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Metodologia Científica - Livro Completo

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METODOLOGIA CIENTÍFICA
 
 
Diretor-geral
Valdir Carrenho Junior
Diretor de Operações
Paulo Pardo
Coordenadora
Fabiana Aparecida Arf
Organizadora de conteúdo
Fabiana Aparecida Arf
Professora
Fabiana Aparecida Arf
Projeto gráfico
Belaprosa Comunicação Corporativa e Educação
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Biblioteca da Faculdade Católica)
Sumário
INTRODUÇÃO ................................................................. 5
AULA 1: A vida acadêmica e a produção de conhecimento .... 6
AULA 2: Evolução do conhecimento: medo, misticismo 
 e ciência ............................................................ 10
AULA 3: Os tipos de conhecimento .................................. 17
AULA 4: Projeto de Pesquisa: conceitos e finalidades .......... 25
AULA 5: Etapas para a elaboração do projeto de pesquisa
AULA 6: Projeto de pesquisa: normas para elaboração ...... 35
AULA 7: A formatação de trabalhos científicos ................... 42
AULA 8: A linguagem em trabalhos acadêmicos ................ 47
AULA 9: Modalidades de pesquisa científica ...................... 52
AULA 10: Métodos e técnicas de pesquisa científica ........... 57
AULA 11: Plágio acadêmico: como evitar? ........................ 63
AULA 12: Citações em documentos: conceitos 
 e características ................................................ 68
AULA 13: Elaboração de citações em documentos: 
 aprendendo a fazer indicação de autoria ........... 73
AULA 14: Elaboração de referências em documentos ......... 78
AULA 15: Alguns modelos de referências .......................... 84
AULA 16: A elaboração de trabalhos científicos ................. 90
CONCLUSÃO ................................................................ 96
REFERÊNCIAS ................................................................. 97
ELEMENTOS COMPLEMENTARES .................................... 99
5
INTRODUÇÃO
Olá, aluno(a)! Seja bem-vindo(a) aos estudos da disciplina Metodologia Científica!
Para iniciar nossos estudos sobre as normas e os métodos para a produção do 
conhecimento no ensino superior, serão abordados assuntos relativos à vida de estudos 
na graduação e o processo de produção de conhecimento. Para tanto, na Aula 1 são 
reveladas novas posturas que o estudante do ensino superior deve desenvolver, voltadas 
especialmente à prática da pesquisa e visando à produção de conhecimento.
Dando continuidade ao assunto, a Aula 2 versará sobre o processo de evolução 
do conhecimento, do medo para o misticismo e do misticismo para a ciência. Para 
finalizar, a Aula 3 trata dos diversos tipos de conhecimento que existem, procurando 
diferenciá-los, sem a intenção de esgotar o assunto.
Nas Aulas 4, 5 e 6, vamos tratar do planejamento de uma pesquisa científica, ou 
seja, do projeto de pesquisa, apresentando seus conceitos, as etapas que o compõem 
e algumas normas para sua elaboração segundo a Associação Brasileira de Normas 
Técnicas (ABNT).
Depois de termos conhecido os principais passos para a elaboração de um projeto 
de pesquisa, nas Aulas 7, 8, 9 e 10, serão estudados diversos aspectos de uma produção 
científica tais como formatação, linguagem, metodologia e os cuidados éticos que 
precisamos ter ao elaborar ao elaborar uma pesquisa. 
 Na Aula 11, estudaremos os principais tipos de plágio acadêmico, e nas aulas 
seguintes (12, 13, 14 e 15) aprenderemos sobre as duas principais formas de evitá-lo 
e de sermos éticos com os autores/pesquisadores que utilizarmos para embasar nossa 
pesquisa científica: elaboração de citações e de referências.
Finalmente, a Aula 16 traz algumas oportunidades que surgem para o discente 
do ensino superior desenvolver e publicar pesquisas científicas, com explicações sobre 
como elaborar um artigo científico.
Pronto(a) para começar? Então, mãos à obra e bons estudos!
Introdução
Aula
1
A VIDA ACADÊMICA E A PRODUÇÃO DE 
CONHECIMENTO
Professora-doutora Fabiana Aparecida Arf
Produção do conhecimento
Fonte: Pixabay. 
7
Aula
1
A vida acadêmica e a produção de conhecimento
Fonte: Pixabay. 
 Olá, aluno(a)! Seja bem-vindo(a) aos estudos da disciplina Metodologia Científica!
Para iniciarmos o assunto desta aula, é importante definir o significado do termo academia. De 
acordo com o Dicionário Informal ([201?], p. 1),
O termo  Academia  tem sua origem na Grécia, em torno do século III a.C., quando Platão 
passou a reunir pensadores que discutiam questões filosóficas em um local chamado Jardins de 
Akademus (herói Ateniense). O grupo passou a ser conhecido por Akademia. Com o tempo, a 
reunião de pessoas especializadas em uma determinada área também passou a receber a mesma 
denominação. Mais tarde o termo passou a ser usado também para designar estabelecimentos 
de ensino superior e posteriormente escolas onde se ministram práticas desportivas, artísticas 
e outras. Sociedades de caráter científico, artístico ou literário também passaram a ser 
denominadas de academia. Atualmente, quando nos referimos genericamente à ACADEMIA, 
estamos nos referindo ao sistema educacional e ao meio intelectual como um todo.
Considerando o significado do termo academia, podemos compreender o que se pretende 
estudar nesta disciplina: uma introdução aos estudos sobre as normas e os métodos para a produção 
do conhecimento no ensino superior, que acontece, especialmente, por meio da pesquisa. Sobre esse 
assunto, conheceremos, neste momento, as ideias do autor Antônio Joaquim Severino, em seu livro 
“Metodologia do Trabalho Científico” (2016), muito utilizado tanto por professores quanto por alunos 
para aprofundar seus conhecimentos no que diz respeito à prática da pesquisa no ensino superior.
O ingresso no curso superior implica uma mudança substancial na forma como professores 
e alunos devem conduzir os processos de ensino e de aprendizagem. Mudança muito mais 
de grau do que de natureza, pois todo ensino e toda aprendizagem, em qualquer nível e 
modalidade, dependem das mesmas condições. No entanto, embora sendo essas condições 
comuns a todo ato de ensino/aprendizagem, a sua implementação no ensino superior precisa 
ser intencionalmente assumida e efetivamente praticada [...] (SEVERINO, 2016, p. 22).
Ou seja, o aluno deve assumir uma postura diferente da que tinha no ensino fundamental e 
médio, quando, na maioria das vezes, recebia os conhecimentos prontos pelos professores, sem ter a 
preocupação de pesquisar sobre o assunto ou de produzir conhecimento por meio de pesquisa. Era 
um processo de ensino/aprendizagem mais passivo, que deve ser diferente no ensino superior, onde 
esse processo deve ser mais ativo.
O conhecimento sendo construído por meio da pesquisa
 Fonte: Pixabay.
De acordo com Severino (2016, p. 22), o ensino superior tem três objetivos principais, os quais 
são articulados entre si: “profissionalizar, iniciar à prática científica e formar a consciência político-
social do estudante.”
8
A vida acadêmica e a produção de conhecimento Aula
1
No que diz respeito à profissionalização, esta prevê a formação de profissionais das diferentes áreas 
de conhecimento por meio do ensino/aprendizagem de competências técnicas. Já a iniciação à prática 
científica prevê a formação do cientista mediante a disponibilização dos métodos e conteúdos das diversas 
áreas de conhecimento. Quanto à formação da consciência crítica do estudante, esta prevê a formação 
do cidadão por meio do incentivo à conscientização do estudante sobre sua existência histórica, pessoal 
e social. “Ao se propor atingir esses objetivos, a educação superior expressa sua destinação última que é 
contribuir para o aprimoramento da vida humana em sociedade” (SEVERINO, 2016, p. 23).
A Constituição Federal de 1988 determina, em seu artigo 207, que as universidades devem 
obedecer ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Isso quer dizer que as 
universidades devem desenvolver essastrês atividades, sendo elas articuladas entre si, não podendo ser 
separadas. Segundo Severino (2016, p. 24), a atividade de pesquisa é “[...] o ponto básico de apoio e 
de sustentação de suas outras duas tarefas, o ensino e a extensão.” Sendo assim, essas três atividades 
se articulam por meio da pesquisa, “[...] ou seja, só se aprende, só se ensina pesquisando; só se presta 
serviços à comunidade, se tais serviços nascerem e se nutrirem da pesquisa.” (SEVERINO, 2016, p. 24).
Para o autor, a educação pode ser compreendida como o processo pelo qual “[...] o conhecimento 
se produz, se reproduz, se conserva, se sistematiza, se organiza, se transmite e se universaliza, 
disseminando seus resultados no seio da sociedade” (SEVERINO, 2016, p. 24), e isso acontece 
principalmente no ensino superior por meio da pesquisa.
Ainda segundo o autor, “[...] o conhecimento deve ser construído pela experiência ativa do 
estudante e não mais ser assimilado passivamente, como ocorre o mais das vezes nos ambientes 
didático-pedagógicos do ensino básico” (SEVERINO, 2016, p. 26). 
Sendo o conhecimento construção do objeto que se conhece, a atividade de pesquisa torna-se 
elemento fundamental e imprescindível no processo de ensino/aprendizagem. O professor 
precisa da prática da pesquisa para ensinar eficazmente; o aluno precisa dela para aprender 
eficaz e significativamente; a comunidade precisa da pesquisa para poder dispor de produtos 
do conhecimento [...] (SEVERINO, 2016, p. 26).
Severino (2016) acredita que o processo de pesquisa acaba motivando o processo de ensino 
e aprendizagem e que, por isso, estão cada vez mais reconhecidas e implementadas as atividades 
de iniciação ao procedimento científico, envolvendo os estudantes em práticas de construção de 
conhecimento, mediante participação em projetos de iniciação científica e realização de Trabalhos 
de Conclusão de Curso (TCC). “Além de eventual contribuição de seus conteúdos, executar esses 
trabalhos é praticar a pesquisa, iniciar-se à vida científica e vivenciar a forma mais privilegiada de 
aprender.” (SEVERINO, 2016, p. 26).
No site Significados, tem-se a seguinte definição sobre 
pesquisa:
“Pesquisa é um conjunto de ações que visam à descoberta 
de novos conhecimentos em uma determinada área.”
