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16- AG����S �I�R���A��S �� IN����CAÇÕES � ���I- IN���ÇÕES ● Introdução: Os Clostridios são bactérias gram-positivas grandes, fazem fermentação, e são catalase-negativas e oxidase-negativas e que precisam de meios enriquecidos para crescer. Os clostrídios são bacilos retos ou podem ser um pouco curvos, e a maioria tem movimentação por ter flagelos peritríquios. As espécies de Clostridium são formados por endósporos que causam saliência da célula-mãe. Essas bactérias que têm esporos apresentam características específicas. ● Infecção X Intoxicação X Toxinfecção: ➔ Infecção: são causadas por patógenos externos, como vírus, bactérias, parasitas ou fungos. EX: Infecção por salmonella. ➔ Intoxicação: é o contato com a toxina que causa doença. EX: EHEC - Escherichia coli enterohemorrágica ➔ Toxinfecção: é a intoxicação, geralmente, por alimentos contaminados com o patógeno e pode ter ainda a toxina dos patógenos. Ou seja, a Toxinfecção é a infecção + infecção. ● Clostridium perfringens: ➔ Característica: O Clostridium perfringens é uma bactéria gram-positivo, com forma de bastão, é anaeróbio, forma esporos, não apresenta movimentação, e possui cápsula. Essa espécie de Clostridium pode fazer a fermentação de grande quantidade de carboidratos e que resulta em grande produção de gás e ácido. O Clostridium perfringens é hemolítico, ou seja, ocorre a hemólise que são a quebra de glóbulos vermelhos. O C. perfringens é mesófilo, e cresce entre 40º e 45ºC, em ambiente sem ar. Além disso, o processo de formação de esporos ocorre entre 35º e 40ºC. A fermentação tempestuosa é característica de C. perfringens. Nessa fermentação ocorre a formação de coágulos grandes e definidos, com muita formação de gás, durante a incubação em temperatura entre 46 ± 1ºC. O pH dessa bactéria é neutro, variando entre 6 e 7. Os valores de pH abaixo de 5 ou acima de 8,3 classificados como inibidores O desenvolvimento do C. perfringens na atividade da água (Aa) é entre 0,95 e 0,97, sendo uma pouco maior do que as demais bactérias. Para que ocorra a para esporulação, a Aa tem que ser igual a 0,98. Quando há concentração de sal entre 7% a 8%, ocorre a inibição do seu crescimento. ➔ Cultura: Em cultura, o C. perfringens cresce somente quando as condições anaeróbias. A técnica pode ser feita em placas de ágar ou tubo de cultura, que são levados para em potes herméticos, como os que são feitos em métodos de Gaspack, que ficam extremamente fechados e o ar é substituído por O2 ou nitrogênio com CO2 a 10%. Pode ser feito também utilizando meios líquidos colocados em tubos contendo tecido animal ou ágar de um agente redutor, como o tioglicolato. Assim, o crescimento bacteriano vai ocorrer de baixo para cima, porque a superfície está exposta ao ar. ➔ Cepas: - TIPO A: ❖ É a mais comum, é intoxicação alimentar clássica; ❖ A intoxicações causadas por essa cepa gera sintomas a partir de 8 a 12 hrs após a ingestão de alimento contaminado e dura de 12 a 24 hrs; ❖ Os sintomas incluem: dor abdominal aguda, náusea, diarreia aguda; ❖ Não apresenta gravidade; ❖ Não leva a morte; A infecção por essa cepa tipo ocorre em grande maioria nos humanos, como gangrena gasosa, que são infecções dos tecidos moles e intoxicação alimentar. A cepa do tipo A pode ser encontrada em: intestino de animais e humanos, no solo, poeiras, etc. É transmitida por ingestão e feridas contaminadas . 1. Feridas: Pode ocorrer por conta da toxina alfa liberada pela bactéria de duas formas: A) Gangrena gasosa: a bactéria esporulam e se formatam bacilo. Em condições anaeróbicas, elas produzem exotoxinas que formam lesões nos tecidos superficiais, passando depois para os tecidos mais. B) Celulite anaeróbia: Infecção aguda na pele e nos tecido subcutâneo Os sinais e sintomas são dor, calor, eritema e edema. Pode ser acompanhado de febre, aumento nos linfonodos em casos mais graves. 