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SUMÁRIO 1 EMPRESA E SEUS RECURSOS ........................................................................ 6 1.1 FATORES DE PRODUÇÃO ............................................................................... 6 1.1.1 Natureza ........................................................................................................ 6 1.1.2 Capital ............................................................................................................ 6 1.1.3 Trabalho ........................................................................................................ 7 1.1.4 Empresa ........................................................................................................ 7 1.2 RECURSOS EMPRESARIAIS ............................................................................ 7 1.2.1 Recursos Materiais ....................................................................................... 8 1.2.2 Recursos Financeiros .................................................................................. 8 1.2.3 Recursos Humanos ...................................................................................... 9 1.2.4 Recursos Mercadológicos ........................................................................... 9 1.2.5 Recursos Administrativos ........................................................................... 10 1.3 INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS........................................ 10 1.4 FLUXOGRAMA DE MATERIAIS ......................................................................... 11 2 CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS ..................................................................... 12 2.1 IDENTIFICAÇÃO DE MATERIAIS ...................................................................... 12 2.1.1 Métodos de Identificação ............................................................................. 13 2.1.1.1 Descritivo ...................................................................................................... 13 2.1.1.2 Referencial ................................................................................................... 13 2.2 CODIFICAÇÃO DE MATERIAIS ......................................................................... 13 2.2.1 Codificação Alfabética ................................................................................. 13 2.2.2 Codificação Alfanumérica ............................................................................ 13 2.2.3 Codificação Numérica ou Sistema Numérico ou Decimal ........................ 14 2.2.4 Código de Barras .......................................................................................... 14 2.2.4.1 Razões de Utilização .................................................................................... 16 2.2.4.2 Vantagens para a Indústria ........................................................................... 16 2.2.4.3 Vantagens para o Comércio ......................................................................... 16 2.2.4.4 Vantagens para o Consumidor ..................................................................... 16 2.2.4.5 Tipos de Código de Barras ........................................................................... 17 2.3 CADASTRAMENTO DE MATERIAIS ................................................................. 20 2.4 CATALOGAÇÃO DE MATERIAIS ...................................................................... 20 2.5 TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO .............................................................................. 20 2.5.1 Por Demanda ................................................................................................ 20 2.5.1.1 Materiais de Não Estoque ............................................................................ 20 2.5.1.2 Materiais de Estoque .................................................................................... 21 2.5.2 Periculosidade .............................................................................................. 29 2.5.3 Perecibilidade ............................................................................................... 29 2.5.4 Tipos de Estocagem ..................................................................................... 29 2.5.5 Dificuldade de Aquisição ............................................................................. 30 2.5.6 Mercado Fornecedor .................................................................................... 30 3 ALMOXARIFADO ................................................................................................ 30 3.1 ORIGEM DO ALMOXARIFADO .......................................................................... 30 3.2 CONCEITO E ATRIBUIÇÕES ............................................................................ 31 3.3 ARRANJO FÍSICO (LAYOUT) ........................................................................... 32 3.3.1 Descrição do Arranjo Físico (Layout) ........................................................ 