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Indaial – 2021 SPAS e TerAPiAS AlTernATivAS Prof.ª Roseane Leandra da Rosa Prof.ª Sabrina Hochheim 3a Edição Copyright © UNIASSELVI 2021 Elaboração: Prof.ª Roseane Leandra da Rosa Prof.ª Sabrina Hochheim Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: R788s Rosa, Roseane Leandra da SPAs e terapias alternativas. / Roseane Leandra da Rosa; Sabrina Hochheim. – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 211 p.; il. ISBN 978-65-5663-610-8 ISBN Digital 978-65-5663-609-2 1. Corpo e mente. - Brasil. I. Hochheim, Sabrina. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 610 APreSenTAção Olá, caro Acadêmico! Seja bem-vindo ao caderno de Spas & Terapias alternativas. Aqui nesta disciplina você será apresentado às diversas técni- cas e procedimentos utilizados nos serviços de spas e clínicas de bem-estar. Esses locais oferecem serviços a um público diferenciado, e por diferenciado podemos dizer também exigente. Ainda que hoje os Spas estejam acessíveis a todas as classes econômicas, uma vez dentro de um Spa, qualquer pessoa quer sentir como se estivesse recebendo o melhor cuidado do mundo. Você irá entender isso a partir da leitura deste livro! Para começar, na Unidade 1, você vai aprender sobre como deve ser um ambiente ideal para uma sala de massagem, e poderá perceber o quão delicado e especial esse espaço pode se tornar. Iremos abordar temas como a biossegurança e a ergonomia que devem ser cuidados constantes em qual- quer serviço oferecido. Aprofundando ainda mais os conhecimentos, você será introduzido à temática da medicina tradicional chinesa e suas teorias, e irá perceber o quanto essa sabedoria milenar influencia nossos dias até hoje. Além disso, aprenderá sobre as diversas técnicas utilizadas para gerar saúde e bem-estar em clientes de Spas. Muitas dessas técnicas tiveram sua origem no oriente e foram adaptadas para a cultura ocidental tornando-as ricas fontes de promoção de bem-estar. Dando continuidade aos estudos, na Unidade 2 do livro você aprenderá sobre as Práticas Integrativas Complementares, conhecidas também como PICs. Essas práticas vêm ajudando muitas pessoas a recuperarem sua saúde de forma integral. Muitas delas vêm sendo oferecidas pelo Sistema Único de Sáude (SUS), gratuitamente em nosso País, por isso a importância de aprender sobre elas. Para finalizar os estudos, na Unidade 3 deste livro, você aprende- rá sobre a história dos Spas. Ao longo do percurso, você perceberá como a balneoterapia está intimamente ligada ao que hoje chamamos de Spas. Abordaremos, ainda, sobre a aromaterapia, cristaloterapia, algoterapia, massoterapia e suas técnicas, e muito mais. Você conhecerá profundamente a infinidade de técnicas que podem tornar o Spa um verdadeiro centro de bem-estar. E para que isso tudo funcione muito bem, apresentaremos alguns importantes passos administrativos que podem te ajudar a garantir o suces- so e sustentabilidade do seu negócio. Espero que aproveitem a jornada, e bons estudos! Prof.ª Sabrina Hochheim Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi- dades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra- mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida- de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun- to em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen- tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE Sumário UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM. ........................................................... 1 TÓPICO 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM: LUGAR IDEAL, BIOSSEGURANÇA, ERGONOMIA E ÉTICA NO ATENDIMENTO ...................................................... 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 A SALA DE MASSAGEM .................................................................................................................. 4 3 BIOSSEGURANÇA NA MASSAGEM ............................................................................................ 5 4 ERGONOMIA ...................................................................................................................................... 8 5 ÉTICA ................................................................................................................................................... 10 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 15 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 16 TÓPICO 2 — NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC) ......................................................................................................... 19 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 19 2 HISTÓRIA E INTRODUÇÃO DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA ....................... 19 3 TEORIAS QUE FUNDAMENTAM A MTC ................................................................................. 21 3.1 TEORIA YIN E YANG .................................................................................................................. 22 3.1.1 A energia vital e as substâncias vitais ............................................................................... 23 4 TEORIA DE WU SHING OU TEORIA DOS CINCO ELEMENTOS OU TEORIA DOS CINCO MOVIMENTOS ........................................................................................................ 24 4.1 TEORIA DE ZANG FU ................................................................................................................ 29 5 ENTENDENDO OS MERIDIANOS .............................................................................................. 30 6 SURGIMENTO DAS DOENÇAS ...................................................................................................32 6.1 CAUSAS INTERNAS ................................................................................................................... 32 6.2 CAUSAS EXTERNAS .................................................................................................................. 33 7 DIAGNÓSTICO NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA .............................................. 34 7.1 TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO ............................................................................................... 35 8 TÉCNICAS ENVOLVIDAS NA CURA DO CORPO SEGUNDA A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA ............................................................................................................. 35 8.1 FITOTERAPIA ............................................................................................................................... 35 8.2 ACUPUNTURA ............................................................................................................................ 36 8.3 AURICULOTERAPIA .................................................................................................................. 37 8.4 REFLEXOLOGIA PODAL ........................................................................................................... 39 8.5 TERAPIAS MANUAIS – TUI NA, SHIATSU, DO-IN, QUICK MASSAGE ........................... 40 8.6 PRÁTICAS FÍSICAS – TAI CHI CHUAN, CHI KUNG ............................................................. 41 8.7 MOXABUSTÃO ............................................................................................................................ 42 8.8 VENTOSATERAPIA ..................................................................................................................... 43 8.9 FENG SHUI.................................................................................................................................... 44 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 46 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 47 TÓPICO 3 — INTRODUÇÃO À MASSAGEM CLÁSSICA ........................................................ 49 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 49 2 HISTÓRIA DA MASSAGEM ......................................................................................................... 49 3 TIPOS DE MASSAGEM CLÁSSICA ............................................................................................. 52 3.1 EFFLEURAGE ............................................................................................................................... 52 3.2 PETRISSAGE – AMASSAMENTO E COMPRESSÃO ............................................................. 53 3.3 TAPOTAMENTO .......................................................................................................................... 53 3.4 TÉCNICAS DE FRICÇÃO ........................................................................................................... 54 3.5 TÉCNICAS DE VIBRAÇÃO E AGITAÇÃO .............................................................................. 55 4 COMPONENTES DA MASSAGEM .............................................................................................. 56 4.1 O USO DO CORPO DO PROFISSIONAL NAS MANOBRAS DE MASSAGENS .............. 56 5 EFEITOS FISIOLÓGICOS DA MASSAGEM CLÁSSICA ........................................................ 