Buscar

D PENAL aula-05

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS
(Agente de Polícia Científica) - 2021 -
Pré-Edital
Autores:
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
8 de Março de 2021
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
1 
Sumário 
DAS PENAS 2 
1 Conceito 2 
2 Princípios 3 
3 Finalidade: teorias 4 
3.1 Teoria absoluta e sua finalidade retributiva 4 
3.2 Teoria relativa e sua finalidade preventiva 4 
3.3 Teoria Mista (unificadora ou eclética ou unitária) e sua dupla finalidade 4 
4 Espécies 5 
5 Penas em espécie 6 
5.1 Privativa de liberdade 6 
5.2 Penas restritivas de direitos 11 
6 Pena de multa 19 
DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES 21 
SÚMULAS PERTINENTES 28 
1 Súmulas do STF 28 
2 Súmulas do STJ 28 
JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 29 
EXERCÍCIOS COMENTADOS 30 
EXERCÍCIOS PARA PRATICAR 45 
GABARITO 51 
 
 
Olá, meus amigos concurseiros! 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
2 
Hoje é dia de entrarmos na “Teoria Geral da Pena”. Veremos as espécies de pena e sua cominação. Trata-
se de um tema relativamente complexo, então estudem com bastante atenção! 
Nossa aula já está atualizada de acordo com a Lei 13.964/19 (chamado “pacote anticrime”). 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DAS PENAS 
1 Conceito 
Se a conduta incriminada pelo tipo penal incriminador é um preceito primário, a pena (sanção penal) 
a ele cominada (prevista) é o que se pode chamar de preceito secundário. 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
3 
A pena criminal é, acima de tudo, um castigo1. Trata-se de um mal que se aflige a alguém em razão 
da prática de um delito2. O conceito não se confunde, porém, com os fins (ou finalidades) da pena. 
A pena possui como pressuposto de sua aplicação a culpabilidade do agente3. Já as medidas de 
segurança não possuem a culpabilidade como pressuposto de sua aplicação (até porque o agente não é 
plenamente imputável, não possuindo, portanto, culpabilidade), mas sim a periculosidade. Isto é importante! 
A pena pode ser conceituada como a resposta que a sociedade dá ao indivíduo que transgride a 
ordem jurídico-penal estabelecida, e consiste na privação ou restrição de um bem jurídico do condenado 
(liberdade, patrimônio, etc.), de forma a castigá-lo e reeducá-lo. 
2 Princípios 
Alguns princípios norteiam a Teoria Geral da Pena: 
a) Reserva legal ou legalidade estrita – Somente a Lei (em sentido estrito) pode cominar penas: “Nulla 
poena sine lege”. Está previsto no art. 5°, XXXIX da Constituição e art. 1° do CP; 
b) Anterioridade – A Lei que prevê a pena para a conduta deve ser anterior à prática do crime: “Nulla 
poena sine praevia lege”. Também está previsto no art. 5°, XXXIX da Constituição e art. 1° do CP, sendo, 
juntamente com o princípio da reserva legal, subprincípios do princípio da LEGALIDADE; 
c) Intranscendência da pena – A pena deve ser cumprida somente pelo condenado, não podendo, em 
caso de morte deste, ser transferida aos seus familiares, salvo a obrigação de reparar o dano e o 
perdimento de bens, que podem ser cobrados dos sucessores até o limite do patrimônio transferido 
pelo condenado falecido. CUIDADO: A pena de multa, embora patrimonial, não pode ser cobrada 
dos sucessores! 
d) Inevitabilidade ou inderrogabilidade da pena – Presentes os requisitos para a condenação, a pena 
não pode deixar de ser imposta e cumprida. É mitigado, atualmente, por institutos como o sursis, o 
livramento condicional, etc.; 
e) Princípio da humanidade ou humanização das penas – A pena não pode desrespeitar os direitos 
fundamentais do indivíduo, violando sua integridade física ou moral, e também não pode ser de índole 
cruel, desumano ou degradante (art. 5°, XLIX e XLVII da Constituição); 
f) Princípio da proporcionalidade – A sanção aplicada pelo Estado deve ser proporcional à gravidade 
da infração cometida e também deve ser suficiente para promover a punição ao infrator e sua 
reeducação social; 
g) Princípio da individualização da pena – A pena deve ser aplicada de maneira individualizada 
para cada infrator em cada caso específico. Essa individualização se dá em três fases distintas: a) 
cominação: O legislador deve prever um raio de atuação para o Juiz aplicar a pena no caso concreto, 
estabelecendo penas mínimas e máximas, de forma que o Juiz possa aplicar a quantidade de pena 
que achar conveniente no caso concreto; b) aplicação: Saindo da esfera legislativa, passamos à esfera 
judicial, segunda etapa, que consiste na efetiva aplicação individualizada da pena, que será imposta 
 
