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INSS DIREITO ADMINISTRATIVO AULA09

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Aula 09
Direito Administrativo p/ INSS 2017/2018 (Técnico do Seguro Social) - Com videoaulas
Professor: Herbert Almeida
No›es de Direito Administrativo p/ INSS 
TŽcnico de Seguro Social 
Teoria e exerc’cios comentados 
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 9 
 
	 	 	 	 	 	 	 	 	
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AULA 9: Agentes Administrativos 
Sumário	
AGENTES	PÚBLICOS	........................................................................................................................................	2	
CONCEITO	..............................................................................................................................................................	2	
CLASSIFICAÇÃO	OU	ESPÉCIES	......................................................................................................................................	2	
AGENTE	DE	FATO	...................................................................................................................................................	10	
CARGO,	EMPREGO	E	FUNÇÃO	PÚBLICA	.......................................................................................................................	12	
REGIME	JURÍDICO	(ESTATUTÁRIO	OU	CELETISTA)	..........................................................................................................	15	
CONTRATAÇÃO	TEMPORÁRIA	...................................................................................................................................	19	
EFETIVIDADE,	ESTABILIDADE	E	VITALICIEDADE	..............................................................................................................	24	
ACESSO	A	FUNÇÕES,	CARGOS	E	EMPREGOS	PÚBLICOS	.................................................................................	33	
ACESSIBILIDADE	AOS	BRASILEIROS	E	AOS	ESTRANGEIROS	................................................................................................	33	
REQUISITOS	PARA	O	ACESSO	A	CARGOS	E	EMPREGOS	PÚBLICOS	.......................................................................................	34	
QUESTÕES	EXTRAS	.......................................................................................................................................	39	
QUESTÕES	COMENTADAS	NA	AULA	.............................................................................................................	44	
GABARITO	....................................................................................................................................................	47	
REFERÊNCIAS	................................................................................................................................................	47	
	
Ol‡ pessoal, tudo bem? 
Na aula de hoje, vamos estudar o seguinte item do edital Ò4 Agentes 
pœblicos: espŽcies e classifica‹o; poderes, deveres e 
prerrogativas; cargo, emprego e fun‹o pœblicosÓ. 
Aos estudos, aproveitem! 
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AGENTES	PÚBLICOS	
Conceito	
O Estado Ž uma pessoa jur’dica e, como tal, pode contrair direitos e 
obriga›es. Trata-se de uma organiza‹o, dotada de atribui›es outorgadas 
pela Constitui‹o Federal, que devem ser utilizadas para servir a sociedade 
e o cidad‹o. Todavia, como pessoa jur’dica, Estado Ž um ser abstrato, 
dependendo de pessoas f’sicas para manifestar a sua vontade. 
Nesse contexto, a teoria do —rg‹o demonstra que a vontade estatal Ž 
desenvolvida dentro dos —rg‹os pœblicos, sendo manifestada pela atua‹o 
de pessoas f’sicas. Eis que chegamos aos agentes pœblicos, que Ҏ toda 
pessoa f’sica que atua como —rg‹o estatal, produzindo ou manifestando a 
vontade do EstadoÓ1. 
Para JosŽ dos Santos Carvalho Filho o conceito de agentes pœblicos 
possui sentido amplo, representando o conjunto de pessoas que, a 
qualquer t’tulo, exercem a fun‹o pœblica como prepostos do Estado. J‡ 
Hely Lopes Meirelles conceitua agentes pœblicos como Òtodas as pessoas 
f’sicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exerc’cio de alguma 
fun‹o estatalÓ. 
Essa concep‹o ampla de agente pœblico encontra-se positivada na Lei 
de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/1992), que apresenta o seguinte 
conceito: 
Art. 2¡ Reputa-se agente pœblico, para os efeitos desta lei, todo aquele que 
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remunera‹o, por elei‹o, 
nomea‹o, designa‹o, contrata‹o ou qualquer outra forma de investidura 
ou v’nculo, mandato, cargo, emprego ou fun‹o nas entidades mencionadas 
no artigo anterior. 
Dessa forma, devemos entender o conceito de agentes pœblicos como 
uma designa‹o genŽrica para as pessoas f’sicas que exercem, a qualquer 
t’tulo, as fun›es estatais, independentemente da natureza ou tipo de 
v’nculo que possuem com o Estado. 
Classificação	ou	espécies	
A partir desse conceito amplo de agentes pœblicos, a doutrina 
apresenta diversas espŽcies de agentes pœblicos. Como em outros assuntos 
																																																								
1
Justen	Filho,	2014,	p.	873.	
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do Direito Administrativo, n‹o h‡ consenso entre os juristas e as 
classifica›es poss’veis. 
Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, os agentes pœblicos dividem-se em 
(a) agentes pol’ticos; (b) servidores pœblicos, (c) militares; e (d) 
particulares em colabora‹o com o Poder Pœblico. 
Por outro lado, JosŽ dos Santos Carvalho Filho classifica os agentes 
pœblicos em: (a) agentes pol’ticos; (b) agentes particulares 
colaboradores; (c) servidores pœblicos. 
Celso Ant™nio Bandeira de Mello, por sua vez, apresenta quatro grupos 
de agentes pœblicos: (a) agentes pol’ticos; (b) agentes honor’ficos; (c) 
servidores estatais Ð abrangendo servidores pœblicos e servidores das 
pessoas governamentais de Direito Privado; (d) particulares em atua‹o 
colaboradora com o Poder Pœblico. 
PorŽm, a classifica‹o mais adotada Ž a de Hely Lopes Meirelles, que 
apresenta as seguintes espŽcies de agentes pœblicos: 
® agentes pol’ticos; 
® agentes administrativos; 
® agentes honor’ficos; 
® agentes delegados; e 
® agentes credenciados. 
Essas categorias dividem-se em subespŽcies ou subcategorias, 
conforme veremos a seguir. 
Agentes	políticos	
Os agentes pol’ticos s‹o os componentes do governo em seus 
primeiros escal›es para o exerc’cio de atribui›es constitucionais. 
Esses agentes atuam com plena liberdade funcional desempenhando 
suas atribui›es com prerrogativas e responsabilidades pr—prias, prevista 
na Constitui‹o e em leis especiais. Em regra, a atua‹o dos agentes 
pol’ticos se relaciona com as fun›es de governo ou de fun‹o pol’tica. 
Com efeito, existem normas pr—prias para a escolha, investidura, conduta 
e processos por crimes funcionais e de responsabilidade. 
Nesse contexto, est‹o nessa categoria: 
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a) os chefes do Poder Executivo (Presidente, governadores e 
prefeitos); 
b) os auxiliares imediatos do chefe do Poder Executivo (ministros 
e secret‡rios estaduais e municipais); 
c) os membros das corpora›es legislativas (senadores, 
deputados e vereadores). 
Adicionalmente, Hely Lopes Meirelles inclui comoagentes pol’ticos: (a) 
os membros do Poder Judici‡rio (magistrados em geral); (b) os 
membros do MinistŽrio Pœblico (procuradores da Repœblica e da Justia, 
promotores e curadores pœblicos); (c) os membros dos Tribunais de 
Contas (ministros e conselheiros); (d) os representantes diplom‡ticos; 
e (e) demais autoridades que atuem com independncia funcional no 
desempenho de atribui›es governamentais, judiciais ou quase judiciais, 
estranhas ao quadro do servio pœblico. 
Com efeito, o pr—prio Supremo Tribunal Federal j‡ se referiu aos 
magistrados como Òagentes pol’ticosÓ, conforme consta na Ementa do RE 
228.977/SP: ÒOs magistrados enquadram-se na espŽcie agente pol’tico, 
investidos para o exerc’cio de atribui›es constitucionais, sendo dotados de 
plena liberdade funcional no desempenho de suas fun›es, com 
prerrogativas pr—prias e legisla‹o espec’ficaÓ. 
Todavia, no que se refere aos membros dos Tribunais de Contas 
(ministros e conselheiros), o STF, ao discutir sobre a aplica‹o da Sœmula 
Vinculante 13 na escolha desses agentes, entendeu que os membros de 
tribunais de contas ocupam cargos administrativos, uma vez que se trata 
de —rg‹o que auxilia o Poder Legislativo no controle externo da 
Administra‹o Pœblica2. Dessa forma, na vis‹o do Supremo Tribunal 
Federal, os ministros e conselheiros dos Tribunais de Contas n‹o s‹o 
agentes pol’ticos. 
Por fim, vale mencionar que a remunera‹o dos agentes pol’ticos, 
por fora do art. 37, XI, da CF ocorre por meio de subs’dio. 
Agentes	administrativos	
Os agentes administrativos s‹o aqueles que prestam servios ao 
Estado e ˆs entidades da Administra‹o Indireta, com v’nculo 
empregat’cio e mediante remunera‹o paga pelos cofres pœblicos. 
																																																								
2
Rcl	6702	MC-AgR/PR.	
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Caracterizam-se pelo exerc’cio da atividade como profiss‹o, dentro de 
uma estrutura hierarquizada. 
Alguns administrativistas preferem falar em Òservidores pœblicos em 
sentido amploÓ para designar o que Hely Lopes Meirelles chama de agentes 
administrativos. 
Os agentes administrativos encontram-se sujeitos ao regime da 
entidade que servem e ˆs normas do —rg‹o em que trabalham, e, para 
efeitos criminais, s‹o considerados funcion‡rios pœblicos, nos termos do art. 
3273 do C—digo Penal. 
Segundo Hely Lopes Meirelles, os agentes administrativos constituem 
a imensa massa de prestadores de servios ˆ Administra‹o Direta e 
Indireta, subdividindo-se em trs grupos: 
a) os servidores pœblicos (tambŽm chamados de servidores 
estatut‡rios ou servidores em sentido estrito): s‹o os titulares de 
cargo pœblico, efetivo ou em comiss‹o, que se submetem ao regime 
jur’dico estatut‡rio (v’nculo de natureza legal). S‹o exemplos: 
Auditor Federal de Controle Externo; Auditor Fiscal da Receita Federal 
do Brasil, Analista Judici‡rio, TŽcnico Judici‡rio, etc.; 
b) os empregados pœblicos (tambŽm chamados de servidores 
empregados ou servidores celetistas): s‹o os titulares de emprego 
pœblico, contratados sobre o regime da legisla‹o trabalhista 
(Consolida‹o das Leis do Trabalho - CLT), cujo v’nculo com a 
Administra‹o possui natureza contratual (contrato de trabalho), com 
predom’nio das regras de direito privado. S‹o exemplos os agentes 
das empresas pœblicas e sociedades de economia mista, como na Caixa 
Econ™mica Federal, nos Correios, na Petrobr‡s, etc.; 
c) os servidores tempor‡rios: contratados com base no art. 37, IX, da 
CF, por tempo determinado para Òatender a necessidade tempor‡ria 
de excepcional interesse pœblicoÓ. Os tempor‡rios n‹o possuem 
cargo nem emprego pœblico, exercendo apenas uma fun‹o pœblica. 
																																																								
