ser cumpridas! 
 Há “obras maiores” a serem feitas – milagres, sinais e ma-
ravilhas para a glória de Jesus (Jo 14:12). E Deus quer fazê-las 
através de você! O Senhor deseja a intrépida proclamação do 
Evangelho, a conversão dos perdidos a Cristo, e o estabeleci-
mento da Igreja d’Ele. Ele deseja isso para a SUA igreja, para 
a SUA cidade, para a SUA nação! glória a Deus!
 Deus está continuamente procurando os que entregarão 
totalmente a própria vida à vontade d’Ele. Ele está buscando 
aqueles cujo coração é leal a Ele, através dos quais Ele possa 
mostrar-Se forte. Ele responde aos que O desejam acima de 
qualquer outra coisa, e que permitem que a sua fome espiritual 
por Ele cresça – os que intrepidamente dirão: “Eis-me aqui! 
Envia-me a mim” (Is 6:8).
 Há apenas uma maneira de você cumprir completamente 
o chamado e a vontade de Deus para a sua vida e ministério 
– isto é, através da unção do Espírito Santo! É pelo poder do 
Espírito Santo que você receberá a transformação, as capacita-
ções e os dons necessários para que você seja e faça tudo o que 
Deus deseja e espera de você. E basta apenas pedir!
 Deus lhe dará abundantemente do Seu Espírito. Creia nis-
so, receba a Sua unção, ande nela e ministre com ela. À medida 
que você distribuir a vida e o poder do Espírito Santo em ser-
viço aos outros, Ele terá mais para derramar, tanto para dentro 
de você, como através de você.
 Que o Senhor o abençoe e abra os seus olhos espirituais 
para que você compreenda a Sua verdade. Que você receba a 
Sua graça e ajuda para obedecê-Lo em todas as coisas. Que Ele 
o unja abundantemente, como também o seu ministério, para 
que a vida de outras pessoas possa ser transformada e tornar-se 
uma glória para Aquele que morreu para salvá-las. E que Deus 
receba todo o louvor, toda a glória, toda a honra que Lhe é 
devida de sua vida e ministério, à medida que você caminha e 
cresce na unção do Seu Espírito Santo. Eu peço isso diante do 
Pai, no forte e poderoso nome de Jesus Cristo nosso Salvador. 
Amém! &
VOLUME 23 – NÚMERO 1 – 2009 ATOS / 63 
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letras de fôrma.
3. Envie pelo Correio sem demora o Formulário de Renovação ao escritório do World MAP mais 
perto de você.
NOTA: A Revista ATOS não é um “curso por correspondência”. Você não receberá um “certifi-
cado” ou “diploma” depois de ler a ATOS. A nossa esperança e oração é que você receba algo 
muito mais valioso: ensinamentos com base bíblica e um treinamento ministerial prático! Isso 
o capacitará a tornar-se mais eficaz em seu ensino, ministração e testemunho aos outros.
A Revista ATOS é enviada gratuitamente a líderes de igrejas que pedem para recebê-la na 
Ásia, África e América Latina. Os líderes de igrejas receberão a ATOS durante três anos. 
Em seguida, eles precisam renovar a sua assinatura para receberem a ATOS por mais 
 três anos.
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ATENÇÃO LÍDER DE IGREJA:
Você está estudando as Escrituras com a 
ajuda de O Cajado do Pastor, este poderoso 
equipamento literário do World MAP?
O Cajado do Pastor é conhecido por 
alguns como“Uma Escola Bíblica em 
Livro” – é uma obra de 1000 páginas 
projetada para treinar e equipar líderes 
de igreja. Contém escritos, com base 
bíblica, de muitos autores cheios do 
Espírito. Esse livro foi compilado 
para satisfazer as necessidades 
especiais de líderes de igreja 
que trabalham na Ásia, 
África e América Latina. Se 
você é um novo assinante 
da Revista Atos e ainda 
não recebeu uma cópia de O 
Cajado do Pastor, peça sua cópia 
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Neste livro, O Cajado do Pastor, você achará:
[1] Um Manual de Treinamento Para Novos Crentes que cobre todos os assuntos que você precisa en-
sinar a novos convertidos.
[2] Uma Concordância Tópica com milhares de referências bíblicas, que cobrem 200 principais tópicos da 
Bíblia. Essa seção de referência de O Cajado do Pastor o ajudará a ensinar a Bíblia a outros.
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igreja reunido por World MAP durante os últimos trinta anos.
 Tudo isso e muito mais está contido em um único volume chamado O Cajado do Pastor!
 Para receber a sua cópia deste poderoso livro de treinamento de liderança, O Cajado do Pastor, você po-
derá fazer a sua solicitação on-line em www.world-map.com/applyform.html, ou preencher cuidadosamente 
o Formulário de Solicitação na parte interna da capa de trás desta revista (ou escrever claramente e COM 
LETRAS DE FÔRMA todas as informações numa outra folha de papel, se você não quiser recortar a sua 
revista). Uma vez que você tiver respondido todas as perguntas e escrito as suas respostas tão claramente 
quanto possível, envie o formulário pelo Correio ao escritório do World MAP mais perto de você. (Os en-
dereços estão numa lista no Formulário de Solicitação). Se você tiver acesso à Internet, a solicitação on-line 
será mais rápida e lhe economizará o custo da postagem! Você receberá a sua cópia de O Cajado do Pastor 
tão logo quanto possível! No entanto, pelo fato de que o correio pode ser lento às vezes, espere pelo menos 
6 meses para que O Cajado do Pastor chegue até você. Obrigado!
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