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BASES SOCIOANTROPOLÓGICAS DOS AFRODESCENDENTES E POVOS INDÍGENAS

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BASES SOCIOANTROPOLÓGICAS DOS AFRODESCENDENTES E POVOS INDÍGENAS
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O selo Município Aprovado 2008 está dando visibilidade às formas como indígenas de diversas etnias e afro-brasileiros, em modos de vida também diferenciados, têm preservado suas culturas, através de diversas expressões e linguagens, destacando-se grupos de hip-hop, capoeira, blocos carnavalescos, afoxés, maracatus, bumba-meu-boi, caboclinhos, ternos de reis e muitos outros eventos, histórias, personalidades da cultura brasileira, entre outros. A respeito das expressões culturais afro-brasileiras e indígenas marque a alternativa correta abaixo:
Expressões e vocábulos locais e regionais são expressões linguísticas de origem indígena e africana que permanecem no falar cotidiano do povo, sua linguagem especifica e seus mais diversos significados. As formas de participação nessas expressões culturais são mais individuais que coletivas. As atividades de identificação, escolha e registro da expressão, fiéis a este princípio de participação, envolverão apenas professores e professoras, reconhecendo o valor e a legitimidade d
Lugares e construções são como: associações e grupos culturais ou comunitários – filarmônicos grupos de folguedos, danças populares – terreiros, organizações não governamentais, etc. Esta área permite perceber o grau de organização popular no município, quem são as lideranças, o reconhecimento dos trabalhos realizados por essas organizações.
Lideranças e personalidades são pessoas que têm um trabalho reconhecido por grande parte da população. Geralmente, são grandes líderes religiosos, artistas, com conhecimentos importantíssimos e enorme experiência de vida, que se incubem de representar e cuidar de seu povo e repassar os modos de celebração e de cura aprendidos de seus ancestrais, como caciques, mães e pais de santo, pajés, guerreiros e outros.
Histórias dos locais e dos territórios são contadas, geralmente, pelas pessoas mais velhas, que conhecem a história e a cultura e têm prazer de repassar aos que não vivenciaram, os quais passam a conhecer e se orgulhar de seu pertencimento étnico-racial. Nas culturas indígena e negra, essas histórias são a forma principal de transmissão e preservação do conhecimento e da sua cultura, que assim têm resistido, com o passar do tempo, à massificação e suas tendências uniformizantes
2 - 
Em 10 de março de 2008, a Lei 11.645/08 alterou dispositivos da LDB tornando obrigatório a temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” nas escolas. No entanto, é importante levantarmos as seguintes questões: a referida Lei é garantia do trabalho não estereotipado da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena? Como as temáticas da escravidão e da segregação do negro e do indígena são abordados nas escolas? É possível relacionar a “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” e sua segregação com o desenvolvimento do capitalismo?
Com relação ao trecho acima e em seus conhecimentos a respeito do assunto, marque a alternativa correta:
A chamada “política de embranquecimento” entre amplos segmentos das elites econômicas do Império, gerada por ideologias e pelos estereótipos de inferioridade do negro, que precedida pela necessidade de braços para a lavoura contribuíra para o incremento de políticas que visaram trazer imigrantes europeus para o Brasil. Na medida em que se tornava economicamente inviável, a escravidão foi perdendo força entre os representantes das oligarquias rurais. A abolição proclamada em 1888,
É inegável a contribuição do habitante nativo para a concretização dos propósitos colonizadores, a mão-de-obra africana tornou-se uma das principais fontes de acumulação de capitais para a metrópole. Diferentes grupos nativos reagiram de diversas formas, ocorrendo fugas, intensificando o consumo de bebidas alcoólicas e casos de homicídios como forma de reação à violência estabelecida pelo colonizador, o que comprometia a organização da economia naquele período.
A Lei 11.645/08 implica necessariamente em uma mudança significativa nas práticas educativas no âmbito escolar, alterando as relações de produção socialmente estabelecidas. As práticas pedagógicas desenvolvidas no contexto escolar são alicerçadas em práticas que valorizam as manifestações culturais dos segmentos marginalizados ou minoritários.
A postura da Igreja enquanto instituição foi de reprovação da escravidão, visto que, letrados que estiveram presentes na América portuguesa, em especial os clérigos, a partir da segunda metade do século XVII, exortassem aos senhores de escravos para que dispensassem um tratamento mais “humanizado e cristão”.