32 3.3.2 Princípios do Arranjo Físico ........................................................................ 33 3.3.2.1 Integração ..................................................................................................... 33 3.3.2.2 Mínima Distância .......................................................................................... 33 3.3.2.3 Obediência ao fluxo das operações.............................................................. 33 3.3.2.4 Racionalização de espaço ............................................................................ 33 3.3.2.5 Satisfação e segurança ................................................................................ 33 3.3.2.6 Flexibilidade .................................................................................................. 34 3.3.3 Fatores Condicionantes do Layout ............................................................. 34 3.3.4 Atividades do Almoxarifado ........................................................................ 34 4 RECEBIMENTO DE MATERIAIS ........................................................................ 35 4.1 CONCEITO DE RECEBIMENTO DE MATERIAIS .............................................. 35 4.2 ENTRADA DE MATERIAIS ................................................................................. 35 4.3 CONFERÊNCIA QUANTITATIVA ....................................................................... 36 4.4 CONFERÊNCIA QUALITATIVA .......................................................................... 37 4.4.1 Maneiras de Inspeção de Materiais ............................................................. 37 4.4.2 Documentação de Inspeção ........................................................................ 38 4.4.3 Tipos de Inspeção ........................................................................................ 38 4.5 REGULARIZAÇÃO ............................................................................................. 38 4.5.1 Devolução para o Fornecedor ..................................................................... 39 5 ARMAZENAMENTO DE MATERIAIS ................................................................. 39 5.1 FASES DAS ATIVIDADES DE ARMAZENAGEM ............................................... 40 5.2 OBJETIVOS DA ARMAZENAGEM ..................................................................... 41 5.3 CRITÉRIOS DE ARMAZENAGEM..................................................................... 41 5.4 FUNÇÕES DA ARMAZENAGEM ....................................................................... 42 5.4.1 Abrigo ............................................................................................................ 42 5.4.2 Consolidação ................................................................................................ 43 5.4.3 Transferência ou Transbordo ......................................................................43 5.4.4 Agrupamento ................................................................................................ 44 5.5 LOCAIS DE ARMAZENAGEM ............................................................................ 44 5.5.1 Almoxarifado ................................................................................................. 44 5.5.2 Depósito ........................................................................................................ 44 5.5.3 Depósito Fechado......................................................................................... 45 5.6 UNITIZAÇÃO DE CARGAS ................................................................................ 45 5.6.1 Cintamento ou Amarração ........................................................................... 45 5.6.2 Paletização .................................................................................................... 46 5.6.2.1 Paletização no Brasil .................................................................................... 47 5.6.2.2 Tipos de Palete ............................................................................................. 47 5.6.2.3 Vantagens da Utilização de Paletes ............................................................. 47 5.6.2.4 A importância da Paletização ....................................................................... 48 5.6.3 Conteinerização ............................................................................................ 48 5.6.3.1 Conceito ....................................................................................................... 48 5.6.3.2 História do Container .................................................................................... 49 5.6.3.3 Padronização ................................................................................................ 49 5.6.3.4 Tipos de Container ....................................................................................... 50 5.6.3.5 Dimensões do Container .............................................................................. 50 5.7 ENDEREÇAMENTO DE MATERIAIS ................................................................. 51 5.7.1 Localização de Materiais .............................................................................. 