59 6 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DAS MASSAGENS .............................................. 64 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 66 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 68 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 69 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 71 UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES ................................... 75 TÓPICO 1 — FUNDAMENTANDO AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE (PICS) NO BRASIL ..................................... 77 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 77 2 OBJETIVOS E DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES ................................................................................... 78 2.1 OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES .............................................................................................................. 79 2.2 DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES .............................................................................................................. 79 3 ONDE ENCONTRAMOS AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES ................ 80 3.1 COOPERAÇÃO ENTRE O BRASIL E O MÉXICO .................................................................. 81 4 COMO IMPLANTAR AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES .................. 81 5 PREPARO DOS SERVIÇOS E DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE PARA A REALIZAÇÃO DAS PICS ............................................................................................................ 82 5.1 PRINCIPAIS AVANÇOS NO USO DAS PICS E DESAFIOS FUTUROS............................... 83 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 84 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 85 TÓPICO 2 — DESCREVENDO AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES ................................................................................................. 87 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 87 2 PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES INSERIDAS NO SUS .................... 87 2.1 APITERAPIA ................................................................................................................................. 87 2.2 AROMATERAPIA ........................................................................................................................ 88 2.3 ARTETERAPIA ............................................................................................................................. 88 2.4 AYURVEDA ................................................................................................................................... 88 2.5 BIODANÇA ................................................................................................................................... 89 2.6 BIOENERGÉTICA ........................................................................................................................ 89 2.6.1 Componentes da massagem ............................................................................................... 90 2.7 CONSTELAÇÃO FAMILIAR ...................................................................................................... 91 2.8 CROMOTERAPIA ........................................................................................................................ 91 2.9 DANÇA CIRCULAR .................................................................................................................... 91 2.10 GEOTERAPIA .............................................................................................................................92 2.11 HIPNOTERAPIA ........................................................................................................................ 92 2.12 HOMEOPATIA ............................................................................................................................ 92 2.13 IMPOSIÇÃO DE MÃOS............................................................................................................. 93 2.14 MEDICINA ANTROPOSÓFICA .............................................................................................. 93 2.15 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC) .................................................................... 93 2.16 MEDITAÇÃO .............................................................................................................................. 99 2.17 MUSICOTERAPIA .................................................................................................................... 100 2.18 NATUROPATIA ........................................................................................................................ 100 2.19 OSTEOPATIA ............................................................................................................................ 100 2.20 OZONIOTERAPIA ................................................................................................................... 100 2.21 QUIROPRAXIA ......................................................................................................................... 101 2.22 REFLEXOTERAPIA .................................................................................................................. 101 2.23 REIKI ........................................................................................................................................... 101 2.24 SHANTALA ............................................................................................................................... 106 2.25 TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA ........................................................................ 106 2.26 TERAPIA FLORAL ................................................................................................................... 106 2.27 TERMALISMO SOCIAL .......................................................................................................... 107 2.28 YOGA ......................................................................................................................................... 107 2.29 FITOTERAPIA ........................................................................................................................... 107 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 111 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 113 TÓPICO 3 — OUTRAS PRÁTICAS COMPLEMENTARES ...................................................... 115 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 115 2 MINDFULNESS ................................................................................................................................ 115 3 BARRAS DE ACCESS / ACCESS CONSCIOUSNESS ............................................................... 116 3.1 O QUE DIZ A NEUROCIÊNCIA SOBRE A BARRA DE ACCSES ...................................... 117 4 THETAHEALING® .......................................................................................................................... 117 5 TERAPIA COM PEDRAS QUENTES, FRIAS, CRISTAIS ...................................................... 120 6 RADIESTESIA .................................................................................................................................. 120 7 DIETOTERAPIA CHINESA .......................................................................................................... 121 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 130 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 135 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 136 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 138 UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA .................. 143 TÓPICO 1 — HISTÓRIA DOS SPAS ............................................................................................. 145 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 145 2 ANTIGUIDADE ............................................................................................................................... 145 2.1 GRÉCIA ANTIGA E IMPÉRIO ROMANO ............................................................................. 146 2.2 DO SÉCULO XIII AO SÉCULO XVI – RENASSENÇA ........................................................ 147 2.3 SÉCULO XIX E XX ..................................................................................................................... 147 2.4 USO DAS ÁGUAS TERAPÊUTICAS NO BRASIL ................................................................ 148 3 PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS DAS ÁGUAS TERMAIS – BALNEOTERAPIA .............. 150 4 ÁGUAS TERMAIS COM FINALIDADES COSMÉTICAS ..................................................... 152 5 TIPOS DE ÁGUAS TERMAIS ...................................................................................................... 154 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 156 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 157 TÓPICO 2 — TRATAMENTOS OFERECIDOS EM SPAS ......................................................... 