3
	A	designação	“funcionário	público”	não	foi	recepcionada	pela	Constituição	Federal	de	1988.	Todavia,	o	Código	
Penal,	cuja	redação	inicial	é	de	1940,	ainda	utiliza	essa	designação	para	referir-se	aos	servidores	públicos	em	
sentido	amplo.	Nesse	contexto,	vejamos	o	conteúdo	do	art.	327	do	CP:	
Art.	 327	 -	 Considera-se	 funcionário	 público,	 para	 os	 efeitos	 penais,	 quem,	 embora	 transitoriamente	 ou	 sem	
remuneração,	exerce	cargo,	emprego	ou	função	pública.	
§	1º	-	Equipara-se	a	funcionário	público	quem	exerce	cargo,	emprego	ou	função	em	entidade	paraestatal,	e	quem	
trabalha	para	empresa	prestadora	de	serviço	contratada	ou	conveniada	para	a	execução	de	atividade	típica	da	
Administração	Pública.	
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O v’nculo com a Administra‹o Pœblica Ž contratual, mas n‹o se trata 
de regime celetista. Na verdade, trata-se de regime jur’dico 
especial, disciplinado em lei de cada unidade da federa‹o. S‹o 
exemplos os recenseadores do IBGE e profissionais contratados para 
atuar em caso de calamidade pœblica. 
Agentes	honoríficos	
Os agentes honor’ficos s‹o cidad‹os convocados, designados ou 
nomeados para prestar ao Estado, transitoriamente, determinados 
servios relevantes, em raz‹o de sua condi‹o c’vica, de sua 
honorolidade ou de sua not—ria capacidade profissional, mas sem possuir 
qualquer v’nculo empregat’cio ou estatut‡rio e, normalmente, sem 
remunera‹o. 
Esses agentes n‹o s‹o servidores pœblicos, mas exercem, 
transitoriamente, a fun‹o pœblica, sujeitando-se ˆ hierarquia e ˆ disciplina 
do —rg‹o ao qual est‹o servindo. Normalmente, n‹o recebem remunera‹o, 
mas podem receber, eventualmente, algum tipo de pro labore e contar o 
per’odo de trabalho como servio pœblico. 
Com efeito, os servios prestados pelos honor’ficos s‹o conhecidos 
como servios pœblicos relevantes, ou mœnus pœblico, a exemplo da 
fun‹o de jurado do tribunal do jœri, de mes‡rio eleitoral, de membros de 
Conselho Tutelar, etc. 
Sobre eles n‹o incidem as proibi›es sobre acumula‹o de cargos, 
fun›es e empregos pœblicos (CF, art. 37, XVI e XVII), uma vez que seu 
v’nculo Ž transit—rio, sem car‡ter empregat’cio. Todavia, para fins penais, 
esses agentes s‹o equiparados a Òfuncion‡rios pœblicosÓ quanto aos crimes 
relacionados com o exerc’cio da fun‹o (CP, art. 327). 
Agentes	delegados	
Os agentes delegados s‹o particulares Ð pessoas f’sicas ou jur’dicas 
Ð que recebem a incumbncia da execu‹o de determinada atividade, 
obra ou servio pœblico e o realizam em nome pr—prio, por sua conta e 
risco, mas segundo as normas do Estado e sob a permanente fiscaliza‹o 
do delegante4. Esses agentes n‹o s‹o representantes do Estado, mas s‹o 
colaboradores do Poder Pœblico. 
																																																								
4
	Meirelles,	2013,	p.	83.	
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Nessa categoria, est‹o os concession‡rios e permission‡rios de obras 
e servios pœblicos, os leiloeiros, os tradutores ou intŽrpretes pœblicos, os 
serventu‡rios de of’cios ou cart—rios n‹o estatizados e as demais pessoas 
que recebam delega‹o para a pr‡tica de alguma atividade estatal ou 
servio de interesse coletivo. 
Dessa forma, os funcion‡rios de empresas delegat‡rias de servios 
pœblicos, quando no exerc’cio dessas atribui›es, s‹o considerados agentes 
pœblicos, mais especificamente agentes delegados. 
Com efeito, quando estiverem no desempenho da fun‹o pœblica, 
s‹o enquadrados como ÒautoridadeÓpara fins de mandato de segurana 
(Lei 12.016/2009, art. 1¼, ¤1¼); sujeitam-se ˆ responsabilidade civil 
objetiva (CF, art. 37, ¤6¼); e s‹o considerados Òfuncion‡rios pœblicosÓ para 
efeitos penais (CP, art. 327, ¤1¼). 
Agentes	credenciados	
Os agentes credenciados s‹o aqueles que recebem da Administra‹o 
Pœblica a incumbncia de represent‡-la em determinado ato ou para 
praticar alguma atividade espec’fica, mediante remunera‹o do Poder 
Pœblico credenciante. Cita-se, como exemplo, o credenciamento de pessoa 
de renome para representar o pa’s em evento internacional (p. ex.: um 
medalhista de Jogos Ol’mpicos para representar o Brasil em um congresso 
sobre a organiza‹o do evento em 2016). 
Vejamos como isso pode cair em prova. 
	
1. (Cespe – ATA/MDIC/2014) Os particulares, ao colaborarem com o poder 
público, ainda que em caráter episódico, como os jurados do tribunal do júri e os 
mesários durante as eleições, são considerados agentes públicos. 
Comentário: os particulares que colaboram com o Poder Público, ainda que 
de forma transitória, como ocorre com os jurados do tribunal do júri e os 
mesários eleitorais, são considerados agentes honoríficos, que são espécie 
dos agentes públicos. Dessa forma, o item estácorreto. 
Gabarito: correto. 
2. (Cespe – Técnico Judiciário/CNJ/2013) Considere que determinado cidadão 
tenha sido convocado como mesário em um pleito eleitoral. Nessa situação 
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hipotética, no exercício de suas atribuições, ele deve ser considerado agente 
político e, para fins penais, funcionário público. 
Comentário: os agentes honoríficos são aqueles que são cidadãos 
convocados, designados ou nomeados para prestar ao Estado, 
transitoriamente, determinados serviços, em razão de sua condição cívica, de 
sua honorolidade ou de sua notória capacidade profissional, mas sem possuir 
qualquer vínculo empregatício ou estatutário e, normalmente, sem 
remuneração. Entre os exemplos de agentes honoríficos encontramos os 
mesários eleitorais. 
Com efeito, para fins penais, essa categoria de agente equipara-se aos 
“funcionários públicos”, na forma do art. 327 do Código Penal. 
Assim, o único erro da questão foi falar em “agente político”, quando o correto 
é “agente honorífico”. 
Gabarito: errado. 
3. (Cespe – Técnico/MPU/2013) Os ministros de Estado são considerados 
agentes políticos, dado que integram os mais altos escalões do poder público. 
Comentário: os agentes políticos são os componentes do governo em seus 
primeiros escalões para o exercício de atribuições constitucionais. A doutrina 
diverge sobre quais as autoridades consideradas como agentes políticos, mas 
há consenso em pelo menos três tipos: (a) chefes do Poder Executivo; (b) 
auxiliares imediatos do chefe do Poder Executivo (ministros e secretários 
estaduais e municipais); (c) membros das corporações legislativas. 
Dessa forma, o item está correto, uma vez que os ministros de Estado são 
considerados agentes políticos. 
Gabarito: correto. 
4. (Cespe – Técnico Administrativo/ANATEL/2012) Os agentes políticos 
definem e implementam estratégias políticas para que o Estado atinja seus fins e 
sua investidura se dá, exclusivamente, mediante eleição. 
Comentário: parte da doutrina entende que os agentes políticos são apenas 
os chefes do Poder Executivo (Presidente, governadores e prefeitos), seus 
auxiliares imediatos (ministros e secretários) e os membros das Casas 
Legislativas (senadores, deputados e vereadores). Nesse sentido, a Prof. 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro ensina o seguinte: 
S‹o, portanto, agentes pol’ticos, no direito brasileiro, porque exercem 
t’picas atividades de governo e exercem mandato, para o qual s‹o 
eleitos, apenas os Chefes dos Poderes Executivos federal, estadual e 
municipal, os Ministros e Secret‡rios de Estado, alŽm de Senadores, 
Deputados e Vereadores. A forma de investidura Ž a elei‹o, salvo para 
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Ministros e Secret‡rios, que s‹o de livre escolha do Chefe do Executivo e 
providos em cargos pœblicos mediante nomea‹o. 
Assim, percebe-se que, mesmo neste conceito mais estrito, nem todos 
agentes políticos são investidos por meio de eleição, uma vez que os 
ministros e secretários são nomeados pelos chefes do Poder Executivo de 
cada esfera de governo. 
Além disso, em uma abordagem mais abrangente, feita por autores como Hely 
Lopes Meirelles, os agentes políticos alcançam também (a) os membros do 
Poder Judiciário (magistrados em geral); (b) os membros do Ministério 
Público (procuradores da República e da Justiça, promotores e curadores 
públicos); (c) os membros dos Tribunais de Contas (ministros e conselheiros); 
(d) os representantes diplomáticos. 
Com efeito, o próprio STF, no Recurso Extraordinário 228.977/SP, utilizou a 
expressão “agentes políticos” para se referir aos magistrados. Nesse caso, já 
temos outro exemplo de agente político cuja investidura não ocorre por meio 
de eleição. Logo, a questão está errada. 
Por fim, vale dizer que o STF entendeu que a Súmula Vinculante nº 13 aplica-
se à escolha dos membros dos Tribunais de Contas (ministros e 
conselheiros), considerando que eles ocupam cargo de natureza 
administrativa, uma vez que se trata de órgão que auxilia o Poder Legislativo 
no controle externo da Administração Pública5. Dessa forma, para o Pretório 
Excelso, a tendência é não considerar os membros dos Tribunais de Contas 
como agentes políticos. 
Gabarito: errado. 
5. (Cespe – Técnico Administrativo/ANATEL/2012) O empregado de empresa 
concessionária do serviço de telefonia é considerado um agente público. 
Comentário: o conceito de agente público é bem amplo, alcançando os 
seguintes tipos de agentes: (a) políticos; (b) administrativos; (c) honoríficos; 
(d) delegados; e (e) credenciados. 
No grupo dos agentes delegados, temos os concessionários e 
permissionários de obras e serviços públicos, os leiloeiros, os tradutores ou 
intérpretes públicos, os serventuários de ofícios ou cartórios não estatizados 
e as demais pessoas que recebam delegação para a prática de alguma 
atividade estatal ou serviço de interesse coletivo. Por conseguinte, o emprego 
de uma empresa concessionária do serviço de telefonia é considerado agente 
público. 
																																																								
