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Direito Constitucional - Lista de exercícios com sugestões de respostas

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1ª Questão Adão desmaiou no jardim de sua casa no momento em que Adelina transitava na frente do imóvel. 
A pedestre então empurrou o portão e adentrou o imóvel, durante a noite, para prestar socorro a Adão. De 
acordo com a Constituição Federal: 
a) A atitude de Adelina poderá ser considerada uma invasão domiciliar? Justifique sua resposta. (0,5) 
Não. A pedestre ao entrar no domicílio de Adão, para prestar-lhe socorro, ainda que 
seja à noite, está amparada pelo inciso XII do Art. 5º da CF/88, não tendo, em tese, 
cometido delito. 
b) Caso Adelina estivesse cumprindo uma determinação judicial, como ela deveria proceder? Justifique sua 
resposta. (0,5) 
Se a entrada, ainda que não autorizada pelo residente, ocorra durante o dia, poderá 
Adelina, em cumprimento de decisão judicial, adentrar no domicílio. O amparo legal é 
o próprio inciso XII do Art.5º da CF/88. 
2ª Questão Julgue os itens seguintes, marcando verdadeiro (V) ou falso (F), justificando as alternativas 
(0,5 cada). 
( F ) O direito à vida é protegido no Brasil sob um triplo aspecto, ou seja, protege-se o direito de nascer com 
vida, o direito de subsistir ou de sobreviver e o direito à morte digna, sendo que este último autoriza hipóteses 
de eutanásia no Brasil como forma de manutenção da dignidade de pessoa com moléstia incurável ou 
gravemente enferma. 
A ressalva a ser feita no caso do direito à vida, são as possibilidades de interrupção da 
gravidez, quando esta representar risco de vida à gestante e nos casos de aborto, quando 
a gravidez é resultante de estupro, conforme o Art.148 do CP/40. 
Outro indicativo de que o item não é verdadeiro, é o fato de a eutanásia ser considerada 
crime de homicídio no Brasil, Art.121 do CP/40. 
 
( V ) A Soberania e a Cidadania são valores primordiais para a Constituição de 1988, alçados à condição de 
fundamentos da República Federativa do Brasil. 
O item atende aos fundamentos descritos, conforme incisos I e II do Art.1º da CF/88. 
 
( F ) A pena de morte é a pena capital consistente em retirar a vida do criminoso pelo seu alto grau de 
periculosidade ou gravidade do delito praticado e a sua aplicação é proibida no Brasil, mesmo em caso de 
guerra declarada, pois eventual aplicação violaria a proteção absoluta do direito à vida. 
 
FACULDADE ESPÍRITO SANTENSE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS 
ATIVIDADE AVALIATIVA 
Teoria Geral do Estado – 1° Período - 2021/1 
Professora: Letícia Figueiredo 
Aluno(a): 
 
Sérgio Taquini 
Turma 
 
D1AN 
Data: 
 
21/06/2021 
Valor da Prova: 10,0 
Nota: 
 
A pena capital, de fato, é a exceção no código penal brasileiro, mas prevista no Art.5º 
XLVII alínea “a”, quer seja, em casos de guerra declarada. 
 
( F ) Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, sendo 
intransmissível aos herdeiros. 
O item é falso, visto que, o direito descrito no Art.5º XXVII da CF/88 é transmissível aos 
herdeiros pelo tempo que a lei fixar. 
 
( F ) Todos os brasileiros podem se reunir pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, sendo 
necessária prévia autorização, e que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, 
de acordo com o disposto no artigo 5º da Constituição Federal de 1988. 
O item é falso, pois não há a necessidade de autorização por autoridade competente, 
desde que atendidas as condições de natureza pacífica e sem armas nas reuniões, em 
locais abertos ao público, conforme prevê o Art.5º inciso XVI. 
 
( F ) No Brasil, a liberdade de reunião, segundo a Constituição Federal de 1988, está condicionada a certos 
fatores, como o pagamento de taxas e tributos, a situação política e administrativa da entidade representativa 
da categoria profissional e a autorização especial da autoridade competente que determinará a hora e o local 
para a reunião. 
Não há essa previsão na carta constitucional brasileira de 1988. 
 
( F ) É restrita a locomoção no território nacional em tempo de paz. 
O item é falso, visto que a locomoção no território brasileiro, em tempos de paz, é livre, 
conforme O Art.5º inciso XV da CF/88. 
 
( F ) O Brasil repudia o terrorismo e o racismo e tem como política de Estado a negação de asilo político. 
O item é falso, pois o Brasil, em seu Art.4º da CF/88, concede o asilo político. 
 
( F ) Brasileiros e estrangeiros residentes no País podem manifestar livremente seus pensamentos, sendo 
assegurado também o direito ao anonimato e à imunidade contra perseguições políticas. 
O item é falso, pois é vedado o anonimato, tanto para os brasileiros quanto aos 
estrangeiros residentes no País, conforme previsto no Art.5º inciso IV da CF/88 
 
( F ) No Brasil, de acordo com a Constituição Federal vigente, é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício 
ou profissão por qualquer cidadão e a qualquer momento, sendo vedado à lei determinar as qualificações 
profissionais mínimas a serem atendidas pelo profissional. 
O item é falso, pois o exercício do trabalho pode exigir qualificações profissionais mínimas, 
expressas em lei, conforme a atividade profissional, atendendo o que prevê o inciso XIII 
do Art.5º da CF/88. 
 