51 5.7.2 Gerando a Codificação de Endereçamento ................................................ 51 5.7.3 Tipos de Endereçamento ............................................................................. 52 5.7.3.1 Endereçamento Fixo ..................................................................................... 52 5.7.3.2 Endereçamento Variável .............................................................................. 53 5.8 EMBALAGEM (EMPILHAMENTO) .................................................................... 53 5.8.1 Empilhamento Colunar ................................................................................ 53 5.8.2 Empilhamento Trançado ou Cruzado ......................................................... 53 5.8.3 Perda de Resistência da Embalagem ......................................................... 54 5.8.4 Simbologia das Embalagens ....................................................................... 55 5.9 ESTRUTURAS DE ARMAZENAGEM ................................................................. 56 5.9.1 Porta-Palete ................................................................................................... 56 5.9.2 Estrutura Drive-in ......................................................................................... 57 5.9.3 Estrutura Cantilever ..................................................................................... 58 5.9.4 Prateleira ....................................................................................................... 59 5.9.5 Rack Metálico ................................................................................................ 60 5.9.6 Modulados de Arame Dobrável ................................................................... 60 6 CONTROLE DE ESTOQUE ................................................................................ 61 6.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA O CONTROLE DE ESTOQUES ........................ 62 6.2 CRITÉRIOS NA GESTÃO DE CONTROLE DE ESTOQUES ............................. 62 6.3 RAZÕES BÁSICAS PARA O CONTROLE DE ESTOQUE ................................. 64 6.4 NIVEIS DE ESTOQUE ........................................................................................ 64 6.4.1 Gráfico Dente de Serra ................................................................................. 64 6.4.1.1 Estoque Máximo ........................................................................................... 65 6.4.1.2 Índice de Cobertura ...................................................................................... 65 6.4.1.3 Estoque de Segurança ................................................................................. 66 6.4.1.4 Estoque Real ................................................................................................ 66 6.4.1.5 Estoque Virtual ............................................................................................. 66 6.4.1.6 Nível de Ressuprimento ............................................................................... 67 6.4.1.7 Tempo de Ressuprimento ............................................................................ 67 6.4.1.8 Ponto de Ruptura.......................................................................................... 67 7 MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS..................................................................... 68 7.1 CONCEITO DE MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS........................................... 68 7.2 FORMAS DE MOVIMENTAR MATERIAIS ......................................................... 68 7.3 FUNÇÕES DA MOVIMENTAÇÀO DE MATERIAIS ............................................ 68 7.4 PRINCÍPIOS DA MOVIMENTAÇÃO ................................................................... 69 7.5 LEIS DA MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS ...................................................... 70 7.6 EQUIPAMENTOS PARA MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS ............................ 71 7.6.1 Definição do Tipo de Equipamento para Movimentação .......................... 71 7.6.2 Classificação dos Equipamentos de Movimentação ................................. 72 7.6.3 Equipamentos de Movimentação ................................................................ 72 7.6.4 Equipamentos de Elevação e Transportes ................................................. 74 7.6.5 Transportadores Contínuos ........................................................................ 75 7.6.6 Cuidados na Movimentação de Cargas Paletizadas.................................. 76 7.6.7 Movimentação de Materiais com Segurança ............................................. 77 7.6.8 Custos da Movimentação de Materiais ....................................................... 78 8 INVENTÁRIO ....................................................................................................... 79 8.1 ORGANIZAÇÃO DO INVENTÁRIO .................................................................... 79 8.2 PORQUE REALIZAMOS INVENTÁRIO? ............................................................ 