3 - 
A realidade vivenciada pelo negro brasileiro é de incertezas quanto à sua aceitação na sociedade. Embora a Constituição Federal Brasileira (BRASIL, 1988) denote a liberdade do indivíduo em participar de sua cultura, bem como de ser respeitado enquanto parte dessa dimensão particular, os afrodescendentes, por muito, não têm como recorrer às suas origens, em razão de terem sido destruídos os meios documentais que registravam e atestavam a existência desses povos em terras brasileiras. Após o fim do regime escravagista visando apagar nossa história, o ministro Rui Barbosa, em 14 de
dezembro de 1890 (2 anos após a abolição), decretou a queima de matrículas de escravos, filhos livres de mulheres escravas e libertos (VÁRIOS, 1982 apud, SILVA 1998).
Com base no assunto, marque V (verdadeiro) e F (falso) nas afirmativas abaixo:
(  ) A libertação dos escravos se deu de forma passiva, generosa, burocrática, sem lutas, apenas pela boa vontade dos jovens aristocratas do final do século XIX.
(  ) Em 1850 foi editada a lei nº 581, conhecida como Lei Euzébio de Queiroz. Uma lei controversa e discutível, já que visava à proibição do tráfico negreiro de tal maneira que o navio negreiro, quando interceptado, deveria ser abatido. “Sua carga humana, considerada traficância, deveria trabalhar 14 anos para pagar a despesa de reexportação”. (SILVA, 1996, p. 125). Houve também a promulgação de uma lei que proibia a separação de uma família de escravos, de 15 de setembro de 1869.
(  ) A doutrina da democracia racial incluía a política do Estado ou racismo informal de qualquer responsabilidade adicional pela situação da população negra. Se os negros fracassaram em sua ascensão na sociedade brasileira, evidentemente foi por culpa do Estado, pois essa sociedade reprimiu e obstruiu o seu progresso. A realidade continuada da pobreza e marginalização dos negros era vista como uma refutação da ideia de democracia racial.
(  ) A concepção eugenista da sociedade brasileira, à qual foi estimulada a miscigenação para fins de branqueamento de sua população, possuía objetivos de melhorar as raças humanas. Mas tais interesses ainda continuavam mascarados pela ilusão da boa convivência entre as raças. Segundo Santos (1984, p. 30) alguns princípios básicos da eugenia são que: Os acontecimentos da vida de um povo se explicam pela sua
formação racial; O comportamento psicológico de um povo é determinado pela sua raça. (Assim como o comportamento de uma pessoa é determinado pela sua morfologia.).
A sequência correta é:
F-F-V-V
F-V-V-F
V-V-F-V
F-V-F-V
4 - 
Muitos ainda utilizam o termo “vinda”, quando se referem à chegada do negro ao Brasil. Um equívoco na terminologia pode trazer sérios comprometimentos referentes ao juízo de como se deram as relações de exploração desses povos, suas condições de vida no outro lado do atlântico, e as possíveis explicações e argumentos para a legitimação de tal opressão.
Com relação a construção da ideia de inferioridade, marque a alternativa correta abaixo:
Buffon foi o primeiro a utilizar o termo raça, mas este fora apenas disseminado no século XIX. O uso da terminologia “raça”, extraído da zoologia, determinou tal classificação hierarquizada, com explicações diversas para justificar tal escala de valores. Buffon alegava que inferioridade do negro se devia a sua espécie originária. 
Santos (2002, p. 27) diz que a observaçãodo negro levou Voltaire a perceber que havia uma só espécie humana, que se diferenciava na cor, na grandeza e nas diferenças naturais dos povos. Segundo Santos (2002. p. 31), Voltaire acreditava em uma unidade de espécie.
Munanga (1986 pp. 13-14) revela que as primeiras referências de um povo negro de perfil desfavorável foram criadas pela imaginação fértil do grande historiador grego Heródoto. Já, por volta do século XV, em meio às grandes viagens marítimas em busca de novos territórios, se mitificava uma imagem negativa dos povos da costa africana, com bases nos relatos do historiador que, entre outras descrições, afirmava a existência de seres bárbaros semi-homens, semianimais.
