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JOGOS UMA METODOLOGIA PARA O ENSINO E 
APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL 
 
Luiz Otavio Rodrigues Mendes
1
 
Isabelle Alves Trobia
2
 
 
1
Universidade Estadual de Ponta Grossa/Matemática, mendesluizotavio@r7.com 
2
Universidade Estadual de Ponta Grossa/Matemática, isatrobia@gmail.com 
 
Resumo 
 
Os jogos como metodologia para ensino e aprendizagem de matemática, atualmente, vêm 
ganhando espaço dentro de nossas escolas, numa tentativa de trazer o lúdico para dentro da 
sala de aula. Busca-se através dessa pesquisa, perceber quando e com que finalidade os 
professores utilizam os jogos nas aulas de matemática. Realizou-se esta pesquisa, que tem 
como objetivo principal investigar de que forma os jogos podem ser utilizados nas aulas de 
Matemática, qual o paradigma dos professores em relação aos mesmos e como se dá o 
ensino e aprendizagem dos alunos com o uso de jogos. A metodologia utilizada é de cunho 
qualitativo por meio de estudo de caso. Com o levantamento realizado chega-se ao 
seguinte resultado: os professores utilizam jogos de matemática como fixação nas aulas de 
matemática. O trabalho docente com o uso de jogos quando bem orientado, auxilia o 
desenvolvimento de habilidades tais como: observação, análise, levantamento de hipóteses, 
busca de suposição, reflexão, tomada de decisão, organização e argumentação; os alunos 
trabalhando com os erros enxergando apenas como um obstáculo a ser superado para a 
realização dos jogos. O uso de jogos, nas aulas de matemática, traz benefícios tanto para os 
professores quanto aos alunos. 
 
Palavras-chave: Jogos. Ludicidade. Educação Matemática. Metodologia de ensino. 
 
INTRODUÇÃO 
 
Atualmente os alunos vêm mais e mais demonstrando uma mudança de perfil em 
relação há alguns anos atrás, devido às novas tecnologias que se encontram a disposição de 
todos, da grande quantidade de informações que essas crianças recebem diariamente e 
também dos problemas sociais que a crianças visualizam no seu dia-a-dia. As crianças já 
não brincam mais nas calçadas, amarelinha, pique – esconde entre outras brincadeiras que 
antes eram tão comuns. Consequentemente, o espaço das mesmas está reduzido ao de seus 
apartamentos, condomínios ou o seu próprio quarto. As brincadeiras de hoje acontecem na 
frente do computador ou do vídeo game, e as interações mais comuns entre os adolescentes 
se dá através da internet. 
É voltado a esse novo perfil de aluno, precocemente maduro quanto à 
realidade da vida, que precisamos desenvolver novos métodos de ensino, 
visando adequar a construção do conhecimento ao contexto no qual os alunos estão 
inseridos. A realidade é que hoje temos que trabalhar com alunos que estão indiferentes 
aos conteúdos trabalhados, desmotivados e desinteressados pelas atividades propostas 
pelos professores. 
A prática pedagógica presente nas aulas de matemática reserva ao 
aluno um papel passivo: cabe a ele ouvir e registrar o que o professor expõe; 
efetuar exercícios semelhantes ao resolvido na lousa; memorizar regras, das 
quais nem sempre entende o significado, para resolução de questões que não despertam seu 
interesse e que em geral admite uma única solução. A formação de indivíduos críticos e 
criativos exige a transformação das concepções, consciente ou não, que orientem a prática 
do professor em questões como: o que é aprender, como se adquire conhecimento, como se 
desenvolve a inteligência, quais os procedimentos e qual o papel do professor 
reservado nesse processo. Para isso novas tendências metodológicas surgiram entre elas 
encontra-se os jogos. 
 A ideia de trabalhar com jogos vem de um projeto de extensão realizado por 
professores e acadêmicos de licenciatura matemática da Universidade Estadual de Ponta 
Grossa –PR. A forma de trabalho nos permitiu analisar o resultado de nossa própria 
prática, bem como a aprendizagem dos alunos o que nos leva a acreditar que os jogos 
podem ser uma metodologia excelente para o ensino e aprofundamento da matemática nos 
anos finais do Ensino Fundamental. 
O presente trabalho investigou sobre o que pensam os professores de matemática 
em relação à utilização de jogos nas aulas de matemáticas no ensino fundamental e tem 
como objetivo investigar de que forma os jogos podem ser utilizados nas aulas de 
Matemática e qual o paradigma dos professores em relação aos mesmos. Mas algumas 
questões devem ser pensadas quando se trata do uso de jogos em aulas de matemática: 
Qual a maneira mais adequada e eficiente para fazer uso de jogos? O que os professores 
pensam sobre a utilização de jogos nas aulas? Como os professores utilizam esses? 
Para a realização desse trabalho partiu-se da seguinte hipótese: a maioria dos 
professores do ensino fundamental utilizam jogos no ensino e aprendizagem de 
matemática como fixador dos conteúdos. Para atingir os objetivos proposto realiza-se uma 
pesquisa de campo com professores e depois uma análise desses dados. A partir desses 
objetivos, as seguintes questões norteadoras foram estruturadas: 
 O que são jogos? 
 Que tipos de jogos existem e quais suas classificações? 
 De que maneira os jogos podem auxiliar no ensino e na aprendizagem da 
Matemática? 
 De que forma é possível fazer do jogo uma estratégia didática para o ensino da 
Matemática? 
 O que os professores consideram como jogos e quais os problemas que enfrentam o 
fazer uso dessa ferramenta? 
Dessa forma pretende-se nesse projeto relatar qual a importância do uso de jogos 
nas aulas de matemática, como esses devem ser realizados e qual a visão dos professores 
sobre esses. Mostrando que o jogo quando bem orientado, auxilia o desenvolvimento de 
habilidades tais como: observação, análise, levantamento de hipóteses, busca de suposição, 
reflexão, tomada de decisão, organização e argumentação. 
 
