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apostila D Penal Especial I (2)

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Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 
 
 
1º BLOCO ........................................................................................................................................................................................... 3 
I. Título II Dos Crimes Contra o Patrimônio ............................................................................................................................... 3 
II. Capítulo I - Do Furto ............................................................................................................................................................... 3 
• Furto Simples ..................................................................................................................................................................... 3 
• Furto Noturno – Art. 155 §1º .............................................................................................................................................. 5 
• Furto Privilegiado – Art. 155, §2º ....................................................................................................................................... 5 
• Equiparação de Energia – Art. 155, §3º ............................................................................................................................. 6 
• Furto Qualificado – Art. 155, §4º ........................................................................................................................................ 6 
• Furto de Coisa Comum – Art. 156, §§ 1º E 2º ................................................................................................................... 6 
2º BLOCO ........................................................................................................................................................................................... 8 
I. Capítulo II - Do Roubo e da Extorsão ..................................................................................................................................... 8 
• Roubo - ART. 157 ............................................................................................................................................................. 8 
• Roubo Próprio - Art. 157, Caput........................................................................................................................................ 8 
• Roubo Impróprio - Art. 157, §1º ........................................................................................................................................ 9 
• Aumento de Pena - Art. 157, §2º ...................................................................................................................................... 9 
• Roubo Qualificado - Art. 157, §3º ..................................................................................................................................... 9 
• Extorsão - Art. 158 .......................................................................................................................................................... 10 
3º BLOCO ......................................................................................................................................................................................... 11 
I. Capítulo V - Da Apropriação Indébita ................................................................................................................................... 11 
• Aumento de Pena ............................................................................................................................................................ 11 
II. Capítulo VI - Do Estelionato e Outras Fraudes .................................................................................................................... 12 
• Estelionato - Art. 171 ....................................................................................................................................................... 12 
• Forma Privilegiada - § 1º.................................................................................................................................................. 13 
III. Capítulo VII - Da Receptação ............................................................................................................................................... 14 
• Forma Qualificada - § 1º .................................................................................................................................................. 15 
• Figura Equiparada a Qualificadora - § 2º ......................................................................................................................... 15 
• Figura Explicativa - § 4º ................................................................................................................................................... 15 
• Receptação Privilegiada - § 5º ......................................................................................................................................... 15 
• Receptação Qualificada Específica - § 6º ........................................................................................................................ 15 
IV. Capítulo VII - Das Disposições Gerais ................................................................................................................................. 15 
• Escusa Absolutória - Art. 181........................................................................................................................................... 16 
• Escusa Relativa - Art. 182 ............................................................................................................................................... 16 
• Inaplicabilidade das Escusas - Art. 183 ........................................................................................................................... 16 
4º BLOCO ......................................................................................................................................................................................... 18 
I. Título X - Dos Crimes Contra Fé Pública ............................................................................................................................. 18 
II. Capítulo II - Da Falsidade de Títulos e Outros Papéis Públicos ........................................................................................... 18 
• Falsificação de Papéis Públicos - Art. 293 ....................................................................................................................... 18 
• Petrechos de Falsificação - art. 294 e 295 ....................................................................................................................... 19 
III. Capítulo III - Da Falsidade Documental ................................................................................................................................ 19 
• Falsificação do Selo ou Sinal Público - Art. 296............................................................................................................... 19 
• Falsificação de Documento Público Art. 297 ................................................................................................................... 20 
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• Falsificação de Documento Particular - Art. 298 .............................................................................................................. 21 
• Falsidade Ideológica - Art. 299 ........................................................................................................................................22 
• Falso Reconhecimento de Firma ou Letra - Art. 300 ....................................................................................................... 22 
• Certidão ou Atestado Ideologicamente Falso - Art. 301 ................................................................................................... 23 
• Falsidade Material de Atestado ou Certidão - Art. 301, §1º ............................................................................................. 23 
• Falsidade de Atestado Médico - Art. 302 ......................................................................................................................... 23 
• Reprodução ou Adulteração de Selo ou Peça Filatélica - Art. 303 .................................................................................. 23 
• Uso de Documento Falso - Art. 304 ................................................................................................................................. 23 
• Supressão de Documento - Art. 305 ................................................................................................................................ 24 
IV. Capítulo IV - De Outras Falsidades ...................................................................................................................................... 24 
• Falsa Identidade - Art. 307 ............................................................................................................................................... 24 
• Uso de Documento de Identidade Alheia - Art. 308 ......................................................................................................... 25 
• Adulteração de Sinal Identificador de Veículo Automotor - Art. 311 ................................................................................ 25 
V. Capítulo V - Das Fraudes em Certames de Interesse Público ............................................................................................. 25 
• Fraudes em Certame de Interesse Público - Art. 311-A .................................................................................................. 25 
 
 
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I. TÍTULO II DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 
II. CAPÍTULO I - DO FURTO 
O Título II referente à parte especial do código penal diz respeito aos crimes contra o patrimônio e estão descritos 
do artigo 155 até o artigo 182 do referido diploma legal. 
INTRODUÇÃO 
Para iniciar o estudo dos crimes contra o patrimônio vamos partir do artigo 155, que traz a figura típica do crime 
de furto, iremos abordar seus requisitos, as elementares que estão dispostas nos parágrafos subsequentes e que 
tipificam essa conduta no Código Penal. 
Art. 155 - É o crime de furto na sua modalidade simples. 
§1º - furto noturno 
Causa de aumento de pena. 
§2º - furto privilegiado 
Causa de diminuição de pena. 
§3º - equiparação de energia 
É uma norma explicativa que equipara a conduta a outras modalidades. 
§4º - qualificadoras 
Situações em que a pena base será aumentada. 
§5º - qualificadora especial 
Trata-se de uma figura qualificadora específica, utilizada em situações determinadas. 
• FURTO SIMPLES 
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
ELEMENTOS 
a) Conduta típica: Pode-se entender, de forma simples, como sendo o núcleo da figura típica, o verbo, nesse caso 
a SUBTRAÇÃO. 
b) Objeto material: é o elemento sobre o qual recai a conduta do agente, nessa situação, no crime de furto, é a 
coisa MÓVEL, o objeto passível de assenhoramento de forma ilícita do bem. 
ATENÇÃO! 
NÃO existe furto de bem IMÓVEL, poderá configurar em outro crime, menos, o crime de furto. 
c) Coisa alheia: Para configurar o crime de furto, faz-se necessário que o objeto furtado seja de terceira pessoa, 
não existe a possibilidade de furtar um objeto próprio. 
EXEMPLO: “A”, com intenção de furtar uma relojoalheria, dirige-se a essa. Enquanto experimentava marcas 
extremamente valiosas, aproveita o momento de descuido do vendedor para tentar substituir um relógio original pelo 
seu, uma réplica perfeita. Contudo, por ERRO – delito putativo –, acaba apanhando seu próprio relógio. 
 Nessa situação NÃO houve crime, pois o agente ERROU sobre um dos elementos do tipo – subtrair coisa alheia 
(subtraiu coisa própria) móvel – Dizemos “delito putativo” porque na cabeça do agente, ele imaginava estar 
praticando furto. 
d) Elemento subjetivo: É o desejo, à vontade, o assenhoramento definitivo do bem, passa a considerar-se como 
dono do objeto obtido de forma ilícita. 
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QUADRO EXPLICATIVO 
 