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Gabarito: correto. 
Agente	de	fato	
Os agentes de fato designam um grupo de agentes que, mesmo sem 
ter uma investidura normal e regular, executam fun‹o pœblica em nome 
do Estado. A express‹o Òagentes de fatoÓ serve para diferenci‡-los dos 
Òagentes de direitoÓ. Segundo JosŽ dos Santos Carvalho Filho, o ponto 
marcante dos agentes de fato Ž que o desempenho da fun‹o pœblica deriva 
de situa‹o excepcional, sem prŽvio enquadramento legal, mas que pode 
ocorrer no ‰mbito da Administra‹o, em decorrncia da grande variedade 
de situa›es que ocorrem na sociedade. 
Dessa forma, os agentes de fato diferenciam-se em duas categorias: 
a) agentes necess‡rios: s‹o aqueles que atuam em situa›es 
excepcionais, como, por exemplo, em uma calamidade pœblica ou 
outra situa‹o emergencial, colaborando como Poder Pœblico, como 
se fossem agentes de direito. Seria o caso de uma pessoa designada 
pelo Poder Pœblico para coordenar um abrigo pœblico durante uma 
grave enchente, executando atos e exercendo atividades como se 
fosse um agente pœblico; 
b) agentes putativos: s‹o os que desempenham atividade pœblica na 
presun‹o de legitimidade, porŽm em caso que a investidura do 
agente n‹o se deu dentro do procedimento legalmente exigido. ƒ o 
exemplo de agente que pratica inœmeros atos de administra‹o, 
porŽm sem ter sido previamente aprovado em concurso pœblico. 
Em regra, os atos praticados pelos agentes de fato s‹o considerados 
v‡lidos. No caso dos agentes necess‡rios, os atos s‹o confirmados pelo 
Poder Pœblico em decorrncia da excepcionalidade da situa‹o e do 
interesse pœblico que justificou a supress‹o dos requisitos legais. No caso 
agentes putativos, por outro lado, podem ser questionados alguns atos 
praticados no ‰mbito interno, mas devem ser respeitados os atos de 
efeitos externos, para evitar preju’zo aos terceiros de boa-fŽ sejam 
prejudicados pela investidura ileg’tima. Aplica-se ao caso a chamada teoria 
da aparncia, uma vez que os administrados sempre presumem que o 
agente pœblico encontra-se investido legalmente em sua fun‹o. 
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Cargo,	emprego	e	função	pública	
Os agentes pœblicos podem exercer cargo pœblico, emprego pœblico 
ou fun‹o pœblica. 
De acordo com Celso Ant™nio Bandeira de Mello, os cargos pœblicos 
s‹o Òas mais simples e indivis’veis unidades de competncia a serem 
expressadas por um agente, previstas em nœmero certo, com denomina‹o 
pr—pria, retribu’das por pessoas jur’dicas de Direito Pœblico e criados por lei 
[...]Ó7. 
Com efeito, a Lei 8.112/1990 define cargo pœblico como Òo conjunto 
de atribui›es e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que 
devem ser cometidas a um servidorÓ (art. 3¼). Ademais, os cargos pœblicos 
Òs‹o criados por lei, com denomina‹o pr—pria e vencimento pago pelos 
cofres pœblicos, para provimento em car‡ter efetivo ou em comiss‹oÓ 
(art. 3¼, par‡grafo œnico). 
Os titulares dos cargos pœblicos s‹o os servidores pœblicos, que s‹o 
agentes administrativos submetidos ao regime estatut‡rio. Dessa forma, 
os cargos pœblicos representam o lugar ou posi‹o jur’dica ocupada pelo 
servidor pœblico nas pessoas jur’dicas de Direito Pœblico Ð administra‹o 
direta, autarquias e funda›es pœblicas. 
Conforme vimos acima, os cargos pœblicos dividem-se em efetivos Ð 
aprovados em concurso pœblico Ð e em comiss‹o Ð de livre nomea‹o e 
exonera‹o. Aos dois casos aplica-se o regime estatut‡rio. 
S‹o exemplos de cargos pœblicos: Auditor Fiscal da Receita Federal do 
Brasil; Especialista em Regula‹o da Anatel; Auditor Federal de Controle 
Externo do TCU; Analista Judici‡rio do TRT; etc. 
Os empregos pœblicos, por outro lado, diferem-se dos cargos 
pœblicos por designarem a unidade de atribui›es em que o v’nculo Ž 
celetista, possuindo, portanto, a natureza trabalhista e contratual, 
regido predominantemente por regras de Direito Privado. Dessa forma, 
os empregos pœblicos designam, em regra, as unidades de atribui›es e 
responsabilidades ocupadas pelos empregados pœblicos das pessoas 
administrativas de direito privado: empresas pœblicas e sociedades de 
																																																								
7
	Em	continuação,	o	Prof.	Celso	Antônio	Bandeira	de	Mello	apresenta	uma	exceção	à	exigência	de	 lei	para	a	
criação	 de	 cargos	 públicos,	 representada	 pelos	 cargos	 dos	 serviços	 auxiliares	 do	 Poder	 Legislativo,	 que	 são	
criados	por	meio	de	resolução,	da	Câmara	dos	Deputados	ou	do	Senado	Federal,	conforme	o	caso	(CF,	art.	51,	
IV;	 e	 52,	 XIII)	 -	 Bandeira	 de	 Mello,	 2014,	 p.	 259.	 Apesar	 dessa	 ressalva,	 as	 bancas	 de	 concurso	 costumam	
considerar	como	verdadeira	a	afirmativa	de	que	os	cargos	só	podem	ser	criados	por	lei.	
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Ž chamada de fun‹o aut™noma, que, na Constitui‹o Federal, abrange 
duas situa›es: 
a) fun‹o tempor‡ria: exercida por servidores tempor‡rios, na forma 
do art. 37, IX, da CF; e 
b) fun‹o de confiana: exercida exclusivamente por servidores 
pœblicos titulares de cargos efetivos, destinando-se apenas ˆs 
atribui›es de dire‹o, chefia e assessoramento, na forma prevista no 
art. 37, V, da CF. 
A fun‹o tempor‡ria Ž acometida aos casos de Òcontrata‹o por tempo 
determinado para atender a necessidade tempor‡ria de excepcional 
interesse pœblicoÓ (CF, art. 37, IX). Nesse caso, o agente administrativo n‹o 
ocupa nenhum cargo ou emprego, mas t‹o somente exerce fun‹o pœblica. 
Por exemplo, os mŽdicos contratados por tempo determinado em 
decorrncia de um surto endmico excepcional n‹o ir‹o ocupar a vaga de 
nenhum mŽdico. O mesmo ocorre com os professores substitutos, que n‹o 
ocupam a vaga dos titulares, exercendo a fun‹o atŽ o provimento de 
professor efetivo. 
	
