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UNICSUL - HISTÓRIA DA ARTE MODERNA

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Prévia do material em texto

História da 
Arte Moderna
Do Olhar Encantado ao Cérebro Pensante
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Pio de Souza Santana
Revisão Textual:
Profa. Esp. Natalia Conti
5
Nesta unidade você vai conhecer dois importantes movimentos artísticos que deram início 
à História da Arte Moderna na Europa. São eles: o Impressionismo e o Pós-Impressionismo. 
O principal objetivo desta unidade é levá-lo a compreender os aspectos mais relevantes 
destes dois temas.
Abordar o Impressionismo e o Pós-impressionismo; fazer reconhecer 
seus artistas, suas especificidades e características; facilitar o aprendizado 
estético entre os dois temas.
Do Olhar Encantado ao Cérebro Pensante
 · Introdução
 · O Impressionismo 
 · O pós-impressionismo 
6
Unidade: Do Olhar Encantado ao Cérebro Pensante
Contextualização
Toda vez que chega ao Brasil e em outros países uma exposição dos Impressionistas ou 
dos artistas do Pós-impressionismo, podemos prever que, durante a exposição, teremos que 
esperar até quatro horas numa fila gigante, para entrar no museu. Sabe por quê? Por conta do 
grande sucesso que esses artistas fazem. Sobretudo os do Impressionismo, que é uma pintura 
totalmente colorida e agradável para a nossa retina. Ela nos emociona.
Para entender esse sucesso, inicio esta unidade convidando você a conhecer os impressionistas. 
Para isso, vamos focar primeiramente em Claude Monet, por ser considerado o artista mais 
popular e significativo do movimento. Você perceberá como surge o termo Impressionismo e 
muito mais! Portanto, vamos ver este vídeo: 
https://www.youtube.com/watch?v=hcDqgfbD7GI
Gostou? A pintura impressionista é envolvente, empolgante para os nossos olhos, nos emociona 
e nos remete à contemplação da luz e sobra do sol refletida em suas mais diversas paisagens 
da vida cotidiana, trazendo consigo as vibrantes cores da natureza, captadas instantaneamente 
pelo artista. 
Além de Monet, vários outros artistas participaram desse movimento. Entre eles: Auguste 
Renoir, Edgard Degas, Paul Cezanne, Camile Pissarro, Alfred Sisley, Édouard Manet e Gustave 
Courbet. Estes dois últimos foram os pioneiros. 
Na sequencia você verá o Pós-Impressionismo. Um mapeamento de grandes artistas que não 
foram contra o impressionismo, mas sim, reagiram às limitações impostas por aquele movimento. 
Tal reação trouxe a retomada de alguns aspectos acadêmicos, como a volta dos contornos e 
estrutura da forma. O Pós-impressionismo abriu o leque para muitas outras descobertas artísticas 
que revolucionaram a História da Arte Moderna. Vamos conhecer?
7
Introdução
O Impressionismo e o Pós-impressionismo foram importantes eventos artísticos que 
ocorreram na Europa, sem data precisa, na cidade de Paris, no final do Século XIX e 
com muita força, influenciaram toda a arte do Século XX. Para iniciarmos nossa reflexão, 
partiremos do Impressionismo.
O Impressionismo
Foi um movimento que surgiu como uma espécie de rebeldia artística de um grupo de jovens 
amigos na faixa entre 23 e 31 anos de idade, que na época, se conheceram em Paris, numa 
escola de arte de nome Academia Suíça, por volta de 1860. Os amigos almejavam produzir uma 
pintura diferente daquela já consolidada há tempos na Europa e presente nos grandes museus. 
Nessas instituições de até então, havia coleções de pinturas de diversos períodos da História, 
abordando múltiplos temas da humanidade, pintadas de modo naturalista. Isto significa que 
essas pinturas parecem fotografias do mundo real. Você pode ter uma ideia desse naturalismo, 
obsevando as imagens abaixo. São de coleções pertencentes aos períodos da arte renascentista, 
neoclássica e do realismo. Um sucesso naquele momento.
Renascentista: Neoclássica: Realismo:
“Mona Lisa” (1503-6), 
Leonardo da Vinci (1452–1519)
“O Juramento dos Horácios” (1784), 
Jacques-Louis David (1748-1825)
“Bonjour, Monsieur Courbet” (1854), 
Gustave Courbet (1819–1877)
8
Unidade: Do Olhar Encantado ao Cérebro Pensante
O Público, assim como os críticos de arte e os historiadores apreciavam com muito orgulho 
esse tipo de pintura naturalista ou “do natural”, produzida pela academia. No Século XIX, para 
ganhar notoriedade, respeito e fama, os artistas tinham que produzir pinturas com técnicas muito 
apuradas, que revelassem detalhes de um realismo quase fotográfico e encantador conforme 
essas imagens que vimos. 
Mas, inconformados com esse modelo de pintura naturalista, os jovens queriam inovar. Assim 
como hoje, o espírito do jovem de todos os tempos não muda! Eles queriam dar outro rumo 
para a pintura, trazer para a cena artística uma nova forma de representar a realidade. Estavam 
dispostos a mostrar no Salão Oficial da Real Academia Francesa, uma pintura que pudesse 
revelar essa inquietação, uma vez que viviam na cidade de Paris, a mais moderna do mundo e 
buscavam inovações para a arte e, sobretudo, por meio de suas pinturas.
É importante saber que o Salão Oficial era o espaço mais nobre da arte. O artista que 
conseguia ser selecionado a participar com sua arte das grandes exposições do Salão, estava 
com a vida artística encaminhada para o sucesso e o respeito do público e da crítica.
Para os jovens, a tarefa não foi fácil. Inscreveram-se para a seleção do Salão Oficial de 
1863, apresentaram suas pinturas, mas, infelizmente ou felizmente, foram recusados. Para o 
júri, que também era composto por artistas acadêmicos, as pinturas desses jovens mostravam-se 
inacabadas, grotescas, rebeldes, de mau gosto, de quem não sabia mesmo pintar. Mas não ficou 
assim tão fácil para o júri. Houve um forte barulho de tal modo que:
Seguiu-se uma onda de agitação que levou as autoridades a 
expor todas as obras condenadas pelo júri numa mostra especial 
que recebeu o nome de “Salon dos Recusados”. O público afluiu 
principalmente para rir dos pobres e desiludidos principiantes que 
se haviam recusado a aceitar o veredicto dos seus superiores. Esse 
episódio marcou a primeira fase de uma batalha que duraria cerca 
de 30 anos. (GOMBRICH, 1995, p. 514).
Como vemos, o Salão dos Recusados acabou acontecendo paralelamente ao Salão Oficial 
dos Artistas Franceses, da Real Academia Francesa de Pintura e Escultura de 1863, e foi um 
marco na História da Arte Moderna. Veja abaixo quem foi um dos jovens pintores e uma das 
pinturas do Salão dos Recusados:
“Almoço na Relva” (1862/3), Édouar Manet
9
Podemos ver que Almoço na Relva, de Manet, foge daquele rigor presente na pintura realista. 
O primeiro estranhamento apontado pela crítica é o tema, onde se vê uma mulher nua num 
bosque, conversando com dois homens vestidos. Um “escândalo” para a sociedade. O segundo 
é o modo de pintar: sem sombreamentos, poucos contornos, sem profundidade a ponto de ter a 
mulher vestida no centro, apesar de distante dos outros personagens, tem erro na representação 
da perspectiva e parece quase voando... 
Era isso mesmo que Manet queria. Ele não estava interessado em fazer uma pintura aos 
moldes do realismo acadêmico, considerado para ele, coisa do passado e sim, uma pintura que, 
segundo Janson (1996, p. 330) “é um manifesto de liberdade artística, afirmando o privilégio do 
pintor de combinar quaisquer elementos que lhe agrade, visando apenas ao efeito estético”. Isto 
significa que a pintura de Manet começava a se preocupar em ser um espaço de manifestações 
e expressões pictóricas.
Além de Manet, outros dois nomes que hoje são muito conhecidos, também participaram do 
Salão dos Recusados, são eles: Paul Cézanne e Camille Pissarro. Mas, como citou Gombrich, 
as recusas repetiram-se em vários outros Salões, até que onze anos após, em 15 de abril 
de 1874, aconteceu outro evento marcante na História da Arte e talvez o mais significativo, 
que foi o seguinte: 
Cansados de serem recusados nos Salões Oficiais, cerca de 30 artistas 
resolveram fazer uma exposição no ateliê do Sr. Félix Tournachon, um 
fotógrafo entusiasta da arte, mais conhecido pelo apelido de Nadar se 
solidarizava com os artistas nasituação de recusados. Entre eles estavam: 
Claude Monet, Paul Cézanne, Auguste Renoir, Edgar Degas, Camille Pissarro, 
Alfred Sisley e Berthe Morsot.
Nadar Claude Monet Paul Cézanne Auguste Renoir
Edgar Degas Camille Pissarro Alfred Sisley Berthe Morsot
Imagens: Wikimedia Commons
10
Unidade: Do Olhar Encantado ao Cérebro Pensante
A exposição é inaugurada no ateliê de Nadar, porém não bem recebida pelo público e muito 
menos pela crítica. Os visitantes muitas vezes ficavam indignados, zombavam da qualidade dos 
trabalhos e riam. Somente alguns intelectuais e artistas apoiavam os artistas. Essa exposição 
durou um mês de exibição. 
O mais radical e inimigo da exposição foi o Sr. Louis Leroy, crítico popular da imprensa 
parisiense naquele momento, escreveu um artigo intitulado “A exposição dos impressionistas”, 
conforme vemos:
“Selvagens obstinados” - escreveu Louis Leroy - “não querem, 
preguiça ou incapacidade, terminar os seus quadros. Contentam-se 
com uns borrões que representam as suas impressões. Que farsantes! 
Impressionistas!”. A denominação impressionista, dada assim 
pejorativamente, fez sucesso nos meios artísticos. (CAVALCANTI, 
1978, p. 72).
Nessa crítica, o termo “impressionistas” que Leroy usou foi fazendo referência ao título de um 
quadro de Claude Monet: Impressão, sol nascente. Veja abaixo a imagem dessa pintura:
 
“Impressão, sol nascente” (1872), Claude Monet
É muito comum encontrarmos o título dessa obra traduzido como: Impressão, sol 
nascente; Impressão, nascer do sol; Impressão, sol nascendo; Impressão de um 
amanhecer. Mas o título original é: Impression, soleil levant.
11
Como podemos ver em Impressão, sol nascente, Monet estava decidido a usar cores intensas 
e ousadas, com pinceladas soltas, sem preocupação nenhuma com contornos e formas 
estruturadas da imagem. Assim como ele, seus outros jovens amigos inovaram os rumos da 
Pintura Moderna, tanto usando dessa técnica como também na temática, cujo objetivo era sair 
do ateliê para pintar ao ar livre.