1 BATISTA, Nilo; ZAFFARONI, Eugénio Raúl. Direito Penal brasileiro. 4. ed. Rio de Janeiro: Ed. Revan, 2011. Tomo I, p. 99. 
2 MIR PUIG, Santiago. Introducción a las bases del Derecho penal. 2. ed. Montevideo, Buenos Aires: Ed. B. de F., 2003, p. 49. 
3 DIAS, Jorge de Figueiredo. Direito penal, parte geral. 2. ed. Coimbra: Coimbra Editora, 2007. tomo I, p. 46-47 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
4 
conforme as circunstâncias do crime e os antecedentes do réu, de acordo com a margem estabelecida 
pelo legislador; c) Na terceira e última fase temos a aplicação deste princípio na execução da pena 
(esfera administrativa), de forma que o cumprimento da pena, progressão de regime, concessão de 
benefícios devem ser analisados no caso concreto, e não abstratamente, pois entende-se que “cada 
caso é um caso”, e não cabe ao legislador retirar do Juiz a possibilidade de analisá-lo e proceder da 
forma que melhor atenda aos anseios da sociedade. Está previsto no art. 5°, XLVI da Constituição da 
República. 
3 Finalidade: teorias 
Quanto à finalidade da pena, três teorias surgiram: 
3.1 Teoria absoluta e sua finalidade retributiva 
Para esta teoria, pune-se o agente simplesmente porque ele cometeu uma transgressão à ordem 
estabelecida e deve ser castigado por isso. Não há nenhuma finalidade educacional de reinserção do indivíduo 
à vida social. A pena é mero instrumento para a realização da vingança estatal. Trata-se de um imperativo 
categórico de Justiça ou de Moral (se delinquiu, deve ser punido, independentemente de qualquer outra 
finalidade).4 
3.2 Teoria relativa e sua finalidade preventiva 
Pune-se o agente não para castigá-lo, mas para prevenir a prática de novos crimes. Essa prevenção 
pode ser: 
 Prevenção Geral – Busca controlar a violência social, de forma a despertar na sociedade o 
desejo de se manter conforme o Direito. Pode ser negativa5, quando busca criar um sentimento 
de medo perante a Lei penal, ou positiva, quando simplesmente se busca reafirmar a vigência 
da Lei penal. 
 Prevenção especial – Não se destina à sociedade, mas ao infrator, de forma a prevenir a prática 
da reincidência. Também pode ser negativa, quando busca intimidar o condenado, de forma a 
que ele não cometa novos delitos por medo, ou positiva, quando a preocupação está voltada à 
ressocialização do condenado (Infelizmente, não há uma preocupação com isto na prática). 
3.3 Teoria Mista (unificadora ou eclética ou unitária) e sua dupla finalidade 
Aqui, entende-se que a pena deve servir como castigo (punição) ao infrator, mas também como medida 
de prevenção, tanto em relação à sociedade quanto ao próprio infrator (prevenção geral e especial). Além 
de consagrada na maioria dos países ocidentais6, foi a adotada pelo art. 59 do CP, que diz: 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à 
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como 
ao comportamentoda vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para 
reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
4 BACIGALUPO, Enrique. Manual de Derecho penal. Ed. Temis S.A., tercera reimpressión. Bogotá, 1996, p. 12 
5 ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general. Madrid: Civitas, 1997. tomo I, p. 91. 
6 DOS SANTOS, Juarez Cirino. Direito Penal, Parte Geral. Curitiba: Ed. Lumen Juris, 2008, p. 470 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
5 
4 Espécies 
 Quanto às espécies, as penas podem ser: 
a) Privativas de liberdade – Retiram do condenado o direito à liberdade de locomoção, por 
determinado período (é vedada pena de caráter perpétuo, art. 5°, XLVII, b da Constituição). Máximo de 40 
anos7 para crimes (art. 75 do CP8) e de 05 anos para contravenções penais (art. 10 da Lei de Contravenções 
Penais); 
b) Restritivas de direitos – Em substituição à pena privativa de liberdade, limitam (restringem) o 
exercício de algum direito do condenado. Estão previstas no art. 43 do CP e em alguns dispositivos da 
Legislação Especial; 
c) Pena de multa – Recai sobre o patrimônio financeiro do condenado; 
d) Restritiva de liberdade – Restringem, mas não retiram o direito de locomoção do condenado. Na 
verdade, trata-se de uma espécie de pena restritiva de direitos. Exemplo: Proibir o marido de se aproximar 
da casa da ex-esposa no caso de violência doméstica; 
e) Penas corporais – Trata-se de castigos aplicados ao corpo do indivíduo. É espécie de pena vedada 
pela Constituição Federal (art. 5°, XLVII, e). 
O CP previu, em seu art. 32, as penas privativas de liberdade, restritivas de direitos e multa. 
Este quadro esquemático vai ajudar na compreensão de vocês: 
 
7 É possível a fixação da pena por período superior a 40 anos, o que se veda é a execução da pena por mais de 40 anos 
ininterruptos. 
8 Com redação dada pela Lei 13.964/19 (chamado “Pacote anticrime”). 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
6 
 
Estas penas podem ser cominadas: 
 Isoladamente – A Lei prevê a aplicabilidade de apenas uma espécie de pena. Exemplo: art. 121 do 
CP – Pena de reclusão; 
 Cumulativamente – A Lei prevê a aplicabilidade conjunta de duas espécies de penas. Exemplo: art. 
155 do CP – Pena de reclusão e multa; 
 Alternativamente – A Lei comina, alternativamente, duas espécies de pena. Exemplo: art. 331 do CP: 
Detenção ou multa. 
Todavia, é bom ressaltar que as penas restritivas de direitos, como regra, apenas substituem as penas 
privativas de liberdade, não sendo cominadas de forma isolada. 
5 Penas em espécie 
5.1 Privativa de liberdade 
Como já vimos, o Direito Penal pátrio admite três modalidades de penas privativas de liberdade: 
reclusão, detenção e prisão simples (somente para as contravenções penais). 
O regime de cumprimento de cumprimento da pena está previsto no art. 33, § 1° do CP, e pode ser 
fechado, semiaberto ou aberto9. 
 
9 Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou 
aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; 
b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; 
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. 
ESPÉCIES DE PENAS
PRIVATIVAS DE LIBERDADE
RECLUSÃO
DETENÇÃO
PRISÃO SIMPLES
RESTRITIVA DE DIREITOS
PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA
PERDA DE BENS E VALORES
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À 
COMUNIDADE
INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE 
DIREITOS
LIMITAÇÃO DE FINAL DE SEMANA
MULTA
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
7 
O regime inicial de cumprimento da pena (fechado, semiaberto ou aberto) tem como regra o seguinte: 
pena de reclusão – Qualquer regime inicial; pena de detenção – Regime inicial somente semiaberto ou 
aberto. 
A fixação, em concreto, do regime inicial de cumprimento da pena irá variar conforme três fatores: 
reincidência, quantidade da pena e circunstâncias judiciais. Além disso, a própria Lei estabelece que a pena 
seja executada de forma progressiva (de um regime mais gravoso para outro, menos gravoso), ressalvada a 
hipótese de regressão (passagem de um regime menos gravoso para outro, mais gravoso), em qualquer caso, 
atendendo-se ao mérito do condenado, nos termos do art. 33, §§ 2°, 3° e 4° do CP.10 
CUIDADO! O STJ possui entendimento no sentido de que é possível a fixação do regime semiaberto aos 
condenados que sejam reincidentes, desde que as circunstâncias judiciais sejam favoráveis. Vejamos: 
Súmula 269 do STJ 
É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena 
igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais. 
Além disso, na fixação do regime inicial de cumprimento da pena, não pode o Juiz fixar regime mais 
gravoso do que aquele abstratamente previsto tendo em conta a pena aplicada, tendo como base 
unicamente a gravidade abstrata do delito. 
O STF possui dois verbetes de súmula muito importantes sobre o tema: 
SÚMULA 718 
A OPINIÃO DO JULGADOR SOBRE A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO 
CONSTITUI MOTIVAÇÃO IDÔNEA PARA A IMPOSIÇÃO DE REGIME MAIS SEVERO DO QUE 
O PERMITIDO SEGUNDO A PENA APLICADA. 
SÚMULA 719 
A IMPOSIÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO MAIS SEVERO DO QUE A PENA APLICADA 
PERMITIR EXIGE MOTIVAÇÃO IDÔNEA. 
 