8. (Cespe – PT/PM-CE/2014) O cargo público, cujo provimento se dá em caráter 
efetivo ou em comissão, só pode ser criado por lei, com denominação própria e 
vencimento pago pelos cofres públicos. 
Comentário: essa questão tomou por base o art. 3º, parágrafo único, da Lei 
8.112/1990 vazado nos seguintes termos: 
Art. 3¼ Cargo pœblico Ž o conjunto de atribui›es e responsabilidades 
previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um 
servidor. 
Par‡grafo œnico. Os cargos pœblicos, acess’veis a todos os brasileiros, 
s‹o criados por lei, com denomina‹o pr—pria e vencimento pago pelos 
cofres pœblicos, para provimento em car‡ter efetivo ou em comiss‹o. 
Essa é a regra, ou seja, a criação de cargos públicos é feita por lei. Como a 
questão é quase da Lei, o item deve ser considerado como correto. 
Contudo, lembramos que o caso possui uma exceção, que é a criação de 
cargos para os serviços auxiliares do Poder Legislativo, que, nos termos dos 
artigos art. 51, IV, e 52, XIII, da Constituição Federal, devem ocorrer por meio 
de resolução das respectivas Casas (Câmara do Deputados ou Senado 
Federal, conforme o caso). 
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De qualquer forma, dificilmente uma banca de concurso vai considerar a 
afirmativa da questão como errada, uma vez que o trecho é mera reprodução 
da Lei 8.112/1990. 
Gabarito: correto. 
9. (Cespe – ATA/MIN/2013) Nas empresas públicas e sociedades de economia 
mista, não existem cargos públicos, mas somente empregos públicos. 
Comentário: as empresas públicos e sociedades de economia mista possuem 
natureza jurídica de Direito Privado e, portanto, o regime estatutário mostra-
se incompatível para essas entidades. Assim, não existem cargos públicos 
nas empresas públicas e sociedades de economia mista, mas somente 
empregos públicos. 
Gabarito: correto. 
10. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-RJ/2012) Cargos públicos são núcleos de 
encargos de trabalho permanentes a serem preenchidos por agentes contratados 
para desempenhá-los sob relação trabalhista. 
Comentário: o cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades 
previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor 
público. Dessa forma, as atribuições são desempenhadassob relação 
estatutária. Portanto, a questão descreveu o conceito de emprego público, 
motivo pela qual o item está errado. 
Gabarito: errado. 
Regime	jurídico	(estatutário	ou	celetista)	
Apesar de existirem inœmeras categorias de agentes pœblicos, o Direito 
Administrativo preocupa-se basicamente com os agentes administrativos. 
Por conseguinte, os regimes jur’dicos de maior relev‰ncia s‹o: regime 
estatut‡rio e regime celetista ou trabalhista, aplic‡veis, 
respectivamente, aos servidores pœblicos e aos empregados pœblicos9. 
O regime estatut‡rioŽ o conjunto de regras legais que disciplina a 
rela‹o entre os servidores pœblicos, ocupantes de cargo pœblico, e a 
Administra‹o Direta, aut‡rquica e fundacional de direito pœblico. 
																																																								
9
	Aos	servidores	temporários	aplica-se	um	regime	jurídico	especial,	previsto	em	lei	de	cada	unidade	da	federação.	
Na	União,	este	regime	8.745/1993.	
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A caracter’stica do regime estatut‡rio Ž que ele Ž disciplinado em lei 
(natureza legal) de cada ente da Federa‹o, que dever‡ observar as 
normas constitucionais. Nesse contexto, h‡ uma pluralidade normativa, 
uma vez que cada ente pol’tico (Uni‹o, estados, Distrito Federal e 
munic’pios) possui o seu pr—prio regime estatut‡rio, previsto em lei pr—pria. 
Com efeito, a Constitui‹o Federal estabelece que s‹o de iniciativa privativa 
do Presidente da Repœblica a lei sobre Òservidores pœblicos da Uni‹o e 
Territ—rios, seu regime jur’dico, provimento de cargos, estabilidade e 
aposentadoriaÓ. Tal regra aplica-se, por simetria, aos governadores dos 
estados-membros e aos prefeitos municipais. 
No ‰mbito da Uni‹o, o estatuto dos servidores pœblicos est‡ previsto 
na Lei 8.112/1990, que estabelece o regime jur’dico dos servidores pœblicos 
civis da Uni‹o, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das 
funda›es pœblicas federais. 
O regime celetista, por outro lado, estabelece as regras para os 
empregados pœblicos. Assim, enquanto o regime estatut‡rio possui 
natureza legal, o regime celetista possui natureza contratual, ou seja, 
encontra-se disciplinado em um contrato de trabalho, sendo, portanto, 
bilateral. As regras gerais do regime celetista encontram-se na 
Consolida‹o das Leis do Trabalho (Decreto-Lei 5.452/1943), aplic‡vel 
a todos os entes da Federa‹o, por esse motivo diz-se que ele possui 
unicidade normativa. 
Por ser de natureza contratual, o v’nculo celetista Ž marcado pela 
bilateralidade e, por conseguinte, s— admite altera‹o na posi‹o jur’dica 
do contrato com a anuncia do empregado. Por outro lado, como o 
v’nculo estatut‡rio encontra-se disciplinado em lei, ele poder‡ ser alterado 
independentemente de concord‰ncia do servidor pœblico. A l—gica Ž muito 
simples, como o v’nculo do servidor pœblico Ž regulado pelo estatuto, basta 
uma modifica‹o na lei para alterar as regras da rela‹o entre o servidor e 
a Administra‹o Pœblica. No caso do regime celetista, eventuais 
modifica›es na lei ser‹o aplic‡veis de forma unilateral somente aos 
contratos futuros. 
Nesse contexto, em v‡rios julgados, o STF j‡ reconheceu que o 
servidor pœblico n‹o possui direito adquirido ˆ imutabilidade do 
regime jur’dico. Dessa forma, como toda lei Ž pass’vel de modifica‹o, Ž 
poss’vel a modifica‹o legal do regime jur’dico inicial de um servidor 
pœblico. Por exemplo, no MS 28.433 Agr/PB, o Supremo Tribunal Federal 
entendeu que Òo servidor pœblico n‹o tem direito adquirido a regime 
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b) prev alguns direitos sem similar no regime celetista, que 
visam a conferir ao servidor um m’nimo de autonomia funcional 
no exerc’cio de suas fun›es, merecendo destaca a estabilidade; 
c) somente pode ser adotado por pessoas jur’dicas de direito 
pœblico; 
d) Ž o regime obrigat—rio para as fun›es t’picas de Estado; e 
e) Ž caracterizado pela pluralidade normativa, uma vez que cada ente 
pol’tico goza de autonomia para editar o estatuto de seus 
servidores; 
® regime celetista: 
a) tem como diploma legal b‡sico a Consolida‹o das Leis do Trabalho 
(CLT), mas sua fonte normativa indireta Ž o contrato de 
trabalho, que s— permite altera›es na situa‹o jur’dica do 
empregado pœblico com expressa anuncia; 
b) n‹o prev qualquer direito que vise a assegurar a autonomia 
funcional ao empregado no exerc’cio de suas fun›es, uma vez que 
n‹o impede a dispensa sem justa causa; 
c) Ž caracterizado pela unidade normativa, pois tem por lei b‡sica a 
CLT, aplic‡vel a todos os entes da Federa‹o. 
AlŽm disso, o regime celetista Ž predominantemente de Direito 
Privado, no entanto existem algumas regras de Direito Pœblico aplic‡veis, 
como a exigncia de prŽvia aprova‹o em concurso pœblico. AlŽm disso, 
pelo menos no que se refere aos empregados pœblicos de empresas pœblicas 
e sociedades de economia mista prestadoras de servio pœblico, o STF 
entende que a demiss‹o deve ser necessariamente motivada11. Dessa 
forma, Ž atŽ poss’vel a demiss‹o sem justa causa, mas ainda dever‡ 
ocorrer a devida motiva‹o. 
No que se refere ao ju’zo competente para julgar lit’gios entre 
servidores pœblicos e a Administra‹o Pœblica, ou seja, nos casos 
regidos pelo v’nculo estatut‡rio, o STF entende que devem ser decididos 
na justia comumÐ Justia Federal para os servidores pœblicos federais e 
Justia Estadual para os servidores pœblicos estaduais e municipais12. Por 
outro lado, os lit’gios envolvendo os empregados pœblicos devem ser 
																																																								
11
RE	589998/PI.	
12
ADI	3.395	DF.	
d
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Nesse contexto, a contrata‹o de agentes tempor‡rios est‡ 
disciplinada no artigo 37, IX, da Constitui‹o da Repœblica, nos seguintes 
termos: 
Art. 37. [...] IX - a lei estabelecer‡ os casos de contrata‹o por tempo 
determinado para atender a necessidade tempor‡ria de excepcional 
interesse pœblico; 
Em primeiro ponto, deve-se destacar que o Supremo Tribunal Federal 
firmou entendimento, por meio de repercuss‹o geral (RE 658.026/MG), de 
que o dispositivo do art. 37, IX, por se tratar de situa‹o excepcional, em 
detrimento da regra do concurso pœblico, deve ser interpretado 
restritivamente. Assim, a regra do concurso prevalece sobre a exce‹o da 
contrata‹o tempor‡ria, de forma que ao se interpretar o dispositivo do art. 
37, IX, deve aplicar um entendimento restrito, em favorecimento ao dever 
de contratar mediante concurso pœblico. 
	
Segundo	o	STF,	para	que	se	considere	válida	
a	contratação	temporária,	é	preciso	que:	
a)	os	casos	excepcionais	estejam	previstos	em	lei;	
b)	o	prazo	de	contratação	seja	predeterminado;	
c)	a	necessidade	seja	temporária;	
d)	o	interesse	público	seja	excepcional;	
e)	 a	 necessidade	 de	 contratação	 seja	 indispensável,	 sendo	 vedada	 a	
contratação	para	os	serviços	ordinários	permanentes	do	Estado,	e	que	devam	
estar	sob	o	espectro	das	contingências	normais	da	Administração.	
Conforme se observa acima, veda-se a contrata‹o para os servios 
ordin‡rios permanentes do Estado (como, por exemplo, a presta‹o de 
servios pœblicos de educa‹o e saœde). Contudo, n‹o se trata de umaveda‹o absoluta. Dessa forma, Ž poss’vel a contrata‹o tempor‡ria, em 
casos excepcionais, ainda que se trate de atividade permanente do Estado. 
Assim, desde que se trate de uma situa‹o transit—ria e excepcional, na 
qual a contrata‹o se configure premente, poder‡ ocorrer a contrata‹o 
tempor‡ria. Para isso, h‡ que existir uma situa‹o f‡tica previamente 
descrita em lei, e que n‹o decorra de mero descaso da Administra‹o 
Pœblico (como por exemplo, deixar propositalmente de realizar concursos 
pœblicos). 
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Com efeito, a contrata‹o tempor‡ria dever‡ estar disciplinada em lei, 
de cada ente da Federa‹o. Assim, n‹o existe uma lei de normas gerais 
aplic‡vel indistintamente a todos os entes da Federa‹o. Dessa forma, cada 
estado, munic’pio ou ainda a pr—pria Uni‹o deve dispor de lei pr—pria, 
disciplinando os casos em que est‡ autorizada a contrata‹o tempor‡ria. 
Por exemplo, na Uni‹o, foi editada a Lei 8.745/1993, que disp›e sobre a 
contrata‹o por tempo determinado no ‰mbito da Administra‹o Pœblica 
federal. 
A legisla‹o, ademais, dever‡ estabelecer situa›es f‡ticas em que se 
poder‡ adotar a contrata‹o tempor‡ria, considerando-se 
inconstitucional lei que institua hip—teses abrangentes e genŽricas de 
contrata›es tempor‡rias sem concurso pœblico e tampouco especifique a 
contingncia f‡tica que evidencie situa‹o de emergncia (STF, Informativo 
742)13. 
Um ponto bastante relevante Ž que o pessoal contratado por regime 
tempor‡rio n‹o ocupa cargo pœblico, mas mera fun‹o pœblica (a 
denominada fun‹o aut™noma, uma vez que n‹o se encontra vinculada a 
qualquer cargo ou emprego pœblico). Assim, eles n‹o ocupam cargo pœblico, 
como ocorre com os servidores efetivos e comissionados, nem tampouco 
ocupam emprego pœblico, mas apenas fun‹o pœblica. 
Da mesma forma, eles n‹o se submetem ao regime jur’dico œnico, 
aplic‡vel somente aos ocupantes de cargos pœblicos, nem mesmo ao regime 
celetista, aplic‡vel aos empregados pœblicos. Assim, denomina-se o regime 
aplic‡vel aos agentes pœblicos tempor‡rios de regime especial. 
Contudo, o v’nculo formado entre os agentes tempor‡rios e a 
Administra‹o Pœblica ocorre por meio de um contrato. PorŽm, esse 
contrato n‹o configura a aplica‹o do regime celetista, uma vez que Ž um 
contrato de direito pœblico. 
	 