O artista Edgar Degas, além de produzir cenas urbanas e ao ar livre, fica muito conhecido 
com as pinturas das bailarinas. Veja como a imagem abaixo mostra uma cena de momento 
íntimo, de uma possível reunião para ouvir as orientações do mestre no ensaio da dança. É um 
enquadramento da cena, semelhante a um flash fotográfico do cotidiano. Podemos ver bailarinas 
com seus corpos incompletos, quase fora de cena. Degas estava interessado em registrar isso 
mesmo: o momento, o movimento rápido e passageiro. 
 
“A aula de dança” (1875), Edgar Degas
Para finalizar, é importante saber que os artistas de todos os tempos, por meio de sua arte, de 
modo consciente ou não, anunciam ou apropriam-se das tecnologias disponíveis no seu tempo. 
Portanto, os valores expressivos do impressionismo estão em diálogo com as experiências e 
conquistas da ótica, da física e da química moderna daquele momento.
Portanto, a pintura impressionista é eminentemente visual, é para os olhos, numa relação 
entre homem e natureza, ignora a alma. É inspirada no realismo momentâneo de registrar a 
sensação da luz do sol, da cor e suas sombras fluidas na paisagem. Uma pintura compacta, 
que imprime o dinamismo do universo, demonstra que tudo está em constante movimento. 
Sem contornos e estrutura, simplifica a forma, dá a ideia de totalidade, colorida e, sobretudo, 
produzida fora do ateliê do artista, em sua maioria ao ar livre.
Na segunda metade do Século XVIII, artigos de porcelana do Japão chegavam à 
Europa e eram objetos de desejo dos colecionadores. As gravuras populares japonesas, 
consideradas uma sensação à parte. Pois, ilustravam as histórias populares daquele 
país, desconhecidas no Ocidente. Mostravam a moda e os entretenimentos da vida 
urbana, de modo muito curioso, colorido e atraente. Chamava atenção a forma de 
como eram elaboradas: transpareciam nitidamente o movimento preciso e rápido do 
pincel do artista japonês. Os artistas europeus, sobretudo os franceses as adoravam. 
Essas gravuras fizeram muito sucesso e influenciaram a Arte Moderna.
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Unidade: Do Olhar Encantado ao Cérebro Pensante
O Pós-impressionismo
O Pós-impressionismo não foi um movimento, mas sim, um termo que mapeou o 
surgimento de produções individuais e inovadoras, de alguns artistas que vinham ou eram 
influenciados pelo impressionismo. Esses artistas não formavam um grupo e muito menos 
compartilhavam de um objetivo comum. O termo “pós-impressionismo” é usado para 
descrever as obras dos seguintes artistas: Paul Cézanne, Vicente Van Gogh, Paul Gauguin, 
Georges-Pierre Seurat. Vamos conhecê-los?
Paul Cézanne
Paul Cézanne, francês (1839-1906), era um artista que vivia entediado 
por conta de ser constantemente recusado dos Salões Oficiais e desejar o 
reconhecimento que merecia. Descontente de tudo desliga-se definitivamente 
dos impressionistas e em 1886, sendo de família rica, muda-se de Paris para 
isolar-se em sua casa no sul da França, em Aix-en-Provença.
Paul Cézanne no início da carreira pertenceu ao grupo dos impressionistas, 
por ter participado de duas exposições com eles. A primeira em 1874 e a 
terceira em 1877. Depois disso abandonou o grupo.
Autorretrato (detalhe), 1875.
O objetivo desse isolamento era mergulhar numa experiência solitária com sua arte, uma vez 
que não acreditava naquela pintura puramente visual dos amigos impressionistas. Fez questão 
de manter contato apenas com alguns amigos mais próximos como Renoir, Monet e Pissaro, 
mas preferia não conversar sobre pintura. 
Mergulhado na produção solitária, Cézanne permitiu-se a observar com acuidade a natureza, 
revê a literatura e, sobretudo, a pintura romântica, especialmente, Delacroix. Estava se propondo 
a desenvolver uma pintura consistente, com muita pesquisa e que pudesse traspor a sensação 
visual da natureza, ao nível da consciência da forma.
Numa carta de 1904, ele escreve que é preciso “tratar a natureza 
conforme o cilindro, a esfera, o cone, o conjunto posto em 
perspectiva”, e pretendeu-se ver nessa frase uma antecipação 
teórica do Cubismo, movimento que inquestionavelmente descende 
de sua pintura, mas interpreta-a em sentido racionalista. (ARGAN, 
1992, p. 112).
Perceber que na natureza há uma geometrização mental do que se observa, Cézanne trabalhou 
firmemente com os contornos e solidezes das formas que os impressionistas abandonaram. 
Como exemplo disso, veja a imagem a seguir:
13
“Mont Sainte-Victoire” (1902-1904), Paul Cézanne.
Cézanne produziu várias versões do Monte Sainte-Victoire. Essa versão nos mostra o grau de 
lucidez estrutural que o artista desenvolveu. Como foi citado por Argan, o artista Picasso vai criar 
o Cubismo com base nas pesquisas e obras de Cézanne. Veja agora mais obras dele nesse vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=5aI8k1V_usU
Vincent Van Gogh
Van Gogh (1853-1890) foi um importantíssimo pintor holandês que marcou 
a história. De personalidade pouco sociável, pessoa inquieta, angustiada, 
vivia questionando sua existência, a condição de estar no mundo e o sentido 
da vida. Era do tipo que falava a verdade nua e crua, não media palavras e 
nem poupava ninguém para se expressar. Mas desde criança interessava-se 
por observar a natureza e era fascinado por flores raras.
De família protestante e burguesa, tentou ser comerciante de quadros, 
vendedor de livros, pastor e missionário, mas nada deu certo. Até que em 
1880 foi estudar arte, em Haia, na Holanda e começa a pintar a partir da 
observação dos camponeses, em seu dia-a-dia.Autorretrato (detalhe), 1887-1888.
Em 1886 vai morar em Paris, onde encontra os impressionistas e faz amizade com alguns 
pintores. Entre eles Toulouse-Lautrec e Gauguin. Nesse momento tem contato com os mais 
importantes acontecimentos artísticos parisienses e chega à conclusão de que a pintura deveria 
ser um instrumento de transformação social, verdadeira, viva, intensa e apaixonante. Como 
podemos perceber, Van Gogh é movido pela emoção. 
Em 1888, muda-se para Arles, uma cidadede belas paisagens que muito o impressionou. Assim 
como Cézanne, estava ligado ao impressionismo e gostava das gravuras japonesas. Em Arles, por 
volta de dois anos, produz uma grande quantidade de obras primas. Veja dois exemplos:
14
Unidade: Do Olhar Encantado ao Cérebro Pensante
“Terraço do Café à Noite” (1888), Vincent van Gogh). “A noite Estrelada” (1889), Vincent van Gogh
Podemos perceber que tanto em Terraço do Café à Noite quanto em A noite Estrelada, a cor 
é o elemento mais forte e mais significativo nas pinturas de Van Gogh, nos emociona e salta aos 
nossos olhos. O outro elemento muito importante de se perceber é o modo como o artista pinta 
suas obras. Por exemplo, a marca do pincel na obra, dá a sensação de que o artista acabou de 
pintá-la. Quase sentimos a presença física de Van Gogh, nessas fortes, expressivas e espessas 
camadas de tintas. Conforme Janson (1996, p. 346): 
“para o próprio Van Gogh era a cor, não 
a forma, que determinava o conteúdo 
expressivo de seus quadros”. 
Ele queria que sua pintura expressasse o que ele sentia, sobretudo, se apropriando das 
distorções das imagens para favorecer a ideia de sentimento.
Esse modo de operar com densas camadas de tinta, distorções e o uso puro da cor na tela, 
é a novidade e ao mesmo tempo, a grande contribuição que Van Gogh traz para a História 
da Arte Moderna. Essa forma de expressão tão particular influenciou o que mais tarde vai se 
chamar de expressionismo. Veja mais sobre as obras e a vida de Van Gogh, no seguinte vídeo: 
https://www.youtube.com/watch?v=kWefnelh5M0
Viu como Van Gogh é um artista é importante para a história? Agora vamos ver outro grande 
artista do Pós-impressionismo. 
15
Paul Gauguin
Eugène-Henri-Paul Gauguin (1848-1903), pintor Francês, de família de 
intelectuais, nasceu em Paris. Seu pai era jornalista e a mãe escritora. O 
Imperador Napoleão III exercia poder absoluto na França entre 1852 e 
1858 e perseguia a imprensa. Por motivos autoritários desta política, com 
a família Gauguin foi viver parte de sua infância em Lima, no Peru, até os 7 
anos de idade.
Após mudanças no cenário político, em 1855, com a família volta a 
viver na França e ainda adolescente, aos 17 anos, serviu a Marinha que 
lhe oportunizou viajar por vários países. Essa experiência pode ter dado a 
Gauguin o gosto pela observação da natureza e de colecionador de arte. Autorretrato (detalhe), 1896.
Chegou a comprar o quadro Fruteira, Copo e Maçãs, de Cézanne. Mais tarde foi corretor de Bolsa 
com sucesso em Paris, casa-se em 1873 e tem cinco filhos. Dez anos depois de casado, em 1883:
Aos 35 anos, entretanto convenceu-se de que deveria dedicar-se 
inteiramente à arte: abandonou a carreira de negociante e a família 
e, por volta de 1889, era a figura central de um novo movimento 
chamado Simbolismo. Seu estilo, embora menos intensamente 
pessoal que o de Van Gogh, era um avanço ainda mais arrojado 
para além do Impressionismo. (JANSON, 1996, P. 346).
A dedicação absoluta pela pintura autodidata fez Gauguin entrar numa profunda pobreza 
e, assim como Cézanne, buscar o isolamento. Para isso, em 1888 foi morar com Van Gogh em 
Arles, cidade onde a vida era mais barata e ali, viver uma experiência de convívio artístico com 
o amigo. Essa convivência promoveu grandes produções aos dois pintores que admiravam a 
gravura japonesa. Apesar da amizade que um tinha pelo outro, suas pinturas eram completamente 
diferentes. Gauguin, além das gravuras japonesas:
Estudara também a arte medieval (escultura, tapeçaria e vitrais), a 
xilogravura primitiva e certos tipos de arte exótica que tinha visto 
na Feira Mundial de 1889; e sabia que a cor podia ser usada tanto 
simbólica como expressivamente. (READ, 1974, p. 22).
Os estudos de Gauguin soma-se ao seu interesse por religiosidade e por cultura primitiva. Era 
uma pessoa de ideias originais, dotada de inteligência e sensibilidade artística. Ele dizia que: 
O pintor não deve ser apenas um olho, que registra as formas e as 
cores, como acreditavam e faziam os impressionistas. Deve recriar 
a natureza, conferindo a cada imagem visual um valor simbólico 
e decorativo, inexistente na realidade, que poderá ser alterada e 
deformada. (CAVALCANTI, 1978, P. 113).
16
Unidade: Do Olhar Encantado ao Cérebro Pensante
Podemos perceber que a deformação e o colorido esplendoroso eram aspectos de interesse 
comum nas pinturas dos dois colegas. Porém, uma das principais diferenças entre eles é que Van 
Gogh pintava o que via, já Gauguin o que via, somado-se com o que estava em sua memória 
e não existia na realidade, como citou Cavalcanti. Nessa convivência vieram as discórdias e 
Van Gogh, num ataque de fúria quase mata Gauguin. Assustado, Gauguin volta a Paris e de lá, 
em 1891, vai para a ilha de Taiti, na Oceania, mais tarde muda-se para outra ilha, a de Fatu-Iva, 
onde morre em 1903, mergulhado numa absoluta pobreza. 
