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Gestão Ambiental -Barsano & Barbosa -1.ed

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Vice‑presidente Claudio Lensing
Gestora do ensino técnico Alini Dal Magro
Coordenadora editorial Rosiane Ap. Marinho Botelho
Editora de aquisições Rosana Ap. Alves dos Santos
Assistente de aquisições Mônica Gonçalves Dias
Editoras Márcia da Cruz Nóboa Leme
Silvia Campos Ferreira
Assistentes editoriais Paula Hercy Cardoso Craveiro
Raquel F. Abranches
Rodrigo Novaes de Almeida
Editor de arte Kleber de Messas
Assistentes de produção Fabio Augusto Ramos
Katia Regina
Assistentes de produção Sergio Luiz P. Lopes
http://www.editorasaraiva.com.br/contato
Preparação de texto Carla de Oliveira Morais Tureta
Nathalia Ferrarezi
Diagramação Ione Franco
Capa Maurício S. de França
Ilustrações Felipe Veríssimo
Adaptação para eBook Cinthia Guedes
ISBN 9788536528830
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
ANGÉLICA ILACQUA CRB-8/7057
Barsano, Paulo Roberto
Gestão ambiental / Paulo Roberto Barsano, Rildo Pereira Barbosa. – 1.
ed. – São Paulo : Érica, 2014. –
Bibliografia
ISBN 9788536528830
1. Desenvolvimento sustentável 2. Direito ambiental - Brasil 3. Ecologia 4.
Gestão ambiental 5. Impacto ambiental 6. Meio ambiente 7. Política
ambiental 8. Proteção ambiental I. Barbosa, Rildo Pereira. II. Título.
CDD-363.7
Índices para catálogo sistemático:
1. Gestão ambiental 363.7
Copyright© 2014 Saraiva Educação
Todos os direitos reservados.
1a edição
5ª tiragem 2017
Autores e Editora acreditam que todas as informações aqui apresentadas estão
corretas e podem ser utilizadas para qualquer fim legal. Entretanto, não existe
qualquer garantia, explícita ou implícita, de que o uso de tais informações
conduzirá sempre ao resultado desejado. Os nomes de sites e empresas,
porventura mencionados, foram utilizados apenas para ilustrar os exemplos,
não tendo vínculo nenhum com o livro, não garantindo a sua existência nem
divulgação.
A Ilustração de capa e algumas imagens de miolo foram retiradas de
www.shutterstock.com, empresa com a qual se mantém contrato ativo na data
de publicação do livro. Outras foram obtidas da Coleção
MasterClips/MasterPhotos© da IMSI, 100 Rowland Way, 3rd floor Novato, CA
94945, USA, e do CorelDRAW X6 e X7, Corel Gallery e Corel Corporation
Samples. Corel Corporation e seus licenciadores. Todos os direitos reservados.
Todos os esforços foram feitos para creditar devidamente os detentores dos
direitos das imagens utilizadas neste livro. Eventuais omissões de crédito e
copyright não são intencionais e serão devidamente solucionadas nas próximas
edições, bastando que seus proprietários contatem os editores.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou
forma sem a prévia autorização da Saraiva Educação. A violação dos direitos
autorais é crime estabelecido na lei nº 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do
Código Penal.
CL 642187
Agradecimento
A Deus, por proporcionar mais este projeto de vida, bem como
transformar um menino pobre em um escritor brilhante.
Aos meus pais, Paulo Barsano (in memoriam) e Maria Barsano,
por tanta simplicidade, afeto, carinho e amor na educação dos seus
três filhos.
À minha filha, Sofia Barsano, beleza inexplicável como o nascer
do sol, inspiração espiritual para os que a cercam, sensibilidade
natural, por tanta energia, garra, perseverança e alegria.
À minha amada, Suerlane Soares, moça bonita, simplicidade que
conquista, por tanto apoio e confiança depositados neste oitavo
projeto de vida.
Aos meus ilustres leitores, que, em algum dia, deram um voto de
confiança em alguma das minhas obras.
A todos que, direta ou indiretamente, acreditaram, incentivaram e
concorreram para o sucesso deste livro didático, uma essencial
ferramenta a todos os estudiosos e amantes da segurança do
trabalho.
Meu eterno agradecimento.
Paulo Roberto Barsano
Agradeço a Deus, em primeiro lugar.
À minha esposa, Tereza, e ao meu filho amado Vitor.
Aos meus amigos e familiares, em especial ao Antônio Carlos,
pela força.
À minha mãe, por suas orações e seu amor.
Aos nobres leitores, por prestigiarem nosso trabalho.
À Editora Érica, por mais uma oportunidade, e à Editora Saraiva
por continuar acreditando nessa parceria de sucesso.
Rildo Pereira Barbosa
Sobre os autores
Paulo Roberto Barsano, natural de Juara, Mato Grosso, é
professor e escritor. Palestrante e conferencista de reconhecimento
internacional. Graduado em Licenciatura em Matemática pela
Universidade Paulista (UNIP) e em Tecnologia de Segurança do
Trabalho pela Universidade de Santo Amaro (UNISA).
Professor especialista em segurança do trabalho e meio
ambiente. Professor titular de segurança do trabalho do Instituto
Tecnológico de Barueri, aprovado pelo concurso público FIEB
01/2008 em primeiro lugar. Tutor da Escola Superior de
Administração Fazendária (ESAF) nos cursos à distância de
Disseminadores de Educação Fiscal e Cidadania. Atuou como
auditor interno das normas ISO 9001 e SA 8000, no poder legislativo
de Barueri, por quase três anos.
Autor de uma série de livros, incluindo: Segurança do Trabalho
para Concursos Públicos, pela Editora Saraiva; Segurança do
Trabalho - Guia Prático e Didático; Meio Ambiente - Guia Prático e
Didático; Ética e Cidadania Organizacional - Guia Prático e Didático;
Administração - Guia Prático e Didático, pela Editora Érica.
Rildo Pereira Barbosa, natural de Osasco, São Paulo, é formado
em Segurança do Trabalho pelo Instituto Técnico de Barueri,
Bombeiro Civil pelo Centro Profissionalizante de Bombeiros Civis do
Estado de São Paulo (CPBCESP) e certificado em Conscientização
Ambiental - ISO 14.001 e em Coleta Seletiva pela escola de
treinamentos Visão e Ação. Intelectual, autodidata ambientalista,
desenhista e escritor; é coautor dos livros Segurança do trabalho -
Guia Prático e Didático; Meio ambiente - Guia Prático e Didático,
além de ilustrador do livro Segurança do Trabalho para Concurso
Público e especialista em segurança patrimonial.
Sumário
Agradecimento
Sobre os autores
Apresentação
Capítulo 1 - Ecologia e Meio Ambiente
1.1 Brasil e suas riquezas naturais
1.2 Ecologia
1.3 Flora e fauna
1.3.1 Mata Atlântica
1.3.1.1 Características da Mata Atlântica
1.3.1.2 Curiosidades sobre a Mata Atlântica
1.3.2 Floresta Amazônica
1.3.2.1 Características da Floresta Amazônica
1.3.2.2 Problemas enfrentados pela Floresta Amazônica
1.3.2.3 Aniversário da Floresta Amazônica
1.3.3 Cerrado
1.3.3.1 Características do Cerrado
1.3.3.2 Curiosidades sobre o Cerrado
1.3.3.3 Aniversário do Cerrado
1.3.4 Caatinga
1.3.4.1 Características da Caatinga
1.3.4.2 Curiosidades sobre a Caatinga
1.3.4.3 Aniversário da Caatinga
1.3.5 Pantanal
1.3.5.1 Geografia do Pantanal
1.3.5.2 Características do Pantanal
1.3.5.3 Curiosidades sobre o Pantanal
1.3.5.4 Economia do Pantanal
Capítulo 2 - Legislação Ambiental
2.1 Visão histórica
2.2 Primeiros instrumentos legais
2.3 Constituição Federal de 1988
2.3.1 Garantias constitucionais do meio ambiente
2.3.2 Lei de crimes ambientais
2.4 Política Nacional do Meio Ambiente
2.4.1 Objetivos da Política Nacional
2.5 Políticas integrantes da PNMA
2.5.1 Política Nacional de Resíduos Sólidos
2.5.1.1 Responsabilidade compartilhada
2.5.1.2 Logística reversa7
2.5.2 Política Nacional de Mudanças Climáticas
2.5.3 Política Nacional de Recursos Hídricos
Capítulo 3 - Impactos Ambientais
3.1 Ecossistemas
3.3 Poluição do solo
3.3.1 Erosão e desertificação do solo
3.3.2 Contaminação do solo
3.3.3 Impactos industriais
3.3.4 Impactos diversos
3.4 Poluição das águas
3.4.1 Outras fontes de poluição
3.5 Poluição do ar
3.5.1 Efeitos globais
3.5.2 Aquecimento global
3.5.3 Destruição da camada de ozônio
3.5.4 Chuvas ácidas
3.6 Políticas internacionais
Capítulo 4 - Desenvolvimento Sustentável
4.1 Visão histórica
4.2 Limites do crescimento
4.3 Nosso futuro comum
4.3.1 Agenda 21
4.4 Sustentabilidade corporativa
4.4.1 Stakeholders
4.4.2 Triple bottomline
4.4.3 Global Reporting Initiative
4.4.4 Índices de sustentabilidade
4.5 Responsabilidade social
4.5.1 Pacto Global
Capítulo 5 - Produção Mais Limpa
5.1 Introdução à Produção Mais Limpa (PML)
5.1.1 Conceitos da PML
5.1.2 Declaração Internacional sobre Produção Mais Limpa
5.1.3 Diretrizes e objetivos da PML
5.2 Ecoeficiência
5.2.1 A ecoeficiência no Brasil
5.3 Mercado de carbono
5.3.1 Crédito de carbono
5.4 Soluções ambientais
5.4.1 Pirólise
5.4.3 Compostagem
Capítulo 6 - Qualidade Ambiental
6.1 Padrões de qualidade ambientais
6.2 Aspectos legais da qualidade ambiental
6.2.1 Lei Federal de Saneamento Básico
6.2.2 Lei Federal de Consórcios Públicos
6.3 Saneamento - Definições e conceitos
6.3.1 Abastecimento da água
6.3.2 Esgoto
6.4 Resíduos sólidos urbanos
6.5 Drenagem de águas pluviais
6.6 Controle de vetores
Capítulo 7 - Gestão Ambiental
7.1 Conceito de gestão ambiental
7.2 Sistema de Gestão Ambiental (SGA)
7.2.1 Definições do SGA
7.2.2 Auditorias do SGA
7.3 Rotulagem ambiental
7.3.2 Rotulagem ambiental x certificação ambiental
7.3.3 Programas de rotulagem ambiental
7.3.4 Classificação dos programas de rotulagem ambiental
7.4 Avaliação do Ciclo de Vida (ACV)
7.5 Avaliação de Desempenho Ambiental (ADA)
7.5.1 Fases da ADA
7.6 Valorização ambiental
7.6.1 Introdução
7.6.2 Coleta seletiva
7.6.3 Reciclagem de resíduos
7.6.3.1 Reciclagem de pneus
7.6.3.2 Reciclagem de vidros
7.6.3.3 Reciclagem de metais
7.6.3.4 Reciclagem de entulhos
7.6.3.5 Reciclagem de pilhas e baterias
Capítulo 8 - Gerenciamento de Resíduos
8.1 Definições iniciais
8.2 Resíduos industriais
8.3 Classificação de resíduos
8.3.1 Resíduos sólidos
8.3.2 Resíduos líquidos
8.3.3 Resíduos radioativos
8.3.3.1 Armazenamento de resíduos radioativos
8.3.3.2 Transporte de resíduos radioativos22
8.3.4 Resíduos biológicos
8.3.4.1 Tipos de agentes biológicos
Vírus
Fungos
8.4 Resíduos de saúde
8.4.1 Atribuições do empregador
8.4.2 Segregação dos resíduos
8.4.3 Recipientes
8.4.4 Sala de armazenamento
8.4.5 Transporte dos resíduos
8.4.6 Destinação de resíduos de saúde
8.4.6.1 Disposição final de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS)(critérios
mínimos)
Bibliografia
Glossário
Apresentação
Nobre leitor, é com enorme satisfação que apresentamos a obra
intitulada Gestão Ambiental - Guia Prático e Didático.