																																																								
13
	 Disponível	 em:	 http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo742.htm#Contratação	
temporária	de	servidor	público	sem	concurso	-	1		
9
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A	 despeito	 de	 o	 vínculo	 entre	 o	 agente	
temporário	e	a	Administração	Pública	ocorrer	
por	meio	de	um	contrato,	a	ele	não	se	aplica	o	
regime	celetista	nem	o	regime	jurídico	único,	
mas	apenas	um	regime	especial.	Ademais,	o	contrato	firmado	possui	natureza	
de	direito	público	(jurídico-administrativa).	
Ainda por esse motivo, a lide envolvendo agente tempor‡rio e a 
Administra‹o Pœblica dever‡ ser solucionada no ‰mbito da Justia 
Comum, federal ou estadual14, conforme o caso. Dessa forma, a Justia do 
Trabalho Ž incompetente para atuar no julgamento de causas entre os 
agentes tempor‡rios e o Poder Pœblico, dada a natureza jur’dico-
administrativa do regime. 
AlŽm disso, o regime de previdncia aplic‡vel aos agentes pœblicos 
contratados por tempo determinado Ž o regime geral de previdncia 
social (RGPS). 
Por fim, salienta-se que o Supremo Tribunal Federal tem reconhecido 
aos agentes tempor‡rios os direitos sociais constantes no art. 7¼ da 
Constitui‹o Federal, como fŽrias e gratifica‹o natalina, especialmente 
quando o contrato Ž sucessivamente renovado.15 
Conforme j‡ observado, no ‰mbito federal, a contrata‹o por tempo 
determinado Ž disciplinada pela Lei 8.745/1993. A despeito de a norma 
aplicar-se unicamente ˆ Uni‹o, Ž uma excelente referncia (como de 
costume com as normas federais) para a legisla‹o dos demais entes. 
Nessa linha, a Lei 8.745/1993 define as situa›es consideradas como 
necessidade tempor‡ria de excepcional interesse pœblico, como, por 
exemplo, Òassistncia a situa›es de calamidade pœblicaÓ; Òassistncia a 
																																																								
14
	Nesse	sentido,	vide:	RE	573.202/AM,	julgado	em	21/8/2008;	ou	ainda	a	Rcl	4464/GO,	julgada	em	20/5/2009:	
“1.	 Incompetência	da	Justiça	Trabalhista	para	o	processamento	e	o	 julgamento	das	causas	que	envolvam	o	
Poder	 Público	 e	 servidores	 que	 sejam	 vinculados	 a	 ele	 por	 relação	 jurídico-administrativa.	 2.	 O	 eventual	
desvirtuamento	 da	 designação	 temporária	 para	 o	 exercício	 de	 função	 pública,	 ou	 seja,	 da	 relação	 jurídico-
administrativa	estabelecida	entre	as	partes,	não	pode	ser	apreciado	pela	 Justiça	do	Trabalho.	3.	Reclamação	
julgada	procedente.”	
15
	Nesse	sentido,	vide	ARE	676.665	AgR-ED-AgR/PE,	julgado	em	26/5/2015;	ARE	681.356	AgR/MG,	julgado	em	
28/8/2012;	ARE	663.104	AgR/PE,	julgado	em	28/2/2012;	e	AI	767024	AgR/PE,	julgado	em	13/3/2012,	esse	último	
nos	seguintes	termos:	“1.	A	 jurisprudência	desta	Corte	é	no	sentido	de	que	é	devida	a	extensão	dos	diretos	
sociais	previstos	no	art.	7º	da	Constituição	Federal	a	servidor	contratado	temporariamente,	nos	moldes	do	art.	
37,	inciso	IX,	da	referida	Carta	da	República,	notadamente	quando	o	contrato	é	sucessivamente	renovado.”	
55
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(iii) servidores temporários - contratados com base no art. 37, IX, da CF, por 
tempo determinado para “atender a necessidade temporária de excepcional 
interesse público”. 
Portanto, os empregados públicos e os servidores temporários representam 
classificações distintas dos agentes administrativos. 
Gabarito: errado. 
13. (Cespe - Agente Administrativo/PRF/2012) Integram a categoria dos agentes 
administrativos aqueles que são contratados temporariamente para atender a uma 
necessidade temporária de excepcional interesse público. 
Comentário: doutrinariamente, os agentes públicos possuem diversas 
classificações, entre as quais, segundo Hely Lopes Meirelles, podemos 
identificar o conjunto dos agentes administrativos. Eles constituem a grande 
massa de trabalho das administrações direta e indireta, dividindo-se em: (i) 
servidores públicos (também chamados de servidores estatutários ou 
servidores em sentido estrito); (ii) empregados públicos (também chamados 
de servidores empregados ou servidores celetistas); (iii) servidores 
temporários. 
Os servidores temporários são aqueles contratados com base no art. 37, IX, 
da CF, por tempo determinado para “atender a necessidade temporária de 
excepcional interesse público”. Portanto, podemos afirmar que eles se 
inserem na categoria dos agentes administrativos, conforme informado na 
questão. 
Gabarito: correto. 
Efetividade,	estabilidade	e	vitaliciedade	
Estabilidade	
A estabilidade Ž o direito de permanncia no servio pœblico, 
destinado aos servidores detentores de cargo de provimento efetivo. Trata-
se de uma forma de assegurar a autonomia dos servidores pœblicos, 
evitando que eles fiquem refŽns de ingerncias de natureza pol’tica. AlŽm 
disso, a estabilidade destina-se a promover a profissionaliza‹o dos 
servidorespœblicos, por meio do desenvolvimento de carreiras. 
As regras sobre a estabilidade est‹o disciplinadas no art. 41 da 
Constitui‹o Federal, com a reda‹o dada pela Emenda Constitucional 
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19/1998 (Emenda da Reforma Administrativa). A reda‹o anterior n‹o 
apresentava nenhuma hip—tese de exonera‹o do servidor por iniciativa da 
Administra‹o e tambŽm era menos exigente nos requisitos para aquisi‹o 
da estabilidade. 
O novo texto aumentou o tempo necess‡rio de efetivo exerc’cio para 
aquisi‹o da estabilidade de dois para trs anos. AlŽm disso, o ¤4¼, art. 
41, tambŽm acrescentado pela EC 19/98, passou a exigir como condi‹o 
para a aquisi‹o da estabilidade, a avalia‹o especial de desempenho 
por comiss‹o institu’da para essa finalidade. 
A	 Lei	 8.112/1990	 estabelece	 que	 a	 duração	 do	 estágio	
probatório	 é	 de	 24	 meses,	 enquanto	 a	 Constituição	
estabelece	o	prazo	para	aquisição	da	estabilidade	como	
de	36	meses.	
Dessa	forma,	surgiu	muita	divergência	na	doutrina	a	respeito	do	prazo	de	duração	
do	 estágio	 probatório.	 Posteriormente,	 o	 prazo	 previsto	 na	 Lei	 8.112/1990	 foi	
modificado	para	36	meses	por	meio	da	MP	431/2008.	Todavia,	essa	medida	 foi	
convertida	na	Lei	11.748/2008,	que	não	acatou	a	mudança	do	prazo,	ou	seja,	no	
texto	 da	 Lei	 11.748/2008	 permaneceu	 o	 prazo	 de	 24	 meses	 para	 o	 estágio	
probatório.	
Com	 isso,	 a	 divergência	 tornou-se	 ainda	 maior,	 só	 sendo	 pacificada	 em	 2010,	
quando	o	STF	firmou	o	entendimento	de	que	o	art.	41	da	Constituição	Federal	é	
autoaplicável,	 vinculando	 o	 prazo	 de	 estabilidade	 ao	 período	 do	 estágio	
probatório.	Por	conseguinte,	automaticamente	o	prazo	do	estágio	probatório	foi	
dilatada	para	36	meses	com	a	nova	redação	da	EC	19/199816.	
Nesse	mesmo	sentido,	o	STJ	também	aplicou	o	prazo	de	três	anos	para	o	estágio	
probatório17:	
MANDADO DE SEGURAN‚A. ADMINISTRATIVO. PROCURADOR 
FEDERAL. PROMO‚ÌO E PROGRESSÌO NA CARREIRA. CRITƒRIOS. 
PORTARIA PGF 468/2005. 
ILEGALIDADES NÌO CONFIGURADAS. ESTABILIDADE. ART. 41 DA CF. 
EC N¼ 19/1998. PRAZO. ALTERA‚ÌO. ESTçGIO PROBATîRIO. 
OBSERVåNCIA. DIREITO LêQUIDO E CERTO. INEXISTæNCIA 1. A 
fixa‹o de critŽrios e diretrizes para promo‹o e progress‹o funcional 
por meio de atos administrativos, n‹o Ž, por si, ilegal, visto que 
encontra amparo no disposto no art. 10 da Lei n. 8.112/1990. 
																																																								
