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DIREITO ADMINISTRATIVO II APOSTILA ESQUEMATIZADA Professor Sidney Amorim 2 Apresentação Essa apostila de Direito Administrativo II procura atender às necessidades básicas previstas na ementa do curso conforme instruído pelo MEC. Os qua- dros e os esquemas que são apresentados foram construídos de forma a re- sumir o conteúdo da matéria, de modo lúdico e prático, facilitando o seu en- tendimento e a sua memorização. Contudo, tal esquematização não exime o aluno de estudar bons livros de doutrina a respeito dos institutos que são tratados aqui, os quais contém um conteúdo mais pormenorizado e contextualizado em seus cursos e manuais. A presente apostila é uma adaptação do livro DIREITO ADMINISTRATIVO ESQUEMATIZADO QUADRO A QUADRO, de minha autoria. O formato em esquemas, os textos curtos e resumitivos e os vários quadros sinópticos propiciam ao estudante de Direito a fixação e a mentalização do conteúdo, promovendo assim um aproveitando maior da grande carga programática, comum nos cursos jurídicos. Desejo a todos, assim, bons estudos em 2020! Professor Sidney Amorim 3 SUMÁRIO 1. Improbidade administrativa .................................. 4 2. Licitações e contratos administrativos .......... 26 3. Bens públicos ............................................................. 34 4. Serviços Públicos ...................................................... 42 5. Intervenção do Estado na propriedade ........... 43 6. Controle da Administração .................................... 95 Professor Sidney Amorim 4 1. Improbidade administrativa DISPOSIÇÕES GERAIS Regulamenta os atos de improbidade ad- ministrativa previstos no art. 37, §4º, da CF/1988. É uma norma de eficácia limitada, pois só ganhou aplicabilidade com a edição da Lei de Improbidade. Institui o princípio probidade, considera- do como sendo um subprincípio da mora- lidade administrativa. Princípios Expressos – LIMP: Legalidade. Impessoalidade. Moralidade. Publicidade. A CF/1988 não definiu a competência legislativa nessa matéria, mas entende-se que é da União, privativamente. É uma LEI NACIONAL, pois alcança os agentes públicos das três esferas (FED / EST/ MUN). Não se aplica a atos praticados antes da vigência da LIA – ainda que ocorrida após a CF/88. AMBIENTES DE ATUAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO ÍMPROBO Administração Direta e Indireta. Empresas incorporadas ao patrimônio público. Entidade de que o Estado participe no patrimônio ou na sua receita anual (+50%) Entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício do Estado. A LIA ALCANÇA O particular, pessoa física ou jurídica, que induza ou concorra para o ato de impro- bidade ou dele se beneficie. O particular, sozinho, não pratica ato de improbidade. Os sucessores do agente ímprobo, nos casos de enriquecimento ilícito e dano ao erário – espécies de atos de improbidade Adm. A LIA NÃO ALCANÇA STF – Os agentes políticos, em relação aos atos de improbidade para cujos fatos haja norma específica definida como crime de responsabilidade1. A ideia é evitar o bis in iden. 1 RC 2.138/2007. A Lei 1.079/1950 define os crimes de responsabilidade e seus agentes responsáveis, que são o Presidente da República e seus ministros de Estado, o Governador e seus secretários de Estado, o Procurador-Geral da República e os ministros do STF. Professor Sidney Amorim 5 CONCEITO DE AGENTE PÚBLICO É todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função na Administração Pública e nas entidades acima mencionadas (ambientes). SUJEITOS E PÓLOS NA LEI DE IMPROBIDADE ATO DE IMPROBIDADE AÇÃO DE IMPROBIDADE SUJEITO ATIVO SUJEITO PASSIVO SUJEITO ATIVO SUJEITO PASSIVO2 O agente público e o terceiro concorrente Os entes jurídicos prejudicados Os entes jurídicos prejudicados O agente público e o terceiro concorrente Improbidade própria – praticado pelo agente público. Improbidade imprópria – praticado pelo particular que se beneficie. Há legitimidade ativa concorrente entre as entidades prejudicadas e o MP para propor a ação de improbidade. É raro, mas é possível uma ação de improbidade entre particulares, como uma ONG contra familiares de um agente público falecido. 