Ela é dedicada a todos os profissionais da área ambiental,
inclusive professores, instrutores e alunos dos cursos técnicos e de
graduação, cujas disciplinas pertencem ao eixo tecnológico:
Ambiente, Saúde e Segurança.
O livro, além de estar de acordo com o conteúdo programático
exigido pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) para os cursos
dessa área, também é indicado para os autodidatas, pois aborda
todos os assuntos numa linguagem simples, objetiva e didática, de
tal forma que a cada capítulo o leitor possa praticar exercícios de
revisão e fixação, para melhor compreensão do conteúdo.
Compõe-se de oito capítulos, distribuídos da seguinte forma:
Capítulo 1 (Ecologia e Meio Ambiente): introduz de maneira
simples e objetiva os temas mais relevantes da área ambiental.
Conceitua de forma didática a fauna e a flora brasileiras:
ecossistemas, principais animais em extinção e seu habitat,
destacando suas prinicipais características regionais.
Capítulo 2 (Legislação Ambiental): trata das principais leis e
políticas ambientais, seus conceitos, objetivos, diretrizes e um
resumo histórico até os dias atuais, leis essas que devem ser
seguidas para a preservação, melhoria e recuperação ambiental.
Capítulo 3 (Impactos Ambientais): ensina os principais impactos
ambientais ocasionados pelo homem em várias esferas: no trabalho,
no processo de industrialização, na ausência dos poderes públicos e
na falta de consciência ambiental, além de abordar a questão do
aquecimento global, suas causas e seus efeitos negativos no meio
ambiente.
Capítulo 4 (Desenvolvimento Sustentável): aborda a questão do
meio ambiente sobre a temática da sustentabilidade para o
desenvolvimento tecnológico, econômico e social sem degradar os
recursos naturais, os ecossistemas e os principais indicadores de
controle.
Capítulo 5 (Produção Mais Limpa): trata da produção mais limpa
e dos seus objetivos, introduz os conceitos de ecoeficiência nos
setores produtivos e o mercado de créditos de carbono. Finaliza
abordando alguns exemplos de soluções ambientais para o setor
produtivo.
Capítulo 6 (Qualidade Ambiental): aborda os aspectos sanitários
para a prevenção de doenças à saúde pública e a prevenção
ambiental e como forma de melhorias no aspecto social, tratando do
abastecimento de água, dos sistemas de esgoto, dos manejos de
resíduos sólidos nos centros urbanos, do controle de vetores e das
principais leis sobre estes assuntos.
Capítulo 7 (Gestão Ambiental): trata da gestão ambiental nas
empresas e nos órgãos públicos. Aborda o Sistema de Gestão
Ambiental (SGA), ISO 14001, os certificados de excelência, as
auditorias ambientais, a rotulagem ambiental e a análise do ciclo de
vida do produto. Explica a coleta seletiva, sua finalidade e
destinação dos produtos, o reaproveitamento de resíduos como
pneus, pilhas, baterias, vidro, metais e entulhos, seus ganhos
ambientais e econômicos.
Capítulo 8 (Gerenciamento de Resíduos): finaliza a obra
comentando as principais legislações relacionadas ao
gerenciamento de resíduos. Define de maneira precisa os principais
resíduos (sólidos, líquidos, radioativos e biológicos) e sua correta
destinação.
Boa leitura!
Os autores
1
Ecologia e Meio Ambiente
1.1 Brasil e suas riquezas naturais
O Brasil é conhecido por suas belezas naturais como o país mais
rico em número de espécies de seres vivos do mundo. Além da beleza
de suas praias, rios e mares, ele detém a parte mais extensa da maior
planície inundável do mundo - o Pantanal - e da maior floresta úmida
do mundo - a Floresta Amazônica, cuja fauna e flora a todos
encantam.
Além de um ecossistema bem variado, o Brasil possui muitas
praias com vegetação caraterística do nordeste brasileiro, como, por
exemplo, as praias do litoral pernambucano.
Como em todo lugar onde há beleza, há também tristeza. Por
exemplo, no Brasil há tanta terra, tanta água para matar a sede, rios
de tamanhos imensuráveis, como o Rio São Francisco, artéria
brasileira que banha diversas terras do seu rico solo, no entanto
algumas regiões do País ainda sofrem com falta de água e comida.
Poderia ser muito bom plantar, cultivar e colher frutos, legumes,
distribui-los de forma igualitária e justa, porém o ser humano é egoísta
e não sabe valorizar quem mais o ajuda: a natureza.
Fotos: Arquivos
Figura 1.1 - Vista frontal da Praia dos Carneiros, no município de Tamandaré-PE,
em março de 2012.
Para tentar preservar essas belezas naturais, diversos organismos
de proteção ambiental, a exemplo do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), buscam
incessantemente, por meio de conscientizações públicas, leis,
regulamentações técnicas e pareceres normativos, manter toda essa
biodiversidade.
A partir de agora, veremos ao longo dos capítulos um pouco
dessas belezas naturais, algumas tristezas ambientais e muitas
soluções para uma vida mais justa.
1.2 Ecologia
A ecologia é uma das ciências de maior interesse na atualidade. A
palavra ecologia foi criada há mais de cem anos pelo biólogo alemão
Ernest Heinric Haeckel (1834-1919), que uniu dois termos gregos:
oikos, que significa ‘casa’, e logos, que significa ‘estudo’. Logo, a
ecologia é a ciência que estuda as “casas naturais”, ou seja, os
diversos ambientes da natureza, incluindo as relações dos seres vivos
entre si e com o ambiente.
Esta ciência ajuda a compreender a importância de cada espécie
na natureza e a neces-sidade de preservar os vários ambientes
naturais que a Terra abriga.
Nosso planeta é constituído de seres vivos de várias espécies e,
apesar de terem características diferentes uns dos outros, eles
interagem para o equilíbrio da natureza e, consequentemente, a
preservação da vida. Há outros fatores que devemser observados na
análise de um grupo vivente dentro dessa variedade de espécies,
como espaço físico, temperatura, localização etc. Essa multiplicidade
de seres vivos e como se distribuem no planeta chama-se
biodiversidade (bio = vida; diversidade = grande variedade)
(BARSANO; BARBOSA, 2012a).
Cada espécie pertence a um determinado ecossistema , que é o
conjunto específico no qual habita, sendo constituído de:
» Fatores bióticos: efeitos causados pelas diversas
populações, umas com as outras; exemplo: controle habitacional
através da cadeia alimentar.
» Fatores abióticos: são os efeitos causados por fatores
externos: água, solo, ar, sol etc.
» Biocenose : os seres vivos em geral (fauna, flora, micróbios
etc.).
Os fatores abióticos e o espaço físico (terra, água ou ar) são os
elementos que acondicionam de forma diferenciada as espécies em
seu habitat (latim = ele habita). Quando há vários ecossistemas em
uma determinada localidade, temos a formação de um bioma , como,
por exemplo, a Floresta Amazônica, que é um bioma com vários
ecossistemas diferentes de seres vivos e vegetação.
Logo, bioma é o conjunto de ecossistemas, e todos os biomas do
planeta formam a biosfera.
