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1 EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 1 FACUMINAS A história do Instituto FACUMINAS, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a FACUMINAS, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A FACUMINAS tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 2 Sumário 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3 2. PARA UMA COMPREENSÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR .................. 5 3. A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA PARA O ENSINO MÉDIO .............. 8 4. EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR .......................................................................... 9 5. EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO (9394/96) ............................................................................................. 12 6. EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NA ED. INFANTIL E NO 1º CICLO DO ENSINO FUNDAMENTAL, QUEM DEVE APLICAR? ............................................................ 13 7. FASE MOTORA ESPECIALIZADA (UTILIZAÇÃO PERMANENTE NA VIDA DIÁRIA, RECREATIVA E COMPETITIVA) DE 7 A 10 ANOS (ESTÁGIO TRANSITÓRIO) DE 11 A 13 ANOS (ESTÁGIO DE APLICAÇÃO) 14 ANOS E ACIMA (ESTÁGIO DE UTILIZAÇÃO PERMANENTE) ......................................................... 16 8. COMO É A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA ......... 18 9. AS ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA ...... 20 10. EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR – COMO SE PREPARAR PARA AULAS EM ESCOLAS ................................................................................................................. 20 11. PCN: OS PRINCIPAIS PARÂMETROS QUE DEVEM SER APRESENTADOS NO ENSINO FUNDAMENTAL .................................................................................. 21 12. COMO A EDUCAÇÃO FÍSICA É APRESENTADA NO ENSINO MÉDIO ...... 23 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 25 1. BONA, V. de. Tecnologia e infância: ser criança na contemporaneidade. 2010. Disponível em: http://www.bdtd.ufpe.br/handle/123456789/3812. Data de acesso: 20 nov 2017. ............................................................................................... 25 3 1. INTRODUÇÃO De acordo com a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da educação) a organização do ensino no Brasil deve ser dividida nas seguintes etapas, são elas: Educação Infantil – creches (de 0 a 3 anos). É gratuita, mas não obrigatória. E pré-escolas (de 4 e 5 anos) – gratuita. Ensino Fundamental – anos iniciais (do 1º ao 5º ano) e anos finais (do 6º ao 9º ano) – É obrigatório e gratuito. Ensino Médio – O antigo 2º grau (do 1º ao 3º ano). Ensino Superior O Ensino Fundamental I compreende o 1º ano (antigo CA) até o 5º ano (antiga 4ª série). A faixa etária dos alunos vai de 6 anos até aproximadamente 10 anos. Não levando em consideração a distorção série idade. É nesta faixa etária que acontecem diversas transformações no desenvolvimento infantil, por isso, os estímulos devem ser constantes, o “novo” deve ser sempre inserido no cotidiano da criança para que ela aprenda a lidar com as situações do dia- a-dia e a vencer os obstáculos que surgirão. Além disso, o “corpo físico” também deve ser educado. “Tudo o que tem influência na conduta e na personalidade é Educação” (CONFEF, 2006). De acordo com Freire (1992), o movimento corporal deve ser interpretado como um recurso pedagógico valioso no ensino fundamental, especialmente no primeiro segmento do ensino, pois “a mão escreve o que a mente pensa a respeito do mundo com o qual a criança interage” (Freire, 1992, p. 81). Em uma época onde muito se discute acerca das inovações tecnológicas a que a sociedade está submetida, alguns assuntos acabam sendo deixados de lado. Inserção das mídias nas escolas, nas aulas, nos momentos familiares e em todas as esferas da vida, seja por um computador, um game, um tablet ou um celular. 4 Diversos estudos já têm, inclusive, discutido como isso está afetando a rotina das pessoas, em especial a das crianças e jovens (PAIVA, COSTA, 2015; BONA, 2010). A influências desta tecnologia tem aspectos benéficos, tais como diversão, apropriação de linguagem específica e possibilidades no ensino, formando novas gerações “caracterizadas por independência de pensamento que estão construindo uma nova cultura” (BONA, 2010, p.27, 28). Porém o inverso também pode ser atribuído, tais como “crianças se vestindo como adultos, brincadeiras se modificando e desaparecendo, em especial as brincadeiras de rua nos grandes centros, incidência maior de crimes envolvendo menores, meninas modelos com 12 a 13 anos de idade fazendo sucesso” (MAGNABOSCO, SIVA, 2005, s/p). A criança que precisa da escola para aprender é a mesma que domina a computação. E a atração da escola, sem o brilho, sem a cor e sem o movimento que a eletrônica oferece, se perde e entra em crise. A velocidade de acesso à informação e ao conhecimento vicia a criança na instantaneidade e a velocidade da escola frustra o aluno (MAGNABOSCO, SILVA, 2005, s/p.). Deixando a tecnologia e focando na criança, o presente artigo apresenta a importância da Educação Física no ensino infantil, destacado como tal atividade pode promover o desenvolvimento integral da criança na fase da