Ao se referir ao meio acadêmico, defende que a pesquisa 
é um dos pilares da atividade universitária, em que os 
pesquisadores têm como objetivo produzir conhecimento para uma disciplina.
Quer saber mais o que diz este texto sobre “Significado de Pesquisa”? Leia-o na íntegra, 
acessando o link: https://www.significados.com.br/pesquisa/. Acesso em: 28 jan. 2018.
9
Aula
1
A vida acadêmica e a produção de conhecimento
No ensino superior, a pesquisa possui três dimensões: epistemológica, pedagógica e social. 
Quando nos referimos à dimensão epistemológica, estamos falando sobre a construção do 
conhecimento: “Só se conhece construindo o saber, ou seja, praticando a significação dos objetos.” 
(SEVERINO, 2016, p. 27).
Ao fazer referência à dimensão pedagógica, estamos falando sobre a relação da pesquisa com 
a aprendizagem: “Ela é mediação necessária e eficaz para o processo de ensino/aprendizagem. Só se 
aprende e só se ensina pela efetiva prática da pesquisa.” (SEVERINO, 2016, p. 27).
Quando nos referimos à dimensão social, estamos falando sobre a perspectiva da extensão, 
ou seja, sobre os projetos desenvolvidos pela instituição de ensino superior que estão voltados para 
a comunidade. “O conhecimento só se legitima se for mediação da intencionalidade da existência 
histórico-social dos homens. Aliás, o conhecimento é mesmo a única ferramenta de que o homem 
dispõe para melhorar sua existência.” (SEVERINO, 2016, p. 27, grifo nosso).
Agora sabemos um pouco sobre a importância da postura ativa do aluno no ensino superior, 
visando à produção do conhecimento por meio da pesquisa. Para dar continuidade ao assunto, na 
próxima aula vamos conhecer um pouco sobre o processo de evolução do conhecimento.
EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO: 
MEDO, MISTICISMO E CIÊNCIA
Professora-doutora Fabiana Aparecida Arf
Aula
2
O caminho até a ciência
Fonte: Pixabay.
11
Evolução do conhecimento: medo, misticismo e ciênciaAula
2
Fonte: Pixabay.
Caro(a) aluno(a), nesta aula, saberemos, resumidamente, como foi a evolução do conhecimento 
desde a pré-história até os dias de hoje.
Ao longo da história da humanidade, podemos dizer que houve uma evolução do conhecimento, 
passando do medo para o misticismo e, posteriormente, para a ciência. Hoje ainda temos medo 
e misticismo, mas a ciência explica muita coisa que nos causa medo e que somente as explicações 
místicas não satisfazem. Então, vamos entender como foi essa evolução do conhecimento?
2.1 MEDO
No início da humanidade, desde os primeiros hominídeos, o que tínhamos era uma sensação 
de medo causada pela falta de conhecimento. Sendo assim, o que se tinha era medo das tempestades, 
medo da escuridão, medo dos fenômenos naturais, medo de tudo o que era desconhecido, pois não 
sabiam explicar o que viam. Você imagina aqueles fortes homens da caverna com medo de uma 
tempestade, com medo do escuro, medo do que aconteceria fora da caverna ao anoitecer? Pois é, por 
falta de conhecimento, era isso o que acontecia: eles tinham medo.
As tempestades causavam medo por serem um fenômeno totalmente desconhecido
 Fonte: Pixabay. 
Um filme que ilustra bem essa situação é “Os Croods”, que 
se passa na Era Pré-histórica e no qual uma família liderada 
por um pai que tem muito medo do mundo exterior vive a 
maior parte do tempo dentro de uma caverna, impedidos 
por esse pai de sair à noite, pois, segundo ele, a escuridão 
poderia matar. Ainda segundo o pai, o novo era sempre ruim e era necessário nunca 
perder o medo. No entanto, eles vão viver uma aventura com inúmeras descobertas. 
Você pode assistir ao trailer do filme no seguinte link: 
https://www.youtube.com/watch?v=vah5h5CjzS8 .
12
Evolução do conhecimento: medo, misticismo e ciência Aula
2
O que é o Medo:
Segundo definições do site Significados, “medo é 
um  estado emocional que surge em resposta à 
consciência perante uma situação de eventual perigo.”
De acordo com informações do site, o medo é uma 
sensação de alerta muito importante para a sobrevivência 
das espécies, principalmente para o ser humano e, nestes, o medo também pode ser 
provocado por razões sem fundamento ou lógica racional, quando estão baseados em 
crenças populares ou lendas. 
Quer saber mais o que esse site diz sobre “O que é o medo”? O texto completo está 
disponível em: https://www.significados.com.br/medo/. Acesso em: 28 jan. 2018.
2.2 MISTICISMO 
Com o passar do tempo, o conhecimento foi evoluindo do medo para o misticismo, quando as 
explicações sobre os fenômenos naturais começaram a ser feitas por meio das crenças nos deuses, nas 
superstições, na religião, na magia. Esse fato pode ser considerado uma evolução, já que existia uma 
tentativa de explicação dos fenômenos que aconteciam. Uma tempestade, por exemplo, poderia ser 
a fúria dos deuses por causa de um casamento que aconteceu sem o consentimento deles. A imagem 
abaixo, por exemplo, poderia render diversos comentários como: “Olha como os deuses estão bravos. 
O que será que fizemos?” Ou então: “Oh, é um sinal dos deuses de que temos que mudar nossa conduta, 
pois ele está olhando muito furioso para nós.”
Os deuses estão furiosos
 Fonte: Pixabay. 
 Outros exemplos de misticismo: uma pessoa ficou muito doente porque foi feita uma bruxaria 
contra ela; uma plantação rendeu muitos frutos porque os deuses foram bondosos.
Confira outras imagens que conseguem ilustrar bem o misticismo:
13
Evolução do conhecimento: medo, misticismo e ciênciaAula
2
Bruxaria era uma das explicações para os acontecimentos do dia a dia.
 Fonte: Pixabay.
A religião servia de base para explicar muitos fenômenos naturais.Fonte: Pixabay.
14
Evolução do conhecimento: medo, misticismo e ciência Aula
2
Um filme que ilustra o misticismo é “Os deuses devem 
estar loucos”. Este é um filme da década de 1980 que conta 
a história de um bosquímano do Kalahari, na África, cuja 
tribo não tinha contato com outras pessoas nem tinha 
conhecimento sobre os fatos do mundo fora da tribo. 
Para eles, tudo o que eles tinham – a água, as frutas, as 
árvores, os animais – foram enviados pelos deuses. Até mesmo um trovão eles achavam 
que era a barriga dos deuses que estava roncando de fome. Num certo dia, o piloto de 
um avião jogou pela janela uma garrafa de vidro de Coca-Cola que caiu bem à frente do 
bosquímano Xixo, que acreditou que este foi um presente enviado pelos deuses. A tribo 
encontrou muitas utilidades para este “presente”, no entanto, como foi enviado somente 
um, isso acabou causando muitos conflitos na tribo, passando o objeto a ser chamado de 
“coisa maligna” e fazendo com que fosse decidido jogá-lo fora do planeta. Xixo, também 
chamado de Xi, se ofereceu para esta missão e, ao sair da tribo para cumpri-la, teve contato 
com a civilização pela primeira vez. 
Em torno disso é a trama do filme que pode ser assistido no seguinte link: https://www.
youtube.com/watch?v=uJUh9zFXRbE .
Você já ouviu alguém dizendo que tinha algum 
amigo ou algum parente que estava com algum 
problema de saúde muito sério, sem explicação, 
que já havia levado a pessoa em diversos médicos, 
mas o problema não melhorava, aliás, só piorava, e 
os médicos não conseguiam explicar a causa para 
aquilo? Que, depois de diversas tentativas, levou este 
amigo ou parente em alguma pessoa que faz benzimentos, descobriu-se que foi feita uma 
macumba e, após os benzimentos, o amigo ou parente se curou? 
Esse é um exemplo de misticismo que vivemos atualmente e que nem sempre o 
conhecimento científico explica...
Fonte: Elaborado pela autora.
2.3 CIÊNCIA 
Chega um momento em que as explicações vindas do misticismo não satisfazem mais a 
necessidade humana de conhecer e compreender os fenômenos da natureza, então, as dúvidas 
começam a ser esclarecidas com base em pesquisas, buscando sempre a comprovação das respostas 
encontradas. Ao comprovar as respostas, começa a ser gerado o conhecimento científico, baseado em 
métodos. Nesse momento, começa a haver a possibilidade de prever os fenômenos naturais.
15
Evolução do conhecimento: medo, misticismo e ciênciaAula
2
Previsão do Tempo
 Fonte: Climatempo.
Assim, diferentemente da Era Pré-histórica, em que os homens tinham medo das chuvas e das 
tempestades, e da época em que os homens acreditavam, por meio do misticismo, que as tempestades 
eram a fúria dos deuses, hoje, com o conhecimento científico, é possível prever quando e onde 
acontecerão as chuvas, as tempestades, prever as mudanças nas temperaturas, etc. 
A partir do momento em que o homem começa a desenvolver o conhecimento científico, 
ele começa também a alterar a natureza para servi-lo. Começa a construir casas mais confortáveis, 
ferramentas, armas, veículos, rodovias, etc. 
Wuhan: cidade, ciência e tecnologia
 Fonte: Pixabay.
Algo importante a se destacar é que somente o homem é capaz de pensar, interrogar o ambiente 
que está ao seu redor, descobrir coisas novas, criar e transmitir os novos conhecimentos a seus 
contemporâneos e a seus descendentes. 
16
Evolução do conhecimento: medo, misticismo e ciência Aula
2
Essa capacidade de comunicar o aprendido foi e é condição para o desenvolvimento do 
conhecimento humano, para a evolução e revolução da ciência, pois apenas o homem é capaz de 
criar e transformar o conhecimento; de aplicá-los a situações novas; de criar um sistema de códigos, 
símbolos e linguagens e, com eles, comunicar aos demais suas descobertas e experiências, além de 
registrá-las. (MACHADO, 2007, p. 1).
Somente o homem é capaz de pensar e descobrir coisas novas!
 Fonte: Pixabay.
O conhecimento tende sempre a evoluir: o que 
conhecíamos vinte anos atrás era considerado 
avançado para aquela época, mas hoje aquele 
conhecimento já foi revisto e atualizado e temos um 
conhecimento bastante avançado; daqui a vinte anos 
o conhecimento que temos hoje também já terá sido 
revisto e atualizado, e assim por diante... O conhecimento não para! Para ser revisto a 
atualizado, o conhecimento precisa ser registrado e comunicado.
