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JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 ATOS / 11 / ATOS OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2001 1 / ATOS OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2001 JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 Volume 17 / Número 3 EDIÇÃO PORTUGUÊS ATOS PARE! Antes de você ler esta revista, por favor, olhe para a etiqueta de endereço em seu envelope. No topo direito de sua etiqueta, depois da palavra "EXPIR", está sua data de venci- mento da assinatura da Revista ATOS. (month/year). Por favor, escreva essa data aqui: ________ / _________ mês ano No topo esquerdo de sua etiqueta está o seu número de ATOS. Por favor, escreva esse número aqui. Você deverá dar esta informação cada vez que escrever ao World MAP, ou quando preencher seu Formulário de Renovação de Assinatura ou solicitação do livro O Cajado do Pastor. CONSTRUINDO UMA VIDA DE TRIUNFO Como Deus Pode nos Dar Vitória Sobre as Provações e Tentações Zac Poonen B ÍB L IA SA G R A D A 2 / ATOS JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 Queridos Amigos e Contribuintes do World MAP: É com gratidão e uma expectativa de grandes coisas no futuro que aproveitamos esta oportunidade para anunciar a nomeação de Frank e Wendy Parrish à Diretoria e Presidência do World MAP. Após quarenta anos de fiel e dedicado serviço aos múltiplos ministérios do World MAP, o Fundador e Diretor Ralph Mahoney está confiando o manto deste chamado e responsabilidade a Frank e Wendy. Na Reunião da Diretoria em agosto de 2001, foi aprovada unanimemente a nomeação de Frank Parrish como Presidente do World MAP e a nomeação dele e de sua esposa Wendy para servirem juntos como Diretores. Foi um privilégio para nós termos Frank e Wendy “a bordo da Diretoria” do World MAP nos últimos três anos, enquanto o ministério navegava nesta transição de liderança do Fundador Ralph Mahoney, agora Diretor Emérito do World MAP, para Frank e Wendy. Juntamente com um novo fardo, visão, e perspectiva para a obra e o ministério do World MAP, Frank e Wendy também trazem consigo muitos anos de experiência pastoral, administrativa, e de implantação de igrejas. A paixão pelo preparo de obreiros e líderes para a Colheita nestes últimos dias é o tema central absoluto da família Parrish. Como membros da Diretoria, queremos recomendar a vocês Frank e Wendy (que é filha de Ralph Mahoney), quer você seja nosso leitor pela primeira vez, um contribuinte regular, ou um observador curioso! O espírito e testemunho deles têm sido revigorante a todos nós, e estamos certos do compromisso deles para com o Senhor e o Seu povo, especialmente para com os obreiros dos campos de colheita do Terceiro Mundo. Temos a certeza de que Frank e Wendy possuem um profundo respeito pelos ancoradouros espirituais do ministério do World MAP e um senso profético de direção e dependência no Senhor para o futuro. Gostaríamos de encorajá-los a se unirem a nós enquanto renovamos o compromisso de orarmos pelos nossos líderes nestes dias críticos, e gostaríamos de pedir que vocês acrescentassem as famílias Parrish e Mahoney à lista de pessoas pelas quais vocês oram regularmente! Deus os abençoe! Dos seus colaboradores no campo, Diretoria do World MAP Ralph Mahoney, Fundador Jeff Clark Jon Cook, Secretário Keith Lane Skip Mahoney, Vice-Presidente George Veach JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 ATOS / 3 EDIÇÃO PORTUGUÊS Volume 17 / Número 3 Índice 1. Uma Vida de Constante Triunfo ................ 4 2. A Necessidade Absoluta de Fé .................... 5 3. Levando a Palavra de Deus a Sério ............. 7 4. Todos os Atos de Deus São em Amor .......... 8 5. Deus nos Ama Como Ama a Jesus ............. 9 6. Deus Tem um Propósito em Toda Provação ................................................. 11 7. Não Somos Provados Além da Nossa Capacidade ............................................ 13 8. Deus Dá Sua Graça Somente aos Humildes ................................................ 15 9. Deus Controla as Circunstâncias ............. 17 10. Graça Suficiente ..................................... 20 11. Chamado, Escolhido e Fiel ...................... 21 O Castigo Divino ..................................... 22 Consolo Divino ....................................... 29 Fortalecimento Divino ............................. 32 Jesus, Aquele que Carrega Meus Fardos ... 37 Diretor Responsável ............... Ralph Mahoney Diretores ....................... Frank & Wendy Parrish Diretores Administrativos África ................................. Loreen Newington Índia ................................................... Bill Scott Internacional ............................. Gayla Dease Artes Gráficas Dennis McLain & Vander Santos Tradutor ....................................... Vander Santos Revisora .............................................. Rita Leite Leitora de Provas ................... Maura Ocampos Impressão Gráfica .............. Editora Betânia S/C VISÃO E MISSÃO Como um ministério ao Corpo de Cristo, o World MAP existe para: 1. Fornecer aos líderes de igrejas nos paí- ses da Ásia, África e América Latina um treinamento prático que os torne eficazes ministros do Evangelho. 2. Compartilhar com os crentes das nações ocidentais as vitórias e as tribulações de obreiros de igrejas nacionais, a fim de que a Igreja: Ore mais fervorosamente e dê mais sacrificialmente para abençoar e desenvolver a obra dos que servem nas linhas de frente do evangelismo. ATOS, no original, (ISSN 0744-1789) é publi- cada a cada três meses pelo “World MAP”, 1419 N. San Fernando Blvd., Burbank, CA 91504, EUA. Toda correspondência deve ser dirigida para o endereço acima ou para Caixa Postal 5053, 31611-970 Venda Nova, MG, Brasil ou ainda para o e-mail: vanderb.santos@bol.com.br SR. AGENTE POSTAL: Favor enviar as mu- danças de endereço para “World MAP”, Caixa Postal 5053, 31611-970 Venda Nova, MG, Brasil. Todas as passagens das Escrituras serão da Bíblia Sagrada, traduzida em português por João Ferreira de Almeida – Sociedade Bíblica do Brasil – 1981, a menos que outra fonte seja indicada. ATOS CONSTRUINDO UMA VIDA DE TRIUNFO De Frank e Wendy Parrish: Com um humilde reconhecimento de nossas limitações humanas e uma firme confiança no Deus Todo-Suficiente que nos capacita, Wendy e eu aceitamos o chamado para dirigir, servir e desenvolver o ministério do World MAP. É um privilégio continuarmos o trabalho dos santos fiéis que serviram e dirigiram o World MAP nas últimas quatro décadas, especialmente o Fundador do World MAP – e pai da Wendy – Ralph Mahoney. É um privilégio e alegria para nós servirmos santos fiéis como vocês, os nossos colaboradores na Colheita, e unirmo-nos a vocês no serviço ao Senhor da Colheita, “prosseguindo para o alvo” de levarmos o Evangelho da salvação através de Cristo até “os confins da terra” (Fp 3:14; At 1:8). À medida que servimos, rendemo-nos a Deus para que os Seus propósitos sejam cumpridos: iremos aonde Ele nos dirigir, capacita- dos pelo Seu Espírito, obedientes à Sua vontade, e sempre seguindo Aquele que é o nosso tudo em todos. Grandes desafios estão à nossa frente – e também grandes vitórias. Vamos portanto confiar na infalível graça de Deus, descan- sar em Seu inextingüível amor, permanecer firmes em Sua constan- te fidelidade, e movermo-nos com o Seu Espírito em direção ao cumprimento de tudo o que Ele deseja realizar. Desejamos sinceramente as suas orações e a sua participação no ministério do World MAP, por nós como Diretores, e pela causa de Cristo em todo o mundo. Por amor e pela glória de Jesus, Frank e Wendy Parrish Diretores do World MAP COMENTÁRIO DE RALPH MAHONEY: Há muito tempo Ralph Mahoney vinha se preocu- pando muito no sentido de que uma nova liderança fosse levantada para dar continuidade à obra do World MAP, que Deus o chamou para iniciar há quase meio século. “Mas quem”, perguntou Ralph antes de sua recente aposentadoria, “poderia dar continuidade à obra com o mesmo nível de integri- dade e competência? Quem poderia garantir a contínua eficiência dos ministérios que o World MAP tem levado adiante durante quarenta anos?Louvado seja o Senhor! Ele tinha a Sua resposta aguardando o tempo certo. E este tempo chegou agora! A vinda de Frank e Wendy Parrish ao World MAP nesta hora é realmente muito oportuna. O World MAP está vendo o raiar de um novo dia!” — Ralph Mahoney, Fundador e Diretor Emérito do World MAP 4 / ATOS JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 Deus deseja que tenhamos uma vida de CONSTANTE VITÓRIA. Isso é ensinado claramente em vários tre- chos das Escrituras. Consideremos alguns.... “Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, SEMPRE nos conduz em triunfo...” (2 Co 2:14.) “Em TODAS ESTAS COISAS, po- rém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.” (Rm 8:37.) “... estas coisas vos escrevo para que NÃO PEQUEIS...” (1 Jo 2:1.) Apesar desses e de outros tre- chos bíblicos, é difícil convencer muitos crentes de que Deus deseja que eles tenham uma vida vitorio- sa. Se aceitarmos as Escrituras da forma como está escrita e simples- mente crermos nisso – como uma cri- ança – então essa mensagem se tor- nará clara para nós. Mas se confiar- UMA VIDUMA VIDUMA VIDUMA VIDUMA VIDA DE CONSTA DE CONSTA DE CONSTA DE CONSTA DE CONSTANTE TRIUNFOANTE TRIUNFOANTE TRIUNFOANTE TRIUNFOANTE TRIUNFO Uma NOVA MANEIRA de ajudar outros líderes de igreja a receber ATOS! Querido Leitor da Revista ATOS, Se você conhece outros líderes de igreja que ainda não recebem a Revista ATOS, e acha que eles gostariam de recebê-la, por favor, peça-lhes que nos escrevam e nos enviem os seguintes dados: • O nome completo e endereço, em letra de fôrma; • A quantas pessoas ensinam ou pregam a cada semana; • Uma descrição do ministério que exercem. Querido leitor, NÃO nos envie os nomes e endereços dessas