primeira infância, momento este onde é construído o acervo motor de cada ser humano. Esse tema foi escolhido para evidenciar a importância de inserir a atividade física de forma responsável na vida da criança, sabendo que a Educação Física em qualquer faixa etária traz diversos benefícios a saúde, bem-estar e mais qualidade de vida. 5 2. PARA UMA COMPREENSÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR A Educação Física no Brasil, de sua implantação (1930) aos dias atuais, passou primeiramente pelas influências do sistema político brasileiro, seguindo o padrão de políticas internacionais, onde exercia o papel de formar o cidadão forte, com saúde e moralidade cívica, integrado à nação, e o poderio militar se sobressaia como forma de nacionalismo. Nesse período, a Educação Física Escolar preocupou-se com a saúde e a higiene dos escolares, levando à sua concepção biológica, fazendo com que o aluno despertasse para o sentido de saúde, através da criação de hábitos higiênicos, do convívio com a água e exercícios ao ar livre, servindo dessa forma, aos objetivos de grupos interessados em sua implantação (MOREIRA et al , 2004). De acordo com os autores citados, seguindo-se a esse período (1946-1968), a Educação Física passa pela ascensão do fenômeno esportivo. Nessa época, a disciplina foi incluída como obrigatória para os cursos de primário a médio até os 18 anos de idade, determinada pela LDB promulgada em 1961. Como afirma BETTI (1991), em 1971, pela LDB 5.692/71, a Educação Física recebe nova regulamentação, segundo a qual a “Educação Física, Desportiva e Recreativa” deve integrarcomo atividade escolar, todos os graus de escolaridade oficial, sendo entendida como atividade, que por seus meios, processos e técnicas deve desenvolver forças físicas, morais, cívicas, psíquicas e sociais do aluno. A partir desse período, a Educação Física Escolar passa a ser objeto de estudos mais aprofundados, seguindo novas concepções, que levam a disciplina ao campo dos domínios motor, cognitivo e afetivo, compreendendo o indivíduo como um todo (MOREIRA et al , 2004). Os autores destacam ainda, que a Resolução do Conselho Federal da Educação Nº 03/87 fixou para a formação profissional em Educação Física: os conhecimentos filosóficos do ser humano, da sociedade e o técnico. Desta forma, ganham força os estudos acadêmicos, surgindo novas concepções de ensino, confirmando as novas tendências a serem aplicadas à Educação Física Escolar, destacando-se a Desenvolvimentista (TANI et al , 1988), a 6 Construtivista (FREIRE, 1987), a Crítico-Superadora (COLETIVO DE AUTORES, 1992) e a Educação Motora (DE MARCO et al , 1995). Pesquisas acadêmicas não costumam ser aplicadas na prática imediatamente. Observamos que há falta de um intercâmbio de informações, facilitando a chegada à escola dessas informações e avanços da área no ensino da Educação Física Escolar. Vemos o profissional de Educação Física Escolar atuante nas escolas, refém de uma cultura esportivista, não entendendo a Educação Física como uma disciplina que atende ao desenvolvimento completo do indivíduo, tanto motor, como cognitivo e afetivo-social. O professor de Educação Física Escolar parece ainda enfatizar o conteúdo procedimental acima do conceitual e do atitudinal, independentemente do nível escolar em que esteja sendo ministrada a aula, embora reconheçamos que para cada idade e fase de desenvolvimento, deva sobressair um dos tipos de conteúdo, isto é: na Educação Infantil acentua-se o procedimental, com menor ênfase para o conceitual; já no Ensino fundamental deve ocorrer maior ênfase no conceitual; e no ensino médio, o conteúdo atitudinal deverá sobressair-se sobre o procedimental e o conceitual, salientando que um conteúdo nunca é aplicado sozinho, somente com maior ou menor ênfase, mas sempre juntos (FREIRE, SORIANO, DE SANTO, 1998). Infelizmente, esta atitude está repetindo-se nos profissionais recém-formados, que tiveram contato direto na sua formação acadêmica com as mais recentes abordagens metodológicas da Educação Física, e mesmo assim repetem procedimentos ultrapassados. Creditamos este fato à facilidade de utilização do conteúdo procedimental, culturalmente aceito como o mais adequado perante a sociedade, que ainda não consegue compreender a Educação Física senão pela via dos Esportes. Nossos pais e nós mesmos passamos por esse processo, ou seja, encaramos a Educação Física Escolar com a única função de preparar a criança para ser um atleta, deixando de observá-la como meio de exploração de todas as potencialidades de desenvolvimento do indivíduo: emocional, social, cognitiva, moral, entre outros. A Educação Física Escolar começa pouco a pouco a ser encarada como uma disciplina obrigatória, valorizada pelos professores de outras áreas e pais de alunos, 7 embora ainda o que vemos é a importância ficar apenas na teoria e não ser realmente aplicada à prática. Entretanto, iniciou-se o processo de valorização. Na Educação Infantil, a Educação Física desempenha um papel de relevada importância, pois a criança desta fase está em pleno desenvolvimento das funções motoras, cognitivas, emocionais e sociais, passando da fase do individualismo para a das vivências em grupo. A aula de Educação Física é o espaço propício para um aprendizado através das brincadeiras, desenvolvendo-se os aspectos cognitivo, afetivo-social, motor e