1.3 Flora e fauna
Definimos flora como o conjunto de espécies vegetais (plantas,
árvores e matas) de uma determinada região ou ecossistema. Este
termo é muito utilizado em botânica.
Cartógrafo: Julio M.F. Silva
Figura 1.2 - Mapa de vegetação do Brasil, representando as diversas riquezas
naturais espalhadas pelo País. Fernando Toscano, 2007.
A flora de uma região pode ser muito rica, ou seja, com muita
variedade de espécies vegetais. É o que ocorre, por exemplo, com a
flora brasileira, que abriga diversos ecossistemas, como Amazônia,
Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pantanal, entre tantas outras
belezas naturais. Cada um desses ecossistemas possui flora
específica, adaptada às condições ambientais da região, conforme
veremos a seguir.
A fauna, por sua vez, é o conjunto de espécies animais que vivem
numa determinada área (floresta, país, ecossistema). Numa
determinada região, a fauna pode ser muito variada, dependendo das
condições ambientais existentes. A fauna brasileira, por exemplo, é
extremamente rica em espécies animais, pois o País possui uma
enorme variedade de ecossistemas. Veja a seguir os principais
animais da fauna brasileira:
» Mamíferos: onça-pintada, anta, lobo-guará, veado, capivara,
lontra, tatu.
» Répteis: jacaré, tartaruga, cobra (jiboia, cascavel, coral,
sucuri, jararaca).
» Peixes: peixe-boi, pirarucu, pintado, traíra, pacu, corvina,
cavala, lambari, dourado, piranha, tucunaré.
» Anfíbios: sapos, rãs, pererecas.
» Aves: papagaio, arara, maritaca, garça, tucano, pardal,
gavião, coruja.
» Insetos: abelha, vespa, besouro, cupim, formiga.
1.3.1 Mata Atlântica
A Mata Atlântica é uma das mais importantes florestas tropicais do
mundo, apresentando uma rica biodiversidade de plantas e árvores.
Ela é uma formação vegetal que está presente em grande parte da
região litorânea brasileira. Ocupa, atualmente, uma extensão de
aproximadamente 110 mil quilômetros quadrados.
Infelizmente, a Mata Atlântica encontra-se em constante processo
de extinção, que ocorre desde a chegada dos portugueses ao Brasil
(1500), quando foi iniciada a extração do pau-brasil, importante árvore
da Mata Atlântica.
Hoje em dia, a especulação imobiliária, o corte ilegal de árvores,
a poluição ambiental e tantas outras covardias ambientais são os
principais fatores responsáveis pela extinção dessa mata, sendo, por
isso, considerada a floresta tropical mais ameaçada do mundo.
DuqueVisconde/Wikimedia Commons
Figura 1.3 - Área de Mata Atlântica devastada nas proximidades de Cascalheiras,
em Três Lagoas-MS, 2007.
1.3.1.1 Características da Mata Atlântica 
A Mata Atlântica apresenta as seguintes características:
» floresta fechada e densa, formada por árvores de médio e
grande porte;
» biodiversidade rica em espécies animais e vegetais;
» microclima formado pelas árvores de grande porte, trazendo
sombra e umidade à mata, lugar de abrigo para muitos animais;
» fauna rica com diversas espécies de mamíferos, anfíbios, aves,
insetos, peixes e répteis;
» na região da Serra do Mar, forma-se na Mata Atlântica uma
constante neblina.
Foto: Arquivos
Figura 1.4 - Vegetação nativa da Serra do Mar, à beira da Rodovia Mogi-Bertioga
em SP, 2012. Típico exemplo de Mata Atlântica ainda preservada pelas autoridades
ambientais.
Tabela 1.1 - Exemplos de espécies da fauna e da flora presentes na Mata
Atlântica
Espécies vegetais da Mata Atlântica Espécies animais da Mata Atlântica
» Acácia
» Andira
» Begônias
» Bromélias
» Figueiras
» Jacarandá
» Jequitibá-rosa
» Palmeiras
» Pau-brasil
» Peroba
» Quaresmeira
» Anta
» Capivara
» Jaguatirica
» Muriqui
Animais em risco de extinção
» Arara-azul-pequena
» Bugio
» Mico-leão-dourado
» Onça-pintada
» Tamanduá-bandeira
» Tatu-canastra
1.3.1.2 Curiosidades sobre a Mata Atlântica 
A Mata Atlântica, por sua imensa biodiversidade, apresenta muitas
curiosidades. Vejamos algumas delas:
» A borboleta-azul era muito comum na Mata Atlântica, mas
antigamente sua espécie era morta e suas asas transformadas
em quadros, que eram comprados pelos turistas.
» A região da Mata Atlântica ainda é habitada por alguns povos
indígenas, como as tribos Kaiagang, Terena, Potiguara, Kadiweu,
Pataxó, Wassu, Krenak, Guarani, Kaiowa e Tupiniquim.
» A Mata Atlântica é a segunda maior floresta brasileira em
extensão territorial, perdendo apenas para a Floresta Amazônica.
1.3.1.3 Aniversário da Mata Atlântica 
O Dia da Mata Atlântica é comemorado em 27 de maio.
1.3.2 Floresta Amazônica
A Floresta Amazônica, por sua variedade de espécies vegetais e
animais, por abrigar muitas tribos indígenas, e até hoje haver fauna e
flora desconhecidas pelos ambientalistas, é considerada a floresta
tropical mais importante do mundo, também denominada “pulmão do
mundo”.
Ela é situada na região norte da América do Sul e possui uma
extensão de aproximadamente 7 mil quilômetros quadrados,
espalhada por territórios do Brasil, Venezuela, Colômbia, Peru,
Bolívia, Equador, Suriname, Guiana e Guiana Francesa. No entanto,
sua maior parte está localizada no território brasileiro (Estados do
http://www.suapesquisa.com/paises/bolivia
Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima, Mato Grosso,
Tocantins e parte do Maranhão).
Cartógrafo: Julio M.F. Silva
Figura 1.5 - Mapa geopolítico que representa os Estados da Amazônia Legal.
OS2Warp, em outubro/2005.
Neste sentido, Youssef (1997), em sua obra,1 define de forma
didática essa magnífica floresta:
(...) A Floresta Amazônica é um mundo de sombras, calor e umidade.
As copas das gigantescas árvores impedem a entrada de luz,
dificultando o crescimento de vegetação rasteira, como as gramíneas.
O caminho é fácil, mas quente e abafado. O calor e a umidade fazem
apodrecer rapidamente folhas, galhos e frutos que caem das árvores.
Lá em cima, por entre os galhos carregados de orquídeas e
bromélias, um bando de macacos divide espaço e comida com
tucanos, araras e centenas de outros pássaros. Todos excelentes
trepadores, capazes de se equilibrar até nos ramos mais finos.
Mais abaixo estão as preguiças, tão imóveis que mal dá para
percebê-las. Ali também vive o tamanduá-mirim, seguro nos galhos
com a cauda comprida e as garras possantes.
1.3.2.1 Características da Floresta Amazônica
Cobrindo quase toda a Amazônia, está a maior floresta tropical da
Terra - Floresta Amazônica. Sobrevoar essa imensa área é descobrir
um exuberante tapete verde projetado pelas copas das gigantescas
árvores que se tocam.
Ela tem por característica ser uma floresta tropical fechada,
formada em boa parte por árvores de grande porte, situando-se
próximas uma das outras, por isso este nome (floresta fechada).
O solo dessa floresta é rico em minérios de ferro, manganês,
estanho, ouro, esmeraldas, diamantes e outros, porém é pobre em
substâncias necessárias à sobrevivência dos vegetais, pois possui
apenas umafina camada de nutrientes. Essa camada é formada pela
decomposição de folhas, frutos e animais mortos, material essencial
para as milhares de espécies de plantas e árvores que se
desenvolvem nessa região.
Outra característica da Floresta Amazônica é o perfeito equilíbrio
do ecossistema. Tudo que ela produz é aproveitado de forma eficiente.
A grande quantidade de chuvas na região também colabora para o seu
perfeito desenvolvimento.
Como as árvores crescem muito juntas umas das outras, as
espécies de vegetação rasteira estão presentes em pouca quantidade
na floresta, pois com a chegada de poucos raios solares ao solo, esse
tipo de vegetação não consegue se desenvolver. O mesmo vale para
os animais.
A maior parte das espécies da Floresta Amazônica vive nas árvores
e é de pequeno e médio porte. Como exemplo temos os macacos,
cobras, marsupiais, tucanos, pica-paus, roedores, morcegos etc.
Por estar situada próximo à linha do equador, seu clima é o
equatorial, ou seja, as temperaturas são elevadas e o índice
pluviométrico (quantidade de chuvas) também. Por exemplo, num dia
típico na Floresta Amazônica, podemos encontrar muito calor durante
o dia, com chuvas fortes no final da tarde.
1.3.2.2 Problemas enfrentados pela Floresta Amazônica
A Floresta Amazônica sofre covardemente com o desmatamento
ilegal e predatório provocado pelo homem, pois é comum madeireiras
instalarem-se na região para cortar e vender troncos de árvores
nobres de forma clandestina.
Há também os fazendeiros gananciosos que provocam queimadas
na floresta para ampliação de áreas de cultivo (principalmente de
soja).
Esses dois problemas citados preocupam e muito os cientistas e
ambientalistas do mundo inteiro, pois em pouco tempo podem
provocar um desequilíbrio no ecossistema da região, colocando em
risco toda a fauna e flora da Floresta Amazônica.
Há outro problema, mais recente, que é a biopirataria na Floresta
Amazônica. A “biopirataria” acontece quando cientistas estrangeiros
entram na floresta para obter amostras de plantas ou espécies de
animais sem autorização das autoridades brasileiras. Levam-nas para
seus países, pesquisam e desenvolvem substâncias, registrando
patente e depois lucrando com isso.