2 Considera-se também que essas partes (entidades prejudicadas e agentes/terceiros) estão no pólo ativo e passivo da demanda, respectivamente. Professor Sidney Amorim 6 ESPÉCIES DE ATOS DE IMPROBIDADE Os que importam em enriquecimento ilícito (12) Os que causem prejuízo ao Erário (15) Os que atentam contra os princípios da Administração Pública (7) Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou Tributário Os que importam em enriquecimento ilícito “Auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de car- go, mandato, função, emprego ou atividade nas [entidades já mencionadas].” Esse ato de improbidade é uma espécie de conceito do que significa “enriquecimento ilícito”, sendo que os outros 12 atos de improbidade, previstos no art. 9º, são gêneros dessa espécie principal. Os que causam prejuízo ao erário “Qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das [entidades.]” Esse ato de improbidade é uma espécie de conceito do que significa “prejuízo ao erá- rio”, sendo que os outros 21 atos de improbidade, previstos no art. 10, são gêneros dessa espécie principal. STJ – Exige-se a comprovação efetiva do dano diante da impossibilidade de con- denação ao ressarcimento por dano hipotético ou presumido.3 3 REsp 1.127.143 e REsp 1.038.777 Professor Sidney Amorim 7 Os que atentam contra os princípios da Administração Pública “Qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições (...).” Esse ato de improbidade é uma espécie de conceito do que significa “atentado aos princípios da Administração”, sendo que os outros 10 atos de improbidade, previstos no art. 10, são gêneros dessa espécie principal. STJ – É punível a improbidade tentada nos casos em que o ato não se realiza por moti- vos alheios à vontade do agente, ocorrendo na espécie, atentado aos princípios da Administração Pública.4 Os que decorrem de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário Incluído em 30/12/2016 e com efeitos desde 30/12/2017.5 Refere-se somente à cobrança do ISS6, cuja alíquota não pode ser menor que 2%.7 A intenção é evitar a “guerra fiscal” para atrair grandes empresas e mantê-las instaladas. As penalidades são a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos. E a multa prevista é de até 3 vezes o valor do benefício concedido pelos gestores. Como não informa a variação culposa, a caracterização desse ato exige dolo.4 REsp 1.014.161. 5 Lei Complementar 157/2016. 6 Imposto sobre serviços de qualquer natureza, um imposto municipal cobrado das empresas instaladas ou que venha a instalar-se no Município. 7 Por força do art. 6º da LC 157/2016, os Municípios tiveram até 01/06/2018 para revogar os benefícios financeiros e fiscais que desatendam à alíquota mínima de 2% do ISS. Assim, a doutrina entende que somente condutas praticadas após essa data são puníveis pela LIA. Professor Sidney Amorim 8 DESTAQUES Enriquecimento ilícito Prejuízo ao Erário Violação a princípios da ADM Receber comissão, gratifi- cação ou presente por quem tenha interesse. Celebrar contrato sem observar a lei ou sem dota- ção orçamentária. Revelar fato ou circunstância de que tem ciência e que deva manter em segredo. Receber vantagem para TOLERAR a exploração de QQ atividade ilícita. Permitir, facilitar ou concor- rer para que terceiro enri- queça ilicitamente. Revelar ou permitir o “vaza- mento” do teor de medidas políticas ou econômicas. Aceitar emprego de PF ou PJ interessada no ato do agente ATIVO. Doar bens e valores, ainda que com fins educativos ou assis- tenciais, sem observar as for- malidades legais. Deixar de prestar contas, quando estiver obrigado a fazê-lo. Doutrina STJ Todos os atos de improbidade previstos na LIA formam uma lista EXEMPLIFICATIVA O princípio da insignificância e a teoria dos delitos de bagatela não se aplicam aos atos de improbidade administrativa, pois envolve a moralidade administrativa e não somente a ótica econômica. Assim como na Responsabilidade Civil do Estado, é pressuposto necessário a demonstração do NEXO CAUSAL. Professor Sidney Amorim 9 ELEMENTOS SUBJETIVOS NO ATO DE IMPROBIDADE ENRIQUECIMENTO ILÍCITO PREJUÍZO AO ERÁRIO ATENTADO A PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS AÇÕES AÇÕES OU OMISSÕES DOLOSAS CULPOSAS E DOLOSAS DOLOSAS Trata-se de vantagem patrimonial indevida em razão do cargo Trata-se de dano ao patrimônio público Trata-se de violação aos deveres públicos de honestidade e lealdade OS QUE DECORREM DE CONCESSÃO OU APLICAÇÃO INDEVIDA DE BENEFÍCIO FINANCEIRO OU TRIBUTÁRIO DOLOSA PENALIDADES NA CF/1988 (art. 37, §4º) NA LIA (art. 12) Suspensão dos direitos políticos Suspensão dos direitos políticos Perda da função pública Perda da função pública Indisponibilidade dos bens Perda de bens e valores acrescidos ilicitamente Ressarcimento ao Erário Ressarcimento integral do dano Pagamento de multa civil Proibição de contratar com a Administra- ção e receber benefícios SEGUNDO O STF8: A ampliação, pela LIA, do rol de sanções mínimas previstas na CF/88, não represen- ta nenhuma inconstitucionalidade. A perda de bens e/ou valores é espécie de ressarcimento, portanto uma devolução ao patrimônio público do que lhe foi subtraído. 