pessoas. Quem de- sejar ser assinante da Revista ATOS deve escrever-nos pessoalmente; isso nos aju- dará a estar seguros de que só estamos enviando a Revista aos líderes de igreja que a queiram receber. Que Deus possa fortalecer e capacitar você e seus companheiros líderes de igre- ja para a Sua grande obra! convencerão de que é impossível ter uma vida vitoriosa neste mundo mau. Muitos crentes céticos acrescenta- rão seu testemunho para embasar os argumentos de nossa razão. E então nós nos convenceremos de que é im- possível viver vitoriosamente neste mundo. Se não tivermos a convicção de que, antes de tudo, Deus quer que vivamos constantemente pela fé, nunca seremos capazes de viver em triunfo. E, sem fé, é impossível ter uma vida vitoriosa. Tudo na vida cris- tã é totalmente dependente da fé. E a revelação que Deus nos deu na Sua Palavra é a base dessa fé. Não importa que você tenha vi- vido em derrota por muitos anos. Se você puder entender a verdade de uma vida de constante vitória na Palavra de Deus, terá dado o pri- meiro passo para viver vitoriosa- mente. ■■■■■ Capítulo 1 “Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo...” (2 Co 2:14.) mos em nossa razão, poderemos en- contrar muitos argumentos que nos B ÍB L IASA G R A D A JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 ATOS / 5 mana, sem a revelação do Espírito Santo. Nós estudávamos a Bíblia como um colegial estuda química na escola. Nós descobrimos os significados dos tipos do Velho Testamento, etc., mas éramos derrotados pelo pecado em nossa vida. Eu sabia que Deus ti- nha perdoado meus pecados; mas não tinha fé para ir além disso. Quando percebi na Palavra a ver- dade sobre o batismo no Espírito e comecei a buscar a Deus nesse senti- 1 João 2:6 diz: “Aquele que diz que permanece nele, esse deve tam- bém ANDAR ASSIM COMO ELE AN- DOU.” Como Jesus andou? Em vitória durante uma PARTE do tempo, a MAIO- RIA do tempo ou TODO o tempo? Nós sabemos a resposta. Ele foi tentado em todos as coisas como nós também somos, mas nunca pecou. “Porque não temos sumo sacer- dote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nos- sa semelhança, mas sem pecado.” (Hb 4:15.) Hoje, somos chamados a andar como Ele andou. Isso é possível aqui na terra? Deus nos mandaria fazer algo que Ele sabe muito bem que não podemos fazer? Não. Isso é inconce- bível. Nem mesmo os pais terrenos dão ordens irracionais aos seus filhos. Quanto mais Deus! Em Mateus 13:58, encontramos algumas das palavras mais tristes es- critas no Novo Testamento: “E não fez ali muitos milagres, POR CAUSA DA INCREDULIDADE DELES.” A passagem correspondente a essa, em Marcos 6:5, declara: “Não PÔDE fazer ali nenhum milagre...” Ele desejara fazer grandes coisas a essas pessoas em Sua terra natal. Ele, porém, estava limitado pela incre- dulidade delas. Nossa incredulidade nos impossibilita de recebermos do Deus todo-poderoso as boas coisas que Ele quer fazer por nós. Eu gostaria de saber se já existi- ram milagres que Deus pretendia re- alizar por você, mas que não pôde fazê- lo por causa de sua incredulidade. No tribunal de Cristo, no juízo final, alguns de nós teremos de ouvir estas pala- vras: “Eu não pude fazer tudo que desejei realizar para você e através de você, por causa da sua increduli- dade.” Se constatarmos que isso aconte- ceu conosco, que pesar haverá em nosso coração ao término de nossa vida terrena! É bom pensar nisso ago- ra. Nos meus primeiros anos de cris- tão pertenci a um grupo de irmãos que priorizavam o estudo das Escrituras. Em certo sentido, sou grato a Deus por isso, pois me permitiu ter um bom conhecimento básico da Palavra. Contudo o estudo ministrado por eles era todo baseado na razão hu- A NECESSIDA NECESSIDA NECESSIDA NECESSIDA NECESSIDADE ABSOLADE ABSOLADE ABSOLADE ABSOLADE ABSOLUTUTUTUTUTA DE FÉA DE FÉA DE FÉA DE FÉA DE FÉ Capítulo 2 Você Precisa Renovar Sua Assinatura de ATOS? Veja aqui como saber disso: • Verifique sua etiqueta de endereço no envelope da Revista ATOS. No topo direito da etiqueta há uma DATA (month/year) depois da palavra "EXPIR "; • Se a data está a QUATRO MESES ou MENOS DE QUATRO ME- SES da data atual, então está na hora de renovar! • Você não precisa renovar sua assinatura a cada edição da Revista ATOS; você só precisa renovar SE sua assinatura de dois anos esti- ver vencendo nos próximos quatro meses. Veja aqui como renovar sua assinatura de dois anos da Revista ATOS: • Destaque o Formulário de Renovação da Revista ATOS desta revista; • Siga TODAS as instruções do Formulário de Renovação; • Responda a TODAS as perguntas do Formulário de Renovação – escreva claramente em letra de fôrma; e, • Remeta o Formulário de Renovação, sem demora, para o escritório do World MAP mais próximo de você! NOTA: A Revista ATOS não é um “curso por correspondência”. Você não receberá um “certificado” ou “diploma” depois que ler a Revista ATOS. Nos- sa esperança e oração é que você receba algo mais valioso: Ensinamento bíblico e treinamento para o ministério prático! Isso o ajudará a tornar- se mais eficaz no ensino, no serviço e no testemunho a outros. A Revista ATOS é enviada, gratuitamente, quatro vezes ao ano, aos líderes de igreja que a solicitem na Ásia, África, e América Latina. Esses líderes receberão a Revista ATOS durante dois anos, e após esse período eles deverão renovar sua assinatura para que continuem a recebê-la por mais dois anos. 6 / ATOS JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 do, achei que eu simples- mente não poderia crer. Eu jejuava, orava e es- tava disposto a pagar qual- quer preço por isso. Con- tudo achei extremamente difícil acreditar que Deus ouvia meu pedido e me con- cedia o que pedira. Jesus ensinou que sempre que orássemos deveríamos crer que já recebêramos o que tínhamos pedido. “Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que rece- bestes, e será assim con- vosco.” (Mc 11:24.) Levei bastante tempo – muitos anos – para crer nessa declaração com a fé simples de uma criança. Fi- nalmente, pela graça de Deus, eu consegui crer que Deus tinha ouvido minha oração e me concedera o que buscava. Fui batizado no Espírito, pela fé. O dom de línguas que se seguiu foi apenas uma confirmação do que eu já tinha rece- bido pela fé. Quando olho para trás, após todos essesanos de lutas, vejo claramente que o que me atrapalhava era a incre- dulidade. O mesmo princípio se aplica a con- quistar uma vida de triunfo sobre o pecado. Nós podemos jejuar, orar e desejar – e ainda assim não conseguir nada – até que CREIAMOS que Deus PODE e VAI nos conduzir a uma vida vitoriosa. Satanás sabe que você não pode obter nada de Deus a não ser pela fé. Então você pode imaginar como ele tentará encher seu coração de incre- dulidade. A incredulidade é mais peri- gosa que a mentira ou o adultério, pois esses são facilmente reconhecidos como pecado; e a incredulidade, não. Em Hebreus 3:12 lemos: “Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo.” Um coração cheio de incredulida- de pode nos afastar de Deus. A in- credulidade é a raiz de todos os ou- tros pecados. Romanos 6:14 declara: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça.” Nesse texto, o Espírito Santo nos fala muito claramente que, se estiver- mos debaixo da graça, o pecado não terá domínio sobre nós. Isso está es- crito de forma tão clara que até mes- mo uma criança pode entender essa verdade. Apesar disso, muitos cren- tes ainda não acreditam na possibili- dade de ter uma vida de vitória sobre o pecado. Deus quer que você viva em vitó- ria. Não importa quão sujo seja o seu pensar, ou há quanto tempo você vem sendo derrotado pela raiva. Deus pode torná-lo completamente livre e dar-lhe um coração puro. Mas Ele não pode fazer isso enquanto você não crer. A Bíblia diz que devemos confes- sar com nossa boca o que cremos no coração. Romanos 10:10 declara: “Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respei- to da salvação.” Esse é um princípio importante, pois é pela confissão de nossa boca que expressamos nossa fé. Isso nos confere a libertação do poder de pe- cado. E então nós devemos dar nosso testemunho diante de Satanás, dizen- do: “Eu acredito que Deus está me conduzindo a uma vida de vitória so- bre o pecado”. Desse modo nós po- demos derrotar a Satanás. “Eles, pois, o venceram por cau- sa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida.” (Ap 12:11.) Toda vez que você cair, faça essa confissão, até que a vitória se torne uma realidade em sua vida. Não se deixe desencorajar se isso não vier de um dia para outro. Deus, com certeza, honrará a confissão de sua boca. ■■■■■ Duas pessoas podem ouvir a Palavra de Deus e uma delas crer enquanto que a outra não. JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 ATOS / 7 Um mau hábito que muitos cren- tes têm é de não levar a Palavra de Deus a sério. Tomemos, como exem- plo, as palavras de Jesus em Mateus 12:36, 37: “Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; porque, pelas tuas palavras, serás justi- ficado e, pelas tuas pala- vras, serás condenado.” A maioria dos crentes não acredita que, literalmente, te- rão de prestar conta de toda palavra frívola que falarem. Quando nós realmente acreditamos nisso, elimina- mos de nossa vida toda ca- lúnia, fofoca, má conversa- ção e raiva. Todo aquele que leva a sério essas palavras de Jesus será radical, e eli- minará toda palavra frívola de seu falar. Jesus diz aqui que sere- mos justificados por nossas palavras. Todos nós temos conhe- cimento da justificação pela fé. Mas a fé sem obras é morta, e uma fé que não pu- rifica nosso falar é morta. Pense em todas as palavras que você falou (ou escreveu) durante os últimos três meses – em casa e no escritório, ao cônjuge, aos filhos, aos empregados, etc. Uma fita que regis- trasse sua fala provaria que você, um filho de Deus justificado, é diferente do mundo ao seu redor? Ou suas pa- lavras seriam