Fonte: Elaborado pela autora.
“CES 2018: maior feira de eletrônicos do mundo mostra o futuro 
que vem por aí: carros autônomos, geladeiras inteligentes, 
máquinas que tocam instrumentos e muito mais”. Esse é 
o título da matéria da Revista Época Negócios, que segue 
aqui como uma sugestão de leitura, que nos faz refletir 
sobre como será a ciência e a tecnologia no futuro próximo.
Leia a matéria na íntegra no site da Revista, que está disponível em:
http://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2018/01/ces-2018-maior-feira-de-
eletronicos-do-mundo-mostra-o-futuro-que-vem-por-ai.html. Acesso em: 28 jan. 2018.
Já que estamos falando em conhecimento, na próxima aula saberemos o que se entende por 
conhecimento e quais os tipos de conhecimento que existem.
OS TIPOS DE CONHECIMENTO 
Professora-doutora Fabiana Aparecida Arf
Aula
3
Fonte de conhecimento
Fonte: Pixabay.
18
Os tipos de conhecimento Aula
3
Nesta aula, saberemos quais são os diversos tipos de conhecimento que existem. No entanto, 
antes de começarmos a falar sobre os tipos de conhecimento, que tal procurarmos no dicionário o 
significado de conhecimento? Vamos lá?
Segundo o Dicionário Houaiss (HOUAISS; VILLAR, 2008, p. 181), conhecimento significa: 
s.m. 1 cognição, percepção (o c. das causas de um fenômeno) 2 fato, estado ou condição de 
compreender; entendimento 3 domínio (de um tema, arte, etc.); competência, experiência 
(seu c. de português faz dele um bom redator) 4 coisa ou pessoa conhecida (a busca do c. 
é inerente ao ser humano) conhecimentos s.m.pl. 5 erudição, sabedoria, cultura (apesar de 
poucos c., é muito capaz na sua profissão).
Podemos afirmar, então, que o conhecimento é fruto das suas experiências, das relações do 
homem com seu meio e com os dados de sua realidade, buscando uma explicação racional ou não 
para esse conhecimento.
Cérebro, memória e conhecimento
 Fonte: Pixabay.
Segundo a autora Roberta de Sousa, no artigo “Os tipos de conhecimento”, publicado no site 
InfoEscola, o conhecimento “É uma forma de explicar os fenômenos das relações, seja entre sujeito/
objeto, homem/razão, homem/desejo ou homem/realidade.” (SOUSA, [201?], p. 1). Segundo a autora, a 
forma de explicar e entender o conhecimento faz com que existam diversos tipos de conhecimento, como: 
conhecimento empírico (sendo este também conhecido como conhecimento vulgar ou conhecimento 
do senso comum); conhecimento filosófico; conhecimento teológico; e conhecimento científico.
2.1 CONHECIMENTO EMPÍRICO 
O conhecimento empírico (vulgar ou do senso comum) é aquele que surge da relação do 
homem com o meio em que vive, com sua realidade. É um conhecimento adquirido por meio de 
suas experiências e não se baseia em investigações para comprovar aquele conhecimento, ocorrendo 
espontaneamente e sem a preocupação com a reflexão. 
Um exemplo de conhecimento empírico: para atravessarmos uma rua sabemos que precisamos 
olhar para ver se está vindo algum carro; se estiver vindo carro, somente pela experiência que temos 
19
Os tipos de conhecimentoAula
3
no nosso dia a dia saberemos se dará tempo de atravessar a rua ao observar a distância e a velocidade 
do carro. Dependendo do que observarmos, ou esperamos o carro passar ou atravessamos a rua 
rapidamente para não sermos atropelados.
Exemplos de Senso Comum
Quando se está com o intestino preguiçoso e 
alguém diz que ameixa e mamão é bom para ajudar 
o intestino, o que é que se faz? Comemos mamão e 
ameixa até dar o resultadoque aprendemos como o 
certo.
Chá de camomila acalma.
Gatos de três cores são sempre fêmeas.
Cortar os cabelos na lua crescente faz com que os cabelos cresçam mais rápido.
Chá de boldo cura problemas no fígado.
Quer ler o artigo completo, com mais explicações sobre o senso comum? Acesse o site 
do Portal Brasil 10, que está disponível em: https://portalbrasil10.com.br/senso-comum/. 
Acesso em: 28 jan. 2018.
2.2 CONHECIMENTO FILOSóFICO
Agora vamos falar um pouco sobre o conhecimento filosófico. Para tanto, vamos começar 
definindo o que é filosofia. Segundo Luckesi (2011, p. 34-35),
[...] a Filosofia é um corpo de conhecimento, constituído a partir de um esforço que o ser 
humano vem fazendo de compreender o seu mundo e dar-lhe um sentido, um significado 
compreensivo. Corpo de conhecimentos, em Filosofia, significa um conjunto coerente e 
organizado de entendimentos sobre a realidade. Conhecimentos estes que expressam o 
entendimento que se tem do mundo, a partir de desejos, anseios e aspirações.
Quer dizer, a Filosofia busca sempre compreender o mundo, compreender a realidade e dar uma 
explicação para essa realidade. Vai um pouco mais além de dar explicações, porque busca expressar as 
aspirações (pretensões) das pessoas, que deverão ser buscadas e, se possível, realizadas. Como afirma 
Luckesi (2011, p. 35), “Ninguém vive o dia a dia sem um sentido; para o seu trabalho, para a sua 
relação com as pessoas, para o amor, para a amizade, para a ciência, para a educação, para a política, 
etc.” Essas aspirações dão sentido ao dia a dia de toda pessoa.
Então, a Filosofia é esse campo de entendimento que, quando nos apropriamos dele, nos 
sentimos refletindo sobre a cotidianidade dos seres humanos. Desde a cotidianidade mais 
simples, como é o encontrar-nos com as pessoas, até a cotidianidade mais complexa, que pode 
ser a reflexão sobre o sentido e o destino da humanidade. (LUCKESI, 2011, p. 35).
Agora que definimos o que se entende por Filosofia, vamos falar sobre o conhecimento filosófico. 
No site Portal Educação ([201?], p. 1), o conhecimento filosófico está definido da seguinte 
maneira:
20
Os tipos de conhecimento Aula
3
O conhecimento filosófico é um conhecimento que tem a interrogação como base. Esse 
conhecimento usa o questionamento e o pensamento como base, ele é um conhecimento do 
dia a dia, mas ao contrário do conhecimento vulgar ou empírico, o conhecimento filosófico 
se preocupa em questionar o relacionamento do indivíduo com o meio em que está inserido.
Esse conhecimento é racional e não se baseia em experimentações, que é o caso do conhecimento 
científico. O conhecimento filosófico não se preocupa em verificar se as conclusões tiradas 
são válidas cientificamente. Esse conhecimento está em busca de conclusões sobre a vida, o 
universo, ultrapassando o limite imposto pela ciência. 
Ou seja, diferentemente do conhecimento do senso comum ou empírico, por meio do qual 
atravessamos uma rua, como no exemplo citado anteriormente, sem refletir sobre o porquê daquele 
ato, no conhecimento filosófico existe uma reflexão sobre a ação, mesmo sem a busca de uma 
comprovação científica. Pode haver a intenção de mudar, de melhorar a realidade, pois questiona 
o homem e as coisas da vida, porém, não tem intenções de comprovar seus conhecimentos, como 
acontece no conhecimento científico.
Partindo do mesmo exemplo dado anteriormente, vamos imaginar um conhecimento filosófico, 
ou seja, a reflexão sobre o dia a dia e as coisas do nosso mundo a partir do ato de atravessar uma rua. 
Vamos supor que estavam duas amigas atravessando uma rua e que elas olharam para os dois lados da 
rua para ver se vinha algum automóvel, mas não vinha nenhum... Então, resolveram atravessar a rua... 
Surgiu, repentinamente, um carro em alta velocidade que quase as atropelou, e seu motorista ainda 
saiu gritando todos os nomes feios que se possa imaginar... Elas, assustadas, se sentaram no banco que 
acharam mais próximo e começaram a filosofar sobre a vida cotidiana:
- “Amiga, que susto! Acho que ele deve estar muito atrasado para o trabalho ou deve ter sido 
demitido...
- Pois é amiga, hoje em dia a correria é tanta que a gente esquece o respeito pelo próximo, esquece 
o respeito por nós mesmos, esquece de dar um tempinho para a gente mesmo. Acho que esse moço deve 
estar numa correria tão grande que o estresse tomou conta da vida dele. 
- Verdade. Acho que todos nós precisamos parar para pensar nisso de vez em quando... Fico 
pensando nos filhos desses adultos que só pensam em trabalhar: quanto tempo essas crianças ficam 
com seus pais? Qual será a educação que esses pais transmitem para essas crianças? Será que deixam 
para a escola a função de educar? Será que matriculam a criança em uma escola de educação integral, 
depois chega em casa e fica um tempo com o filho, faz tudo o que ele quer, dá todo tipo de presente para 
compensar a ausência – como se presente fosse substituir a presença – e essa criança cresce um filho 
mimado e mal-educado, como esse moço aí do carro?
- É, amiga, mas tudo isso começou há muito tempo... A sociedade vem mudando... Hoje, se a gente 
não trabalha, a gente não consegue alimentar e dar uma boa educação para nossos filhos. Temos que 
ter limites, sim, temos que educar nossos filhos em casa, sim, mas o trabalho acabou se tornando algo 
essencial tanto para o homem quanto para a mulher...”
E a conversa entre as duas amigas continua... Veja que há questionamentos e que há, portanto, 
possibilidades de mudanças, o que é diferente do conhecimento empírico, do senso comum. No 
entanto, não há tentativa de comprovação, como é necessário ter no conhecimento científico, que 
veremos adiante.
21
Os tipos de conhecimentoAula
3
2.3 CONHECIMENTO TEOLóGICO
Agora que já sabemos um pouco sobre conhecimento filosófico, vamos saber do que se trata o 
conhecimento teológico. Para isso, vamos começar definindo o que é Teologia.
A palavra Teologia é a junção de dois termos gregos, “Théos”, que significa Deus, e “logia”, que 
significa ciência, estudo. Sendo assim, etimologicamente falando, Teologia é a ciência que estuda Deus.