159 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 159 2 OS CHAKRAS .................................................................................................................................. 159 3 AROMATERAPIA ........................................................................................................................... 161 3.1 O QUE É AROMATERAPIA E A QUÍMICA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS .......................... 162 3.1.1 Óleo Essencial x Essência ................................................................................................. 163 3.1.2 Formas de uso da aromaterapia ...................................................................................... 164 3.1.3 Dosagens dos óleos essenciais ......................................................................................... 166 3.1.4 Toxicidade de óleos essenciais ......................................................................................... 167 3.1.5 Os óleos essenciais – alguns exemplos importantes ..................................................... 168 3.1.6 Óleos vegetais – exemplos ................................................................................................ 169 4 HIDROTERAPIA ............................................................................................................................. 170 5 GEOTERAPIA E ARGILOTERAPIA ........................................................................................... 172 6 CROMOTERAPIA ...........................................................................................................................173 7 PEDRAS QUENTES E PEDRAS FRIAS ...................................................................................... 175 8 CRISTALOTERAPIA ...................................................................................................................... 176 9 ALGOTERAPIA ............................................................................................................................... 179 10 MASSOTERAPIA .......................................................................................................................... 180 10.1 MASSAGEM COM VELAS ..................................................................................................... 181 10.2 MASSAGEM COM BAMBU ................................................................................................... 181 10.3 MASSAGEM COM PANTALAS ............................................................................................. 182 10.4 MASSAGEM COM PINDAS ................................................................................................... 182 10.5 MASSAGEM AYURVEDA ....................................................................................................... 183 10.6 MASSAGEM TIBETANA ........................................................................................................ 185 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 188 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 189 TÓPICO 3 — CLASSIFICAÇÃO DE SPAS, ESTRUTURA TÉCNICA, ADMINISTRATIVA E FÍSICA DE UM SPA ........................................................ 191 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 191 2 CLASSIFICAÇÃO DE SPAS ......................................................................................................... 191 3 ESTRUTURA FÍSICA DE UM SPA .............................................................................................. 193 4 ESTRUTURA TÉCNICA DE UM SPA ......................................................................................... 194 5 ADMINISTRAÇÃO DE SPAS ...................................................................................................... 195 5.1 FLUXO DE CAIXA .................................................................................................................... 198 5.2 CAPITAL DE GIRO .................................................................................................................... 199 5.3 CUSTOS ....................................................................................................................................... 200 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 202 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 205 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 206 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 208 1 UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • entender o funcionamento de uma sala de massagens, cumprir os pré-requisitos relativos à biossegurança, ergonomia e ética da prática de massagens; • conhecer a história da Medicina Tradicional Chinesa, seus concei- tos, suas teorias fundamentais, bem como as principais técnicas utilizadas para estabelecer a saúde; • adquirir conhecimentos teóricos e práticos introdutórios em relação à massagem clássica, também conhecida como massagem sueca; • compreender os mecanismos fisiológicos envolvidos na massa- gem clássica e suas indicações e contraindicações. 2 PLANO DE ESTUDOS Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – AMBIENTE PARA A MASSAGEM: LUGAR IDEAL, BIOSSEGURANÇA, ERGONOMIA E ÉTICA NO ATENDIMENTO TÓPICO 2 – NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC) TÓPICO 3 – INTRODUÇÃO À MASSAGEM CLÁSSICA Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 AMBIENTE PARA A MASSAGEM: LUGAR IDEAL, BIOSSEGURANÇA, ERGONOMIA E ÉTICA NO ATENDIMENTO 1 INTRODUÇÃO Olá, acadêmico! Iniciaremos este tópico com a seguinte pergunta: O que você considera um ambiente ideal para massagem? Antes de iniciar a leitura, pare por um minuto e se imagine como um cliente. Você agendou uma sessão de massagem com um esteticista e está ansioso esperando por esse momento. Um momento em que você se deitará em uma maca e irá finalmente relaxar e se sentir cuidada, ou melhor, cuidando de si mesma. Frequentemente, quando pensamos numa massagem relaxante imagens vem a nossa mente, como essa: FIGURA 1 – SALA DE MASSAGEM FONTE: <https://bit.ly/3n1WhlR>; <https://bit.ly/3gk1Vyl>. Acesso em: 9 abr. 2021. Um cenário muito belo e delicado, que só de olhar já causa uma boa sen- sação. Nas duas imagens apresentadas na Figura 1, temos um cenário claro com luz natural, uma maca aparentemente confortável e vários elementos, como ve- las, plantas, flores, toalhas claras e aromas que induzem ao conforto e relaxam- ento. Para alcançarmos o objetivo de ter um ambiente de massagem adequado e que verdadeiramente deixe o cliente confortável, alguns cuidados devem ser tomados. Esses cuidados envolvem tanto a parte estrutural do ambiente como também cuidados de higiene, biossegurança, ergonomia, ética e comportamento durante a sessão. Vamos falar de cada um desses itens em mais detalhes. UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM. 4 2 A SALA DE MASSAGEM Anteriormente, citamos alguns elementos que devem aparecer numa sala de massagem. Vamos, agora, falar de um elemento central na massagem: a maca. Se você já foi cliente de massagem alguma vez na vida, sabe que deitar em uma maca que não é confortável pode levar toda a experiencia de relaxamento por água abaixo. Os braços começam a doer, a cabeça começa a pesar e o pescoço con- trai e pode te deixar muito desconfortável depois de uns poucos minutos. Observe a maca da Figura 2. Essa maca possui um encaixe especial para a cabeça do cliente, pois permite um perfeito alinhamento da coluna vertebral, sem que seja necessário apoiar a cabeça nos braços ou virar o pescoço para poder respirar. Além disso, essa maca é acolchoada, o que gera mais conforto. A estrutura em madeira dá mais firmeza, o que permite à pessoa se mexer sem medo de cair. E a largura também é importante, pois macas muito finas podem dar muita insegurança, especialmente se o cliente tiver um tamanho maior. Macas de alumínio precisam ser muito bem avaliadas para garantir que possam dar a mesma segurança. Tudo isso torna a experiência da massagem muito melhor. Por isso, quando você for adquirir uma maca para a sua sala de massagens, pense nela como um elemento central. De nada adianta ter um ambiente todo enfeitado e harmonizado, se a maca não oferecer conforto. FIGURA 2 – A MACA IDEAL PARA A SALA DE MASSAGENS FONTE: <https://bit.ly/3uRb4mi>. Acesso em: 9 abr. 2021. Agora, vamos falar dos demais elementos da sala de massagem? • Pense no ambiente com muito carinho, ele será um acolhimento paraseu cliente. É um momento muito esperado e deve atender as expectativas, prepa- re tudo com calma e antecedência para não esquecer nenhum material. Assim você evita interromper o fluxo depois que já tiver iniciado a massagem. • A temperatura da sala deve ser agradável. Nem muito fria e nem muito quen- te. Na dúvida, pergunte ao cliente como ele se sente melhor. Lembre-se que o cliente irá relaxar, logo poderá sentir mais frio que o normal. O ambiente deve ser ventilado, sem corrente de ar e jamais sufocante. TÓPICO 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM: LUGAR IDEAL, BIOSSEGURANÇA, ERGONOMIA E ÉTICA NO ATENDIMENTO 5 • Uma iluminação natural remete natureza e deixa o cliente mais relaxado. Se não for possível luz natural, invista em luminárias de baixa intensidade ou em velas. • A aromaterapia pode auxiliar muito, visto que os óleos essenciais, além de perfumarem o ambiente, auxiliam no relaxamento e dão oportunidade de ampliar o efeito terapeutico. • Hoje em dia, é difícil termos locais totalmente silenciosos. Se sua sala tiver mui- to ruído externo você pode colocar uma música calma, ou então, investir em fontes de água que reproduzem o som de uma cachoeira. Nunca deixe o rádio ou televisão ligados. As notícias e propagandas podem arruinar a experiencia. • As toalhas devem ser brancas ou de cores claras e devem estar sempre limpas e cheirosas. • Rolinhos ergonômicos para colocar em baixo dos joelhos quando o cliente estiver deitado de costas são objetos a serem considerados, pois alivia muito a pressão na região lombar. • É comum utilizar óleos e cremes de massagem para fazer o deslizamente ideal. Lem- bre-se sempre de perguntar sobre possíveis alergias que o cliente possa ter. Após a aplicação, faça uma obervação sobre vermelhidões e coceira que possa surgir. Afinal, você não quer que seu cliente saia da sessão pior do que entrou, não é mesmo? Ao tomar esses cuidados básicos, a terapia de massagem torna-se muito mais eficaz e é um portal para fidelizar seus clientes. 