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO METODOLÓGICO 
 
Gerando muitas discussões em metodizar o seu aproveitamento, Smole (2007), 
Friedmann (1966) e Vygotsky (1994), expressam em suas autorias a importância do lúdico. 
Intensificam os pontos positivos, ao tê-lo como aliado em sala de aula, abrindo novos 
caminhos para melhorar o ensino de matemática. A palavra lúdico vem do latim, ludus e 
significa brincar. Para a criança, o interesse em brincar é muito grande, pois acaba 
descobrindo, testando e aprendendo. Claramente uma brincadeira, com segurança e 
acompanhada, não traz riscos a sua saúde mental e física. E tem-se a concepção de regras 
dando origens a uma percepção de como se desenvolve a sociedade. 
Contudo, é necessário que os educadores percebam a presença desses interesses e 
dessas capacidades e transformem a Educação Matemática em algo alegre, interessante e 
prazeroso. Ao educador cabe o papel de conhecer bem a realidade onde atua e capacitar-se 
para a utilização correta dos recursos tecnológicos, que estão presentes não só na escola, 
mas no dia a dia dos alunos. Caso os recursos não sejam bem explorados, o professor 
apenas estará utilizando uma nova roupagem para o ensino mecanizado e já superado pelo 
desinteresse dos alunos. Segundo Borin: 
 
Essa metodologia representa, em sua essência, uma mudança de postura 
em relação ao que é ensinar matemática, ou seja, ao adotá-la, o 
professor será um espectador do processo de construção do saber pelo 
seu aluno, e só irá interferir ao final do mesmo, quando isso se fizer 
necessário através de questionamentos, por exemplo que levem os alunos 
a mudanças de hipóteses, apresentando situações que forcem a reflexão 
ou para a socialização das descobertas dos grupos, mas nunca para dar 
a resposta certa. Ao aluno de acordo com essa visão, caberá o papel 
daquele que busca e constrói o seu saber através da análise das 
situações que se apresentam no decorrer do processo (BORIN, 1998, p. 
10-11). 
 