2. Enterotoxemia: Doença é causada por uma toxina chamada épsilon, produzida pelos tipos A,B,C ou D. - TIPO C: ❖ É a mais rara de acontecer; ❖ Ela causa a enterite necrótica ou doença de Pigbel, causando multiplicação do C. perfringens no intestino, principalmente em aves; ❖ Os sintomas são: dor abdominal intensa e aguda, diarréia sanguinolenta, vômitos, inflamação necrótica no intestino delgado e peritonite; ❖ Esse infecção está ligada com a ingestão de carne de porco mal passada; ❖ O tipo A está associado com diarréia em cães e gatos; ❖ Pode levar à morte. Com 40% de letalidade; ➔ Transmissão: As compotas de carnes, molhos que contém carne são os alimentos que são mais propícios de conter esses microorganismos. Alguns microrganismos conseguem resistir na forma de esporos após o cozimento. Os esporos germinam, e assim, a bactéria se multiplica podendo causar a doença em temperaturas muito baixas na refrigeração. Como no processo de cocção se tem a retirada de oxigênio, forma condições anaeróbias que ajudam no crescimento de clostridios. ➔ Patogênese: Com a ingestão de alimento contaminado, depois que o microrganismo passa pelo estômago, ocorre a formação de enterotoxina no intestino. Acredita-se que a enterotoxina está ligada ao processo de esporulação, provocado pelo calor e pelo ambiente ácido do estômago. A enterotoxina é uma proteína termossensível, que é facilmente destruída pelo calor a 60ºC por 10 minutos. A produção de toxinas ocorre no interior do intestino, mas é rara presença da toxina no alimento. A toxina se liga aos receptores celulares dos enterócitos levando a formação de poros transbordando o conteúdo citoplasmático e causando diarreia. Há algumas evidências que as toxinas afetam e destroem as microvilosidades do intestino. ● Clostridium botulinum: ➔ Características: O Cl. botulinum tem forma de bastonete, é gram-positivo, anaeróbio com flagelos peritríquios. Crescem em temperatura de 3,5º-10º a 45-50ºC e pH de 4,6- 4,8 a 8-9. E ainda se desenvolve em atividade da água (Aa) de 0,94 a 0,97 O Cl. botulinum é responsável em causar uma doença de origem alimentar, chamada botulismo clássico, que é uma intoxicação alimentar causada pela neurotoxinas proteicas pré-formadas produzida pelo Cl. botulinum. O Botulismo em animais ocorre normalmente em ruminantes, eqüinos, martas e aves domésticas. Essa espécie de Clostridium está presente principalmente no solo, onde é seu hábitat natural. Pode ser encontrada em toda a natureza, como em alimentos, caracas de animais mortos, na poeira e sedimentos marinhos, e compotas caseiras ou industrializadas. Os esporos do Cl. botulinum podem crescer antes mesmo de chegar na região da ponta do antígeno, denominados de esporos subterminais. ➔ Formas de Botulismo: Atualmente, são conhecidas três formas de botulismo: - Botulismo alimentar: é a forma mais comum de botulismo, causado pela ingestão de alimentos contendo as neurotoxinas que foram produzidos ou conservados de maneira inadequada. Os alimentos mais comumente envolvidos são: conservas vegetais, principalmente as artesanais. O período de incubação varia de 2 horas a 10 dias. Quanto maior a concentração de toxina ingerida, menor o período de incubação. - Botulismo de lesões: é a forma mais rara de botulismo, causada pela contaminação do ferimento com C. botulinum. O período de incubação varia de 4 a 21 dia - Botulismo intestinal: Esse tipo de botulismo, os esporos que estão nos alimentos contaminados se fixam e multiplicam no intestino, onde vai haver uma produção e absorção de toxina. O período de incubação não é bem definido, porque não dá para saber o momento da ingestão dos esporos. . - Botulismo infantil: é causada também pela ingestão de esporos do C. botulinum e segue depois com um processo de germinação, multiplicação e produção da toxina no intestino de crianças com menos de um ano de idade. Geralmente, a infecção é mais frequente em crianças de 3 e 26 semanas, por causa da ingestão de mel de abelha. A incidência e disseminação não são precisas, por conta da subnotificação. 