OBSERVAÇÕES: 
 Res nullius: são objetos que nunca foram de propriedade de outra pessoa, ou seja, nunca tiveram dono. 
EXEMPLO: Um lago em determinada região, sem ser de propriedade de ninguém, caso você decida pescar nesse 
ambiente, não será considerado crime 
 Res derelicta: caso um objeto seja abandonado, também não será objeto de furto, pois, o antigo proprietário não 
poderá dispor novamente do bem. 
EXEMPLO: Suponhamos que você abandone um televisor para que a coleta de lixo o recolhe, alguém observa e 
posteriormente o apanha para si, nessa situação, o antigo proprietário não faz jus a requerer o bem novamente, pois 
configurou-se o abandono. 
 Res desperdicta: caso alguém localize um objeto perdido, não será considerado crime, contudo, fique ATENTO, 
existe uma modalidade específica nessa situação que será considerado crime, entretanto, será abordado 
futuramente. 
EXEMPLO: Suponhamos que alguém, em férias, caminhando pela orla de uma praia, venha encontrar uma pulseira 
de ouro trazida pela maré, nessa situação, não será considerado crime se o agente se apropriar do bem. 
 Furto de uso 
EXEMPLO: “A” vizinho de “B” pega a furadeira sem avisar seu vizinho – o qual havia negado o empréstimo do objeto 
anteriormente – com a finalidade de utilizá-la, após o uso da furadeira, “A” a devolve no mesmo lugar onde a pegou. 
ATENÇÃO! 
TODAS as observações mencionadas acima NÃO caracterizam o crime de furto, é FATO ATÍPICO. 
CONSUMAÇÃO 
TEORIAS 
 TEORIA DA AMOTIO – momento da apreensão da coisa – STF/STJ: Segundo essa teoria, a consumação ocorre 
quando a coisa subtraída passa para o poder do agente, mesmo que num curto espaço de tempo, 
independentemente de deslocamento ou posse mansa ou pacífica. 
EXEMPLO: Um meliante caminha atrás de sua possível vítima em praça pública, com o intuito de furtar sua carteira 
que está aparecendo para fora do bolso. Um policial, observando a situação, coloca-se em caminhada atrás do 
mesmo, no momento em que este saca a carteira da vítima, mesmo essa sem perceber, o policial prende o acuso em 
flagrante, pois o crime já está consumado. 
 TEORIA DA ABLATIO - momento da posse mansa e tranquila – DOUTRINA: Segundo essa teoria, não basta o 
agente dispor do bem, ele deve ter a posse mansa e tranquila do objeto furtado, ou seja, sair da esfera onde o 
bem estava. 
EXEMPLO: Um assaltante entra em uma residência com intenção de furtar joias e aparelhos eletrônicos, caso a 
policia seja alertada e consiga apreender o assaltando ainda dentro da residência, o crime de furto NÃO estaria 
consumado, pois o agente não havia saído da residência, muito menos disposto da posse efetiva do bem. 
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ATENÇÃO! 
A teoria da ablatio não é mais adotada para julgados nos tribunais superiores, contudo, tenha cuidado, pois as 
questões podem vir a abordar o conceito das teorias. 
EXERCÍCIOS 
1. Segundo a corrente doutrinária é correto afirma que o crime de furto se consuma no momento da posse mansa e 
tranquila do bem. 
CORRETO 
2. Segundo jurisprudência atualizada do STF e STJ é correto afirmar que o crime de furto se consuma no momento 
da apreensão do objeto. 
CORRETO 
• FURTO NOTURNO – ART. 155 §1º 
§1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. 
É furto com aumento de pena praticado durante o repouso noturno, aumenta-se aqui de 1/3. A razão da majorante 
se dá devido ao maior perigo que está submetido o bem jurídico diante da precariedade de vigilância por parte de seu 
titular. 
A jurisprudência dominante entende que estaria presente a majorante do furto noturno quando o delito é praticado 
durante o horário de repouso noturno. 
O entendimento é que o horário do repouso noturno varia de determinada região ou local, bem como, não precisa 
necessariamente ser à noite, há depender da rotina de vida da vítima, seu horário de repouso pode ser durante o dia. 
É causa de aumento de pena, pois, ocorre nessa circunstância menor vigilância e maior vulnerabilidade, o que 
enseja em maior desvalor da conduta, sendo irrelevante se a casa é ou não habitada, se é praticado em residência 
ou não, com moradores nela repousando, não exigindo que seja nas dependências, propriamente ditas, da casa. 
ATENÇÃO! 
 Pouco importa se a casa está habitada ou não, ainda assim o aumento vai ser aplicado! 
 Suponha que ocorra um furto em uma agência bancária, onde o guarda de plantão estava dormindo na sala de 
vigilância, ainda assim ocorrerá aumento de pena? Nessa hipótese NÃO, o aumento de pena, pois não era o 
momento do vigilante descansar e sim proteger o patrimônio. 
• FURTO PRIVILEGIADO – ART. 155, §2º 
§2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena 
de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. 
 REQUISITOS NECESSÁRIOS: 
 O réu precisa ser primário; 
 É necessário que o bem furtado seja de pequeno valor; 
 O pequeno valor é considerado menor que um salário mínimo. 
CUIDADO! 
 NÃO confunda PEQUENO VALOR DA COISA E VALOR INSIGNIFICANTE, acompanhe: 
 VALOR INSIGNIFICANTE: no caso do furto, se o valor é considerado insignificante, o fato é ATÍPICO. 
Requisitos: 
 mínima ofensividade da conduta do agente; 
 nenhuma periculosidade social da ação; 
 reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; 
 inexpressividade da lesão jurídica provocada. 
EXEMPLO: O furto de um passe de ônibus de R$ 0,50. 
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• EQUIPARAÇÃO DE ENERGIA – ART. 155, §3º 
§3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. 
Existem diversas equiparações com o furto de energia, acompanhe algumas: 
 Furto de energia genética – é o furto de embriões ou sêmen de animais valiosos; 
 Furto de sinal de televisão por assinatura – o famoso “gato de TV a cabo”; 
 Furto de água potável – adulteração do hidrante; 
• FURTO QUALIFICADO – ART. 155, §4º 
§4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: 
I. com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; 
 É necessário que efetivamente danifique, destrua, quebre o obstáculo para obter o bem. 
Exemplos: 
 “A” quebra o vidro do carro para furtar uma bolsa que havia no interior - FURTO QUALIFICADO; 
 “A” quebra o vidro do carro para furtar o próprio carro - FURTO SIMPLES, art. 155 caput. 
II. com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; 
 É uma confiança depositada na pessoa, aquela de convívio comum, empregada, por exemplo, que fica sozinha 
na casa com os filhos, tem acesso ilimitado na residência, etc. 
 FURTO MEDIANTE FRAUDE - ocorre à subtração do bem utilizando fraude e estelionato, a pessoa é levada a 
erro e entrega a coisa, por exemplo, ladrão obtêm uniforme de uma companhia telefônica para conseguir entrar 
na residência, e aproveita para subtrair todos os notbooks da residência enquanto estava sozinho. Caso a 
proprietária entregue algum bem ao agente que esta utilizando da fraude, será o crime de estelionato (art. 171 do 
CP). 
 Escalada são vários tipos e destreza é uma forma física ou manual, não o simples fato de pular um muro, pode 
ser um túnel, habilidades especiais utilizadas para cometer furto. 
III. com emprego de chave falsa; 
 Se for cópia obtida ilicitamente, configura por chave falsa; e se for chave verdadeira é qualificada por emprego de 
fraude; 
 Se utilizar um clips, chave de fenda ou mixa; 
IV. mediante concurso de duas ou mais pessoas. 
 Quando reúnem-se para praticar um furto, em uma residência por exemplo. 
§5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha 
a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. 
 Acompanhe o grifo, esse tipo penal tem por objetivo punir os agentes que furtam veículos com destino aos países 
fronteiriços ao Brasil, bem como outros Estados. 
• FURTO DE COISA COMUM – ART. 156, §§ 1º E 2º 
Art. 156 - Subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente 
a detém, a coisa comum: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
§1º - Somente se procede mediante representação. 
 Esse crime é de ação penal pública condicionada à representação; 
EXEMPLO: O morador de um condomínio furta utensílios de cozinha do salão de festa do prédio. Nessa situação, ele 
também é detentor de certa parte do bem, visto que, o pagamento da despesa com condomínio é utilizando para 
comprar tais objetos. 
§2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que 
tem direito o agente. 
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 Só vale se for bem infungível 
 Fungível: pode ser substituída a qualquer momento (uma planta de 10 reais na área comum do prédio) se 
subtrair não vai ter crime. 
 Infungível: são coisas específicas, nesse caso o crime será consumado. 
EXERCÍCIOS 
1. É qualificado pelo abuso de confiança o crime de furto cometido por vigia noturno, que tem acesso às chaves do 
estabelecimento que trabalha para poder atender a qualquer eventualidade. 
2. Tanto no crime de furto quando no estelionato a utilização de ardil para enganar a vítima, a diferença reside em 
que no furto a fraude é utilizada para desviar a atenção de alguém para que ocorra a subtração do bem. 
Enquanto que no estelionato, a vontade do sujeito passivo é viciada, fazendo que ele entregue voluntariamente 
a coisa ou a vantagem ilícita. 
3. Na prática de furto de coisa comum, a ação penal é publica condicionada à representação. 
GABARITO 
1 - CORRETO 
2 - CORRETO 
3 - CORRETO 
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I. CAPÍTULO II - DO ROUBO E DA EXTORSÃO 
• ROUBO - ART. 157 
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou 
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de 
resistência:Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
§1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra 
pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para 
si ou para terceiro. 
§2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: 
I. se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; 
II. se há o concurso de duas ou mais pessoas; 
III. se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. 
IV. se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou 
para o exterior; 
V. se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. 
§3º - Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, 
além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. 
 