O maior problema disso é que o Brasil teria de pagar, futuramente,
para utilizar substâncias cujas matérias-primas são originárias do seu
próprio território.
Também há o problema da descoberta de ouro na região
(principalmente no estado do Pará), sendo muitos rios contaminados
pelo mercúrio usado pelos garimpeiros na extração do ouro, assim
como peixes e os índios da região que utilizam essas águas para
muitas finalidades de seu dia a dia. 
1.3.2.3 Aniversário da Floresta Amazônica
O Dia da Floresta Amazônica é comemorado em 05 de setembro.
1.3.3 Cerrado
É formado por árvores pequenas de casca grossa, galhos
retorcidos, flores e folhas que parecem cera.
Encontramos a vegetação do Cerrado principalmente na região
centro-oeste do Brasil, nos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul, Goiás e Tocantins, sendo encontrada também no oeste de Minas
Gerais e no sul do Maranhão e Piauí.
A agricultura nessa região, principalmente de soja, e a pecuária de
corte vêm diminuindo infelizmente nesse tipo de vegetação. Nos
últimos 50 anos, a vegetação do Cerrado passou a ter metade do
tamanho original.
Figura 1.6 - Ipê-amarelo-cascudo (Tabebuia chrysotricha), árvore típica do
Cerrado brasileiro, em Avaré-SP, 2011.
1.3.3.1 Características do Cerrado
São características do Cerrado, diferenciando-o dos demais
ecossistemas, as seguintes:
» árvores pequenas de galhos tortuosos e casca grossa;
» apesar da aparência ressecada, a vegetação do Cerrado não
sofre falta de água, pois as raízes dos arbustos são profundas,
conseguindo alcançar profundidades de cerca de 20 metros;
» as folhas são cobertas de pelos;
» presença de gramíneas e ciperáceas no estrado das árvores;
» é uma vegetação típica em regiões de solo de composição
arenosa e com as estações climáticas definidas (uma época de
chuva e outra seca).
Tabela 1.2 - Exemplos de espécies da fauna e da flora presentes no Cerrado
brasileiro
Espécies vegetais do Cerrado Espécies animais do Cerrado
»Antonia
»Connarus
» Ipê-amarelo
»Jacarandá
»Lixeira
»Micônia
»Pau-santo
»Pequi
»Rústia
»Salácia
»Terminália
»Anta
»Ariranha
»Cachorro-do-mato
»Cachorro-vinagre
»Capivara
»Cervo
»Gambá
»Gato-palheiro
»Lobo-guará
»Lontra
»Macaco-prego
»Onça-pintada
»Porco-espinho
»Preá
»Quati
»Queixada
»Tamanduá-bandeira
»Tapiti
»Veado-mateiro
1.3.3.2 Curiosidades sobre o Cerrado 
» O solo do Cerrado é muito rico em alumínio, que penetra nas
plantas juntamente com a água.
» Os principais arbustos encontrados no Cerrado são o pau-
santo, o pequi e a lixeira.
1.3.3.3 Aniversário do Cerrado 
O Dia do Cerrado é comemorado em 11 de setembro.
1.3.4 Caatinga
A palavra Caatinga, em tupi, quer dizer mata branca, devido ao seu
aspecto esbranquiçado originado pela prolongada falta de água nesse
tipo de ecossistema. Ela é uma formação vegetal que podemos
encontrar na região do semiárido nordestino. Também está presente
nas regiões do extremo norte de Minas Gerais e sul dos Estados do
Maranhão e Piauí.
A Caatinga é típica de regiões com baixo índice de chuvas
(presença de solo seco); porém, quando chove esse bioma renasce,
vive seu momento mais produtivo. Chega-se o tempo de plantar.
Nessa época, a vida manifesta-se com grande intensidade e o verde
aparece como a cor predominante. Agora, quando a seca se prolonga,
a sobrevivência torna-se difícil. Muitas vezes, já tendo perdido o
roçado de mandioca, feijão, milho e também a criação de animais, os
sofridos nordestinos abandonam temporariamente suas terras à
procura de um lugar com água, um ambiente melhor para viver.
Figura 1.7 - Caatinga do sertão pernambucano, em Petrolina-PE. Ecossistema
predominante em regiões semiáridas, caracterizado por muita vegetação em
períodos de chuva e extrema seca quando o índice pluvial é baixo.
1.3.4.1 Características da Caatinga
As principais características da Caatinga, entre outras, são:
» forte presença de arbustos com galhos retorcidos e com raízes
profundas;
» presença de cactos e bromélias;
» os arbustos costumam perder, quase que totalmente, as folhas
em épocas de seca (propriedade usada para evitar a perda de
água por evaporação);
» as folhas desse tipo de vegetação são de tamanho pequeno;
» o carcará, ave de rapina, é um dos principais predadores
dessa região.
Tabela 1.3 - Exemplos de espécies da fauna e da flora presentes na Caatinga
Espécies
vegetais da
Caatinga
Espécies animais da Caatinga
»Arbustos:
aroeira, angico e
juazeiro
»Bromélias: caroá
»Cactos:
mandacaru, xique-
xique e xique-
xique do sertão
Ao contrário do que muitos pensam, a fauna da Caatinga é
muito rica em questões de biodiversidade, pois existem
centenas de espécies vivendo nesse bioma. Veja alguns
principais:
» Veado-catingueiro
» Preá
» Gambá
» Sapo-cururu
» Cutia
» Tatu peba
» Ararinha-azul
» Asa-branca
» Sagui-de-tufos-brancos
1.3.4.2 Curiosidades sobre a Caatinga 
Na Caatinga, os homens e animais dependem da água que corre
em pequenos rios, e da que é armazenada em cacimbas,
reservatórios naturais ou construídos pelos próprios habitantes da
região.
O gado da região, por ocasião do período de seca, alimenta-se do
mandacaru, vegetal rico em água.
Algumas espécies de bromélias, a exemplo do caroá, são
aproveitadas para fabricação de bolsas, cintos, cordas e redes, pois
são ricas em fibras vegetais. 
Figura 1.8 - O mandacaru (Cereus jamacaru), também conhecido como cardeiro, é
uma planta da família das cactáceas, muito presente na Caatinga do Nordeste
brasileiro, podendo atingir mais de cinco metros de altura.
1.3.4.3 Aniversário da Caatinga 
O Dia da Caatinga é comemorado em 28 de abril.
1.3.5 Pantanal
O Pantanal é uma imensa planície situada a oeste dos Estados de
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e com uma extensão de 140 km2.
Esse ecossistema é considerado a maior planície inundável do mundo
e um dosecossistemas mais ricos do Brasil. Em função de sua
importância e diversidade ecológica, é considerado pela UNESCO
como um Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera.
Alicia Yo/ Wikimedia Commons
Figura 1.9 - O Pantanal é a maior planície de inundação contínua do mundo,
formada principalmente pelas cheias do rio Paraguai e afluentes; na foto, é possível
observar a vista aérea da região pantaneira do Mato Grosso do Sul, 2006.
1.3.5.1 Geografia do Pantanal
O Pantanal é formado por uma planície e está situado na Bacia
Hidrográfica do Alto Paraguai. Recebe uma grande influência do Rio
Paraguai e seus afluentes, que alagam a região, formando extensas
áreas alagadiças (pântanos) e favorecendo a existência de uma rica
biodiversidade.
No Pantanal, de outubro a março (época das chuvas) os rios
transbordam, formando um grande alagado, daí o seu nome de
Pantanal.
O clima desse ecossistema é muito peculiar, pois além de ser
úmido (alto índice pluviométrico) e quente no verão, é seco e frio na
época do inverno.
1.3.5.2 Características do Pantanal
As principais características do Pantanal são:
» ecossistema muito diversificado, tanto em fauna quanto flora,
pois abriga grande quantidade de animais, que vivem em perfeito
equilíbrio ecológico;
» paisagem sem grandes árvores, como na Amazônia, mas com
uma vegetação típica de cerrado;
» há campos limpos e matas que acompanham as margens dos
rios, as conhecidas matas ciliares;
» assim como ocorre com a vida animal, o Pantanal também
possui uma extensa variedade de árvores, plantas, ervas e outros
tipos de vegetação; podemos encontrar espécies da Amazônia,
do Cerrado e do Chaco Boliviano.
Tabela 1.4 - Exemplos de espécies da fauna e da flora presentes no Pantanal
Espécies vegetais do Pantanal Espécies animais do Pantanal
Nas planícies (região que alaga na época das
cheias) encontramos uma vegetação de
gramíneas.
Nas regiões intermediárias, desenvolvem-se
pequenos arbustos e vegetação rasteira.
Nas regiões mais altas, podemos encontrar
árvores de grande porte.
Vejamos a seguir as principais árvores do
Pantanal:
» Angico
» Aroeira
» Figueira
» Ipê
» Palmeira
» Ariranhas
» Bicho-preguiça
» Cágados
» Capivaras
» Cervo-do-pantanal
» Cobras (jiboia e sucuri)
» Jabutis
» Jacarés
» Lagartos
» Lobo-guará
» Macaco-prego
» Onça-pintada
» Pássaros (tucanos, jaburus,
garças, papagaios, araras, emas,
gaviões)
» Peixes (dourado, pintado,
curimbatá, pacu)
» Tamanduá
» Tatu
» Veado-campeiro
1.3.5.3 Curiosidades sobre o Pantanal
» Uma das principais atividades econômicas do Pantanal é a
pecuária.
» São animais do Pantanal em risco de extinção: cervo-do-
pantanal, tuiuiú e capivara.
» A maior planície inundável do mundo é o Pantanal mato-
grossense.
1.3.5.4 Economia do Pantanal
O Pantanal possui diversas fontes de renda, porém as mais
significativas são as origi-nadas das regiões de planícies, cobertas por
formação vegetal de gramíneas, excelente para a criação de gado,
onde estão estabelecidas diversas fazendas, uma grande fonte de
renda nessa região.