8 AgRg no RE 598.588. Professor Sidney Amorim 10 QUADRO-RESUMO DAS PENALIDADES ENRIQUECIMENTO ILÍCITO PREJUÍZO AO ERÁRIO ATENTADO AOS PRINCÍPIOS DA ADM. PÚBLICA Suspensão dos direitos políticos De 8 a 10 anos De 5 a 8 anos De 3 a 5 anos Perda da função pública SIM SIM SIM Perda de bens e valores acrescidos ilicitamente SIM SIM, se concorrer tal circunstância NÃO Ressarcimento integral do dano SIM quando houver SIM SIM quando houver Pagamento de multa civil De até 3x o valor do acréscimo patrimonial De até 2x o valor do dano De até 100x o valor do salário do agente Proibição de contratar com a Adm. e receber benefícios Pelo prazo de 10 anos Pelo prazo de 5 anos Pelo prazo de 3 anos Essas penalidades são cumulativas com outras sanções penais, civis e administrativas cabíveis. Na fixação das penas o juiz leva em conta a extensão do dano causado e o proveito patrimonial obtido pelo agente. Professor Sidney Amorim 11 OUTRAS PENALIDADES POR ATO DE IMPROBIDADE Inelegibilidade Crime de Responsabilidade CF, art. 14, §9º e LC 64/90 CF, art. 85, V e Lei 1.079/50 Perda/Suspensão de direitos políticos Demissão de servidor público CF, art. 145, V Lei 8.112/90, art. 132, I Prefeitos que descumprem o Estatuto da Cidade Lei 10.257/2001, art. 52 PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E PROCESSO JUDICIAL PRELIMINAR IMPORTANTE: A AÇÃO DE IMPROBIDADE NÃO É UMA AÇÃO POPULAR! Embora sejam mecanismos processuais semelhantes e que combatem atos que ofendam a moralidade administrativa, elas são bem distintas entre si. AÇÃO DE IMPROBIDADE AÇÃO POPULAR CF, art. 37, §4º e Lei 8.429/90 CF, art. 5º, LXXIII e Lei 4.717/65 Combate atos de improbidade adm. Combate atos lesivos à moralidade adm. Legitimidade ativa: Só MP e PJ interessada podem ajuizar Legitimidade ativa: Qualquer cidadão pode ajuizar Visa uma séria de possíveis sanções (perda da função pública, multa, etc.) Visa anular ato lesivo à moralidade adm. e a perdas e danos. Não há impedimento para que se proponha ações simultâneas de improbidade e ação popular pela mesma conduta lesiva. Professor Sidney Amorim 12 VIA ADMINISTRATIVA 1. Qualquer pessoa REPRESENTAÇÃO (RP) Autoridade Administrativa (AA) Investigação para apurar ATO de Improbidade Se for ato de improbidade que enseje enriquecimento ilícito ou lesão ao patrimônio público, a AA deve representar ao MP para indisponibilidade de bens do indiciado. 2. MP De Ofício / Requerimento de Autoridade Adm. (RQ) / RP Pode requisitar instauração de Inquérito Policial Procedimento Administrativo Se a pessoa frustrar-se com a via Administrativa, poderá procurar diretamente o MP para fazer a denúncia por ato de improbidade. REPRESENTAÇÃO (RP) Requisitos Resultados Qualificação do representante Rejeitada: Acolhida: Informações sobre o fato e sua autoria Provas de que tenha conhecimento Por ausência dos requisitos Apuração pela COMISSÃO PROCESSANTE9 Por escrito e assinada STJ – Admite-se instauração de procedimento administrativo investigativo até mesmo por denúncia anônima, desde que esta seja verossímil10. 9 Na 8.112, vira um PAD. 10 RMS 30.510. Professor Sidney Amorim 13 COMISSÃO PROCESSANTE (CP) 1. Oficia ao MP e TC para informar sobre a RP. É obrigatório. 2. O MP e o TC, por RQ, designam representante para acompanhar o PA. É facultativo. 3. Havendo indícios de responsabilidade, a CP entra com RP ao MP ou Procuradoria para que peçam o sequestro11 dos bens ao Juízo. NÃO é a CP que pede o sequestro ao Juízo, mas o MP ou a Procuradoria. O sequestro NÃO se aplica aos atos que atentam aos princípios da administração. O sequestro de bens no exte- rior é possível, respeitados os tratados internacionais. MEDIDAS CAUTELARES Indisponibilidade de bens do indiciado12 Dispensa o periculum in mora concreto (prova ou iminência de dilapidação de patrimônio), exigindo-se somente o fumus boni iuris (indícios da prática de improbidade).13 Se o objetivo for ressarcimento ao erário, alcança bens antes ou depois do suposto ato de improbidade. Se for perdimento de bens ou valores ilícitos, alcança somente os bens após o ato de improbidade.14Sequestro, investigação, exame ou blo- queio de bens15 Bloqueio de contas bancárias e aplica- ções financeiras no exterior16 Afastamento cautelar do agente público17 É medida excepcional e pode perdurar por no máximo 180 dias.18 11 Pelo Novo CPC, o sequestro de bens passou a ser regido pelas disposições atinentes às tutelas de urgência (art. 300 e ss). 12 Art. 7º. 13 REsp 1.190.846 14 REsp 1.461.892 e RMS 6.197. Extraído do Blog O Processo (www.processo.com). Recomendo a consulta. 15 Art. 16. 