O jogo quando inserido nas aulas de matemática podem trazer excelentes 
benefícios. Friedmann (1966), afirma que “o jogo é a atividadeessencial das crianças e 
seria interessante que contribuísse um dos enfoques básicos para o desenvolvimento dos 
programas pré-escolares. ” Focando nos conteúdos matemáticos e apropriando-o a idade 
correta, torna-se positivo a sua atuação, tornando as aulas de matemática muito mais 
prazerosas. 
Ressalta Friedmann: 
 
Os jogos lúdicos permitem uma situação educativa cooperacional e 
interacional, ou seja, quando alguém está jogando está executando 
regras do jogo e ao mesmo tempo, desenvolvendo ações de cooperação e 
interação que estimulam a convivência em grupo. (FRIEDMANN, 1996, 
p.41) 
 
Com o lúdico algumas habilidades são desenvolvidas como: a observação, 
diferenciação de cores, figuras e formas, autonomia, aceitação do erro e regras. A criança, 
ao analisar o que faz, cria o seu ponto crítico, levanta hipóteses, descobre e compartilha 
ideias com seus colegas. Trabalha suas reflexões, argumentação e nas atividades práticas 
melhora seu condicionamento físico. Opinam no decorrer do jogo e tomam decisão. 
Estimula a curiosidade, concretizando e ampliando seu conhecimento. Desenvolve a 
organização nos alunos e aprimora-se o trabalho em equipe. 
Ao brincar preparam-se para a vida quando adultos, passando por momentos, que 
acaba servindo de treinamento para sua vida. O propósito de se trabalhar com jogos está 
em superar as dificuldades encontradas e focar no ensino e aprendizado do conteúdo. Nos 
jogos obtemos o aprendizado e seu uso nas aulas de matemática cresce a cada dia mais. 
Rego coloca que: 
 
Mesmo havendo uma significativa distância entre o comportamento na 
vida real e o comportamento no brinquedo, a atuação no mundo 
imaginário e o estabelecimento de regras a serem seguidas criam uma 
zona de desenvolvimento proximal, na medida em que impulsionam 
conceitos e processos em desenvolvimento (REGO, 1994, p 83). 
 
Ao despertar a imaginação, cria-se maiores chances de entender o exercício, dando 
“asas à imaginação”. O aluno, desenvolve seus próprios métodos de resolução, 
supervisionados pelo professor, partindo de conhecimentos já assimilados. Observa-se nas 
escolas a presença de alunos desinteressados, desmotivados e professores que não se 
dedicam o quanto deveriam para trazer esses alunos para uma participação efetiva nas 
aulas. A utilização do lúdico nas aulas de matemática não é muito comum. Os jogos vêm 
ganhando espaço dentro de nossas escolas, numa tentativa de trazer o lúdico para dentro da 
sala de aula. Contudo, muitas vezes ele é concebido apenas como um passatempo ou uma 
brincadeira e não como uma atividade que pretende auxiliar o aluno a pensar com clareza, 
desenvolvendo sua criatividade e seu raciocínio lógico. Para Emerique: 
 
[..] se os professores considerassem o lúdico como um recurso associado 
à motivação, talvez o exercício ou a tarefa se tornassem mais 
desafiantes, provocadoras de curiosidade, [...] permitindo maior 
envolvimento e compromisso com o desafio do conhecimento da 
realidade, de si mesmo e do outro, facilitando o aprender a aprender. 
(EMERIQUE, IN BICUDO, 1999, p. 190). 
 
O ato de desafiar, contrasta em várias formas a resposta que os alunos podem 
trazer. Dotado de uma enorme curiosidade, e explorando os sentimentos em seu 
crescimento, desafiar o aluno, pode lhe aflorar uma grande vontade em conseguir vencer, a 
criança com sua inocência, mesmo assim sabe que é bom vencer. Possibilitando então 
procurar maneiras de vencer, ao se introduzir o lúdico na sala de aula, ele se confronta em 
três frentes, ser desafiado pelo jogo, que por si só já traz suas regras e metodiza quem pode 
vencer, o professor que mostra o caminho, já utilizando a matemática como forma a 
facilitar a busca da vitória, e os colegas de classes, com as mesmas intenções, acirrando a 
competição, acelerando de certa forma essa conquista e ganhando como bônus e intenção 
de toda essa prática, a aprendizagem matemática. 
O jogo é um fenômeno cultural com múltiplas manifestações e significados, que 
variam conforme a época, a cultura e o contexto. Um bom jogo deve ser interessante e 
desafiador, deve permitir que a criança avalie seu desempenho, o resultado deve ser claro 
para que ela consiga se avaliar e criar novas tentativas, além de proporcionar a participação 
do grupo todo durante todo o jogo. O jogo deve proporcionar um contexto estimulador da 
atividade mental da criança com sua capacidade de cooperação, sendo esse jogado de 
acordo com as regras pré-estabelecidas. 
Proposto nos Parâmetros Curriculares Nacionais: 
 