Há também a atividade da pesca, uma vez que é grande a
quantidade de rios e de peixes na região pantaneira, trazendo
pescadores de todo o mundo.
O turismo também tem se desenvolvido muito na região do
Pantanal. Atraídos pelas belezas da região, turistas brasileiros e
estrangeiros têm comparecido cada vez mais, gerando renda e
empregos no Pantanal.
Quanto à hotelaria, a região desse bioma é muito bem servida em
hotéis, pousadas e outros serviços turísticos.
1) Quais são as características da Mata Atlântica? E em
quais regiões do País são mais encontradas nos dias de
hoje?
2) Quais são as características da Floresta Amazônica?
Cite três polêmicas noticiadas na mídia impressa e falada
nos últimos anos sobre essa floresta.
3) Quais são as características do Pantanal?
1 YOUSSEF, M. P. B. Ambientes brasileiros: recursos e ameaças. 2. ed. São Paulo:
Scipione, 1997.
2
Legislação Ambiental
2.1 Visão histórica
As mais variadas leis, normas técnicas e outras
regulamentações, as quais têm como direcionamento a preservação
ambiental e o melhor aproveitamento dos recursos naturais no
decorrer dos anos, foram frutos de acontecimentos históricos
específicos dos diversos países, que foram sendo moldados
conforme as necessidades do momento e a análise dos interesses
de todos os envolvidos: os poderes públicos, a iniciativa privada e a
sociedade civil.
Desde a época das colonizações, passando pela Revolução
Industrial até o início do século XX, os recursos naturais existentes
tinham como finalidade atender a demanda de matéria-prima para o
desenvolvimento econômico a curto prazo e, no caso específico do
Brasil, favorecer as classes dominantes do capital em distintas fases
de nossa história.
A degradação ambiental confunde-se com os vários ciclos das
atividades econômicas brasileiras, em períodos específicos, por
exemplo:
» a exploração do pau-brasil e de outras madeiras nobres;
» a economia açucareira dos senhores de engenho;
» a economia mineradora em várias fases históricas;
» o ciclo da borracha e o ciclo do café;
» o crescimento da indústria de base (plataformas de petróleo,
usinas hidrelétricas e nucleares, metalurgia etc.);
» a ocupação territorial em áreas não habitadas (Amazônia,
Cerrado, costas litorâneas etc.);
» o crescimento urbano por meio das migrações e imigrações.
Figura 2.1 - Degradação causada pela mineração de carvão, em Siderópolis-
SC, 2008.
Quando uma determinada atividade chegava a uma fase de
saturação, seja pela extinção ou redução dos recursos existentes,
ou pela sua desvalorização no mercado econômico interno e
externo, o meio ambiente explorado estava relativamente
comprometido, já que não havia a preocupação de recuperação das
áreas afetadas, pois se entendia que a própria natureza renovaria
suas reservas futuramente, entendimento este sem qualquer
fundamento científico ou fruto de estudos mais técnicos. Nesse
sentido, a conscientização ambiental era um tema que daria seus
primeiros passos após o século XX.
Foi para atender a interesses econômicos que o Estado começou
a desenvolver as primeiras políticas ambientais, passando para sua
tutela o controle das reservas naturais existentes no País, ainda
sem manifestar um conhecimento mais profundo ou simplesmente
ignorando a preservação do meio ambiente como fundamento vital
para a preservação da vida, priorizando as metas de
desenvolvimento industrial.
2.2 Primeiros instrumentos legais
As primeiras iniciativas dos poderes públicos na preservação do
meio ambiente remetem à década de 1930, quando a
industrialização brasileira começava a se intensificar conforme a
realidade política e econômica da época, visando geralmente mais
motivos econômicos do que a conscientização ambiental, panorama
este que permaneceria até o final da década de 1970. O Brasil tinha
como objetivo desenvolver-se industrialmente, para ampliar seus
interesses na economia mundial, acelerar o crescimento do País e
com isso fortalecer o Estado, por isso ficava inviável ser mero
fornecedor de matérias-primas aos países ricos, mais estruturados e
adiantados tecnologicamente, e beneficiar-se dos bens de consumo
apenas por meio das importações.
Como tentativa de estimular esse crescimento, durante anos
foram constituídos vários modelos econômicos para o
desenvolvimento do País, sempre de acordo com os
acontecimentos históricos vigentes naqueles momentos, para
atender às necessidades e aos objetivos distintos, sendo alguns
deles:
» início das indústrias de base, em razão da crise econômica
de 1929 (EUA) e da Segunda Guerra Mundial;
» consolidação dessas indústrias de base (siderúrgicas,
petroquímicas e metalúrgicas) na Era Vargas, compreendido
entre 1930 e 1945;
» Plano de Metas, no governo de Juscelino Kubitschek, com a
criação de usinas hidrelétricas, instalação da indústria
automobilística, rodovias, construção naval e fundação da
capital Brasília (1956 a 1961);
» construção da Transamazônica (1972), da Usina de Angra
dos Reis I(1984) e da Usina de Itaipu (1982), todas iniciadas
no Governo Médici.
Halley Pacheco de Oliveira/Wikimedia Commons
Figura 2.2 - Aeroporto Internacional do Galeão, Rio de Janeiro, 2011. A
proposta de ampliação do aeroporto é contestada, pois ele está em área
ambiental; assim sendo, mais aterros e desmatamentos podem ocasionar
impactos ambientais na Baía de Guanabara-RJ.
Para garantir o abastecimento de matérias-primas no setor
produtivo dessas atividades, e de outras que surgiram no decorrer
dos anos, apareceram as primeiras intervenções do Estado para a
racionalização do uso dos recursos naturais, para que a degradação
ambiental não prejudicasse os objetivos econômicos, e apesar de
não haver nessas iniciativas a ideologia ambientalista, abriram
caminhos para sua criação no futuro, por exemplo:
» o Código das Águas, regulamentando o uso dos recursos
hídricos (Decreto nº 24.643/34 - Lei nº 4.904/65);
» o Código Florestal, delimitando áreas de preservação
permanente e a exploração de florestas e desmatamentos
(Decreto nº 23.793/34);
» o Código de Mineração, que define os princípios para a
exploração de jazidas (Decreto nº 1.985/40);
» o Código da Pesca, que regulamenta a pesca e a exploração
dos recursos hídricos (Decreto nº 794/38);
» o Estatuto da Terra, que define os critérios para a
desapropriação e distribuição de terras (Lei nº 4.504/64).
Apesar de tímidas, as primeiras leis de proteção ambiental
apresentam algumas preocupações de âmbito de preservação dos
recursos naturais, como a aplicação de penas fiscais e criminais em
caso de destruição de florestas de preservação, permanente no
Código Florestal, e o controle da poluição no Código da Pesca.2
2.3 Constituição Federal de 1988
A Constituição Federal de 1988 (CF/88)3 foi o primeiro
documento a trazer, de modo específico e global, inclusive em
capítulo próprio, regra sobre o meio ambiente, além de outras
garantias previstas de modo esparso na Constituição Federal
(CF/88).
2.3.1 Garantias constitucionais do meio ambiente
A CF/88 procurou garantir de maneira simples e objetiva diversos
mandamentos voltados para a área ambiental, como:
» O direito de qualquer cidadão ser parte legítima para propor
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público
ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
custas judiciais e do ônus da sucumbência (CF/88, art. 5º,
LXXIII).
» Ser competência comum do poder público (União, Estados,
Distrito Federal e Municípios) proteger o meio ambiente e
combater a poluição em qualquer de suas formas (CF/88, art.
23º, VI).
» Ser competência da União, dos Estados e do Distrito Federal
legislar concorrentemente sobre:
a. florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza,
defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio
ambiente e controle da poluição (CF/88, art. 24, VI);
b. responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico (CF/88, art. 24, VIII).
» A garantia de ter como um dos princípios gerais da atividade
econômica: a defesa do meio ambiente, inclusive mediante
tratamento diferenciado, conforme o impacto ambiental dos
produtos e serviços e de seus processos de elaboração e
prestação (CF/88, art. 170, VI).
» O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira
em cooperativas, levando em conta a proteção do meio
ambiente e a promoção econômico-social dos garimpeiros
(CF/88, art. 174, § 3º).
» Compete ao Sistema Único de Saúde (SUS), além de outras
atribuições, colaborar na proteção do meio ambiente, nele
compreendido o do trabalho (CF/88, art. 200, VIII).
E nesse mesmo sentido, o art. 225 da CF/88 reza que:
(...) Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao
Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e
prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético
do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e
manipulação de material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços
territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos,
sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de
lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos
atributos que justifiquem sua proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade;
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de
técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida,
a qualidade de vida e o meio ambiente;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino
e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as
práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem
a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a
recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução
técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio
ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a
sanções penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do
Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio
nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de
condições que assegurem a preservação do meio ambiente,
inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos
Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos
ecossistemas naturais.
§ 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua
localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser
instaladas.
2.3.2 Lei de crimes ambientais
É do conhecimento de todos que o grande problema mundial da
atualidade refere-se aos crimes praticados covardemente pelo
homem contra o meio ambiente, meio essencial para a
sobrevivência humana.
Crimes praticados às vezes por hobby tornam-se cada dia mais
frequentes, mais danosos e impactantes ao meio ambiente como
um todo e, consequentemente, a toda coletividade, que é a titular do
bem ambiental. Um exemplo de tamanha barbaridade são as
constantes caças desenfreadas aos tatus, um animal tão dócil e útil
para a natureza, bem como as retiradas de florestas nativas para o
corte de madeira nas serrarias clandestinas da Floresta Amazônica.
