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Pele de Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) como tratamento em pacientes queimados: Uma revisão da literatura

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Carlos Miguel Leite Ramos
Pele de Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) como tratamento em pacientes queimados: Uma revisão da literatura
Sumário
Resumo	4
Abstract	5
Introdução	6
Objetivo	7
Materiais e métodos	7
Desenvolvimento	8
Conclusão	10
Referências	11
2
Resumo
As queimaduras são danos aos tecidos orgânicos, causados ​​por traumas pirogênicos, e são um dos maiores ataques que nosso corpo pode sofrer. De pequenas bolhas a formas graves, pode desencadear uma resposta sistêmica proporcional ao grau e profundidade. A pele de tilápia do Nilo parece ser um possível subproduto e fonte de biomateriais para transplante, tendo aplicabilidade clínica, baseada em suas propriedades físicas (resistência à tração), características morfológicas do tecido e composição típica do colágeno. Investigações nesse sentido têm sido feitas em pele de tilápia do Nilo. Tang & Saito demonstraram que o colágeno tipo I da pele da tilápia estimula Fatores de Crescimento de Fibroblastos (FGF), os quais expressam e liberam Fator de Crescimento de Queratinócitos (KGF), duas citocinas importantes e imprescindíveis para o fechamento das feridas. Pode-se observar que o uso da pele de tilápia é uma ótima alternativa terapêutica nas lesões por queimaduras, pois reduz o número de contaminação nas lesões e favorece melhorias na cicatrização.
Palavras-Chave: Queimaduras; Tilápia; Tratamento de lesões.
Abstract
Burns are damage to organic tissues, caused by pyrogenic trauma, and are one of the biggest damages that our bodies can suffer. From small blisters to severe forms, it can trigger a systemic response in proportion to the degree and depth. Nile tilapia skin appears to be a possible by-product and source of biomaterials for transplantation, having clinical applicability based on its physical properties (tensile strength), tissue morphological characteristics and typical collagen composition. Investigations in this regard have been carried out on Nile tilapia skin. Tang & Saito demonstrated that tilapia skin type I collagen stimulates Fibroblast Growth Factors (FGF), which express and release Keratinocyte Growth Factor (KGF), two important cytokines essential for wound closure. It can be observed that the use of tilapia skin is a great therapeutic alternative for burn injuries, as it reduces the number of contamination in the lesions and favors improvements in healing.
Key words: Burns; Tilapia; Treatment of injuries.
Introdução
As queimaduras são danos aos tecidos orgânicos. Devido ao trauma térmico, nosso corpo pode sofrer um dos maiores ataques, que variam de pequenas bolhas a formas graves, que podem desencadear uma resposta sistêmica é proporcional à largura e profundidade. Além da simples insolação, queimaduras de primeiro grau até a pele (epiderme e derme) e tecidos adjacentes serem completamente destruídos, como as queimaduras de terceiro grau causadas por choques elétricos. Pode causar desfiguração, incapacidade ou até morte. (JUNIOR et al., 2008; JUNIOR et al., 2009)
Queimaduras podem causar mudanças o impacto fisiológico na pele do indivíduo e prejudica a capacidade de cicatrização, pois os órgãos afetados perdem a proteção contra infecções e, além disso, devido ao suor e as glândulas sebáceas são destruídas. (Costa et al., (2017).
Para lesões de 2º e 3º graus que atingem grande superfície corporal (SCQ), o tratamento é realizado por uma equipe interdisciplinar. O paciente foi encaminhado a um centro de tratamento de queimados. O tratamento clínico inclui reidratação adequada de fluidos por veias de grande calibre, diurese controlada (por meio de cateteres urinários), suporte enteral (por meio de tubos nasogástricos ou intestinais), prevenção de sangramento gastrointestinal e translocação bacteriana, analgesia de hora em hora e, em alguns casos, tratamento com antibióticos. As operações cirúrgicas variam de curativos, incisão cicatricial e fasciotomia, desbridamento, amputação, enxerto, retalho de fáscia e retalho livre (CRISÓSTOMO, 2004).