Os jogos podem contribuir para um trabalho de formação de atitudes – 
enfrentar desafios, lançar-se à busca de soluções, desenvolvimento de 
crítica, da intuição, da criação de estratégias e da possibilidade de 
alterá-las quando o resultado não é satisfatório. (PCN, BRASIL, 
1998,p.47) 
 
O jogo para ensinar matemática deve cumprir o papel de auxiliar no ensino do 
conteúdo, propiciar a aquisição de habilidades, permitir o desenvolvimento operatório do 
sujeito e, levar o aluno do conhecimento inicial ao conhecimento mais elaborado. Segundo 
estudos, abrindo os olhos das crianças, a escola que deve preparar para a vida, ensinando 
diversas situações, que poderá passar, e conhecimento suficiente para conseguir completa-
las, os jogos ressaltam algumas dessas situações. 
 Com os jogos deve-se abranger todos os tipos de situações e envolver todos os 
alunos, cuidando para não os descriminalizar. Ao ser cauteloso na escolha dos jogos deve-
se levar em conta que as turmas são heterogêneas. Cada aluno tem seu próprio limite e o 
seu tempo para o aprendizado e isso deve ser levado em conta na escolha do jogo. Antes de 
ser aplicado o jogo deve ser testado para que eventuais imprevistos não ocorram e para que 
o ensino e aprendizado sejam concretizados. 
Novas ideias podem ser concebidas no jogo, em eventuais acontecimentos em sala 
de aula. Tendo grande valor a participação dos alunos, adicionando e melhorando o jogo a 
ser trabalhado. Ao se trabalhar com o lúdico não se deve esquecer o objetivo principal de 
ensinar a matemática. A grande abrangência de ideias que se pode colocar em um jogo, faz 
que ele possa destinar o caminho que o aluno tomará. O jogo é “ uma forma de 
socialização que prepara a criança para ocupar um lugar na sociedade adulta” 
(BROUGERE apud KISHIMOTO, 1998, p. 147). Muitas medidas que são tomadas, 
interferem na vida das crianças. Por se trabalhar em função de um grupo de aluno, tentando 
agradar a todos e desempenhar o seu trabalho. Afirma Henriot: 
 
Pode-se chamar de jogo todo processo metafórico resultante da decisão 
tomada e mantida como um conjunto coordenado de esquemas 
conscientemente percebidos como aleatórios para a realização de um 
tema deliberadamente colocado como arbitrário. (HENRIOT, 1989, p.7) 
 
Nos mais variados temas, que se pode trabalhar tem-se que eles devem ter uma 
certa coordenação, ao qual o aluno esteja consciente do porque está fazendo aquilo, e não 
que seja apenas mais uma brincadeira em seu dia a dia. As decisões que ele for tomar, 
deverão ter um sentido e um objetivo. Procurando assim fazê-lo pensar de que maneira irá 
conseguir ultrapassar, certas barreiras presentes no desafio proposto pelo jogo. 
O jogo é um fenômeno cultural com múltiplas manifestações e significados, que 
variam conforme a época, a cultura e o contexto. Um bom jogo deve ser interessante e 
desafiador, deve permitir que a criança avalie seu desempenho, o resultado deve ser claro 
para que ela consiga se avaliar e criar novas tentativas, além de proporcionar a 
participação do grupo todo durante todo o jogo. O jogo deve proporcionar um contexto 
estimulador da atividade mental da criança com sua capacidade de cooperação, sendo esse 
jogado de acordo com as regras pré-estabelecidas. 
Após selecionar o conteúdo a ser trabalhado o jogo pode ser escolhido por permitir 
que os alunos comecem a pensar sobreum novo assunto, ou para que eles tenham um 
tempo maior para desenvolver a compreensão sobre um conceito, para que eles 
desenvolvam estratégias de resolução de problemas ou para que conquistem determinadas 
habilidades que naquele momento você vê como importantes para o processo de ensino e 
aprendizagem. Atuando em vários seguimentos, da educação, ele reforça a aprendizagem e 
transforma a sala de aula. As aulas passam de desmotivadoras à prazerosas tanto para os 
professores quanto para os alunos. 
Os jogos em seus vários formatos para ser trabalhado, separa-se em certos grupos 
ao qual se aperfeiçoa melhor a sua utilização. Lara (2005) coloca que os jogos se dividem 
em quatro tipos: 
 
 Jogos de construção: no qual a criança não teve contato com aquele 
conteúdo, ou seja, o conteúdo é desconhecido. 
 Jogos de treinamento: os jogos são usados para uma fixação de conteúdo. 
 Jogos de aprofundamento: após o assunto já ter sofrido uma acomodação o 
professor proporciona jogos com situações com que ele o aplique. 
 Jogos estratégicos: jogos com que as crianças tenham com que criar 
estratégias de ação para uma melhor atuação. 
 