80 8.3 TIPOS DE INVENTÁRIO .................................................................................... 80 8.3.1 Inventário Geral ............................................................................................ 80 8.3.2 Inventários Rotativos ou Cíclicos ............................................................... 81 8.4 IMPACTO QUANTO AS DIVERGÊNCIAS NOS INVENTÁRIOS ........................ 82 8.5 O QUE OCORRE COM AS EMPRESAS QUANDO EXISTEM REGISTROS IMPRECISOS? ...................................................................................................82 8.6 REGISTRO DE ESTOQUE ................................................................................. 83 8.7 QUANDO DEVEMOS CONTAR NOSSOS ESTOQUES? .................................. 84 8.8 ELABORANDO UM INVENTÁRIO ...................................................................... 85 8.8.1 Cronograma do Inventário ........................................................................... 86 8.8.2 Dimensão do Pessoal ................................................................................... 86 8.8.3 Novos Colaboradores .................................................................................. 87 8.8.4 Produtividade Média ..................................................................................... 87 8.8.5 Organização Física ....................................................................................... 87 8.8.6 Método de Registros das Contagens .......................................................... 88 8.8.6.1 Modelo de Contagem por Listagem .............................................................. 89 8.8.6.2 Ficha de Boleto de Contagem ...................................................................... 89 8.8.7 Característica do Material para Contagem ................................................. 90 8.8.8 Mapa de Controle de Contagem .................................................................. 90 8.8.9 Realização do Inventário Geral ................................................................... 90 8.9 RECONCILIAÇÃO DAS DIVERGÊNCIAS DE ESTOQUE .................................. 92 8.10 AJUSTE DE ESTOQUE .................................................................................... 92 8.11 CALCULANDO A ACURACIDADE ................................................................... 92 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 94 6 1 EMPRESA E SEUS RECURSOS 1.1 FATORES DE PRODUÇÃO Todo sistema produtivo depende tradicionalmente da existência conjunta de três fatores de produção: natureza, capital e trabalho, a ausência de um dos recursos impossibilita qualquer processo produtivo, ou seja, a organização não tem como produzir, tem ainda que levar em conta que os fatores devem estar integrados por um quarto fator denominado empresa, conforme fig.1. Todo e qualquer processo produtivo esta fundamentado na conjunção desses quatro fatores de produção, cada qual tem uma função específica, a saber: 1.1.1 Natureza Recurso que fornece os insumos necessários à produção, como as matérias-primas e os materiais em forma de componentes, que deverão ser processados e transformados em produtos e ou em serviços prestados. 1.1.2 Capital Recurso que proporciona os meios de pagamento para a aquisição ou obtenção dos materiais ou matérias primas necessários e para remuneração de mão Figura 1 - Fatores de produção Fonte: http://apostilas.netsaber.com.br/apostilas/1024.pdf(2005) EMPRESA nNATUREZA nTRABALHO 7nCAPITAL 7 de obra empregada, etc. O capital representa o fator de produção que permite meios para comprar, adquirir e utilizar os demais fatores de produção. 1.1.3 Trabalho Representa a intervenção humana ou física realizadas sobre os materiais e ou matérias primas para sua conversão em produtos acabados e ou serviços prestados. O trabalho representa o fator de produção que atua sobre os demais, isto é, que aciona e agiliza os outros fatores de produção. É comumente denominado mão- de-obra, porque se refere principalmente ao operário manual ou braçal que realiza operações físicas sobre as matérias-primas, com ou sem o auxílio de máquinas e equipamentos. 1.1.4 Empresa Recurso integrador capaz de aglutinar a natureza, o capital e o trabalho em um conjunto harmonioso que permite que o resultado alcançado seja muito maior do que a soma dos fatores aplicados no negócio. A empresa constitui o sistema que aglutina e coordena todos os fatores de produção envolvidos, fazendo com que o resultado do conjunto supere o resultado que teria cada fator isoladamente. Isto significa que a empresa tem um efeito multiplicador, capaz de proporcionar um ganho adicional, que é o lucro. 1.2 RECURSOS EMPRESARIAIS A empresa é um empreendimento social pelo qual se reúnem recursos variados para atingir determinados objetivos. E por que a empresa é um empreendimento social? Porque ela é constituída por pessoas que lidam com recursos, sem os quais não é possível atingir os objetivos. As pessoas não podem trabalhar sem maquinas ou ferramentas, sem instalações ou tecnologias. Os recursos são meios que as empresas utilizam para realizar suas atividades e atingir seus objetivos; são bens ou serviços consumidos internamente na realização das atividades para produzir seus produtos e serviços. 