Foi nessa briga com Gauguin que Van Gogh cortou parte de sua própria orelha.
Apesar da triste história de vida de Gauguin, sua pintura foi outro marco importante do Pós-
impressionismo. Para Janson (1996, p. 346), “em obras como O Cristo Amarelo, ele tentou 
representar a fé simples e direta das pessoas do campo” veja abaixo como é uma imagem 
simbólica e não tem a preocupação em imitar o modelo natural.
“O Cristo Amarelo” (1889), Paul Gauguin.
Plenamente confiante no que estava produzindo, Paul Gauguin traz para a cena artística uma 
pintura consistente. Rica em detalhes, inovadora, com temas nada Europeus e como nos diz Janson 
(Idem, p. 238) “ele aconselhou seus amigos simbolistas a afastarem-se dos Gregos e voltarem-se 
para a Pérsia, o antigo Egito e o Extremo Oriente”. Veja mais sobre esse artista no vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=hjbQhyrJn0c
17
Georges-Pierre Seurat
Seurat (1859-1891) foi pintor francês, viveu apenas 32 anos. Nasceu e 
morreu em Paris, mas nessa curta vida colaborou para uma grande vertente 
da arte no Pós-impressionismo, como veremos. Estudou desenho numa 
escola municipal, depois foi para a Escola de Belas Artes e no museu do 
Louvre estudou os grandes mestres como Ingres, Delacroix, entre outros.
Interessado por ciência, mergulhou em estudos de importantes teóricos 
a respeito dos dados científicos sobre as cores. Em seus experimentos 
entre 1882 e 1883, dedica-se ao desenho com o desejo de criar algo 
diferente do desenho tradicional.
Retrato, 1888.
Nesse exercício, evita criar linhas e inicia desenhando com 
formas. Ou seja, concentrando massas pretas de tinta e deixando 
partes brancas da tela, criando assim, desenhos com efeitos de 
luzes e sombras. Veja isso na imagem ao lado. Feliz com isso 
resolve de vez abandonar a linha e vai criar suas obras, sobretudo 
sua pintura, com essa técnica que é uma novidade para Paris 
naquele momento. 
Seurat, com os conhecimentos que adquiriu, vai criar uma 
pintura se apropriando de técnicas científicas, seguindo a lei do 
contraste, da degradação e da irradiação. E assim, de modo muito 
especial, faz uma mistura óptica com minúsculos pontinhos de 
cores, próximos uns dos outros. Essa aproximação de pequenos 
pontinhos coloridos faz o nosso cérebro somar uma cor com a outra, 
complementando o valor cromático da pintura. Seurat chama sua 
técnica de divisionismo, popularmente conhecido por pontilhismo. 
Veja na imagem abaixo essa forma de pintar do artista.
“Tarde de Domingo na Ilha de Grande Jatte” (1884-1886), Georges Seurat
“Il nodo nero, matita Conté su carta” (1882).
18
Unidade: Do Olhar Encantado ao Cérebro Pensante
O divisionismo ou pontilhismo de Seurat é a novidade que entusiasmou o amigo e também 
artista Paul Signac. Os dois seguiram com essa forma de pintar cuja base de pesquisa foram os 
estudos científicos. Veja mais obras de Seurat no vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=1liX4-pu_6o
Conhecemos os artistas Paul Cézanne, Vicente Van Gogh, Paul Gauguin e Georges Seurat, 
como os principais artistas do Pós-impressionismo. Além deles tivemos outros nomesimportantes 
como Henri Rousseau, Gustav Klimt e Toulouse-lautrec.
Henri Rousseau
Henri Rousseau (1844 - 1910), pintor francês, mesmo residindo em Paris, 
onde a novidade acontecia, interessou-se em desenvolver uma pintura 
primitivista, uma vertente das ideias de Gauguin. Esta, porém, mais 
conhecida por arte naïf, de caráter ingênuo e muito significativa para a 
época. Veja abaixo a imagem de uma de suas obras e saiba mais sobre 
esse artista no vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=aU-KgFyUvIg
Autorretrato, entre 1900-1903.
“A Guerra” (1894), Henri Rousseau
Gustav Klimt
Gustav Klimt (1862-1918), pintor austríaco, produziu uma arte de também 
de caráter simbólico. Veja na imagem abaixo como ele se expressava. 
Entenda mais sobre a vida e obra de Klimt, no video: 
https://www.youtube.com/watch?v=7nUq_63xE-A
Retrato, 1914.
19
“O beijo” (1907/8), Gustav Klimt/Wikimedia Commons
Toulouse-Lautrec
Toulouse-Lautrec (1864 - 1901), outro importante pintor francês, 
interessou-se em retratar a cena boêmia parisiense com pinturas e também 
com cartazes publicitários. Ele revolucionou o design gráfico e influenciou 
a Art Nouveau. Na imagem abaixo veja um dos cartazes. Para saber 
mais sobre ele, veja o vídeo: 
https://www.youtube.com/watch?v=0ElV1m1uPFM
Retrato, entre 1880-90.
“Jane Avril”, (cartaz 1893), Henri de Toulouse-Lautrec.
20
Unidade: Do Olhar Encantado ao Cérebro Pensante
A Art Nouveau ou Arte Nova surgiu na Europa entre 1890 e 1910, é essencialmente 
decorativa, voltada ao design e à arquitetura. É um estilo floreado que imita formas orgânicas, 
inspiradas em folhagens, flores, cisnes, fogo e outros elementos. Explora os novos materiais 
da época, como o ferro e o vidro. Na área gráfica, com a técnica da litografia colorida, a Art 
Nouveau influencia a confecção dos cartazes daquele momento. Veja um exemplo dessa arte, 
empregada na arquitetura, na imagem abaixo e saiba mais: 
http://www.dailymotion.com/video/x19l02j_the-history-of-art-nouveau-painting-drawing-artist-documentary_creation
Art Nouveau. Detalhe da fachada de um prédio do arquiteto Alfred Wagon, 
construído em 1905/Wikimedia Commons
Chegamos ao final dos principais acontecimentos no Pós-impressionismo. Podemos perceber 
que, seja nos museus, na arquitetura ou em cartazes, convivemos até hoje com essas estéticas 
que foram consolidadas desde o final do Século XIX, chegando também ao Brasil. Diante desses 
conhecimentos, convido-lhe a participar do fórum, que é um ótimo espaço no qual você vai 
trocar ideias com seus colegas e aprender ainda mais sobre estes dois momentos da artes.
21
Material Complementar
Vídeos sobre os artistas do Impressionismo:
Claude Monet: ...................https://www.youtube.com/watch?v=hcDqgfbD7GI
Edouard Manet: .................https://www.youtube.com/watch?v=CO03cOY1CYo
Paul Cézzane: ....................https://www.youtube.com/watch?v=5aI8k1V_usU
Auguste Renoir: .................https://www.youtube.com/watch?v=TRb-oQftjOk
Edgar Degas: .....................https://www.youtube.com/watch?v=CGqdi53WeaQ
Camille Pissarro: ................https://www.youtube.com/watch?v=HKOKiIcABY8
Alfred Sisley: .....................https://www.youtube.com/watch?v=N4ZoCHq7gkQ
Berthe Morsot: ..................https://www.youtube.com/watch?v=BbSFTWqFTlQ
Mais um artista do Pós-Impressionismo:
Paul Signac .........................https://www.youtube.com/watch?v=jv_j2_zQo3k
Indicação de livro importante:
A pintura da vida moderna. Paris na arte de Manet e de seus seguidores. Autor: T.J. 
Clark. Editora Companhia das Letras. São Paulo.
Museu:
Museu dos Impressionistas: http://www.mdig.fr
Sites de artistas:
Van Gogh: .........................http://www.vangoghgallery.com
Paul Gauguin: ....................http://www.paul-gauguin.net
Cézanne (em construção): .http://cezannerio.com.br/tapume-pv-2014
Klimt: ................................http://www.klimt.com
Toulouse-lautrec: ...............http://www.toulouse-lautrec-foundation.org
Filme:
Os Impressionistas. Acesso em: 
http://cantomagia.blogspot.com.br/2013/08/os-impressionistas-impressionismo-filme.html
22
Unidade: Do Olhar Encantado ao Cérebro Pensante
Referências
ARGAN, G. C. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
CHIPP, H. B. Teorias da Arte Moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
STANGOS, N. Conceitos da Arte Moderna: Com 123 ilustrações. Rio de janeiro: Jorge 
Zahar Editor, 2000.
Bibliografia Complementar
BELL, J. Uma Nova Historia da Arte . São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
DEMPSEY, A. Estilos, Escolas e Movimentos: Guia Enciclopédico da Arte Moderna. São 
Paulo: Cosac & Naify, 2005.
SCHAPIRO, M. Arte Moderna: Século XIX e Xx: Ensaios Escolhidos. ,v. , São Paulo: Edusp, 
1996.
HARRISON, C. Primitivismo, Cubismo, Abstração: Começo do Século XX. São Paulo: 
Cosac & Naify, 1998.
LITTLE, S. Ismos. Entender a Arte. Lisboa: Lisma, 2006.
Webgrafia
A influência da arte japonesa na representação da espacialidade impressionista. 
Disponível em: http://www.pucsp.br/iniciacaocientifica/20encontro/downloads/artigos/MARIA_
APARECIDA_CORDEIRO_KATSURAYAMA.pdf
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Anotações
História da 
Arte Moderna 
O sentimento da alma e a liberdade de instinto
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Pio de Souza Santana
Revisão Textual:
 Profa. Esp. Natalia Conti
5
Nesta unidade você vai compreender como ocorreu o inicio das vanguardas europeias 
e o significado dessa palavra. Vai entender que o movimento artístico denominado 
Expressionismo foi tão importante que influenciou com profundidade grande parte da 
arte no Século XX, e ainda influencia a produção atual. Em seguida, verá que o chamado 
Fovismo, que significa “feras”, não foi diferente e tem o mesmo peso influenciador. 
Conhecerá como os artistas se reuniram e lutaram para que seus trabalhos ganhassem o 
reconhecimento merecido. Perceberá que a arte atual tem muito desses dois movimentos.
Abordar o Expressionismo e o Fovismo, fazer reconhecer seus artistas e 
obras, suas especificidades, contextos e características; facilitar o aprendizado 
estético entre os dois movimentos.