semelhantes às dos in- crédulos? O falar de muitos crentes não foi purificado, porque eles não levaram as palavras de Jesus a sério. Isso ocorre porque eles não temem a Deus. Eles temem aos homens mais do que temem a Deus. Se não de- senvolvermos o hábito de levar a Capítulo 3 LEVLEVLEVLEVLEVANDO A PANDO A PANDO A PANDO A PANDO A PALALALALALAAAAAVRVRVRVRVRA DE DEUS A SÉRIOA DE DEUS A SÉRIOA DE DEUS A SÉRIOA DE DEUS A SÉRIOA DE DEUS A SÉRIO Palavra de Deus a sério, nós não po- demos esperar progredir em nossa vida espiritual. Tiago 1:26 diz: “Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã.” Se um homem não puder controlar a própria língua, seu cristianismo é inú- til – pois, como disse Jesus, as pala- vras que falamos mostram como é nosso coração. “Porque a boca fala do que está cheio o coração.” (Mt 12:34.) O modo como usamos nossa lín- gua é um dos indícios mais claros de nossa condição espiritual. Aqui temos outro exemplo: A Pa- lavra de Deus diz que os maridos nun- ca deveriam tratar suas esposas com amargura. “Maridos, amai vossa esposa e não a trateis com amargura.” (Cl 3:19.) O que significa isso? Isso permite a um marido estar amargurado contra sua esposa AO MENOS UMA VEZ? Nós sabemos que, quando a Pala- vra de Deus proíbe o adultério ou o assassinato, isso quer dizer que não devemos cometer tal pecado NEM MESMO UMA VEZ. Con- tudo, quando lemos que um marido não deveria estar amargurado contra sua espo- sa, isso não causa em nós o mesmo impacto. Por quê? Isso ocorre porque nós es- colhemos e elegemos quais os mandamentos da Palavra de Deus levaremos a sério ou não. Nós não percebemos que TODA a Palavra de Deus deve ser levada a sério. Aqueles que levam toda a Palavra de Deus a sério se afligirão por causa do peca- do, toda vez que falharem. Desse modo eles acharão o conforto (poder) do Espírito Santo, e serão conduzidos a uma vida de vitória. “Bem- aventurados os que cho- ram, porque serão consola- dos.” (Mt 5:4.) Aqui está outro segredo da vitória: Leve toda a Palavra de Deus a sério e, toda vez que você falhar pe- rante os padrões de Deus, lamente-se por causa do seu pecado. Assim você provará que teme a Deus – e o temor do Senhor é o prin- cípio da sabedoria que conduz a uma vida vitoriosa. Deus olha graciosamente e favo- rece aqueles que estão quebrantados e contritos em seu espírito e que tre- mem diante da Sua Palavra. “... mas o homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que treme da minha pala- vra.” (Is 66:2.) A maioria dos crA maioria dos crA maioria dos crA maioria dos crA maioria dos crentes nãoentes nãoentes nãoentes nãoentes não acracracracracredita que, literalmente,edita que, literalmente,edita que, literalmente,edita que, literalmente,edita que, literalmente, terão de prterão de prterão de prterão de prterão de prestar conta deestar conta deestar conta deestar conta deestar conta de toda palavra frívola quetoda palavra frívola quetoda palavra frívola quetoda palavra frívola quetoda palavra frívola que falarfalarfalarfalarfalarem.em.em.em.em. Quando nós rQuando nós rQuando nós rQuando nós rQuando nós realmenteealmenteealmenteealmenteealmente acracracracracreditamos nisso,editamos nisso,editamos nisso,editamos nisso,editamos nisso, eliminamos de nossa vidaeliminamos de nossa vidaeliminamos de nossa vidaeliminamos de nossa vidaeliminamos de nossa vida toda calúnia, fofoca, mátoda calúnia, fofoca, mátoda calúnia, fofoca, mátoda calúnia, fofoca, mátoda calúnia, fofoca, má conversação e raiva. Tconversação e raiva. Tconversação e raiva. Tconversação e raiva. Tconversação e raiva. Todoodoodoodoodo aquele que leva a sérioaquele que leva a sérioaquele que leva a sérioaquele que leva a sérioaquele que leva a sério essas palavras de Jesus seráessas palavras de Jesus seráessas palavras de Jesus seráessas palavras de Jesus seráessas palavras de Jesus será radical, e eliminará todaradical, e eliminará todaradical, e eliminará todaradical, e eliminará todaradical, e eliminará toda palavra frívola de seu falarpalavra frívola de seu falarpalavra frívola de seu falarpalavra frívola de seu falarpalavra frívolade seu falar..... ■■■■■ 8 / ATOS JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 Deus sempre exigiu que o homem obedecesse aos Seus mandamentos. Na Velha Aliança, os israelitas rece- beram ordenanças, que eles deveriam obedecer. Mas eles descobriram que não podiam guardar perfeitamente as leis de Deus. Na Nova Aliança, Deus promete escrever Suas leis em nosso coração e em nossa mente de forma que nós não apenas O obedeçamos, mas também que GOSTEMOS de obedecê-lO. “Porei dentro de vós o meu Es- pírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.” (Ez 36:27.) Somente temos comunhão com Deus quando obedecemos aos Seus mandamentos. No entanto, obediência é algo que muitos crentes não entendem. A mai- oria dos crentes, por entender mal a “graça”, considera que a obediência é uma exigência da Velha Aliança. Como resultado, consideram as ordens de Deus um fardo pesado. Esse é um engano satânico. É o re- sultado de uma ignorância quanto ao amor de Deus. Todos os mandamentos de Deus são para o nosso bem e têm o objetivo de nos tornar livres. Todos eles tive- ram origem no coração de um Deus que nos ama perfeitamente. Moisés diz (com relação ao fato de Deus dar Suas leis ao povo de Israel no monte Sinai), “... à sua direita, havia para eles o fogo da lei. Na verdade, amas os povos...” (Dt 33:2,3.) O fato de Deus nos ter dado a Sua lei é uma prova do Seu intenso amor por nós. Alguns dos mandamentos de Deus podem requerer abnegação de nossa parte. Mas, com o correr do tempo, descobriremos que eles são para nos- so bem maior. Um pai não dá ordens a seus filhos para sobrecarregá-los ou prejudicá-los – mas tão-somente para ajudá-los. É dessa forma que precisa- mos ver as ordens que Deus nos dá Capítulo 4 TODOS OS ATODOS OS ATODOS OS ATODOS OS ATODOS OS ATOS DE DEUS SÃO EM AMORTOS DE DEUS SÃO EM AMORTOS DE DEUS SÃO EM AMORTOS DE DEUS SÃO EM AMORTOS DE DEUS SÃO EM AMOR também. Ter fé é acreditar em um Deus que é perfeito em amor. Quan- do tivermos tal fé, nos deleitaremos em cumprir as ordens de Deus, a qual- quer preço. Essa é a razão de grande parte de nossas derrotas. O diabo convenceu a muitos de nós de que os mandamentos de Deus, ou são desnecessários, ou são um fardo. Se não entendemos por que Deus nos chama para fazer algo, isso apenas prova nossa imaturidade. Um dia, quando formos um pouco mais maduros, ENTENDEREMOS isso. Quando os pais obrigam os filhos a irem à escola, estes não entendem por que não podem ficar em casa brin- cando. Eles até podem pensar que seus pais estão sendo muito duros. Mas é por amor aos filhos que os pais os obrigam a adquirir uma educação. Tal como essas pequenas crianças, nós também freqüentemente não en- tendemos os caminhos de Deus. Mas se crêssemos no Seu amor, obedece- ríamos a toda a Sua Palavra e nos submeteríamos a todos os Seus man- damentos, sem questionar. Consideremos a questão do sofri- mento. Por que um Deus de amor permite que soframos? Isso acontece porque o sofrimento é uma parte do programa (currículo) de nossa educação espiritual. É através do sofrimento que Deus nos conduz à ma- turidade. Se você não teve muitas opor- tunidades de sofrer, certamente não aprendeu muita coisa que tenha algum valor espiritual para sua vida. Talvez você tenha murmurado e reclamado tanto na última vez que passou por um pequeno sofrimento, que Deus permite que você agora ande nos seus caminhos. É muito triste ser colocado de lado por Deus. Eu prefe- riria passar por sofrimentos diariamen- te do que ser colocado de lado por Deus. Quando Deus nos conduz pelas veredas do sofrimento, é tolice nos compararmos com os outros. Isso se- ria como nossos filhos questionarem por que eles têm de ir à escola en- quanto as crianças na rua podem brin- car na lama todo o dia. Todos os atos de Deus para co- nosco são praticados em perfeito amor. Ele quer que estejamos conten- tes – não com a felicidade superficial do mundo, mas com a alegria profun- da e eterna, que vem através de uma vida santa. E o único caminho para a santidade é o sofrimento. “Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos discipli- na para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santi- dade.” (Hb 12:10.) Jesus foi o homem mais feliz que já andou pela terra. Mas Ele foi tam- bém o que mais sofreu. Sua felicida- de originava-se em fazer a vontade de Seu Pai – não vivendo de um modo fácil. Ele via Seu Pai como o perfeito Amor e, assim, alegremente, se sub- metia a tudo que o Pai colocava em Seu caminho. Esse era o segredo de toda a Sua vida. ■■■■■ Freqüentemente, o Senhor corrigirá nosso andar porque Ele sabe que isso nos trará problemas. Devemos estar prontos a escutar. JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 ATOS / 9 A causa de todos os nossos pro- blemas espirituais é que não vemos a Deus como um Pai de Amor e um Deus Soberano. Uma verdade que revolucionou minha vida cristã foi a gloriosa reve- lação que Jesus nos deu, de que o Pai nos ama da mesma maneira que O amou. Jesus orou ao Pai: “... para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.” (Jo 17:23.) Jesus pediu nessa oração que o mundo ao nosso redor pudesse conhecer essa ver- dade. Mas, antes que o mun- do possa perceber essa ver- dade, é preciso que ela, pri- meiro, domine nosso cora- ção. Todos os cristãos acredi- tam teoricamente em um Pai amoroso no céu. Mas o fato de estarem freqüentemente preocupados, ansiosos e cheios de insegurança e te- mor, prova que eles realmen- te não crêem nisso em seu coração. Menor ainda é o número daqueles que ousariam crer que Deus os ama tanto QUANTO AMA A JESUS! Nenhum de nós ousaria crer em tal verdade se o próprio Jesus não nos tivesse falado claramente que era as- sim. Quando seus olhos se abrem para essa verdade gloriosa, toda a sua pers- pectiva