emocional conjuntamente. Devemos destacar a influência que os pais exercem, em primeira instância, em seu filho dentro de casa, nessa fase de desenvolvimento, devendo partir dos professores de Educação Física, a iniciativa de trabalhar para um maior entendimento e compreensão do valor dessa área para o desenvolvimento integral da criança, perante a direção, professores polivalentes e pais. A interdisciplinaridade surge como ferramenta para tal valorização. Na Educação Infantil, e mais notadamente no Ensino Fundamental e Médio, há uma valorização demasiada de áreas como Língua Portuguesa, Matemática, Ciências e História em detrimento de Educação Física e Educação Artística, que são tidas como culturalmente inferiorizadas. O fortalecimento do status da Educação Física no currículo escolar, levará ao fomento de sua valorização pela sociedade. Efetivamente, o professor de Educação Física Escolar deve manter-se atualizado com os conhecimentos advindos das pesquisas acadêmicas, encurtando o longo tempo que os resultados dessas pesquisas levam para serem aplicados no dia-a-dia escolar. 8 3. A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA PARA O ENSINO MÉDIO A Educação Física, enquanto componente curricular da Educação Básica, assume a tarefa de introduzir e integrar o aluno na cultura corporal do movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la para usufruir do jogo, do esporte, das atividades rítmicas e dança, das ginásticas e práticas de aptidão física, em benefício da qualidade de vida. No Ensino Médio notamos que a desmotivação com relação às aulas de Educação Física é muito grande. Por isso as aulas apresentam características próprias e inovadoras, atendendo às novas fases cognitivas, afetivas e sociais que os adolescentes apresentam nessa faixa etária. Visamos um trabalho vinculado ao lazer, saúde e competição esportiva fazendo uma interligação com outros assuntos, já que essa faixa etária nos permite fazer uma abordagem mais complexa de aspectos socioculturais e biológicos. A incidência cada vez maior de adolescentes e jovens obesos, com dificuldades oriundas da falta de movimento, com possibilidades de acidentes cardiovasculares, leva-nos a pensar na Educação Física para o Ensino Médio voltada para o conhecimento da Aptidão Física e Saúde. Nesse caso, na Educação Física, até mesmo no período noturno, existe a possibilidade de reunir os alunos por grupos de interesse e necessidades e, junto a eles, desenvolver projetos de atividades físicas especiais. Como os alunos do Ensino Médio noturno estão expostos a algumas circunstâncias negativas devido às mudanças de hábito do homem, destacando-se o stress, que traz junto com ele as doenças psicossomáticas como a ansiedade, frustação e depressão. Por isso, é necessária a inclusão de programas escolares que valorizem o aprendizado e a prática de exercícios de elevação e manutenção da frequência cardíaca em limites submáximos, alongamento, flexibilidade, relaxamento e compensação com o objetivo de uma melhor qualidade de vida. É domínio de senso comum que a prática de atividade física no período noturno desencadearia maiores graus de cansaço aos alunos inibindo o seu desempenho escolar. Essa ideia, porém, tem gerado posições equivocadas quanto à permanência da Educação Física no período noturno. 9 Existe uma variedade de substâncias químicas que são produzidas pelo cérebro e outros tecidos. Entre elas podemos citar a endorfina, cuja ação se parece com a morfina, no sentido de serem capazes de reduzir a sensação de dor e produzir um estado de euforia. Muitos investigadores relataram que a atividade física facilita a secreção da endorfina e esse efeito persiste por até 5 horas após a prática do exercício físico. Assim, pode-se concluir que a atividade física traz benefícios mentais e físicos se praticada sem exagero. É importante ressaltar que a atividade corporal é um elemento fundamental da vida, através da qual nossos alunos poderão garantir mais qualidade de vida. Nessecaso, a Educação Física Escolar vem somar-se à educação intelectual e moral, visando à formação do aluno em uma educação integral – corpo, mente e espírito. 4. EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR “A LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 20 de Dezembro de 1996, tornou obrigatório o ensino da Educação Física escolar nas escolas de ensino básico” (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio). (PLANALTO, 2006), antes era obrigatório apenas a partir do Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) e Ensino Médio. Porém essa falta de obrigatoriedade não respeitava o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA- Lei nº 8.069 de 13 de Julho de 1990), nele diz que “a criança e o adolescente tem direito a educação, a cultura, ao esporte e ao lazer” (APOSTILAS & CURSOS, 1990 p.6) também contrariava a Carta Internacional da Educação Física e do Desporto (aprovada em 21 de Novembro de 1978 pela conferência geral da UNESCO em sua 20ª reunião, celebrada em Paris), que diz em seu artigo 1º que “é direito fundamental de todo ser humano de praticar Educação Física e o desporto” (CONFEF, 2006). De acordo com BARBOSA (2001 p.19) É esse poder legal, representado por leis e decretos, que confere a Educação Física o “status” de disciplina obrigatória do currículo escolar da Educação Básica, 10 permitindo que