3 BIOSSEGURANÇA NA MASSAGEM A biossegurança é definida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como: “condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destina- das a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que pos- sam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente” (LESSA, 2014, s. p.) Esse conceito é primordial para qualquer área da saúde, e não é a toa que existe uma disciplina inteiramente dedicada ao estudo da importancia e aplica- bilidade da biossegurança em todas as áreas da saúde. Desde hospitais, clínicas, farmácias, até salões de beleza e estéticas, todos precisam cumprir as normas de biossegurança para poderem atuar. Vamos abordar, então, alguns detalhes da biossegurança aplicada à mas- sagem. Para começar, vamos pensar em alguns itens que são indispensáveis: Qual a vestimenta ideal para a massagem? A esteticista deve sempre estar de jaleco, utilizando máscara, de cabelos presos e também vestindo um confortável sapato fechado. Especificamente, para a massagem, é importante que as unhas es- tejam muito bem cortadas, para evitar arranhar o cliente e, de preferência, sem es- malte ou esmalte claro. Esses itens demonstram assiduidade do profissional. UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM. 6 FIGURA 3 – VESTIMENTAS DE SEGURANÇA PARA O ESTETICISTA (JALECO, MÁSCARA E CABELOS PRESOS) FONTE: <https://bit.ly/3wbRxxd>. Acesso em: 9 abr. 2021. É importante, como já mencionamos, que o ambiente esteja limpo e prepa- rado antes de cada sessão. Para isso, utilize o álcool 70% para higienizar a maca e os utensílios que serão utilizados. Após higienizar a maca, forre-a com o lençol descartável e disponha as tolhas limpas sobre ela. Você sabia que a concentração de 70% é a ideal para matar microorganismos pre- sentes nas superfícies e produtos? Nessa concentração, o produto tem a quantidade ideal de água para facilitar a entrada do álcool no interior do microorganismo. Isso porque, 30% de água junto ao etanol impede a rápida evaporação do álcool, permitindo maior tempo de contato para que haja a penetração do álcool no interior do microorganismo, resultando na sua destruição. FONTE: <https://bit.ly/3tsXYLk>. Acesso em: 9 abr. 2021. IMPORTANT E É comum a utilização de cremes e óleos de massagem. Muitas vezes nos es- quecemos que esses itens, se não forem muito bem conservados e limpos, podem ser vetores para uma possível contaminação por fungos ou bactérias entre os clientes. Vamos relembrar alguns tipos de fungos e doenças de pele que podem acometer as pessoas e ser transmitidos num ambiente mal higienizado. Segundo Barbieri e Ischida (2021), as micoses são doenças de pele causadas por fungos, e podem ser classificadas da seguinte maneira: superficiais, cutâneas, subcutâneas e sistêmicas e oportunistas. As micoses superficiais são aquelas em que o fungo acomete camadas mais su- perficiais da córnea da pele, ou a haste livre dos pelos, geralmente do gênero Trichosporon e Malassezia. Essa infecção se manifesta por manchas pigmentares descamativas na pele, distribuídas pelo tórax, abdome e membros superiores (BARBIERI; ISCHIDA, 2021). TÓPICO 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM: LUGAR IDEAL, BIOSSEGURANÇA, ERGONOMIA E ÉTICA NO ATENDIMENTO 7 FIGURA 4 – MICOSES DE PELE FONTE: <https://bit.ly/3tSDpre>. Acesso em: 9 abr. 2021. Nem sempre as manchas são evidentes, e podem acabar passando desper- cebidas pelo profissional. Para evitar maiores problemas, quando você for com- prar produtos para massagem perceba as embalagens, aquelas que apresentam válvula tipo “pump” são ideiais. Elas impedem o contato das mãos do manip- ulador com o conteúdo, e, dessa forma, conservam melhor o produto. Quando perceber que as embalagens estão melecadas, passe um pano com alcool 70%. Isso também deve ser feito entre um cliente e outro. Quando não for possível adquirir embalagens com válvula, adquira espátulas descartáveis para pegar o produto. O produto deve ser retirado com espátula e ser colocado em cubeta. Se sobrar o produto na cubeta, deve ser descartado. Jamais coloque as mãos dentro dos potes. Isso contamina o produto, e pode propagar fungos entre os pacientes. FIGURA 5 – EMBALAGENS TIPO PUMPS OU ESPÁTULAS DEVEM SER USADAS PARA IMPEDIR A CONTAMINAÇÃO CRUZADA FONTE: A autora UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM. 8 4 ERGONOMIA A ergonomia pode ser entendida como a ciência que estuda a forma do trabalho humano, no sentido de adaptar o trabalho, o aspecto da organização e os elementos constituintes do seu envolvimento ao indivíduo, de acordo com as suas características físicas, fisiológicas, psicofisiológicas, biomédicas e psicológi- cas (MARTINS; PEREIRA, 2019). Segundo a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), a ergonomia pode ser dividida em física, cognitiva e organizacional: • Ergonomia física: inclui o estudo da postura no trabalho, manuseio de ma- teriais, movimentos repetitivos, distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde. • Ergonomia cognitiva: estuda a carga mental de trabalho, tomada de decisão, interação homem computador, stress e treinamento. • Ergonomia organizacional: inclui as estruturas organizacionais, políticas e de processos das empresas. Estuda a comunicação, gerenciamento de recursos, projetos de trabalho, organização de tempo, trabalhos em grupo, novos para- digmas do trabalho, cultura organizacional, gestão da qualidade dentre outros. Com isso, vê-se que a ergonomia é uma ciência séria e que deve ser levada a sério durante a sessão de massagem. Para melhor performance do profissional, é muito importante prestar atenção na ergonomia. A má postura do profissional durante a sessão de massagem será facilmente percebida pelo clientee pode gerar tensão. Os benefícios de uma postura correta ajudam o profissional de estética a direcionar melhor a sua energia em relação ao cliente. A direção, pressão e o ritmo das manobras são facilmente controlados, evita a tensão mecânica sobre o corpo do profissional, as mãos ficam mais relaxadas, a respiração ocorre sem esforço e o profissional mantém os pés bem apoiados (CASSAR, 2001). O requisito mais importante para uma massagem eficaz é uma boa téc- nica, aplicada com esforço mínimo. Na maior parte dos movimentos de massagem a posição do terapeuta é um aspecto essencial da técnica. A posição, em relação tanto à maca de tratamento quanto ao paciente, influencia a eficácia e o fluxo das manobras; consequentemente o tera- peuta precisa assumir a postura adequada antes de tocar a pessoa que receberá a massagem (CASSAR, 2001, p. 58). FIGURA 6 – ALINHAMENTO IDEAL DO PROFISSIONAL DURANTE A MASSAGEM FONTE: A autora TÓPICO 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM: LUGAR IDEAL, BIOSSEGURANÇA, ERGONOMIA E ÉTICA NO ATENDIMENTO 9 FIGURA 7 – DESTAQUE PARA AS ARTICULAÇÕES PREJUDICADAS DURANTE A MÁ POSTURA FONTE: (BRASIL, 2001, p. 11) É importante o bom posicionamento da coluna em qualquer trabalho ou labor, pois é dela que são emanadas todas as ramificações do sistema nervoso e por isso a postura correta é extremamente importante durante qualquer atividade física (PUERARI; CIAPPINA, 2011). Veja um exemplo de como ficam as articulações da coluna vertebral sobre pressão intervertebral com a inclinação para frente. A má postura somada ao esforço repetitivo pode causar muita dor ao profissional. Outro ponto a ser considerado é a má postura, que, ao longo do tempo, pode gerar as doenças conhecidas como ‘lesões por esforço repetitivo’ (LER) ou distúr- bios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT). O que pode ser a causa de afastamento ou encurtamento de tempo de trabalho dos profissionais. Segundo um boletim lançado pelo Ministério da Previdência Social, no período de 2000 a 2011: As doenças motivadas por fatores de riscos ergonômicos e