de vida se modifica. Toda mur- muração, depressão e trevas desapa- recerão completamente de sua vida. Eu sei que isso pode ocorrer, pois aconteceu comigo. Eu vivi, por muitos anos, derrotado e sob a escravidão da depressão. Isso não era a vontade de Deus para mim; mas eu simplesmente não conseguia me livrar disso. As coisas se torna- Capítulo 5 DEUS NOS AMA COMO AMA A JESUSDEUS NOS AMA COMO AMA A JESUSDEUS NOS AMA COMO AMA A JESUSDEUS NOS AMA COMO AMA A JESUSDEUS NOS AMA COMO AMA A JESUS ram diferentes desde que meus olhos foram abertos à verdade de que Deus me ama da mesma maneira que ama a Jesus. Vejo agora que tudo o que foi co- locado em meu caminho veio das mãos de um Pai amoroso. Eu tenho visto que Ele se preocupa comigo como a me- nina de Seus olhos. Assim, agora, ne- nhuma circunstância da vida pode me fazer murmurar nem consegue me deprimir. Eu aprendi, como diz Paulo, o segredo de estar contente e louvar a Deus em todas as circunstâncias de minha vida. “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos.” (Fp 4:4.) “Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situa- ção.” (Fp 4:11.) Agora este é o fundamento inaba- lável da minha vida: DEUS ME AMA DA MESMA MANEIRA QUE ELE AMA A JESUS. Não é porque você não jejua nem ora suficientemente que você não está tendo uma vida vitoriosa. A vitória não vem através do auto-esforço, mas pela fé. “Fé em quê?”, você pode pergun- tar. Fé no amor perfeito de Deus por você. Muitos crentes vivem debai- xo da condenação de Satanás que continua lhes falando: “Você não está jejuando o bastante. Você não está pe- dindo o suficiente. Você não está testemunhando o bastan- te. Você não está estudando a Bíblia o suficiente”, etc. Eles constantemente estão sendo enganados por tais pen- samentos e se deixam envol- ver em um círculo infinito de atividades e em uma multidão de obras mortas. Você percebe que a autodis- ciplina, o jejum, a oração, a prática de dizimar e testemu- nhar são obras mortas, se não têm origem no amor a Deus? E elas não podem se originar no amor a Deus a menos que você esteja seguro de que Deus o amou primeiro. A oração de Paulo para os cristãosde Éfeso era para que eles pudessem ser arraigados e fundamen- tados no amor de Deus. “Para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, me- diante o seu Espírito no homem in- terior; e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor.” (Ef 3:16,17.) “E conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimen- to, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus.” (Ef 3:19.) Os cristãos de Éfeso já eram con- vertidos e batizados no Espírito. Mas eles ainda precisavam ser fortalecidos pelo Espírito no homem interior, de Todos os cristãos acreditam teoricamente em um Pai amoroso no céu. Mas o fato de estarem freqüentemente preocupados, ansiosos e cheios de insegurança e te- mor, prova que eles real- mente não crêem nisso em seu coração. Menor ainda é o número daqueles que ousariam crer que Deus os ama tanto quanto ama a Jesus! 10 / ATOS JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 forma que pudessem ser arraigados e fundamentados no perfeito amor de Deus por eles, entendendo o compri- mento, largura, altura e profundidade daquele amor. Só então Paulo passou a falar dos dons pelos quais o Corpo de Cristo pode ser edificado. “E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo... E ele mesmo con- cedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evange- listas e outros para pastores e mes- tres, com vistas ao aperfeiçoamen- to dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo.” (Ef 4:7,11,12.) Essa perfeita segurança no amor de Deus tem de estar nos sustentan- do constantemente. Nós devemos es- tar arraigados e alicerçados nisso, para que nosso ministério seja produtivo. Em outro lugar, o Novo Testamen- to fala disso como “descanso”. “Nós, porém, que cremos, entramos no descanso” diz o apóstolo (Hb 4:3). Ele nos persuade então a que nos esfor- cemos com todo o nosso coração para entrar nesse descanso. “Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso, a fim de que nin- guém caia, segundo o mesmo exem- plo de desobediência.” (Hb 4:11.) É fácil desistir quando não estamos “descansando” em perfeita seguran- ça no amor de Deus. O mundo está cheio de pessoas que estão procurando alguém que as ame. Muitos cristãos vão de igreja em igreja, querendo ser amados. Alguns buscam o amor em amizades; outros, no casamento. Mas toda essa procu- ra pode terminar em decepção. Como órfãos, os filhos de Adão são inseguros e o resultado é que, dia após dia, são vencidos por ataques de auto- piedade. O fato triste é que, mesmo de- pois da conversão, muitos ainda perma- necem inseguros, apesar de não haver necessidade de eles serem assim. Qual é a resposta do evangelho a este problema? A solução é achar nos- sa segurança no amor de Deus. Jesus falou repetidamente aos Seus discípu- los que até os cabelos da cabeça de- les eram contados e que um Deus que alimenta milhões de pássaros e veste milhões de flores, certamente cuida- ria deles. Um argumento maior que tudo isso é: “Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele TODAS as COISAS?” (Rm 8:32.) Como Deus cuidou de Jesus, Ele cuidará de você também. Uma razão por que Deus permite que nossos semelhantes nos decepci- onem às vezes, é para que aprenda- mos a não nos apoiar no homem. Ele deseja nos livrar de tal idolatria (pois depender do homem é uma forma de idolatria), de forma que nós possamos aprender a confiar totalmente nEle. Dessa forma, quando Deus prepara as circunstâncias de tal modo que você fique desapontado em todos os senti- dos, isso não deve desencorajá-lo. Deus apenas está desacostumando-o de confiar no braço humano, de for- ma que você possa aprender a viver pela fé nEle. Aprenda a pôr sua segurança no fato de que Deus o ama como Ele ama a Jesus. Toda competição e ciúme entre cristãos surgem por causa de nossas próprias inseguranças (falta de fé). Nós devemos estar seguros no amor de Deus. Quer dizer, temos de crer que Deus nos ama. Eu tenho de crer (ter fé) que esse Deus não cometeu nenhum erro ao me criar dessa forma. Eu tenho de crer (ter fé) que esse Deus me deu dons e talentos singulares. Quando alguém tem fé (crê) que tudo isso é verdade para ele, nunca terá ciúmes de outros nem competirá com ninguém. Entender isso resolve todos os pro- blemas de relacionamento entre os lí- deres e os crentes. Simplesmente pense quantos de seus problemas serão resolvidos quan- do seus olhos se abrirem para essa verdade – esse Deus o ama exata- mente como Ele ama a Jesus. O mesmo amor que Deus tem por Jesus, Ele tem por nós. O AMOR DE DEUS ■■■■■ JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 ATOS / 11 A vida se torna maravilhosa quan- do entendemos que Deus tem um pro- pósito – um propósito glorioso – em tudo que Ele permite que aconteça em nossa vida. Quando Ele diz “não” às nossas orações, isso também consti- tui uma resposta vinda de um coração de perfeito amor. Quando Deus enviou serpentes abrasadoras para picar os israelitas no deserto, isso foi um ato de amor? “Então, o Senhor mandou entre o povo serpentes abrasadoras, que mordiam o povo; e morreram mui- tos do povo de Israel.” (Nm 21:6.) Isso certamente era um ato de amor, pois foi o meio que Deus usou para fazer com que aqueles israelitas se arrependessem e voltassem para Ele, a fim de que o Senhor pudesse abençoá-los. Ele não podia fazer isso enquanto eles não se arrependessem. “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Se- nhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais.” (Jr 29:11.) Uma razão por que Deus permitiu que este mundo se tornasse um lugar incômodo para se viver – com doen- ças, enfermidades, cobras venenosas, etc. – é para que as pessoas pudes- sem se voltar para Ele na angústia, e assim Ele pudesse abençoá-las. E então nós podemos ver como Deus usa até mesmo o mal (aquele causado por Satanás) para trabalhar em favor dos Seus propósitos. Quando, na eternidade, encontrar- mos todos os que foram resgatados do pecado, e ouvirmos suas histórias, descobriremos como Deus usou pica- das de cobras, dificuldades financei- ras, cânceres, etc. para afastar as pessoas do pecado e torná-las filhas do Pai. Nós também ouviremos como Deus usou o sofrimento para santifi- Capítulo 6 DEUS TEM UM PROPÓSITODEUS TEM UM PROPÓSITODEUS TEM UM PROPÓSITODEUS TEM UM PROPÓSITODEUS TEM UM PROPÓSITO EM TODEM TODEM TODEM TODEM TODA PROVA PROVA PROVA PROVA PROVAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃO car Seus filhos de forma que eles pu- dessem participar da Sua natureza. Naquele dia, nós agradeceremos a Deus por muitas coisas que não pu- demos entender aqui na terra. Mas o homem de fé não precisa esperar até aquele dia. Ele crê agora mesmo na sabedoria e no amor de Deus – e as- sim ele dá graças por tudo. O principal propósito em todos os atos de Deus para conosco é que pos- samos participar da Sua natureza. Deus faz com que todas as coisas cooperem para o nosso bem – esse “bem” aí é que sejamos conformes à imagem do Seu Filho. “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósi- to. Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.” (Rm 8:28,29.) Por que Deus permite que, às ve- zes, tenhamos perdas financeiras ines- peradas, ou sejamos enganados por pessoas sem escrúpulos? Muitos de nós tivemos a experiência de ser rou- bados em trens ou ônibus abarrotados. Nessas ocasiões, eu sempre fiz questão de orar pelo ladrão ou frau- dador. E, além disso, Deus deseja também nos livrar de um apego excessivo ao dinheiro e a coisas materiais. Ele não quer que fiquemos calculando nossas perdas e nos preocupando com elas. Ele, tampouco, deseja que nos alegre- mos com o que ganhamos! Ele quer que encontremos nossa alegria nEle – uma alegria que não pode ser au- mentada por nenhum ganho materialnem ofuscado por nenhuma perda ma- terial. Jesus andou sobre a terra assim – e nós somos chamados a andar tal como Ele andou. A Bíblia diz: “Ten- de em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.” (Fp 2:5.) Se alguém tivesse dado a Jesus um presente de dez mil denários, por gra- tidão pelo Seu ministério, isso não te- ria aumentado Sua alegria nem um pouco. A alegria de Jesus no Pai já era completa e transbordante. Ao mesmo tempo, a alegria de Je- sus não teria diminuído em virtude de nenhuma perda material. Por exemplo, Judas Iscariotes freqüentemente rou- bava do dinheiro que era dado como oferta a Jesus. O Senhor sabia disso, mas nunca deixou essa perda pertur- bar sua paz nem sua alegria. Jesus deve ter se preocupado muito com Judas, pois o amor ao dinheiro causou a com- pleta ruína dele. Contudo, Jesus nunca permitiu que a perda do próprio dinhei- ro perturbasse Sua alegria. Que diferença ocorre hoje com relação a muitos pregadores e homens que têm o dom de curar. A alegria deles oscila de acordo com o valor de cada oferta! Mas deixemos os pregadores e curandeiros de lado! O que diremos a nosso respeito? As coisas materiais determinam a intensidade de nossa alegria? Se isso acontece, precisamos nos julgar, com temor e tremor. Estamos seguindo uma rota perigosa e temos de remo- ver essa atitude materialista de nossa vida e de nossa salvação. Se você realmente trata com seri- edade o participar da vida de Jesus, Deus permitirá que muitas coisas lhe aconteçam, a fim de que você aban- done o amor às coisas materiais, dei- xe de buscar a honra de homens, e se livre da autopiedade e de muitas ou- tras atitudes não-cristãs. 12 / ATOS JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 Ele não o obrigará a fazer isso. Se você está contente com uma vida in- correta e de derrotas, que a maioria dos crentes ao seu redor tem, Ele o deixará só. Mas se você está ansioso pelo me- lhor de Deus, Ele tratará firmemente com você, eliminando os “cânceres” que o estão arruinando, e destruindo os ídolos que o corrompem. Ele pode per- mitir que você sofra dor, decepções, perdas, humilhação, críticas injustas, etc, e tenha suas esperanças frustradas, para levá-lo àquele lugar de estabilida- de – onde você não pode ser mais aba- lado. Então, depois disso, não fará nenhuma dife- rença se você é rico ou pobre, criticado ou elo- giado, honrado ou desonrado. Tendo morrido com Cristo para tudo deste mun- do, você passará a participar da vida de Jesus. Isso o levará a caminhar como um rei nesta ter- ra. “ L e v a n d o sempre no cor- po o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifes- te em nosso cor- po.” (2 Co 4:10.) São poucos os que encontram esse caminho para a vida abundante em Cristo, porque poucos estão dis- postos a pagar o preço – de morte to- tal para o ego. Se não morrermos para o ego, não poderemos viver pela fé. Se não nos dispusermos a ser cru- cificados com Cristo, nosso conheci- mento do amor perfeito de Deus per- manecerá sempre teórico. Nós não podemos ser discípulos de Jesus se não abandonarmos tudo deste mun- do. Jesus disse: “Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renun- cia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.” (Lc 14:33.) Já vimos em João 17:23 que Jesus disse: “Eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na uni- dade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.” Nesse texto, Jesus não estava orando pelo mundo nem pelos crentes carnais. Ele estava orando pelos Seus onze discípulos que tinham abandona- do tudo para segui-lO. ESSES discípu- los poderiam encontrar, no amor do Pai, uma segurança que os crentes carnais e as pessoas mundanas nun- ca poderiam conhecer. O que faz com que determinado cristão venha a ser um “crente car- nal”? O diabo o enganou, levando-o a pensar que será mais feliz se não se render totalmente a Deus. O crente carnal tenta conseguir “o melhor de ambos os mundos” (conforme dizem alguns). Mas isso é um engano; ele, na verdade, não consegue o melhor de nenhum dos mundos. Se crêssemos no perfeito amor de Deus, deixaríamos tudo por Ele, alegremente e sem reservas. Fica- ríamos então totalmente livres da an- siedade. O texto de Filipenses 4:6,7 nos or- dena: “Não andeis ansiosos de coi- sa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vos- sas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o en- tendimento, guardará o vosso co- ração e a vossa mente em Cristo Je- sus.” Os crentes carnais estão sempre preocu- pados em saber se o barco de- les afundará em meio à tempes- tade. Jesus podia dormir normal- mente em meio à tempestade, porque Ele es- tava seguro no amor de Seu Pai. Ele sabia que o diabo não poderia sub- mergi-lO tão facilmente. Seu Pai estava ve- lando sobre Ele o tempo todo. Como a vida se torna mara- vilhosa quando p e r c e b e m o s que, da mesma maneira que o Pai amou a Jesus e cuidou dEle, Ele nos ama e cuida de nós. Quando finalmente virmos a Deus, nos surpreenderemos ao descobrir como é grande o Seu amor por nós; muito maior do que poderíamos ima- ginar. Perceberemos então como fo- mos tolos ao ficar ansiosos. Mas qual será o benefício de per- ceber isto então? AGORA é o momen- to de abrirmos os olhos para o amor de Deus e para o fato de vivermos pela fé. Você precisa manter os olhos no objetivo maior, não nos problemas que estão à sua frente. ■■■■■ JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 ATOS / 13 1 Coríntios 10:13 é um verso glori- oso, e traz um tremendo conforto a todos nós. Ele diz: “... Deus é fiel e NÃO PERMITIRÁ QUE SEJAIS TENTA- DOS ALÉM DAS VOSSAS FORÇAS; pelo contrário, juntamente com a tentação [provação], vos proverá livramento, de sor- te que a possais suportar.” As pessoas dizem fre- qüentemente que estão pas- sando por provações e triste- zas insuportáveis. Isso pode ser real para os filhos de Adão; mas, certamente, não é verdade para os filhos de Deus – pois o Senhor vigia cuidadosamente todas as pro- vações e tentações que sur- gem no caminho deles. Satanás e aqueles que nos odeiam podem desejar nos afligir de muitas maneiras. Mas eles não podem chegar a nós sem nossa permissão ou a permissão de Deus. Até mesmo no Velho Testamen- to, Satanás percebeu que Deus tinha posto um muro ao redor de Jó de forma que ne- nhum mal poderia tocá-lo. Satanás falou para Deus: “Acaso, não o cercaste com sebe, a ele, a sua casa e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste, e os seus bens se multiplicaram na terra.” (Jó 1:10.) Mas, para a santificação de Jó, Deus permitiu uma pequena abertura nesse muro, e deixou que Satanás ata- casse o Seu servo. A extensão da abertura nesse muro, porém, foi de- terminada por Deus. Foi aberta um pouco inicialmente (Jó capítulo 1) e, depois, mais um pouco (Jó capítulo 2). Os sabeus e os caldeus, que rou- baram a propriedade de, Jó tiveram Capítulo 7 NÃO SOMOS PROVNÃO SOMOS PROVNÃO SOMOS PROVNÃO SOMOS PROVNÃO SOMOS PROVADOS ALÉMADOS ALÉMADOS ALÉMADOS ALÉMADOS ALÉM DDDDDA NOSSA NOSSA NOSSA NOSSA NOSSA CAPA CAPA CAPA CAPA CAPAAAAACIDCIDCIDCIDCIDADEADEADEADEADE de passar pela abertura que Deus ti- nha feito no muro. “De repente, deram sobre eles os sabeus, e os levaram, e mataram aos servos a fio de espada... Fala- va este ainda quando veio outro e disse: Dividiram-se os caldeus em três bandos, deram sobre os came- los, os levaram e mataram aos ser- vos a fio de espada...” (Jó 1:15,17.) A tempestade que derrubou a casa de Jó sobre seus filhos entrou pela mesma abertura no muro. Porém, a abertura não era larga o bastante para que a doença passasse e atacasse o corpo de Jó. Mas, depois, quando Deus abriu o muro um pouco mais, a doença pôde também passar e afligir Jó. Jó não percebeu inicialmente que Deus estava no controle de tudo o que acontecia. Ele se deu conta disso mui- to depois (no término da história). Mas nós não podemos culpá-lo, porque ele não conhecia os registros bíblicos, como nós os conhecemos. Mas, agora, nós temos a Palavra de Deus para nos mostrarQuem con- trola a abertura do muro. O muro é de fato o próprio Deus como uma parede de fogo ao redor de nós. “Pois eu lhe serei, diz o Senhor, um muro de fogo em redor e eu mesmo serei, no meio dela, a sua glória.” (Zc 2:5.) Mas, como lemos no Ve- lho Testamento sobre o servo de Eliseu, nossos olhos estão freqüentemente cegos e nós não vemos a parede de fogo que nos cerca. Porém, Eliseu viu isso e assim não temeu. “Tendo-se levantado mui- to cedo o moço do homem de Deus [Eliseu] e saído, eis que tropas, cavalos e car- ros haviam cercado a cida- de; então, o seu moço lhe disse: Ai! Meu senhor! Que faremos? “Ele respondeu: Não te- mas, porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles. “Orou Eliseu e disse: Senhor, peço-te que lhe abras os olhos para que veja. O Senhor abriu os olhos do moço, e ele viu que o monte es- tava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu.” (2 Rs 6:15-17.) O servo estava apavorado porque não podia ver o que Eliseu via. Quan- do Eliseu orou por ele, seus olhos fo- ram abertos. Então ele pôde descan- sar. Nós precisamos ter nossos olhos abertos também. Deus sabe quando fechar a aber- O fato de Deus nunca per- mitir que sejamos tentados ou provados além da nossa capacidade, é a razão que nos permite estar seguros de que podemos viver em vitória todo o tempo. Deus garante que podemos vencer todas as provações e tentações que aparecem em nosso caminho. Por que então nós falhamos? 