Joseph Arthur de Gobineau, diplomata, escritor e filósofo francês que se tornou celebre por escrever um "Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas" em 1835, acreditavam na degeneração das raças, quando misturado ao de outra raça. O que caracterizava o seu Ensaio era a divisão que fazia da raça branca. Esta, segundo Gobineau, tinha três subgrupos: os arianos, que são os verdadeiros brancos e criadores da civilização; os albinos de origem mongólica; e os mediterrâneos,
5 - 
Estima-se que existam atualmente 46 evidências de “índios isolados” no território brasileiro, das quais apenas 12 foram confirmadas até hoje pela FUNAI. “Índios isolados” é uma terminologia usada pela FUNAI para designar aqueles com os quais ela não estabeleceu nenhum contato. Em geral, não se sabe ao certo quem são, onde estão, quantos são e que línguas falam. Algumas poucas informações reunidas baseiam-se em vestígios e evidências pontuais ou em relatos de pessoas. A pouca literatura sobre esses povos traz, por vezes, fotos de tapiris, flechas e outros objetos encontrados nas áreas, fornecidos por sertanistas da FUNAI ou por pesquisadores e missionários que atuam nas regiões próximas. O que é mais abundante são os relatos orais feitos por outros índios e regionais que vivem próximos, narram encontros casuais, ou simplesmente reproduzem informações de terceiros que, muitas vezes, se misturam a lendas e a mitos corriqueiros em diferentes regiões e situações da Amazônia.
Marque a alternativa incorreta abaixo:
Das 46 evidências de grupos, é possível afirmar que seis deles estão em terras indígenas próprias, ou seja, reconhecidas e/ou demarcadas especificamente para eles, 15 estão localizados em terras reconhecidas ou demarcadas para outros grupos indígenas e seis estão em terras indígenas não reconhecidas. Este dado é importante na medida em que vivendo em terras particulares aumenta a chance de os grupos estarem mais seguros em relação aos seus inimigos, uma vez que o proprietário da t
Dados do Instituto Socioambiental (ISA) dão conta de que foi por meio de relatos verbais que se obteve a maioria das informações sobre os Hi-Merimã, que habitam a região do médio rio Piranha, entre o rio Juruá e o rio Purus, no estado do Amazonas. Segundo a fonte, em 1943, os Hi-Merinã foram estimados em mais de 1 mil pessoas e ficaram conhecidos pelos conflitos travados com as populações vizinhas. Eles se negaram a ter contato com a sociedade envolvente e mesmo com outros índios, co
O conceito de “índios isolados não se trata disso. Muitas vezes esses grupos já tiveram no passado algum tipo de contato com outros índios ou mesmo com a sociedade não-indígena, e se refugiaram em lugares mais distantes e inóspitos exatamente para fugir das tragédias trazidas pela contiguidade que por algum tempo experimentaram. Esta pode ser a razão pela qual eles também não querem manter a aproximação com outros povos indígenas, porque os percebem como potenciais intermediário
Os Korubo ficaram conhecidos em 1996, quando uma expedição da FUNAI, acompanhados por repórteres da revista National Geographic, transmitiu ao vivo e on-line para todo o mundo os primeiros contatos com uma parcela do grupo, no Vale do Javari, estado do Amazonas, os quais habitam. É a mais recente experiência de contato. Na região, eles são mais conhecidos por “índios caceteiros”, por usarem “cacetes” ou bordunas para se defenderem e para atacar seus inimigos, ao invés de arcos e
6 - 
A riqueza da diversidade sociocultural dos povos indígenas representa uma poderosa arma na defesa dos seus direitos e hoje alimenta o orgulho de pertencer a uma cultura própria e de ser brasileiro originário. A cultura indígena em nada se refere ao grau de interação com a sociedade nacional, mas com a maneira de ver e de se situar no mundo; com a forma de organizar a vida social, política, econômica e espiritual de cada povo. Neste sentido, cada povo tem uma cultura distinta da outra, porque se situa no mundo e se relaciona com ele de maneira própria. Analise as afirmativas abaixo:
I. Os povos indígenas São povos que representam culturas, línguas, conhecimentos e crenças únicas, e sua contribuição ao patrimônio mundial – na arte, na música, nas tecnologias, nas medicinas e em outras riquezas culturais – é incalculável. Eles configuram uma enorme diversidade cultural, uma vez que vivem em espaços geográficos, sociais e políticos sumamente diferentes. A sua diversidade, a história de cada um e o contexto em que vivem criam dificuldades para enquadrá-los em uma definição única. Eles mesmos, em geral, não aceitam as tentativas exteriores de retratá-los e defendem como um princípio fundamental o direito de se auto definirem.