O sentimento da alma e a liberdade 
de instinto
 · Introdução
 · O Expressionismo 
 · Fovismo
6
Unidade: O sentimento da alma e a liberdade de instinto
Contextualização
Hoje em dia, quando visitamos um museu que apresenta Arte Moderna, é muito comum 
encontrarmos obras coloridas, estranhas, com aspecto de “descuidadas” na forma de pintar do 
artista. Até mesmo chegamos a pensar que “isso eu também faço” ou “parece coisa de criança”, 
entre outras reações. Esses são os modos de leituras que fazemos, quando não conhecemos a 
arte que vemos. Veja um exemplo na imagem abaixo:
 “Fränzi perante uma cadeira talhada” (1910), Ernst Ludwig Kirchner
A partir do momento em que conhecemos o contexto daquela “coisa”, automaticamente 
passamos a gostar, a admirar, aprendemos até a achar “aquilo” muito bonito. Provavelmente 
isso acontecerá com você, por meio do conhecimento que terá sobre o Expressionismo e o 
Fovismo, nesta unidade.
Portanto, convido você a se envolver numa incrível viagem de conhecimento sobre esses dois 
importantes movimentos de vanguarda da Arte Moderna. Para isso, faça a leitura do “conteúdo 
teórico”, assista aos vídeos propostos ao longo do texto e boa viagem!
7
Introdução
São importantes movimentos das vanguardas artísticas que surgiram na Europa, no ano de 
1905. O Expressionismo aparece na cidade de Dresden, na Alemanha e o Fovismo em Paris, 
na França. Os dois tiveram influências diretas de Van Gogh, Paul Gauguin, Henri Rousseau e 
Edvard Munch. Veja esses artistas nas imagens abaixo. 
O termo vanguarda, do francês avant-garde, é usado para definir os 
movimentos artísticos como o Expressionismo, Fovismo, Cubismo, 
Futurismo, Dadaísmo, Surrealismo entre outros “ismos” que radicalmente 
romperam com o modelo tradicional de pintura naturalista.
“A noite Estrelada” (1889), Vincent van Gogh (1853–1890) Auto-retrato com auréola(1889) Paul Gauguin
“A Guerra” (1894), Henri Rousseau
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Unidade: O sentimento da alma e a liberdade de instinto
Para ver Edvard Munch, pintor norueguês que mais inspirou os 
artistas expressionistas, acesse o vídeo em:
http://youtu.be/Au3XvuYdCcE
Percebeu que as pinturas desses mestres não retratam imagens naturalistas? Do tipo como 
se vê na vida real? Essa foi a ideia que veio desses artistas do Pós-impressionismo. Mostrar 
imagens simbólicas, deformadas, com cores puras e, no caso de Van Gogh, densas camadas de 
tinta. Elas expressam sentimentos e visões individuais de mundo, daqueles pintores. Isto significa 
que, por meio deles, estava lançada a ideia de uma nova pintura, interessada em revelar o lado 
subjetivo, emotivo e simbólico, na criação artística.
Essa ideia pegou. Daí em diante, os artistas do Expressionismo e do Fovismo inspirados nela 
romperam radicalmente com aquela pintura consagrada, que revela as imagens naturais do 
mundo real, a tradicional. E assim, ganharam força.
Durante a primeira década do século XX essas novas forças se 
fizeram sentir de maneira poderosa (...) em Dresden e Munique, bem 
como em Paris. Esta era a capital cultural do mundo e permaneceu 
como principal imã e ponto focal do novo movimento. Artistas de 
todo o mundo continuaram a fluir para lá, reunindo-se em grupos 
de uma avant-garde. (CHIPP, 1996, p. 121).
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O Expressionismo 
Apesar de Paris viver imersa nesse turbilhão de novidades artísticas, curiosamente foi na 
Alemanha, nas cidades de Dresden e Munique, que surgiram novidades. Em 1905, em Dresden, 
vários jovens pintores reuniram-se e formaram um grupo denominado simbolicamente de 
Die Brücke (A Ponte). Conforme Cavalcanti (1978, p. 115), era “a ponte entre o visível e o 
invisível. Recebem, mais tarde, a denominação de Expressionistas, dada por Herwart Walden, 
poeta e editor da revista Der Stürmer (A tempestade)”. Desse modo, o Expressionismo estava 
oficialmente criado, com os pintores: Ernst Ludwig Kirchner, Karl Schmidt Rottluff, Erich Heckel, 
Emil Nolde, Max Pechstein, entre outros. 
Explore: Veja os vídeos desses artistas em “Material complementar”.
Gostou dos vídeos? Percebeu que nos remetem a interpretações subjetivas da vida cotidiana, 
como, por exemplo, revelam angústia, insatisfação, preconceito, enfim, o sofrimento da alma 
humana? Concorda que são assustadoramente belos?
Esse grupo, A Ponte, resolveu definir seus objetivos: desenvolver pinturas com cores 
contrastantes e pinceladas vigorosas; figuras deformadas com caráter de crítica social; o interesse 
pela arte primitiva; e a retomada das artes gráficas, sobretudo da xilogravura. Vamos rever essas 
características nas imagens abaixo:
Tavern (1909), Ernst Ludwig Kirchner Autorretrato, Erich Heckel
Muito bem! Mas além desses artistas que acabamos de ver, surgem em 1911, na cidade de 
Munique, outros pintores. Além dos nativos alemães, havia, também, ali, emigrantes russos e 
todos eles de inspiração expressionista. Com a mesma atitude dos artistas de Dresden, reúnem-
se e criam o grupo: Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul). 
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Unidade: O sentimento da alma e a liberdade de instinto
O “azul” em O Cavaleiro Azul era simbolicamente importante para 
o grupo, que acreditava que essa cor estava imbuída de qualidades 
espirituais singulares. A seu ver, o azul podia combinar a natureza 
interna das coisas - os sentimentos e a mente inconsciente - com o 
mundo externo e o universo. O “cavaleiro” era simbólico também. 
Os artistas compartilhavam um amor pelos cavalos que vinha de 
seu interesse romântico pelo folclore. Eles associavam a natureza 
primitiva do animal com suas próprias metas artísticas de aventura, 
liberdade, ação intuitiva e uma rejeição do mundo moderno, 
comercial. (GOMPERTZ, 2013, p. 176, 177).
Wassily Kandinsky e Franz Marc são os criadores desse grupo, composto também por: Alexej 
von Jawlensky, August Macke, Paul Klee e Marianne von Werefkin. 
Kandinsky, além de pintor, artista gráfico, designer, professor e escritor, o mais intelectual 
do grupo, era muito atento às questões espirituais da vida humana, interessava-se por músicas 
clássicas e, sobretudo, pelas composições do maestro Richard Wagner. Produziu uma série 
numerada de obras, com o mesmo título de caráter musical: “improvisação”. Além disso, era 
fã da filosofia de Arthur Schopenhauer. Esse filósofo, ao refletir sobre a insatisfação e desejos 
humanos disse que: 
Somos todos escravos de nossa “vontade”, aprisionados por nossos 
desejos básicos e insaciáveis de sexo, alimento e segurança. (...) 
As artes eram o único meio ao nosso alcance para amenizar essa 
rotina enfadonha, pois podiam oferecer transcendência, uma fuga 
intelectual e um breve consolo. (...) A melhor forma artística para 
proporcionar esse tão ansiado lampejo de liberdade era a música, em 
razão de sua natureza abstrata - as notas são ouvidas e não vistas, 
libertando nossa imaginação da prisão de nossa “vontade” e razão. 
(Idem, p. 171). 
Influenciado por essa filosofia e inspirado pela música, aos poucos, Kandinsky foi abandonando 
a figuração e encontrando a total abstração em sua pintura. Em 1910 escreveu o livro de título: 
“Do Espiritual na Arte”. Mesmo ano em que pinta seu primeiro trabalho abstrato. Paul Klee, de 
certo modo chega, também, na abstração. Veja nas imagens a seguir. 
Obra abstrata em aquarela, 
Wassily Kandinsky
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“Polifonia” (1932), Paul Klee “Cavalos vermelho e azul” (1912), Franz Marc
Para ampliar seu conhecimento, convido-lhe agora, a uma nova seção de vídeos sobre as 
obras de todos os pintores do grupo Cavaleiro Azul.
Explore: Veja os vídeos desses artistas em “Material complementar”.
Esses vídeos são instigantes e curiosos, não é verdade? Agora que os assistiu, pergunto: 
houve algum artista em especial que lhe chamou mais a atenção? Sempre vale a pena pesquisar 
com profundidade sobre a vida e obra daquele que nos interessa. Hoje, com a internet à nossa 
disposição, isso é bem possível. Como também é possível ficar fascinado com os próximos 
pintores que vamos conhecer agora: os Fovistas.
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Unidade: O sentimento da alma e a liberdade de instinto
Fovismo
Este termo vem do francês fauvisme, derivado de fauves, que significa “feras”, usado pelo 
crítico Louis Vauxcelles, num comentário que fez sobre as pinturas de uma das salas da exposição 
do Salão de outono de 1905, em Paris. Havia trabalhos dos seguintes jovens: Henri Matisse, 
Maurice Vlaminck, Raoul Dufy, Albert Marquet, entre outros.
Na sala havia pequena estátua de Cupido, em estilo renascentista, 
que lembrava trabalho semelhante do escultor pré-renascentista 
Florentino Donatello. Comentando a exposição desses novos 
artistas, ainda inteiramente desconhecido, escreveu um crítico 
que Donatello se achava numa verdadeira cage aux fauves, isto 
é, numa jaula de feras. O crítico falou assim pela violência e, 
mesmo, ferocidade com que aqueles pintores empregavam as 
cores, utilizando-as nos tons puros, sem misturas e nuanças. Eram 
vermelhos, azuis, verdes, amarelos estridentes, que pareciam doer 
nos olhos. (CAVALCANTI 1978, p. 121).
O termo “feras” pegou de forma tal que serviu de presente a esses jovens pintores, 
completamente influenciados por Van Gogh e Paul Gauguin que, para Gombrich (1995, p. 
571), “ambos tinham estimulado os artistas a abandonar o superficialismo habilidoso de uma 
arte demasiado refinada, e a serem diretos e francos em suas formas e esquemas de cores”. Os 
fovistas entenderam rapidamente a lição e assim propuseram uma nova pintura para o mundo. 
Agora, totalmente colorida, demonstrando sensações, total liberdade de expressão, instintiva e 
de impulso interior. 
Por todas essas razões, o céu de uma paisagem fovista, por exemplo, não precisa mais ser 
azul; pode ser verde, amarelo ou vermelho. Uma laranja pode ser pintada de azul, uma árvore 
pode levar outras cores dispensando o verde e assim sucessivamente. De modo que para Argan 
(1992, p. 259) “a pintura é concebida como uma arquiteturade elementos em tensão no espaço 
aberto; é síntese entre a representação e a decoração, o símbolo e a realidade”. Para os Fovistas, 
o espaço da tela - altura e largura - deve ser totalmente preenchido, colorindo com a mais 
intensa liberdade, como pensavam Henri Matisse e Maurice Vlaminck. Veja:
Matisse: “o pintor escolhe a sua cor na intensidade e na profundidade 
que lhe convém, como o músico escolhe o timbre e a intensidade de 
seus instrumentos. A cor não governa o desenho - harmoniza-se com 
ele” (apud CHIPP, 1996, p. 139). 
Vlaminck: “nunca vou ao museu. Fujo de seu odor, de sua monotonia 
e de sua severidade. Reencontro ali as iras do meu avô quando eu 
cabulava a aula. Empenho-me em pintar com o coração e os rins, 
sem me preocupar com o estilo” (apud CHIPP, 1996, p. 140).