14 / ATOS JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 tura no muro, também. Ele controla nossas circunstâncias com muito cui- dado e precisão, de acordo com nos- sa capacidade espiritual e nosso de- sejo de alcançar o melhor dEle. Enquanto formos espiritualmente imaturos e fracos, Deus não permitirá que sejamos tentados por nenhuma tentação muito forte. Ele não deixará que Satanás nos ataque de forma muito vio- lenta. Ao mesmo tempo, se Deus vê que nós não estamos interessados no pro- pósito dele para nos- sa vida, Ele permiti- rá que tenhamos uma vida tranqüila. Nesse caso, a perda será nossa na eterni- dade. Como Jó era um dos servos escolhi- dos, Deus permitiu que ele enfrentasse um sofrimento tão intenso. Deus não permitirá isso a todas as pessoas, pois poucos têm amadu- recido o suficiente para suportar uma prova assim. Em todo caso, bem pou- cos estão interessa- dos nessa maturida- de espiritual. Jesus foi levado por Seu Pai a pas- sar por toda tentação possível, as quais nós também podemos enfrentar. Foi desse modo que Ele se tornou perfeito. Vejamos Hebreus 4:15: “Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhan- ça, mas sem pecado.” Vejamos também Hebreus 5:7-9: “... nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágri- mas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade, “embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu “e, tendo sido aperfeiçoado, tor- nou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem.” Foi assim que Jesus completou seu aprendizado como um homem, tor- nando-se perfeito. Essa é a única ma- neira de nos tornamos perfeitos tam- bém. O fato de Deus nunca permitir que sejamos tentados ou provados além da nossa capacidade é a razão que nos permite estar seguros de que podemos viver em vitória TODO O TEMPO. Se não fosse pela garantia dada por Deus em 1 Coríntios 10:13, nós não poderí- amos ter tal confiança. Deus garante que podemos ven- cer todas as provações e tentações que aparecem em nosso caminho. Por que então nós falhamos? Porque não usamos o modo de escape que Deus nos oferece em toda provação e ten- tação. Qual é esse modo de escape? É HUMILHAR-SE – como Jesus fez. “... e, reconhecido em figura huma- na, a si mesmo se humilhou, tornan- do-se obediente até à morte e morte de cruz.” (Fp 2:7,8.) Esse é o caminho estreito para a vida abundante, que poucos buscam. O orgulho está tão profundamente ar- raigado na carne que poucos procu- ram esse caminho glorioso de humil- dade – ou nem mesmo entendem o que significa humilhar- se a si mesmo. Esse é realmente um mistério – mas Deus revelará isso a todos os que são íntegros de coração. Podemos pensar que são as pressões da vida que a tornam insuportável para nós. Na realidade, é o nos- so orgulho – os eleva- dos conceitos que te- mos de nós mesmos – que torna a vida difí- cil. Deus deseja nos di- minuir. Ele tem de nos reduzir a NADA em nossa autovalorização, para que possa cumprir o Seu propósito em nós. Por que, por exem- plo, nós nos ofendemos com os outros? É porque temos uma opinião elevada de nós mesmos e de nossos di- reitos. Nós sentimos que as pessoas não es- tão nos dando o respeito que merece- mos ou que, talvez, estejam usurpan- do nossos direitos. Nós nos sentimos ofendidos quan- do as pessoas falam mal de nós por trás. É nosso orgulho exacerbado que nos causa tal sofrimento. Furemos o “balão de nosso orgulho” e, quando es- tivermos verdadeiramente esvaziados, verificaremos que não há nenhuma pressão. Esse é o segredo. Que Deus possa abrir nossos olhos para vermos isso. Enquanto as pessoas ao nosso re- dor estiverem reclamando de mil e uma coisas, nós não teremos nenhuma re- clamação – porque tomamos o modo de escape, humilhando-nos. Deus proverá tudo de que você precisa para a tarefa que Ele puser diante de você. ■■■■■ JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 ATOS / 15 Há outra razão por que Deus quer que nos humilhemos – é para que Ele possa nos dar a Sua graça. Deus não violará Suas próprias leis – e uma das leis que o Senhor instituiu e manterá, é que Ele resiste ao sober- bo e concede graça ao humilde: “... sede submissos aos que são mais velhos; outrossim, no trato de uns com os outros, cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça. (1 Pe 5:5.) Por mais que Deus nos ame, Ele não pode nos dar a Sua graça se for- mos orgulhosos. E, se não obtivermos a graça de Deus, não poderemos vi- ver em vitória. Há dois tipos de graça – dois sig- nificados para essa palavra. (1) A definição mais comum do pri- meiro significado de graça é “favor imerecido”, “receber o oposto do que merecemos”. (2) A segunda definição dessa pa- lavra é “divina habilitação” ou “auto- rização pessoal”. Quer dizer, Deus habilita e nos autoriza a executar algo que não podemos fazer sem a Sua “graça”. O poder da tentação só pode ser superado pelo poder da graça de Deus. “Porque a lei foi dada por intermé- dio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.” (Jo 1:17). Debaixo da Lei (a Velha Aliança), as pessoas lutaram e luta- ram contra a tentação em seu cora- ção, mas foram sempre derrotados. Saulo de Tarso viveu em perfeito acordo com os padrões EXTERIORES da lei de Deus. Em Filipenses 3:6, ele dá testemunho de sua vida: “Quanto à justiça que há na lei, irrepreensí- vel”. Contudo Paulo descobriu que era impotente contra a luxúria e a cobiça Capítulo 8 DEUS DÁ SUA GRAÇA SOMENTEDEUS DÁ SUA GRAÇA SOMENTEDEUS DÁ SUA GRAÇA SOMENTEDEUS DÁ SUA GRAÇA SOMENTEDEUS DÁ SUA GRAÇA SOMENTE AOS HUMILDESAOS HUMILDESAOS HUMILDESAOS HUMILDESAOS HUMILDES que havia em seu coração. Ele diz em Romanos 7:8: “Mas o pecado, to- mando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda sorte de concupiscência...” A Lei não tem o poder de capaci- tar as pessoas a manter o coração li- vre da luxúria. Ela nunca pretendeu isso. O objetivo da Lei era apenas mostrar ao homem a sua impotência contra as concupiscência da carne, e mantê-lo afastado do pecado pelo medo do castigo. Através da Lei, alguém talvez ti- vesse uma vida perfeita externamen- te, aos olhos dos homens. Ainda as- sim o coração dele poderia estar como um esgoto de pecado! Isso era o me- lhor que a Lei conseguia realizar. Mas as boas-novas da Nova Ali- ança através de Jesus Cristo são que o que a Lei não conseguiu fazer, a gra- ça pode. A graça de Deus não é só Seu favor imerecido perdoando nos- sospecados. É mais que isso. É o po- der de Deus! Em 2 Coríntios 12:9, a “graça” é comparada ao “poder”. “... A minha graça te BASTA, porque o PODER se aperfeiçoa na fraqueza...” Essa graça (poder) nos ajuda quan- do somos tentados. Hebreus 4:16 diz: “Acheguemo-nos, portanto, confia- damente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos GRAÇA PARA SOCORRO em ocasião oportuna.” “... o que vale é estar o coração CONFIRMADO COM GRAÇA...” (Hb 13:9.) Então nós podemos impedir que nosso coração seja maculado pela concupiscência e pela cobiça. Essas são as boas-novas da Nova Aliança. Em Hebreus 8:10, Deus diz: “... na sua mente imprimirei as minhas leis, também sobre o seu coração as ins- creverei...” Deus faz isso em nossa mente e em nosso coração pelo ESPÍ- RITO DA GRAÇA. Pela graça, “Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa von- tade” (Fp 2:13), para que “o preceito da lei se cumprisse EM nós” (Rm 8:4). Esse foi o principal propósito para o qual Deus derramou Seu Espírito no dia de Pentecostes. Era o “Espírito da graça” que foi derramado “sobre os habitantes de Jerusalém” (Zc 12:10). Hoje, esse rio ainda está fluindo como um rio do trono de Deus para a terra. Os habitantes da Jerusalém celestial de Deus (a Igreja) ainda po- dem nadar nesse rio e ser cobertos por sua água, imergidos na graça de Deus. Esse rio de graça que nos cobre habilitando-nos e capacitando-nos, também nos protege e nos purifica. Se você entende e aceita isso, então a promessa de Romanos 6:14 será cum- prida: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais DEBAIXO da lei, e sim da GRAÇA [imerso na graça e capacitado pela graça].” Há apenas uma condição para se entrar nesse rio: NÓS NOS humilhar- mos. Eu ouço líderes de igreja oran- do: “Senhor, humilha-me!” A Bíblia diz humilhe-SE! “Humilhai-VOS, portan- to, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte.” (1 Pe 5:6.) A graça pode capacitar-nos e ha- bilitar-nos a viver acima do pecado, acima de nossas circunstâncias, aci- ma da depressão, acima do mau hu- mor, acima de Satanás, acima da amargura, acima do ódio, do ciúme, da luxúria e de todo mal, se somente nos humilharmos debaixo DA PODE- ROSA MÃO DE DEUS. 16 / ATOS JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 O que é a PODEROSA MÃO DE DEUS sob a qual devemos nos humi- lhar? É a mão que controla todas as circunstâncias e pessoas que cruzam nosso caminho diariamente. Humilhar-nos é submeter-nos ale- gremente a todos os atos de Deus para conosco – em todas circunstâncias, e até mesmo quando Ele permite que as pessoas nos tratem mal. Nós nunca precisamos temer que esses acontecimentos se tornem pe- sados demais para suportarmos, pois Deus está controlando a “abertura do muro” (veja Jó 1:10) e sabe quanto abrir de cada vez. Ele também sabe quando fechar. Se somos derrota- dos por qualquer peca- do, só pode haver uma razão para isso – nos- so ORGULHO. Deus só dá graça ao humilde. Nós não podemos ven- cer o pecado se Deus não nos der graça. E Deus não nos dá gra- ça, quando estamos cheios de orgulho. Toda vez que nos achamos derrotados, temos de ir a Deus e dizer: “Senhor, mostre- me onde está em mim o orgulho que O impe- diu de me dar graça para superar essa si- tuação”. Se nós for- mos rápidos em nos humilhar a cada fra- casso, a vitória pode ser nossa em um tem- po muito curto. A vitória sobre o pecado é nosso direito inato na Nova Alian- ça. Não deixe Satanás privá-lo disso por ignorância ou orgulho. Se nossa vitória estiver demoran- do, é porque estamos lentos em res- ponder à pressão de fracassos que Deus permite e que, finalmente, nos levará a nos humilhar. Leva tempo para que fiquemos dispostos a quebrar nossa auto-afirmação e auto-confian- ça, das quais nós, como filhos de Adão, estamos cheios. Uma forma de orgulho é pensar que nós temos o poder para superar o pecado. Às vezes, um ensino errado nos dá a autoconfiança de que nós podemos obter vitória apenas tendo um pouco