10 § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados 
os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; 
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-
la 
em regime semiaberto; 
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. 
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste 
Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 4º O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à 
reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, 
de 12.11.2003) 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
8 
5.1.1 Regras do regime fechado 
As regras do regime fechado são, basicamente, três: 
 Submissão a exame criminológico11 inicial (O STJ passou a entender que ele agora é facultativo – 
SÚMULA 439 DO STJ); 
 Submissão a trabalho durante o dia e descanso isolado durante a noite; 
 Trabalho em comum (junto com outros presos) dentro do estabelecimento, SENDO ADMISSÍVEL O 
TRABALHO EXTERNO em obras públicas (Necessário cumprimento de ao menos 1/6 da pena). 
O trabalho durante o regime de cumprimento da pena é obrigatório, e a recusa caracteriza falta 
grave, acarretando impossibilidade de obtenção da progressão de regime e livramentocondicional. Em 
resumo: O preso pode se negar a trabalhar (até porque, não há como obrigá-lo fisicamente a isso), mas a 
recusa injustificada (se tiver problemas de saúde, por exemplo, é uma recusa justificada) gera consequências 
gravíssimas para ele. 
O trabalho do preso é remunerado e ele tem direito, ainda, aos benefícios da previdência social. Isso 
é bastante importante, pois o preso foi condenado a uma pena “privativa de liberdade”, ou seja, o único 
direito do qual ele está privado é a liberdade. Assim, o preso não se tornou um escravo do Estado, devendo 
receber pelo seu trabalho, como qualquer pessoa. 
5.1.2 Regras do Regime semiaberto 
O regime semiaberto é bem menos gravoso que o regime fechado, e possui como regras: 
 Exame criminológico inicial (O STJ passou a entender que ele agora é facultativo – SÚMULA 439 DO 
STJ); 
 Trabalho diurno em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar, com descanso isolado à 
noite; 
 Admissão do trabalho externo, BEM COMO FREQUÊNCIA A CURSOS SUPLETIVOS 
PROFISSIONALIZANTES, DE INSTRUÇÃO DE SEGUNDO GRAU OU SUPERIOR. 
Vejam que as regras, embora parecidas, não são idênticas. Nesse regime o condenado pode trabalhar 
fora do estabelecimento de cumprimento da pena (em qualquer trabalho, e não apenas em obras públicas), 
bem como estudar. 
Além disso, o preso deve ficar recolhido em estabelecimento próprio (colônia agrícola, industrial ou 
similar), e não em presídio comum, onde se encontram os presos em regime fechado. 
 
 
11 O exame criminológico tem por finalidade permitir a individualização da pena (um dos princípios da pena) em sua terceira fase, 
em homenagem ao disposto no art. 5°, XLVI da Constituição: 
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
9 
Mas e se não houver vagas nos estabelecimentos especiais (colônias), o que fazer? O 
STF entende que se não houver vagas no regime semiaberto, o preso não pode arcar com 
essa deficiência do Estado, pois é um direito seu. Desta forma, não pode o preso continuar 
no regime fechado. Por consequência, a lógica determina sua transferência diretamente para 
o regime aberto ou prisão domiciliar. 
O regime aberto é o mais brando dos três regimes de cumprimento da pena privativa de liberdade, 
e baseia-se no senso de responsabilidade e autodisciplina do preso. Regras básicas: 
 Trabalho diurno fora do estabelecimento e sem vigilância, frequência à curso ou outra atividade 
autorizada, bem como recolhimento noturno e nos dias de folga; 
 Transferência para regime mais gravoso no caso de prática de crime doloso, frustração dos fins da 
execução (basicamente, a fuga), ou ausência do pagamento da pena de multa. 
Onde se dá o recolhimento do preso, e o que ocorre se não houver vagas no regime aberto? O 
recolhimento noturno do preso no regime aberto se dá em casa de albergado, que é um prédio urbano, 
separado dos demais estabelecimentos prisionais e que não deva possuir características de prisão, 
principalmente no que se refere à existência de obstáculos físicos para a fuga. Caso não haja vagas no regime 
semiaberto (são raríssimas as casas de albergado), o STF e o STJ firmaram entendimento no sentido de que 
deve o preso ficar recolhido à prisão domiciliar12. 
5.1.3 Disposições gerais acerca dos regimes de cumprimento da pena 
Conforme havia dito a vocês, a pena privativa de liberdade atinge somente um direito do preso: a 
liberdade (óbvio, não?). 
Assim, o preso mantém todos os direitos inerentes à pessoa humana, como o respeito à sua integridade 
física e moral. O respeito à integridade física e moral, inclusive, possui índole constitucional (art. 5°, XLIX da 
Constituição).13 
Também em razão disso, o STF decidiu regulamentar o uso de algemas, editando a súmula vinculante 
n° 11, que diz: 
SÚMULA VINCULANTE Nº 11 
SÓ É LÍCITO O USO DE ALGEMAS EM CASOS DE RESISTÊNCIA E DE FUNDADO RECEIO 
DE FUGA OU DE PERIGO À INTEGRIDADE FÍSICA PRÓPRIA OU ALHEIA, POR PARTE DO 
PRESO OU DE TERCEIROS, JUSTIFICADA A EXCEPCIONALIDADE POR ESCRITO, SOB PENA 
DE RESPONSABILIDADE DISCIPLINAR, CIVIL E PENAL DO AGENTE OU DA AUTORIDADE E DE 
NULIDADE DA PRISÃO OU DO ATO PROCESSUAL A QUE SE REFERE, SEM PREJUÍZO DA 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. 
 
12 STJ - REsp 1201880/RS, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 07/05/2013, DJe 
14/05/2013) e STF - HC 122313, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. EDSON FACHIN, Primeira Turma, 
julgado em 23/02/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-085 DIVULG 29-04-2016 PUBLIC 02-05-2016). 
13 XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
10 
O direito ao recebimento de salário pelo seu trabalho realizado no estabelecimento prisional, bem 
como o direito à integrar a previdência social também são assegurados ao preso, conforme foi dito.14 
E se antes do início do cumprimento da pena sobrevier ao condenado doença mental? O CP diz 
que o condenado, neste caso, deve ser recolhido a Hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, ou outro 
estabelecimento adequado.15 
 
CUIDADO! Se a doença mental sobrevém após o início da execução da pena, aplica-se o 
art. 183 da LEP, que autoriza o Juiz a substituir a pena privativa de liberdade por medida 
de segurança. 
O Código Penal estabelece, ainda, o fenômeno da Detração, que é o abatimento do tempo de 
cumprimento da pena imposta, em razão do tempo que o condenado permaneceu preso provisoriamente, 
administrativamente ou internado nos estabelecimentos psiquiátricos previstos no art. 41. Vejamos: 
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo 
de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação 
em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
Por fim, há ainda a previsão de regime de cumprimento de pena especial às presidiárias mulheres, 
que devem ser recolhidas a estabelecimento próprio.16 
Trata-se de regra que materializa o direito previsto no art. 5°, XLVIII da constituição, que trata do 
cumprimento da pena em estabelecimentos prisionais adequados.17 
Na Lei de Execuções Penais, inclusive, há regramento específico para o tratamento das presidiárias 
gestantes e que estejam em fase de amamentação, bem como dispõe sobre a existência de creches para que 
as mães presidiárias não sejam privadas da companhia de seus filhos, e vice-versa. 
 
