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RESUMO - Revolução Francesa - E Burns - História da Civilização Ocidental v 2

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História da Civilização Ocidental – Edward Burns – V. 2 
 
A Revolução Francesa (cap. 21) 
Causas políticas: 
 Governo despótico dos Bourbons: poder ilimitado; Estados Gerais não eram 
convocados desde 1614; 
 Caráter ilógico e caótico do governo: superposição de funções; conflitos de 
jurisdição; ineficiência; desperdício e suborno; 
 Fracasso nas guerras: 
o Guerra dos Sete Anos (1756-1763): apoio da Áustria e da Rússia; contra a 
Inglaterra e a Prússia. A França de Luís XV perde grande parte das 
possessões coloniais. 
o Intervenção na Guerra de Independência Americana (1778): gastos com o 
custeio das tropas arruinou o Império, apesar de estar do lado vitorioso. 
Causas econômicas: 
Atenção: apesar de existir parcela da população em miséria em Paris, a França ainda era 
um país rico, beneficiado por um comércio expansionista protagonizado pela burguesia. 
Logo, a população miserável não foi responsável por desencadear a Rev. Francesa, de 
cunho burguês. 
 Ascensão da classe média burguesa: detinha os recursos do comércio, da 
manufatura e das finanças, mas não tinha direitos políticos; 
 Abandono da política mercantilista: regulamentações e monopólio restringiam o 
comércio; 
 Sistema de privilégios 
 Sistema tributário: 
Impostos diretos Impostos indiretos 
Talha: propriedade rural e pessoal  
Clero isento 
Capitação: por cabeça 
Vintena: renda  clero isento 
Taxas acrescidas ao preço das 
mercadorias importadas ou expedidas 
entre províncias 
Gabela: sal 
Distribuídos de forma equitativa 
 Resquícios do sistema feudal: pagamento de canso ao antigo dono da terra; 
“banalidades”: compensações pelo uso das servidões; “corveia”: dever de 
trabalhar em reparações estatais periodicamente; privilégios de caça da nobreza. 
Causas intelectuais: frutos do iluminismo 
1) Teoria liberal: 
a. Locke: governo liberal; estado natural de igualdade e liberdade que gerava 
insegurança; contrato social estabelece o poder do Estado de atuar 
conforme a lei natural estabelece; rechaça o absolutismo. 
b. Voltaire: despreza o cristianismo ortodoxo e o absolutismo; poder do 
governo se limita a fazer executar os direitos naturais (liberdade, 
propriedade, proteção das leis em igualdade); defendia a monarquia 
esclarecida ou a república. 
História da Civilização Ocidental – Edward Burns – V. 2 
 