II. Os povos nativos do continente americano eram inferiores e primitivos em relação aos colonizadores europeus, pois não pertenciam a nenhuma civilização. É fato também que foram os europeus aniquilaram todas essas grandes civilizações indígenas, se aproveitando da superioridade que tinham na arte da guerra, cidades indígenas sendo completamente arrasadas e queimadas.
III. Os povos indígenas habitantes do território brasileiro são caracterizados por terem criado sistemas políticos baseados em grandes redes de alianças políticas e econômicas, chamadas confederações. Uma das mais conhecidas, a Confederação dos Tamoios, ficou famosa por sua resistência e bravura no período inicial da colonização portuguesa.
IV. As culturas indígenas em grande medida têm modificado sua singularidade em face do mundo moderno. A consciência de uma cultura própria é em si um ato libertador, na medida em que vence o sentimento de inferioridade diante da cultura opressora. Porém, as culturas indígenas são dinâmicas. Os índios modificam suas línguas, suas experiências e sua relação com a natureza e com a sociedade. Eles mantêm a tradição oral e os rituais como manifestação artística e maneira de vinculação com a natureza e o sobrenatural, mas mudam o papel socializador e educador da família, aplicam os novos conhecimentos modernos e praticam o respeito à natureza.
As afirmativas corretas são:
I e IV.
I, II e IV.
I e III.
II e III.
7 - 
Os povos indígenas no Brasil conformam uma enorme diversidade
sociocultural e étnica. São 222 povos étnica e socioculturalmente diferenciados que falam 180 línguas distintas. Ë verdade que essa diversidade é o resultado de uma drástica redução ao longo da história de colonização, uma vez que já havia além de 1.500 povos falando mais de 1.000 línguas indígenas distintas quando Pedro Alvarez Cabral chegou ao Brasil em 1500.
Com base na organização social indígena, marque a opção incorreta:
As relações sociais mais fortes entre os povos indígenas são as de parentesco e de alianças. As relações de parentesco estendem-se ao escopo de uma família extensa e são a base de toda a estrutura social de um povo. As relações de alianças estabelecem-se a partir de necessidades estratégicas comuns entre os aliados e são muitas vezes temporais. Deste modo, as alianças constituem a base de interesses comuns compartilhados e recíprocos, uma espécie de troca.
Cada povo indígena possui um modo próprio de organizar suas relações sociais, políticas e econômicas – as internas ao povo e aquelas com outros povos com os quais mantém contato. Em geral, a base da organização social de um povo indígena é a família extensa, entendida como umaunidade social articulada em torno de um patriarca ou de uma matriarca por meio de relações de parentesco ou afinidade política ou econômica. São denominadas famílias extensas por aglutinarem um número
Os tipos e as condições em que as relações acontecem com o meio natural e sobrenatural também influenciam a qualidade de vida. Povos que vivem em terras mais reduzidas em recursos naturais têm a possibilidade de uma vida mais rica, baseada em valores como a solidariedade, a reciprocidade e a generosidade, pois aprenderam a dividir. Ao passo que os povos que ocupam terras mais extensas e com mais recursos naturais vivem conflitos internos maiores, o que dificulta muitas vezes as práticas
Toda organização social, cultural e econômica de um povo indígena está relacionada a uma concepção de mundo e de vida, isto é, a uma determinada cosmologia organizada e expressa por meio dos mitos e dos ritos. As mitologias e os conhecimentos tradicionais acerca do mundo natural e sobrenatural orientam a vida social, os casamentos, o uso de extratos vegetais, minerais ou animais na cura de doenças, além de muitos hábitos cotidianos. É a partir dessas orientações cosmológicas que a
8 - 
O reconhecimento da cidadania indígena brasileira e, consequentemente, as valorizações das culturas indígenas possibilitaram uma nova consciência étnica dos povos indígenas do Brasil. Ser índio transformou-se em sinônimo de orgulho identitário. Ser índio passou de uma generalidade social para uma expressão sociocultural importante do país. Ser índio não está mais associado a um estágio de vida, mas à qualidade, à riqueza e à espiritualidade de vida. Ser tratado como étnicos diversos e diferenciados, da mesma forma que os povos europeus (alemão, italiano, francês, holandês) são diferentes entre si. Seria ofensa dizer que o alemão é igual ao português, da mesma maneira que é ofensa dizer que o povo Yanomami é igual ao Guarani.