14 Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à 
sua integridade física e moral. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
15 Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, 
a outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
16 Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal, 
bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
17 XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
11 
5.2 Penas restritivas de direitos 
As penas restritivas de direitos são também chamadas de “penas alternativas”, pois se apresentam 
como uma alternativa à aplicação da pena privativa de liberdade, muitas vezes desnecessária no caso 
concreto. 
São divididas em cinco espécies, conforme já adiantado, nos termos do art. 43 do CP. 
Duas são as características elementares das penas restritivas de direitos: autonomia e substitutividade.18 
Por autonomia entende-se a impossibilidade de serem aplicadas cumulativamente com a pena 
privativa de liberdade. 
Por substitutividade entende-se o caráter substitutivo das penas restritivas de direito, ou seja, elas não 
são previstas como pena originária para nenhum crime no Código Penal, sendo aplicadas de maneira a 
substituir uma pena privativa de liberdade originariamente imposta, quando presentes os requisitos legais. 
Entretanto, as penas restritivas de direitos devem ser aplicadas somente se presentes alguns requisitos, 
que a doutrina divide em objetivos e subjetivos.19 Os primeiros referem-se ao crime em si, e à penalidade 
imposta. Os últimos estão ligados à pessoa do criminoso. Estão previstos nos incisos do art. 44 do CP.20 
REQUISITOS OBJETIVOS 
Natureza do crime 
Só pode haver substituição nos casos de crimes culposos (todos eles) ou no 
caso de crimes dolosos, desde que, nesse último caso, não tenha sido o crime 
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa (ex.: Não caberia 
substituição no caso de homicídio). 
Quantidade de pena 
aplicada 
A pena aplicada, no caso de crimes dolosos, não pode ser superior a quatro 
anos. No caso de crimes culposos, pode haver a substituição qualquer que 
seja a pena aplicada. 
 
REQUISITOS SUBJETIVOS 
Não ser reincidente em 
crime doloso 
OBS.1: Se o condenado for reincidente em crime culposo, poderá haver a 
substituição. 
OBS.2: Entretanto, excepcionalmente, mesmo se o condenado for reincidente 
em crime doloso, poderá haver a substituição, desde que a medida seja 
socialmente recomendável (análise das características do fato criminoso e 
do infrator) e não se trate de reincidência específica (reincidência no mesmo 
crime), conforme previsão do art. 44, § 3° do CP. 
 
18 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral. Ed. Saraiva, 21º edição. São Paulo, 2015, p. 659/660 
19 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 662/666 
20 Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 
9.714, de 1998) 
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa 
ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias 
indicarem que essa substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
12 
Suficiência da medida 
(princípio da suficiência) 
A pena restritiva de direitos deve ser suficiente para garantir o alcance das 
finalidades da pena (punição e prevenção, geral e especial). 
 
5.2.1 Regras da substituição 
Nos termos do art. 44, § 2° do CP, a substituição se fará da seguinte forma: 
Art. 44 (...) § 2º Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por 
multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de 
liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas 
restritivas de direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
Assim: 
 Pena igual ou inferior a um ano = Substituição por multa ou uma pena restritiva de direitos. 
 Pena superior a um ano = Substituição por pena de multa e uma pena restritiva de direitos, ou por 
duas restritivas de direitos. No caso de serem aplicadas duas restritivas de direitos, o condenado 
poderá cumpri-las simultaneamente, se forem compatíveis, ou sucessivamente, se incompatíveis (art. 69, 
§ 2° do CP). 
 
ATENÇÃO! O art. 60, § 2° do CP prevê que: § 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, 
não superior a 6 (seis) meses, pode ser substituída pela de multa, observados os critérios dos 
incisos II e III do art. 44 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). 
Como conciliar este artigo com o art. 44, § 2° do CP, que expressamente permite a 
substituição pela pena de multa nos casos de crime cuja pena seja igual ou inferior a um 
ano? Como fazer quando a pena privativa de liberdade for superior a seis meses, mas 
não superior a um ano? O entendimento majoritário é o de que o art. 44, § 2°, por ter 
sido incluído pela Lei 9.714/98, sendo mais recente, portanto, que o art. 60, § 2° (incluído 
pela Lei 7.209/84), revogou este último, de forma que a substituição da pena privativa de 
liberdade pela pena de multa pode ocorrer quando a pena aplicada não for superior a um 
ano.21 
Pode ocorrer, durante o cumprimento da pena restritiva, que o condenado descumpra a obrigação 
imposta pelo Juiz. Nesse caso, ocorrerá o que se chama de RECONVERSÃO OBRIGATÓRIA. Embora a lei 
diga “conversão”, a conversão ocorreu da primeira vez, quando se converteu a pena privativa de liberdade 
em restritiva de direitos. O que acontece, agora, é uma reconversão à pena original. Nos termos do art. 44, 
§ 4° do CP: 
 
21 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 671/672 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
13 
§ 4º A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o 
descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de 
liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, 
respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 9.714, 
de 1998) 
Mas a Lei não é injusta, de forma que se o condenado cumpriu parte da pena restritiva de direitos 
imposta, o tempo que ele cumpriu será abatido da pena privativa de liberdade que ele cumprirá em razão 
da reconversão (parte final do § 4° do art. 44 do CP). 
Entretanto, além da reconversão obrigatória, há também hipótese de reconversão facultativa, nos 
termos do art. 44, § 5° do CP: 
§ 5º Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da 
execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao 
condenado cumprir a pena substitutiva anterior. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
Nesse caso, o Juiz da execução irá avaliar se o condenado pode cumprir a pena restritiva de direitos 
imposta juntamente com a pena privativa de liberdade (que o camarada acabou de receber). Se for possível, 
o Juiz PODE manter a pena restritiva de direitos imposta e o condenado cumprirá ambas, simultaneamente; 
se não for possível, haverá a reconversão para a pena privativa de liberdade anteriormente aplicada.22 
EXEMPLO: Imagine que fulano tenha sido condenado a pena de 02 anos de detenção, 
substituída por restritiva de direitos consistente na prestação de serviços à comunidade. 
Enquanto cumpria a pena alternativa, fulano foi condenado a uma pena privativa de 
liberdade que não foi suspensa (sursis) nem convertida em restritiva de direitos. Nesse caso, 
o cumprimento de ambas é inviável, pois fulano não pode ao mesmo tempo estar preso e 
cumprir a pena de prestação de serviços à comunidade. Assim, deverá haver a reconversão 
da restritiva de direitoem privativa de liberdade. 
Porém, se no exemplo acima, a pena restritiva de direitos imposta fosse de prestação pecuniária, não 
haveria nenhum impedimento ao cumprimento simultâneo desta com a nova pena privativa de liberdade 
imposta, de forma que o Juiz da execução poderia deixar de reconvertê-la. 
 
CUIDADO! Não se admite a reconversão se o condenado deixa de pagar a pena de multa, 
pois o CP só admite a reconversão no caso de descumprimento das penas restritivas de 
direitos e não no caso de descumprimento da pena multa. 
CUIDADO II! Não se deve confundir pena de MULTA com pena de PRESTAÇÃO 
PECUNIÁRIA. A primeira é uma modalidade de pena, a outra é uma espécie de pena 
 
22 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 699 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
14 
RESTRITIVA DE DIREITOS. No primeiro caso, NÃO É POSSÍVEL A CONVERSÃO EM PRISÃO 
pelo não pagamento. No segundo caso é POSSÍVEL, conforme entendimento do STJ.23 
5.2.2 - Penas restritivas de direitos em espécie 
Prestação pecuniária 
Consiste no pagamento em dinheiro à vítima da infração penal, a seus dependentes, ou ainda, a 
entidade pública ou privada com finalidade social, em montante fixado pelo Juiz entre 01 (um) e 360 
(trezentos e sessenta) salários mínimos. Este valor pago será deduzido de eventual valor a ser pago em razão 
de condenação na esfera cível, SE OS BENEFICIÁRIOS FOREM OS MESMOS. 
No entanto, pode acontecer de, por acordo entre o infrator e o beneficiário da prestação, esta ser de 
outra natureza que não seja patrimonial.24 
EXEMPLO: joias, bens móveis, imóveis, mão-de-obra, etc. 
 