c. Montesquieu: leis naturais derivavam da história; sistema ideal depende 
do tamanho do país: vastos  despotismo; médios (como a França)  
monarquia limitada; pequenos  república. Teoria da Separação de 
Poderes: devem se limitar reciprocamente. Todos os direitos que não 
forem expressamente cedidos são das próprias pessoas. Se o governo se 
exceder ou abusar de seus poderes, justifica-se sua dissolução e/ou a 
rebelião popular. 
2) Teoria democrática: o desejo da maioria é a lei suprema da nação. 
a. Rousseau: estado natural foi pacífico até a propriedade privada, que 
ensejou o nascimento do Estado. A soberania é indivisível e é da 
comunidade, à qual o indivíduo cedia seus direitos ao aderir ao contrato 
social. As decisões da maioria são sempre justas. Influenciou Robespierre 
e a democracia jacksoniana. 
3) Nova teoria econômica: segunda metade do séc. XVIII – crítica ao mercantilismo. 
a. Ideias iluministas: mecânica econômica universal governada por leis 
inflexíveis. Redução do papel do governo a um mínimo para garantir a 
maior parcela de liberdade possível. 
b. Fisiocratas: Quesnay, Mirabeau, Tourgot. Condenam o mercantilismo. 
Agricultura, mineração e pesca são mais importantes para a economia 
nacional que o comércio. A natureza é a verdadeira produtora de riquezas. 
Laissez-faire et laissez passer, le monde va de lui même. Propriedade 
privada, livre contrato e livre produção. 
c. Adam Smith: o trabalho é a verdadeira fonte de riqueza. Influencia 
indiretamente a Rev. Francesa. Certas formas de intervenção 
governamental são desejáveis, como na prevenção da injustiça, da 
opressão, da defesa da educação, saúde pública e na manutenção de 
empresas necessárias cujas atividades o capital privado não alcança. 
A dívida pública francesa montava a 600 milhões de dólares em 1786. Luís XVI convoca 
Assembleia dos Notáveis em 1787 para criar novos impostos e que os nobres arcassem 
com parte do ônus. Os nobres se recusam a abrir mão de sua isenção tributária (Revolta 
dos Notáveis), e o rei convoca os Estados Gerais para 1789. 
Estados Gerais: reunião de representantes dos 3 Estados, com 1 voto para cada. A 
burguesia então reivindica voto individual, negado pelos demais. 
Em 17 de junho de 1789, o 3º Estado se proclama em Assembleia Nacional, com adesão 
da maioria do clero e de alguns nobres; o rei impede sua entrada e eles se reúnem na 
quadra do jogo da péla, liderados por Mirabeau e pelo Padre Sieyès, onde realizam o 
Juramento do Jogo da Péla em 20 de junho de 1789, comprometendo-se a redigir uma 
Constituição para a França. 
Fases da revolução: 
1) ERA DAS ASSEMBLEIAS (Junho 1789 – agosto 1792) 
 Trata-se de uma fase moderada, liderada pelo Terceiro Estado. 
 Ocasionou a queda da Bastilha em 14 de julho de 1789 pelo povo. 
 Relativamente pouco violenta. 
História da Civilização Ocidental – Edward Burns – V. 2 
 
 Interior: muitas turbulências. Os camponeses procederam à destruição de 
símbolos do antigo regime, dada a demora em concretizar as reformas prometidas 
(Grande Medo). 
 Resultados mais importantes: Assembleia Nacional entre 1789 e 1791: 
o Destruição do feudalismo: diante das notícias do interior, o 1º e 2º Estado 
renunciam a seus privilégios. Foram abolidos o dízimo, as obrigações 
feudais dos camponeses, a servidão, os privilégios de caça, a isenção de 
impostos e os monopólios.  reformas das “Jornadas de Agosto”  
igualdade perante a lei 
o Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão (1789): propriedade, 
liberdade, segurança, resistência à opressão são direitos naturais. 
Liberdade de expressão, tolerância religiosa e liberdade de imprensa. 
Igualdade jurídica; direito de ser preso ou punido somente por 
determinação judicial; soberania do povo. 
o Secularização da Igreja: confisco das terras da igreja para emissão de 
papel-moeda. Constituição civil do clero: bispos e padres eleitos pelo 
povo, submetidos à autoridade do Estado. 
 Divisão interna no clero: juramentado (que aceitou a submissão) e 
refratário (fiel ao Papa). 
o 1791: nova Constituição. Monarquia moderada, em que o poder 
permanecia nas mãos dos mais abastados. O voto e a elegibilidade eram 
censitários. Separação dos poderes. Assembleia Legislativa eleita 
indiretamente pelo povo. Exército, igreja e administração local sob 
controle do parlamento. O rei poderia expressar veto suspensivo, 
reversível pela Assembleia. 
 
2) CONVENÇÃO NACIONAL (1792-1794): 
 França republicana. 
 Convenção Nacional convocada para redigir uma nova constituição, em que a 
eleição se daria por sufrágio universal masculino. 
 Rei julgado por conspiração. 
 Domínio de extremistas do proletariado de Paris que defendiam doutrinas radicais 
e igualitárias de Rousseau. 
 Fase mais radical e violenta da revolução: massacres de setembro de 1792 e 
regime de Terror (1793-1794). 
 Descontentamento do proletariado com o andamento da revolução. 
 Envolvimento em guerras: 
o Áustria e Prússia: destino de nobres “emigrados” e monarquistas franceses 
que buscavam convencer os soberanos dos outros países a controlarem a 
revolução para que não se espalhasse pela Europa. 
 1791: Declaração de Plinitz dos monarcas austríaco e prussiano, 
em que declaravam a necessidade de restauração do poder 
absolutista na França como questão de interesse de toda a Europa. 
Era uma clara ameaça de intervenção. 
História da Civilização Ocidental – Edward Burns – V. 2 
 