Assinale V (verdadeiro) e F (falso) para as afirmativas abaixo:
(  ) Os povos indígenas, ao longo dos 500 anos de colonização, foram obrigados, por força da repressão física e cultural, a reprimir e a negar suas culturas e identidades como forma de sobrevivência diante da sociedade colonial que lhes negava qualquer direito e possibilidade de vida própria. Os índios não tinham escolha: ou eram exterminados fisicamente ou deveriam ser extintos por força do chamado processo forçado de integração e assimilação à sociedade nacional. Os índios que sobrevivessem às guerras provocadas e aos massacres planejados e executados deveriam compulsoriamente ser forçados a abdicar de seus modos de vida para viverem iguais aos brancos. No fundo, era obrigá-los a abandonarem suas terras, abrindo caminho para a expansão das fronteiras agrícolas do país. O objetivo, portanto, não era econômico, mas sobretudo cultural e racial, guiando toda a política e as práticas adotadas pelos colonizadores.
(  ) O Nordeste é uma região emblemática para que se entendam hoje os meandros do que foi o processo colonizador enfrentado pelos povos indígenas. Por estar localizada ao longo do litoral brasileiro, a região foi alvo primeiro da ocupação colonial pelos portugueses. Essa ocupação violenta resultou em profundas perdas territoriais e na submissão, por absoluta necessidade de sobrevivência, aos poderes econômicos coloniais, marca dos diversos povos da região, como os Xucurus, os Fulniô, os Cariri-Xocó, os Tuxá, os Aticum, os Tapeba, os Potiguara, entre outros.
(  ) O processo de reafirmação da identidade indígena e o sentimento de orgulho de ser índio estão ajudando a recuperar gradativamente a autoestima indígena perdida ao longo dos anos de repressão colonizadora. Os dois sentimentos caros aos povos indígenas estão possibilitando a retomada de atitudes e de comportamentos mais positivos entre eles, diante de um horizonte sociocultural mais promissor e esperançoso.
(  ) Na ocupação colonial as línguas nativas foram substituídas pelo português e o modo de vida desses povos pouco se distingue dos camponeses não-índios. As áreas que ocupam dificilmente possibilitam uma vida autônoma de produção e reprodução de suas culturas, tradições e valores para as quais necessitariam de um resgate e de uma reorganização social. No entanto, a identidade indígena entre os povos da região é marcada por rituais específicos, como as festas do Toré (dos Tuxá) e o Uricuri (dos Fulniô), nos quais é proibida a presença de não índios, como marca da fronteira identitária étnica. Neste sentido, a identidade indígena, negada e escondida historicamente como estratégia de sobrevivência, é atualmente reafirmada e muitas vezes recriada por esses povos.
A sequência correta é:
V-V-F-F
F-F-V-F
V-F-V-V
F-V-V-V
9 - 
A denominação índio ou indígena, segundo os dicionários da língua portuguesa, significa nativo, natural de um lugar. É também o nome dado aos primeiros habitantes (habitantes nativos) do continente americano, os chamados povos indígenas. Mas esta denominação é o resultado de um mero erro náutico. O navegador italiano Cristóvão Colombo, em nome da Coroa Espanhola, empreendeu uma viagem em 1492 partindo da Espanha rumo às Índias, na época uma região da Ásia. Castigada por fortes tempestades, a frota ficou à deriva por muitos dias até alcançar uma região continental que Colombo imaginou que fossem as Índias, mas que na verdade era o atual continente americano. Foi assim que os habitantes encontrados nesse novo continente receberam o apelido genérico de “índios” ou “indígenas” que até hoje conservam. Deste modo, não existe nenhum povo, tribo ou clã com a denominação de índio. Na verdade, cada “índio” pertence a um povo, a uma etnia identificada por uma denominação própria, ou seja, a autodenominação, como o Guarani, o Yanomami etc. Mas também muitos povos recebem nomes vindos de outros povos, como se fosse um apelido, geralmente expressando a característica principal daquele povo do ponto de vista do outro. Ex.: Kulina ou Madjá. Os Kanamari se autodenominam Madjá, mas os outros povos da região do Alto Juruá os chamam de Kanamari.