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Explore: Veja os vídeos desses artistas, em “Material complementar”.
Esses vídeos dos Fovistas são fascinantes, não é mesmo? As obras são compostas por um 
colorido tão forte e tão vibrante que chegam a ficar gravados em nossa memória. De todos os 
artistas, Matisse e Vlaminck nos parecem mais vigorosos, potentes e criativos, ou não?
No Brasil, o expressionismo aparece no ano de 1914, com a primeira exposição da jovem 
artista paulistana de 24 anos, Anita Malfatti. De família pobre, em 1910 Anita ganhou a 
oportunidade e foi estudar arte na Alemanha, passou por Paris, conheceu os acontecimentos 
culturais e obras de Van Gogh, apaixonou-se pelo expressionismo e começa a produzir suas 
pinturas nessa perspectiva, tendo retornado ao Brasil em 1914. 
Naquele ano, por falta de dinheiro e necessitando arrecadar algum, animadíssima e 
querendo mostrar sua produção, Anita realiza em São Paulo, sua primeira exposição individual 
expressionista. Essa mostra causou grande estranhamento por parte do público e de amigos, 
que esperavam ver pintura acadêmica, naturalista! Enfim, uma decepção!
Triste, em 1915, com ajuda de familiares, Malfatti volta ao exterior. Dessa vez vai aprofundar 
seus estudos artísticos nos Estados Unidos, onde fica um ano e volta para o Brasil em 1916 
assumidamente pintora moderna.
Em 1917, realiza sua segunda exposição, que foi a mais significativa de sua vida, motivada 
por uma crítica de Monteiro Lobato, publicada no jornal O Estado de São Paulo em 20 de 
dezembro de 1917, com o título “A Propósito da Exposição Malfatti”. Lobato, tomado de 
gosto acadêmico, apesar de elogiar o talento e a produção de Anita, discorre negativamente 
sobre a estética modernista europeia. 
Veja o vídeo de Anita Malfatti: https://www.youtube.com/watch?v=iaj_cvGJ0cc
As obras dela que você acabou de ver no vídeo, nos remetem aos trabalhos de quem? 
Van gogh, Gauguin, Kirchner, Marc, Matisse, ou Vlaminck? Reflita sobre essa comparação e 
vamos lembrar que no início de Século XX, havia uma inquietação entre um grupo de artistas e 
intelectuais paulistanos com o desejo de rever a produção de arte no Brasil, terra ainda de gosto 
acadêmico. Cinco anos após aquela exposição de Anita Malfatti, acontece no Teatro Municipal 
de São Paulo a Semana de Arte Moderna de 1922.
Outros importantes nomes do expressionismo produzido no Brasil, são os de Lasar Segall, 
Oswaldo Goeldi, Cândido Portinari, Flávio de Carvalho, Iberê Camargo, entre outros. 
Lasar Segall nasceu na Lituânia, vem morar no Brasil em 1923. Pintor, escultor e gravurista, 
conheceu as correntes artísticas da Europa, por ter estudado arte, viveu em Paris, Berlim, 
Dresden e foi amigo de vários artistas, entre eles, Kandinsky. Ao chegar no Brasil, já era um 
artista expressionista reconhecido. 
Veja agora algumas imagens de Lasar Segall em:
http://youtu.be/6o9F6Wn3FAs
e observe o talento desse artista, em terras brasileiras. 
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Unidade: O sentimento da alma e a liberdade de instinto
Oswaldo Goeldi, brasileiro, carioca, filho de cientista suíço. Em 1917, aos 22 anos de 
idade foi estudar arte em Genebra, Suíça e evidentemente conhece a cena cultural europeia e 
interessa-se pelo expressionismo. Em 1919 volta a morar no Rio de Janeiro e passa a trabalhar 
como ilustrador de algumas revistas. Em 1923 estuda gravura e em 1925 inicia a carreira de 
professor. Muito talentoso, ganha o Prêmio de Gravura da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, 
em 1951.
Veja neste vídeo algumas imagens de suas gravuras 
http://youtu.be/zWo4irxE3T0
Espetacular, não acha? Vamos conhecer outro artista?
Cândido Portinari, pintor brasileiro, nascido na cidade de Brodowski, São Paulo, em 1903. 
Em 1918 vai estudar arte no Rio de Janeiro. Em 1928, por conta de uma pintura acadêmica, 
ganha como premio uma de viagem à Europa, fica em Paris e conhece a cena artística. Em 
1931, volta ao Brasil cheio de ideias. Faz uma brilhante carreira; em 1956 pinta os painéis 
Guerra e Paz para a sede da ONU-Organização das Nações Unidas, em Nova York. Veja na 
imagem abaixo um exemplo do talento desse artista.
Fonte: Desenho preparatório para “Discovery of the Land” (1941), Cândido Portinari/Wikimedia Commons
Veja mais obras de Portinari no vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=BvN31o_nwuQ
Gostou? Veremos a seguir, outro importante nome do expressionismo brasileiro.
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Flávio de Carvalho, nascido em Barra Mansa, no estado do Rio de Janeiro em 1899. É de 
família rica. Em 1911 foi estudar arte em Paris. Em 1914 deixa a França, segue para a Inglaterra 
e fica proibido de sair do país por conta do início da 1ª Guerra Mundial. Em 1918, na cidade de 
Newcastle, inicia seus estudos de engenharia e pintura, forma-se em 1922 e nesse mesmo ano 
retorna ao Brasil. Foi um artista inquieto e muito produtivo. Atuou como engenheiro, arquiteto, 
pintor, desenhista, figurinista, performer, decorador, escritor, teatrólogo, cenógrafo, músico, 
filósofo e outras profissões. 
Conheça suas produções no vídeo: 
http://youtu.be/v7bJnpl4fms
Percebeu como Flávio de Carvalho foi uma personalidade criativa?
Vamos ao próximo artista:
Iberê Camargo nasceu em 1914 no Rio Grande do Sul, onde estudou pintura. Em 1942 foi 
morar no Rio de Janeiro e estuda na Escola Nacional de Belas Artes. Em 1953, torna-se professor 
de gravura. Muito respeitado, realizou exposição na Bienal de São Paulo e na Bienal de Veneza. Veja 
esse outro grande artista brasileiro, numa recente exposição de 2014, em São Paulo. 
Acesse em: 
http://youtu.be/r73rHxZzvN0
Que tal? qual adjetivo você atribui a ele?
Foi possível perceber até aqui que os dois movimentos - Expressionismo e Fovismo - possuem 
grandes afinidades? Seja do ponto de vista da cor e da liberdade de expressão. Vamos relembrar que: 
O Expressionismo - com seus dois grupos: A Ponte, e sua subjetividade melancólica e O Cavaleiro 
Azul, com a desconstrução da imagem que fez Kandinsky chegar à abstração, se aproxima do 
Fovismo, cujos artistas compõem o espaço da tela obedecendo apenas seus instintos. 
Similaridades tão próximas, mas cada qual com a sua especificidade, essas vanguardas 
imprimiram grande importância para a História da Arte. 
É importante saber que o Expressionismo se inicia na pintura, mas foi transversal, isto significa 
que surge, também, nas linguagens da literatura, música, cinema, teatro, dança e fotografia, 
como veremos na sequência: 
Na literatura brasileira, temos os modernistas:
Mário de Andrade, autor das obras: Paulicéia Desvairada; Lira Paulistana; Contos 
Novos; Amar, Verbo Intransitivo; Macunaíma; A Escrava que não é Isaura e 
Os Filhos da Candinha.
Oswald de Andrade, de: Pau-Brasil; Primeiro Caderno de Poesia do Aluno 
Oswald de Andrade; Os Condenados; Memórias Sentimentais de João 
Miramar; Serafim Ponte Grande; O Rei da Vela; Um Homem sem Profissão.
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Unidade: O sentimento da alma e a liberdade de instinto
Na música, encontramos os mais famosos autores austríacos:
Arnold Schoenberg, ouça uma de suas obras em: 
http://youtu.be/U-pVz2LTakM
Alban Berg, ouça em: 
http://youtu.be/1kPdwwvr0qo
Anton Webern, ouça em: 
http://youtu.be/fQmXU-XMCIs
O que você achou dessas músicas, com aspecto de trilhas sonoras?
No cinema, os cineastas:Fritz Lang, famoso austríaco, possui uma filmografia extensa e o filme mais conhecido 
dele é Metrópolis, de1927. Assista essa obra imperdível em: 
http://youtu.be/Pqfc1Uxt91o
Robert Wiene, nascido na Alemanha, produziu entre outros, o filme O gabinete do Dr. 
Caligari, de 1919. É outra obra encantadora, Veja em: 
http://youtu.be/ecowq77Y3C0
Friedrich Wilhelm Murnau, também alemão, possui uma grande produção, entre elas, 
Nosferatu, uma sinfonia de horrores, de 1922, é a mais popular. Veja em: 
http://youtu.be/KO5mMVeFZEQ
Esses filmes pertencem ao seu gosto pessoal? Percebe como do ponto de vista das 
sensações humanas, as propostas que trazem, permanecem atuais?
No teatro:
Ernst Toller, dramaturgo alemão, escreveu a peça O homem-massa, de 1921.
Antunes Filho, brasileiro, explora o texto Vestido de noiva, de Nelson Rodrigues. Você 
já assistiu essa peça?
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Na dança:
Loie Fuller, americana, possui, entre outras, a Danse Serpentine by Lumière Brother, veja em:
http://youtu.be/YNZ4WCFJGPc
Isadora Duncan, também americana, com Repertory Dance Company veja em: 
http://youtu.be/nUvaraDf_3Y
Ruth St Dennis, outra americana, com Exotic solo into Chinese, veja aqui: 
http://youtu.be/XMxm9rq0FHc
Martha Graham, mais uma americana, Dance Vídeos, disponível em: 
http://youtu.be/b_63g5TICeY
Emile Jacques, suíço com a produção Dalcroze, veja em: 
http://youtu.be/n5DdjXZkPfg
Mary Wigman, alemã, veja a obra dela em: 
http://youtu.be/AtLSSuFlJ5c
Rudolf von Laban, húngaro, muito popular na Arte/Educação. Veja parte de sua grande obra em:
http://youtu.be/FSShj74qcwo 
Essas danças nos parecem atualíssimas, diante da possibilidade de assistirmos algum 
espetáculo de dança, em nossa cidade. Você já assistiu algum?
Na fotografia há muitos fotógrafos expressionistas, veja esses dois:
Werner Bischof, acesse em:
http://goo.gl/yPn7nZ
René Burri, no endereço: 
http://goo.gl/iGakRS
Que tal, gostou?
Finalizando essa viagem que fizemos para conhecer o Expressionismo e o Fovismo, você 
consegue perceber como ambos os movimentos estão muito presentes nas produções artísticas 
dos dias atuais? Proponho que faça uma visita em algum museu e observe essa curiosidade. 
Além disso, você pensa que o Expressionismo e o Fovismo pararam por aí? 
Não! Eles se desdobram em outros “ismos” que veremos em outros capítulos de nosso curso. 