sua ação pedagógica se exerça com autoridade e legitimidade, ainda que construídas sobre conceitos estereotipados e comprometidos com interesses capitalistas. BRANDÃO (1980 apud JERONIMO, 1998, p.4), diz que a Educação Física escolar: É importante, pois educa pelo movimento o indivíduo por completo. Por isso a Ed. Física não educa o físico, educa o movimento que o corpo realiza. [...] Através da Ed. Física escolar o indivíduo poderá se tornar capaz de pensar, sentir e realizar os movimentos. Poderá ser capaz de criar meios para satisfazer-se de maneiras prazerosas em seus momentos de lazer. Por isso também a Educação Física é educação. Desta forma considera-se que “a educação física escolar está na formação das crianças, principalmente enfatizando o quanto pode ser importante à motricidade para o desenvolvimento da inteligência, dos sentimentos e das relações sociais” (FREIRE, 1992 p.15). COSTA (1983 apud JERONIMO, 1998, p. 4) diz que “a Educação Física praticada nas escolas de 1º grau, assume a formação integral do homem ajuda-o a conhecer-se, dominar-se, a relacionar-se com os outros e com o mundo e buscar, a sua autonomia”. A nossa sociedade, em grande parte, vê a Educação Física escolar como “uma disciplina responsável apenas pela prática de treinamento desportivo e pela prática recreativa e/ou de lazer” (BARBOSA, 2001 p. 17), sem se interessar com a real finalidade e importância da disciplina. Veem apenas como aula de recreação. Há casos de pais que acham que a Educação Física é aula de bagunça, sem conteúdo, dizem: “brincar, meu filho brinca em casa” ignorando ou mesmo desconhecendo o seu verdadeiro propósito. Que professor de Educação Física nunca escutou de colegas de trabalho (outros professores e funcionários da mesma unidade de trabalho) a seguinte colocação: 11 “Agora vocês vão para a aula de recreação”? Ou até mesmo “ a (o) tia (o) de recreação chegou”. Geralmente acontece com os profissionais da Ed. Infantil ou aqueles que não têm conhecimento sobre a Ed. Física. São poucos os professores das outras áreas que reconhecem de fato a importância da disciplina, em alguns casos acham que é importante apenas para tira-los de sala por algum tempo para que o (a) professor (a) da sala possa descansar. A Ed. Física na escola é considerada por muitos (sociedade e integrantes da própria instituição de ensino) como um momento de brincadeiras jogadas e sem sentido ou como treinamento desportivo onde as relações entre professores e alunos passam a ser vista como: “professor-treinador e aluno-atleta” (MATTOS e NEIRA, 2000 p. 10). Isto contribui para “colocar os alunos como ‘máquinas de rendimento’ as quais tem por fim atingir a capacidade de obtenção dos melhores resultados nas competições interescolares” (COSTA, 2003). Essa Ed. Física era pertinente nas décadas de 70, 80 e não a Ed. Física de hoje, que ao longo dos anos foi evoluindo e se modificando, através de pesquisas e estudos e finalmente somos reconhecidos como educadores, apesar de muitas pessoas ainda ignorarem essa conquista. Os PCNs de 1997 colocam que a prática da Educação física na escola poderá favorecer a autonomia dos alunos para monitorar as próprias atividades, regulando o esforço, traçando metas, conhecendo as potencialidades e limitações, sabendo distinguir situações de trabalho corporal que podem ser prejudiciais a sua saúde. Por esse motivo deve estar integrada em todos os planos da educação. No PPP da escola, nos planejamentos de secretarias de educação e em todas as outras áreas que tenha por finalidade a educação. Atualmente a escola possui a tarefa de desenvolver no aluno habilidades para que ele se integre e viva na sociedade. ETCHEPARE; PEREIRA; ZINN, (2003 apud GARCIA e COICEIRO, 2010, p. 1) dizem que: 12 Nesse caso, a Educação Física Escolar nos anos iniciais do Ensino Fundamental deve ensinar a importância do movimento humano, suas causas e objetivos, e criar condições para que o aluno vivencie esse movimento de diferentes formas para que possa usá-lo no seu cotidiano, dentro e fora da escola. No Fórum mundial sobre a Educação Física que aconteceu em Berlim (1999), verificou-se que a educação física necessita de: “Professores bem formados e qualificados, nas escolas e nos estabelecimentos de ensino”; Horários fixos no programa escolar, para todas as crianças e adolescente; Equipes e espaços suficientes; Que se dê apoio aos professores e as escolas para que se possa ter uma educação física de qualidade. Aceitação dos demais profissionais das escolas. A adoção dessas medidas é fundamental para que os conteúdos de ensino de Educação Física Escolar sejam trabalhos juntos aos discentes de forma mais eficaz. 5. EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO (9394/96) A LDB em seu artigo nº 26 § 3º fala da inclusão da Ed. Física como componente curricular obrigatório da educação básica, “A Educação Física integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular da educação básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar sendo facultativa nos cursos noturnos” (BRASIL, MEC, Secretaria de Educação Média e Tecnológica, 1999, p. 45). Apesar da lei (que foi sancionada em 1996), a realidade da Ed. Física no nosso país é outra. Na educação infantil, é frequente se ver escolas (privadas ou públicas), que não ofereçam a Ed. Física aos alunos. Algumas escolas oferecem ao 1º ciclo do ensino Fundamental (1º ano ao 5º ano), porém, se vê disciplina frequentemente, apenas no 2º e 3º ciclo (Fundamental II e Ensino Médio). A afirmativa acima não se dá principalmente em escolas da rede pública, a qual deveria dar o exemplo. Estados 13 e Municípios, através de suas secretarias de educação, não interpretam a lei como ela realmente é. 6. EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NA ED. INFANTIL E NO 1º CICLO DO ENSINO FUNDAMENTAL, QUEM DEVE APLICAR? O CONFEF (Conselho Federal de Ed. Física) diz em seu 2º capitulo art. 9º que: O profissional de Educação Física é especialista em atividades físicas, nas suas diversas manifestações- ginásticas, exercícios físicos (...) lazer, recreação (...) sendo de sua competência prestar serviços que favoreçam o desenvolvimento da educação e da saúde(...). É fato que a Educação Física, seja ela na escola ou em qualquer outro local, deve ser aplicada por um profissional devidamente graduado em Ed. Física. Porém, se analisarmos, não é o que acontece na educação infantil e nem no 1º ciclo do ensino fundamental.A função de introduzir as “brincadeiras” acaba ficando para a (o) profª (º) regente da classe. O PCN da EF diz que o aluno deverá ser capaz de enfrentar desafios corporais em jogos e brincadeiras, respeitando regras; interagir com os colegas sem discriminar por razões físicas, socioculturais ou de gênero; enfrentar situações de competição respeitando regras; estabelecer relações entre a prática de exercícios e a saúde; valorizar e vivenciar manifestações da cultural corporal de maneira receptiva. De acordo com a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação brasileira (LDB 9394/96), a Educação Física deve estar presente em todo o Ensino Básico, sendo componente curricular obrigatório da Educação Infantil ao Ensino Médio (LDB, art. 26, § 3º). A respeito da formação profissional exigida para lecionar na educação básica, a LDB admite nível superior para profissionais de Ed. Física, como formação mínima. Para o exercício do magistério na educação infantil e no 1º ciclo do ensino fundamental a modalidade Normal, oferecida em nível médio (Art. 62). 14 Porém, de acordo com o texto da lei, gera-se uma brecha nela, possibilitando a atuação de dois profissionais nesta função. O (A) Profº (ª) regente, com formação em curso Normal e/ou com nível superior em Pedagogia, e o (a) professor (a) especialista, graduado em licenciatura plena em educação física, também em nível superior. Sendo assim, quem deve ministrar as aulas de educação física nessas séries? Na LDB, encontramos de forma explícita a obrigatoriedade da educação física em toda a Educação Básica, isto é da Educação Infantil ao Ensino Médio. Mais não diz qual profissional é responsável pela aplicação da matéria. Na Educação Infantil e no 1º ciclo do ensino Fundamental, é costume que haja apenas um professor para as matérias. E não um professor de história para lecionar história, um matemático para o ensino da matemática... Mas será que esses professores estão preparados para ministrar as aulas de Ed. Física? Segundo Devide (2013), “como um profissional de educação, sem formação superior em EF, terá condições de desenvolver um trabalho com os seus alunos, com fins de atingir sequer uma pequena parte destes aspectos propostos pelo PCN de EF?” Há alguns anos atrás, era comum que os cursos de graduação em pedagogia, não tivessem tanta preocupação com o ensino da Ed. Física, hoje em, dia isso vem mudando, sendo clara a atual preocupação em dar bases aos futuros pedagogos no que diz respeito a Ed. Física. Porém, essa base diz respeito à orientação e não a aplicação real da disciplina. Segundo Sayão (2002) falta ao educador à vivência de experiências corporais lúdicas através da brincadeira e dos jogos, para completar a sua ação pedagógica com as crianças. No que diz respeito aos cursos de Formação de professores (Ensino Médio) Ayoub (2005) afirma que “temas relacionados à área da educação física raramente são estudados nos cursos de formação de professores, ou, quando são, acabam sendo abordados equivocadamente de forma reducionista (p.144)”. 15 Sabe-se que o curso normal do ensino médio e o normal superior são frágeis e na maioria das vezes não instrumentaliza os futuros professores a atuarem com a Ed. Física no primeiro segmento de ensino (Freire, 1992). Muitas vezes, inclusive, as aulas destes cursos reproduzem aulas tradicionais, em que o aspecto motor, com ênfase no esporte como conteúdo central, a execução de fundamentos esportivos, a performance técnica e o ensino de regras são os objetivos finais, balizando critérios de avaliação (Barbosa, 1999). O profissional de Ed. Física deve ainda estar atento às fases do desenvolvimento motor, para criar aulas cada vez mais atraentes e conseguir assim obter êxito nos objetivos propostos. Sendo assim, se o profissional de Ed. Física estuda, se capacita para tal por que deixar que outros profissionais ministrem as aulas? Além disso, o CONFEF (Conselho Federal de Educação Física), junto com os CREF´s (Conselho Regional de Educação Física) diz em seu estatuto, que as atividades físicas devem ser ministradas por profissionais graduados em Ed. Física, sendo considerado exercício ilegal da profissão quando ministradas por não profissionais da área. Deixa claro em seu capítulo II 8º artigo, as atribuições do profissional