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STA	269	AgR.	
17
MS	12665/DF.	
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2. N‹o atendido o requisito temporal de conclus‹o do est‡gio 
probat—rio, considerando que n‹o verificado o interst’cio de 3 
(trs) anos de efetivo exerc’cio da impetrante no cargo de 
Procurador Federal, inexiste direito l’quido e certo de figurar nas 
listas de promo‹o e progress‹o funcional, regulamentadas pela 
Portaria PGF n¼ 468/2005. Precedente: MS 12.523/DF, Rel. Min. Felix 
Fischer, DJe de 18.8.2009. Segurana denegada. (MS 12665/DF, Rel. 
Ministra MARILZA MAYNARD (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO 
TJ/SE), TERCEIRA SE‚ÌO, julgado em 12/12/2012, DJe 24/04/2013) 
Apesar	 dessas	 considerações,	 devemos	 saber	 que	 o	 estágio	 probatório	 e	 a	
estabilidade	não	 se	confundem.	Aquele	é	um	período	de	 testes	do	 servidor	no	
cargo,	ou	seja,	destina-se	a	avaliar	a	aptidão	do	servidor	para	o	cargo,	enquanto	a	
estabilidade	é	adquirida	no	serviço	público.	
A	diferença	pode	ser	entendida	com	um	exemplo.	Pedro,	servidor	efetivo,	adquiriu	
a	 estabilidade	 após	 preencher	 todos	 os	 requisitos	 previstos	 na	 Constituição	
Federal.	Após	isso,	ele	foi	novamente	aprovado	em	concurso	público,	para	outro	
cargo.	 Nesse	 caso,	 ao	 tomar	 posse	 no	 novo	 cargo,	 Pedro	 será	 novamente	
submetido	ao	estágio	probatório,	uma	vez	que	o	estágio	se	refere	ao	cargo.	Porém,	
ele	 já	 será	 servidor	 efetivo,	 pois	 a	 estabilidade	 ocorre	 no	 serviço	 público	 –	
ressalvando	que	essa	estabilidade	é	para	cada	ente	da	federação,	sendo	que	se	ele	
trocar	 um	 cargo	 estadual	 por	 um	 federal,	 por	 exemplo,	 também	 não	 terá	 a	
estabilidade.	
A	 consequência	 disso	 é	 que,	 se	 Pedro	 reprovar	 no	 estágio	 probatório,	 terá	
assegurado	o	retorno	ao	cargo	anterior.	Vale	dizer,	Pedro	será	exonerado	do	novo	
cargo,	 mas	 poderá	 retornar	 ao	 antigo	 cargo,	 uma	 vez	 que	 ele	 já	 possui	 a	
estabilidade. 
 
Com efeito, outro requisito para aquisi‹o da estabilidade Ž a prŽvia 
aprova‹o em concurso pœblico de prova ou de provas e t’tulos. Dessa 
forma, podemos perceber que existem quatro requisitos para aquisi‹o da 
estabilidade: 
a) aprova‹o em concurso pœblico; 
b) o cargo deve ser de provimento efetivo; 
c) trs anos de efetivo exerc’cio; 
d) aprova‹o em avalia‹o especial de desempenho por comiss‹o 
institu’da para essa finalidade. 
Todavia, o servidor efetivo n‹o possui uma ÒblindagemÓ contra 
qualquer forma de demiss‹o. A Constitui‹o Federal apresenta quatro 
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hip—teses em que o servidor est‡vel poder‡ perder o cargo de forma n‹o 
volunt‡ria: 
a) sentena judicial transitada em julgado; 
b) processo administrativo com ampla defesa; 
c) insuficincia de desempenho, verificada mediante avalia‹o peri—dica, 
na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa; 
d) excesso de despesa com pessoal, nos termos do art. 169, ¤4¼. 
As duas œltimas hip—teses de perda do cargo n‹o estavam previstas no 
texto original da Constitui‹o Federal, sendo inclu’das pela EC 19/1998. 
Deve-se destacar que n‹o se confunde a demiss‹o com a 
exonera‹o. A primeira possui car‡ter punitivo, decorrendo de falta grave 
ou como efeito de sentena penal. Por outro lado, a exonera‹o Ž aplic‡vel 
nos demais casos, em regra, sem car‡ter punitivo. Por exemplo, quando o 
servidor, voluntariamente, deseja parar de trabalhar na institui‹o, ele faz 
o pedido de exonera‹o. 
Assim, as duas novas hip—teses de perda do cargo s‹o formas de 
exonera‹o. Entretanto, parte da doutrina considera, plausivelmente, que 
a perda do cargo por insuficincia de desempenho possui car‡ter punitivo, 
em que pese seja realizada por exonera‹o. Dessa forma, n‹o mais Ž 
correto afirmar que a exonera‹o nunca possui car‡ter punitivo, pois no 
caso de insuficincia de desempenho ela ter‡. Com efeito, a maior prova do 
car‡ter punitivo Ž que a pr—pria Constitui‹o determina que seja 
oportunizado a ampla defesa ao servidor. Por fim, vale lembrar que a perda 
do cargo por insuficincia de desempenho depende da edi‹o de lei 
complementar, que estabelecer‡ as regras b‡sicas para a avalia‹o. 
No caso de excesso de despesa, porŽm, Ž evidente que n‹o existe 
car‡ter punitivo, pois n‹o decorre de nenhuma a‹o do servidor. De acordo 
com o art. 169, ¤4¼, da CF, em caso de excesso de despesa, Òo servidor 
est‡vel poder‡ perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada 
um dos Poderes especifique a atividade funcional, o —rg‹o ou unidade 
administrativa objeto da redu‹o de pessoalÓ. 
A exigncia de limite de despesa com pessoal encontra-se prevista no 
art. 169, caput, da CF. Tal dispositivo foi regulamentado pela Lei 
Complementar 101/2000, a chamada Lei de ResponsabilidadeFiscal. Os 
limites s‹o calculados com base na receita corrente l’quida, fixados em 50% 
para a Uni‹o e 60% para os estados e munic’pios. Em seguida, a LRF 
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estabelece limites para cada Poder (n‹o vamos aprofundar esses limites, 
pois foge do campo do Direito Administrativo). 
Caso algum Poder ultrapasse o limite previsto na LRF, dever‡ tomar as 
medidas para reduzir os seus gastos. Entretanto, o art. 163 da Constitui‹o 
estabelece regras que devem ser observadas antes da exonera‹o do 
servidor est‡vel com a finalidade de cumprir os limites da LRF: 
a) redu‹o em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em 
comiss‹o e fun›es de confiana; 
b) exonera‹o dos servidores n‹o est‡veis. 
Portanto, a exonera‹o de servidor est‡vel Ž medida de exce‹o, que 
s— poder‡ ser tomada se as medidas acima n‹o forem suficientes para 
reconduzir os gastos aos limites previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal. 
O servidor est‡vel que perder o cargo em decorrncia de excesso de 
despesas com pessoal far‡ jus a indeniza‹o correspondente a um ms de 
remunera‹o por ano de servio (CF, art. 169, ¤5¼). Por fim, o cargo objeto 
da redu‹o prevista nos par‡grafos anteriores ser‡ considerado extinto, 
vedada a cria‹o de cargo, emprego ou fun‹o com atribui›es iguais ou 
assemelhadas pelo prazo de quatro anos (CF, art. 169, ¤6¼). 
Normalmente, s— se fala na estabilidade relativa ao 
servidor ocupante de cargo efetivo, que foi essa que 
acabamos de estudar. No entanto, o art. 19 do 
ADCT apresentou uma outra forma de estabilidade, aplic‡vel 
exclusivamente ao servidor admitido sem concurso pœblico h‡ pelo menos 
cinco anos antes da promulga‹o da Constitui‹o. Todavia, esse 
servidor Ž est‡vel, mas n‹o Ž efetivo, e possui somente o direito de 
permanncia no servio pœblico no cargo em que fora admitido, todavia 
sem incorpora‹o na carreira, n‹o tendo direito a progress‹o funcional 
nela, ou a desfrutar de benef’cios que sejam privativos de seus 
integrantes18. 
Para encerrar, Ž importante lembrar que a estabilidade n‹o se aplica 
aos servidores comissionados. Quanto aos empregados pœblicos, vamos 
fazer algumas considera›es no t—pico seguinte. 
																																																								
18
RE	167.635/SP.	
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transitada em julgado; processo administrativo em que lhe seja 
proporcionado ampla defesa; por insuficincia em avalia‹o peri—dica de 
desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa; ou 
em decorrncia de excesso de gastos com pessoal, observadas as regras 
do art. 169 da Constitui‹o da Repœblica. 
A vitaliciedade, por sua vez, garante a permanncia no servio pœblico, 
s— admitindo uma œnica hip—tese de perda do cargo: sentena judicial 
transitada em julgado. Nessa linha, as demais hip—teses de perda do 
cargo n‹o se aplicam aos ocupantes de cargos vital’cios. 
 