MUITO CUIDADO! A prestação pode ser destinada a qualquer entidade pública. No 
entanto, se se tratar de entidade privada, deverá possuir finalidade social. 
Além disso, a pena de prestação pecuniária NÃO É PENA DE MULTA. Trata-se de uma modalidade 
de pena restritiva de direitos, e difere da multa em diversos aspectos. Vejamos: 
DIFERENÇAS ENTRE PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA E MULTA 
CRITÉRIO MULTA PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA 
Destinação 
Destinada ao Fundo 
Penitenciário Nacional. 
Destinada à vítima, seus dependentes ou 
entidade pública ou privada (com 
destinação social). 
Fixação Entre 10 e 360 dias-multa Entre 01 e 360 salários mínimos. 
Consequências do 
descumprimento 
Deverá ser executada como 
dívida de valor. 
Reconversão obrigatória. 
 
23 HC 133.942/MG, Rel. Ministro ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RJ), QUINTA TURMA, 
julgado em 28/02/2012, DJe 20/03/2012 
24 § 1º A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com 
destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários 
mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. 
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 2º No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra 
natureza. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
15 
Perda de bens e valores 
A perda de bens e valores, tal qual a pena de prestação pecuniária, é uma modalidade de pena 
restritiva de direitos que atinge o patrimônio financeiro do condenado.25 
Poderá ter, como teto, dois parâmetros: 
• Montante do prejuízo causado 
• Montante do proveito obtido pelo agente ou por terceiro com a prática do delito 
Perceba, caro aluno, que esta pena só poderá ser aplicada nas hipóteses de crimes que gerem algum 
prejuízo ao sujeito passivo ou tragam algum benefício ao sujeito ativo ou a terceira pessoa. 
 
Não confundam a pena de perdimento de bens, art. 45, § 3° do CP (modalidade de pena 
restritiva de direitos), com o confisco, previsto no art. 91, II do CP (perda de bens em razão 
da condenação). A pena de perdimento de bens incide sobre o patrimônio lícito do 
condenado, sendo, portanto, uma pena propriamente dita. Já o confisco não é pena, mas 
efeito da condenação, e incide sobre o patrimônio ilícito do agente, constituído pelo 
produto do crime e pelos instrumentos do delito, desde que estes consistam em coisas cujo 
fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito. 
Prestação de serviços à comunidade 
A pena de prestação de serviços à comunidade consiste, nos termos do art. 46, §§ 1° e 2° do CP: 
Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às 
condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. (Redação dada pela Lei nº 
9.714, de 1998) 
§ 1º A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição 
de tarefas gratuitas ao condenado. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 2º A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, 
escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou 
estatais. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
25 Está prevista no art. 45, § 3° do CP: 
§ 3º A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário 
Nacional, e seu valor terá como teto - o que for maior - o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por 
terceiro, em consequência da prática do crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
16 
De plano, vocês podem perceber que se trata de pena restritiva de direitos somente cabível nas 
condenações a pena privativa de liberdade superior a 06 meses. 
Embora o CP se refira a “entidades públicas”, a Doutrina entende que, à semelhança do que ocorre 
com a pena de prestação pecuniária, esta pode ter como destinatária entidade privada, desde que possua 
destinação social.26 
A Doutrina entende, ainda, que a pena não pode ser prestada em Igrejas, por não se tratar de serviço 
à comunidade, e pelo fato de que seria uma ofensa ao princípio do Estado laico (art. 19, I da Constituição). 
O § 1° determina que a pena deva ser cumprida mediante a atribuição de tarefas gratuitas ao 
condenado. Ou seja, diferentemente do que ocorre no caso de trabalho realizado pelo preso no 
estabelecimento prisional, quando em cumprimento de pena privativa de liberdade, aqui o condenado não 
recebe nada pelo trabalho, exatamente porque esta é a própria pena. Na pena privativa de liberdade a 
execução das tarefas não é a pena (que é a privação da liberdade), motivo pelo qual naqueles casos o preso 
deve receber retribuição salarial. 
O § 3° estabelece que as tarefas sejam atribuídas de acordo com as aptidões do condenado. 
Vejamos: 
§ 3º As tarefas a que se refere o § 1º serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, 
devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de 
modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
Assim, não pode o Juiz determinar a um pintor que preste serviço de carpintaria em uma escola, pois 
não se enquadra dentro das suas aptidões, sendo impossível de ser cumprida. 
A pena não pode, ainda, ser vexatória, humilhante ou possuir qualquer outra característica 
contrária à sua finalidade. 
O sistema de cumprimento adotado pelo CP é o da hora-tarefa, ou seja, cada hora de tarefa realizada 
será computada como um dia da condenação. 
EXEMPLO: Imagine que fulano foi condenado a 08 meses de detenção, tendosua pena sido 
convertida em restritiva de direitos, consistente na prestação de serviços à comunidade. 
Assim, cada hora-tarefa cumprida por fulano corresponderá a um dia de cumprimento da 
pena. 
Entretanto, o § 4° estabelece que se pena aplicada for superior a um ano, para que não se torne muito 
extensa, poderá ser cumprida em menor tempo, mas nunca inferior à metade. 
§ 4º Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena 
substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de 
liberdade fixada. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
Imagine, no exemplo anterior, que a condenação de fulano tenha sido a dois anos de reclusão. Nesse 
caso, o CP possibilita que fulano realize duas horas-tarefa por dia, o que lhe fará abater dois dias de 
 
26 Em nenhuma hipótese será possível a prestação de serviços a entidades privadas que visem lucro. BITENCOURT, Cezar Roberto. 
Op. cit., p. 682 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
17 
cumprimento da pena, que será cumprida na metade do tempo previsto. No entanto, o cumprimento não pode 
se dar em menos da metade do tempo previsto! 
Interdição temporária de direitos 
A pena de interdição temporária de direitos está prevista no art. 47 do CP, e pode consistir em: 
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato 
eletivo; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação 
especial, de licença ou autorização do poder público;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)> 
IV - proibição de freqüentar determinados lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. (Incluído pela Lei 
nº 11.250, de 2011) 
As duas primeiras hipóteses são modalidades de penas restritivas de direitos específicas, pois só 
podem ser aplicadas quando o crime for cometido no exercício do cargo ou função pública, ou, na segunda 
hipótese, no exercício de atividade que dependa de habilitação especial, licença ou autorização do poder 
público. Esta é a previsão do art. 56 do CP: 
Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste Código, aplicam-
se para todo o crime cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, 
sempre que houver violação dos deveres que lhes são inerentes. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
EXEMPLO: Se um funcionário público comete um crime de lesão corporal, sem qualquer 
relação com o exercício das funções, não pode lhe ser imposta a pena suspensão de exercício 
de cargo ou função pública. Da mesma forma, se um médico é condenado pelo crime de 
furto, não poderá ser privado do exercício de sua atividade, pois o crime praticado não 
guarda qualquer relação com o exercício da atividade. 
Não devemos confundir esta pena com o efeito da condenação previsto no art. 92, I do CP. 
A pena de suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículo (inciso III) somente se aplica 
nos casos de crimes culposos cometidos no trânsito. Nos termos do art. 57 do CP: 
Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código, aplica-se aos 
crimes culposos de trânsito. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
18 
Entretanto, com a edição do Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97), este dispositivo perdeu muito 
de sua utilidade, pois o CTB cuida com certa minúcia da matéria, inclusive no que tange à aplicação desta 
pena de interdição. Entretanto, isto não é tema para a nossa aula. 
 