16 Art. 16, §2º. 17 Art. 20, pu. 18 STJ: MC 19.214. http://www.processo.com/ Professor Sidney Amorim 14 VIA JUDICIAL AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA LEGITIMADOS PRAZO RITO MP e/ou PJ interessada 30 dias da medida cautelar de sequestro dos bens Ordinário NATUREZA ACORDO? MP Ação Cível Admite-se celebração de acordo de não persecução cível19 SEMPRE atua: ou como Autor ou Fiscal da Lei sob pena de nulidade STF – A efetiva aplicação das sanções é de competência privativa do Poder Judiciário20, não podendo ser realizada pela Administração Pública. Observação 1 Observação 2 Se o MP for Autor e a PJ interessada quiser entrar no feito, o MP pode aceitar seu ingresso, em litisconsórcio facultativo, caso tal medida seja útil ao processo. A Fazenda Pública promoverá as ações21 necessárias à complementação do ressarcimento, se houver. STJ – É cabível a propositura de Ação Civil Pública por ato de improbidade administrativa diante da natureza difusa do interesse tutelado.22 REGRA IMPORTANTE A ação precisa conter um mínimo de documentos que justifiquem a existência de ato de improbidade, ou conter as razões fundamentadas de sua inexistência, sob pena de res- ponsabilidade por dano processual, especialmente a litigância de má-fé, previsto no CPC. 19 Inovação trazida em 23/01/2020 pela Lei Anticrime (Lei 13.964/2019). Antes, era vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de improbidade. 20 RTJ, 195/73. 21 Essas “ações” da Fazenda Pública NÃO SÃO outras ações por improbidade, mas procedimentos de natu- reza fiscal, como o não recolhimento do IR, por exemplo. 22 REsp 507.142. Professor Sidney Amorim 15 ATOS DO JUIZ 1. NOTIFICAÇÃO Ao requerido Para oferecer Manifestação por escrito23 Em 15 dias 2. DECISÃO (Em 30 dias) Ou Receber a Inicial Citação Cabe Agravo Ou Rejeitar a Inicial, se convencido da: 1. Inexistência do ato de improbidade 2. Improcedência da Ação 3. Inadequação da via eleita 3. CITAÇÃO Ao réu Para apresentar Contestação Aplica-se o prazo de 15d do CPC24 Em qualquer fase do processo, o juiz pode extinguir a ação sem resolução do mérito, se for reconhecida a inadequação da ação de improbidade. 4. SENTENÇA Se procedente para Reparação do Dano, deve determinar o seu pagamento à PJ prejudicada. Se procedente para a Perda de Bens, deve determinar a sua reversão à PJ prejudicada. STJ – Não há julgamento extra ou ultra petita quando o juiz acrescenta à condenação sanções não pedidas na Inicial.25 STJ – É cabível a propositura de Ação Civil Pública por ato de improbidade administrativa diante da natureza difusa do interesse tutelado.26 23 Também chamado de Defesa Prévia. 24 Não há prazo expresso na LIA. 25 STJ: AgRg 1.125.634. 26 REsp 507.142. Professor Sidney Amorim 16 ALGUNS EXEMPLOS DE REJEIÇÃO DA INICIAL Inexistência do ato de improbidade Improcedência da ação Inadequação da via eleita O juiz entende que se trata de mera irregularidade administrativa, como o acúmulo indevido de cargos públicos, quando o agente efetivamente traba- lhou (REsp 1245622-RS). O juiz entende que o prefeito não foi desonesto, mas inábil e despreparado na conduta de um concurso público (REsp 2139940-MG). O juiz entende que o terceiro particular não praticou ato de improbida- de em concurso com o agente, devendo tal ação ser deslocada para a esfera penal. DISPOSIÇÕES PENAIS e GERAIS Litigância de má-fé Trânsito em julgado A litigância de má-fé é crime (detenção + multa) e sujeita o autor a indenizar o denunciado por perdas e danos (materi- ais/morais/imagem) que houver provo- cado. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trân- sito em julgado da sentença condenatória. Afastamento cautelar Autonomia das sanções É possível o afastamento cautelar do agente público, pela autoridade adminis- trativa ou judicial, quando a medida se fizer necessária à instrução processual. As sanções da LIA independem de efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público e da aprovação ou rejeição das contas pelo Tribunal de Contas. Demissão Aplicação da prevenção A LIA prevê pena de demissão, a bem do serviço público, ao agente que se recusa a prestar sua declaração de bens ou a prestar falsa. Aplica-se o instituto de PREVENÇÃO nas ações de improbidade, ainda que em varas diferentes, nos feitos que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. Crime praticado pelo autor? Só há crime na LIA para o Autor da denúncia quando ele sabe que o denuncia- do é inocente. A pena é de detenção de 6 a 10 meses e multa + eventual indenização. Professor Sidney Amorim 17 PRESCRIÇÃO Agentes ocupantes de: Terceiros que: Induzam concorram se beneficiem Mandatos Cargos Comissionados Funções de Confiança Agentes ocupantes de: Cargos Efetivos Empregos Públicos 