No Dicionário Online de Português ([2010?], p. 1), Teologia está definida da seguinte maneira:
Ciência ou estudo que se dedica a Deus, às suas características, às suas particularidades e às 
suas relações estabelecidas com o universo e com o homem. 
Reunião das normas e princípios que regem uma religião; doutrina. 
Reunião dos dogmas religiosos.
Modo próprio de abordar as questões religiosas.
[Por Extensão] Curso acadêmico sobre os estudos teológicos: ele cursava teologia.
Entender agora do que se trata o conhecimento teológico ficou mais fácil, não é mesmo? Então 
vamos lá!
O conhecimento teológico tem como base a fé religiosa e se preocupa com verdades absolutas 
que só a fé pode explicar, sem haver a necessidade de verificação e comprovação: tudo é explicado pela 
religião. Exemplo: Deus criou o universo.
Fé
 Fonte: Pixabay. 
No site Palavras da Salvação (2009, p. 1), a definição dada para conhecimento teológico é a 
seguinte:
O Conhecimento Teológico é um conjunto de verdades a que os homens chegaram, não com 
o auxílio de sua inteligência, mas mediante a aceitação de uma revelação divina; tudo em 
uma religião é aceito pela fé; nada pode ser provado cientificamente e nem se admite crítica, 
pois o justo viverá pela fé. A revelação é a única fonte de dados. Também conhecido como 
conhecimento religioso, teológico ou místico, ele é baseado exclusivamente na fé humana e 
desprovido de método e raciocínio.
22
Os tipos de conhecimento Aula
3
Vamos utilizar o mesmo exemplo do atravessar a rua para o conhecimento teológico. Desta vez, 
vamos supor que aquele moço que vinha em alta velocidade, e que quase atropelou as duas moças 
que ficaram filosofando seguiu em alta velocidade por vários quilômetros e acabou atropelando uma 
pessoa, que veio a óbito. Nesse momento de luto, o que normalmente dá conforto aos familiarese 
amigos dessa pessoa que faleceu? Está certo quem respondeu que uma das coisas é o conhecimento 
teológico. O consolo, muitas vezes, vem das palavras que são proferidas por padres, pastores ou pessoas 
que acreditam muito em Deus e que utilizam as palavras que estão na bíblia para tentar confortar um 
pouco as pessoas que, com certeza, estão muito tristes com a situação.
É por isso que, normalmente, nos velórios, dependendo da religião da família, padres e/ou 
pastores vão fazer suas orações e falar sobre esse momento da morte, explicar o que significa esse 
momento para Deus ou para a religião, que esse momento significa que a pessoa deixou a vida terrena 
e entrou para a vida eterna, etc. Um trecho da bíblia muito comum de ser lido nesse momento é: 
“Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá; e todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá” 
(Jó 11, 25-26). Palavras reconfortantes, não é mesmo?
Duas perguntas para refletir e finalizar esta breve apresentação do conhecimento teológico: 
alguém consegue provar que existe a vida eterna? Ou consegue provar que não existe a vida eterna? 
Então, pelo conhecimento teológico, pela fé, seguimos acreditando (ou não, como no caso dos ateus e 
agnósticos), sem buscar explicações nem provar cientificamente a existência da vida eterna.
2.4 CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Agora que aprendemos um pouco sobre o conhecimento teológico, vamos saber o que é o 
conhecimento científico. Para tanto, começaremos definindo o que se entende por ciência, citando o 
conceito encontrado em uma busca simples no Dicionário do Google ([201?], p. 1):
1. conhecimento atento e aprofundado de algo.
• esse conhecimento como informação, noção precisa; consciência.
“c. do bem, do mal”
• conhecimento amplo adquirido via reflexão ou experiência.
“a c. do bom convívio”
2. corpo de conhecimentos sistematizados adquiridos via observação, identificação, pesquisa 
e explicação de determinadas categorias de fenômenos e fatos, e formulados metódica e 
racionalmente.
“homem de c.”
3. p.met. atividade, disciplina ou estudo voltado para um ramo do conhecimento.
“a c. da biologia, do direito”
4. p.ext. erudição, saber.
“ser um poço de c.”
5. fil conhecimento que, em constante interrogação de seu método, suas origens e seus fins, 
obedece a princípios válidos e rigorosos, almejando esp. coerência interna e sistematicidade.
• fil cada um dos inúmeros ramos particulares e específicos do conhecimento, caracterizados 
por sua natureza empírica, lógica e sistemática, baseada em provas, princípios, argumentações 
ou demonstrações que garantam ou legitimem a sua validade.
Origem
⊙ ETIM lat. scientĭa,ae ‹conhecimento, saber, ciência, arte, habilidade›
Com base na conceituação acima, especialmente no item 2, podemos compreender que a 
ciência é construída por meio da observação, da pesquisa e da explicação de determinados fatos ou 
fenômenos de forma metódica e sistemática. Ao observarmos o item 5, vemos que existe sempre 
23
Os tipos de conhecimentoAula
3
um questionamento dos métodos utilizados, buscando a comprovação daquele conhecimento que é 
construído por meio da ciência e legitimando sua validade. No entanto, essa pesquisa, essa construção 
de conhecimento a respeito de algum fato ou fenômeno não surge do nada: é necessário surgir uma 
dúvida, algum questionamento a respeito de um determinado fato, fenômeno ou objeto.
Fazendo Ciência
 Fonte: Pixabay.
Sobre o conhecimento científico, Machado (2007, p. 4) faz a seguinte descrição:
[...] o conhecimento científico resulta de uma atividade intencional que parte de um problema 
referente a um tema ou assunto, vincula fatos, ideias e conhecimentos anteriormente 
adquiridos, articula o lógico e o real e estabelece relações na construção de um discurso 
argumentativo e demonstrativo.
Pode-se também dizer que se chega ao conhecimento científico mediante procedimento 
metódico, racional e objetivo; que se atém aos fatos e os transcende, isto é, vai além deles; 
que é passível de ser comunicado e verificado; é analítico, por isso requer precisão, exatidão e 
clareza; finalmente, é explicativo e permite generalizações. 
Sendo assim, o conhecimento científico surge de alguma dúvida sobre algum assunto. Esta 
dúvida gera uma investigação que se utiliza de procedimentos metódicos e busca respostas que 
precisam ser comprovadas. A veracidade destas respostas poderá ser verificada posteriormente, ou 
seja, estas respostas poderão ser analisadas para verificar se são verdadeiras ou falsas, para isso, essa 
investigação precisa ser escrita e comunicada.
Continuando no exemplo dado anteriormente sobre o ato de atravessar a rua – que é tão natural 
que só precisamos do nosso conhecimento empírico ou senso comum para fazê-lo, mas, se formos 
quase atropelados, pode trazer à tona um conhecimento filosófico, e se chegarmos a ser atropelados, 
com morte, vem à tona o conhecimento teológico – vamos imaginar o conhecimento científico sendo 
construído após o atropelamento daquela pessoa que faleceu. Mas um atropelamento pode gerar um 
conhecimento científico? Sim!
Vamos lá: assim que um acidente com vítima acontece, são acionados a Polícia Militar e o 
Resgate e, para fazer a perícia, a Polícia Científica. 
Partindo de um fato, que é o atropelamento com morte, a Polícia Científica fará sua investigação 
metódica, partindo das seguintes questões:
24
Os tipos de conhecimento Aula
3
• Tinha faixa de pedestres no local?
• Se havia faixa de pedestres, o pedestre estava atravessando na faixa?
• O freio do carro estava funcionando?
• Houve frenagem?
• Se houve frenagem, qual a velocidade do carro? 
• Qual a velocidade permitida na via?
• Qual o ponto de impacto do carro na pessoa? 
• O motorista tentou desviar do pedestre?
• Qual o horário do acidente? 
• Se o acidente ocorreu durante a noite, tinha iluminação no local?
• O condutor do carro estava embriagado?
• O condutor é habilitado para dirigir?
• Existem imagens do acidente?
• Existem testemunhas?
Essas são algumas das questões que são levantadas pela Polícia Científica para investigar e 
explicar o que aconteceu no momento do acidente, comprovando, por meio dessas investigações, 
as respostas obtidas. Para comprovar essas respostas, é necessário seguir métodos, e essas respostas 
podem ser avaliadas, no sentido de verificar se são verdadeiras ou falsas, pois todas as investigações 
são suscetíveis a erros. No entanto, não basta simplesmente investigar, é necessário desenvolver um 
relatório detalhado a respeito da coleta de dados, informando, com clareza, todos os resultados obtidos 
na investigação.
Veja que o conhecimento científico parte sempre de uma dúvida que se quer esclarecer sobre 
um tema (fato, fenômeno, objeto, etc.) e, para esclarecer essa dúvida, é necessário um planejamento; 
nesse planejamento é preciso ter claro o objetivo e o método que será utilizado para responder 
sua pergunta, por isso uma das características do conhecimento científico é ser um conhecimento 
metódico e sistemático.
Assista no Youtube Desvendando o Conhecimento 
Científico, o “Teaser de um vídeo que ajudará a todos nós 
a entender a busca do homem pelo conhecimento. Ajudará 
também a vencer o determinismo e o proselitismo tanto 
religioso como científico. Um convite para pensar...”
Esse vídeo nos fará refletir sobre os assuntos abordados nas aulas 2 e 3 desta disciplina. 
Para assistir, acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=yQWejuldZNc. Acesso em: 
28 jan. 2018.
Você percebeu que foi mencionado o planejamento para a elaboração de conhecimento científico, 
não é mesmo? Esse será o assunto discutido na próxima aula.
PROjETO DE PESqUISA: CONCEITOS E 
FINALIDADES
Professora-doutora Fabiana Aparecida Arf
Aula
4
Frutos da pesquisa
 Fonte: Pixabay.
26
Aula
4
Projeto de pesquisa: conceitos e finalidades
Nesta aula, começaremos a tratar do planejamento da elaboração de um conhecimento científico, 
ou seja, do planejamento do trabalhocientífico, conhecido como projeto de pesquisa.
Vamos refletir um pouquinho: será mesmo necessário planejamento para desenvolver uma 
pesquisa, para desenvolver um trabalho científico? 
Antes de dar essa resposta, lanço outra pergunta: no seu dia a dia, você faz algum planejamento? 
Será preciso planejar a que horas vai acordar de manhã para poder chegar ao trabalho no horário 
certo? Será preciso planejar como vai fazer no seu horário de almoço para dar tempo de pagar suas 
contas e retornar ao trabalho sem atraso? Será preciso planejar como você fará para tomar banho, se 
trocar, jantar e ir para a faculdade depois desse dia corrido?