CUIDADO! Esta pena não pode ser confundida com o efeito da condenação previsto no art. 92, III do CP: 
Art. 92 - São também efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
(...) III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de 
crime doloso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
A pena restritiva de direitos consistente na suspensão do direito de dirigir é uma pena que se aplica aos crimes 
culposos cometidos no trânsito. Já o efeito da condenação, consistente na inabilitação para dirigir, ocorre 
quando o veículo é utilizado como meio para a prática de crime doloso (atropelamento doloso, por exemplo).27 
Por sua vez, a proibição de frequentar determinados lugares é uma pena de difícil fiscalização, pois, 
primeiramente, a Lei não estabeleceu quais são os lugares, ficando a critério do Juiz28. Em segundo lugar, a 
ausência de mecanismos hábeis para a realização da fiscalização dificulta demais a aplicação desta pena. 
Entretanto, a Doutrina entende que se trata de uma pena constitucional, e que mesmo a expressão 
vaga “determinados lugares” não ofende o princípio da legalidade, na medida em que esta é uma pena 
alternativa, sendo originariamente prevista a pena privativa de liberdade, perfeitamente bem delimitada. 
Finalizando com chave-de-ouro, o inciso V (incluído pela Lei 11.250/11) prevê uma quinta modalidade 
de interdição de direitos, consistente na impossibilidade de o condenado se inscrever em concurso, avaliação 
ou exame público. 
A Lei não disse por quanto tempo, mas por lógica, em se tratando de uma pena substitutiva, esta pena 
terá como duração o mesmo período da pena privativa de liberdade aplicada. 
Limitação de fim de semana 
Está regulamentada pelo art. 48 do CP: 
Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados 
e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento 
adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
27 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 688/689 
28 Entende-se que o lugar deva ter alguma relação com o delito cometido, e que seja um lugar que exerça influência criminógena 
sobre o condenado (um lugar que propicie a ele a prática do delito). BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 690/691 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
19 
Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e 
palestras ou atribuídas atividades educativas.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Trata-se de uma pena raramente aplicada, em razão da praticamente inexistência, no Brasil, de casas 
de albergado e congêneres. O STJ entende que se essa pena for aplicada, não havendo casa de albergado 
em que possa ser cumprida, não pode o condenado ser submetido a estabelecimento prisional, por ser medida 
mais gravosa que a pena imposta. 
6 Pena de multa 
A pena de multa pode ser conceituada como a penalidade (sanção penal) consistente no pagamento 
de determinada quantia em dinheiro e destinada ao Fundo Penitenciário Nacional. Nos termos do art. 49, e 
seus §§, do CP: 
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada 
na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 
(trezentos e sessenta) dias-multa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo 
do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes 
esse salário.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção 
monetária. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
O critério utilizado para a fixação da pena de multa é o do dia-multa. O valor do “dia-multa” será 
arbitrado pelo Juiz, em montante que varie entre 1/30 (um trigésimo) e 5 vezes o valor do maior salário 
mínimo vigente À ÉPOCA DO FATO! 
Perceba, caro aluno, que a aplicação da pena de multa obedece a um sistema BIFÁSICO, no qual o 
Juiz: 
 Primeiro fixa a quantidade de dias-multa. 
 Depois, fixa o valor de cada dia multa. 
O produto da multiplicação do número de dias multa pelo valor de cada dia multa será o montante 
total da condenação. 
EXEMPLO: Imagine que um réu é condenado ao pagamento de 10 dias-multa, considerando-
se cada dia multa como 1/30 do maior salário mínimo vigente (exemplificativamente, R$ 
600,00). Assim, 1/30 de R$ 600,00 igual a R$ 20,00. Desta forma, o valor total da 
condenação será de 10 (quantidade de dias-multa) x R$ 20,00 (valor do dia-multa). Logo, 
a pena de multa será fixada em R$ 200,00 (Duzentos reais). 
Este critério possibilita o exercício do princípio da individualização da pena, pois confere ao Juiz uma 
amplitude enorme na fixação do valor da pena de multa. 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
20 
A Doutrina entende que29: 
 A quantidade de dias-multa é calculada com base no fato criminoso e na personalidade do agente 
(circunstâncias do art. 59 do CP). 
 O valor de cada dia-multa é fixado com base na situação econômica do infrator. 
A pena de multa deve ser fixada levando-se em conta a situação econômica do réu, entretanto, essa 
fixação com base na situação econômica do réu se refere à fixação do valor do dia-multa. Além disso, a pena 
de multa pode ser aumentada até o triplo, caso, mesmo sendo aplicada ao máximo, o Juiz considere que ela 
ainda é insuficiente. 
Ressalto a vocês que esse sistema de aplicação da pena de multa é genérico, ou subsidiário. Assim, 
nada impede que a Legislação Especial, e até mesmo o CP, prevejam situações especiais nas quais o 
critério para a aplicação da pena de multa seja outro. 
O pagamento da pena de multa deve se dar em até 10 dias a contar do trânsito em julgado da 
sentença, podendo o Juiz, considerando as circunstâncias e a requerimento do condenado, permitir o 
parcelamento do seu pagamento (art. 50 do CP). 
O CP permite, ainda, que a pena de multa seja descontada diretamente na remuneração do 
condenado, salvo na hipótese de ter sido aplicada cumulativamente com a pena privativa de liberdade (§ 1° 
do art. 50 do CP), E NÃO PODE INCIDIR SOBRE RECURSOS QUE SEJAM INDISPENSÁVEIS AO SUSTENTO 
DO INFRATOR E DE SUA FAMÍLIA (§ 2° do art. 50 do CP). 
Conforme já havia adiantado a vocês, não cumprida espontaneamente a pena de multa, não pode 
haver conversão em pena privativa de liberdade30, muito menos reconversão (porque nunca houve 
conversão). Nesse caso, a multa será considerada como dívida de valor, aplicando-se-lhe as normas relativas 
à dívida ativa da Fazenda Pública. Vejamos: 
Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada perante o juiz da execução penal e 
será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que 
concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. 
 
Esta redação atual do art. 51 do CP foi dada pela Lei 13.964/19 (chamado “Pacote Anticrime”). 
Como se vê, a despeito de ser considerada mera dívida de valor, não podendo haver conversão em pena 
privativa de liberdade, a multa deverá ser executada perante o Juízo da execução penal, colocando fim, 
assim, a uma antiga discussão doutrinária e jurisprudencial sobre o juízo competente para executar a pena de 
multa. 
A Doutrina e a Jurisprudência entendem, em razão disso, que embora o não cumprimento da pena de 
multa não possa gerar a conversão em pena privativa de liberdade, isto não lhe retira seu caráter de pena. 
Assim, aplicada pena de multa e sobrevindo a morte do infrator, estará extinta a punibilidade31, nos termos 
do art. 107, I do CP, já que não se pode estender os efeitos da pena aos sucessores do infrator, por força do 
art. 5°, XLV da Constituição, que ressalvou apenas a obrigação de reparar o dano e o perdimento de bens. 
 