Evidencia-se uma grande construção na busca de inserir mais e mais vezes a 
utilização do jogo na matemática. A sua concepção é vista positiva e enaltece o ato de 
aprender a aprender. O jogo para ensinar matemática deve cumprir o papel de auxiliar no 
ensino do conteúdo, propiciar a aquisição de habilidades, permitir o desenvolvimento 
operatório do sujeito e, levar o aluno do conhecimento inicial ao conhecimento mais 
elaborado. 
Friedman coloca: 
 
[...] acredito no jogo como uma atividade dinâmica, que se transforma 
de um contexto para o outro, de um grupo para outro: daí a sua riqueza. 
Essa qualidade de transformação dos contextos das brincadeiras não 
pode ser ignorada. (FRIEDMAN, 1996, p.20) 
 
Temos então a importância de se trabalhar e introduzir o lúdico em sala de aula, 
visando a educação em nosso presente e buscando com o jogo uma tentativa para melhora-
la. Empenhando papel fundamental para o crescimento da criança, e agilizando o processor 
de ensino – aprendizagem. 
 
METODOLOGIA E ANÁLISE DE RESULTADOS 
 
Participaram desta pesquisa professores de matemáticas do Ensino Fundamental. 
Estes professores trabalham em Escolas Estaduais da cidade de Ponta Grossa do estado do 
Paraná. As Escolas Estaduais possuem turmas desde o ensino fundamental até ensino 
médio e são frequentadas por alunos residentes da macrorregião onde as instituições estão 
localizadas. Foi realizada uma entrevista com os professores em horário previamente 
estabelecido, utilizando-se um questionário com perguntas escolhidas pelo grupo onde o 
professor respondeu e a partir das anotações do mesmo fez-se uma análise sobre o texto a 
ser apresentado. 
O questionário aplicado compõe de nove perguntas, sendo quatro de assinalar e as 
demais perguntas abertas. As perguntas tratam da experiência, da importância, dificuldades 
e expectativas dos professores em trabalhar com jogos na disciplina de matemática. Alguns 
resultados e inferências se evidenciam no levantamento de dados realizado. Percebe-se, ao 
fazer o levantamento das respostas, que estes pensam que o jogo é muito importante para o 
ensino e aprendizagem de matemática. Segundo uma professora entrevistada temos: “Os 
alunos aprendem brincando” outra ainda relata “O mais gostoso em trabalhar com jogos e 
ver a alegria no rosto dos nossos alunos, é ver que a matemática está sendo vista de 
maneira gostosa por eles”. 
O mesmo levantamento de dados revelou que os professores utilizam o jogo muito 
mais como fixação do que para a construção do conhecimento pelos alunos, uma das 
professoras relatou que “Ao invés de trabalhar com listas de exercícios eu trabalho com 
jogos tipo bingo ou cartas” outra ainda nos relatou que “A maior dificuldade que encontro 
com jogos é trabalhar de outras maneiras que não seja fixação nas minhas aulas”. O 
gráfico abaixo nos mostra como os professores da rede Estadual de Ponta Grossa utilizam 
os jogos durante as aulas de matemática (Figura 1) 
 
Figura 1: Utilização de Jogos 
 
Fonte – Dados da Pesquisa 
 
Observa-se como mostra o gráfico abaixo (Figura 2) que pouco menos da metade 
dos entrevistados, embora considerem o trabalho com jogos relevante para o ensino de 
matemática, não utilizam jogos em suas salas de aula ou utilizam pouco, e uma das razões 
é porque tem receio de perder o controle da turma e/ou falta de tempo. 
 