• ROUBO PRÓPRIO - ART. 157, CAPUT 
Versa em sua descrição, as seguintes características: 
 Violência (vis absoluta) 
Exemplo: “A” desfere um golpe em “B” com o intuito de roubar o celular de “B”. 
 Grave ameaça (vis relativa) 
Exemplo: “A” com a intenção de roubar “B”, o ameaça com um pedaço de pau. 
 Violência imprópria: é qualquer meio que reduza a capacidade de resistência da vítima. Primeiramente ocorre a 
violência imprópria e posteriormente ocorre a subtração da coisa. Se a subtração ocorrer antes que a vítima 
tenha sua capacidade de resistência reduzida, configurará o crime de furto em concurso com o crime de lesão 
corporal. O Boa Noite Cinderela é uma espécie de violência imprópria. 
Exemplo: Ana, com a intenção de roubar Caio, ministra remédio controlado de forma dissimulada na bebida de Caio 
para que o mesmo venha a desmaiar e após reduzido à impossibilidade de resistência de Caio, Ana conseguir 
subtrair o dinheiro da carteira de Caio. 
 É pacífico o entendimento entre o STJ e STF: não existe o instituto do princípio da insignificância quando o 
crime for de roubo. 
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• ROUBO IMPRÓPRIO - ART. 157, §1º 
O agente de maneira inicial tem a intenção de praticar o furto, mas depois de subtraída a coisa, usa da violência 
ou grave ameaça para garantir a impunidade do crime ou assegurar a posse do bem. 
Deve-se ressaltar que essas condutas delitivas não podem ser em contextos fáticos diversos, deve haver a 
violência ou grave ameaça logo em seguida à subtração da coisa. 
No crime de roubo impróprio do §1º, não há que se falar no emprego de violência imprópria, haja vista não ter 
previsão alguma no Código Penal da referida conduta. Se for utilizada a violência imprópria, depois de subtraída à 
coisa, caracteriza-se o crime de furto em concurso com o crime de lesão corporal. 
• AUMENTO DE PENA - ART. 157, §2º 
Se da violência ou ameaça é exercida com emprego de arma: 
 Arma própria: tem a finalidade principal de causar lesão (escopeta, espingarda); 
 Arma imprópria: tem finalidade diversa, porém pode ser utilizada para ferir (chave de fenda, cabo de vassoura, 
tesoura); 
 Arma branca: pode ser própria (punhal) ou imprópria (peixeira); 
 Porte simulado: não é aplicado o aumento de pena, é considerado roubo simples; 
Exemplo: Caio aborda Tício e durante todo o tempo da conduta Caio permanece com uma das mãos dentro da 
camiseta, simulando ter uma arma de fogo. 
 Arma de brinquedo: por não ter capacidade lesiva, não é aplicada a agravante, mas serve para caracterizar o 
crime de roubo simples pelo emprego de grave ameaça; 
 Arma desmuniciada: STJ tornou inadmissível a aplicação da agravante, haja vista que sua utilização é incapaz 
de produzir perigo à vítima; 
 Perícia: STF diz ser dispensável a aplicação de perícia para a real comprovação da potencialidade lesiva da 
arma. 
Se há concurso de duas ou mais pessoas: 
 Ainda é aplicável a causa de aumento de pena mesmo se um dos agentes for inimputável. 
Se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância: 
 Carro-forte, office-boys, funcionários de banco e empresa. 
Se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior: 
 Tem que ser o veículo inteiro. Somente as peças não bastam para configurar a agravante. 
Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade: 
 O criminoso usa a vítima para ficar impune do crime ou para assegurar o produto do crime. Na extorsão 
qualificada pela restrição da liberdade da vítima (art. 158, §3º), essa circunstância de privação de liberdade é 
necessária para a obtenção da vantagem econômica. 
• ROUBO QUALIFICADO - ART. 157, §3º 
O roubo qualificado possui duas consequências possíveis: 
Lesão corporal de natureza grave; 
Morte, também chamado de latrocínio. 
 A intenção do agente é matar a vítima pura e simplesmente com a finalidade de subtrair à coisa. 
 Preste atenção: o latrocínio não é puramente PRETERDOLOSO (dolo no antecedente e culpa no consequente), 
portanto admite a forma tentada. 
Exemplo: “A” com a intenção de roubar “B”, dá voz de assalto, “B” se nega à entregar a carteira e “A” 
intencionalmente atira em “B” para poder subtrair sua carteira, e por circunstâncias alheias a sua vontade “B” não 
morre. 
 O momento da consumação é quando a consequência da conduta resulta a MORTE da vítima, independente se 
o autor do delito levar à coisa ou não. 
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• EXTORSÃO - ART. 158 
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para 
si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer 
alguma coisa: 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
§1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a 
pena de um terço até metade. 
§2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior. 
§3o - Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é 
necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 
(doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas 
previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. 
 