Até o próximo!
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Unidade: O sentimento da alma e a liberdade de instinto
Material Complementar
Vídeos sobre os artistas expressionistas do grupo Die Brücke (A Ponte):
Ernst Ludwig Kirchner: ..........http://youtu.be/_Y8Mo97putk
Karl Schmidt Rottluff: ............http://youtu.be/VnQFyxG79F0
Erich Heckel: .........................http://youtu.be/0Gg7cvpiaZY
Emil Nolde: ...........................http://youtu.be/5-vbAMTyIHc
Max Pechstein: ......................http://youtu.be/Qp7N5l8g--g
Playlist completa: ...................http://youtu.be/DgnNPoHJW9g?list=PLkVVQty3LEWPd83_CFGolq3jPhXNRAUp7
Vídeos sobre os artistas expressionistas do grupo Blaue Reiter (O cavaleiro azul):
Wassily Kandinsk: ..................http://youtu.be/0YUpoZOPVIE
Alexej von Jawlensky: ............http://youtu.be/gA6f_Uf-wIM
Franz Marc: ...........................http://youtu.be/rEroJSYjDwo
August Macke: .......................http://youtu.be/jLiCbzfEfAI
Paul Klee: ..............................http://youtu.be/CzkwPUR2onk
Marianne von Werefkin: ........http://youtu.be/Xk4kQw1solw
Playlist completa: ...................http://youtu.be/jRIlx5dXO_M?list=PLkVVQty3LEWPVpeJ_QxYwoqIyKniasUu1
Vídeos sobre os artistas Fovistas:
Henri Matisse: .....................http://youtu.be/AXV8BBUuT8c
Maurice de Vlaminck: ...........http://youtu.be/bM6vYtV9OQs?list=PLJDLbffbi2v617YeIcFaXJ0vTWTTir0K0
Raoul Dufy: .........................http://youtu.be/nlJqIWdB3eY
Albert Marquet: ...................http://youtu.be/5mFNxGSgITM
Andre Derain: ......................http://youtu.be/W0aKgpARg9E
George Rouault: ..................http://youtu.be/QqmcEIdxFD4
Jean Puy: ............................http://youtu.be/6ggXzIawstA
Kees Van Dongen: ................http://youtu.be/3xQ0TbToSPo
Anita Malfatti: ......................http://youtu.be/iaj_cvGJ0cc
Playlist completa: .................http://youtu.be/Wp0Y8Cgbg1o?list=PLsBkv4oeAQsdX_-gn883JQljK1OL0itP6
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Indicação de livro importante:
O Fovismo e o Expressionismo. 
Autor: Bernard Denvir, Editora Labor do Brasil. Disponível para compra em:
http://www.estantevirtual.com.br/b/bernard-denvir/o-fovismo-e-o-expressionismo/3145358690
Sites de artistas:
Wassily Kandinsky: ................http://www.wassilykandinsky.com/
Matisse: .................................http://www.henri-matisse.net
Maurice de Vlaminck: .............http://www.bbc.co.uk/arts/yourpaintings/artists/maurice-de-vlaminck
Museus:
Museu Lasar Segall:...............https://www.youtube.com/watch?v=CPxS3LHVTRo
Fovismo: ................................http://www.metmuseum.org/toah/hd/fauv/hd_fauv.htm
Emil Nolde: ...........................http://www.moma.org/collection_ge/artist.php?artist_id=4327
Filmes expressionistas:
30 filmes! Veja os títulos em:
http://filmow.com/listas/os-30-melhores-filmes-expressionistas-que-eu-vi-l15715
20
Unidade: O sentimento da alma e a liberdade de instinto
Referências
ARGAN, G. C. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
CHIPP, H. B. Teorias da Arte Moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
STANGOS, N. Conceitos da Arte Moderna: Com 123 ilustrações. Rio de janeiro: Jorge 
Zahar Editor, 2000.
Bibliografia Complementar
BELL, J. Uma Nova História da Arte . São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
DEMPSEY, A. Estilos, Escolas e Movimentos: Guia Enciclopédico da Arte Moderna. São 
Paulo: Cosac & Naify, 2005.
SCHAPIRO, M. Arte Moderna: Século XIX e Xx: Ensaios Escolhidos. ,v. , São Paulo: Edusp, 1996.
HARRISON, C. Primitivismo, Cubismo, Abstração: Começo do Século XX. São Paulo: 
Cosac & Naify, 1998.
LITTLE, S. Ismos. Entender a Arte. Lisboa: Lisma, 2006.
Webgrafia
Jornal O Estado de São Paulo, 29 maio de 1914. Disponível em: http://www.horadopovo.com.
br/2012/06Jun/3063-08-06-2012/P8/pag8a.htm
21
Anotações
História da 
Arte Moderna 
O Raciocínio e a Velocidade 
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Pio de Souza Santana
Revisão Textual:
Profa. Esp. Natalia Conti
5
Nesta unidade você vai compreender como e quando surgiram as vanguardas artísticas 
europeias, denominadas de Cubismo e Futurismo. Entenderá como se deu a influência da 
arte africana no Cubismo e saberá como o Futurismo se impôs ao mundo, a partir de um 
manifesto escrito por um poeta italiano.
Abordar a importância do Cubismo e do Futurismo para a Arte Moderna, 
fazer reconhecer seus artistas, contextos, especificidades e características; 
facilitar o aprendizado estético entre os dois temas.
O Raciocínio e a Velocidade 
 · Introdução
 · O Cubismo
 · O Futurismo
6
Unidade: O Raciocínio e a Velocidade 
Contextualização
É muito comum encontrarmos pessoas que dizem adorar as obras cubistas de Pablo Picasso, 
e outras, ao contrário, odiá-las. E você, qual é a sua opinião? Conhece algum aspecto sobre 
essa vanguarda artística? Independentemente de sua relação com o Cubismo, vou colocar-lhe 
em contato com essa arte, partindo primeiramente do convite para assistirmos ao vídeo: 
https://www.youtube.com/watch?v=2JcI5yxOd8c
E agora, o que tem a dizer sobre o conteúdo do vídeo? E o Cubismo como um todo? Você 
conseguiu saber brevemente como Picasso e Braque revolucionaram a arte de seu tempo? 
Com esse espírito revolucionário, o Cubismo chegou para ficar, como uma espécie de divisor 
de águas das questões estéticas da Arte Moderna.
Além disso, você saberá neste módulo que outra vanguarda, também altamente revolucionária 
surge na Itália: o Futurismo. Mas, para iniciar a viagem por esse conhecimento, a proposta 
agora é outra seção de vídeo. Vamos ver? Então acesse aqui: 
https://www.youtube.com/watch?v=vo-QiK0vm_k
Que tal? Viu como o termomanifesto foi citado? Se no Cubismo ouve-se falar muito de 
Picasso, no Futurismo iremos ouvir falar de Marinetti, com o seu violento manifesto. Agora que 
você já tem um pequeno panorama sobre os dois movimentos - Cubismo e Futurismo - vamos 
ampliar esse conhecimento.
7
Introdução
A primeira década do Século XX foi extremamente frutífera. Entre os diversos acontecimentos, 
houve o surgimento das correntes artísticas modernistas. E, nesse fluxo, aparecem na Europa, 
mais dois importantes movimentos de vanguarda: o Cubismo e o Futurismo, que vieram com 
fortes visões, para mudar os rumos da Arte Moderna daquele momento em diante. Tudo isso, 
num período de grande progresso industrial, econômico, científico e social. 
Para você ter uma ideia, em 1905, Albert Einstein publica sua teoria da relatividade, lançando 
o conceito de espaço-tempo unificados. Entre outras invenções, em 1903 a França fabrica mais 
de 30 mil automóveis; a fotografia, o cinema e o trem já estavam em uso e em 1906 Santos 
Dumont cria o avião 14-bis. 
Certamente todas essas novidades tecnológicas encantam o mundo moderno e motivam o 
espírito criador dos artistas. A arte dos Impressionistas, assim, também a de Paul Cézanne, Van 
Gogh e Gauguin, entre outros tantos, estava em pleno vigor e debate; o Expressionismo e o 
Fovismo acabavam de ser criados e assim, nesse cenário de muita inquietação e criatividade, 
Pablo Picasso e Georges Braque criam o Cubismo, em 1908, na França. Um ano depois, 
em 1909, na Itália, inaugura-se o Futurismo. Vamos conhecer esses dois importantíssimos 
movimentos? 
8
Unidade: O Raciocínio e a Velocidade 
O Cubismo
Você sabia que a maior inspiração para a arte cubista foi a obra do artista Paul Cézanne? Pois 
é verdade! Veja o trecho que ele escreveu, numa carta de 1904:
É preciso “tratar a natureza conforme o cilindro, a esfera, o cone, 
o conjunto posto em perspectiva”, e pretendeu-se ver nessa 
frase uma antecipação teórica do Cubismo, movimento que 
inquestionavelmente descende de sua pintura, mas interpreta-a em 
sentido racionalista. (ARGAN, 1992, p. 112).
A pintura discretamente geometrizada criada por Cézanne, foi um dos elementos mais 
importantes na pesquisa cubista. Veja esses elementos na imagem abaixo:
Mont Sainte-Victoire, Paul Cézanne 1902-1904.
Percebeu que há pequenos e discretos cubos, cilindros e esferas nessa pintura? Muito bem! 
Além do geometrismo que Cézanne deixou como lição, Picasso também aprendeu muito com 
outras pesquisas: as formas simbólicas e distorcidas da arte africana. Sobretudo com as máscaras 
ritualísticas e as esculturas. Sensibilizado com esses objetos vindos da África, Picasso chegou a 
colecionar algumas peças. 
9
Conforme Farthing, (2011, p. 393) “a França estava colonizando a África e a mídia estava 
repleta de histórias exóticas (...) e muitos artistas do fauvismo colecionavam máscaras e estátuas 
africanas”. Como, por exemplo, Henri Matisse e Maurice Vlaminck. O fato é que a novidade 
virou uma espécie de “moda” nos ambientes de discussão entre pintores de olhar atento para 
as pesquisas estéticas. Uma vez que: 
O período mais generalizado de descoberta da arte africana pelos 
artistas europeus pode ter situado entre 1907 e 1910. A então 
recente fundação de uma série de museus etnográficos, em diversos 
países da Europa, contribuiu bastante para essa súbita eclosão 
de notável interesse de artistas e intelectuais europeus pela arte 
africana. (BARROS, 2011, p. 39).
A arte africana trouxe para os artistas europeus um frescor criativo e uma novidade estética 
que faltava naquele cenário de vanguardas, mas ainda de tradição naturalista. Veja abaixo a 
imagem de uma dessas máscaras:
Gabão - África. Artista desconhecido. Máscara Fang, utilizada para cerimônia. Século XIX
Mas foi Picasso, de olhar mais atento, quem deu o foco e o salto maior. Em 1907 criou a 
obra Les Demoiselles d’Avignon, que significa: As meninas de Avignon. Ou, as prostitutas da 
rua Carrer Avinyó, prostíbulo de um bairro mal afamado de Barcelona. Avignon é o modo 
como se pronuncia na França. Les Demoiselles d’Avignon foi considerada a obra percussora do 
Cubismo. Veja a imagem a seguir:
10
Unidade: O Raciocínio e a Velocidade 
Les Demoiselles d’Avignon (1907), Pablo Picasso.