de Ed. Física. Compete exclusivamente ao profissional de Ed. Física, coordenar, planejar, programar, prescrever, supervisionar, dinamizar, dirigir, organizar, orientar, ensinar, conduzir, treinar administrar, implantar, implementar, ministrar, analisar, avaliar e executar trabalhos, programas, planos e projetos, bem como, prestar serviços de auditoria, consultoria e assessoria realizar treinamentos especializados, participar de equipes multidisciplinares e interdisciplinares e elaborar informes técnicos, científicos e pedagógicos, todos nas áreas de atividades físicas, desportivas e similares. O CONFEF define atividade física sendo “todo movimento corporal voluntário humano, que resulta num gasto energético acima dos níveis de repouso, caracterizado pela atividade do cotidiano e pelos exercícios físicos”. 16 7. FASE MOTORA ESPECIALIZADA (UTILIZAÇÃO PERMANENTE NA VIDA DIÁRIA, RECREATIVA E COMPETITIVA) DE 7 A 10 ANOS (ESTÁGIO TRANSITÓRIO) DE 11 A 13 ANOS (ESTÁGIO DE APLICAÇÃO) 14 ANOS E ACIMA (ESTÁGIO DE UTILIZAÇÃO PERMANENTE) Cada faixa etária acima mencionada tem sua fase própria e importante no desenvolvimento, por isso cada uma delas deve ser respeitada, cabe ao profº conhecer cada uma dessas fases e respeitar suas individualidades e o tempo de cada criança, e neste aspecto o profº de Ed. Física é o que melhor se encaixa nessa afirmativa, já que o mais preparado dos profºs no que diz respeito a psicomotricidade. As crianças da educação infantil e do ensino fundamental I estão em fase de formação, de busca de conteúdo. São nessas fases que acontecem à preparação para o mundo externo, para a alfabetização, para o aprendizado em geral, para o desenvolvimento motor, etc. Daí a importância das aulas de Ed. Física nos anos iniciais. O Brincar da Ed. Física se diferencia ao de casa pelo fato de ser um brincar instruído, ensina, por exemplo, como movimentar o corpo, na escola o aluno está sendo instruído, monitorado o tempo todo. O brincar, que acontece com frequência nas aulas de Ed. Física, é de suma importância para o aprendizado dos conteúdos escolares, sendo contrário à forma somente falada da educação. VALLE (2010, p. 26) citando Vygotsky diz que: Vygotsky explica que, ao brincar, a criança interpreta as ações dos adultos, projetando-se no mundo deles, assumindo um comportamento e desempenhando papéis que nem sempre são infantis. O autor também destaca que, ao brincar, a criança altera a dinâmica da vida real, pois não reproduz o jogo da mesma forma em que a situação foi vivenciada. Segundo o autor, o “jogo da criança não é uma recordação simples do vivido, mas sim 17 a transformação criadora das impressões para a formação de uma nova realidade que responda às exigências e inclinações da própria criança” (VYGOTSKY, 1998, p. 12 em: A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.) O brincar é de vital importância para o desenvolvimento do ser humano, é tão importante para o desenvolvimento do organismo quanto o alimento, os exercícios, o repouso. O simples ato de brincar faz com que a criança não apenas imite o cotidiano, mas também a transforma. Através das brincadeiras, se imita, se imagina, vivencia, se cria, representa e se comunica. CANABARRO (2011) ainda diz que: O brincar permite que cada um seja autor de seus papéis, escolhendo-os, elaborando-os e agindo de acordo com suas fantasias e conhecimentos, podendo inclusive solucionar problemas que possam aparecer. Está é uma ocasião de internalizar e elaborar sentimentose emoções desenvolvendo o senso de justiça e moral como diz Piaget. A Ed. Física é a aula mais lúdica oferecida na escola. É nela que a criança cria, recria, pula, imagina, se diverte, corre, desenha, pinta, estimula-se. O LÚDICO que segundo o dicionário MICHAELIS (2011) quer dizer o que se refere a jogos e brincadeiras. O termo lúdico tem origem do latim ludus e significa jogo. É este termo que melhor abrange e define as atividades desenvolvidas nas aulas de Ed. Física. Quando estão brincando, as crianças não têm medo de errar processando seus conhecimentos. Brincar utilizando a música, as danças, às cantigas de rodas, poemas, lendas, historias, amplia o pensar sobre o mundo. Ajuda a formar os futuros cidadãos. Vygotsky ao observar as brincadeiras das crianças, já concluía que elas criavam suas situações imaginárias onde sempre existiam regras. Para Piaget (1978), portanto, ao brincar, a criança utiliza suas estruturas cognitivas e coloca em prática ações que estimulam sua aquisição de conhecimentos. 18 KICHIMOTO (1993, p. 110) diz que: (...) Brincando (...) as crianças aprendem (...) a cooperar com os companheiros (...). A obedecer às regras do jogo (...), a respeitar os direitos dos outros (...), a acatar a autoridade (...) a assumir responsabilidades, a aceitar penalidades que lhe são impostas (...), a dar oportunidades aos demais (...), a viver em sociedade. Além da Ed. Física ser responsável pelo desenvolvimento motor, à atividade física também combate diversas doenças ligadas ao sedentarismo como a diabetes, a obesidade, doenças cardíacas, promove o fortalecimento de músculos e articulações, entre vários outros benefícios. GALLAHUE, 2005. Diz que “o desenvolvimento motor é parte de todo o comportamento humano. O desenvolvimento cognitivo, o desenvolvimento afetivo e o desenvolvimento motor, estão relacionados”. O objetivo da Educação Física escolar de acordo com Barros, 1972 apud Costa, (2003, p. 16) é “desenvolver espontaneidade em diversas situações e o desenvolvimento orgânico e funcional, atribuídos a Ed. Física, melhoram os fatores de coordenação e execução dos movimentos”. O ideal seriam aulas de Ed. Física três vezes por semana, trinta minutos por dia, para descaracterizar a “inatividade” dos alunos, deixando-os na faixa etária dos considerados “ativos” e não sedentários. Já que muitos dos alunos só praticam exercícios na escola, devido a vários fatores entre eles a “era digital” (computadores, vídeo games, tabletes, celulares, etc.). 