Aí você me diz que está de férias... Mas será preciso planejamento para alguma viagem de férias? 
Quando você já está no local para o qual viajou, será preciso planejar passeios e, também, lugares 
aonde irá para se alimentar?
Respondendo: na nossa vida, precisamos planejar o tempo todo como será nosso dia a dia, 
desde um dia de trabalho e aula na faculdade, até um fim de semana ou uma viagem de férias. 
Então, voltando à pergunta inicial: será mesmo necessário planejamento para desenvolver uma 
pesquisa, para desenvolver um trabalho científico? A resposta, certamente, é sim! 
Nesse mesmo sentido, afirma Medeiros (2014, p. 197-198),
Na vida quotidiana, é comum o planejamento para nossas mais simples ações. Planejamos 
uma volta pela cidade para fazer compras, planejamos uma reforma de um apartamento 
ou uma casa, planejamos a aquisição de um imóvel ou de um carro. Mesmo as pessoas que 
dizem que não gostam de fazer planejamento não abdicam totalmente de fazê-lo. No mundo 
acadêmico, da construção de conhecimento, da pesquisa, da elaboração de um TCC, uma 
monografia, uma dissertação de mestrado ou uma tese de doutorado, podemos perceber que 
o resultado final só poderá ser bem-sucedido se na sua origem o trabalho contou com um 
planejamento bem elaborado.
Medeiros (2014, p. 197) cita Inácio Filho (2003, p. 49)1, para reforçar essa necessidade de 
planejamento no nosso dia a dia e, principalmente, na elaboração de trabalho científico:
Quando saímos para passear sem destino, ficamos a vagar pelas ruas e, frequentemente, 
passamos várias vezes pelo mesmo local. Quando se anda sem destino não se vai longe, mesmo 
caminhando muito. [...] Mas em ciência não podemos andar sem rumo e, por isso, planejamos 
nossas atividades. Tal planejamento permite-nos economia de tempo e racionalização de 
recursos, além de possibilitar-nos o exercício de nossa disciplina científico-acadêmica.
Isso quer dizer que o planejamento de uma pesquisa científica faz com que tenhamos uma 
disciplina de trabalho, pois teremos um rumo a seguir, teremos prazos, etapas e metas a serem 
cumpridas, então, se tivermos esse percurso bem definido e se formos disciplinados e seguirmos o 
que foi planejado, não desviaremos do nosso “caminho”.
Percebeu a importância do planejamento? Imagino que sim. Então, vamos falar de projeto de 
pesquisa. Para isso, vamos começar definindo a palavra projeto.
A palavra projeto vem do latim projectum, que significa “algo lançado à frente”. Sendo assim, 
projeto é algo que se planeja hoje, mas que será desenvolvido no futuro: um futuro bem próximo.
1 INÁCIO FILHO, Geraldo. A monografia na universidade. 6. ed. São Paulo: Papirus, 2003.
27
Projeto de pesquisa: conceitos e finalidadesAula
4
Planejamento / Projeto
 Fonte: Pixabay.
De acordo com o Dicionário Online da Língua Portuguesa ([2009?], p. 1 (grifo nosso), projeto é:
Plano; planejamento que se faz com a intenção de realizar ou desenvolver alguma coisa: 
projeto de lei.
Esquema; noção inicial, escrita e detalhada, do que se pretende desenvolver; aquilo que se 
pretende realizar, de acordo com esse esquema: projeto de pesquisa; projeto de limpeza do 
Rio Tietê.
[Arquitetura]  Plano que se faz antes do início de uma obra, com as descrições, cálculos, 
orçamento: o projeto de uma igreja.
Você percebeu que projeto é o planejamento de algo que realmente faremos, porém, em um 
futuro próximo. Na citação acima, um exemplo dado foi o projeto de pesquisa, sendo apresentado 
como uma “noção inicial, escrita e detalhada do que se pretende desenvolver; aquilo que se pretende 
realizar, de acordo com esse esquema”, que foi escrito e detalhado. 
Sendo assim, percebe-se que o que diferencia o projeto de pesquisa de um simples planejamento 
do nosso dia a dia é que ele deve ser escrito obrigatoriamente, e, ao ser escrito, devem ser apontadas 
as etapas a serem alcançadas no desenvolvimento da pesquisa, o que seria o detalhamento apontado 
na citação anterior. 
O planejamento da pesquisa concretiza-se mediante a elaboração de um projeto [de 
pesquisa], que é o documento explicitador das ações a serem desenvolvidas ao longo do 
processo de pesquisa. O projeto deve, portanto, especificar os objetivos da pesquisa e, 
apresentar a justificativa de sua realização, definir a modalidade de pesquisa e determinar os 
procedimentos de coleta e análise de dados. Deve, ainda, esclarecer acerca do cronograma 
a ser seguido no desenvolvimento da pesquisa e proporcionar a indicação dos recursos 
humanos, financeiros e materiais necessários para assegurar o êxito da pesquisa. (GIL, 2010, 
p. 3, grifo nosso).
28
Aula
4
Projeto de pesquisa: conceitos e finalidades
É importante deixar claro que não existe um modelo 
pré-definido para elaboração de um projeto de 
pesquisa, isso dependerá da instituição à qual este 
será entregue, mas todo projeto sempre deve partir de 
um tema, um assunto ou objeto a ser analisado, um 
problema a ser resolvido e um objetivo a ser atingido. 
Fonte: Elaborado pela autora.
Segundo Machado e Castro (2007, p. 159), 
[...] não há um ‘modelo’, um roteiro único para elaboração de projetos de pesquisa. Há, isto 
sim, alguns elementos sempre presentes em um projeto, uma vez que um plano e/ou projeto 
deve responder a algumas questões básicas [...]. Toda atenção deve ser dada às orientações ou 
requisitos explicitados pela agência, órgão ou instituição para a qual será enviado o projeto. 
Em outras palavras, qual será o ‘leitor-avaliador’ preferencial de seu texto?
Abaixo são apresentados alguns elementos básicos de um projeto de pesquisa:
• Tema
• Problema
• Hipótese(s)
• Justificativa
• Objetivos (geral e específicos)
• Revisão de Literatura / Fundamentação Teórica
• Procedimentos Metodológicos
• Cronograma de Execução
• Orçamento
• Referências
A respeito dos elementos acima, Severino (2016) afirma que estes devem ser distribuídos de 
acordo com as exigências lógicas de cada pesquisa, destacando, assim, a estruturação flexível de um 
projeto pesquisa. A respeito da flexibilidade, a qual permite que vários pontos do projeto de pesquisa 
sejam alterados no decorrer da pesquisa, o autor afirma que “Isto é normal é até positivo, uma vez 
que revela eventuais descobertas de dados novos e aprofundamento das ideias do autor.” (SEVERINO, 
2016, p. 141).
Severino (2016, p. 142, grifo do autor) faz uma distinção entre o projeto de pesquisa e o trabalho 
propriamente dito (artigo, dissertação ou tese):
No projeto, o pesquisador deve ter claro o caminho a ser percorrido, as etapas a serem 
vencidas, os instrumentos e estratégias a serem utilizados. É para isto que, em última análise, 
ele é feito; esta é a sua finalidade intrínseca. Mas não é o projeto que vai ser publicado e sim a 
dissertação ou a tese. E aí o que está em jogo é o resultado do trabalho desenvolvido de acordo 
com o projeto.
Ou seja, aquilo que foi planejado no projeto de pesquisa precisa ser cumprido e seus resultados 
serão vistos no texto do artigo, da dissertação ou da tese que serão apresentados à instituição de 
ensino, podendo até ser publicados. Sendo assim, todo planejamento está ligado ao sentido da ação: 
aquilo que se planeja precisa ser realizado. 
Na próxima aula nos aprofundaremos um pouco mais no estudo sobre projeto de pesquisa e 
vamos conhecer cada um dos elementos ou etapas que o compõem.ETAPAS PARA A ELAbORAÇÃO DO 
PROjETO DE PESqUISA
Professora-doutora Fabiana Aparecida Arf
Aula
5
Etapas
 Fonte: Pixabay. 
30
Etapas para a elaboração do projeto de pesquisa Aula
5
Nesta aula, vamos conhecer cada etapa do projeto de pesquisa e quais as questões básicas 
que estas devem responder. Como foi afirmado na aula anterior, não existe um roteiro único para a 
elaboração de um projeto de pesquisa, mas, sim, elementos que precisam conter em todos os projetos, 
já que eles precisam responder a algumas questões básicas.
Vamos agora conhecer quais são esses elementos ou etapas de um projeto de pesquisa:
5.1 ESCOLHA DO TEMA
O que será estudado?
Toda pesquisa deve se iniciar pela escolha de um tema a ser estudado. 
Ao iniciar um projeto de pesquisa é preciso fazer uma delimitação do tema, para que este não 
fique muito amplo e difícil de ser analisado. Nesse momento, é feita uma descrição do objeto de estudo/
tema que será estudado.
É importante, mas não obrigatório, que o tema a ser estudado seja da área de conhecimento do 
pesquisador, que deve levar em conta a sua formação acadêmica e/ou atuação profissional.
5.2 LEVANTAMENTO bIbLIOGRáFICO
É a localização de documentos como livros, artigos de revistas, teses, etc. para avaliar a 
disponibilidade de material que servirá como base para o desenvolvimento da pesquisa. Esse 
levantamento pode ser determinado em dois níveis: 
a) Nível geral: relação de todas as obras ou documentos sobre o assunto a ser pesquisado; 
b) Nível específico: relação somente das obras ou documentos que contenham dados 
referentes à especificidade do tema.
O levantamento bibliográfico é a busca por 
bibliografias que auxiliarão o pesquisador a 
delimitar ainda mais seu tema, definir seu 
problema, saber sobre o que já foi falado sobre o 
assunto, saber se a bibliografia disponível sobre 
seu tema será suficiente para o desenvolvimento 
de seu trabalho. No entanto, esse levantamento 
bibliográfico não aparece em uma seção dentro do projeto de pesquisa: somente o 
pesquisador saberá qual a lista de materiais que ele consultou antes de começar a escrever 
seu projeto de pesquisa.
Fonte: elaborado pela autora.
31
Projeto de pesquisa: conceitos e finalidadesAula
4
5.3 PRObLEMATIzAÇÃO
Por quê? Qual o problema? Quais as dúvidas? Quais as perguntas a serem respondidas?