Veja, também, como foi o estudo da pintura, nesse vídeo: 
http://youtu.be/N0uqcawUGa0
O que você achou da obra e do vídeo? Notou que, de fato, Picasso se apropria com clareza 
da estética das máscaras? Muito bem! Mas isso foi só o começo. Porque outro artista, Georges 
Braque, inspirado na geometria de Cézanne, exibe em 1908, na Galeria Kahnweiler de Paris, 
algumas paisagens, cujas formas da natureza eram totalmente geométricas. Veja a imagem: 
Maisons à l’Estaque (1908), Georges Braque.
11
Foi nessa pintura que Georges Braque:
Transformou os troncos de árvores em cilindros; as casas em 
verdadeiros cubos. As formas estavam reduzidas aos seus elementos 
geométricos básicos. Um crítico, Louis Vauxcelles, o mesmo da 
denominação fovista, comentando as paisagens, chamou-as de 
cubos, cúbicas. (...) A palavra também pegou, consagrou-se e 
universalizou-se. A nova pintura havia sido batizada. As pesquisas 
e experiências de Picasso e Braque começaram a interessar 
outros pintores. Entre 1910 e 1911, aderiram ao Cubismo Robert 
Delaunay, Auguste Herbin, Fernand Léger, Henri de Fauconnier, 
André Lhote, Jean Metzinger, Gino Severini, Francis Picabia, Roger 
de La Fresnay, Jacques Villon, Marcel Duchamp, Diego Rivera, Piet 
Mondrian e os escultores Alexander Archipenko e Louis Marcoussis. 
(CAVALCANTI, 1978, p. 127-128).
Vamos ver mais obras de Georges Braque em: 
https://www.youtube.com/watch?v=CQtoFNqwqRM
Gostou? Vamos então compreender o quê os cubistas faziam? Partiremos do princípio de que 
esses artistas eram conhecedores da teoria da relatividade de Einstein e do conceito de espaço-
tempo unificados. Com essa informação em mente, somando-se com a lição de Cézanne e a 
influência da arte africana, os artistas do Cubismo rompem definitivamente com a ideia de arte 
que imita fielmente a natureza e lançaram uma pintura visual e intelectual. 
O que isso significa? é a pintura que com cores e planos revela interpretando cubicamente os 
ângulos que os olhos observam, num objeto representado. E, ao mesmo tempo, os não vistos, 
mas sabemos intelectualmente que existem. Assim, o artista cubista mostra ao mesmo tempo, 
todos os lados da figura, unificando-a cubicamente no tempo e no espaço da tela. 
Esse fazer artístico se dava, conforme Cavalcanti (1978, p. 129) “de modo arbitrário, sem 
obediência ou fidelidade à estrutura do objeto representado, mas conforme a imaginação ou 
as exigências da sensibilidade do artista”. Portanto, a liberdade expressiva e a imaginação foi 
tão a fundo que, na primeira fase de 1908 a 1911, o Cubismo foi chamado de Analítico, uma 
vez que tomado pela emoção inicial da descoberta, a decomposição da figura foi levada tão ao 
extremo que quase chega à abstração total da imagem. Nesse período, as obras de Picasso e de 
Braque são muito semelhantes. Fato este que causou severa crítica aos dois.
A reação de Picasso e Braque foi a retomada dos estudos da obra de Cézanne e a construção 
de um novo Cubismo. Dessa vez, mais simplificado, mantendo a distorção e a geometrização, 
mas restabelecendo a imagem visual e assim, a segunda fase denominou-se de Sintético, 
inicia-se em 1911 e vai até 1914. O pintor Juan Gris inicia sua trajetória e é considerado o 
melhor cubista sintético. Veja uma de suas pinturas na imagem a seguir: 
12
Unidade: O Raciocínio e a Velocidade 
Retrato de Pablo Picasso (1912), Juan Gris.
Vamos ver mais obras de Juan Gris em: 
https://www.youtube.com/watch?v=wOlJ2CeStV4
Para além da fase sintética, no ano de 1914, última fase do Cubismo, surgem na pintura de 
Picasso e de Braque novos elementos. Os dois inserem letras e palavras tipográficas em suas 
composições. E mais ainda, de acordo com Cavalcanti (1978, p. 133), “Braque passoua colar nos 
seus quadros, inicialmente, pedaços de papel colorido ou de jornal e, posteriormente, de madeira, 
metal e diferentes materiais, em lugar de procurar imitá-los”. Certamente a inserção desse materiais 
no quadro anunciam novas propostas que se desdobrarão em outras vanguardas, anos à frente.
Assim, o Cubismo fascinou muitos outros pintores. Vamos conhecer 
alguns dos citados? 
• Robert Delaunay: ............. https://www.youtube.com/watch?v=T95GGeoltbc
• Auguste Herbin: ............... https://www.youtube.com/watch?v=YPgs0X7ZaAI
• Fernand Léger: .................. https://www.youtube.com/watch?v=_GBZ_QNwfdQ
• André Lhote: ..................... https://www.youtube.com/watch?v=H5wVSTOBx38
• Jean Metzinger: ................ https://www.youtube.com/watch?v=ak_-7FzHD64
• Alexander Archipenko: ... https://www.youtube.com/watch?v=V8qrmpc19Gg
• Louis Marcoussis: ............ https://www.youtube.com/watch?v=jk782vqX7fs
13
Com esse passeio que acabamos de fazer por meio das imagens e vídeos, para conhecer 
os artistas do Cubismo, é importante saber que esse movimento chegou também ao Brasil, e 
aparece nas obras dos seguintes artistas: Lasar Segall, Vicente do Rego Monteiro, Tarsila do 
Amaral, e todos aqueles componentes da arte abstrata geométrica brasileira. 
Veja esse belo vídeo com obras de muitos desses artistas: 
https://www.youtube.com/watch?v=2JcI5yxOd8c
Bacana esse vídeo não é verdade? Ele dá um bom panorama sobre o Cubismo, suas fases 
e importância para a Arte Moderna. Com ele finalizamos essa vanguarda e partiremos agora 
para o Futurismo.
14
Unidade: O Raciocínio e a Velocidade 
O Futurismo
Quem diria que um jovem de 33 anos de idade poderia fazer o estardalhaço que Filippo 
Tommaso Marinetti fez na Europa, em 1909. Primeiramente, ele não era artista plástico, mas 
poeta e romancista, vivendo em Milão, na Itália. Suas primeiras obras foram poemas que 
escreveu para revistas literárias e, mais tarde, para sua própria revista de nome: Poesia. 
Rapaz intelectual, ousado, de personalidade corajosa, provocativa, polêmica, e estrategista; 
exausto de ver os acontecimentos artísticos mais importantes surgirem recorrentemente em 
Paris, de uma hora para a outra, resolveu reivindicar para seu país, a Itália, uma elite da Arte 
Moderna. Conseguiu!
E não há como não admirar sua ousadia. Ali estava ele, um poeta 
e escritor, não muito conhecido fora da vanguarda italiana, que 
decidiu publicar seu manifesto num jornal - na primeira página. 
E não se tratou de um jornalzinho local sem importância, ou 
mesmo de um jornal publicado em sua Itália natal (que já cobrira 
suas proclamações futuristas). Não; no sábado, 20 de fevereiro de 
1909, Marinetti apresentou seu Manifesto futurista ao mundo por 
meio do jornal mais famoso da França, Le Fígaro. Foi um lance 
precoce, calculado e brilhante. Marinetti sabia que a única chance 
de fazer suas ideias serem notadas pela elite artística e intelectual 
internacional seria ir para o quintal deles - Paris. (GOMPERTZ, 
2013, p. 156).
O título do manifesto foi o seguinte: Le Futurisme, ou O Futurismo. Sua introdução já começa 
agressiva e esse documento compôs-se de onze decisivos pontos. Veja abaixo, uma seleção que 
fiz de alguns trechos:
1. Queremos cantar o nosso amor do perigo. 2. A coragem, a 
audácia e a rebelião serão elementos essenciais da nossa poesia. 3. 
Queremos exaltar o movimento agressivo, (...) a velocidade, o salto 
mortal, a bofetada e o murro. 4. Afirmamos que a magnificência do 
mundo se enriqueceu de uma beleza nova: a beleza da velocidade. 
(...) Um automóvel rugidor, que parece correr sobre a metralha, é 
mais belo que a Vitória de Samotrácia. 9. Queremos glorificar a 
guerra - a única higiene do mundo -, o militarismo, o patriotismo, 
o gesto destruidor dos anarquistas, as belas ideias pelas quais 
se morre. 10. Queremos destruir os museus, as bibliotecas, as 
academias de todo tipo. 11. É da Itália que lançamos ao mundo 
este manifesto de violência arrebatadora e incendiária com o 
qual fundamos o nosso Futurismo (...) Há muito tempo a Itália 
vem sendo um mercado de belchiores. Queremos libertá-la dos 
incontáveis museus (...) Museus: cemitérios!... Idênticos, realmente, 
pela sinistra promiscuidade de tantos corpos que não se conhecem. 
15
(...) Bem-vindos, pois, os alegres incendiários (...) Ei-los! Ei-los!... 
Aqui! Ponham fogo nas estantes das bibliotecas!... Desviem o curso 
dos canais para inundar os museus!... Oh, alegria de ver flutuar 
à deriva, rasgadas e descoradas sobre as águas, as velhas telas 
gloriosas!... Empunhem as picaretas, os machados, os martelos e 
destruam sem piedade as cidades veneradas! (...) Nossos corações 
não sentem nenhuma fadiga, porque estão nutridos de fogo, de 
ódio e de velocidade!... (apud CHIPP, 1996, pp. 290-292).
fonte: Wikimedia Commons
A Vitória de Samotrácia é uma 
escultura que foi descoberta 
em 1863, na ilha grega de 
Samotrácia; estava dividida 
em várias peças e representa, 
conforme Janson (1996, p.64) 
“a deusa da vitória que acabou 
de pousar na proa de um navio 
de guerra; suas grandes asas têm 
uma grande abertura, e ela ainda 
se mantém parcialmente no ar 
graças ao forte vento contrário”. 
Foi construída para ser vista por 
baixo, por isso fica no alto de 
uma escadaria do Louvre.
Você se assustou com o manifesto? Parece que Marinetti estava louco, você não acha? Essa 
mesma reação tiveram os artistas e intelectuais da França, tratando logo de ignorar o poeta e 
o chamando de sedento por publicidade e um alguém que quer “aparecer”. Mas essa crítica 
francesa não apagou as ideias de Marinetti. 
O fato é que o Manifesto futurista pegou e se ampliou. O mundo tomou conhecimento do 
documento e em pouco tempo ele realmente influenciou, incendiou e abalou as estruturas do 
mundo moderno.
Você pode se perguntar: e as artes plásticas italianas, onde aparecem nessa história? Calma! 