8. COMO É A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA Para tornar-se um profissional da área, o interessado deve fazer um curso superior reconhecido pelo Ministério da Educação. Uma dica muito boa é você visitar o portal do MEC: http://portal.mec.gov.br/instituicoes-credenciadas, e verificar se a 19 faculdade, a universidade ou o centro universitário que você pretende ingressar é reconhecido. Durante a graduação, o aluno terá que cumprir horas estágios, atividades complementares, aulas práticas e teóricas e no final do curso provavelmente realizará um projeto, monografia ou trabalho de conclusão de curso. Após receber o diploma, o profissional buscará uma sede do Conselho Regional de Educação Física, o CREF, solicitando a carteirinha. De acordo com o Conselho para se registrar é necessário: Documentação Necessária para Registro de Graduados Cópia autenticada do diploma; Cópia autenticada do Histórico Escolar Oficial; Cópia e original do RG e CPF; Cópia e original de Certidão de Casamento; Cópia e original de comprovante de Residência; Duas fotos 3×4 para documento oficial; Além desses documentos paga-se uma taxa de inscrição. Para se registrar e obter mais informação basta acessar a página do CREF da sua região. A formação pode ser licenciatura ou bacharelado. Se você é um apaixonado por sala de aula, gosta de crianças e tem toda uma didática para dar aula, a licenciatura está dentro do seu perfil. Em média são 3 anos de curso e é obrigatório o estágio nas escolas de ensino fundamental e médio. Agora se você gosta da vida agitada das academias, clubes, estúdios e spas o melhor é optar por bacharelado. Vale ressaltar que o profissional em bacharel não pode lecionar em escolas. 20 9. AS ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA A grande vantagem da nossa área de atuação é que ela é bem ampla e atualmente o mercado de trabalho carece de profissionais da educação, por isso acredito que a empregabilidade está em alta. Tanto a licenciatura quanto o bacharel preparam e inferem as atividades e exercícios físicos. Mas somente o licenciado poderá lecionar para educação infantil, ensino fundamental e ensino médio e também elaborar pesquisas científicas. Já a área do bacharel é mais vasta, o principal mercado de trabalho são academias, clubes, empresas e instituições privadas, condomínios, pousadas, resorts, colônias de férias e spas. O que vem ganhando cada vez mais espaço é o personal trainer que dá assistência personalizada e individual ao cliente. Podemos trabalhar como treinador, colaborador na área de reabilitação física e olha só que maravilha, você sabia que podemos trabalhar também com organização de eventos esportivos, como marketing esportivo, por exemplo? Porém em algumas dessas áreas de atuação são exigidas especializações. 10. EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR – COMO SE PREPARAR PARA AULAS EM ESCOLAS A priori, o professor deve conhecer os alunos, suas limitações, materiais disponíveis para então fazer o plano de aula. As aulas de Educação Física no ensino fundamental I, por exemplo, é muito esperada pelos pequenos e podem ser montadas aulas divertidas através de brincadeiras lúdicas e tradicionais que valoriza a cultura local. Já para os maiores, jogos de competição, esporte coletivo que demandam regras mais complexas. Planejar sempre as suas aulas segundo o espaço, o material e o número de alunos é fundamental. Lugares pequenos e com bastantes objetos não é indicado para uma aula que exigisse corrida e movimentos muito bruscos, porque o risco de acidentes seria maior. 21 11. PCN: OS PRINCIPAIS PARÂMETROS QUE DEVEM SER APRESENTADOS NO ENSINO FUNDAMENTAL Os primeiros Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) foram elaborados no ano de 1994 por um grupo de professores e pesquisadores selecionados pelo Ministério da Educação e Desporto e Secretaria de Ensino Fundamental. No ano de 1998 foram criados os PCNs para os ciclos 3º e 4º que corresponde de 5ª a 8º série, produzindo inclusive um documento, listado a seguir, para a área de Educação Física. A principal proposta para a Educação Física é ter a cidadania como um alicerce, ou seja, ela deve formar cidadãos que desenvolvam valores como dignidade, respeito mútuo e solidariedade ao participar de atividades físicas; Conhecer, valorizar, respeitar a diversidade das manifestações da cultura corporal; Reconhecer–se como parte do meio, praticando atos saudáveis e sabendo que essas práticas são boas para a saúde individual e coletiva; Identificar que somos todos diferentes tanto nos conceitos de saúde, como padrão de beleza e desempenho. Exigir e organizar espaços adequados para promover atividades físicas e de lazer. Os principais pontos apresentados para uma proposta