Exemplo: Caio CONSTRANGE Tício, mediante violência e grave ameaça a assinar um cheque no valor de R$ 
5.000,00. Tício, TENDO A OPÇÃO de fazer uma assinatura diversa ou sustar o cheque, o ENTREGA para Caio. 
Núcleo do tipo é constranger alguém. 
Aumento de pena: duas ou mais pessoas ou emprego de arma, mesmo caso do crime de roubo (art. 157, §2º, I e II). 
Extorsão qualificada: lesão grave ou morte, incidindo nas mesmas regras do latrocínio (art.157, §3º). 
Sequestro relâmpago: 
§3o - Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é 
necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 
(doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas 
previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. 
Cuidado com a diferença entre a extorsão qualificada (art. 158, §3º) e o roubo com aumento de pena pela restrição 
de liberdade da vítima (art. 157, §2º, V). A condição de restrição da liberdade da vítima é necessária para a 
obtenção da vantagem ECONOMICA. 
EXERCÍCIOS 
1. Pratica o crime de sequestro em concurso formal com o furto o agente que, no intuito de obter senha bancária, 
priva a vitima de liberdade e, obtendo êxito, a liberta. 
2. Denomina-se roubo impróprio a hipóteseem que a violência ou grave ameaça é exercida após a consumação 
da subtração. 
3. Aumenta-se a pena de um terço até a metade, se o crime de extorsão é cometido por duas ou mais pessoas e 
com abuso de confiança ou mediante fraude. 
4. O uso de arma de brinquedo justifica o aumento de pena no caso de roubo. 
GABARITO 
1 - ERRADO 
2 - CORRETO 
3 - ERRADO 
4 - ERRADO 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 
 
 
 
I. CAPÍTULO V - DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA 
APROPRIAÇÃO INDÉBITA - ART. 168 
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
Aumento de pena 
§1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa: 
I. em depósito necessário; 
II. na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou 
depositário judicial; 
III. em razão de ofício, emprego ou profissão. 
O crime de apropriação indébita é inserido na conduta do agente que, obtendo a posse ou detenção de forma 
LEGÍTIMA de um bem MÓVEL, modifica o seu comportamento - inverte o ônus da posse - sobre a coisa, e pratica 
atos disposição, ou seja, como se fosse o verdadeiro proprietário do bem. Ademais, a posse é obtida por meio 
LÍCITO, de forma que o DOLO - vontade - de apropriar-se ocorre após a obtenção de forma idônea do bem. 
É importante atentar-se para NÃO confundir com o crime de furto (art. 155 do CP), pois, nesse crime, a obtenção 
do bem ocorre de forma ILÍCITA, por conseguinte, convém mencionar também a diferença do crime de estelionato 
(art. 171 do CP), sendo que nessa situação a entrega do bem, assim como na apropriação indébita, é feita de forma 
LÍCITA, contudo, a vítima no momento que entrega o bem é ludibriada por meio do emprego de uma FRAUDE. 
EXEMPLO I: “A”, ao adentrar em uma biblioteca, visualiza um livro o qual desejava adquirir, no entanto, no momento 
que solicita para o atendente, “B”, para verificar outro exemplar, no momento em que o atendente desvia sua atenção 
“A” aproveita para colocar o livro que desejava dentro de sua bolsa, sem que “B” perceba, e posteriormente retira-se 
do local. Nessa situação está configurado o crime de furto - art. 155 do CP - pois, a posse do bem ocorreu de forma 
ILÍCITA. 
EXEMPLO II: “A”, ao adentrar em uma biblioteca, visualiza um livro o qual desejava adquirir, realizando o cadastro de 
praxe, ele empresta o livro do estabelecimento para que seja devolvido na semana seguinte, no entanto, decorrido o 
prazo para entrega, “A” decide não mais devolvê-lo e, por conseguinte, acaba vendendo o livro para outra pessoa. 
Nessa situação está configurado o crime de apropriação indébita - art. 168 do CP - pois, a posse do bem ocorreu de 
forma LÍCITA e somente após o agente decidiu pela conduta ILÍCITA, ou seja, de não devolver o exemplar. 
EXEMPLO III: “A”, ao adentrar em uma biblioteca, visualiza um livro o qual desejava adquirir, ao solicitá-lo para “B”, 
atendente do estabelecimento, é informado que será necessário realizar um cadastro pessoal. Diante dessa situação, 
“A” apresenta uma carteira de identidade falsa, bem como comprovante de endereço e telefone, “B” realiza o 
cadastro e entrega o exemplar para “A”. Nessa situação está configurado o crime de estelionato - art. 171 do CP - 
pois, a posse do bem ocorreu com o emprego de uma FRAUDE - uso de documento falso - ou seja, uma forma 
ILÍCITA. 
IMPORTANTE! 
NÃO é possível ocorrer o crime de apropriação indébita caso o bem seja um IMÓVEL, somente para bens 
móveis, quando o agente pratica atos de disposição - venda, troca, aluga - ou então, quando se recusa a restituir 
o bem - o verdadeiro proprietário solicita a devolução e o agente recusa-se a devolvê-la. 
• AUMENTO DE PENA 
I. em depósito necessário 
É legitimado pelos arts. 647 e 649 do Código Civil. 
II. na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou 
depositário judicial; 
Segundo a lei 11.101/2005, e este rol sendo taxativo - somente será responsabilizado o agente que estiver nessas 
funções - o agente tido como “sindico” deve ser substituído por administrador judicial. Sendo que, recebem coisas 
alheias para que posteriormente sejam restituídas aos legítimos proprietários, exercem uma função de guarda fiel dos 
bens. 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 
 
 
III. em razão de ofício, emprego ou profissão. 
É a situação em que o agente detém a posse de bens devido ao ofício, emprego ou profissão que exerce, e passa 
a praticar atos de disposição com esse patrimônio alheio. 
EXEMPLO: O proprietário de um estacionamento privativo que, aos finais de semana, aluga os veículos dos clientes 
que estão sobre sua guarda. 
II. CAPÍTULO VI - DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES 
• ESTELIONATO - ART. 171 
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou 
mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis. 
§1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena 
conforme o disposto no art. 155, § 2º. 
§2º - Nas mesmas penas incorre quem: 
Disposição de coisa alheia como própria 
I. vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria; 
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria 
II. vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de 
ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em 
prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias; 
Defraudação de penhor 
III. defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia 
pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado; 
Fraude na entrega de coisa 
IV. defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém; 
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro 
V. destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, 
ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou 
valor de seguro; 
Fraude no pagamento por meio de cheque 
VI. emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o 
pagamento. 
§3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito 
público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência. 
O crime de estelionato configura-se quando o agente que pratica o ato não utiliza a violência ou grave ameaça 
contra a vítima, mas sim, de uma FRAUDE, para que a vítima seja mantida em erro e dessa forma obter a posse do 
bem, causando o prejuízo alheio. Na hipótese em que o agente usa um documento falso para praticar o delito - art. 
304 do CP - esse crime será absorvido pelo crime de estelionato, pois o desejo (dolo - elemento subjetivo), do 
agente, é a obtenção da vantagem - princípio da consunção. 
SV.: nº 17 do STJ - Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é 
por este absorvido. 
Não obstante, devemos estar atentos as principais diferenças entre os crimes que se assemelham, sendo o furto, 
a apropriação indébita e o estelionato, acompanhe: 
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comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.QUADRO COMPARATIVO 
 
• FORMA PRIVILEGIADA - § 1º 
§1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor - inferior a um salário mínimo - o prejuízo, o 
juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º. 
De acordo com esta situação, caso a conduta praticada pelo agente do crime de estelionato seja enquadrado 
nesse perfil juiz o pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar 
somente a pena de multa. 
FIGURAS EQUIPARADAS AO ESTELIONATO 
1) Disposição de coisa alheia como própria 
I. vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria; 
Nessa figura, é possível incluirmos os bens IMÓVEIS, sendo que, a conduta do agente que se apropria desse 
bem e realiza atos de disposição - locação, venda, permuta - responderá pelo crime de estelionato e NÃO pelo crime 
de apropriação indébita (art. 168 do CP). 
2) Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria 
II. vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de 
ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em 
prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias; 
É a figura do agente que silencia diante de uma situação que causaria o impedimento da venda, permuta, entre 
outras disposições, sobre um determinado bem. 
EXEMPLO: “A”, vende um veículo que estava em situação irregular - busca e apreensão - para “B”, omitindo esta 
informação no momento da negociação. 
3) Defraudação de penhor 
III. defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia 
pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado; 
4) Fraude na entrega de coisa 
IV. defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém; 
EXEMPLO: “A”, penhora em uma agência de crédito pessoal um anel de ouro como garantia de um empréstimo 
pessoal, contudo, tal agência utiliza-se do objeto para realizar uma rifa para arrecadação de fundos. 
5) Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro 
V. destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, 
ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou 
valor de seguro; 
É o indivíduo que tenta fraudar uma empresa seguradora para obtenção de um seguro ou indenização que tenha 
direito. Caso a lesão seja corporal, a ação de se auto lesionar, não é punível pelo código penal, conduto, caso esta 
ação seja com intenção do recebimento de seguro, enquadrar-se-á nessa figura típica. 
EXEMPLO: “A”, com intenção de obter o prêmio de seguro que possuía de seu estabelecimento, provoca um 
incêndio no prédio da instalação. 
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comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 
 