Quando são formuladas perguntas referentes ao tema escolhido, constrói-se sua problematização. 
A pesquisa, portanto, deverá responder às dúvidas que o pesquisador tem em relação ao tema. São essas 
perguntas que orientarão o desenvolvimento da pesquisa, afinal, esta será realizada para respondê-las, 
para esclarecer tais dúvidas levantadas a respeito do tema/objeto de estudo. Lembre-se sempre: 
NÃO BASTA TER UM TEMA, É PRECISO HAVER UM PROBLEMA. Uma coisa é dissertar 
sobre um tema sobre o qual já se tem algum conhecimento – outra coisa é dissertar sobre um 
tema sobre o qual se tem algum conhecimento, mas se quer saber mais, avançar sobre o já 
sabido. Neste caso, situa-se a atividade de pesquisa. (MACHADO; CASTRO, 2007, p. 162).
Em outras palavras: se não há um problema para resolver, desenvolver uma pesquisa para quê?
Sobre a elaboração do problema: deve ser formulado em formato de perguntas e possível de 
ser solucionado; dever ter uma redação clara e precisa; deve ser delimitado e relevante para a área de 
conhecimento na qual o tema se insere.
5.4 Levantamento de hipóteses
Qual é a possível solução para o meu problema de pesquisa?
A hipótese oferece uma possível solução ao problema que foi formulado anteriormente. 
Esta é uma suposição, uma resposta ou explicação provisória do problema. Essa hipótese, após o 
desenvolvimento da pesquisa, será submetida a teste para ser definida como verdadeira ou como falsa. 
Se for reconhecida como verdadeira, será considerada como a resposta ao problema.
[...] as hipóteses podem ser constituídas por simples suposições ou palpites. De fato, as 
hipóteses podem ser entendidas como afirmações, muitas derivadas do senso comum, mas 
que conduzem à verificação empírica. Cumprem sua finalidade no processo de investigação 
científica, tornando-se capazes, mediante o adequado teste, de proporcionar respostas aos 
problemas propostos. (GIL, 2010, p. 17).
O levantamento de hipóteses nem sempre é um elemento obrigatório: isso dependerá dos dados 
que forem pré-definidos pela instituição à qual será entregue o projeto e também do tipo de pesquisa 
que será desenvolvido. Alguns tipos de pesquisa requerem hipóteses, outros não.
5.5 jUSTIFICATIVA
Quais os motivos? Qual a importância?
Este é o momento em que o pesquisador justifica os motivos que o fizeram escolher o tema 
de sua pesquisa, os quais podem estar vinculados com sua experiência profissional ou acadêmica, 
destacando quais serão as contribuições que sua pesquisa poderá trazer para a área de conhecimento 
na qual se insere, tanto do ponto de vista social (resolvendo alguma questão prática na sociedade) 
quanto do ponto de vista científico (trazendo conhecimentos teóricos novos).
32
Etapas para a elaboração do projeto de pesquisa Aula
5
De acordo com Severino (2016, p. 140, grifo do autor),
[...] neste tópico do Projeto, cabe adiantar a contribuição que se espera dar com os resultados 
da pesquisa, justificando-se assim a relevância do Projeto. Este é o momento de se referir 
então aos estudos anteriores já feitos sobre o tema para assinalar suas eventuais limitações 
e destacar, assim, a necessidade de se continuar a pesquisá-lo e as contribuições que seu 
trabalho dará, justificando-o desta maneira.
 Ou seja, é na justificativa que o pesquisador demonstrará que seu projeto é muito importante 
e que sua pesquisa é muito relevante para a área de conhecimento, por isso precisa ser desenvolvida.
5.6 DEFINIÇÃO DOS ObjETIVOS (GERAL E 
ESPECÍFICOS)
Para que fazer esta pesquisa?
Os objetivos devem deixar claro o que o pesquisador pretende; os resultados que espera ao 
desenvolver a pesquisa. Eles dividem-se em geral e específicos. 
O objetivo geral é o que deve explicitar, normalmente em um só parágrafo, o que se pretende 
com o desenvolvimento da pesquisa. 
Os objetivos específicos estão vinculados ao geral. Estes explicitam os objetivos de cada passo 
descrito no projeto de pesquisa, as quais farão atingir o objetivo geral. Em outras palavras: os objetivos 
específicos apresentam, de forma detalhada, como o objetivo geral será atingido. 
Na formulação dos objetivos, deve-se utilizar verbos no infinitivo: analisar, pesquisar, investigar, 
determinar, examinar, identificar, aprofundar, esclarecer, questionar, etc. 
5.7 REVISÃO DE LITERATURA / 
FUNDAMENTAÇÃO TEóRICA
Quais autores já trataram sobre o tema? O que eles afirmaram?
Este é o momento em que se faz uma revisão de literatura a respeito do tema específico que será 
analisado, buscando dar uma fundamentação teórica para a pesquisa. 
O que interessa aqui é contextualizar teoricamente o problema e apresentar o estágio atual 
de conhecimento acerca da questão. Isto implica o esclarecimento dos pressupostos teóricos 
que dão fundamentação à pesquisa, bem como das contribuições proporcionadas por 
investigações empíricas já realizadas. (GIL, 2010, p. 171). 
Devem ser analisados os pontos de vista de diversos autores sobre o tema a ser pesquisado por 
meio de uma pesquisa bibliográfica em livros, artigos científicos, teses, etc. Essa revisão de literatura 
servirá como base para o desenvolvimento da pesquisa.
33
Projeto de pesquisa: conceitos e finalidadesAula
4
5.8 PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS
Como pretende realizar a pesquisa? Qual o método que fará você responder sua(s) pergunta(s) 
e atingir seu(s) objetivo(s)?
Neste momento, o pesquisador deve descrever a forma como realizará sua investigação a respeito 
do tema escolhido, de forma que ele consiga responder as perguntas levantadas (problematização) e 
atingir os objetivos propostos para sua pesquisa. Ou seja, ele deve escolher um método depesquisa de 
acordo com os objetivos propostos e perguntas que se tem para responder. 
Gil (2010, p. 171, grifo do autor), ao tratar sobre o que deve conter neste item em um Projeto de 
Pesquisa, afirma o seguinte:
Sua organização varia conforme as peculiaridades de cada estudo. Há, no entanto, algumas 
informações cuja apresentação é imprescindível, como às referentes a:
• tipo de pesquisa (experimental, levantamento, estudo de caso, etc.);
• população e amostra (extensão da população, processo de extração da amostra, etc.);
• coleta de dados (descrição das técnicas, tais como questionários, entrevistas, observação, etc.);
• análise de dados (testes de hipóteses, correlação, análise de regressão, etc.).
Existem vários métodos e técnicas de pesquisa e falaremos um pouco sobre eles mais adiante.
5.9 CRONOGRAMA DE ExECUÇÃO
Quando?
O cronograma de execução é a previsão de tempo que será gasto na realização da pesquisa, de 
acordo com as atividades a serem cumpridas. Indica o tempo necessário de execução para cada uma 
das etapas da pesquisa, dentro do prazo que foi estipulado para o desenvolvimento da mesma. 
Normalmente, esse cronograma é apresentado em um quadro, no qual os períodos podem estar 
divididos em dias, semanas, meses, bimestres, trimestres, etc. Estes períodos serão determinados a 
partir dos critérios de tempo adotados por cada pesquisador, com base nas tarefas que ele precisa 
cumprir e nos prazos que ele tem para finalizar a pesquisa.
5.10 ORÇAMENTO
Não é um elemento obrigatório, mas responde às questões: Quanto? Com quais materiais? 
Esse item é necessário fazer quando se deseja obter recursos de alguma agência de fomento, que 
concede financiamento à pesquisa. 
Quando é feito, o orçamento deve discriminar, em uma tabela, os itens de despesa, como material 
permanente, material de consumo, recursos humanos e infraestrutura, indicando quantidades, custo 
unitário e custo total.
34
Etapas para a elaboração do projeto de pesquisa Aula
5
5.11 REFERÊNCIAS
Quem foram os autores citados no projeto de pesquisa?
Todas as citações feitas no texto deverão ser listadas no final do projeto de pesquisa de acordo 
com a norma descrita pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a NBR 6023.
Você observou que existe uma lista chamada 
REFERÊNCIAS no final deste livro, indicando 
os dados das bibliografias citadas no texto? Então, 
esta lista precisa ser feita, indicando os dados 
completos de todos os documentos, livros, artigos, 
etc. utilizados na pesquisa, pois isso é uma questão 
de ética com os autores que utilizamos: eles 
pesquisaram, construíram um novo conhecimento e comunicaram este conhecimento, 
então, é justo darmos o crédito a eles.
Fonte: Elaborado pela autora 
Na próxima aula, conheceremos a estrutura de um projeto de pesquisa de acordo com norma da 
ABNT, que trata especificamente da elaboração de projetos de pesquisa, a NBR 15287.
PROjETO DE PESqUISA: NORMAS PARA 
ELAbORAÇÃO 
Professora-doutora Fabiana Aparecida Arf
Aula
6
Projeto de pesquisa inclui alguns itens
 Fonte: Pixabay.
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Projeto de pesquisa: normas para elaboração Aula
6
Caro(a) aluno(a), nesta aula, estudaremos as normas definidas pela ABNT para a elaboração 
de projetos de pesquisa. A Norma que especifica os princípios gerais para a elaboração de projetos de 
pesquisa é a NBR 15287/2011.
Segundo a referida Norma, a estrutura de um projeto de pesquisa compreende: parte externa 
e parte interna, cujos elementos são apresentados abaixo. Observe que nem todos os elementos são 
obrigatórios.
PARTE EXTERNA
- Capa (Opcional)
- Lombada (Opcional)
PARTE INTERNA
Elementos Pré-Textuais: 
- Folha de Rosto (Obrigatório)
- Lista de Ilustrações (Opcional)
- Lista de Tabelas (Opcional)
- Lista de Abreviaturas e Siglas (Opcional)
- Lista de Símbolos (Opcional)
- Sumário (Obrigatório) 
Elementos Textuais:
- É o próprio texto do projeto, no qual serão apresentados os elementos do projeto de pesquisa estudados 
na aula anterior (com exceção das Referências, que é um elemento pós-textual). (Obrigatório)
Elementos Pós-Textuais:
- Referências (Obrigatório) 
- Glossário (Opcional)
- Apêndice (Opcional)
- Anexo (Opcional)
- Índice (Opcional)
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Projeto de pesquisa: normas para elaboraçãoAula
6
Agora vamos aprender um pouco sobre as normas que a NBR 15287/2011 traz para a elaboração 
dos elementos que compõem a estrutura do projeto de pesquisa. Como nem todos os elementos são 
obrigatórios, vamos aprender, aqui, sobre aqueles mais comuns nos projetos de pesquisa. Vamos lá?