5 ANOS, contados após o término de seus exercícios. Prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares, puníveis com demissão a bem do serviço público.27 5 ANOS após o término do exercício do agente público (STF) Obs.: A prescrição não se aplica às ações de ressarcimento de danos causados ao erário ou ao patrimônio público, pois SÃO IMPRESCRITÍVEIS (CF/1988, ART.37, §5º). JURISPRUDÊNCIA DO STJ ENUNCIADO PRECEDENTES Os Agentes Políticos sujeitos a crime de responsabilidade, ressalvados os atos ímprobos cometidos pelo Presidente da República (art. 86 da CF) e pelos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não são imunes às sanções por ato de improbidade previstas no art. 37, § 4º, da CF. REsp 1191613/MG, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/03/2015, DJe 17/04/2015. REsp 1168739/RN, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 03/06/2014, DJe 11/06/2014. EDcl na AIA 000045/AM, Rel. Ministra LAURITA VAZ, CORTE ESPECIAL, julgado em 21/05/2014, DJe 28/05/2014. O assédio sexual é considerado ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração Pública. Processo sob sigilo judicial, oriundo de SC, Rel. Minis- tro Humberto Martins, SEGUNDA TURMA, julgado em 21/05/2013, DJe 28/05/2013. Responsável pela assistência e pela minuta: Sidney Amorim. JURISPRUDÊNCIA DO STJ 27 Para o servidor federal e distrital é de 5 anos (Lei 8.112/1990, art. 142, I, e Lei Compl. 840/2011, art. 208, I). javascript:document.frmDoc1Item0.submit(); javascript:document.frmDoc1Item0.submit(); javascript:document.frmDoc1Item0.submit(); javascript:document.frmDoc1Item0.submit(); javascript:document.frmDoc1Item0.submit(); javascript:document.frmDoc1Item0.submit(); javascript:document.frmDoc1Item0.submit(); javascript:document.frmDoc1Item0.submit(); https://intranet.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?i=1&b=ACOR&livre=((%27RESP%27.clas.+e+@num=%271191613%27)+ou+(%27REsp%27+adj+%271191613%27.suce.))&thesaurus=JURIDICO&fr=veja https://intranet.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?i=1&b=ACOR&livre=((%27RESP%27.clas.+e+@num=%271168739%27)+ou+(%27REsp%27+adj+%271168739%27.suce.))&thesaurus=JURIDICO&fr=vejahttps://intranet.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?i=1&b=ACOR&livre=((%27EDAIA%27.clas.+e+@num=%27000045%27)+ou+(%27EDcl%20na%20AIA%27+adj+%27000045%27.suce.))&thesaurus=JURIDICO&fr=veja Professor Sidney Amorim 18 ENUNCIADO PRECEDENTES Os agentes políticos municipais se sub- metem aos ditames da Lei de Improbidade Administrativa - LIA, sem prejuízo da responsabilização política e criminal esta- belecida no Decreto-Lei n. 201/1967. AgRg no REsp 1425191/CE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 10/03/2015, DJe 16/03/2015. AgRg no AREsp 353745/RO, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/03/2015, DJe 10/03/2015. É inadmissível a responsabilidade obje- tiva na aplicação da Lei 8.429/1992, exi- gindo-se a presença de dolo nos casos dos arts. 9º e 11 (que coíbem o enriquecimen- to ilícito e o atentado aos princípios admi- nistrativos, respectivamente) e ao menos de culpa nos termos do art. 10, que censu- ra os atos de improbidade por dano ao Erário. AgRg no REsp 1500812/SE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 21/05/2015, DJe 28/05/2015. AgRg no REsp 968447/PR, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16/04/2015,DJe 18/05/2015. REsp 1238301/MG, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/03/2015, DJe 04/05/2015. O Ministério Público tem legitimidade ad causam para a propositura de Ação Civil Pública objetivando o ressarcimento de danos ao erário, decorrentes de atos de improbidade. REsp 1261660/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Rel. p/ Acórdão Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 24/03/2015, DJe 16/04/2015. REsp 1435550/PR, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/10/2014, DJe 11/11/2014. O Ministério Público estadual possui legi- timidade recursal para atuar como parte no Superior Tribunal de Justiça nas ações de improbidade administrativa, reservan- do- se ao Ministério Público Federal a atuação como fiscal da lei. AgRg no AREsp 528143/RN, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 07/05/2015, DJe 14/05/2015. AgRg no REsp 1323236/RN, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA TURMA, julgado em 10/06/2014, DJe 28/11/2014. A ausência da notificação do réu para a defesa prévia, prevista no art. 17, § 7º, da Lei de Improbidade Administrativa, só acarreta nulidade processual se houver comprovado prejuízo (pas de nullité sans grief). EREsp 1008632/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 11/02/2015, DJe 09/03/2015. AgRg no REsp 1336055/GO, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 10/06/2014, DJe 14/08/2014. javascript:document.frmDoc1Item1.submit(); javascript:document.frmDoc1Item1.submit(); javascript:document.frmDoc1Item1.submit(); javascript:document.frmDoc1Item1.submit(); javascript:document.frmDoc1Item1.submit(); https://intranet.