 
6) Fraude no pagamento por meio de cheque 
VI. emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o 
pagamento. 
Essa conduta é praticada pelo agente que emite cheque - a vista - sabendo que não possui saldo em sua conta, 
ou então, susta o pagamento para que o agente não consiga saca-lo. 
IMPORTANTE! 
Para ser inserido nesse inciso o cheque deve ser próprio, não pode ser a prazo, pois, segundo jurisprudência, 
NÃO configura o crime. Ademais, caso o agente falsifica a assinatura de um cheque que não seja próprio, 
responderá pela pena do caput, bem como se este for falso. 
AUMENTO DE PENA 
§3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de ENTIDADE DE 
DIREITO PÚBLICO ou de INSTITUTO DE ECONOMIA POPULAR, ASSISTÊNCIA SOCIAL ou 
BENEFICÊNCIA. 
III. CAPÍTULO VII - DA RECEPTAÇÃO 
RECEPTAÇÃO - 180 
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa 
que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
Receptação qualificada 
§1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, 
remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no 
exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime: 
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. 
§2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de 
comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência. 
§3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o 
preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas. 
§4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que 
proveio a coisa. 
§5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as 
circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 
155. 
§6º - Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município, empresa 
concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no caput 
deste artigo aplica-se em dobro. 
É o crime decorrente de condutas praticadas com produto, bem, proveniente de um crime anterior, pode ser 
classificada de duas formas: 
 RECEPTAÇÃO PRÓPRIA - é a conduta da primeira parte do caput - adquirir, receber, transportar, conduzir ou 
ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que SABE SER PRODUTO DE CRIME... - nessa hipótese o agente 
tem conhecimento da procedência ilícita do bem. 
 RECEPTAÇÃO IMPRÓPRIA - é a conduta da segunda parte do caput - ...INFLUIR para que terceiro, de boa-fé, 
a adquira, receba ou oculte - é a figura do agente que sabe que o produto é ilícita, contudo, não fica para si, mas, 
auxilia para que um terceiro de boa-fé adquira o produto. 
OBS.: O produto ilícito deve ser proveniente de CRIME, não cabe para possíveis bens advindos de contravenções 
penais. 
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comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 
 
 
• FORMA QUALIFICADA - § 1º 
Esse artigo qualifica a conduta do agente que pratica atividade comercial com produtos advindos de crime. É o 
caso de loja de venda de autopeças, que trabalhe também com produtos usados, por exemplo. 
• FIGURA EQUIPARADA A QUALIFICADORA - § 2º 
Considera-se atividade comercial, qualquer tipo de comércio, seja ele irregular ou clandestino, sendo enquadrado 
nesta figura os desmanche de veículos, bem como aquele que na própria residência comercialize produto 
proveniente de CRIME. 
RECEPTAÇÃO CULPOSA - § 3º 
É a ação do agente que ADQUIRE ou RECEBE um produto que DEVIA PRESUMIR ser produto de crime, seja 
pelo valor ou então pela característica do agente que esteja oferecendo. Por exemplo, “A”, adquire o produto de um 
terceiro, que comercializava em uma feira livre, pela “bagatela” de R$ 60,00, sendo que, o preço de mercado do 
mesmo gira em torno de R$ 500,00. 
• FIGURA EXPLICATIVA - § 4º 
Mesmo que NÃO seja possível reconhecer o autor do crime que resultou o produto ilícito, ou se reconhecido, seja 
este isento de pena, o agente que recebe/adquire a coisa proveniente do crime, será punida. 
EXEMPLO: “A”, que conhecia a reputação de “B” - 15 anos, menor infrator - adquiriu um tênis importado, o qual havia 
sido furtado alguns dias antes, pelo valor de R$ 20,00. Nessa situação, “B” será isento de pena (inimputável), 
contudo “A” ainda assim será responsabilizado pelo crime de receptação. 
EXEMPLO II: “A”, adquire uma moto furtada de “B”, pelo valor de R$ 500,00, algumassemanas após, ao ser 
abordado e preso em uma blitz, “A” entrega a procedência produto aos policiais, após realizar diligências, “B” não é 
localizado, pois havia informado seu endereço errado para “A”. 
• RECEPTAÇÃO PRIVILEGIADA - § 5º 
Assim como no furto - art. 155, § 2º do CP - na situação da receptação do § 3º - receptação culposa - caso 
esteja presente alguns requisitos, o Juiz poderá deixar de aplicar a pena, ocorrendo o perdão judicial. Sendo a 
receptação dolosa, o Juiz poderá substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou 
aplicar somente a pena de multa, desde que, presente os seguinte requisitos: 
 O réu precisa ser primário; 
 É necessário que o bem furtado seja de pequeno valor; 
 O pequeno valor é considerado menor que um salário mínimo. 
• RECEPTAÇÃO QUALIFICADA ESPECÍFICA - § 6º 
Caso o produto furtado seja bens e instalações do patrimônio da UNIÃO, ESTADO, MUNICÍPIO, EMPRESA 
CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇOS PÚBLICOS ou SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA, a pena prevista no caput - 
reclusão de uma a quatro anos e multa - aplica-se em DOBRO. 
IV. CAPÍTULO VII - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: 
I. do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; 
II. de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. 
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é 
cometido em prejuízo: 
I. do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; 
II. de irmão, legítimo ou ilegítimo; 
III. de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 
 