29 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p. 529/530 
30 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 530/531 
31 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 531 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
21 
Por fim, o art. 52 do CP prevê que, sobrevindo doença mental ao condenado, ficará suspensa a pena 
de multa. 
 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES 
 
CÓDIGO PENAL 
 Arts. 32 a 58 do CP – Regulamentam as espécies de pena no Código Penal, bem como sua cominação: 
Art. 32 - As penas são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - privativas de liberdade; 
II - restritivas de direitos; 
III - de multa. 
SEÇÃO I 
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE 
Reclusão e detenção 
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. 
A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a 
regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; 
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou 
estabelecimento similar; 
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. 
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, 
segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses 
de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime 
fechado; 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
22 
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 
8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; 
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, 
desde o início, cumpri-la em regime aberto. 
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância 
dos critérios previstos no art. 59 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
§ 4º O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime 
do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução 
do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de 
12.11.2003) 
Regras do regime fechado 
Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame 
criminológico de classificação para individualização da execução. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o 
repouso noturno. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões 
ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da 
pena.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 3º -O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Regras do regime semi-aberto 
Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o 
cumprimento da pena em regime semi-aberto. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia 
agrícola, industrial ou estabelecimento similar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a freqüência a cursos supletivos 
profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
Regras do regime aberto 
Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do 
condenado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
23 
§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar 
curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período 
noturno e nos dias de folga. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime 
doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamente 
aplicada. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Regime especial 
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres 
e direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste 
Capítulo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Direitos do preso 
Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, 
impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Trabalho do preso 
Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios 
da Previdência Social. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Legislação especial 
Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista nos arts. 38 e 39 deste Código, 
bem como especificará os deveres e direitos do preso, os critérios para revogação e 
transferência dos regimes e estabelecerá as infrações disciplinares e correspondentes 
sanções. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Superveniência de doença mental 
Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de 
custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Detração 
 Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo 
de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação 
em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
SEÇÃO II 
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS 
Penas restritivas de direitos 
Art. 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
24 
I - prestação pecuniária; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
II - perda de bens e valores; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
III - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; (Incluído pela Lei nº 9.714, 
de 25.11.1998) 
V - interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998) 
VI - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998) 
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de 
liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for 
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, 
se o crime for culposo;(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
II – o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, 
bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. 
(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 1º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 2º Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou 
por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade 
pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de 
direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 3º Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em 
face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não 
se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 
1998) 
§ 4º A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o 
descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de 
liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, 
respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 9.714, 
de 1998) 
§ 5º Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da 
execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao 
condenado cumprir a pena substitutiva anterior. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
Conversão das penas restritivas de direitos 
Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma 
deste e dos arts. 46, 47 e 48. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
25 
§ 1º A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes 
ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, 
não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários 
mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de 
reparação civil, se coincidentes os beneficiários. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 2º No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação 
pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 
1998) 
§ 3º A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a 
legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – 
o que for maior – o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou 
por terceiro, em conseqüência da prática do crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas 
Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às 
condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. (Redação dada pela Lei nº 
9.714, de 1998) 
§ 1º A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição 
de tarefas gratuitas ao condenado. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 2º A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais,escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou 
estatais. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 3º As tarefas a que se refere o § 1º serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, 
devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de 
modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 4º Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena 
substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de 
liberdade fixada. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
Interdição temporária de direitos (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato 
eletivo; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação 
especial, de licença ou autorização do poder público;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
26 
IV – proibição de freqüentar determinados lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. (Incluído pela Lei 
nº 12.550, de 2011) 
Limitação de fim de semana 
Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados 
e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento 
adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e 
palestras ou atribuídas atividades educativas.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
SEÇÃO III 
DA PENA DE MULTA 
Multa 
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada 
na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 
(trezentos e sessenta) dias-multa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo 
do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes 
esse salário. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção 
monetária. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Pagamento da multa 
Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em julgado 
a sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir 
que o pagamento se realize em parcelas mensais. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou salário do 
condenado quando: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
a) aplicada isoladamente; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
c) concedida a suspensão condicional da pena. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado 
e de sua família. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
27 
Conversão da Multa e revogação (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Modo de conversão. 
Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada perante o 
juiz da execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas 
à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e 
suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei 13.964/19) 
Suspensão da execução da multa 
Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença 