5% dos casos de morte súbita em lactentes, podem estarassociadas ao botulismo infantil. ➔ Toxinas: O C. botulinum produz oito tipos de toxina, de natureza proteica, denominadas: A, B, C1, C2, D, E, F e G. Somente os tipos A, B, E e F - G , são responsáveis por causar a doença no homem. As toxinas do tipo A, B e E são as mais tóxicas para os seres humanos. As formas F e G também podem provocar doenças, mas são raros os casos. As toxinas que causam a doença nos animais são dos tipos C e D. ➔ Patogênese: O botulismo alimentar, que é a forma mais comum da doença, apresenta os seguintes sintomas: problemas gastrointestinais nos primeiros dias, náusea, vômito, diarreia e constipação intestinal. Início da doença, os sintomas causados pela toxina são: Fadiga e fraqueza muscular. Além disso, os pessoas contaminadas podem apresentar ainda: visão dupla, queda das pálpebras, resposta pupilar alterada, tonturas, dor de cabeça, de garganta e nariz secos, dificuldade de deglutição e controle da língua, falhas respiratórias e em alguns casos levar à morte. Já os animais, a maioria dos animais contaminados podem apresentar os seguintes sintomas: pupilas dilatada, mucosas secas, diminuição da salivação, flacidez na língua, disfagia, incoordenação, marcha rígida, paralisia flácida, decúbito, respiração abdominal e pode chegar a morte. As aves apresentam quadros de paralisia flácida progressiva nas pernas e nas asas, rigidez do pescoço e podem levar à morte. ● Clostridium tetani: ➔ Características: O tétano é uma intoxicação aguda e fatal que afeta muitas espécies, inclusive a humana. Os equinos e os humanos são os mais suscetíveis, comparado com os ruminantes, suínos e carnívoros. Além disso, os carnívoros são os animais mais resistentes ao Clostridium tetani, e as aves domésticas não são suscetíveis a essa bactéria. O Clostridium tetani é um Bacilo gram-positivo, reto, mais fino, móveis e anaeróbio. Essa espécie de Clostridium tem endósporos esféricos, que são esporos terminais e deixam uma ressalto na célula-mãe deixando com forma de “raquete”. Os endósporos são estruturas de resistência a agentes químicos e à fervura, mas podem ser destruídos por esterilização por autoclave. O crescimento do Clostridium tetani é hemolítico e o cultivo ocorre em ágar-sangue, porque faz à produção de tetanolisina que é toxina que desencadeia a sintomatologia do tétano. ➔ Sorotipos: Há dez tipos sorológicos de C. tetani que podem ser diferenciados pelos seus antígenos flagelares. ➔ Patogênese: A neurotoxina liberada pelos C. tetani se ligam a receptores gangliosídeos nas terminações dos neurônios motores. Depois é transportada por vesículas ao corpo da célula nervosa e a seus processos dendríticos no SNC, pelo de fluxo intra-axonal retrógrado. A toxina é transferida por via transsináptica para o sítio de ação nos terminais dos neurônios inibidores, que irão bloquear a transmissão pré-sináptica de sinais inibitórios. Além disso, a toxina pode ser conduzida pelo sangue também, quando é produzida em grande quantidade, e se liga aos terminais motores antes de ser transferida ao SNC. ➔ Sintomatologia: Os sinais clínicos incluem: rigidez, espasmos, alteração nas taxas cardíaca e respiratória, disfagia(dificuldade de deglutir) e alteração na expressão facial. Os estímulos auditivos e táteis ficam alterados e avançar para uma contrações tônicas dos músculos. Espasmos dos músculos da mastigação, causando o trismo. A Rigidez generalizada dos músculos é bem característica da doença do tétano, podem causar uma posição dos membros em “cavalete”, principalmente em equinos. Os animais recuperados do tétano não ficam imunes, mas a quantidade de toxina que induzir doença tende a ser mais baixa que o limiar por mover a produção de anticorpos neutralizantes. ➔ Diagnóstico: Para o diagnóstico, é necessária a diferenciação por intoxicação pela estricnina, principalmente quando a suspeita é em cães. Os esfregaços preparados com o material das lesões e corados pelo método de Gram mostram a formas de “raquete”, características do C. tetani. As culturas de C. tetani de tecido necrótico têm que ser feitas em anaerobiose. O soro de animais acometidos com C. tetani pode ser usado para como amostra na inoculação em camundongos para demonstrar a neurotoxina circulante.
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