 
Art. 183 - Não e aplica o disposto nos dois artigos anteriores: 
I. se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça 
ou violência à pessoa; 
II. ao estranho que participa do crime. 
III. se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. 
• ESCUSA ABSOLUTÓRIA - ART. 181 
Mesmo que o agente cometa o crime, ele ficará ISENTO DE PENA para qualquer dos crimes do art. 155 ao 180 do 
CP - dos crimes contra o patrimônio - sendo ele: 
 Cônjuge, na constância da sociedade conjugal; 
 Ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. 
NÃO exclui o crime, mas sim isenta de pena. 
• ESCUSA RELATIVA - ART. 182 
Somente será representado se a vítima representar contra o agente, dar inicio ao processo, a queixa, sendo ele: 
 Cônjuge desquitado ou judicialmente separado; 
 Irmão, legítimo ou ilegítimo; 
 Tio ou sobrinho, com quem o agente COABITA. 
• INAPLICABILIDADE DAS ESCUSAS - ART. 183 
 Se o crime é de ROUBO ou de EXTORSÃO, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à 
pessoa; 
 Ao estranho que participa do crime (as circunstâncias ou elementares não se comunicam, art. 30 do CP). 
 Se o crime é praticado contra pessoa com idade IGUAL ou SUPERIOR a 60 (sessenta) anos. 
Considere a seguinte situação hipotética. 
Francisco, imputável, realizou uma compra de produtos alimentícios em um supermercado e, desprovido de 
fundos suficientes no momento da compra, efetuou o pagamento com um cheque de sua titularidade para 
apresentação futura, quando imaginou poder cobrir o deficit. Apresentado o título ao banco na data acordada, não 
houve compensação por insuficiente provisão de fundos. 
1. Nessa situação, o entendimento doutrinário e a jurisprudência dominantes é no sentido de que, não tendo 
havido fraude do emitente, não se configura o crime de emissão de cheques sem fundos (estelionato). 
2. B sempre deixa seu carro no mesmo estacionamento. C, querendo apossar-se do automóvel, vai a esse 
estacionamento e diz ao manobrista que foi buscar o carro a pedido de B. O manobrista lhe entrega o veículo; C 
assume a direção e deixa o local. Sobre a conduta de C, é correto afirmar tratar-se de 
a) estelionato. 
b) furto mediante fraude. 
c) apropriação indébita. 
d) furto qualificado pelo abuso de confiança. 
e) apropriação de coisa havida por erro. 
3. Paulo havia trabalhado como cobrador no asilo Alpha e, por isso, conhecia a lista das pessoas que contribuíam 
através de donativos para aquela entidade beneficente. Após ter deixado o referido emprego, Paulo procurou 
uma dessas pessoas e, dizendo-se funcionário do asilo Alpha, recebeu donativo de R$ 1.000,00 (um mil reais), 
que consumiu em proveito próprio. Nesse caso, Paulo responderá por crime de 
a) furto simples. 
b) furto qualificado pela fraude. 
c) apropriação indébita. 
d) estelionato. 
e) extorsão. 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 
 
 
4. Fulano pede a Beltrano, seu amigo de longa data, que guarde em sua casa um computador de sua propriedade, 
até que volte de uma viagem que fará para a Europa. Dias após ter recebido o aparelho de boa-fé, quando 
Fulano já se encontrava no passeio, como se fosse seu, Beltrano vende o computador para terceira pessoa. A 
conduta de Beltrano se amolda à prática de: 
a) receptação; 
b) receptação qualificada; 
c) furto; 
d) apropriação indébita; 
e) estelionato. 
GABARITOS 
1 - C 
2 - A 
3 - D 
4 - D 
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I. TÍTULO X - DOS CRIMES CONTRA FÉ PÚBLICA 
II. CAPÍTULO II - DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS 
• FALSIFICAÇÃO DE PAPÉIS PÚBLICOS - ART. 293 
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: 
I. selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal 
destinado à arrecadação de tributo; 
II. papel de crédito público que não seja moeda de curso legal; 
III. vale postal; 
IV. cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento 
mantido por entidade de direito público; 
V. talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas 
públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável; 
VI. bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por 
Estado ou por Município: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
§1º - Incorre na mesma pena quem: 
I. usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo; 
II. importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à 
circulação selo falsificado destinado a controle tributário; 
III. importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede, 
empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no 
exercício de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria: 
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado; 
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a obrigatoriedade de 
sua aplicação. 
§2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los novamente 
utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
§3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a que se refere o 
parágrafo anterior. 
§4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recebido de boa-fé, qualquer dos papéis 
falsificados ou alterados, a que se referem este artigoe o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade 
ou alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
§5º - Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1º, qualquer forma de 
comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros 
públicos e em residências. 
Esse artigo do Código Penal traz a tipificação da conduta daquele agente que pratica atos de falsificação de 
papéis públicos, ou seja, aqueles que são chancelados pelo Estado como sendo verdadeiros. Dessa forma, o crime 
possui diversas condutas típicas, mas, a principal está no CAPUT, pois pune quem: FALSIFICA ou ADULTERA O 
DOCUMENTO. 
 Observação: O inciso III - vale postal - foi revogado pelo artigo 36 da lei 6.538/76. Sendo assim, só é 
passível de cobrança em concursos que cobrem especificamente essa lei. 
Parágrafo 1º - Pune-se com a mesma pena do CAPUT - reclusão de dois a oito anos - quem guarda, possui ou 
detém quaisquer dos papéis que constam no inciso I ao VI do caput. Ademais, a falsificação engloba nos incisos II e 
III deste parágrafo, aplica punição as outras condutas ligadas, especificamente, à falsificação de selo destinado ao 
controle tributário, ou então, de produtos ou mercadorias as quais incidem o controle tributário. 
Parágrafo 2º - Pune quem efetuou a supressão do sinal indicativo de inutilização com intenção de tornar 
novamente utilizável. 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
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Parágrafo 3º - Pune quem USA, desde que esse não seja o mesmo autor quem suprimiu o documento, pois senão, 
responderá pela caput. 
 Cuidado: Se a falsificação for usada como meio para a fraude, estará configurado o crime de estelionato (art. 
171 do CP), o qual absorve o crime de falsificação, de acordo com o princípio da consunção. 
Parágrafo 4º - É a figura privilegiada desse artigo, pois, pune quem recebe de boa-fé e repassa o documento 
falsificado após reconhecer a sua falsidade. 
Parágrafo 5º - Trata da equiparação das condutas reconhecidas como atividade comercial expressa no art. 1º, inciso 
III, exercidas em os locais irregulares e clandestinos, em locais públicos ou até mesmo se praticada dentro da própria 
residência do agente. 
ATENÇÃO ALUNO! 
Caso o agente seja FUNCIONÁRIO PÚBLICO, e pratique quaisquer das condutas descritas no art. 293, 
utilizando-se de privilégios que seu cargo ofereça, responderá com AUMENTO DE PENA - conforme art. 295 
do CP. 
• PETRECHOS DE FALSIFICAÇÃO - ART. 294 E 295 
Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente destinado à 
falsificação de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, 
aumenta-se a pena de sexta parte. 
A figura típica do artigo 294 prevê a conduta do agente que possua OBJETOS que tenha como fim 
ESPECÍFICO à falsificação de quaisquer papéis públicos mencionados no art. 293 do Código Penal. 
Caso esse objeto possua a capacidade de falsificar, mas sua função PRINCIPAL não é esta, a sua posse NÃO será 
considerado como objeto (petrecho). Por exemplo: uma impressora de alta capacidade que tenha condições de 
imprimir cédulas falsas. Contudo, depende - logicamente - do contexto fático em que se apresente. 
 Sujeito ativo - pode ser praticado por qualquer pessoa, não exige nenhuma qualidade específica do agente. 
ATENÇÃO ALUNO! 
O artigo 295 do Código Penal trata especificamente da hipótese em que o agente é FUNCIONÁRIO PÚBLICO, o 
qual responderá com aumento de pena de SEXTA PARTE caso tenha utilizado de atributos da sua função pública 
para a prática do crime. 
III. CAPÍTULO III - DA FALSIDADE DOCUMENTAL 
• FALSIFICAÇÃO DO SELO OU SINAL PÚBLICO - ART. 296 
Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: 
I. selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município; 
II. selo ou sinal atribuído por lei à entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de 
tabelião: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
§1º - Incorre nas mesmas penas: 
I. quem faz uso do selo ou sinal falsificado; 
II. quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito 
próprio ou alheio. 
III. quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros 
símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública. 
§2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se 
a pena de sexta parte. 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 
 