No Brasil, esse panorama culminou com a edição da Lei Federal
nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, o chamado Código Penal
Ambiental. Apesar de em alguns pontos revelar-se omissa, essa lei
tem grande relevância para o direito ambiental brasileiro, pois prevê
diversas hipóteses criminosas, com aplicação de penas restritivas
de direito, ou de prestação de serviços à comunidade, ou de multa,
dependendo do potencial ofensivo causado ao meio ambiente.
A Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998,4 dispõe sobre as
sanções penais e administrativas derivadas de condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.
Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes
previstos nesta lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida
da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o
membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o
preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da
conduta criminosade outrem, deixar de impedir a sua prática,
quando podia agir para evitá-la.
As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil
e penalmente conforme o disposto nesta lei, nos casos em que a
infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou
contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da
sua entidade.
Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua
personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados
à qualidade do meio ambiente.
2.4 Política Nacional do Meio Ambiente
Apesar de as primeiras tentativas por parte das instituições
governamentais serem um alento para a preservação do meio
ambiente, a quantidade de estratégias diferentes adotadas
isoladamente pelos mais variados órgãos em todas as suas esferas
(municipal, estadual e federal) ocasionava ações não coordenadas e
conflitos de poder.
Para uma integração das políticas vigentes no País e sua
harmonização em todos os níveis, foi aprovada uma Política
Nacional como referência para definir os princípios, objetivos,
instrumentos e diretrizes a serem seguidos pelas políticas estaduais
e municipais de toda a União Federativa. A política ambiental a
princípio pode ser definida como um modelo de administração
adotado por um governo ou empresa para direcionar as relações
com o meio ambiente e os recursos naturais. Conforme a Política
Nacional do Meio Ambiente (Lei n° 6938, de 31 de agosto de 1981),
a definição prevista em seu art. 3° para meio ambiente é a seguinte:
“(...) Meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga
e rege a vida em todas as suas formas.”
2.4.1 Objetivos da Política Nacional
São objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente, conforme o
art. 4° da referida lei:
III - a compatibilização do desenvolvimento econômico-social com
a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio
ecológico;
IV - a definição de áreas prioritárias de ação governamental
relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos
interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios;
V - o estabelecimento de critérios e padrões de qualidade
ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos
ambientais;
VI - o desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais
orientadas para o uso racional de recursos ambientais;
VII - a difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, a
divulgação de dados e informações ambientais e a formação de
uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da
qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
VIII - a preservação e restauração dos recursos ambientais com
vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente,
concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à
vida;
IX - a imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de
recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da
contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins
econômicos.
Além de estabelecer os direcionamentos necessários para um
desenvolvimento econômico sustentável, a nova lei oferece
instrumentos para que sejam executados os seus princípios, por
exemplo:
» o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
» o zoneamento ambiental;
» a avaliação de impactos ambientais;
» o licenciamento e a revisão de atividades efetivas ou
potencialmente poluidoras;
» as penalidades disciplinares ou compensatórias pelo não
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou
correção da degradação ambiental;
» o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente
poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais;
» instrumentos econômicos, como concessão florestal,
servidão ambiental, seguro ambiental e outros. 
Outro fato importante na aprovação da Lei no 6938 foi a criação
do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) que organizou
de forma hierárquica e uniforme a coordenação das ações
governamentais, agregando todos os órgãos públicos das esferas
federal, estadual e municipal, incluindo o Distrito Federal, que
conforme o seu art. 6o, ficou da seguinte maneira:
I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de
assessorar o Presidente da República na formulação da política
nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e
os recursos ambientais;
II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e
propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas
governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e
deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões
compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e
essencial à sadia qualidade de vida;
III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência
da República, com a finalidade de planejar, coordenar,
supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e
as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente;
IV - órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e o Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico
Mendes, com a finalidade de executar e fazer executar a política e
as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente, de
acordo com as respectivas competências;
V - órgãos seccionais: os órgãos ou entidades estaduais
responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo
controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a
degradação ambiental;
VI - órgãos locais: os órgãos ou entidades municipais,
responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas
suas respectivas jurisdições.
2.5 Políticas integrantes da PNMA
Como forma de auxiliar a Política Nacional do Meio Ambiente
(PNMA), foram elaboradas várias regulamentações que visassem os
resultados a serem alcançados, estabelecendo os critérios e
padrões de qualidade ambiental e o uso e manejo de recursos
ambientais, por meio de normatizações específicas aprovadas por
leis federais e resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA). Com isso, foram criadas políticas ambientais distintas,
para a prevenção do meio ambiente em casos específicos e
diferenciados, seja na terra, na água ou no ar.
2.5.1 Política Nacional de Resíduos Sólidos
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305, de 02 de
agosto de 2010) é parte integrante da Política Nacional do Meio
Ambiente e tem como finalidade reunir um conjunto de princípios,
objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações adotadas,
isoladamente ou em regime de cooperação com Estados, Distrito
Federal, Municípios ou particulares, com vistas à gestão integrada e
ao gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos
5. É importante que as empresas se antecipem no planejamento de
adoção de medidas, para se adequarem de forma administrativa e
operacional no atendimento dessa lei, para o cumprimento do Plano
Nacional de Resíduos Sólidos, que será desenvolvido em um prazo
limite de 20 (vinte) anos sob a coordenação do Ministério do Meio
Ambiente.
Conforme a referida lei, em seu Artigo 3º, do Capítulo II, resíduos
sólidos são definidos da seguinte maneira:
(...) material, substância, objeto ou bem descartado resultante de
atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se
procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos
estados sólidos ou semissólido, bem como gases contidos em
recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu
lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou
exijam para isso soluções técnicas ou economicamente inviáveis
em face da melhor tecnologia disponível. 
Foto: Arquivos
Figura 2.3 - Disposição inadequada de resíduos na rua: apenas a
conscientização ambiental não basta; é preciso que o Estado esteja presente para
educar e, também, punir os infratores.
Entre as principais providências aprovadas, como instrumentos
na prevenção da disposição ambientalmenteinadequada de
resíduos sólidos, destacam-se:
» legitimação das Políticas Estaduais de Resíduos Sólidos e
iniciativas em outras esferas públicas;
» acordo setorial entre o poder público e fabricantes,
importadores, distribuidores ou comerciantes, a delegação de
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto;
» proibição definitiva de aterros a céu aberto (lixões);
» implantação de sistema de coleta seletiva pública;
» definição dos princípios do poluidor-pagador e o protetor-
recebedor;
» incentivos econômicos prioritários para iniciativas com
responsabilidade ambiental;
» o inventário e o sistema declaratório anual de resíduos
sólidos;
» inclusão social e econômica dos catadores de lixo por meio
de cooperativas;
» adoção e estruturação do sistema de logística reversa.
2.5.1.1 Responsabilidade compartilhada
Um dos grandes avanços da Política Nacional de Resíduos
Sólidos, no gerenciamento dos rejeitos provenientes dos setores
produtivos de bens e serviços, é a responsabilidade compartilhada,
pois trata de delegar a vários segmentos da sociedade a tarefa de
executar a disposição final dos resíduos de forma adequada, mas
principalmente em fechar o ciclo desses materiais em seu local de
origem, ou seja, na própria indústria.
De acordo com a definição da Lei no 12.305, a responsabilidade
compartilhada é conjunto de atribuições individualizadas e
encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços
públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para
minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem
como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à
qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos.
Define também obrigações da sociedade civil, antes alheia no trato
de seus resíduos domésticos, a participar do acordo setorial que
será desenvolvido por meio de ferramentas, como, por exemplo, a
educação ambiental e a coleta seletiva que estão previstas nos
programas de ação dos estados e municípios.
Os principais objetivos, em lei, da responsabilidade
compartilhada são:6
I - compatibilizar interesses entre os agentes econômicos e sociais
e os processos de gestão empresarial e mercadológica com os de
gestão ambiental, desenvolvendo estratégias sustentáveis; 
II - promover o aproveitamento de resíduos sólidos, direcionando-
os para a sua cadeia produtiva ou para outras cadeias produtivas; 
III - reduzir a geração de resíduos sólidos, o desperdício de
materiais, a poluição e os danos ambientais; 
IV - incentivar a utilização de insumos de menor agressividade ao
meio ambiente e de maior sustentabilidade; 
V - estimular o desenvolvimento de mercado, a produção e o
consumo de produtos derivados de materiais reciclados e
recicláveis; 
VI - propiciar que as atividades produtivas alcancem eficiência e
sustentabilidade; 
VII - incentivar as boas práticas de responsabilidade
socioambiental. 
Para que a responsabilidade compartilhada tenha os seus
objetivos alcançados, o governo instituiu princípios e objetivos em
vários instrumentos jurídicos, para que seja possível o retorno dos
resíduos em seu setor produtivo de origem, mas que deve haver um
período para que as empresas, os órgãos públicos e a sociedade
em geral se organizem no cumprimento da lei e haja inclusive uma
adaptação cultural para a sua prática. E uma das ferramentas
importantes desse processo é a logística reversa.
2.5.1.2 Logística reversa7
Por meio do acordo setorial entre União e o setor empresarial, as
empresas terão de se estruturar para adoção da logística reversa,
que se trata de viabilizar a coleta e a restituição de resíduos sólidos
para sua origem (fabricantes, importadores, distribuidores ou
comerciantes), para o seu reaproveitamento ou outra destinação
final ambientalmente adequada.
Apesar de esse regulamento estar estendido a todos os produtos
comercializados em embalagens plásticas, metálicas ou de vidro
potencialmente poluidores, a Política Nacional de Resíduos Sólidos
descreve os segmentos prioritários para o cumprimento de
implementação do retorno dos produtos após o uso do consumidor,
sendo:
» agrotóxicos, seus resíduos e embalagens;
» pilhas e baterias;
» óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
» lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de
luz mista;
» produtos eletrônicos e seus componentes.