8 Recurso é um ativo, uma competência, um processo, uma habilidade ou um conhecimento controlado pela empresa. Torna-se uma força quando proporciona alguma vantagem competitiva para a empresa, ou seja, algo que a empresa faz bem em relação ao seu concorrente e podendo ser o inverso quando o recurso for utilizado de maneira inadequada. Modernamente, esses recursos de produção costumam ser denominados recursos empresariais e são classificados em cinco grupos, conforme fig. 2: 1.2.1 Recursos de Materiais São recursos necessários para garantir as operações básicas da empresa, tanto na produção de bens ou serviços especializados. Os recursos materiais constituem o próprio espaço físico, prédios, edifícios e terrenos, processo produtivo em si, tecnologias, métodos, processos matérias primas e materiais voltados para a produção dos bens e serviços produzidos pela empresa. Contudo a tecnologia não se limita aos recursos materiais, porem material e maquinaria recebem grande influência da tecnologia. 1.2.2 Recursos Financeiros São recursos relacionados com o dinheiro sob a forma de capital, fluxo de caixa (entrada e saída), empréstimos, financiamentos, créditos, etc., em disponibilidade imediata para fazer frente aos compromissos da empresa. Inclui Figura 2 - Recursos empresariais. Fonte: http://apostilas.netsaber.com.br/apostilas/1024.pdf(2005) Recursos Materiais Recursos Financeiros Recursos Humanos Administração da Produção Recursos Mercadológicos Recursos Administrativos Administração Geral Administração de Vendas Administração de Pessoal Administração Financeira Produção Finanças Pessoal Mercado Empresa 9 também a receita decorrente das operações da empresa, investimento de terceiros e toda forma monetária que transite pela tesouraria ou pelo caixa da empresa. Os recursos financeiros garantem os meios para a aquisição ou obtenção dos demais recursos necessários à empresa. É muito comum traduzir-se o desempenho da empresa pela linguagem financeira, em valores monetários ou em termos de liquidez de suas ações. Também é muito comum dimensionar os recursos físicos e materiais em termos financeiros, como valor de maquinas e equipamentos ou valor do estoque de matérias primas ou de produtos acabados, entre outros ou o próprio valor patrimonial ou valor de mercado da empresa. 1.2.3 Recursos Humanos São pessoas que ingressam, permanecem e participam da empresa independente de seu nível hierárquico ou sua tarefa. Os recursos humanos estão distribuídos no nível institucional da empresa (dirigentes), no nível intermediário (gerentes, executivos e assessores) e no nível operacional (supervisores, técnicos e colaboradores internos). Constituem o único recurso vivo e dinâmico das empresas,alias o recurso que decide e manipula os demais, os quais são inertes ou estáticos por si. As pessoas tem uma irresistível vocação para o crescimento e desenvolvimento, trazem para as empresas conhecimentos, habilidades, julgamentos, atitudes, comportamentos, percepções e mais, desempenham papéis bem diferentes dentro da empresa conforme os cargos, equipes ou competências exigidas. As pessoas são diferentes entre si, constituindo um recurso altamente diversificado em face das diferenças individuais de personalidade, experiência, motivação, etc. 1.2.4 Recursos Mercadológicos Constituem os meios pelos quais as empresas localizam, entram em contato e influência seus clientes ou usuários, incluindo nesse sentido o mercado de consumidores ou clientes. Assim este recurso envolvem todas as atividades de pesquisa e analise de mercado (de consumidores e concorrentes), organização das vendas (incluindo previsão de vendas, execução e controle), promoção, propaganda, distribuição dos produtos por intermédio dos canais adequados, desenvolvimento de 10 novos produtos necessários a demandas de mercado, definição de preços, assistência técnica ao consumidor e outras. 1.2.5 Recursos Administrativos Constituem os meios com os quais as atividades são planejadas, organizadas, dirigidas e controladas. Incluem todos os processos de tomada de decisão e distribuição da informação necessária, além dos esquemas de coordenação e integração utilizados pela empresa. 1.3 INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS Administração de Materiais pode ser entendida como sendo um conjunto de operações associadas ao fluxo de materiais, onde abrange desde a fonte que é a matéria prima até a entrada na fábrica. É o estudo do método e movimento de mercadorias e produtos (suprimentos) para a empresa, de uma forma onde eles estejam disponíveis no momento certo, atendendo as necessidades da produção. Conforme, CHIAVENATO, (1991) administração de materiais, se refere à totalidade das funções relacionadas com os materiais, seja com sua programação, aquisição, estocagem, distribuição etc., desde sua chegada à empresa até sua saída com direção aos clientes. A focalização desse conceito reside na atividade dirigida aos materiais. Administração de materiais é a preocupação principal, enquanto a produção é apenas um usuário do sistema”. Administrar