6.1 PARTE ExTERNA
A parte externa do projeto de pesquisa é composta somente por dois elementos, a capa e a 
lombada, sendo os dois opcionais. No entanto, muitas instituições de ensino solicitam que seja feita a 
capa, mas a lombada dificilmente é solicitada.
6.1.1 Capa
A capa é a proteção externa do trabalho sobre a qual se imprimem as informações necessárias à 
sua identificação. É um elemento opcional, mas muitas instituições solicitam que esta seja feita. 
De acordo com a NBR 15287/2011, as informações deste item devem ser apresentadas na 
seguinte ordem:
a) nome da instituição para a qual deve ser submetido, quando solicitado (ou seja, o nome 
da instituição na capa é opcional);
b) nome(s) do(s) autor(es);
c) título do projeto;
d) subtítulo: se houver, deve ser precedido de dois pontos, evidenciando a sua subordinação 
ao título;
e) local (cidade) da entidade onde deve ser apresentado (no caso de cidades homônimas 
recomenda-se o acréscimo da sigla da unidade da federação).
f) ano de depósito (da entrega) do projeto.
Modelo de Capa de Projeto de Pesquisa da Faculdade Católica
 Fonte: UCA. 
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Projeto de pesquisa: normas para elaboração Aula
6
Na imagem acima, você pode observar como os elementos indicados na norma da ABNT foram 
dispostos na Capa, sendo todos centralizados.
6.1.2 Lombada
É uma parte da capa do trabalho que reúne as margens internas das folhas, sejam elas costuradas, 
grampeadas, coladas, etc. Como afirmado anteriormente, é um elemento opcional, dificilmente 
solicitado pelas instituições em um projeto de pesquisa. 
A lombada é aquela capa mais grossa, que costumamos chamar de “capa dura”. Para sua 
elaboração, deve ser seguida a ABNT NBR 12225, mas não é o pesquisador o responsável por fazer 
este processo: existem empresas especializadas na confecção de lombadas, como as gráficas, onde o 
pesquisador levará seu texto para que seja inserida a lombada.
6.2 PARTE INTERNA
A parte interna de um projeto de pesquisa é composta por elementos pré-textuais, textuais e 
pós-textuais, sendo alguns obrigatórios, outros não. 
6.2.1 Elementos pré-textuais
Essa é a parte que antecede o texto do projeto, trazendo informações que ajudam na identificação 
da proposta de pesquisa. 
Aqui falaremos somente dos dois elementos obrigatórios: a folha de rosto e o sumário.
6.2.1.1 Folha de rosto
É um elemento obrigatório que contém os elementos essenciais à identificação do projeto de 
pesquisa. De acordo com a NBR 15287/2011, as informações desta página devem ser apresentadas na 
seguinte ordem:
a) nome(s) do(s) autor(es); 
b) título;
c) subtítulo, se houver;
d) tipo de projeto de pesquisa e nome da instituição a que deve ser submetido;
e) nome do orientador, co-orientador ou coordenador, se houver;
f) local (cidade) da entidade onde deve ser apresentado;
g) ano de depósito (da entrega) do projeto.
Abaixo, você pode ver a Folha de Rosto de um projeto de pesquisa. Observe que o nome da 
instituição não pode aparecer no topo desta página e, ainda, que nem todas as informações são 
centralizadas: as descrições sobre o tipo de projeto de pesquisa, o nome da instituição a qual deve 
ser submetido e o nome do orientador devem aparecer alinhados do meio da página à direita (recuo 
de 7 cm).
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Projeto de pesquisa: normas para elaboraçãoAula
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Modelo de Folha de Rostode um Projeto de Pesquisa da Faculdade Católica
 Fonte: UCA. 
6.1.1.2 Sumário
O sumário também é um elemento obrigatório. É nele onde se faz a enumeração das divisões do 
projeto, na mesma ordem e grafia em que aparece no desenvolvimento do texto.
Para a sua elaboração, deve ser seguida outra norma da ABNT: a NBR 6027.
Modelo de Sumário de Projeto de Pesquisa da Faculdade Católica
 Fonte: UCA. 
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Projeto de pesquisa: normas para elaboração Aula
6
Como pode ser observado na imagem anterior, o Sumário deve apresentar todos os elementos 
que constam no Projeto de Pesquisa a partir dos elementos textuais, indicando a página em que cada 
um se inicia.
6.2.2 Elementos textuais
É nessa parte em que é exposto o conteúdo do projeto.
O texto deve ser constituído de uma parte introdutória, na qual devem ser expostos o tema 
do projeto, o problema a ser abordado, a(s) hipótese(s), quando couber(em), bem como o(s) 
objetivo(s) a ser(em) atingido(s) e a(s) justificativa(s). É necessário que sejam indicados o 
referencial teórico que o embasa, a metodologia a ser utilizada, assim como os recursos e o 
cronograma necessários à sua consecução. (ABNT, 2011, p. 5).
 
Você percebeu que os elementos textuais citados 
pela ABNT são os mesmos que estudamos na aula 
anterior? E percebeu, também, que não dita uma 
ordem específica para que esses elementos apareçam 
no projeto, somente diz quais são esses elementos 
e sugere quais poderiam estar na introdução? Isso 
acaba dando uma certa flexibilidade para a elaboração do projeto de pesquisa, no que diz 
respeito ao seu formato. 
Então, temos que elaborar os elementos textuais do nosso projeto de pesquisa com base nas 
orientações dadas pela instituição a qual vamos submetê-lo (entregá-lo para análise), sabendo que 
deverá conter, segundo a ABNT: tema, problema, hipótese (quando precisar), objetivos, justificativa 
(esses primeiros elementos citados, pelo que se interpreta da ABNT, deveriam estar juntos em uma 
introdução), referencial teórico, metodologia, recursos e cronograma (esses últimos elementos é 
melhor que estejam em tópicos específicos para cada um deles). 
6.2.3 Elementos pós-textuais
É a parte que vem após o texto do projeto, complementando os dados apresentados na parte 
textual.
6.2.3.1 Referências
É um conjunto padronizado de elementos que descrevem um documento, permitindo sua 
identificação individual. É um elemento obrigatório, elaborado conforme a ABNT NBR 6023, que 
veremos mais adiante, em outra aula.
6.2.3.2 Apêndice
É um texto ou um documento elaborado pelo autor no intuito de complementar o que foi 
apresentado no texto do projeto. Exemplo: o roteiro de uma entrevista que o pesquisador pretende 
aplicar no decorrer de sua pesquisa.
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Projeto de pesquisa: normas para elaboraçãoAula
6
O apêndice é um elemento opcional. Caso seja elaborado, seu título deve ser centralizado, 
precedido da palavra APÊNDICE, identificado por letras maiúsculas, que vão de A até Z, travessão e 
pelo respectivo título. Exemplo:
APÊNDICE A – Roteiro de entrevista
Observação: O próximo apêndice será APÊNDICE B – XXXXXXXXXX, e assim por diante. 
6.2.3.3 Anexo
O anexo é um elemento opcional. É um texto ou um documento que não foi elaborado pelo 
autor, mas serve de fundamentação, comprovação e ilustração para o conteúdo abordado no projeto.
A elaboração de seu título segue o mesmo padrão que o Apêndice: deve ser centralizado, 
precedido da palavra ANEXO, identificado por letras maiúsculas consecutivas (que vão de A até Z), 
travessão e pelo respectivo título. Exemplo:
ANEXO A – Norma da ABNT NBR 15287:2011
 A NBR 15287 traz outras regras para o projeto de pesquisa, mas essas regras são as mesmas 
aplicadas para os trabalhos científicos em geral. Sendo assim, o assunto de nossa próxima aula será a 
formatação em trabalhos científicos. 
A FORMATAÇÃO DE TRAbALHOS 
CIENTÍFICOS
Professora-doutora Fabiana Aparecida Arf
Aula
7
Existem algumas normas de formatação do trabalho científico
Fonte: Pixabay.
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A formatação de trabalhos científicosAula
7
Prezado(a) aluno(a), nesta aula trataremos da formatação de trabalhos científicos.
Nas normas da ABNT, encontramos regras gerais sobre formato, espaçamento, paginação, além 
das normas para indicação de títulos de seções, numeração progressiva, dentre outras normas para 
trabalhos científicos, que vamos conhecer nesta aula. 
Começaremos tratando sobre o formato dos textos. De acordo com a ABNT, os textos devem 
ser digitados em cor preta, podendo utilizar outras cores somente para as ilustrações. Além disso, se o 
texto for impresso, deve ser utilizado papel branco ou reciclado, no formato A4.
No que diz respeito às margens, estas devem ser: esquerda e superior de 3 cm e direita e inferior 
de 2 cm. 
Prezado(a) aluno(a), nesta aula trataremos da formatação de trabalhos 
científicos. 
Nas normas da ABNT, encontramos regras gerais sobre formato, espaçamento, 
paginação, além das normas para indicação de títulos de seções, numeração 
progressiva, dentre outras normas para trabalhos científicos, que vamos conhecer 
nesta aula. 
Começaremos tratando sobre o formato dos textos. De acordo com a ABNT, 
os textos devem ser digitados em cor preta, podendo utilizar outras cores somente 
para as ilustrações. Além disso, se o texto for impresso, deve ser utilizado papel 
branco ou reciclado, no formato A4. 
No que diz respeito às margens, estas devem ser: esquerda e superior de 3 
cm e direita e inferior de 2 cm. 
3 cm 
3 cm 
2cm
2 cm
As normas da ABNT recomendam fonte tamanho 12 para todo o trabalho, com 
algumas exceções, que são: as citações de mais de três linhas, notas de rodapé, 
paginação, legendas e fontes das ilustrações e das tabelas, que devem ser em 
tamanho menor e uniforme. 
No que diz respeito ao espaçamento: todo o texto deve ser digitado com 
espaçamento 1,5 entre as linhas, com algumas exceções: as citações de mais de três 
linhas, notas de rodapé, referências, legendas das ilustrações e das tabelas, tipo de 
projeto de pesquisa e nome da entidade, que devem ser digitados em espaço simples. 