3ª Questão Direitos fundamentais podem ser definidos como direitos inerentes a pessoa humana e essenciais 
a vida digna. É dever do Estado protegê-los. Os direitos fundamentais possuem algumas características 
próprias. Assim, disserte sobre ao menos quatro características dos direitos fundamentais (2,0). 
Os direitos fundamentais, previstos na Constituição Brasileira de 1988, expresso através 
de normas não modificáveis, conhecidas como cláusulas pétreas, representam um rol de 
dispositivos que envolvem o cidadão em uma rede de proteção aos bens jurídicos mais 
importantes do cidadão. Esses direitos fundamentais possuem entre si algumas 
características comuns, tais como: a inviolabilidade, inalienáveis, inviolabilidade, 
irrenunciabilidade, imprescritibilidade, efetividade, universalidade e complementaridade. 
Destes, podemos destacar: 
- A universalidade, que confere aos direitos fundamentais a generalidade, pois serve a 
todos. 
- A irrenunciabilidade: Significa que o cidadão não pode negar a existência e a 
subjetividade desse direito, mas pode não exercê-lo voluntariamente. 
- Inalienáveis, pois não podem ser conferidos a outrem senão o titular, mediante retorno 
financeiro ou benefício pecuniário. 
- Imprescritibilidade: não se deterioram com o tempo. Na verdade, a unidade de medida 
tempo não exerce qualquer relação com os direitos fundamentais. 
 
4ª Questão Após receber o título de doutor honoris causa em comunicação e cultura pela Universidade de 
Turim, em 2015, Umberto Eco trouxe a discussão sobre a proliferação das mídias sociais e disse: 
“As mídias sociais deram o direito à fala a legiões de imbecis que, anteriormente, falavam só no bar, depois 
de uma taça de vinho, sem causar dano à coletividade. Diziam imediatamente a eles para calar a boca, 
enquanto agora eles têm o mesmo direito à fala que um ganhador do Prêmio Nobel. O drama da internet é 
que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade.” 
Isso posto, no Brasil, a liberdade de expressão é direito constitucionalmente reconhecido pelo Art. 5º, inciso 
IV, da Constituição Federal. Em tempos de Fake News e de grandes demonstrações de ódio nas redes sociais, 
seria a liberdade de expressão um direito absoluto? As mesmas regras se aplicam às opiniões expressadas 
pela Internet? Justifique sua resposta. (2,0) 
Em tempos de democratização no acesso às tecnologias de comunicação e informação, 
é perceptível a inclusão de pessoas marginalizadas nos debates de temas nacionais 
importantes antes disponíveis apenas à uma elite detentora do direito de falar a sua 
“verdade”. Questionar a liberdade de expressão quando outras verdades provocam 
nossas certezas não podem justificar as tentativas de censurar a livre manifestação do 
pensamento. Pensar e expressar o pensamento de forma livre é defendido,inclusive no 
artigo XIX da Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU, 1948). Mas, e se nosso 
pensamento é, de fato, agressivo ao ser do nosso lado? Cabe invocar o Art. 220 da CF/88 
“A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer 
forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta 
Constituição. (grifo nosso). Nesse sentido, salienta-se que a liberdade de expressão não 
é um direito absoluto, pois exige a observação de algo para que se efetive a liberdade 
defendida. 
O problema que envolve a liberdade de livre manifestação do pensamento está associado 
ao quão a “opinião” do indivíduo, ou até mesmo grupo, se resguardam de fatos ou provas 
que comprovam sua veracidade. Pois, se verdade for, comprovadamente, não há o que 
cercear, resguardados às arenas apropriadas para o despejo dessas ideias. 
O que merece atenção maior são as notícias falsas, intencionalmente produzidas, com fim 
específico de desinformar e que trazem potencial prejuízo à sociedade. As “fake news” 
encontraram nas redes sociais o veículo extremamente eficaz, pois ganham projeção tão 
rapidamente, que fica difícil conferir se de fato são informações verdadeiras. 
Mas, atendendo ao comando da questão, entendemos que as regras que limitam a 
liberdade de expressão, também encontram validade quando o meio é a internet. A própria 
Constituição Federal de 1988 apresenta limites à liberdade de expressão. Vejamos os 
dispositivos apresentados por Roberto Montanari Custódio, em seu Artigo acessível no 
sítio da internet “Justificando”: 
Art. 5° por meio dos seguintes incisos: IV – é livre a manifestação do 
pensamento, sendo vedado o anonimato; V – é assegurado o direito 
de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano 
material, moral ou à imagem; e X – são invioláveis a intimidade, a vida 
privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à 
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. 
(Custódio, 2019). 
Por fim, fica claro que a liberdade de expressão não pode atacar outros direitos 
fundamentais ou direitos individuais, tais como a dignidade humana, a intimidade, a honra 
e a imagem, por exemplo. 
 
Referências 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Disponívelem:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.ht
m. Acesso em: 20 jun. 2021. 
CUSTÓDIO, R.M. Os Limites da Liberdade de Expressão: uma coisa é censura, outra 
é responsabilização. Justificando, 2019. Disponível em: 
http://www.justificando.com/2019/05/03/os-limites-da-liberdade-de-expressao-censura-e-
responsabilizacao/#:~:text=A%20pr%C3%B3pria%20Constitui%C3%A7%C3%A3o%20F
ederal%20trata%20de%20estabelecer%20limites,dano%20material%20ou%20moral%2
0decorrente%20de%20sua%20viola%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 23 jun. 2021. 
UNICEF. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Assembleia Geral das Nações 
Unidas (resolução 217 A III) em 10 de dezembro 1948. Disponível em: 
https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos. Acesso em: 23 
jun. 2021.

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