a sobre- carga mental têm superado os traumáticos – como fraturas. Enquanto as primeiras, responsáveis pelos afastamentos por doenças do traba- lho, alcançaram peso de 20,76% de todos os afastamentos, aquelas do grupo traumático, responsáveis pelos acidentes típicos, representaram 19,43% do total. Juntas elas respondem por 40,25% de todo o universo previdenciário (BRASIL, 2020, s. p.). Puerari e Ciappina (2011) realizaram um extenso trabalho de revisão sobre ergonomia e profissionais da área de massoterapia com o intuito de desenvolver um novo modelo de macas ergonômicas e que protegessem profissionais de diferentes alturas contra lesões causadas por má postura. Chegaram ao seguinte modelo: Determinou-se o comprimento final do móvel baseando-se na média de altura do homem brasileiro (1,73 m). Sendo assim, definiu-se a medida de 1,80 m para o comprimento, a fim de atender o maior número possível de usuários. A largura de 0,75 m foi utilizada para abranger mais confortavelmente os braços dos diferentes padrões corporais. E os dois níveis de regulagem de altura foram estabelecidos em 0,70 m e 0,80 m (PUERARI; CIAPPINA, 2011, p. 79). UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM. 10 Quer aprender mais sobre ergonomia e modelos de maca dis- poníveis no mercado? Este trabalho é muito interessante e você pode ler na íntegra em: DICAS Para evitar que o profissional sofra com esse tipo de problema, o ideal é cuidar também do seu próprio corpo. A prática de exercício físico ajuda a fortale- cer a musculatura e melhorar a postura. Além disso, fazer alongamentos entre as sessões de massagem pode ser uma boa ideia para que o profissional não chegue ao final do dia com dores corporais. Veja as dicas: FIGURA 8 – ALONGAMENTOS PARA SEREM FEITOS ENTRE AS SESSÕES DE MASSAGEM FONTE: <https://bit.ly/2SYrpHV>. Acesso em: 12 abr. 2021. 5 ÉTICA Caro acadêmico, vamos iniciar este subtópico do Tópico 1 com algumas perguntas simples: ‘Você sabe o que é ética profissional?’. Talvez você já tenha ouvido falar muito desse termo. Na prática, você sabe como ele se aplica? Co- nhece exemplos de profissionais éticos? E conhece exemplos de profissionais que não foram éticos? Talvez conheça até alguém que já sofreu ação judicial por ter descumprido o Código de Ética da sua profissão. TÓPICO 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM: LUGAR IDEAL, BIOSSEGURANÇA, ERGONOMIA E ÉTICA NO ATENDIMENTO 11 A ética profissional é constituída por um conjunto de fatores, os quais po- demos nomear o caráter da pessoa, os valores e princípios, o comportamento, o relacionamento no ambiente de trabalho. A ética profissional é aplicada para toda e qualquer profissão, seja ela formal ou não. Bons relacionamentos com a equipe de trabalho, sejam chefes ou subordinados, e com os clientes contribuem para o crescimento profissional, e isso reflete diretamente na qualidade de vida de todas as pessoas envolvidas. Afinal, quem não gosta de cultivar boas amizades no local de trabalho? E saber que pode contar com seus colegas quando precisar? O Código de Ética é um documento oficial, publicado pelos conselhos e sindica- tos de quaisquer profissões existentes, ou seja, ele não é único, mas sim particular a cada profissão separadamente. O principal objetivo de um Código de Ética é normatizar e delimitar a atuação dos profissionais de cada área, dizendo assim, o que é permitido ao profissional e o que foge do seu espectro de ação. Para ilustrar mais profundamente este tema, iremos abordar agora o “Código de Ética dos Profissionais de Estética”. No Brasil, ainda não existe um sindicato nacional oficial para os esteticis- tas, ao qual poderiam se associar os sindicatos estaduais. Portanto, vamos tomar como exemplo o Código de Ética publicado pelo Sindicato dos Empregadores em Empresas e autônomos em Estética e Cosmetologia do Estado de São Paulo (Sindestética). Vamos detalhar e discutir aqui alguns tópicos: No Capítulo I, Artigo 3º, parágrafo VIII: “Indicar, sempre que necessário ou quando detectar patologia que não esteja ao alcance de seus conhecimentos técnicos e científicos, o serviço de profissionais especializados” (ASSOCEMSP, 2018, p. 1). No Código, podemos ver claramente que o profissional de estética não deve fazer nenhum tipo de diagnóstico e deve indicar ao cliente que ele procure um médico ou outro profissional da saúde, como fisioterapeuta ou psicólogo, para solucionar o problema. No Capítulo II, Artigo 5º, parágrafo IV: “Selecionar a técnica, tipo de terapia, recurso de trabalho assim como o estímulo a ser feito, de acordo com a ficha de ava- liação e as necessidades do cliente” (ASSOCEMSP, 2018, p. 2). Aqui fica claro que o profissional de estética precisa ter conhecimento técnico para avaliar o seu cliente e definir qual o melhor tratamento para o caso, registrando tudo em uma ficha de ava- liação. É muito importante esse registro, uma vez que algumas informações podem se perder ao longo do tempo. Lembre-se que isso traz segurança a você também. Ainda no Artigo 5º, parágrafo V: “Orientar o cliente sobre condutas de prevenção de afecções estéticas” (ASSOCEMSP, 2018, p. 2). Vê-se que o profissional de estética deve orientar seu cliente com cuidados fora da clínica de estética. Isso é importante, pois assim os seus resultados ten- dem a ser melhores. Não podemos deixar o cliente sem orientação com o intuito de que ele volte para corrigir eventuais problemas causados por falta de conhe- cimento. Agora vamos analisar mais cautelosamente o Artigo 6º, veja o que diz: UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM. 12 Art. 6º – É vedado ao Esteticista, no exercício de suas funções: I- Prescrever ou aplicar medicamentos. II- Induzir pessoas a recorrerem aosseus serviços. III- Prolongar desnecessariamente as sessões de procedimento estético. IV- Divulgar resultados e métodos de pesquisas não realizadas por si. V- Atrair cliente mediante a propaganda falsa, que ponha em risco a credibilidade da classe. VI- Utilizar ou divulgar produtos que não estejam cientificamente comprovados (ASSOCEMSP, 2018, p. 2). Infelizmente, vemos muito esse tipo de conduta por aí. Indicar tratamen- tos desnecessários, prolongar o tempo de atendimento, indicar mais sessões ou mesmo diminuir o intervalo entre sessões são questões muito graves e que põe em xeque a credibilidade do profissional. O cliente, mais dia menos dia, pode perceber que há algo errado. Ele é livre para pesquisar e recorrer a outros profissionais. Então sempre tenha em mente o melhor para seu cliente. Continuando, o Capítulo III do Código de Ética fala sobre o respeito ao cliente. Gostaríamos de destacar alguns parágrafos para você, caro acadêmico: III- Respeitar as convicções religiosas, políticas e filosóficas do cliente. V- Manter comportamento ético, incluindo o sigilo profissional. XIV- Manter senso estético social em seu local de atendimento, ambiente de trabalho e sobre si mesmo. XVI- Relacionar com cuidados de biossegurança e zelar pela saúde (ASSOCEMSP, 2018, p. 2-3). Muitas vezes os profissionais de estética são verdadeiros ouvintes dos problemas de seus clientes. As pessoas, além de procurarem serviços de beleza, gostam de conversar, contar seus problemas, e desabafar. Claramente, o profissional de estética não é psicólogo, mas pode sim, ser um amigo. Só que alguns cuidados precisam ser tomados nessa relação, de forma que os princípios éticos não sejam feridos. Assim, quando perceber que o seu cliente tem um problema mais grave, você pode indicar a ele outro profissional. Ou, se este não for o caso, você pode apenas ouvir e aconselhar como amigo, sem, no entanto, tentar impor suas crenças e filosofias. No entanto, lembre-se sempre do sigilo profissional. Nunca se deve comentar com outras pessoas os problemas do cliente, nem mesmo os tratamentos que ele está fazendo. Se você trabalha em um ambiente com mais pessoas, também precisa ter cuidado com os assuntos abordados no dia a dia, e na medida do possível sua vida pessoal deve ser resguardada. O último artigo destacado é o Artigo 16, o qual fala sobre a biossegurança do cliente. Nunca devemos reaproveitar quaisquer materiais contaminados em outros clientes. Isso inclui luvas, toalhas, espátulas e demais utensílios. Mesmo que o cliente não esteja vendo esse compartilhamento, devemos nos colocar no lugar do cliente e pensar eticamente em relação a isso. TÓPICO 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM: LUGAR IDEAL, BIOSSEGURANÇA, ERGONOMIA E ÉTICA NO ATENDIMENTO 13 Já o Capítulo V trata da relação com outros profissionais. Veja o que diz o Artigo 8º, III: “Manter comportamento ético com seus pares evitando críticas ou praticando atos que prejudiquem seu trabalho ou sua reputação” (ASSOCEMSP, 2018, 3). Este item é um ponto crítico e requer uma reflexão. A realidade que percebemos hoje, são muitos profissionais que tentam desabonar a imagem de algum colega de classe com a finalidade de se enaltecer a ganhar mais clientes. Partindo, agora, para o Capítulo VI do Código de Ética, podemos ver que ele trata da “Divulgação e Publicidade”. Este é outro item que requer muito cui- dado. Hoje em dia, com o grande acesso às redes sociais, temos uma verdadeira vitrine