 
Esse delito visa incriminar o agente que falsifica SELOS ou SINAIS públicos - objetos que ATESTAM um 
documento como verdadeiro - por meio da FABRICAÇÃO (contrafação - próprio agente fabrica um selo ou sinal 
falso), ou pela ALTERAÇÃO (modificação de selo ou sinal verdadeiro). 
 Tais itens - selo ou sinal - NÃO são considerados documentos públicos, e sim, objetos que o criminoso utiliza 
para falsificação. (Exemplo: Carimbo, selo de identificação, etc.). 
ATENÇÃO ALUNO! 
Na situação em que o agente é FUNCIONÁRIO PÚBLICO, responderá com aumento de pena de SEXTA PARTE 
(conforme art. 327 do CP). 
 A falsidade tipificada nesse artigo é MATERIAL, ou seja, a forma do documento é modificada (alteração), ou 
fabricada (contrafação). 
• FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO ART. 297 
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público 
verdadeiro: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
§1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se 
a pena de sexta parte. 
§2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade 
paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, 
os livros mercantis e o testamento particular. 
§3° - Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: 
I. na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova 
perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; 
II. na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva 
produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter 
sido escrita; 
III. em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da 
empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter 
constado. 
§4° - Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3°, nome do 
segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de 
prestação de serviços. 
FIQUE LIGADO! 
Para provar a materialidade do crime é INDISPENSÁVEL à realização de exame de corpo de delito, direto 
ou indireto, no documento, NÃO podendo supri-lo pela confissão do acusado (art. 158 do CPP). 
 Este título do Código Penal tem por objetivo tipificar a conduta do agente que falsifica, total ou parcialmente, 
documento público, bem como, aquele que altera documentos públicos verdadeiros com intenção de obter 
vantagem ilícita. 
 A falsidade tipificada nesse artigo é MATERIAL, ou seja, a forma do documento é modificada (alteração), ou 
falsificada (contrafação), total ou parcialmente. 
 DOCUMENTO para o Direito Penal deve possuir as seguintes características: 
 Forma escrita; 
 Elaborado por pessoa determinada; 
 Conteúdo revestido de relevânciajurídica; 
 Possuir eficácia probatória. 
 Portanto, documento público é aquele CONFECCIONADO PELO FUNCIONÁRIO PÚBLICO, nacional ou 
estrangeiro, no desempenho de suas atividades, em conformidade com as formalidades legais. 
ATENÇÃO ALUNO! 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 
 
 
Caso a agente seja FUNCIONÁRIO PÚBLICO, responde com aumento de pena de SEXTA PARTE, conforme 
preceitua o §1° desse artigo. 
 A fotocópia (xerox/traslado), SEM AUTENTICAÇÃO, NÃO TEM EFICÁCIA probatória. Desse modo, não é 
classificado como documento público para fins penais. 
 Parágrafo 2º - Para os efeitos penais, EQUIPARAM-SE A DOCUMENTO PÚBLICO o emanado de entidade 
paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros 
mercantis e o testamento PARTICULAR. 
 Entidades paraestatais, integrantes do terceiro setor, são as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins 
lucrativos, que atuam ao lado e em colaboração com o Estado. (Exemplo: SESC, SENAI, SESI, SENAC e 
ONGs). 
 Título ao portador: cheque ao portador (nominal). 
 Título transmissível por endosso: cheque, duplicata, nota promissória, letra de câmbio. 
 Ações de sociedade comercial: sociedades anônimas, sociedades em comandita por ações. 
 Livros mercantis: destinados a registrar as atividades empresariais. 
 Testamento PARTICULAR. 
 Na hipótese em que o agente que faz USO do documento falsificado ou modificado é o mesmo quem o falsificou 
- os papéis públicos - esse delito (art. 297) será absorvido pelo (art. 171), ESTELIONATO, do Código Penal, visto 
que, a conduta visa obter vantagem indevida mediante o uso de fraude. Sendo assim, a falsificação é “meio” 
(uso da fraude) para o fim (a vantagem), que é o crime de estelionato. Por conseguinte, de acordo com o 
princípio da consunção o crime mais grave absorve o menos grave. 
Súmula 17, STJ - Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, 
é por ele absorvido. 
• FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR - ART. 298 
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular 
verdadeiro: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
 Este artigo do Código Penal tem por objetivo tipificar a conduta do agente que falsifica, total ou parcialmente, 
documento PARTICULAR, bem como, aquele que altera documentos particulares verdadeiros com intenção de 
obter vantagem ilícita. A diferença desse crime para o anterior (art. 297), basicamente ocorre na pena. 
 Para configurar o crime de falsificação, faz-se necessário que esse tenha capacidade de ludibriar terceiros, pois, 
a falsificação ou modificação GROSSEIRA ou sem potencialidade lesiva NÃO configura o crime, ou seja, de 
acordo com o art. 17 do CP é um crime impossível por absoluta impropriedade do objeto. 
 Nessa situação o documento em si é falso, porém os dados podem ser verdadeiros, pois o agente que 
emite/falsifica o documento, não tem competência para fazê-lo. 
FIQUE LIGADO! 
Para provar a materialidade do crime é INDISPENSÁVEL à realização de exame de corpo de delito, direto ou 
indireto, no documento, não podendo supri-lo a confissão do acusado (art. 158 do CPP). 
CONSIDERAÇÕES 
 Se a falsidade do documento é MATERIAL, o agente responde pelo art. 298 do CP, falsificação de 
documento PARTICULAR, caso seja IDEOLÓGICA, o agente responderá pelo art. 299 do CP, falsidade 
ideológica. 
 Caso o agente que utilizar o documento falsificado ou modificado SEJA O MESMO que o falsificou, 
responderá pelo crime do art. 304 do CP, uso de documento particular falsificado. 
Na hipótese em que um indivíduo falsifica um documento particular com o objetivo de praticar o CRIME DE 
SONEGAÇÃO FISCAL, responderá pelo crime previsto no art. 1º, III e IV, da Lei 8.137/90. 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 
 
 
• FALSIDADE IDEOLÓGICA - ART. 299 
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele 
inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de 
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três 
anos, e multa, se o documento é particular. 
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, 
ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta 
parte. 
Diferentemente dos art. 297 e 298, que tratam da falsidade MATERIAL, onde, o conteúdo pode ser verdadeiro, 
mas o documento em si é falso, esse artigo aborda a falsidade IDEOLÓGICA, em que o documento é 
verdadeiro, mas o conteúdo, a ideia é falsa. A falsidade ideológica também é conhecida como falso ideal, 
falso intelectual ou falso moral. 
QUADRO COMPARATIVO 
 
NÚCLEOS DO TIPO 
 Omitir: O funcionário público no momento da elaboração de um documento, deixa de inserir (omissão) 
informação que nesse deveria constar. É a falsidade IMEDIATA. 
 Inserir: Aquele que insere no documento público ou particular informação falsa ou diversa que deveria ser 
escrita. É a falsidade IMEDIATA. 
 Fazer inserir: É o particular que fornece a informação falsa ao funcionário público competente, que por erro 
a insere no documento verdadeiro. É chamada falsidade MEDIATA. 
 Caso o agente que utilizar o documento falsificado ou modificado SEJA O MESMO, esse delito (art. 299) será 
absorvido pelo art. 171, ESTELIONATO, do Código Penal, visto que, a conduta busca obter vantagem indevida 
mediante o uso de fraude. 
ATENÇÃO ALUNO! 
Se o agente é FUNCIONÁRIO PÚBLICO, e comete o crime PREVALECENDO-SE do cargo, ou se a falsificação 
ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de SEXTA PARTE. 
 ATENÇÃO: A falsidade ideológica é crime que não pode ser comprovado pericialmente, pois o documento é 
verdadeiro em seu aspecto formal, sendo falso apenas o seu conteúdo. Assim, não se exige o exame pericial. 
O juiz é quem deve avaliar no caso concreto se o conteúdo é verdadeiro ou falso. 
 Para que seja configurado o crime de falsidade ideológica o agente deve ter um ESPECIAL FIM DE AGIR, ou 
seja, um DOLO ESPECÍFICO, de prejudicar um direito, criar uma obrigação ou alterar a verdade sobre um fato. 
• FALSO RECONHECIMENTO DE FIRMA OU LETRA - ART. 300 
Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o não 
seja: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; e de um a três anos, e 
multa, se o documento é particular. 
 Esse crime é classificado como PRÓPRIO, pois somente pode ser cometido por funcionário público no exercício 
da função, ou seja, aquele que tem a competência para o reconhecimento. 
 O delito configura-se quando o funcionário público reconhece (atesta, afirma), como verdadeiro a firma ou letra 
que SABE SER FALSA. 
 NÃO admite a modalidade culposa, porém o agente poderá vir a responder na esfera administrativa e civil. (STJ: 
RMS 26548/PR - 2010) 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 
 