de Educação Física cidadã são: Inclusão; Dimensões dos conteúdos; Temas transversais. A inclusão significa que as aulas de Educação Física devem ser ministradas para todos os alunos sem exceção, ou seja, sem discriminação ou preconceito com 22 alunos portadores de necessidades especiais, alunos com sobrepeso, alunos de etnias diferentes, alunos repetentes e/ou por gênero. Neste sentido entendo que os Parâmetros Curriculares propõem que as aulas de Educação Física tenham integração e que os professores devem incentivare promover alunos que de alguma forma se sente ou são excluídos. E também levantar essa discussão, fazer com que os alunos tenham essa consciência de inclusão. Neste sentido entendo que os Parâmetros Curriculares propõem que as aulas de Educação Física tenham integração. Os professores também devem incentivar e promover alunos que de alguma forma se sente ou são excluídos. Além de levantar essa discussão, é importante que os alunos tenham essa consciência de inclusão. O segundo ponto são as dimensões dos conteúdos, isto é, as aulas práticas, como é o caso dos esportes, danças, brincadeiras dirigidas e jogos, uma vez que eles devem ser ensinados e refletidos pelos alunos. Através de tais atividades os alunos conhecerão o seu próprio corpo, quais as atitudes que eles devem ter quando praticam essas atividades corporais e por quê eles estão realizando essas atividades. Por exemplo, supomos que os alunos estão aprendendo atletismo, além do conhecimento adquirido eles saberão quais os benefícios resultantes dessa prática esportiva, pois as pessoas praticam atletismo, qual o vínculo desse esporte com os meios de comunicação, etc. O terceiro ponto são os temas transversais que são trabalhados por todas as disciplinas escolares, são eles: Ética; Meio ambiente; Trabalho e consumo; Orientação sexual; 23 Pluralidade cultural; Saúde. Como são temas sociais inseridos em nossa realidade, os PCNs têm como principal proposta à cidadania, cabe à escola desenvolver no aluno a capacidade de refletir, opinar e participar desses temas. 12. COMO A EDUCAÇÃO FÍSICA É APRESENTADA NO ENSINO MÉDIO No ano passado foi divulgada uma medida provisória em que a Educação Física seria uma das disciplinas que poderia tornar-se facultativa no ensino médio e que cá entre nós, seria extremamente plangente. O CONFEF (Conselho Federal de Educação Física) repudiou tal medida e declarou que o governo estava andando na contramão no que diz pesquisas recentes sobre o alto grau de obesidade e sedentarismo na idade infanto-juvenil. Por hora o governo voltou atrás. Segundo os Parâmetros Curriculares, o objetivo é apresentar a Educação Física de forma lúdica, educativa e contributiva para introduzir o conhecimento aos alunos, dando continuidade ao trabalho feito durante o ensino fundamental, porém há uma evasão considerável nas aulas dessa disciplina no ensino médio. Para o professor é um desafio buscar os interesses dos alunos pelas aulas e assim conseguir atingir o objetivo proposto. Segundo os mesmos Parâmetros Curriculares, com o progresso da tecnologia adquirimos aspectos positivos e negativos. Em relação aos enfoques negativos, muitos jovens estão expostos a doenças psicossomáticas como a ansiedade, a frustração, a depressão e a insatisfação. E em relação ao corpo, doenças como obesidade e hipertensão arterial, adquiridas principalmente com o sedentarismo. A Educação Física neste sentido tem um papel fundamental, pois cabe ao professor desenvolver projetos que incluam alunos em programas que reverencia a 24 prática de atividades físicas, alongamentos, relaxamento, jogos e esportes e produza com isso uma melhor qualidade de vida e bem-estar. A prática de esportes é fundamental para o aluno desenvolver habilidades não só do ponto de vista físico, mas também emocional como, por exemplo, saber ganhar e perder, trabalhar em conjunto e também a tomada de decisões para seu desenvolvimento. Compete ao professor apresentar debates com assuntos de interesse da comunidade como higiene, primeiros socorros e saúde. 25 REFERÊNCIAS BASEI, A.P. A educação física na Educação Infantil: a importância do movimentar-se e suas contribuições no desenvolvimento da criança. Revista Iberoamericana de Educación nº 47/3 – 25 de octubre de 2008. BENTO, Antonio. Como Fazer uma revisão de literatura: Considerações teóricas e praticas. Revista JA (Associação Academica da Universidade da Madeira), nº65, Ano VII, p.42-44,2012. 1. BONA, V. de. Tecnologia e infância: ser criança na contemporaneidade. 2010. Disponível em: http://www.bdtd.ufpe.br/handle/123456789/3812. Data de acesso: 20 nov 2017. CAMPÃO, D.S; CECCONELLO, A. P. A contribuição da Educação Física no desenvolvimento psicomotor na Educação infantil. Buenos Aires: Revista Digital, ano 13, n 123, agosto de 2008. FONSECA, V. Manual de Observação psicomotora: Significação psiconeurológica dos fatores psicomotores. Porto Alegre: Artes Médicas. 1995 GALLARDO, Jorge S. et al. Educação física escolar: do berçário ao ensino médio. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. HAMZE, A. Educação como desenvolvimento global. Canal do Educador. Brasil Escola, 2017. MAGNABOSCO, M.; SILVA, M. C. O fim da infância. Anais do I Simpósio de Tecnologia e Sociedade Curitiba. UTFPR/PPGTE. MATTOS, Mauro Gomes; NEIRA, Marcos Garcia. 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