mais de determinação, de autodisciplina e de conhecimento bí- blico e nos dedicando um pouco mais à oração e ao jejum. Se nós pudermos fazer apenas isso, pensamos que agora adquirimos uma boa doutrina e a vitória será fácil. Prosseguimos com grande confiança, mas ainda não percebemos que nossa confiança está em nós mesmos e não na graça de Deus. E repare que fa- lhamos miseravelmente. Mas você acha que aprendemos a lição com uma queda? Não, não apren- demos. E assim Deus permite que caiamos novamente e novamente – repetidamente – até que percamos toda a esperança de sempre obter vi- tória, devido ao fato de cairmos tão freqüentemente, apesar de todas nos- sas boas decisões. Isso é a estaca zero a partir da qual Deus pode nos condu- zir à terra prometida da vitória. No Velho Testamento, Deus levou os israelitas que saíram do Egito para as fronteiras da Terra Prometida dois anos após eles terem deixado aquele país. Mas eles não puderam entrar na terra prometida por causa da incredulida- de (veja Números capítulos 13 e 14). E assim Deus per- mitiu que aqueles isra- elitas orgulhosos e autoconfiantes vagas- sem pelo deserto du- rante outros “trinta e oito anos, até que toda aquela gera- ção dos homens de guerra (simbolizando a força do ego) se consumiu” (Dt 2:14). Assim eles volta- ram à estaca zero. Nessas condições, poderiam entrar na terra. Então Jericó caiu diante deles, sem qualquer esforço por parte dos israelitas. Deus tem de nos reduzir a zero antes que Ele possa fazer Sua obra em nós e por nós. Não é necessá- rio levar quarenta anos. Você pode en- trar na terra prometi- da muito mais rápido se tratar firmemente com seu orgulho, e se estiver determinado a se humilhar a qualquer preço. Enquanto culparmos as circunstân- cias ou as outras pessoas, não pode- mos esperar a vitória. Mas se nos hu- milharmos, crendo que Deus controla todas as circunstâncias e que podere- mos superar qualquer tentação, então a vitória estará segura. ■■■■■ Normalmente, o processo de nos humilharmos significa que devemos procurar alguém para pedir-lhe perdão ou pedir-lhe ajuda. JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 ATOS / 17 Para que a nossa fé seja inabalá- vel, temos de descansar, confiando em três fatos relativos a Deus: 1. Seu perfeito amor, 2. Seu poder absoluto e 3. Sua perfeita sabedoria. Se estivermos certos do Seu amor, temos de estar igualmente convenci- dos do Seu poder soberano. Essa é a razão por que Jesus nos ensinou a ini- ciar nossas orações dirigindo-nos a Deus como “Pai nosso, que estás nos céus” (Mt 6:9). “Pai nosso” nos faz lembrar do amor perfeito dele; e “no céu” nos lembra de que Ele tem po- der absoluto. Ele é Deus! E em Sua soberania absoluta, Ele tem poder para dominar e controlar tudo o que acon- tece na terra. Sendo Deus, Ele é também perfei- tamente sábio, e assim dirige nossos caminhos rigorosamente de acordo com Sua sabedoria. “O caminho de Deus é perfeito; [Sua sabedoria é perfeita] ... e [Ele] aperfeiçoou o meu caminho [Ele controla minhas circunstâncias perfei- tamente].” (Sl 18:30,32.) Se Deus não fosse perfeito em amor, poder e sabedoria, nossa fé não teria um fundamento adequado onde pudéssemos descansar. Mas porque Ele tem todas essas três quali- dades nós nunca precisamos temer. A fé é o descansar da personali- dade humana em Deus, confiando to- talmente no Seu amor perfeito, no Seu poder absoluto e na Sua perfeita sa- bedoria. Reconheçamos prontamente que a sabedoria desse Deus é perfeita. Seus caminhos são mais altos, assim como o céu é mais alto que a terra. “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vos- sos caminhos, e os meus pensamen- Capítulo 9 DEUS CONTROLDEUS CONTROLDEUS CONTROLDEUS CONTROLDEUS CONTROLA AA AA AA AA AS CIRS CIRS CIRS CIRS CIRCUNSTÂNCIACUNSTÂNCIACUNSTÂNCIACUNSTÂNCIACUNSTÂNCIASSSSS tos, mais altos do que os vossospensamentos.” (Is 55:8,9.) É por isso que nem sempre enten- demos o modo como Ele opera ou di- rige nossas ações. Se uma criança não consegue entender todos os procedi- mentos de seu pai, então não é de es- tranhar que não possamos entender todos os atos de Deus. À medida que crescemos espiritu- almente e participamos mais da natu- reza divina, começaremos a entender cada vez mais os caminhos do Senhor. A soberania total de Deus sobre todas as pessoas e circunstâncias é uma questão que interessa a muitos crentes que permanecem em dúvida. Eles podem reconhecer isso “verbal- mente”, mas não crêem que “funcio- na” nas situações da vida diária. As Escrituras estão cheias de exemplos de como Deus operou so- beranamente no interesse de Seu povo – e freqüentemente das formas mais improváveis. Muitos de nós estamos familiari- zados com os modos obviamente miraculosos pelos quais Deus operou em favor do Seu povo – como a liber- tação dos israelitas do Egito, etc. Mas, freqüentemente, deixamos de ver os maiores milagres pelos quais Deus “virou o jogo” contra Satanás quando este atacou o Seu povo. O caso de José é um clássico. Deus tinha um plano para o décimo primeiro filho de Jacó – fazer dele o segundo governante no Egito, aos trin- ta anos. José era um jovem temente a Deus e por isso Satanás o odiava. Então Satanás influenciou os irmãos mais velhos de José a dar um sumiço nele. Mas Deus interveio, e eles não tira- ram a vida de José. Contudo, eles conseguiram vendê- lo para alguns comerciantes ismaelitas. Mas para onde você acha que esses comerciantes levaram José? Para o Egito, claro! Esse era o cumprimento de uma parte do plano de Deus. No Egito, José foi comprado por Potifar. Isso também foi arranjado por Deus. A esposa de Potifar era uma mulher má. Nutrindo uma fantasia sexual por José, ela tentou atraí-lo várias vezes. Finalmente, quando ela viu que não teria sucesso, acusou-o falsamente e fez com que fosse lan- çado na prisão. Mas quem você acha que José conheceu na prisão? O copeiro de Faraó! Deus também tinha arranjado as coisas de forma que o copeiro de Faraó fosse encarcerado ao mesmo tempo e que José pudesse conhecê- lo. Essa era a segunda etapa do plano de Deus. O terceiro passo de Deus foi per- mitir que o copeiro de Faraó se es- quecesse de José durante dois anos. “O copeiro-chefe, todavia, não se lembrou de José, porém dele se esqueceu... Passados dois anos completos, Faraó teve um sonho... Então, disse a Faraó o copeiro-che- fe...” (Gn 40:23; 41:1,9.) Essa era a hora, de acordo com o tempo de Deus, para José ser liberto da prisão. O Salmo 105:19,20 diz: “Até cum- prir-se a profecia a respeito dele, e tê-lo provado a palavra do Senhor. [Então] O rei mandou soltá-lo...” José tinha agora trinta anos. O tem- po de Deus havia chegado. E assim Deus deu a Faraó um sonho. E Deus também fez com que o mordomo se lembrasse de José e de como ele in- terpretara seu sonho. Assim José veio perante Faraó e se tornou o segundo governante no Egito. O controle de Deus sobre os even- tos na vida de José não poderia ter sido mais perfeito! Nós nunca pensaríamos em arran- jar as coisas do modo que Deus fez. Se nós tivéssemos o poder de plane- jar a vida de José, provavelmente te- ríamos impedido que as pessoas lhe causassem qualquer dano. Mas a maneira como Deus fez foi a melhor. 18 / ATOS JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 Há um milagre grandioso quando o mal que as pessoas nos fazem se tor- nam em meios para cumprir os propó- sitos de Deus para nós! O Senhor se regozija ao virar o jogo contra Satanás, de forma que todas as coisas operem juntas para o bem dos Seus escolhidos. Vamos aplicar isso a nossas cir- cunstâncias. Qual deveria ser nossa atitude para com os homens maus, para com as pessoas que têm ciúmes de nós, para com os que nos acusam falsamente, para com os amigos que prometem nos ajudar mas se esquecem, ou se for- mos lançados injustamente na prisão? Cremos que Deus seja soberano o bastante para usar todas essas pesso- as e tudo o que elas fazem – seja deli- berada ou acidentalmente – para cooperarem para o cumprimento do Seu propó- sito em nossa vida? Se Ele fez isso por José, não fará também por nós? Ele pode e certamente vai fazer. Mas eu lhe direi quem poderia ter arruinado o pla- no de Deus para a vida de José. Somente uma pessoa – o próprio José. Se ele tivesse se rendido à tenta- ção da esposa de Potifar, Deus certamente o teria colocado de lado. Somente uma pessoa no universo pode arruinar e frustrar o plano de Deus para sua vida – você. Nin- guém mais pode fazer isso. Nem seus amigos nem seus inimigos. Nem anjos nem Satanás. Somente você. Quando percebemos isto, somos libertos de mui- tos de nossos medos e de atitudes er- radas para com aqueles que nos pre- judicam. É bom que olhemos mais um exemplo do Velho Testamento, de for- ma que nossa mente possa ser esta- belecida firmemente nessa verdade. No livro de Ester, lemos como Deus salvou os judeus de serem mortos como uma raça (pelo genocídio). Mas é maravilhoso vermos como Deus fez isso – mediante um pequeno inciden- te. Certa noite, o rei não conseguia dormir. Aquela noite de insônia salvou os judeus. Certa noite, o perverso Hamã e sua esposa conspiraram para conseguir a permissão do rei para enforcar o justo Mordecai. Este seria o início da des- truição de todos os judeus. Mas enquanto Hamã e sua esposa faziam seus planos, Deus estava ope- rando em favor de Mordecai. “É cer- to que não dormita, nem dorme o guarda de Israel.” (Sl 121:4.) Naquela noite, Deus impediu que o rei dormisse. “Naquela noite, o rei não pôde dormir; então, mandou trazer o Livro dos Feitos Memorá- veis, e nele se leu diante do rei.” (Et 6:1.) O rei ouviu a história de sua nação durante muitas horas, até que o dia começou a raiar. Então, a leitura che- gou ao ponto onde foi registrado que Mordecai, certa vez, salvara o rei de ser assassinado. O rei perguntou aos criados que honra tinha sido dada a Mordecai por isso, e eles responde- ram que nada havia sido feito. Deus