é saber gerir, controlar, planejar e demais funções da ciência da administração, dentro dessa ciência surge um ramo especifico para tratar do estudo de materiais que em seu contexto tem a finalidade de assegurar um processo repetitivo de abastecimento de artigos, materiais e demais produtos que são necessários e solicitados para atender os serviços executados pela empresa. A administração de materiais é um ramo especializado da ciência da administração que trata especificamente de um conjunto de normas relacionadas com a gerência de artigos essenciais à produção de determinado bem ou serviço. Segundo BALLOU, (1995), o que motiva a administração de materiais é satisfazer às necessidades se sistemas de operação, tais como uma linha de produção na manufatura ou um processo operacional de banco, hospital etc. A administração de materiais tem por finalidade assegurar o contínuo abastecimento 11 de artigos próprios, necessários e capazes de atender aos serviços executados de uma empresa. O abastecimento de materiais, porém, deverá processar-se em conformidade com três requisitos básicos: a qualidade produtiva, a data de entrega e o menor custo de aquisição, Para administrar materiais temos que: Classificá-los de modo adequado, aglutinando materiais com características semelhantes. Eles devem possuir abrangência, flexibilidade e praticidade; Cadastrá-los para melhor identificação e distinção dos materiais dos seus similares, evitando a compra de materiais em desacordo com as necessidades. A condição básica da especificação é a padronização e normalização de materiais. Portanto deve existir um único código por produto que garantirá segurança no recebimento, controle de estoque e gestão de preços, além de informações rápidas e precisas sobre o produto. Codificá-los para identificá-los com mais facilidade a grande quantidade e diversidade de seus materiais Comprá-los para garantir a qualidade, quantidade, entrega no prazo necessário e um preço justo, do que será consumido para o funcionamento, manutenção ou ampliação da empresa. Armazená-los onde o objetivo primordial é utilizar o espaço nas três dimensões, da maneira mais eficiente possível. As instalações do almoxarifado devem proporcionar a movimentação rápida e fácil de suprimentos desde o recebimento até a expedição Estocá-los verificando se os estoques estão sendo bem utilizados, já que a formação de estoques consome capital de giro, que pode não estar tendo nenhum retorno do investimento efetuado. 1.4 FLUXOGRAMA DE MATERIAIS São processos informativos e ou físicos que suprem a necessidade de materiais no setor produtivo, transformando – os em produtos acabados de acordo com as necessidades do mercado (clientes), conforme fig.3: 12 Figura 3 - Fluxo de Materiais, Fonte: Cetam, Apostila Gestão de Almoxarifado (2011, p.19). 2 CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS A classificação de materiais é um processo tem como objetivo agrupar todos os materiais com características comuns. Em outras palavras, classificar um material significa ordená-lo segundo critérios adotados, agrupando-os de acordo com as suas semelhanças. Esta pode ser dividida em quatro categorias: Identificação, Codificação, Cadastramento e Catalogação. 2.1 IDENTIFICAÇÃO DE MATERIAIS A identificação do material é a primeira etapa da classificação de material e também a mais importante. Consiste na análise e registro das características físico/químicas e das aplicações de um determinado item em relação aos outros, isto é, estabelece a identidade do material. A identificação busca uma identidade do material, ou seja, busca torná-lo único. Podemos identificar os materiais conforme: • Medidas/Dimensões das peças; • Voltagem/Amperagem, etc.; • Acabamento superficial do material; VENDAS EXPEDIÇÃO PRODUÇÃO ARMAZENAGEM RECEBIMENTO FORNECEDOR COMPRAS PCP PCM CLIENTE 13 • Tipo de material e a aplicação a que se destina; • Normas técnicas; • Referências da peça e/ou embalagens; • Acondicionamento do material; • Cor do material; • Identificação do(s) fabricante(s). 2.1.1 Métodos de identificação 2.1.1.1 Descritivo Quando se identifica o material pela sua descrição detalhada. Procura-se neste tipo de identificação apresentar todas as características físicas que tornem o item único. 2.1.1.2 Referencial Este método de identificação atribui uma descrição ou uma nomenclatura apoiada na referência do fabricante. 2.2 CODIFICAÇÃO DE MATERIAIS A codificação de informações vem a solucionar a questão de agrupamentos de características referentes a determinado material, codificar um material significa representar todas as informações necessárias, suficientes e desejadas por meio de números e/ou letras, com base na classificação obtida do material. Um item só pode estar associado a um único código de identificação. Tipos de codificação usados na classificação de material são elas: 2.2.1 Codificação Alfabética Este processo representa os materiais por meio de letras. 2.2.2 Codificação Alfanumérica 14 Este processo agrupa números e letras, conforme fig.4, atualmente é um sistema muito utilizado na classificação de peças automotivas e na codificação de placas de automóveis. 