As referências, além de serem digitadas com espaçamento simples entre as linhas, 
devem ser separadas entre elas por um espaço em branco (deve-se “pular uma linha” 
entre cada referência). 
As normas da ABNT definem as seguintes regras para a paginação de 
trabalhos acadêmicos e projetos de pesquisa: os elementos externos, como a capa, 
não devem ser contados; as folhas ou páginas pré-textuais devem ser contadas, mas 
elas não devem ser numeradas. A numeração deve aparecer a partir da primeira folha 
da parte textual (normalmente onde começa a “Introdução” do trabalho), em 
algarismos arábicos, no canto superior direito da folha, a 2 cm da borda superior. 
#ISTO ESTÁ NA REDE# 
As normas da ABNT recomendam fonte tamanho 12 para todo o trabalho, com algumas 
exceções, que são: as citações de mais de três linhas, notas de rodapé, paginação, legendas e fontes das 
ilustrações e das tabelas, que devem ser em tamanho menor e uniforme.
No que diz respeito ao espaçamento: todo o texto deve ser digitado com espaçamento 1,5 entre as 
linhas, com algumas exceções: as citações de mais de três linhas, notas de rodapé, referências, legendas 
das ilustrações e das tabelas, tipo de projeto de pesquisa e nome da entidade, que devem ser digitados em 
espaço simples. As referências, além de serem digitadas com espaçamento simples entre as linhas, devem 
ser separadas entre elas por um espaço em branco (deve-se “pular uma linha” entre cada referência).
As normas da ABNT definem as seguintes regras para a paginação de trabalhos acadêmicos 
e projetos de pesquisa: os elementos externos, como a capa, não devem ser contados; as folhas ou 
páginas pré-textuais devem ser contadas, mas elas não devem ser numeradas. A numeração deve 
aparecer a partir da primeira folha da parte textual (normalmenteonde começa a “Introdução” do 
trabalho), em algarismos arábicos, no canto superior direito da folha, a 2 cm da borda superior.
Para saber como inserir número de páginas a partir da 
primeira folha da parte textual, de acordo com a ABNT, assista 
ao vídeo que está disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=53TSo4Ms4Mw. Acesso em: 01 abr. 2018.
Quando uma sigla for mencionada pela primeira vez no texto, deve ser feito o seguinte 
procedimento: indica-se, primeiramente, o nome completo e, na sequência, entre parênteses, deve 
ser indicada a sigla. Exemplo: A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define regras gerais 
para a apresentação de trabalhos acadêmicos. Nas próximas vezes, no texto, pode-se citar a sigla sem a 
necessidade de indicar o nome completo.
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A formatação de trabalhos científicos Aula
7
As notas de rodapé devem ser digitadas dentro das margens, ficando separadas do texto por 
um espaço simples entre as linhas e por filete de 5 cm (um traço que divide a nota do texto) a partir da 
margem esquerda. Devem ser alinhadas, a partir da segunda linha da mesma nota, abaixo da primeira 
letra da primeira palavra, de forma a destacar o expoente, ou seja, destacar os números das notas de 
rodapé, sem espaço entre elas e com fonte menor. 
Para efeito de visualização, serão inseridas duas notas de rodapé aqui no texto desta aula1, para 
que você consiga entender melhor o que foi exposto sobre o assunto2.
O indicativo numérico de uma seção deve ser feito em algarismo arábico. Esse número antecede 
o título da seção, alinhado à esquerda, e estes ficam separados um do outro por um espaço de caractere. 
Exemplo:
1 SEÇÃO PRIMáRIA DE UM TRAbALHO ACADÊMICO
Os títulos das seções primárias devem começar na parte superior da página e ser separados do 
texto que os sucede por um espaço entre as linhas de 1,5. Da mesma forma, os títulos das subseções 
devem ser separados do texto que os antecede e que os sucede por um espaço entre as linhas de 1,5. 
A numeração progressiva dos títulos das seções deve ser utilizada para evidenciar a 
sistematização do conteúdo do trabalho. Sendo assim, devem ser destacados gradativamente os títulos 
das seções, utilizando-se os recursos de negrito, itálico ou sublinhado e outros, no sumário e, de forma 
idêntica, no texto. A NBR 6024 trata especificamente sobre a numeração progressiva das seções.
Para entendermos um pouco melhor sobre essa numeração progressiva, vou lançar uma 
pergunta: você já observou que os trabalhos científicos (livros, artigos, teses, etc.) começam com um 
título de um capítulo com um número na frente? 
Por exemplo:
1 COMPREENDENDO A NUMERAÇÃO 
PROGRESSIVA DE SEÇÕES
Depois observou que o próximo título tem um número relacionado ao número do capítulo e um 
outro que se relaciona à sequência na divisão do texto? 
Exemplo:
1.1 FAzENDO A PRIMEIRA SUbSEÇÃO DO TRAbALHO 
E se você continuar na leitura daquele capítulo, encontrará seções 1.2; 1.3; 1.4; e assim por 
diante...
1 Primeira nota de rodapé do texto.
2 A segunda nota de rodapé deve vir logo abaixo da primeira, com espaçamento simples entre as linhas. A fonte deve 
menor que a do texto: normalmente, usa-se fonte 10 ou 11 nas notas de rodapé, mas este tamanho deve ser padronizado 
com as outras fontes menores do texto, quais sejam: citações com mais de 3 linhas, legendas das ilustrações e tabelas e 
paginação. 
45
A formatação de trabalhos científicosAula
7
Essas subseções também podem ser divididas. Imaginemos que a subseção 1.1 terá outras 
subseções. Estas devem seguir as seguintes numerações: 1.1.1; 1.1.2; 1.1.3; e assim consecutivamente. 
Os títulos de seções sem indicativo numérico, como errata, lista de ilustrações, lista de 
abreviaturas e siglas, lista de símbolos, sumário, referências, glossário, apêndice(s), anexo(s) e índice(s), 
devem ser centralizados. 
Exemplo:
SUMÁRIO
As normas da ABNT estabelecem algumas regras, também, para a identificação das ilustrações 
em um texto. Existem alguns tipos de ilustrações: desenho, esquema, fluxograma, fotografia, gráfico, 
mapa, organograma, planta, quadro, retrato, figura, imagem e outros. 
Qualquer que seja o tipo de ilustração, sua identificação aparece na parte superior, precedida da 
palavra designativa, seguida de seu número de ordem de ocorrência no texto, em algarismos arábicos, 
travessão e do respectivo título. Após a ilustração, na parte inferior, deve-se indicar a fonte consultada. 
Mesmo que a ilustração seja produção do próprio autor, a fonte é elemento obrigatório, então, se foi o 
pesquisador quem elaborou aquela ilustração, ele deve indicar, na fonte, que foi “elaborado pelo autor”. 
É importante lembrar que a ilustração deve ser citada no texto e inserida o mais próximo possível do 
trecho ao qual ela se refere.
Observe, a seguir, um exemplo de apresentação de ilustração em um texto. Para tanto, imagine 
que o texto fictício que está sendo apresentado trata sobre alimentação saudável.
Um café da manhã saudável deve ter fibras e proteínas animal e vegetal, além dos 
carboidratos encontrados nos pães. Por isso, a mesa do café da manhã deve ter pães 
(de preferência feitos com farinha integral), grãos, frutas, ovos e derivados do leite, 
como pode ser observado na figura 1.
Figura 1 – Café da manhã saudável
Fonte: Pixabay. 
46
A formatação de trabalhos científicos Aula
7
Ficou claro, pelo exemplo acima, como devem ser apresentadas as ilustrações? Espero que sim.
Seguir as normas da ABNT durante a elaboração 
de um trabalho científico é muito importante, 
mas não basta somente isso: é preciso escrever 
o texto com clareza, coerência, objetividade, 
precisão, dentre outros aspectos, para que o leitor 
consiga compreender a mensagem que está sendo 
transmitida. 
A LINGUAGEM EM TRAbALHOS ACADÊMICOS
Professora-doutora Fabiana Aparecida Arf 
Aula
8
Comunicação e linguagem
Fonte: Pixabay. 
48
A linguagem em trabalhos acadêmicos Aula
8
Caro(a) aluno(a), nesta aula vamos falar sobre os cuidados que precisamos ter com a linguagem 
em um trabalho científico, tendo em vista que o receptor de nossa mensagem, ou seja, o leitor, precisa 
entender de forma clara a mensagem que queremos passar.
Vamos entender melhor sobre isso? Então, começaremos a falar agora sobre o processo de 
comunicação.
8.1 O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
Toda mensagem é transmitida de um emissor para um receptor, dentro de um determinado 
contexto. O contexto é essencial para a compreensão da mensagem pelo receptor. No entanto, não é 
sempre assim que acontece e o processo de comunicação pode não acontecer de forma eficaz.
Você já ouviu alguém dizer: “eu sou responsável por 
aquilo que falo, não por aquilo que você interpreta”? 
Muitas vezes dizemos ou escrevemos palavras 
de forma clara e as pessoas interpretam errado a 
mensagem que queríamos transmitir, no entanto, 
nem sempre é bem assim, pois pode ser que tenhamos 
dito ou escrito alguma coisa que gere duplo sentido 
ou que esteja fora de contexto, e se houver uma interpretação errada a responsabilidade é 
de quem emitiu a mensagem, não de quem interpretou errado.
Fonte: Elaborado pela autora.
Para que a comunicação seja bem-sucedida, é necessário que todos os elementos da comunicação 
estejam alinhados, caso contrário, acontecerá o que é conhecido como ruído na comunicação.
Observe o esquema abaixo. Nele estão representados os 6 (seis) elementos da comunicação, 
conforme proposto por Roman Jakobson. Se algum desses elementos falhar, a comunicação não 
acontecerá de forma eficaz.
O esquema da comunicação, de Jakobson
 Fonte: Jakobson (2007, p. 123 apud TONELLI; SOUSA; MANSUR, 2015, p. 151).
 Assim podemos definir cada elemento que compõe o esquema acima:
49
A linguagem em trabalhos acadêmicosAula
8
•	 Emissor: é aquele que envia a mensagem. Ou seja, o emissor pode ser um indivíduo, um 
grupo, uma instituição, uma empresa.
•	 Mensagem: é o conteúdo enviado do emissor para o receptor.
•	 Receptor ou destinatário: é aquele que recebe

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