de procedimentos estéticos à disposição. Os profissionais utilizam as redes para divulgar o seu trabalho, e não há nada de errado com isso, porém, temos que tomar cuidado com o tipo de informação di- vulgada. Por exemplo, deve ser evitado publicar fotos comparativas de antes e depois de tratamentos estéticos fazendo a utilização de filtros digitais, ou, ainda, enaltecen- do certas partes do corpo que já eram mais bonitas sem mesmo receber tratamento. Deve-se ter cuidado também com a divulgação de fotos não autorizadas pelos clientes. Muitos clientes não gostam de divulgar que passaram por procedi- mentos estéticos, quem dirá colocar suas fotos nas redes. Lembre-se que qualquer divulgação de foto deve ser autorizada pelo cliente, o qual deverá assinar um termo autorizando. Isso evitará constrangimentos e possíveis processos judiciais. Reconhecimento e regulamentação do profissional de estética: regulamen- tação profissional é o ato de regulamentar, normatizar uma profissão. Trata-se da redação e da publicação de regras e normas para o exercício profissional. Consequentemente, acontece a formação de um Conselho Profissional e a elaboração de um Código de Ética. A profissão de esteticista é reconhecida e foi regulamenta. Sob a Lei nº 13.643/2018, a qual “regulamenta as profissões de esteticista, que compreende o esteticista e cosmetólogo, e de técnico em estética” (BRASIL, 2018, s. p.). NOTA Por fim, caro acadêmico, leia atentamente o Código de Ética indicado a seguir. Sugerimos fortemente que esse tema seja debatido em detalhes nos seus encontros de grupo. Guiar-se pela ética é um grande pilar para o sucesso profissional. Esteja seguro das suas ações profissionais e nenhum obstáculo será capaz de lhe perturbar. UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM. 14 O Código de Ética do Sindicato dos Empregadores em Empresas e autônomos em Estética e Cosmetologia do Estado de São Paulo pode ser encontrado na íntegra em: https://bit.ly/3frmkzg. DICAS 15 Neste tópico, você aprendeu que: RESUMO DO TÓPICO 1 • O ambiente ideal para a realização de massagens e terapias é uma sala limpa, organizada, perfumada e relaxante. • A prática de alongamentos, o cuidado com a postura e a escolha da maca ideal são fatores importantes para que a terapia tenha máxima qualidade ao cliente e evitem lesões ao profissional. • A higiene e a biossegurança do ambiente e utensílios utilizados nas massa- gens são alguns cuidados básicos a serem tomados. • É preciso conhecer a fundo o Código de Ética do profissional de estética. 16 1 A preparação antecipada do ambiente de massagem é essencial para um atendimento de sucesso. Isso demonstra cuidado com o cliente que virá. Pensando nisso, cite cinco itens que não podem faltar no preparo da sala: 2 As normas de biossegurança são importantes para evitar a propagação de doenças e a contaminação do profissional e do paciente com possíveis mi- crorganismos. Em relação à biossegurança, descreva como deve ser a más- cara ideal e a importância de usá-la durante os atendimentos. 3 Manter uma postura adequada durante o atendimento de massagem é im- portante, pois, além de oferecer conforto ao profissional, irá resultar numa melhor técnica aplicada ao cliente. Sobre o exposto, analise as afirmativas a seguir e classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) A altura ideal da maca de massagens deve ser de 1 metro e 20 centímetros. ( ) Os pés devem se manter alinhados ao limite da maca e os joelhos leve- mente flexionados. ( ) Os braços devem se manter retos e mais rígidos para que a manobra seja mais eficaz. ( ) A flexão exagerada da coluna pode lesionar os discos intervertebrais. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – F – F – V. b) ( ) F – V – V – F. c) ( ) V – F – V – F. d) ( ) F – V – F – V. 4 O Código de Ética é um documento oficial que descreve diretrizes que orientam os profissionais quanto posturas e atitudes ideais, moralmente aceitas ou toleradas pela sociedade. Pensando nisso, descreva três condutas ideais para seus clientes. 5 Hoje em dia, ainda não existe um Código de Ética do profissional de estética que seja unificado para todo o Brasil. Contudo, podemos tomar por exemplo o Código de Ética do Estado de São Paulo, para guiarmos nossas ações. Pen- sando nisso, leia as afirmativas a seguir e assinale a alternativa CORRETA:a) ( ) Se uma cliente pedir indicação de remédios para emagrecimento, posso indicar sem problema algum. b) ( ) Se uma cliente relatar que está com um problema familiar, o melhor jeito de ajudá-la seria contar sobre o problema para sua vizinha, pois ela poderia ajudar melhor. AUTOATIVIDADE 17 c) ( ) Se uma cliente relatar problemas, dizer que se sente muito triste e de- seja sumir do mundo, é possível auxiliá-la indicando um terapeuta ou psicólogo, por exemplo. d) ( ) Se uma cliente contar que acabou de descobrir que está grávida, o me- lhor a fazer é indicar sessões de drenagem linfática para início imediato. 18 19 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC) 1 INTRODUÇÃO Caro acadêmico, neste tópico aprenderemos sobre a Medicina Tradicional Chinesa, a qual vamos abreviar como MTC. A MTC é um sistema de medicina muito amplo, que difere muito do sistema de medicina ocidental. Por ser totalmente diferente, aprender sobre a MTC requer profundos es- tudos e uma ampla formação complementar. Isso deve ficar claro desde o início, pois o objetivo aqui será introduzir esse assunto a você, acadêmico, porém, não temos a intenção de esgotar o assunto. Para aqueles que decidirem trabalhar com o sistema de MTC, sugerimos aprofundar os conhecimentos. 2 HISTÓRIA E INTRODUÇÃO DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA A MTC tem uma longa história, e sua teoria médica, única e sistemática, é a cristalização de milhares de anos de experiência do povo chinês em sua luta contra as doenças. É um dos elementos centrais da cultura chinesa, considerada patrimônio histórico, e tem contribuído significativamente para a saúde chinesa. Com seus notáveis efeitos terapêuticos, características únicas e filosofia oriental, a MTC foi bem recebida pelo mundo em geral e desempenha um papel importante na promoção da saúde, bem-estar e longevidade da humanidade. QUADRO 1 – RESUMO DA HISTÓRIA DA MTC Sete etapas da história da medicina chinesa Antiguidade remota ao início do século V a.C. Origem da acupuntura e da fitoterapia. Teoria Yin Yang – Yi Jing [Livro das Mutações] – o mais anti- go clássico na China. 20 UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM. Século V a.C. ao século III a.C. (Período dos Estados Combatentes) O Huang Di Nei Jing [O Clássico da Medicina do Imperador Amarelo] – o trabalho de referência mais influente para os praticantes da MTC. O famoso médico Bian Que – o primeiro a confiar principalmen- te no pulso e no exame físico para o diagnóstico de doenças. 221 a.C. a 264 d.C. – dinastias Qin e Han, início dos Três Reinos Os médicos famosos Chun Yu Yi, Zhang Zhong Jing e Hua Tuo viveram nesse período. Hua Tuo – A primeira pessoa na China e no mundo a usar anestesia. Chun Yu Yi – deu um exemplo para médicos posteriores em escritos de casos médicos. Zhang Zhong Jing – Escreveu Shang Han Lun [Tratado sobre Dano de Frio e Doenças Diversas], que estabeleceu os princí- pios de diferenciação e tratamento da síndrome. 265-959 d.C. – dinastias Jin, Sui e Tang Os médicos de destaque nesse período foram os seguintes: Wang Shu He-Mai Jing [The Pulse Classic], a primeira mono- grafia sobre esfigmologia, classificou as condições de pulso em 24 tipos. Possui grande influência da esfigmologia no mundo. Ge Hong – Zhou Hou Bei Ji Fang [Manual de prescrições para emergências]. Muitos tratamentos de doenças, valiosos, po- rém simples e eficazes, foram registrados. Cao Yuan Fang – Zhu Bing Yuan Hou Lun [Sobre Etiologia e Síndromes da Doença], a primeira monografia sobre etiolo- gia e síndromes Sun Si Miao — Bei Ji Qian Jin Yao Fang [Fórmulas essenciais para emergências que valem mil moedas de ouro]. Suas enor- mes contribuições para a medicina chinesa o tornaram “Rei da Medicina da China”. 960-1368 – Dinastias Song, Jin e Yuan Os médicos desse período estudaram extensivamente as teo- rias médicas e desenvolveram-se diferentes escolas de pensa- mento, principalmente Zhu Dan Xi e Li Dong Yuan. Li Dong Yuan — Pi Wei Lun [tratado sobre o Baço e o Estô- mago], o livro final é considerado sua maior obra-prima. Um dos quatro grandes mestres das dinastias Jin-Yuan. Zhu Dan Xi — Seguindo Liu He Jian [Resfriamento], Zhang Zi He [atacando] e Li Dong Yuan [Terra], como o mais jovem dos quatro grandes mestres da Dinastia Jin/Yuan, ele teve a oportunidade de estudar e refinar todas as outras três escolas de pensamento. 