Marque a alternativa incorreta:
Desde a primeira invasão de Cristóvão Colombo ao continente americano, há mais de 508 anos, a denominação de índios dada aos habitantes nativos dessas terras continua até os dias de hoje. Para muitos brasileiros brancos, a denominação tem um sentido pejorativo, resultado de todo o processo histórico de discriminação e preconceito contra os povos nativos da região. Para eles, o índio representa um ser sem civilização, sem cultura, incapaz, selvagem, preguiçoso, traiçoeiro etc. 
Com o surgimento do movimento indígena organizado a partir da década de 1970, os povos indígenas do Brasil chegaram à conclusão de que era importante manter, aceitar e promover a denominação genérica de índio ou indígena, como uma identidade que une, articula, visibiliza e fortalece todos os povos originários do atual território brasileiro e, principalmente, para demarcar a fronteira étnica e identitária entre eles, enquanto habitantes nativos e originários dessas terras, e aquele
O termo parente não significa que todos os índios sejam iguais e nem semelhantes. Significa apenas que compartilham de alguns interesses comuns, como os direitos coletivos, a história de colonização e a luta pela autonomia sociocultural de seus povos diante da sociedade global. Cada povo indígena constitui-se como uma sociedade única, na medida em que se organiza a partir de uma cosmologia particular própria que baseia e fundamenta toda a vida social, cultural, econômica e religiosa do 
A decisão qualificada tomada pelos povos indígenas do Brasil quanto à valorização positiva da denominação genérica de índio ou indígena, expressa por meio do termo parente, simboliza a aceitação do sentimento de inferioridade imposto a eles pelos colonizadores durante todo o processo de colonização. Antes da década de 1970, chamar alguém de índio, fosse ele nativo ou não, era uma ofensa. E como a denominação estava associada aos povos nativos, consequentemente as denominaçõ
10 - 
 Falarhoje de índios no Brasil significa falar de uma diversidade de povos, habitantes originários das terras conhecidas na atualidade como continente americano. São povos que já habitavam há milhares de anos essas terras, muito antes da invasão europeia. Segundo uma definição técnica das Nações Unidas, de 1986, as comunidades, os povos e as nações indígenas são aqueles que, contando com uma continuidade histórica das sociedades anteriores à invasão e à colonização que foi desenvolvida em seus territórios, consideram a si mesmos distintos de outros setores da sociedade, e estão decididos a conservar, a desenvolver e a transmitir às gerações futuras seus territórios ancestrais e sua identidade étnica, como base de sua existência continuada como povos, em conformidade com seus próprios padrões culturais, as instituições sociais e os sistemas jurídicos.
Marque a alternativa correta:
A criação de organizações indígenas formais que representem os seus interesses perante a sociedade nacional e global e por meio das quais possam ser construídas alianças para resolverem suas demandas constitui um passo importante na redefinição do lugar dos povos indígenas no Brasil. A consolidação do movimento indígena, a oferta de políticas públicas específicas e a recente e crescente revalorização das culturas indígenas estão possibilitando a recuperação do orgulho étni
Entre os povos indígenas existem alguns critérios de auto definição mais aceitos, únicos e não excludentes, como: Continuidade histórica com sociedades pré-coloniais; identificar-se como semelhante da sociedade nacional; Sistemas sociais, econômicos e políticos mal definidos; estreita vinculação com o território.
Segundo os dados da FUNASA, a população indígena está dispersa por todo o território brasileiro, sendo que na região Sudeste concentra-se o maior contingente populacional indígena, com 49%, e na região Norte está o menor contingente populacional indígena do país, com apenas 2%.
Desde a última década do século passado vem ocorrendo no Brasil um fenômeno conhecido como “etnogênese” ou “reetinização”. Nele, povos indígenas são incentivados a mostrar suas identidades tribais como estratégia aceitação – assim amenizando as agruras do preconceito e da discriminação – estão reassumindo e recriando as suas tradições indígenas. Esse fenômeno está ocorrendo principalmente na região Nordeste e no sul da região Norte, precisamente no estado do Par
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