Os ocupantes de cargo vital’cio s— podem 
perder o cargo por meio de processo judicial 
transitado em julgado. 
A Constitui‹o Federal assegura a vitaliciedade aos membros de 
carreiras da magistratura, do MinistŽrio Pœblico e tambŽm aos ministros e 
conselheiros dos Tribunais de Contas. 
Para os ocupantes de cargos de juiz e promotor, no primeiro grau, a 
vitaliciedade ser‡ adquirida ap—s dois anos de exerc’cio, sendo que nesse 
per’odo a perda do cargo depende de delibera‹o do tribunal ao qual o juiz 
esteja vinculado. 
Todavia, nos casos em que o agente ingressa na carreira de 
magistratura por meio de nomea‹o direta, como ocorre com os 
desembargadores nomeados pelo Òquinto constitucionalÓ, ou os ministros 
do STF ou do STJ a vitaliciedade Ž adquirida automaticamente no momento 
da posse, ou seja, n‹o Ž necess‡rio aguardar os dois anos. Acrescenta-se 
neste rol os ministros e conselheiros de Tribunais de Contas que n‹o 
ocupavam cargos vital’cios antes de sua nomea‹o.Por exemplo, se um 
advogado for escolhido pelo Congresso Nacional para ocupar o cargo de 
ministro do Tribunal de Contas da Uni‹o, no momento em que ele tomar 
posse na Corte de Contas, a vitaliciedade ser‡ adquirida. 
 
14. (Cespe – Auditor de Controle Externo/TCE-SC/2016) O servidor público 
ocupante exclusivamente de cargo em comissão adquire a estabilidade após três 
anos de efetivo exercício. 
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d) Os chamados cargos vitalícios, previstos pela Constituição anterior à ora vigente, 
não mais subsistem. Atualmente, apenas existem os chamados cargos efetivos e 
cargos em comissão, também denominados na prática de cargo de confiança. 
e) Considera-se agente público aquele que exerce, mesmo que transitoriamente, 
cargo, emprego ou função pública, sempre mediante remuneração pelo serviço 
prestado. 
Comentário: a alternativa A tratou dos chamados agentes de fato, que, mesmo 
sem ter uma investidura normal e regular, executam função pública em nome 
do Estado. Logo, a opção A está correta. Vejamos o erro das demais 
alternativas: 
b) ERRADA – de fato o servidor público estatutário é submetido a diploma 
legal específico (o estatuto), todavia o cargo público ocupado é somente na 
administração direta, nas autarquias e nas fundações públicas. Assim, não 
existe cargo público e nem servidor público nas empresas públicas, por isso 
a opção está errada; 
c) ERRADA – os litígios entre servidores estatutários e a Administração 
Pública devem ser solucionados na justiça comum (Federal ou Estadual, 
conforme o caso), enquanto os litígios dos celetistas (empregados públicos) 
serão resolvidos na Justiça do Trabalho; 
d) ERRADA – os cargos vitalícios persistem na atual Constituição, sendo 
aplicados a agentes públicos de determinadas carreiras, como os membros 
da magistratura, do Ministério Público e dos Tribunais de Contas. A 
vitaliciedade é uma garantia de permanência mais forte que a estabilidade, 
sendo que o agente só poderá perder o cargo em decorrência de sentença 
judicial transitada em julgado; 
e) ERRADA – a definição de agente público é bem ampla. Muitas vezes, 
costuma-se adotar a definição prevista na Lei 8.429/1992, vazada nos 
seguintes termos: 
Art. 2¡ Reputa-se agente pœblico, para os efeitos desta lei, todo aquele 
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remunera‹o, por 
elei‹o, nomea‹o, designa‹o, contrata‹o ou qualquer outra forma de 
investidura ou v’nculo, mandato, cargo, emprego ou fun‹o nas 
entidades mencionadas no artigo anterior. 
Portanto, o conceito de agente público envolve qualquer um que venha 
exercer mandato, cargo, emprego ou função, ainda que sem remuneração. 
Gabarito: alternativa A. 
17. (Cespe – ATA/CADE/2014) O servidor público poderá adquirir estabilidade 
mesmo antes de concluir o estágio probatório. 
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Comentário: o atual entendimento do STF é que tanto a estabilidade quanto o 
estágio probatório são de três anos. Entretanto, a estabilidade é adquirida no 
serviço público, dentro domesmo ente federado; enquanto o estágio 
probatório é realizado para verificar a aptidão para o cargo. Portanto, um 
servidor público poderá adquirir a estabilidade em um cargo, mas só depois 
realizar o estágio em um outro em que ele for aprovado por concurso público. 
Nessa situação, ele terá adquirido a estabilidade antes de concluir o estágio 
probatório. Logo, o item estácorreto. 
Gabarito: correto. 
ACESSO	A	FUNÇÕES,	CARGOS	E	EMPREGOS	PÚBLICOS	
Acessibilidade	aos	brasileiros	e	aos	estrangeiros	
O inciso I do art. 37 da CF determina que os cargos, empregos e 
fun›es pœblicas s‹o acess’veis aos brasileiros que preencham os 
requisitos estabelecidos em lei, bem como aos estrangeiros, na forma da 
lei. 
Do dispositivo mencionado acima, duas situa›es distintas podem ser 
observadas. Para os brasileiros, a regra Ž a ampla acessibilidade. Dessa 
forma, sempre que os brasileiros preencherem os requisitos legais, poder‹o 
ter acesso aos cargos, empregos ou fun›es pœblicas. Por outro lado, para 
os estrangeiros, o dispositivo Ž norma de efic‡cia limitada22, ou seja, os 
estrangeiros s— ter‹o acesso aos cargos e empregos pœblicos na forma da 
lei. 
Por exemplo, se um concurso pœblico exigir a forma‹o superior para 
um cargo pœblico, todos os brasileiros com curso superior poder‹o ter 
acesso a esse cargo. J‡ os estrangeiros, alŽm de possu’rem o curso 
superior, depender‹o de lei que disponha sobre o seu acesso ao mencionado 
cargo. 
																																																								
22
RE	 544655	 AgR/MG:	 “EMENTA:	 AGRAVO	 REGIMENTAL	 NO	 RECURSO	 EXTRAORDINÁRIO.	 CONSTITUCIONAL.	
ADMINISTRATIVO.	ESTRANGEIRO.	ACESSO	AO	SERVIÇO	PÚBLICO.	ARTIGO	37,	I,	DA	CB/88.	O	Supremo	Tribunal	
Federal	fixou	entendimento	no	sentido	de	que	o	artigo	37,	I,	da	Constituição	do	Brasil	[redação	após	a	EC	19/98],	
consubstancia,	relativamente	ao	acesso	aos	cargos	públicos	por	estrangeiros,	preceito	constitucional	dotado	de	
eficácia	 limitada,	dependendo	 de	 regulamentação	 para	 produzir	 efeitos,	 sendo	 assim,	 não	 auto-aplicável.	
Precedentes.	Agravo	regimental	a	que	se	dá	provimento”.	(grifos	nossos)	
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Ainda sobre os brasileiros, a regra Ž que n‹o exista diferencia‹o entre 
brasileiros natos, naturalizados ou, ainda, equiparados (CF, art. 12, ¤1¼23). 
Entretanto, a Constitui‹o Federal reserva alguns cargos que somente 
podem ser ocupados por brasileiros natos24. 
De	acordo	com	a	Constituição	Federal,	 são	privativos	de	
brasileiros	os	cargos	de	(CF,	art.	12,	§3º):	
® Presidente	e	Vice-Presidente	da	República;	
® Presidente	da	Câmara	dos	Deputados;	
® Presidente	do	Senado	Federal;	
® Ministro	do	Supremo	Tribunal	Federal;	
® Carreira	diplomática;	
® oficial	das	Forças	Armadas.	
® Ministro	de	Estado	da	Defesa	
Vale observar que, no STF, todos os ministros devem ser brasileiros 
natos e n‹o somente o Presidente. Isso porque todos os ministros do STF 
podem assumir a presidncia e, por conseguinte, poder‹o assumir, 
provisoriamente, o cargo de Presidente da Repœblica. 
Requisitos	para	o	acesso	a	cargos	e	empregos	públicos	
Voltando ao art. 37, I, da CF, o dispositivo impede que sejam 
estabelecidas condi›es ou exigncias para o acesso aos cargos ou 
empregos pœblicos que n‹o estejam previstos em lei. Portanto, os editais 
de concursos pœblicos n‹o s‹o instrumentos h‡beis para estabelecer 
limita›es para a participa‹o no concurso ou para o provimento no cargo 
que n‹o possuem respaldo em lei. Com efeito, a limita‹o tambŽm n‹o pode 
decorrer de nenhum ato normativo infralegal, a exemplo dos regulamentos, 
instru›es normativas, portarias, etc. 
AlŽm disso, o princ’pio da isonomia, previsto no art. 5¼ da Constitui‹o 
Federal, veda que sejam estabelecidas formas discriminat—rios para o 
ingresso nos cargos ou empregos pœblicos, a exemplo de limita›es em 
decorrncia de origem, raa, religi‹o, etc. 
																																																								
23
	Art.	12.	(...)	§	1º			Aos	portugueses	com	residência	permanente	no	País,	se	houver	reciprocidade	em	favor	de	
brasileiros,	serão	atribuídos	os	direitos	inerentes	ao	brasileiro,	salvo	os	casos	previstos	nesta	Constituição.	
24
	A	condição	de	brasileiro	nato	está	definida	no	art.	12,	I,	da	CF.	
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Todavia, eventualmente, com base no princ’pio da razoabilidade Ð e 
respeitando os princ’pios da isonomia e da impessoalidade Ð, s‹o permitidas 
exigncia que venham a limitar o amplo acesso aos cargos ou empregos 
pœblicos, como limite de idade, sexo, altura, forma‹o profissional, etc. Com 
efeito, o art. 39, ¤3¼, da Constitui‹o Federal estabelece que a lei poder‡ 
estabelecer requisitos diferenciados de admiss‹o quando a natureza do 
cargo o exigir. 
Assim, qualquer condi‹o ou limita‹o para o acesso aos cargos, 
empregos ou fun›es pœblicas deve possuir previs‹o em lei e, alŽm disso, 
deve respeitar os princ’pios da razoabilidade, isonomia e impessoalidade. 
Por conseguinte, n‹o se admite que atos administrativos venham a 
estabelecer restri›es. Nesse sentido, a Sœmula 14 do STF estabelece que 
ÒN‹o Ž admiss’vel, por ato administrativo, restringir, em raz‹o da idade, 
inscri‹o em concurso para cargo pœblicoÓ. Na mesma linha, a Sœmula 686, 
tambŽm do STF, disp›e que ÒS— por lei se pode sujeitar a exame 
psicotŽcnico a habilita‹o de candidato a cargo pœblicoÓ. 
 Vejamos alguns detalhes sobre as principais restri›es ao acesso a 
cargos e empregos pœblicos. 
Restrições	de	idade,	sexo	e	altura	
O art. 7¼, XXX, da CF, estabelece a proibi‹o de diferena de exerc’cio 
de fun›es e de critŽrio de admiss‹o por motivo de sexo, idade, cor ou 
estado civil. Tal proibi‹o se aplica aos servidores ocupantes de cargo 
pœblico, por fora do art. 39, ¤3¼, tambŽm da Constitui‹o Federal. Todavia, 
este œltimo dispositivo estabelece que a lei poder‡ estabelecer requisitos 
diferenciados de admiss‹o quando a natureza do cargo o exigir. 
 