Figura 2: Uso de jogos nas aulas de matemática 
 
Fonte – Dados da Pesquisa 
 
 
Em relação ao conteúdo matemático mais trabalhado nas aulas de matemática 
encontra-se operações, como mostra o gráfico abaixo (Figura 3). Observa-se que a maioria 
dos jogos são aplicados nas turmas de 6º e 7º ano onde a aceitação é bem maior por partes 
dos alunos, facilitando de certa forma o trabalho dos professores. Isso ocorre pelo fato de 
que esses alunos acabaram de sair do Ensino Fundamental I, onde a presença de trabalho 
com jogos e muito maior. Nota-se que os alunos se sentem muito mais motivados a 
aprender quando brincam e com o passar, por medo ou falta de tempo, os professores 
acabam deixando de utilizar essa metodologia em suas aulas e alguns conteúdos deixam de 
ser trabalhos de forma diferenciadas, principalmente os do 9º ano. 
 
Figura 3: Uso de jogos nas aulas de matemática 
 
Fonte – Dados da Pesquisa 
 
A pesquisa realizada com os professores nos aponta para algumas reflexões 
importantes, tais como: 
 
 O trabalho docente com o uso de jogos quando bem orientado, auxilia o 
desenvolvimento de habilidades tais como: observação, análise, levantamento de 
hipóteses, busca de suposição, reflexão, tomada de decisão, organização e 
argumentação. 
 Os alunos nos jogos, encaram os erros como um desafio enxergando-os apenas 
como um obstáculo a ser superado para a realização dos jogos e não como algo que 
os oprime. 
 O uso de jogos, nas aulas de matemática, traz benefícios tanto para os professores 
ao ensinar quanto aos alunos para aprender. 
 Quando o jogo é bem elaborado o ensino e aprendizagem de matemática ocorrem 
de forma natural. 
 Os professores de matemática utilizam jogos matemáticos mais durante os 
primeiros anos do Ensino Fundamental II. 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Com a análise realizada e as presentes dificuldades expostas, tem-se a importância 
da utilização de jogos em sala de aula, mostrando sua eficiência na resolução de problemas 
para o ensino. O ápice no ensino ocorre quando o professor, estando bem orientado, 
demonstrando conhecimento total sobre o jogo e trabalhando de forma organizada, 
buscando concretizar seus objetivos. 
Observamos durante a pesquisa que os docentes aprovam a utilização de jogos nas 
aulas de matemática e que normalmente são utilizados como substituição das listas de 
exercício. Os jogos são vistos principalmente para fixação dos conteúdos matemáticos. 
Destaca-se que um jogo quando bem orientado, realmente auxilia o 
desenvolvimento de habilidades tais como: observação, análise, levantamento de hipóteses, 
busca de suposição, reflexão, tomada de decisão, organização e argumentação, criação de 
estratégias e autonomia. No processo de intervenção por meio de jogos, o sujeito tem 
oportunidades de constatar os erros ou lacunas, favorecendo a tomada de consciência que é 
necessária para a construção de novas estratégias. 
Observou-se também a possibilidade de conseguir manipular os jogos e trabalhar 
praticamente, todos os assuntos matemáticos presentes no ano letivo. A grande 
maneabilidade que se encontra nos jogos, ajudando a incrementar na sua aula uma chance 
de completar as lacunas deixadas pelo assunto teórico, obtendo com a motivação na 
brincadeira, fazer o aluno persistir no aprendizado. 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais: ensinofundamental – Ciências da natureza, Matemática e suas tecnologias. Brasília: MEC, 
1998. 
BORIN, J. Jogos e resolução de problemas: uma estratégia para as aulas de 
matemática. 3.ed. São Paulo: IME/USP, 1998. 
EMERIQUE, P. S. Isto e aquilo: jogo e ‘ensinagem’ matemática. In: BICUDO, M. A. V. 
(org). Pesquisas em Educação Matemática: concepções & perspectivas. São Paulo: 
Editora UNESP, 1999 
FRIEDMANN, A. Brincar: crescer e aprender: o resgate do jogo infantil. São Paulo. 
Moderna, 1996 
HENRIOT, Jacques. Sous couleur de jover: la methapore ludique. Paris: José Corti, 1989. 
LARA, Isabel Cristina Machado. Jogando com a matemática. São Paulo: Rêspel, 2005. 
p. 13-30. cap. 1-2. 
REGO, Cristina Tereza. VYGOTSKY. Petrópoles: Vozes, 1994. 
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogos Infantis: o jogo, a criança e a educação. 6ª 
edição. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 1993.

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