1368-1840 – Dinastias Ming e Qing Sistematização e expansão da teoria e literatura médica. Teoria das doenças quentes. Li Shi Zhen – Ben Cao Gang Mu [Grande Matéria Médica] in- cluiu discussões sobre substâncias de 1892 e, entre seus tópicos, descreveu o uso de algas e tireoides animais para tratar o bócio. Zhang Jing Yue – Seus ensinamentos são conhecidos como a escola da Tonificação Quente. Ele defendeu que o frio ou drogas frias devem ser usadas com cautela. TÓPICO 2 — NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC) 21 1840-1949 – Dinastia Qing, República Chinesa Desenvolvimento adicional da teoria das doenças quentes. Guerras do ópio. Medicina ocidental introduzida na China, modernização FONTE: Adaptado de Wang (2019) A MTC foi desenvolvida na China e os primeiros registros datam de mais de 10 mil anos atrás. A base de diagnóstico da MTC envolve muitas partes do corpo e pode ser feita a partir da análise de língua, do pulso, da íris, do pavilhão auricular, fazendo palpação, entre outros. A análise dessas partes visa detectar como está o padrão de energia vital do corpo, a qual na MTC é chamada de ‘Qi’ ou ‘Chi’. O Chi envolve a essência e a alma do corpo, quando o Chi está desequili- brado temos as doenças e quando o Chi se esvai, segundo a MTC, o corpo morre. O Chi circula através do corpo por canais chamados meridianos e as diversas técnicas da MTC buscam harmonizar e equilibrar esses meridianos (KING, 2020). A prática da Medicina Tradicional Chinesa é baseada na experiência. O sistema teórico é construído por meio de uma filosofia materialista simples e anti- ga, o método da "diferenciação da síndrome" e o uso de meios naturais para tratar doenças, é preferido ao invés de enaltecer a ciência e tecnologia contemporâneas (DONG, 2013). O foco da MTC é a prevenção e manutenção da saúde, por isso a MTC trata a raiz do problema e não apenas os sintomas. Alguns exemplos das técnicas trabalhadas na MTC são: • Fitoterapia. • Acupuntura. • Auriculoterapia. • Terapias Manuais – Tui Na, Reflexologia, Shiatsu, Do In, Quick Massage. • Práticas Físicas – Tai chi chuan, Chi kung. • Moxabustão. • Ventosaterapia. • Feng Shui. Agora que já apresentamos uma breve introdução sobre a MTC, iniciare- mos os estudos de algumas de suas teorias fundamentais. 3 TEORIAS QUE FUNDAMENTAM A MTC A MTC costuma fazer muitas associações e metáforas com a natureza e com a civilização chinesa, dessa maneira surgem as suas teorias. Agora serão apresentadas algumas de suas principais teorias: Yin & Yang; teoria Wu Shing e a teoria Zang Fu. 22 UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM. 3.1 TEORIA YIN E YANG A teoria da MTC afirma que a patogênese de todas as doenças é causada pelo desequilíbrio de yin e yang do corpo. Registros antigos afirmam que “Se yin e yang estão em um equilíbrio relativo, as atividades da vida serão mantidas normalmente; se yin e yang forem separados, o esgotamento da essência vital acontecerá” (KING, 2020; RIBEIRO; SILVA, 2013). A Teoria Yin-Yang é baseada no fato de que a estrutura básica do ser hu- mano é a mesma do universo. Na MTC todos os fenômenos da natureza são clas- sificados em dois polos opostos: o yin (negativo) e o yang (positivo). Essas duas forças são inseparáveis e devem estar em constante harmonia, são forças opostas e complementares (KING, 2020; RIBEIRO;SILVA, 2013). O yin e yang são representados pela figura do TAO – o absoluto, o infinito, a essência, a suprema realidade, a divindade, a inteligência cósmica, a vida universal, a consciência invisível, o insoldável. Nunca representa um indivíduo, uma pes- soa, como Deus nas teologias ocidentais (RIBEIRO; SILVA, 2013). Segundo KING (2020), o símbolo do TAO dá uma ideia de movimento, transformação e equilíbrio. FIGURA 9 – SÍMBOLO DA TAO FONTE: King (2020, p. 7) O equilíbrio de yin e yang se correlaciona com a harmonia das funções con- juntas de cada sistema. Se o corpo humano estiver equilibrado, as pessoas perma- necerão saudáveis. Caso contrário, ocorrerão doenças ou mesmo a morte. Assim como a origem de todas as doenças, a causa do câncer também é induzida pelo de- sequilíbrio de yin e yang, que se manifesta como estagnação de Qi/Chi, coagulação de catarro, estagnação de sangue e acúmulo de calor tóxico. Se o desequilíbrio de yin e yang continuar, “yin pode separar-se de yang” e a “essência vital” se exaurir, levando ao estágio final do câncer. Portanto, o princípio do tratamento, segundo a MTC, é restaurar o equilíbrio yin-yang (RIBEIRO; SILVA, 2013). Para a MTC os fenômenos da natureza, sentimentos, habilidade, compor- tamentos, entre outras características, são classificados de acordo com a energia yin-yang e é comum encontrarmos tabelas de classificação: TÓPICO 2 — NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC) 23 QUADRO 2 – CLASSIFICAÇÃO CONFORME A ENERGIA YIN-YANG FONTE: <https://bit.ly/3ftvsn9>. Acesso em: 12 abr. 2021. A teoria do yin e yang classifica fenômenos e manifestações segundo vários critérios, entre eles: • Caracteres físicos – tudo o que é animado, em movimento, exterior, ascen- dente, quente, luminoso, funcional e que corresponde à ação é yang. Tudo o que está em repouso, tranquilo, interior, descendente, frio, sombrio, material e que corresponde a uma substância (matéria) é yin. • Natureza da manifestação – o céu está no alto, assim é yang; a terra por baixo, então é yin. A água é de natureza fria, escorre, é yin. O fogo é de natureza quente, suas chamas se elevam, é yang. • Transformações – a princípio, o yang transforma-se em Qi/Chi, e o yin torna- -se forma, matéria. 3.1.1 A energia vital e as substâncias vitais Vamos ver agora alguns conceitos dentro da teoria yin-yang. O Qi/Chi, Jing e Shen são chamados de “os três tesouros”. Juntos, eles formam a base para a compreensão do corpo humano e das práticas de cura da Medicina Tradicional Chinesa. Os conceitos a seguir foram formulados por Wang (2019). 24 UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM. • Qi ou Chi: é a mais básica das substâncias fundamentais, é a energia. Geral- mente é traduzido como “força vital” e flui através dos Jing-luo (meridianos), que corresponde a pontos específicos do corpo. Se o fluxo de Qi ficar obstruí- do, o corpo não poderá realizar as Cinco Funções Cardeais e, como resultado, poderá ocorrer a doença. Por exemplo, se houver deficiência de Qi, podem ocorrer problemas como fadiga, baixa imunidade, má digestão e problemas respiratórios. Da mesma forma, o excesso de Qi também pode resultar em doenças, como estresse, insônia e boca seca. • Jing: se traduz em “essência”, é a substância responsável tanto pelo imaterial essencial (alma) quanto pelo ser físico essencial (corpo) de uma pessoa. É da natureza yin e é armazenada nos rins. É considerada a matéria física mais densa dentro do corpo e circula pelos Oito Vasos Principais, onde ajuda a criar o sêmen, o sangue menstrual e a medula óssea. O Jing regula o crescimento e o desenvolvimento do corpo e trabalha com o Chi para ajudar a proteger o corpo de fatores externos prejudiciais. O Jing e Chi têm uma relação próxima. Juntos, acredita-se que formam a base do shen, ou espírito. • Shen: é a porção yang do Chi. Muitas vezes é traduzido como “espírito” e é responsável por regular as emoções. Shen é armazenado no coração e entra em um estado de repouso durante o sono. É nutrido por xue e armazenado nos vasos sanguíneos. Os sintomas de desequilíbrio podem incluir doenças mentais, como ansiedade e depressão extrema, mas também insônia. • Xue: conhecido como o sangue é a força vital líquida do corpo, e seu propo- nente principal é a nutrição. É de natureza yin e é considerado um subconjun- to do Chi. O Chi dá origem ao sangue, que nutre os órgãos Zang-fu, que pro- duzem mais Chi. O estômago e o baço são órgãos essenciais para a produção de sangue e suas funções saudáveis. A circulação é uma função primordial de Xue. Quando o sangue é insuficiente, podem surgir problemas com ansieda- de, privação de sono e irritabilidade. • Jin Ye: Jin Ye é uma palavra composta traduzida como fluidos corporais. Jin se refere aos fluidos finos, claros e aquosos que nutrem a pele e os músculos, como lágrimas e suor. Ye se refere aos líquidos viscosos e espessos que lubri- ficam órgãos, como o cérebro e o fluido da medula espinhal. Jin Ye é yin por natureza, e é produzido através do consumo de alimentos e bebidas, quando, então, separa e distribui a nutrição por todo o corpo. 