No	caso	do	limite	de	idade,	o	STF	já	firmou	o	seguinte	entendimento	por	meio	da	
Súmula	693:	“O	limite	de	idade	para	a	inscrição	em	concurso	público	só	se	legitima	
em	 face	 do	 art.	 7º,	 XXX,	 da	 Constituição,	 quando	 possa	 ser	 justificado	 pela	
natureza	das	atribuições	do	cargo	a	ser	preenchido”.	
Apesar de a Sœmula acima abordar especificamente o limite de idade, 
Ž certo que eventual limita‹o tambŽm poder‡ ocorrer em decorrncia de 
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sexo, altura ou outras condi›es consideradas imprescind’veis para o 
desempenho das atribui›es do cargo, emprego ou fun‹o. No entanto, tal 
limita‹o sempre depender‡ de previs‹o legal, que dever‡ ser justificada 
pela natureza das atribui›es que ser‹o desempenhadas. 
Com efeito, Ž firme no Superior Tribunal de Justia o entendimento de 
que Ž poss’vel a defini‹o de limite m‡ximo e m’nimo de idade, sexo e 
altura para o ingresso na carreira militar, levando-se em conta as 
peculiaridades da atividade exercida, desde que haja lei espec’fica que 
imponha tais restri›es25. 
Nesse contexto, no que se refere ˆ limita‹o de idade m’nima, n‹o 
existe muita discuss‹o, uma vez que a pr—pria Lei 8.112/1990 estabelece a 
idade m’nima de dezoito anospara o ingresso nos cargos pœblicos (art. 5¼, 
V). 
J‡ em rela‹o ˆ idade m‡xima, o Supremo Tribunal Federal tambŽm 
vem assentando o entendimento sobre a sua possibilidade, mas sempre 
dependendo de previs‹o em lei. Nesse contexto, o STF, ao discutir a 
limita‹o de idade m‡xima para o ingresso em carreiras militares, em que 
a exigncia de idade encontra-se prevista no pr—prio texto constitucional 
(art. 142, ¤3¼, X), entendeu que a fixa‹o da idade m‡xima para a inscri‹o 
nos concursos de carreiras militares depende de lei em sentido formal 
(reserva legal), concluindo pelo descabimento de regulamenta‹o por outra 
espŽcie normativa, ainda que por delega‹o legal26. 
As limita›es de sexo s— s‹o admitidas quando existir a devida 
fundamenta‹o em lei e no edital do concurso. Nesse contexto, o STF 
entende que Òa simples restri‹o, sem motiva‹o e independentemente 
de qualquer critŽrio, para afastar a participa‹o de mulheres dos quadros 
da pol’cia militar, retira a sua admissibilidade constitucional, em face do 
princ’pio da igualdadeÓ27. 
Por fim, a mesma regra se aplica ˆ exigncia de altura m’nima. Nessa 
linha, o Superior Tribunal de Justia tem como razo‡vel que se estabelea 
limite m’nimo de altura para o preenchimento de cargos pœblicos, desde 
que a natureza das atividades exercidas imponha a exigncia e que haja 
expressa previs‹o legal. Todavia, a lei deve estabelecer especificamente a 
																																																								
25
AgRg	no	RMS	41515/BA.	
26
RE	600.885/RS.	
27
RE	528.684/MS.	
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transcorrido entre a abertura das inscri›es do concurso pœblico e sua 
efetiva homologa‹o30. 
Segundo entendimento do STF, Ž poss’vel que um 
candidato de 32 anos tome posse em um cargo com 
exigncia de idade m‡xima de 31 anos. Isso porque 
a comprova‹o de idade deve ocorrer no 
momento da inscri‹o e n‹o em momento posterior (homologa‹o, 
in’cio de curso de forma‹o, posse etc.). 
Dessa forma, o momento da comprova‹o dos requisitos em concursos 
pœblicos pode ser resumido da seguinte forma: 
a) em regra, a comprova‹o deve ocorre no momento da posse; 
b) exce›es, que devem ser comprovadas no momento da inscri‹o 
no certame: 
® comprova‹o de trs anos de atividade jur’dica para ingresso 
nas carreiras de juiz e de membro do MinistŽrio Pœblico; 
® comprova‹o do idade m‡xima para ingresso no cargo. 
Exame	psicotécnico	
Conforme vimos acima, a Sœmula 686 do STF disp›e que ÒS— por lei se 
pode sujeitar a exame psicotŽcnico a habilita‹o de candidato a cargo 
pœblicoÓ. 
AlŽm disso, a jurisprudncia do STF tem exigido, para a realiza‹o de 
exames psicotŽcnicos, a previs‹o em lei formal e um grau m’nimo de 
objetividade, rigor cient’fico e critŽrios expl’citos (isto Ž, n‹o sigilosos), 
permitindo que o candidato possa identificar claramente as conclus›es que 
eventualmente lhe tenham sido desfavor‡veis, bem como permitir o acesso 
do Poder Judici‡rio para a verifica‹o de les‹o de direito no uso de tais 
critŽrios31. AlŽm da previs‹o legal e da objetividade, exige-se que seja 
prevista a possibilidade de recurso administrativo em rela‹o ao 
resultado do exame32. 
																																																								
30
	Nesse	sentido:	ARE	730.959	AgR/BA;	e		
31
AI	529.219	AgR/RS.	
32
RE	188.234/DF.	
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Em resumo, s‹o quatro as condi›es para que 
a exigncia de exame psicotŽcnico seja v‡lida: 
a) previs‹o em lei e no edital; 
b) compatibilidade com as atribui›es normais do cargo; 
c) o exame deve possuir um grau m’nimo de objetividade, possuindo 
rigor cient’fico e critŽrios expl’citos; 
d) possibilidade de recurso33. 
QUESTÕES	EXTRAS	
João, após aprovação em concurso público, foi nomeado em 2015 para integrar o 
quadro de uma entidade da administração indireta dotada de personalidade jurídica 
de direito privado. Acerca dessa situação hipotética, julgue os itens seguintes. 
18. (Cespe – Técnico Administrativo/Anvisa/2016) Com a aprovação no referido 
concurso, João passará a ocupar cargo público efetivo regido pelo regime jurídico 
único dos servidores públicos civis. 
Comentário: se o servidor vai ocupar emprego público, não lhe será aplicado o 
regime jurídico único dos servidores públicos civis nem ele ocupará cargo 
público efetivo. 
Gabarito: errado. 
19. (Cespe – Técnico Administrativo/Anvisa/2016) Na situação descrita, após três 
anos de efetivo exercício, João adquirirá a estabilidade estatutária, própria dos 
servidores públicos, desde que seja aprovado em estágio probatório. 
Comentário: os servidores ocupantes de cargo efetivo, adquiriram a 
estabilidade após três anos de efetivo exercício do cargo (CF, art. 41, caput). 
Essa regra não se aplica, contudo, aos ocupantes de emprego público. Motivo 
pelo qual o item está incorreto. 
Gabarito: errado. 
20. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-PI/2016) A cidade de Parintins, no Amazonas, 
detém a maior proporção do Brasil de funcionários públicos em relação ao total de 
																																																								
33
	Entendimento	semelhante	também	consta	na	Súmula	Administrativa	AGU	35/2008:	"O	exame	psicotécnico	a	
ser	aplicado	em	concurso	público	deverá	observar	critérios	objetivos,	previstos	no	edital,	e	estará	sujeito	a	recurso	
administrativo."	
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trabalhadores formais — lá são 3.971 servidores públicos, que correspondem a 
62,71% desse total, considerados apenas os estatutários. Internet: (com adaptações). 
Tendo o texto acima como referência inicial e supondo que a notícia apresentada 
tenha sido confirmada por diversos organismos renomados pelo elevado grau 
assertivo em suas pesquisas e que a realidade apresentada permaneça até o 
presente, assinale a opção correta acerca de aspectos diversos do direito 
administrativo. 
a) As contratações de agentes públicos para o exercício de cargo efetivo e 
permanente no referido município devem ocorrer mediante concurso, cuja validade 
inicial pode ser de até dois anos, prorrogável, uma vez, por igual período. 
b) A existência do elevado número de servidores públicos é suficiente para concluir 
que o chefe do Poder Executivo municipal, por utilizar a técnica administrativa da 
concentração, agiu contrariamente ao princípio da eficiência, estando, pois, sujeito à 
ação de improbidade, cuja prescrição ocorre no prazo de cinco anos, a contar da 
abertura do respectivo processo administrativo disciplinar. 
c) O mesário convocado para servir no dia das eleições é considerado servidor público 
estatutário. 
d) A administração pública, em sentido objetivo, compreende as pessoas jurídicas de 
direito público e seus agentes. 
e) Com base no entendimento do STF, é correto afirmar que o prefeito de Parintins 
pode nomear sobrinha para ocupar cargo de confiança em órgão da administração, 
uma vez que a vedação à nomeação de parentes alcança apenas aqueles em linha 
reta ou por afinidade. 
Comentário: 
a) dispõe a Constituição Federal que o prazo de validade do concurso público 
será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período (art. 37, III) –

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