Em nosso país, em todos os centros de tratamento de queimados da rede pública, temos os seguintes métodos de tratamento para curativos: nas queimaduras de segundo grau, tomar banho com clorexidina 2% todos os dias, e usar sulfadiazina de prata 1% tópica antibacteriana como curativo até a lesão é completamente reparada (cerca de 12 dias é de 2 graus superficial, 21 a 25 dias é profunda); nas lesões terciárias, o desbridamento do tecido necrótico é realizado em várias etapas (desbridamento sequencial), com curativo de sulfadiazina de prata 1%, até o pronto. (ALVES et al., 2015).
Novas pesquisas e tecnologias inovadoras estão surgindo no tratamento de queimaduras, utilizando os biomateriais como alternativa de baixo custo. A pele da tilápia do Nilo parece ser um possível subproduto e fonte de biomateriais para transplante, com aplicabilidade clínica baseada em suas características físicas (resistência à tração), características histomorfológicas e características típicas da composição do colágeno. A tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) pertence à família dos ciclídeos, nativa da bacia do rio Nilo na África Oriental e amplamente distribuída em regiões tropicais e subtropicais.
Objetivo
O presente trabalho tem como objetivo fazer uma revisão acerca da literatura existente sobre a terapia de queimaduras envolvendo a pele de tilápia. 
Materiais e métodos
Trata-se de um estudo exploratório descritivo com método qualitativo do tipo pesquisa bibliográfica (RODRIGUES, 2011). A pesquisa exploratória visa tornar as pessoas mais familiarizadas com o problema para torná-lo mais claro ou estabelecer hipóteses. Determine que o objetivo principal desta pesquisa é aprimorar ideias ou descobrir intuições relacionadas. Pode dizer o seu O planejamento é muito flexível, então você pode considerar os mais diversos Aspectos relacionados a fatos de pesquisa. Gil (2008) destacou que as revisões de literatura permitem maior cobertura de dados e são essenciais em qualquer pesquisa científica. Premissas Conheça o que há de mais moderno no método do assunto, aponte lacunas nas publicações e mencione especificamente o atendimento aos pacientes e vítimas deste estudo queimar. A pesquisa é realizada por meio da definição do tema a ser estudado e da leitura de textos científicos. Resolvido este tópico e foi submetido à leitura atenta do título e resumo, a segunda é aplicar os critérios de seleção e, em seguida, selecionar a amostra da pesquisa, dentro após isso, cadastre-se cada artigo para realizar a análise e aquisição das informações.
Sendo assim, Rodrigues (2011) propôs uma série de etapas para o desenvolvimento da pesquisa bibliográfica: seleção do tema; definição do tema; plano de trabalho; coleta de dados; localização nas informações; arquivo de dados; seleção do material e redação dos trabalhos. Para realizar esta revisão bibliográfica, artigos, livros e periódicos foram coletados eletronicamente por meio das palavras-chave "Pele de tilápia", "Queimaduras" e "Curativo". Entre 2008 e 2017, foram selecionadas 10 publicações em português nas bases de dados LILACS, SCIELO e GOOGLEACADÊMICO. Critérios de inclusão e exclusão para publicação foram excluídos aqueles que não contemplaram os resultados esperados neste estudo.
Desenvolvimento
O curativo ideal é aquele que seja de fácil obtenção, baixo custo, fácil de armazenar, tenha estabilidade em longo prazo, não apresente antigenicidade, mas tenha boa flexibilidade, resistência ou transferência para terceiros. Alongamento, junto ao leito, boa adaptação e promoção do contorno da ferida Movimento articular. Acrescentou ainda que o material deve ser aplicado em um tempo de operação, fácil de manusear, inibir a dor, acompanhar o crescimento do corpo e manter a temperatura corporal. (JUNIOR et al., 2017).
Pesquisas têm sido realizadas para encontrar curativos que possam reduzir o impacto da contaminação nas lesões, facilitar o processo de cicatrização e proporcionar melhor estética. A pele da tilápia do Nilo foi investigadaa esse respeito. Pesquisadores do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade Federal do Ceará caracterizaram-no com base em suas propriedades histomorfológicas (ALVES et al., 2017).