4 TEORIA DE WU SHING OU TEORIA DOS CINCO ELEMENTOS OU TEORIA DOS CINCO MOVIMENTOS A Teoria dos Cinco Elementos, nos mostra que o homem primitivo para sobreviver, tinha a necessidade de observar. Após séculos de estudos os chineses sabiamente relacionaram cada símbolo com os órgãos e vísceras (zang fu) (RI- BEIRO; SILVA, 2013). A Medicina Tradicional Chinesa incorpora tanto o Yin-Yang quanto a teoria dos cinco elementos, chamada Wu Xing (LONGHURST, 2010). TÓPICO 2 — NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC) 25 O Wu Shing estabelece um conjunto de interações entre cinco elementos naturais. De acordo com a teoria, fogo, água, metal, madeira e terra são fases de transformação que ocorrem em todos os fenômenos químicos, físicos, biológicos ou psicológicos. A teoria dos cinco elementos – ou movimentos – foi estabelecida por Zou Yan entre 350 a 270 a.C. (LONGHURST, 2010). • MADEIRA: representa o início da mudança (o crescimento, o desenvolvimen- to e a ascensão). É o elemento original, do qual os outros quatro evoluíram. Esse elemento representa: yang-yin / fígado / vesícula / raiva / primavera / ligamentos e tendões / olhos / azedo / grito / germinação/ nascimento. • FOGO: representa o aquecimento e a expansão. É responsável pela qualidade de relacionamento e criação de laços entre as pessoas. Esse elemento repre- senta: yang-yang / coração / intestino delgado / euforia ansiedade / verão / vasos sanguíneos / língua / amargo / riso / crescimento. • TERRA: representa estabilidade. Tem a função do nascimento, da transforma- ção, da aceitação e da contenção. Corresponde ao centro. Esse elemento repre- senta: neutro / estômago / baço pâncreas / preocupação / canícula / músculos / boca / doce / canto / transformação. • METAL: representa a mudança. Tem as funções de limpeza, clarificação, restrição e declínio. Esse elemento representa: yin-yang / pulmão / intestino grosso / tristeza / outono / pele / nariz / picante / choro / colheita. • ÁGUA: tem as funções de umidade, de movimento para baixo, de noção de frio, inércia, perda de forma. Esse elemento representa: yin-yin / rim / bexiga / medo / inverno / ossos / orelhas / salgado / gemido / estocar armazenar. O Quadro 3 apresenta a correlação dos órgãos e vísceras, as emoções e demais características que envolvem os elementos da natureza: 26 UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM. QUADRO 3 – CARACTERÍSTICAS DOS CINCO ELEMENTOS FONTE: <https://bit.ly/2Rp2Ovn>. Acesso em: 12 abr. 2021. A interação entre os cinco elementos forma um ciclo criativo, no qual um elemento gera o outro, mas, também, um restritivo (destrutivo), onde um ele-mento controla o outro. Formando, então, o Ciclo de Geração e o Ciclo de Domi- nação. Os elementos geradores são chamados de mãe, e os que são gerados são chamados de filho. Já no ciclo da dominância, quer dizer que um elemento tem domínio pelo outro elemento, conhecido como avô-neto (RIBEIRO; SILVA, 2013). TÓPICO 2 — NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC) 27 FIGURA 10 – CICLO GERAÇÃO E DOMINÂNCIA DOS CINCO ELEMENTOS FONTE: <https://bit.ly/3eUj0xB>. Acesso em: 12 abr. 2021. Os processos que envolvem o Wu Shing se dividem em estimulação/gera- ção (representado pelo movimento circular) e inibição/dominância (que segue o movimento do pentagrama) do Qi (chamado também de Chi). No primeiro ciclo, a madeira alimenta o fogo, que produz terra com suas cinzas, que reúne o metal, que origina a água, que ao se aquecer e dissolver, dá vida à madeira. No segundo ciclo, a madeira nutre a terra, que retém a água, que apaga o fogo, que funde o metal, que corta a madeira (RIBEIRO; SILVA, 2013) 28 UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM. QUADRO 4 – CICLO GERAÇÃO E DOMINÂNCIA FONTE: A autora Na MTC, cada elemento se relaciona com uma parte do corpo humano. O fogo está ligado à cabeça e à região cardiorrespiratória; a terra está ligada à região gastrointestinal; a água à região genital e o sistema urinário; a madeira relaciona-se com o lado esquerdo do corpo, e o metal com o lado direito. Assim, dependendo do desequilíbrio diagnosticado, um tipo diferente de elemento pode ser trabalhado a fim de harmonizar a pessoa (RIBEIRO; SILVA, 2013). Quando os ciclos, geração e/ou dominância estão em desequilíbrio, esta- dos patológicos podem surgir. Por exemplo, no Ciclo de Geração: o fígado (mãe) afetando o coração (filho), isso acontece quando o fígado falha ao nutrir o coração. Especificamente, quando o sangue do fígado for deficiente, frequentemente afeta o sangue do coração, o qual se torna deficiente, podendo ocorrer sintomas de palpitação e insônia. Há outro modo particular pelo qual a madeira afeta o fogo, sendo este o caminho pelo qual a vesícula biliar afeta o coração. Isso acontece em nível psicológico. A vesícula bi- liar controla a capacidade de tomar decisões, não tanto no sentido de distinguir e avaliar o que é certo ou errado, mas no sentido de ter coragem para tomar decisão. Assim, diz-se na Medicina Chinesa que uma vesícula biliar forte faz a coragem. Esse traço psicológico da vesícula biliar influencia o coração, assim como a mente (abrigada pelo coração necessita do suporte de um objetivo forte e coragem, então a vesícula biliar deve ser forte. Se uma vesícula biliar for deficiente, ela pode afetar a mente (o coração) causando debilidade emocional, timidez e insegurança). TÓPICO 2 — NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC) 29 4.1 TEORIA DE ZANG FU A Teoria de Zang Fu mostra a concepção da Medicina Chinesa sobre os órgãos internos. Consideram-se três aspectos distintos: o energético, o funcional e o orgânico. O nome chinês para órgãos internos é simplesmente Zang Fu. Assim, para cada elemento da MTC, há um órgão (zang) e uma víscera (fu) associados (KING, 2020; RIBEIRO; SILVA, 2013). Na Teoria dos Órgãos e Vísceras (Zang Fu), estuda-se de forma profunda e detalhada a fisiologia energética, os possíveis desequilíbrios e a influência dos cinco sabores (salgado, azedo, amargo, doce e picante) sobre os órgãos internos, obtendo, assim, uma visão do organismo como um todo e a repercussão de seu processo nutricional (KING, 2020; RIBEIRO; SILVA, 2013). Na Teoria Zang Fu é comum encontrarmos tabelas que descrevem o órgão e a víscera com o elemento associado (Teoria dos Cinco Elementos). Esses órgãos e vísceras estão integrados funcionalmente e no caso de desequilíbrio, há o início do processo de doença, que pode ser tratada com as técnicas da MTC (KING, 2020; RIBEIRO; SILVA, 2013). QUADRO 5 – CORRELAÇÃO ENTRE OS ELEMENTOS DA NATUREZA E OS ÓRGÃOS E VÍSCERAS SEGUNDO A TEORIA ZANG FU DA MTC Elemento Órgão (Yin) Órgão (Yang) Madeira Fígado Vesícula Fogo Coração Intestino Delgado Terra Baço Estômago Metal Pulmão Intestino Grosso Água Rim Bexiga FONTE: Adaptado de King (2020); Ribeiro e Silva (2013) Os Zang (os órgãos) têm a função de produção e armazenamento de subs- tâncias essenciais, inclusive a essência vital, Qi (energia vital), sangue e fluidos corporais. O coração, pulmão, baço, fígado, rim e pericárdio fazem parte dos Zang (órgãos) (KING, 2020; RIBEIRO; SILVA, 2013). Os Fu (as vísceras) têm função de receber e digerir o alimento, absorver subs- tâncias nutrientes e transmitir e excretar os excessos. O intestino delgado, intestino grosso, estômago, vesícula, bexiga e triplo aquecedor fazer parte dos Fu (vísceras). 30 UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM. 5 ENTENDENDO OS MERIDIANOS Os meridianos são conceitos centrais para a prática da MTC e foram descritos pela primeira vez no livro clássico Princípios de Medicina Interna do Imperador Amarelo. Os meridianos são linhas (imaginárias) de energia que passam por todo o corpo con- duzindo o Qi (energia) para todo o organismo e fortalecendo-o (KING, 2020). O livro clássico Princípios de Medicina Interna do Imperador Amarelo é consi- derado um pilar para o entendimento da MTC. Ele foi escrito por Huang Di ou Huang-Ti, conhecido como o Imperador Amarelo, que governou a China cerca de 2600 anos antes de Cristo. Nele estão contidas concepções sobre patologia humana, suas causas e tratamentos e prescrições sobre a vida e "adaptação" do ser humano de acordo com o sexo e faixas etárias, distinguindo diferentes ciclos: sazonais (cinco estações), ciclos circadianos (Yin/Yang) e ciclos infra e ultradianos ("a grande circulação da energia" que obedece aos cinco elementos e ao ciclo vital) que delimitam a relação dos órgãos internos com as fases do dia, ou períodos co- muns da vida humana, envolvendo o nascimento, maturação sexual e envelhecimento. IMPORTANT E FIGURA 11 – O IMPERADOR AMARELO QUE GOVERNOU A CHINA ENTRE OS ANOS DE 2697 a.C. A 2597 A.C. FONTE: <https://bit.ly/3bA0x7D>. Acesso em: 12 abr. 2021. Anatomicamente, existem doze meridianos regulares ou principais asso- ciados ao nome dos órgãos. Coração, pericárdio, pulmão, baço, fígado, rim (ór- gãos yin). Estômago, vesícula biliar, (vísceras yang). TÓPICO 2 — NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC) 31 Na MTC os órgãos não têm a mesma representação que os órgãos do modo como conhecemos no ocidente. Além dos doze principais meridianos, que são bilateralmente simétricos, existem também outros dois meridianos localiza- dos na linha média do corpo, são ímpares, ou seja, assimétricos: Meridiano Vaso do Governo e Vaso da Concepção, esses se localizam na linha média do corpo, anterior e posteriormente (LONGHURST, 2010). Os doze meridianos principais são agrupados em pares, e seu par é cha- mado de meridiano acoplado. Na prática, quando um meridiano se encontra de- sequilibrado, frequentemente seu Acoplado o acompanha Os doze meridianos principais e seus acoplados: • Pulmão (Fei) e intestino grosso (Da Chang). • Estômago (Wei) e baço pâncreas (Pi). • Coração (Xin) e intestino delgado (Xiao Chang). • Rim (Shen) e bexiga (Pangguang). • Pericardio (Xin Bao Luo) e triplo aquecedor (Sanjiao). • Fígado (Gan) vesícula biliar (Dan). Essa teoria foi baseada em tratados médicos antigos que se referiam aos vasos sanguíneos. Muitos estudiosos concordam que essas descrições anteriores dos vasos sanguíneos influenciaram o desenvolvimento dos meridianos. Pesquisadores chineses modernos trabalharam por mais de cinquenta anos na busca de saber como os antigos descobriram os vasos e gradualmente construíram a teoria dos meridianos, mas sem uma conclusão definitiva (HUANG et al.,
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