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?i=1&b=ACOR&livre=((%27AGRESP%27.clas.+e+@num=%271425191%27)+ou+(%27AgRg%20no%20REsp%27+adj+%271425191%27.suce.))&thesaurus=JURIDICO&fr=veja https://intranet.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?i=1&b=ACOR&livre=((%27AGARESP%27.clas.+e+@num=%27353745%27)+ou+(%27AgRg%20no%20AREsp%27+adj+%27353745%27.suce.))&thesaurus=JURIDICO&fr=veja Professor Sidney Amorim 19 JURISPRUDÊNCIA DO STJ ENUNCIADO PRECEDENTES A presença de indícios de cometimento de atos ímprobos autoriza o recebimento fundamentado da petição inicial nos ter- mos do art. 17, §§ 7º, 8º e 9º, da Lei n. 8.429/92, devendo prevalecer, no juízo preliminar, o princípio do in dubio pro societate. AgRg no AREsp 604949/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/05/2015, DJe 21/05/2015. AgRg no REsp 1466157/MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/06/2015, DJe 26/06/2015. REsp 1504744/MG, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16/04/2015, DJe 24/04/2015. O termo inicial da prescrição em improbi- dade administrativa em relação a particu- lares que se beneficiam de ato ímprobo é idêntico ao do agente público que praticou a ilicitude. AgRg no REsp 1510589/SE, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 26/05/2015, DJe 10/06/2015. REsp 1433552/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 25/11/2014, DJe 05/12/2014. A eventual prescrição das sanções decor- rentes dos atos de improbidade adminis- trativa não obsta o prosseguimento da demanda quanto ao pleito de ressarcimen- to dos danos causados ao erário, que é imprescritível (art. 37, § 5º da CF). AgRg no AREsp 663951/MG, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 14/04/2015, DJe 20/04/2015. AgRg no REsp 1481536/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/12/2014, DJe 19/12/2014. É inviável a propositura de ação civil de improbidade administrativa exclusivamen- te contra o particular, sem a concomitante presença de agente público no polo pas- sivo da demanda. AgRg no AREsp 574500/PA, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/06/2015, DJe 10/06/2015. REsp 1282445/DF, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 24/04/2014, DJe 21/10/2014. É possível o deferimento da medida acau- telatória de indisponibilidade de bens em ação de improbidade administrativa nos autos da ação principal sem audiência da parte adversa e, portanto, antes da notifi- cação a que se refere o art. 17, § 7º, da Lei n. 8.429/92. AgRg no AREsp 460279/MS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/10/2014, DJe 27/11/2014. REsp 1197444/RJ, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 27/08/2013, DJe 05/09/2013. Professor Sidney Amorim 20 JURISPRUDÊNCIA DO STJ ENUNCIADO PRECEDENTES Na ação de improbidade, a decretação de indisponibilidade de bens pode recair sobre aqueles adquiridos anteriormente ao suposto ato, além de levar em considera- ção, o valor de possível multa civil como sanção autônoma. REsp 1461892/BA, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/03/2015, DJe 06/04/2015. REsp 1461882/PA, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 05/03/2015, DJe 12/03/2015. No caso de agentes políticos reeleitos, o termo inicial do prazo prescricional nas ações de improbidade administrativa deve ser contado a partir do término do último mandato. AgRg no AREsp 161420/TO, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado 03/04/2014, DJe 14/04/2014. REsp 1290824/MG, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/11/2013, DJe 29/11/2013. Nas ações de improbidade administrativa, não há litisconsórcio passivo necessário entre o agente público e os terceiros beneficiados com o ato ímprobo. AgRg no REsp 1421144/PB, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 26/05/2015, DJe 10/06/2015. REsp 1261057/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/05/2015, DJe 15/05/2015. A revisão da dosimetria das sanções apli- cadas em ação de improbidade admi- nistrativa implica reexame do conjunto fático-probatório dos autos, encontrando óbice na súmula 7/STJ, salvo se da leitura do acórdão recorrido verificar-se a desproporcionalidade entre os atos prati- cados e as sanções impostas. AgRg no REsp 1452792/SC, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 26/05/2015, DJe 10/06/2015. AgRg no REsp 1500812/SE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 21/05/2015, DJe 28/05/2015. AgRg no REsp 1372421/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/04/2015, DJe 22/05/2015. EXERCÍCIOS – IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 1. CESPE – Analista Judiciário TJ-PA 2020 Julgue os itens a seguir, considerando as disposições da Lein.