A pele da tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) apresenta características microscópicas semelhantes à morfologia e estrutura da pele humana, boa resistência à tração, boa adesão às lesões e capacidade de retenção de água, podendo ser utilizada no tratamento de queimaduras (Costa et al., 2017).
Estudos mostraram que a possibilidade de usar a pele de tilápia do Nilo como curativo biológico temporário para queimaduras foi confirmada por informações preliminares de segurança e eficácia, que comprovaram seus benefícios para queimaduras e tem potencial para uso em humanos (JUNIOR et al., 2017),
Estudos histológicos da pele de tilápia mostram que a epiderme é coberta por um epitélio pavimentado em camadas, seguido por uma extensa camada de colágeno (SOUZA et al.,1997).
 O colágeno é um dos principais componentes dos biomateriais e, por sua capacidade de guiar e definir a maioria dos tecidos, apresenta biodegradabilidade e biocompatibilidade, o que é benéfico para sua aplicação. (CEN et al., 2008).
Tang & Saito 2015 provaram que o colágeno da pele de tilápia tipo I estimula o fator de crescimento de fibroblastos (FGF), que expressa e libera o fator de crescimento de queratinócitos (KGF), que são duas células importantes e essenciais para o fator de fechamento de feridas.
Conclusão
Pode-se observar que o uso da pele de tilápia é uma boa opção de tratamento para queimaduras, pois reduz a quantidade de contaminação na lesão e ajuda a melhorar a cicatrização. No entanto, são necessárias mais pesquisas nessa área para poder desenvolver melhor aplicabilidade e disseminação pelo país, pois ainda se limita a um estado.
Ao exposto nesse artigo de revisão, vemos que o tratamento de queimaduras com pele de tilápia é uma inovação dentro da área das ciências médicas, uma vez que se revolucionou o modo de tratamento de queimaduras não só dentro do estado do Ceara, mas sim em todo âmbito nacional, chegando até em outros países , demonstrando que a ciência nacional pode ditar tendências mundiais, como por exemplo a pele de tilápia que é usada em diversos países nos dias atuais.
Referências
ALVES, A. P. N. N. et al. Avaliação microscópica, estudo histoquímico e análise de propriedades tensiométricas da pele de tilápia do Nilo. Rev. Bras. Queimaduras, v.14, n. 3, p. 203-210, 2015. 
CEN, L. et al. Engenharia de tecidos de colágeno: desenvolvimento de novos biomateriais e aplicações. Pediatr Res, v.63,n. 5, p. 492-496, 2008.
COSTA, C. F. et al. Perfil de pacientes que sofreram queimaduras no Brasil: uma revisão integrativa. REAS, Revista Eletrônica Acervo Saúde, Minas Gerais, vol.8, p. 624-632, ago. 2017. 
CRISÓSTOMO, M.R., SERRA, M.C.V.F, GOMES, R.D. Epidemiologia das queimaduras. In: Lima Júnior EM, Serra MC, eds. Tratado de queimaduras. São Paulo: Atheneu; 2004. p.31-5.
FRANCO, M.L.R.S. et al. Comparação das peles de tilápia do Nilo, pacu e tambaqui: Histologia, composição e resistência. Arch. Zoote c, Córdoba, v. 62, n. 237, p. 21-32, mar.2013.
JÚNIOR, E.M.L. Et al. Tratado de Queimaduras no Paciente Agudo. 2ed. São Paulo: Atheneu; 2008.
JÚNIOR, E.M.L. Rotina de atendimento ao queimado. Fortaleza: Gráfica LCR; 2009.
JUNIOR, E. M. L. et al. Uso da pele de tilápia (Oreochromis niloticus), como curativo biológico oclusivo, no tratamento de queimaduras. Rev. Bras Queimaduras, v.16, n.1, p.10- 17, 2017.
SOUZA, M.L.R, SANTOS, H.S.L. Análise morfológica da pele da tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) através da microscopia de luz. Rev Unimar, cidade, v.19, n.3, p.881-888, 1997.
TANG, J., SAITO, T. Biocompatibilidade do Colágeno Novel I Tipo Purificado da Escala dePeixe de Tilapia: Um Estudo Comparativo In Vitro. Biomed Res Int, 2015.

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