Para a efetiva implantação e operacionalização da logística
reversa, devem ser tomadas medidas pelas empresas, para que
possam viabilizar o retorno dos resíduos em seus setores produtivos
de origem, sendo algumas delas:
» implantar procedimentos de compra de produtos ou
embalagens usados; 
» disponibilizar postos de entrega de resíduos reutilizáveis e
recicláveis; 
» atuar em parceria com cooperativas de associação de
catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis. 
Já existem algumas empresas que adotam a prática de coleta de
seus rejeitos, porém o êxito da logística reversa depende também
da conscientização da população, colaborando na procura de postos
de recebimento para o envio adequado do seu passivo ambiental, e
da implementação do sistema de coleta seletiva pública, estendendo
a responsabilidade do controle de resíduos por meio da educação
ambiental e da fiscalização dos órgãos ambientais para o
cumprimento da lei.
Conforme o art. 1º, § 2º do Título I desta política: “(...) Esta Lei
não se aplica aos rejeitos radioativos, que são regulados por
legislação específica.”
2.5.2 Política Nacional de Mudanças Climáticas
Outro instrumento originado da Política Nacional do Meio
Ambiente, e por meio de acordos internacionais (Protocolo de
Kyoto), é a Política Nacional de Mudanças Climáticas (Lei nº
12.187/09), que tem como finalidade o controle e a redução da
emissão de gases poluentes na atmosfera, causadores de
mudanças climáticas no planeta (como, o efeito estufa) e,
consequentemente, a degradação ambiental de toda a biosfera.
jvd-wolf/Shutterstock.com
Figura 2.4 - A emissão de gases poluentes na atmosfera continua sendo vista,
erroneamente, em muitos países, como símbolo de desenvolvimento industrial.
Conforme o texto do artigo 4º da referida lei, são os objetivos do
Plano Nacional de Mudanças Climáticas:
» a compatibilização do desenvolvimento econômico-social
com a proteção do sistema climático;
» a redução das emissões antrópicas de gases de efeito estufa
em relação às suas diferentes fontes;
» o fortalecimento das remoções antrópicas por sumidouros de
gases de efeito estufa no território nacional;
» a implementação de medidas para promover a adaptação à
mudança do clima pelas três esferas da Federação, com a
participação e a colaboração dos agentes econômicos e sociais
interessados ou beneficiários, em particular aqueles
especialmente vulneráveis aos seus efeitos adversos;
» a preservação, a conservação e a recuperação dos recursos
ambientais, com particular atenção aos grandes biomas
naturais tidos como Patrimônio Nacional;
» a consolidação e a expansão das áreas legalmente
protegidas e o incentivo aos reflorestamentos e à recomposição
da cobertura vegetal em áreas degradadas;
» o estímulo ao desenvolvimento do Mercado Brasileiro de
Redução de Emissões (MBRE).
» Parágrafo único. Os objetivos da Política Nacional sobre
Mudança do Clima deverão estar em consonância com o
desenvolvimento sustentável a fim de buscar o crescimento
econômico, a erradicação da pobreza e a redução das
desigualdades sociais.
Desde a aprovação da Lei n º 6938 (PNMA), foram criados
alguns instrumentos de controle de poluição por emissão de gases,
com abrangência nacional e servindo como diretrizes para as
políticas estaduais e municipais, com ênfase nos poluentes gerados
pelas frotas de veículos automotores nos centros urbanos. Por meio
das Resoluções do CONAMA, essas normatizações têm como
finalidade a redução dos níveis de gases por combustíveis fósseis e
dos níveis de ruídos sonoros (poluição sonora) a um limite de
tolerância que melhore a qualidade do are do ambiente, sendo as
quais:
» Resolução CONAMA n º 18/1986: dispõe sobre a
criação do Programa de Controle de Poluição do Ar por
veículos Automotores (PRONCOVE).
» Resolução CONAMA n º 05/1989: dispõe sobre o
Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar (PRONAR).
» Resolução CONAMA n º 418/ 2009: dispõe sobre
critérios para a elaboração de Planos de Controle de Poluição
Veicular (PCPV) e para a implantação de Programas de
Inspeção e Manutenção de Veículos em Uso - I/M - pelos
órgãos estaduais e municipais de meio ambiente.8
2.5.3 Política Nacional de Recursos Hídricos
Por meio do Decreto 3692/2000 (Lei n º 9984/2000) foi criada
a ANA (Agência Nacional das Águas), autarquia federal vinculada
ao Ministério do Meio Ambiente responsável pela implementação de
gestão dos recursos hídricos do País, sendo parte integrante da
Política Nacional de Recursos Hídricos pela Lei n º 9433, de 08
de janeiro de 1997, que conforme o art. 2 º do capítulo II tem
como objetivos:
I - assegurar à atual e às futuras gerações a necessária
disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos
respectivos usos;
II - a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo
o transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento
sustentável;
III - a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de
origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos
naturais.
Além de definir os fundamentos, objetivos, diretrizes e
instrumentos para a preservação e o uso sustentável dos recursos
hídricos, a lei criou o Sistema Nacional de Gerenciamento
dos Recursos Hídricos (SNGRH), que se trata de um colegiado
independente, mas ligado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA),
com a responsabilidade de implementação dos critérios para os
planos de gestão das políticas estaduais e municipais, e tem a
seguinte organização:
» o Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), órgão
superior deliberativo e normativo;
» a Agência Nacional de Águas (ANA), autarquia responsável
pela implementação da PNRH;
» os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do
Distrito Federal;
» os Comitês de Bacia Hidrográfica, colegiados com
representantes da sociedade civil organizada e do governo;
» os órgãos dos poderes públicos federal, estadual, do Distrito
Federal e municipal que se relacionam com a gestão dos
recursos hídricos (por exemplo, o Departamento de Águas e
Energia Elétrica/SP - DAEE);
» a Agência de Águas, criada para atuar como secretaria
executiva de um ou mais Comitês de Bacia.
Figura 2.5 - As águas servidas (esgoto) devem ser devidamente tratadas antes
de serem lançadas aos efluentes receptores, para a prevenção de contaminação
tóxica e patogênica
2.5.4 Novo Código Florestal
O novo Código Florestal (Lei n º 12.651, de 25 de maio de
2012) é um dos documentos legais mais relevantes para o meio
ambiente, uma vez que regulamenta diversos assuntos relacionados
à questão ambiental – proteção da fauna e da flora brasileiras,
contravenções penais, competência dos órgãos ambientais, Cota de
Reserva Florestal (CRF) etc. – e estabelece normas gerais sobre a
proteção da vegetação, áreas de preservação permanente e as
áreas de reserva legal, exploração florestal, controle da origem dos
produtos florestais e controle e prevenção dos incêndios florestais.
Prevê ainda instrumentos econômicos e financeiros para o alcance
de seus objetivos, conforme se vê ao longo de seus 84 artigos.
Visando ao desenvolvimento sustentável, essa lei atende aos
seguintes princípios:
» Confirmação do compromisso soberano do Brasil com a
preservação de suas florestas e demais formas de vegetação
nativa, bem como da biodiversidade, do solo, dos recursos
hídricos e da integridade do sistema climático.
» Reafirmação da importância da função estratégica da
atividade agropecuária e do papel das florestas e demais
formas de vegetação nativa na sustentabilidade, no
crescimento econômico, na melhoria da qualidade de vida da
população brasileira e na presença do País nos mercados
nacional e internacional de alimentos e bioenergia.
» Ação governamental de proteção e uso sustentável de
florestas, consagrando o compromisso do País com a
compatibilização e harmonização entre o uso produtivo da terra
e a preservação da água, do solo e da vegetação.
» Responsabilidade comum da União, estados, Distrito Federal
e municípios, em colaboração com a sociedade civil, na criação
de políticas para preservação e restauração da vegetação
nativa e de suas funções ecológicas e sociais nas áreas
urbanas e rurais.
» Fomento à pesquisa científica e tecnológica na busca da
inovação para o uso sustentável do solo e da água, a
recuperação e a preservação das florestas e demais formas de
vegetação nativa.
» Criação e mobilização de incentivos econômicos para
fomentar a preservação e a recuperação da vegetação nativa e
para promover o desenvolvimento de atividades produtivas
sustentáveis.
Entre as principais ferramentas do PNRH, é importante destacar
os seguintes instrumentos da Lei n º 9433:
» Plano de recursos hídricos: planos diretores (Plano de
Bacia) para o gerenciamento dos recursos hídricos.
» Resolução CONAMA n º 20/86: classificando os corpos
d’água em doces, salgados, salobres e salinos.
» Resolução CNRH n º 7/2000: que dispõe sobre a outorga,
que é uma concessão para uso da água dada pelo poder
público ao outorgado de acordo com o estabelecido nos Planos
de Bacias.
» Sistema Nacional de Informações sobre os Recursos
Hídricos (SNIRH): tem o propósito de reunir, divulgar e
atualizar dados sobre a qualidade, quantidade, disponibilidade
e demanda pelos recursos hídricos do País.
1) Escolha algum acontecimento específico da história do
Brasil, como os citados neste capítulo (exploração do pau-
brasil, ciclo do açúcar, exploração mineradora etc.), e
descreva que influência teve para a degradação no meio
ambiente.
2) Pesquise e faça uma relação dos impactos ambientais
que estes resíduos sólidos podem ocasionar em caso de
descarte inadequado no meio ambiente:
a) Agrotóxicos (resíduos e embalagens).
b) Pilhas e baterias.
c) Óleos lubrificantes (resíduos e embalagens).
d) Produtos eletrônicos.
e) Lâmpadas fluorescentes.
f) Pneus usados.