novamente estava controlan- do os acontecimentos com perfeição. Naquele instante, Hamã entrou, pla- nejando pedir ao rei permissão para enforcar Mordecai. Antes que Hamã pudesse abrir a boca, o rei lhe perguntou o que ele achava que deveria ser feito a alguém a quem o rei desejava honrar. Hamã, homem convencido que era, pensou que o rei estivesse referindo-se a ele, e assim sugeriu uma grande parada em honra de tal homem. “Vá e faça isso com Mordecai, imediatamente”, disse o rei. Como o nosso Deus pode, maravi- lhosamente, virar o jogo contra Sata- nás. No final, Hamã foi enforcado na mesma forca que havia preparado para Mordecai. A Bíblia diz: “Quem abre uma cova [para outro] nela cairá [ele próprio]; e a pedra rola- rá [para esmagar] sobre quem a revolve [para ou- tro].” (Pv 26:27.) Nessa história, Hamã é um tipo de Satanás, que está sempre planejando al- gum mal contra nós. Deus não o impedirá, porque Ele tem um plano melhor mais adiante. Ele quer virar o jogo contra Satanás. A se- pultura que o diabo cava para nós será aquela em que ele finalmente cairá. Sofonias 3:17 diz: “O Se- nhor, teu Deus, está no meio de ti, poderoso para salvar-te; ele se deleita- rá em ti com alegria; re- novar-te-á no seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo.” Mordecai estava dormin- do pacificamente naquela noite, ignorando totalmente todos os planos perversos que Hamã e sua esposa arquitetavam contra ele. Eu tenho duas perguntas para você. (1) Teria Mordecai dormido tran- qüilamente da mesma maneira, mes- mo se tivesse conhecimento dos pla- nos perversos de Hamã? Possivelmente não, pois sem dúvida ele era como eu e você. Nós nos preocupamos com as coisas de que temos conhecimento. É o Senhor Quem põe as situações e as pessoas em nossos caminhos e estabelece as circunstâncias com as quais temos de lidar. É prerrogativa de Sua soberania fazer isso. OPOSIÇÃO DECEPÇÕES SOFRIMENTO JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 ATOS / 19 Quando Deus esconde o perigo de nós, não preocupamosnem nos irritamos. E a segunda pergunta é esta: (2) Poderia Mordecai ter dormi- do da mesma maneira, tranqüilamen- te, se tivesse conhecimento dos pla- nos perversos de Hamã? Ele poderia, se tivesse uma fé firme de que Deus estava ao lado dele e que quando os inimigos estavam conspirando para matá-lo, Deus estava executando um contra-plano para protegê-lo. Nós sabemos que Pedro tinha esse tipo de fé. Na noite anterior ao dia em que seria executado por Herodes, Pedro dormiu tranqüilamente na prisão, saben- do que Deus estava silenciosamente operando por ele em amor. No momen- to certo, o anjo de Deus veio, acordou Pedro e o libertou (Atos 12:6,7). Nós também podemos dormir tran- qüilamente toda noite, independente- mente do que pessoas ou demônios possam estar tentando fazer contra nós – se cremos na soberania total de Deus sobre tudo e todos. Quando tivermos consciência da soberania de Deus, deixaremos de culpar as pessoas por qualquer coisa. Já não teremos medo de Satanás, te- mendo que ele possa nos prejudicar de algum modo. Não teremos medo de enfermidade nem de nenhuma ou- tra coisa neste mundo. A Bíblia nos diz que devemos dar gra- ças por tudo, em todas as circunstâncias e também por TODAS AS PESSOAS. “Dando sempre graças POR TUDO a nosso Deus e Pai, em nome de nos- so Senhor Jesus Cristo.” (Ef 5:20.) “EM TUDO, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.” (1 Ts 5:18.) “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de... ações de gra- ças, em favor de todos os homens.” (1 Tm 2:1.) Isso somente terá sentido para nós quando aceitarmos a soberania abso- luta de Deus. Deus cuida de nós como Ele cui- dou de Jesus. A mesma graça que aju- dou Jesus, o mesmo poder do Espírito Santo que O capacitou a superar tudo, está disponível para nós agora. Judas traiu Jesus, Pedro O negou, Seus discípulos O abandonaram, a multidão se voltou contra Ele. Jesus foi tentado injustamente, falsamente acusado e conduzido para fora a fim de ser crucificado. E no caminho do Calvário, Ele virou-se para a multidão e disse: “... não choreis por mim; chorai, antes, por vós mesmas e por vossos filhos!” (Lc 23:28.) Não havia nenhum sinal de autopi- edade nEle. Ele sabia que o Pai tinha enviado o cálice que Ele estava bebendo. Judas Iscariotes era só o mensageiro que havia trazido o cálice. E assim Ele poderia olhar com carinho para Judas e chamá-lo de “amigo”. Você não pode fazer isso, a menos que tenha fé na soberania total de Deus. Jesus disse a Pilatos: “Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada; por isso, quem me entregou a ti maior peca- do tem.” (Jo 19:11.) Foi essa garantia que permitiu a Jesus caminhar por este mundo como um rei, com dignidade. Ele viveu e morreu com essa dignidade espiritual. Agora somos chamados para “an- dar assim como ele andou” (1 Jo 2:6). Como Ele “fez a boa confissão” diante de Pilatos (1 Tm 6:13), nós tam- bém devemos fazer nossa confissão perante uma geração de incrédulos (Fp 2:14,15). Em 1 Timóteo 6:13,14, Paulo diz a Timóteo: “Exorto-te, perante Deus, que preserva a vida de todas as coisas, e perante Cristo Jesus, que, diante de Pôncio Pilatos, fez a boa confissão, que guardes o mandato imaculado, irrepreensível, até à manifestação de nosso Senhor Je- sus Cristo.” Como já vimos, o bem maior que Deus deseja para nós é fazer-nos par- ticipantes da Sua natureza e da Sua santidade. Em Sua maravilhosa sobe- rania, Ele usa todos que cruzam o nos- so caminho para o nosso bem, para cumprir o Seu propósito. É por isso que nós podemos dar graças por TO- DOS os homens. Por que Deus permite aquele vizi- nho problemático, aquele parente resmungão e aquele chefe tirano que está sempre importunando-o? Ele pode facilmente afastá-los ou até mes- mo tirar a vida deles, e assim tornar a existência mais confortável para você. Mas Ele não faz nenhuma dessas coisas. Por quê? Porque Ele quer usá- los para santificá-lo. E, muito freqüen- temente, Ele quer salvá-los também – através de você. Glorifique a Deus porque nossa vitória nunca depende do tipo de pes- soas que nos rodeiam – seja em nos- sa casa ou escritório ou em qualquer outro lugar. Nossa vitória depende to- talmente da graça de Deus. E essa graça pode ser nossa em qualquer si- tuação, se nós nos humilharmos. EU NÃO ENTENDO POR QUE TODAS ESTAS COI- SAS ME ACONTECERAM! TALVEZ VOCÊ NÃO ESTEJA VENDO COM CLAREZA... DEUS O AMA E ELE PODE USAR TUDO O QUE LHE ACONTECE A PARA O SEU BEM -- VOCÊ PRECISA OLHAR PELA PERSPECTIVA DE DEUS! ■■■■■ 20 / ATOS JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 A síntese e a essência de tudo aqui- lo que temos dito até aqui é que a nos- sa salvação é PELA GRAÇA e MEDI- ANTE A FÉ. “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus.” (Ef 2:8.) Nós começamos nossa vida cristã – recebendo o perdão pelos pecados e o batismo no Espírito – pela graça, mediante a fé. Um dia, quando Jesus Cristo nosso Senhor retornar em glória, subiremos para encontrar com Ele nas altu- ras. Isso também se dará pela graça e pela fé. Assim, o começo e o fim de nossa vida cristã sobre a terra se dá pela graça e me- diante a fé. O que precisa- mos aprender é que o mes- mo princípio se aplica a tudo o que ocorrer nesse interva- lo. Pela graça e mediante a fé podemos superar todo mal, e cumprir a tarefa que nos é dada por Deus na ter- ra. Deus conhece todo o futuro. Nada do que vai nos acontecer amanhã, ou na semana que vem, ou no ano que vem pode pegar Deus de surpresa. Ele sabe o fim desde o princí- pio. Isso deveria nos trazer grande conforto. Se Deus sabe que sofreremos uma grande provação ou tentação amanhã ou na semana que vem, Ele certamente nos dará graça para enfrentarmos isso. Deus disse a Paulo: “A minha gra- ça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza...” (2 Co 12:9.) Sua graça É suficiente para toda necessidade. “Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo Capítulo 10 GRAÇA SUFICIENTEGRAÇA SUFICIENTEGRAÇA SUFICIENTEGRAÇA SUFICIENTEGRAÇA SUFICIENTE sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra.” (2 Co 9:8.) A graça está disponível em abun- dância para nos ajudar em nosso tem- po de necessidade. “Acheguemo-nos, portanto, con- fiadamente, junto ao trono da gra- ça, a fim de recebermos misericór- dia e acharmos graça para socor- ro em ocasião oportuna.” (Hb 4:16.) Qualquer que seja a nossa neces- sidade, a graça de Deus está disponí- vel para ajudar-nos a enfrentá-la. As- sim, somos convidados a IR CONFIA- DAMENTE ao trono da graça para recebê-la. Fomos derrotados no passado por- que não recebemos essa graça. A his- tória pode ser diferente no futuro. Se nos humilharmos e clamarmos pela graça em nosso tempo de necessida- de, Deus não nos desapontará. A Bíblia diz que aqueles que rece- bem abundância da graça reinarão em vida por Jesus Cristo. “Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.” (Rm 5:17.) Essa era a vontade de Deus para Adão – que ele pudesse ter domínio e reger sobre tudo. Gênesis 1:26 diz: “Tam- bém disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa seme- lhança; TENHA ELE DOMÍ- NIO...” A desobediência de Adão impediu que o propó- sito maravilhoso de Deus fosse cumprido em sua vida. Mas agora Deus levan- tou uma nova raça (família) na terra – os filhos de Deus que vivem pela fé em Jesus Cristo – que vivem com a dignidade de reis e reinam sobre a terra. Se nos humilharmos e re- cebermos a graça de Deus, não precisaremos permitir que o pecado tenha domínio sobre nós. Nenhum medo ou ansie- dade precisam entram em nosso coração novamente. Ninguém na terra pode tornar a nossa vida miserável – nem nosso chefe, nem nosso vizinho, nem nossos parentes, nem nossos inimi- gos, nem Satanás, ninguém – pois aprendemos o segredo da vitória. Louvado seja Deus que sempre nos conduz em triunfo em Cristo. Como é maravilhoso
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