 Assembleia Legislativa vota pela guerra em 1792: os exércitos de 
Áustria e Prússia chegam à fronteira e ameaçam tomar Paris. Os 
extremistasascendem na Ass. Leg. pois demonstram que seria 
necessário agir contra todos os contrários à Revolução, inclusive o 
rei. 
 1792-1795: Convenção Nacional 
o A nova Constituição ficou pronta em 1793, mas não foi implementada 
naquele momento. 
o Delegou suas funções executivas ao Comitê de Segurança Pública, que 
controlava o exército, as relações exteriores e a aplicação do Terror. 
o Composta por girondinos (direita; apoiados nas províncias, desconfiam do 
proletariado; republicanos; Thomas Paine e Marquês de Condorcet) e 
jacobinos (esquerda; radicais; discípulos de Rousseau; proletariado 
urbano; Marat, Danton e Robespierre). 
o Robespierre foi presidente da Convenção Nacional e membro do Comitê 
de Segurança pública, responsável pelo alargamento do Terror. 
 Terror (set. 1793 – jul. 1794): execução de suspeitos de ligação aos Bourbons ou 
girondinos. 
 Realizações da segunda fase: 
o Abolição da escravidão nas colônias e da prisão por dívida 
o Sistema decimal de pesos e medidas 
o Supressão do direito de primogenitura: divisão dos bens entre todos os 
herdeiros imediatos. 
o Confisco dos bens dos inimigos da revolução. 
o Parcelamento das grandes propriedades e venda a cidadãos mais pobres. 
o Preços máximos do trigo e outros artigos de primeira necessidade. 
o Novo calendário para extinguir os resquícios do cristianismo. 
o Separação completa entre a igreja e o Estado e tolerar todas as crenças que 
não fossem hostis ao governo. 
 
3) DIRETÓRIO NACIONAL (1794-1799): 
 Reação Termidoriana 
 Execução de Robespierre 
 Conservantismo crescente, reflexo dos interesses da burguesia 
 Revogação da lei dos preços máximos e dos suspeitos 
 Comitê de Segurança Pública esvaziado de seus podres 
 1795: Convenção Nacional adota nova Constituição (do Ano III): voto censitário 
masculino (para homens adultos alfabetizados. 
o Legislativo: Conselho dos Quinhentos + Senado (Conselho dos Anciãos) 
o Executivo: Diretório (junta de cinco homens eleitos pelo Senado entre os 
indicados dos 500) 
 Dominada pelos girondinos 
 Jacobinos organizam movimento pela derrubada, liderados por Babeuf. 
 Estagnação, corrupção generalizada e cinismo. Extravagancia e dissipação, 
competição pela riqueza. 
História da Civilização Ocidental – Edward Burns – V. 2 
 
 Fim da Revolução Francesa: golpe do 18 Brumário (1799) de Napoleão, que 
fechou o Diretório, que vinha perdendo seu prestígio. 
o A França enfrentava guerras contra a Grã-Bretanha, a Áustria e a Rússia, 
e perdeu paulatinamente seus satélites. 
o Crise financeira: despesas de guerra, gastos extravagantes e 
administradores incapazes; inflação. 
o Conquistas militares de Napoleão nas campanhas da Itália e da Holanda. 
Frutos da revolução: 
 Ondas liberais entre 1800 e 1850; 
 Golpe contra a monarquia absolutista; 
 Fim do feudalismo na França; 
 Separação entre Igreja e Estado; 
 Abolição da escravidão nas colônias, da primogenitura, da prisão por dívidas; 
 Distribuição de terras; 
 Nacionalismo chauvinista como ideal dominante.

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