º 8.429/1992. I A lei aplica-se a terceiro que, mesmo não sendo servidor público, induza ou concorra para a prática de ato de improbidade ou dele se beneficie. II Atos omissivos podem ser considerados para a configuração de lesão ao patrimônio público. Professor Sidney Amorim 21 III O Ministério Público deverá ser cientificado pela autoridade adminis- trativa sobre os atos que ensejarem enriquecimento ilícito ou lesão ao patrimônio público. IV Constitui ato de improbidade administrativa revelar fato ou circuns- tância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permane- cer em segredo. Assinale a opção correta. a) Apenas os itens I, II e III estão certos. b) Apenas os itens I, II e IV estão certos. c) Apenas os itens I, III e IV estão certos. d) Apenas os itens II, III e IV estão certos. e) Todos os itens estão certos. 2. CESPE – Analista Judiciário TJ-PA 2020 Em uma ação de improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público, foi proferida sentença de procedência dos pedidos, com aplicação da sanção de perda da função pública ao réu, que é servidor público. A respeito dessa situação hipotética, é correto afirmar que a imposição da referida sanção a) depende da comprovação de dano financeiro ao patrimônio público, sendo imprescindível, para aplicação da pena, aguardar o trânsito em jul- gado da sentença. b) depende da comprovação de efetivo dano financeiro ao patrimônio público, podendo a pena, por ter natureza política, ser efetivada antes do trânsito em julgado da sentença. c) independe de ter sido comprovado dano financeiro ao patrimônio pú- blico, sendo imprescindível, para a efetivação da pena, aguardar o trânsito em julgado da sentença. d) independe de ter sido comprovado dano financeiro ao patrimônio pú- blico, podendo a pena, por ter natureza administrativa, ser efetivada antes do trânsito em julgado da sentença. e) independe de ter sido comprovado dano financeiro ao patrimônio pú- blico, mas a pena, por ter natureza penal, só poderá ser efetivada após o trânsito em julgado da sentença. MacBook Professor Sidney Amorim 22 3. IBFC – Técnico Judiciário TRE-PA 2020 Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo Ato de Improbidade sujei- to às cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato. Acerca das penas previstas na Lei da Improbidade Administrativa nº 8.429/1992, assinale a alternati- va incorreta. a) Na hipótese de atos de improbidade administrativa que importem en- riquecimento ilícito, haverá perda dos bens ou valores acrescidos ilicita- mente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 8 (oito) a 10 (dez) anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acrésci- mo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritá- rio, pelo prazo de 10 (dez) anos. b) Na hipótese de atos de Improbidade Administrativa que causem prejuí- zo ao erário, haverá ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circuns- tância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cin- co) a 8 (oito) anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 5 (cinco) anos. c) Na fixação das penas previstas nessa Lei o juiz levará em conta a exten- são do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente. d) Na hipótese de atos de Improbidade Administrativa que atentam con- tra os princípios da administração pública, ocorrerá a perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributá- rio concedido. Professor Sidney Amorim 23 4. CESPE – Analista Judiciário TJ-PA 2020 A Lei de Improbidade (Lei nº 8.429/92) prevê a aplicação de sanções àqueles que praticarem condutas caracterizadas como atos de improbida- de. É sanção prevista na referida lei: a) proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, por prazo de três a dez anos, a depender do tipo de improbidade cometida. b) confisco de ativos, em montante correspondente ao quádruplo da lesão ocasionada ao erário. c) pena privativa de liberdade, em regime de reclusão, de três a oito anos, a depender do tipo de improbidade cometida. d) perda da nacionalidade brasileira, para os agentes que forem brasilei- ros naturalizados. e) liquidação compulsória das empresas que se envolverem em atos de improbidade. 