3) Entre os resíduos sólidos prioritários para a adoção da
logística reversa, qual, na sua opinião, representa maior
potencial de poluição? Explique.
4) Existem postos de recebimento de resíduos de logística
reversa em sua região? Pesquise e descreva abaixo os
postos encontrados, de quais tipos de resíduos e os
endereços para divulgar aos seus amigos.
5) Você mora próximo a parques, praias, nascentes ou
alguma área de preservação que necessite recuperação
ambiental? Descreva os problemas encontrados e sugira
algumas medidas que poderiam ser tomadas para as
devidas melhorias.
2 Houve alterações na legislação citada, por meio de decretos substitutivos em períodos
posteriores, os quais não são abordados neste capítulo.
3 A Constituição Federal de 1988 pode ser encontrada na íntegra no site do Planalto,
disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso
em: 16 jul. 2014.
file:///C:/Users/gcdcb/AppData/Local/Temp/calibre_g1bv14/lgsyf0_pdf_out/text/part0007.html
4 Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, Código Penal Ambiental, adaptado para fins
didáticos, cujo conteúdo na íntegra, e sempre atualizado, no site do Planalto, disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm>. Acesso em: 16 jul. 2014.
5 Título II - art. 4º e art. 5º da Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010 - Disposições gerais.
6 Seção II - artigo 30, da Lei nº12.305, de 02 de agosto de 2010.
7 Logística reversa: trechos do texto extraídos do livro Segurança do Trabalho: Guia Prático
e Didático, dos autores Paulo R. Barsano e Rildo P. Barbosa, Editora Érica, página 288.
8 Nota do autor: Foram feitas alterações nos arts. 4º e 5º, caput e §1º/Resolução CONAMA
nº 426/2010.
file:///C:/Users/gcdcb/AppData/Local/Temp/calibre_g1bv14/lgsyf0_pdf_out/text/part0007.html3
Impactos Ambientais
3.1 Ecossistemas
A natureza é formada por ecossistemas interligados de forma
equilibrada e harmoniosa, e o homem é parte integrante desse
processo. Na era primitiva, o habitat natural e os recursos naturais
existentes eram o suficiente para a provisão das necessidades
humanas, que se resumiam em prioridades básicas de subsistência,
como alimentação, abrigo e repouso.
Com o desenvolvimento da sociedade em todos os seus níveis
(econômico, social, cultural e tecnológico), foram surgindo novos
objetivos e dificuldades. Para serem supridos, não era mais viável a
simples adaptação do homem às condições ambientais que se
ofereciam; o processo tinha de ser o inverso: o ambiente deveria se
adaptar à vontade humana, o qual, alheio a qualquer liberdade de
escolha, começou a ser modificado.
O equilíbrio ecológico entre os ecossistemas e o meio ambiente,
e a harmoniosa relação com o homem, começou a deteriorar de
forma mais agressiva e contínua, e as profundas alterações
inseridas na natureza, seja pela negligência, imperícia ou
imprudência do ser humano com os recursos naturais e outros
aspectos ambientais dos biomas locais, trouxeram consequências
graves para a sobrevivência da vida em toda a biosfera, devido aos
impactos ambientais causados por queimadas, desmatamentos,
caça predatória, crescimento urbano etc.
Foto: Arquivos
Figura 3.1 - Além da poluição, a disposição de entulhos, lixo e outros materiais
rejeitados acarreta proliferação de ratos, baratas, escorpiões e,
consequentemente, doenças para os próprios moradores da região.
3.2 Características dos impactos ambientais
A preservação do meio ambiente e dos recursos naturais sempre
foi tratada com certa irrelevância na lista de prioridades do setor
produtivo, e os órgãos públicos ocuparam também uma relação de
descaso e omissão sobre o assunto. A falta de investimentos em
saneamento básico, de um plano diretor de urbanização e de leis
rígidas para a punição dos infratores contribuiu para inúmeras ações
inadequadas no uso dos recursos naturais em prol do
desenvolvimento a todo custo e de um parque industrial em busca
de resultados imediatos e sem compromisso com a questão
ambiental.
O crescimento das grandes cidades é outro agravante na
degradação ambiental, pois trouxe outras mazelas adicionais ou
acentuou os problemas existentes de épocas anteriores, como:
» a poluição atmosférica por veículos automotores e indústrias;
» a expansão territorial cada vez maior, em áreas nativas;
» a poluição sonora de transportes motorizados, máquinas e
equipamentos industriais;
» hábitos sociais inexistentes (buzinas, música “alta”,
aglomeração em eventos etc.);
» a poluição visual por causa do excesso de placas, cartazes,
pontos de iluminação artificiais etc.;
» o aumento da poluição nos efluentes9 por produtos químicos
e biológicos;
» o aumento do lixo orgânico e outros, devido ao crescimento
do consumo massificado;
» o aumento quantitativo (volume) do lixo, por produtos não
biodegradáveis.
O legado dessa destruição silenciosa e progressiva do planeta é
a poluição da água e do ar, a contaminação e degradação do solo,
os desmatamentos, a extinção das espécies, o comprometimento da
qualidade de vida e o desequilíbrio ecológico de todos os
ecossistemas da biosfera, e consequências cada vez mais graves
para a preservação da vida de todos os seres vivos, inclusive do
homem, seu maior algoz e parte interessada nesse processo
autodestrutivo.
Portal da Copa, ME/Wikimedia Commons
Figura 3.2 - As poluições sonora e visual aumentam os impactos ambientais e
reduzem a qualidade de vida e, aliadas ao intenso tráfego de veículos, criam um
ambiente de forte estresse físico e mental nas grandes cidades.
3.3 Poluição do solo
Localizado externamente na superfície terrestre, o solo é um dos
elementos mais importantes da natureza, pois tem o papel de gerar
os recursos naturais que sustentam várias atividades humanas,
além de ser fonte de reservas de nutrientes e sais minerais para a
renovação e sustentação dos seres vivos, em especial os micro-
organismos e a vegetação, fundamentais para o ciclo da vida nos
ecossistemas, além de criar condições benéficas para sua
utilização, como:
» a criação do húmus, adubo natural resultante de matéria
orgânica decomposta;
» a manutenção do ciclo da água e dos seus nutrientes;
» a conservação das águas subterrâneas, reservas minerais e
matérias-primas;
» a produção de alimentos para subsistência dos seres vivos e
como atividade econômica.
O solo sofre uma degradação natural por meio de agentes
naturais (vento, chuva, sol etc.), o que não chega a trazer
consequências drásticas, pois agem em um processo lento que
permite uma adaptação contínua dos seres vivos às condições de
mudanças de forma gradual e adequada, porém quando o solo é
agredido de forma repentina e potencialmente poluidora, ele sofre
com resultados catastróficos a médio e longo prazo em suas
características originais.
Resultado da disposição de materiais ambientalmente
poluidores, de projetos de construção mal planejados e do descaso
do homem, os impactos ambientais no solo trazem inúmeras
consequências para o meio ambiente, como pode ser observado
nos tópicos seguintes deste capítulo.
3.3.1 Erosão e desertificação do solo
A erosão é o desgaste do solo pelo seu uso indiscriminado e
abusivo; um processo sem interrupção pode avançar para um
estado de desertificação, anos depois, em suas propriedades.
Estado típico em áreas áridas (deserto) ou semiáridas (sertão
nordestino), a erosão é resultado principalmente de impactos
ambientais causados pelo desmatamento desenfreado e de técnicas
agrícolas obsoletas e inadequadas ambientalmente.
A vegetação nativa de plantas e árvores diversas protege o solo
da exposição excessiva do Sol; essa barreira natural permite a
renovação e preservação dos nutrientes necessários à conservação
da vida saudável da terra para o seu uso. Com o desmatamento, o
solo fica exposto totalmente, e sob a ação dos raios solares em
regiões muito quentes, o processo de evaporação da água acelera-
se, atingindo inclusive as reservas subterrâneas que chegam à
superfície, causando um ressecamento contínuo e sem renovação
do recurso, devido às crostas que vão surgindo no solo e são
impermeáveis. Somando-se a este problema, ocorre também a
queda dos índices pluviométricos (chuvas) na região,
comprometendo mais ainda as reservas naturais dos recursos
hídricos.
danielo/Shutterstock.com
Figura 3.3 - A aragem excessiva é um dos motivos da degradação do solo e,
consequentemente, da redução de sua vida útil.
O uso inapropriado de técnicas de queima da vegetação e a
aragem excessiva do solo, como forma de preparação para o
cultivo, reduzem a vida útil na sua utilização, pois os nutrientes
localizados na superfície terrestre são retirados pela ação dessas
práticas e do vento, proporcionando a ação direta e constante do
Sol; estes fatores em conjunto acabam ocasionando a erosão e a
perda da produtividade futura em novas plantações.
Outro fator de preocupação é que, com a utilização de métodos
agrícolas arcaicos e o desflorestamento, a erosão contribui para
fatores de riscos, como deslizamento em encostas devido a projetos
mal planejados, construção de casas, estradas e túneis, e
desaparecimento de espécies da fauna e flora devido à expansão
imobiliária e rural nessas áreas.
3.3.2 Contaminação do solo
A contaminação do solo é resultado da disposição inadequada
de vários tipos de resíduos, podendo esses rejeitos ser de origem
industrial, agrícola ou domiciliar; a contaminação pode ocorrer pela
ação humana ou por eventos naturais, como o ar ou a chuva.
Os resíduos, de uma forma geral, são provenientes de materiais
excedentes dos setores produtivos industriais e da cultura dos
hábitos de consumo, sendo destinados de forma inapropriada no
meio ambiente, como lixões, aterros clandestinos, plantações, nas
redes pluviais ou mesmo a céu aberto.
As consequências dessas práticas são as mais variadas, pois a
poluição

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