mental. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
CAPÍTULO II 
DA COMINAÇÃO DAS PENAS 
Penas privativas de liberdade 
Art. 53 - As penas privativas de liberdade têm seus limites estabelecidos na sanção 
correspondente a cada tipo legal de crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Penas restritivas de direitos 
Art. 54 - As penas restritivas de direitos são aplicáveis, independentemente de cominação 
na parte especial, em substituição à pena privativa de liberdade, fixada em quantidade 
inferior a 1 (um) ano, ou nos crimes culposos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e VI do art. 43 terão a 
mesma duração da pena privativa de liberdade substituída, ressalvado o disposto no § 4º 
do art. 46. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste Código, aplicam-
se para todo o crime cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, 
sempre que houver violação dos deveres que lhes são inerentes. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984) 
Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código, aplica-se aos 
crimes culposos de trânsito. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Pena de multa 
Art. 58 - A multa, prevista em cada tipo legal de crime, tem os limites fixados no art. 49 e 
seus parágrafos deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Parágrafo único - A multa prevista no parágrafo único do art. 44 e no § 2º do art. 60 deste 
Código aplica-se independentemente de cominação na parte especial. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
28 
 SÚMULAS PERTINENTES 
1 Súmulas do STF 
 Súmula 718 do STF – O STF sumulou entendimento no sentido de que a gravidade em abstrato do delito 
não é razão idônea para que o Juiz imponha regime prisional mais severo que aquele permitido de acordo 
com a quantidade de pena aplicada: 
SÚMULA 718 
A OPINIÃO DO JULGADOR SOBRE A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO 
CONSTITUI MOTIVAÇÃO IDÔNEA PARA A IMPOSIÇÃO DE REGIME MAIS SEVERO DO QUE 
O PERMITIDO SEGUNDO A PENA APLICADA. 
 Súmula 719 do STF – Além de entender que a gravidade em abstrato do delito não é fundamento idôneo 
para a imposição de regime prisional mais gravoso, o STF sumulou entendimento também no sentido de que o 
Juiz deve sempre fundamentar, de maneira idônea (baseada em fatos concretos e que não sejam inerentes ao 
delito), a imposição de eventual regime prisional mais gravoso que aquele permitido pela quantidade de pena 
aplicada: 
SÚMULA 719 
A IMPOSIÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO MAIS SEVERO DO QUE A PENA APLICADA 
PERMITIR EXIGE MOTIVAÇÃO IDÔNEA. 
2 Súmulas do STJ 
 Súmula 269 do STJ – O STJ possui entendimento sumulado no sentido de que é possível a fixação do 
regime semiaberto aos condenados que sejam reincidentes, desde que as circunstâncias judiciais sejam 
favoráveis. Vejamos: 
Súmula 269 do STJ 
É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena 
igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais. 
 Súmula 439 do STJ – O STJ possui entendimento sumulado no sentido de que o exame criminológico pode 
serdeterminado, mas somente por decisão fundamentada nas peculiaridades do caso, não podendo ser 
aplicado em qualquer caso e sem qualquer critério: 
Súmula 439 do STJ - Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde 
que em decisão motivada. 
 Súmula 440 do STJ – O STJ, seguindo a mesma linha do STF, sumulou entendimento no sentido de que, uma 
vez fixada a pena-base no mínimo legal, o estabelecimento de regime prisional mais gravoso que o cabível 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
29 
em razão da pena imposta dependeria de fundamentação concreta, não podendo estar baseado na mera 
gravidade abstrata do delito: 
Súmula 440 do STJ - Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de 
regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base 
apenas na gravidade abstrata do delito. 
 Súmula 493 do STJ – O STJ sumulou entendimento no sentido de que é vedado ao Juiz impor, como condição 
especial ao regime aberto, qualquer das modalidades de pena restritiva de direitos, eis que isso configuraria 
bis in idem (cumprimento de pena privativa de liberdade e cumprimento de pena restritiva de direitos, ainda 
que indiretamente): 
Súmula 493 do STJ - É inadmissível a fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP) como 
condição especial ao regime aberto. 
 JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 
 STF - HC 122313 e STJ - AgInt no HC 345.050/RS – O STJ e o STF firmaram entendimento no sentido de 
que, caso não haja vagas no regime semiaberto, deve o preso ser transferido para o regime aberto. Caso 
não haja vagas neste último, deve ser permitido o cumprimento da pena em prisão domiciliar: 
(...)É direito do apenado o cumprimento da pena imposta em unidade prisional compatível 
com o regime fixado no decreto condenatório. 3. Diante da inexistência de vaga em 
estabelecimento adequado, é assegurado ao condenado o cumprimento da pena em regime 
mais benéfico até que surja a disponibilidade em unidade compatível com a sua condenação. 
4. Há evidente constrangimento ilegal quando, justificada na ausência de vaga coadunável, 
o apenado é encaminhado para cumprimento da pena em regime mais gravoso que aquele 
fixado no édito condenatório. 5. Writ não conhecido, mas com concessão da ordem, de ofício, 
para assegurar ao paciente o direito de cumprir a pena no regime inicial semiaberto, ao 
qual foi condenado, e, na falta de vaga, sucessivamente, no regime aberto ou em prisão 
domiciliar, até o surgimento da disponibilidade em unidade compatível com o 
intermediário. 
(HC 122313, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. EDSON 
FACHIN, Primeira Turma, julgado em 23/02/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-085 
DIVULG 29-04-2016 PUBLIC 02-05-2016) 
(...) Firmou-se neste Superior Tribunal de Justiça entendimento de que a inexistência de vaga 
em estabelecimento prisional compatível com o regime determinado no édito 
condenatório ou decorrente de progressão de regime permite ao condenado o 
cumprimento da reprimenda no modo menos gravoso. 
2. Patente a deficiência do Estado em viabilizar a implementação da devida política 
carcerária, torna-se imperiosa a concessão, em caráter excepcional, do cumprimento 
da pena em regime aberto ou, na falta de casa de albergado ou similar, em prisão 
domiciliar, até o surgimento de vaga em estabelecimento adequado, em atendimento 
ao princípio da dignidade da pessoa humana. 
3. Agravo regimental desprovido. 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
30 
(AgInt no HC 345.050/RS, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, SEXTA TURMA, 
julgado em 02/06/2016, DJe 14/06/2016) 
 STJ - HC 356.785/MS – O STJ decidiu no sentido de que a quantidade de droga apreendida configura 
motivação idônea para fins de fixação de regime prisional mais gravoso: 
(...) No caso, o regime fechado, mais gravoso que a pena de 5 anos comporta, foi 
estabelecido com base em fundamentação específica, ante a gravidade concreta do delito, 
evidenciada pela quantidade da droga apreendida (132,85 kg de maconha). 
(...) (HC 356.785/MS, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, 
julgado em 21/06/2016, DJe 29/06/2016) 
 STJ - HC 353.609/SP – O STJ decidiu no sentido de que a natureza da droga apreendida e a presença 
de menor na empreitada criminosa configuram motivação idônea para fins de fixação de regime prisional 
mais gravoso: 
(...) In casu, diante das circunstâncias do caso concreto - natureza da substância apreendida 
(cocaína) e o envolvimento de menor na empreitada criminosa - encontra-se justificada a 
segregação inicial em regime mais gravoso. (...) 
(HC 353.609/SP, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em 
21/06/2016, DJe 28/06/2016) 
 EXERCÍCIOS COMENTADOS 
1. (VUNESP – 2013 – ITESP – ADVOGADO) Com relação às penas privativas de liberdade, é correto 
afirmar que: 
a) a pena de reclusão deverá ser cumprida sempre em regime fechado. 
b) considera-se regime fechado a execução da pena em colônia agrícola. 
c) a pena de detenção deverá ser cumprida sempre em regime aberto. 
d) considera-se regime semiaberto a execução da pena em casa de albergado. 
e) a pena de reclusão poderá ser cumprida em regime aberto. 
COMENTÁRIOS 
Em relação aos regimes de cumprimento da pena privativa de liberdade, é correto afirmar que a pena de 
reclusão poderá ser cumprida inicialmente em qualquer dos regimes. A de detenção, porém, não poderá ser 
inicialmente cumprida em regime fechado. O regime fechado é aquele cujo cumprimento se dá em 
estabelecimento de segurança máxima ou média. Já o semiaberto se dá em colônia agrícola ou industrial (ou 
similar) e o regime aberto em casa de albergado ou similar. Vejamos: 
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. 
A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a 
regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 05
Noções de Direito Penal p/ PC-MS (Agente de Polícia Científica) - 2021 - Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
517623
05387839156 - Julio Cesar seccatto
 
31 
§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; 
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou 
estabelecimento similar; 
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
2. (VUNESP – 2012 – DPE-MS – DEFENSOR PÚBLICO) As penas privativas de liberdade deverão ser 
executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e 
ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: 
a) o condenado reincidente, cuja pena seja igual a 4 (quatro) anos, deverá, desde o início, cumpri-la em regime 
aberto. 
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 6 (seis) anos e não exceda a 12 (doze), poderá, 
desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto. 
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, 
cumpri-la em regime aberto. 
d) o condenado reincidente, cuja pena seja inferior a 4 (quatro) anos, deverá, desde o início, cumpri-la em 
regime aberto. 
COMENTÁRIOS 
Os critérios para a progressão de regime de cumprimento de pena estão previstos no art. 33, §2º do CP: 
Art. 33 (...) 
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, 
segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas

Outros materiais

Outros materiais