 
• CERTIDÃO OU ATESTADO IDEOLOGICAMENTE FALSO - ART. 301 
Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância que 
habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônusou de serviço de caráter público, ou 
qualquer outra vantagem: 
Pena - detenção, de dois meses a um ano. 
 Esse delito tipifica a conduta do funcionário público que devido às qualidades que seu cargo propicia, atesta ou 
certifica aquilo que SABE SER FALSO, em benefício de terceiros, para que obtenham vantagem, isenção ou 
ônus de obrigações junto à Administração Pública (caput). 
 A certidão ou atestado são verdadeiros, porém, os dados informados para que tal pessoa obtenha vantagem 
sobre a Administração são falsos. 
• FALSIDADE MATERIAL DE ATESTADO OU CERTIDÃO - ART. 301, §1º 
§1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou de 
atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo 
público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos. 
§2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a 
de multa. 
 Configura também a conduta do agente que, ao contrário de atestar ou certificar, FALSIFICA atestado, certidões 
ou altera o seu conteúdo em benefício de terceiros que desejam obter as mesmas vantagens já mencionadas no 
caput (§ 1°). 
 De acordo com o § 2°, caso a conduta tenha o fim de obtenção de lucro, além da pena de restrição de liberdade 
o agente será apenado também com o pagamento de multa. 
• FALSIDADE DE ATESTADO MÉDICO - ART. 302 
Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso: 
Pena - detenção, de um mês a um ano. 
Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. 
 A conduta desse artigo visa punir o médico que, no exercício da sua profissão, fornece atestado falso 
independente de ele ser especialista ou não na área, imputando diagnóstico falso ao paciente que o solicita. 
 NÃO é necessário que o médico seja especialista da área a qual ele tenha fornecido o atestado falso. 
Exemplo: um médico cirurgião plástico, atesta um distúrbio psiquiátrico para que a pessoa consiga obter licença ou 
qualquer alguma outra vantagem. Embora ele não seja neurologista, responderá pelo crime de falso atestado. 
Caso o médico seja FUNCIONÁRIO PÚBLICO, responderá pelo crime do art. 301, caput do Código Penal. 
Sendo a conduta realiza com o OBJETIVO de obter LUCROS, além da pena de detenção, será aplicada também 
uma multa (parágrafo único). 
• REPRODUÇÃO OU ADULTERAÇÃO DE SELO OU PEÇA FILATÉLICA - ART. 303 
Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção, salvo quando 
a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça: 
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso do selo ou peça 
filatélica. 
ATENÇÃO: artigo revogado pelo artigo 39 da lei 6538/78 que trata do mesmo crime. 
• USO DE DOCUMENTO FALSO - ART. 304 
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 
297 a 302: 
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 
 
 
 O crime de documento falso é um crime classificado doutrinariamente como REMETIDO E ACESSÓRIO. 
 CRIME REMETIDO: pois tem a conduta típica descrita em artigos diferentes: arts. 297 a 302, ou seja, é 
quando o agente efetivamente faz o uso dos documentos mencionados nesses artigos. 
 CRIME ACESSÓRIO: pois NECESSITA da prática de crime anterior - art. 297 a 302 - para caracterizar-se 
crime. Antes de ocorrer efetivamente o uso do documento falso, já houve um crime anterior, consumado no 
momento em que esse foi fabricado, alterado, modificado, etc. 
APONTAMENTOS 
 A consumação ocorre no momento da utilização de quaisquer dos documentos falsificados dos art. 297 a 302 do 
Código Penal. 
 É necessário que haja o uso, não sendo suficiente a simples alusão ao documento falso. 
 Para configurar o instituto da tentativa irá depender de que maneira que o crime de uso de documento falso seja 
praticado. 
 No caso do comento ser mal feito e a falsidade seja evidente (GROSSEIRA), afasta a falsidade do documento. 
Quando uso de documento falso é um “meio” para o cometimento de um crime “fim” (estelionato), restará só o crime 
de estelionato (art. 171 do CP). 
Exemplo: “A” usa o documento falso para enganar “B”, com o fim de obter vantagem. 
 Agente deve apresentar de forma ESPONTÂNEA o documento a terceiros. A doutrina vem aceitando que se o 
agente for SOLICITADO a entregar por agente policial o crime persiste. 
Exemplo: Em uma blitz de trânsito quando o condutor apresenta uma Carteira Nacional de Habilitação ao ser essa 
solicitada pelo agente público. 
OBS.: Caso o agente que utilize o documento falsificado ou modificado SEJA O MESMO que praticou a 
falsificação, responderá apenas pelo crime da falsificação do documento. 
FIQUE LIGADO! 
Independente da forma que será realizada a apresentação do documento, se VOLUNTÁRIA ou por 
SOLICITAÇÃO de AUTORIDADE PÚBLICA, o agente responderá pelo crime do art. 304 do CP. 
• SUPRESSÃO DE DOCUMENTO - ART. 305 
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, 
documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de um a 
cinco anos, e multa, se o documento é particular. 
O crime desse artigo tem por objetivo tipificar a conduta do agente que dispõem de documento público ou 
particular verdadeiro, quando não o podia, com intuito de destruir, suprimir ou ocultar informações na intenção de 
causar prejuízo para outrem ou vantagem para si ou para terceiros. 
É necessário que o documento suprimido, o alterado ou ocultado tenha seu VALOR PROBATÓRIO 
INSUBSTITUÍVEL, ou seja, caso seja cópia do documento original, NÃO estará configurado o crime. 
IV. CAPÍTULO IV - DE OUTRAS FALSIDADES 
• FALSA IDENTIDADE - ART. 307 
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito 
próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime 
mais grave. 
 Não ocorre o uso de documento falso (art. 304 do CP), quando o agente somente atribui - verbalmente - ser outra 
pessoa. 
 Esse delito torna típica a conduta de atribuir para si próprio ou parar terceira pessoa, falsa identidade para 
obtenção de vantagem ou causar dano à terceiro, na tentativa de incriminá-lo por exemplo. 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 
 
 
FIQUE LIGADO! 
O crime de falsa identidade é um CRIME SUBSIDIÁRIO, ou seja, caso venha ser utilizado para prática de um 
crime mais grave, será atribuído a pena desse. Seria o caso do estelionato (art. 171 do CP), por exemplo, pois o 
agente utiliza-se da fraude da falsa identidade para obtenção de vantagem. Ocorre o chamado princípio da 
consunção, em que o crime fim (estelionato) absorve o crime meio (falsa identidade). 
• USO DE DOCUMENTO DE IDENTIDADE ALHEIA - ART. 308 
Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer 
documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa 
natureza, próprio ou de terceiro: 
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não constitui elemento de crime 
mais grave. 
 Esse crime descreve a conduta do agente que utiliza de documento - VERDADEIRO -

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