5. CESPE – Promotor de Justiça MPE-CE 2020 Servidor público estadual usou, em proveito próprio, veículo da adminis- tração pública estadual, para fins particulares. Nesse caso, a conduta do servidor a) configura ato de improbidade administrativa que importa enriqueci- mento ilícito, se tiver havido dolo. b) configura ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário, mesmo que não tenha havido dolo. c) configura ato de improbidade administrativa que atenta contra os prin- cípios administrativos, mesmo que não tenha havido dolo. d) não configura ato de improbidade administrativa, porque a Lei de Im- probidade Administrativa não se aplica à esfera estadual. e) não configura ato de improbidade administrativa, por ausência de tipi- ficação expressa na Lei de Improbidade Administrativa. 6. FCC – Analista Legislativo AL-PA 2020 No que se refere aos sujeitos ativos de atos de improbidade, podem sê-lo, dentre outros, os a) diretores de empresas estatais, no âmbito da Administração Indireta, e titulares de cargo efetivo e ocupantes de cargos em comissão, na Adminis- tração Direta. Professor Sidney Amorim 24 b) titulares de cargo efetivo, empregados públicos e ocupantes de cargos em comissão, desde que ocupem funções de direção ou chefia. c) servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, desde que já adquirida estabilidade. d) servidores públicos ocupantes de cargo ou emprego públicos, desde que investidos em suas funções há pelo menos três anos. e) ocupantes de cargo efetivo ou investidos em cargo ou função públicas, desde que tenham se submetido a concurso público para admissão. 7. CESPE – Auxiliar Judiciário TJ-PA 2020 A Lei n.º 8.429/1992 I aplica-se apenas aos servidores públicos da administração pública direta e fundacional. II estabelece a necessidade de observância dos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade e da publicidade. III prevê a indisponibilidade de bens como medida para assegurar o inte- gral ressarcimento do dano causado ao erário. IV excetua os atos omissivos como possíveis caracterizadores do ato de improbidade. Estão certos apenas os itens a) I e II. b) I e IV. c) II e III. d) I, III e IV e) II, III e IV. 8. IBFC – Analista Judiciário TRE-PA 2020 Acerca do procedimento administrativo e do processo judicial (improbi- dade administrativa lei nº 8.429/1992), assinale a alternativa incorreta. a) Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa com- petente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade b) Havendo a possibilidade de solução consensual, poderão as partes re- querer ao juiz a interrupção do prazo para a contestação, por prazo não superior a 30 (trinta) dias c) Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o processosem julgamento do mérito Professor Sidney Amorim 25 d) A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministé- rio Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar 9. CESPE – Analista Judiciário TJ-PA 2020 De acordo com a legislação pertinente e a jurisprudência dos tribunais superiores, na hipótese de o prefeito de determinado município desviar dolosamente recursos públicos obtidos pelo ente municipal mediante convênio com a União, a) a ação de ressarcimento ao erário será submetida ao prazo prescricio- nal quinquenal. b) a ação de improbidade administrativa prescreverá em cinco anos, con- tados a partir da data do fato. c) ainda que o tribunal de contas local condene o prefeito ao ressarcimen- to ao erário, o Poder Judiciário também poderá condená-lo em ressarci- mento ao erário em ação civil pública por improbidade administrativa. d) não será possível a configuração do ato de improbidade administrativa se o prefeito tiver agido culposamente. e) o magistrado, em ação de improbidade administrativa, será obrigado a aplicar todas as penalidades legalmente previstas para a conduta, subme- tendo-se à discricionariedade regrada somente a dosimetria da pena. 10. CESPE – Analista Judiciário TJ-PA 2020 De acordo com a Lei n.º 8.429/1992, constitui ato de improbidade admi- nistrativa que atenta especificamente contra os princípios da administra- ção pública qualquer ação ou omissão que violar os deveres de honestida- de, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições, e notadamente a) negar publicidade aos atos oficiais. b) facilitar para que terceiro se enriqueça ilicitamente. c) conceder indevidamente benefício administrativo ou fiscal. d) representar negligência na arrecadação de tributo e na conservação do patrimônio público. e) consistir em uso, em proveito próprio, de bens ou valores integrantes do acervo patrimonial da administração pública. Gabarito 1e, 2c, 3d, 4a, 5a, 6a, 7c, 8b, 9c,10a.
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