Não demorou muito! Um ano após o lançamento de seu manifesto, Marinetti (Gompertz, 2013, 
p. 159) recrutou os artistas italianos Umberto Boccioni, Carlo Carrà, Gino Severini e Giacomo 
Balla, para ilustrar suas teses, que falavam da beleza e do movimento agressivo das máquinas. 
Os artistas teriam que ilustrar de alguma forma o dinamismo da vida moderna. Nesse exercício 
de criação, identificaram-se profundamente com as ideias de Marinetti e com o apoio desse 
efervescente poeta, lançaram, em 1910:
16
Unidade: O Raciocínio e a Velocidade 
Pintura futurista: Manifesto técnico
Ou simplesmente: o Manifesto da pintura futurista. Esse documento foi assinado pelos pintores: 
Umberto Boccioni, Carlo Carrà, Gino Severini, Giacomo Balla e Luigi Russolo, proclamando:
1. Que o complementarismo congênito é uma necessidade 
absoluta na pintura, como o verso livre da poesia e como 
a polifonia na música;
2. Que o dinamismo universal deve ser traduzido como 
sensação dinâmica;
3. Que na interpretação da natureza ocorrem sinceridade e 
virgindade; 
4. Que o movimento e a luz destroem a materialidade dos 
corpos. (CHIPP, 1996, p. 296).
Veja abaixo o exemplo de uma pintura futurista:
“A cidade se levanta” (1910), Umberto Boccioni.
Podemos ver que Umberto Boccioni cria uma pintura que demonstra ideia 
de movimento e dinamismo. Presentes nesses violentos traços coloridos, 
que dão a impressão de uma ventania. Agora veja os vídeos de:
 ·Umberto Boccioni: ......https://www.youtube.com/watch?v=ThnvQbkrLNc
 ·Carlo Carrà: .................https://www.youtube.com/watch?v=HbGGROkcKqo
 ·Gino Severini: ..............https://www.youtube.com/watch?v=LydMVUcSQTU
 ·Giacomo Balla:............https://www.youtube.com/watch?v=AbmdTjdlZSQ
O que você achou dos vídeos? Percebeu que os artistas não estavam para brincadeira? 
Mas voltando aos manifestos, essa moda pegou firme; tanto é verdade que Umberto Boccioni 
aproveita a onda e lança, em 1912:
17
O Manifesto técnico da escultura futurista 
Esse manifesto apresenta nove pontos. Entre eles, veja alguns:
1. Proclamar que a esculturase baseia na reconstrução abstrata 
dos planos e dos volumes que determinam as formas, e não o 
seu valor figurativo.
2. Abolir na escultura, como em qualquer outra arte, a sublimidade 
tradicional dos motivos. 
3. Afirmar a necessidade absoluta de servir-se de todas as realidades 
para voltar aos elementos essenciais da sensibilidade plástica. 
4. Negar a exclusividade de uma matéria para a inteira construção 
de um conjunto escultórico. 
9. A coisa que se cria nada mais é que a ponte entre o infinito plástico 
exterior e o infinito plástico interior. (CHIPP, 1996, pp. 307-308).
Nota-se claramente que a proposta estética dos futuristas está voltada para o processo, a 
tecnologia, a continuidade, o movimento, a velocidade. Vejamos na imagem abaixo, a escultura 
do próprio Umberto Boccioni:
“Formas Únicas de Continuidade no Espaço” (1913), Umberto Boccioni/Wikimedia Commons
Formas Únicas de Continuidade no Espaço, nos remete a uma figura humana robótica, em 
ação, correndo. Boccioni foi muito feliz em empregar seus blocos de bronze na escultura, para 
dar a ideia de movimento em continuidade no espaço ambiental. Você concorda?
18
Unidade: O Raciocínio e a Velocidade 
E desse modo, os artistas futuristas apresentam pinturas e esculturas com temáticas que nos 
remetem a máquinas, locomotivas ou corpos em constante trânsito. Ficando para trás aquela 
representação estática, anteriormente produzida pelos cubistas. Como nos diz Gompertz (2013, 
p. 159) “o futurismo era o cubismo em velocidade”. 
Certamente Marinetti conseguiu o foco e os olhos do mundo para a Itália. Com esse sucesso 
todo, juntaram-se aos futuristas, artistas de outros países e de outras linguagens da arte, em 
tempos diferentes. Aderiram profissionais da música, do cinema, do teatro e da arquitetura. 
Todos queriam ser futuristas.
Explore
Na música, já pertencia ao grupo Luigi Russolo. Ele acreditava 
que a vida moderna era acompanhada de ruídos, portanto tinha 
que produzir música futurista ruidosa. Veja o vídeo com a produção 
desse artista, disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=1WtCCunp6Bw
Que música foi essa que Russolo criou? 
O cinema futurista pode ser visto por exemplo, no filme Thais:
https://www.youtube.com/watch?v=7n15v0mou7o
Gostou do filme ou achou muito estranho?
O teatro futurista, veja a peça Vengono:
https://www.youtube.com/watch?v=eG8ixJiO7fs
E essa peça teatral? Até nos parece contemporâneo, não acha?
Na arquitetura temos Antonio Sant’Elia, veja um exemplo se seu desenho na imagem abaixo:
Antonio Sant’Elia, Desenho: Estação ferroviária e aeroporto daLa Città Nuova (Cidade Nova), 1914.
19
Esse desenho arquitetônico parece mais uma construção dos dias de hoje, você não acha? Ele 
lembra bem uma máquina em plena atividade, concorda? Muito bem! Mas o tempo foi passando e 
o futurismo também passou. Assim como suas propostas, voou. Durou pouco até que:
Em fins de 1914 a primeira fase do futurismo chegava ao seu 
termo. Muitos dos seus partidários originais começaram a criticar-
se mutuamente, protestando também contra a constante pressão 
exercida por Marinetti. Com a entrada da Itália na Guerra, em 1915, 
ardentemente defendida por Marinetti e seus companheiros, toda 
atividade artística efetiva cessou. Boccioni e Sant’Elia foram mortos 
na guerra e Russolo foi seriamente ferido. (...) O novo futurismo 
passou a identificar-se com o fascismo. (CHIPP, 1996, p. 287).
Filippo Marinetti, com as habilidades literárias que tinha e a desenvoltura para a publicidade, 
acabou ajudando em 1919, a escrever o seguinte: 
O Manifesto fascista
Esse manifesto ocorre: 
Exatamente dez anos após publicar seu Manifesto futurista. Ele faz 
amizade com Mussolini e até disputou uma cadeira no Parlamento em 
1919 (sem sucesso) numa chapa fascista. Deve-se dizer que na visão 
de Marinetti, o fascismo era significativamente diferente da entidade 
venosa que se tornou. E essas diferenças logo se manifestaram, o 
que levou Marinetti a sair pela tangente. Mas ele permaneceu leal a 
Mussolini, defendendo-o resolutamente em público. (...) Dizer que o 
futurismo levou diretamente ao fascismo seria um exagero. Por outro 
lado, ignorar aquele tempo em que a arte influenciou a política de 
maneira tão surpreendente e calamitosa seria evitar uma verdade 
inconveniente. O futurismo estará para sempre inextricavelmente 
ligado ao fascismo. (GOMPERTZ, 2013, p. 166).
Com essa citação da relação entre arte e política, chegamos ao final de mais dois importantes 
movimentos das vanguardas do Século XX: o Cubismo e o Futurismo, escolas estas, que 
deixaram grandes lições para a arte moderna e contemporânea. Mas a nossa política aqui é 
fazer você ficar cada vez mais interessado pelas propostas que os artistas depois do futurismo 
nos apresentaram. Para isso, nos encontramos no próximo módulo. Até Lá!
20
Unidade: O Raciocínio e a Velocidade 
Material Complementar
Livros:
Cubismo
Autor: David Cottington, tradução Luiz Antônio Araújo. 
Coleção: Tate - movimentos da arte moderna. 
Editora Cosac & Naify.
Futurismo
Autor: Richard Humphreys, tradução Luiz Antônio Araújo. 
Coleção: Tate - movimentos da arte moderna. 
Editora Cosac & Naify.
Sites com imagens de artistas cubistas brasileiros:
Lasar Segall: ...................... http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8580/lasar-segall
Vicente do Rego Monteiro: ..... http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8953/vicente-do-rego-monteiro
Tarsila do Amaral: ................. http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa824/tarsila-do-amaral
Museu:
Guggenheim - Coleção de Georges Braque:
http://www.guggenheim.org/new-york/collections/collection-online/artists/851
Sites de artistas:
Pablo Picasso: ............................... http://www.picasso.fr/us/picasso_page_exhibitions-museums-books-auctions.php
Cinema futurista: . http://www.loucosporfilmes.net/2014/02/10-filmes-futuristas-que-voce-deve-ver-1.html#.VLFd7fldXT8
21
Referências
ARGAN, G. C. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
CHIPP, H. B. Teorias da Arte Moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
STANGOS, N. Conceitos da Arte Moderna: Com 123 ilustrações. Rio de janeiro: Jorge 
Zahar Editor, 2000.
Bibliografia Complementar
BELL, J. Uma Nova História da Arte . São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
DEMPSEY, A. Estilos, Escolas e Movimentos: Guia Enciclopédico da Arte Moderna. São 
Paulo: Cosac & Naify, 2005.
SCHAPIRO, M. Arte Moderna: Século XIX e Xx: Ensaios Escolhidos. ,v. , São Paulo: Edusp, 1996.
HARRISON, C. Primitivismo, Cubismo, Abstração: Começo do Século XX. São Paulo: 
Cosac & Naify, 1998.
LITTLE, S. Ismos. Entender a Arte. Lisboa: Lisma, 2006.
Webgrafia
BARROS, J. D. As influências da arte africana na arte moderna. Revista Afro-Ásia, 44 
(2011), 37-95. Disponível em: http://www.afroasia.ufba.br/pdf/AA_44_JABarros.pdf
22
Unidade: O Raciocínio e a Velocidade 
Anotações
História da 
Arte Moderna 
Da forma subjetiva à construção objetiva
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Pio de Souza Santana. 
Revisão Textual:
Profa. Esp. Natalia Conti. 
5
Nesta unidade você vai compreender o que significa o Abstracionismo e uma de suas 
vertentes, o Construtivismo. Entenderá que o Abstracionismo é um conceito amplo que abarca 
toda a arte chamada de abstrata, uma arte que não representa as imagens do mundo objetivo, 
como as enxergamos no cotidiano. 
Saberá como o Abstracionismo se divide em Informal ou Sensível e Geométrico ou Formal. 
Nesta unidade você vai conhecer dois importantes movimentos artísticos 
europeus, que promoveram novos rumos e modos de fazer e pensar a Arte 
do Século XX. São eles: O Abstracionismo e o Construtivismo. O principal 
objetivo desta unidade é levá-lo a compreender os aspectos mais relevantes 
das vanguardas da arte abstrata.
Da forma subjetiva à construção 
objetiva
 · Introdução
 · O Abstracionismo
 · O Suprematismo
 · O Raionismo
 · O Orfismo
 · O Construtivismo
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Unidade: Da forma subjetiva

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