2.2.3 Codificação Numérica ou Sistema Numérico ou DecimalA atribuição consiste na adoção de algarismos arábicos. Sendo o método mais utilizado, pela facilidade de ordenação sequencial de diversos itens e na adoção da informatização. Os códigos seguem então a uma regra, conforme fig.5, sendo: XX XX XXXX X 07 02 0001 2 2.2.4 Código de barras É uma representação gráfica de dados numéricos ou alfanuméricos. A decodificação (leitura) dos dados é realizada por um tipo de scanner - leitor de código de barras, que emite um raio vermelho que percorre todas as barras. Onde a JXN-0785 Figura 4 - Código alfa numérico. Fonte: Adaptado de www.portaladm.adm.br/AM/AM15.htm GRUPO SUBGRUPO SEQUENCIAL DIGITO VERIFICADOR Figura 5 - Código numérico. Fonte: Adaptado de www.portaladm.adm.br/AM/AM15.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Scanner http://pt.wikipedia.org/wiki/Leitor_de_c%C3%B3digo_de_barras http://pt.wikipedia.org/wiki/Leitor_de_c%C3%B3digo_de_barras 15 barra for escura, a luz é absorvida; onde a barra for clara (espaços), a luz é refletida novamente para o leitor. Os dados capturados nessa leitura óptica são compreendidos pelo computador, que por sua vez converte-os em letras ou números humano-legíveis, conforme fig.6. A EAN Brasil– Associação Brasileira de Automação Comercial, atualmente GSI recebeu a incumbência de administrar no âmbito do território brasileiro o Código Nacional de Produtos, Sistema EAN/UCC. Conforme Decreto Lei nº 90595 de 29.11.1984 e da Portaria nº 143 de 12.12.1984 do Ministério da Indústria e Comércio. Em 1986 foi estabelecido um acordo de cooperação entre a EAN Internacional e a UCC – Uniform Code Council Inc., entidade americana que administra o sistema UPC (Código Universal de Produtos) de numeração e código de barras, utilizado nos Estados Unidos e no Canadá. Esta aliança promoveu uma maior colaboração, intercambio e suporte técnico entre os parceiros comerciais. Com o advento do código de barras, a interação entre atacadistas e varejistas passou a ser feita através deste controle mais eficaz, gerando uma velocidade rápida e precisa na troca de informações quanto aos aspectos de movimentação de venda e gestão dos estoques, garantindo assim uma melhor qualidade e produtividade dos sistemas gerenciais. Atualmente mais de 450.000 empresas em todo mundo utilizam o sistema EAN (Associação Internacional de Numeração de Artigos), atendendo as empresas em mais de 100 países, sistema EAN é constituído de: Figura 6 - Código de barras EAN-13 Fonte: flashcard.inf.br/artigos/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Luz http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93ptica http://pt.wikipedia.org/wiki/Computador 16 Um sistema para numerar itens (produtos de consumo e serviços, unidades de transporte, localizações, e outros ramos,...) permitindo que sejam identificados. Um sistema para representar informações suplementares. Código de barras padronizado para representar qualquer tipo de informação que possa ser lida facilmente por computadores (escaneada). Um conjunto de mensagens EANCOM para transações pelo Intercambio Eletrônico de Documentos (EDI). 2.2.4.1 Razões de Utilização Dentre muitos se apresentam: Padrão utilizado internacionalmente em mais de 100 países; Cada identificação de mercadoria é única no mundo; Decodificações rápidas do símbolo, gerando informações instantâneas; Linguagem comum no intercambio de informações entre parceiros comerciais. 2.2.4.2 Vantagens para a Indústria Conhecimento exato do comportamento de cada produto no mercado; Estabelecimento de uma linguagem comum com os clientes; Organização interna, mediante a codificação de embalagens de despacho e da matéria prima; Controle de inventários e do estoque, expedição de mercadorias. 2.2.4.3 Vantagens para o Comércio Otimiza o controle de estoque; Aumenta a eficiência no ponto de venda: elimina erros de digitação, diminui o tempo das filas; Otimiza a gestão de preços e de crédito; Melhora o controle do estoque central; Melhora o serviço ao cliente. 2.2.4.4 Vantagens para o Consumidor 17 Cupom fiscal detalhado; Passagem rápida no check-out; Eliminação de erros de digitação em sua compra. ● Aproximação do con 2.2.4.5 Tipos de Código de Barras Alguns dos códigos de barras utilizados: Padrão EAN-8 A versão EAN-8 é utilizada somente em embalagens que não têm espaço útil suficiente para a aplicação do EAN-13, conforme fig.7. Esse código indica o país, o produto e tem um dígito de controle, dispensando o número da empresa. O licenciamento deste código é controlado integralmente pela EAN BRASIL e feita somente após avaliação e aprovação da Assessoria Técnica da entidade. A B C 789 1234 2 3 DIGITOS 4 DIGITOS DIGITO CONCEDIDOS CONCEDIDOS DE CONTROLE PELA EAN PELA EAN (CÁLCULO (789 = BRASIL ALGORÍTMO) BRASIL) Padrão EAN-13 O código EAN-13 identifica o país de origem do produto, a empresa e o produto por ela produzido, é utilizada para identificar produtos e bens de consumo, conforme fig.8. O último dígito serve para o controle da composição total do código e é obtido através de cálculo algoritmo. Figura 7 - Código de barras EAN-8 Fonte: www.msistemas.com.br/materias_exibir.php?id=15 (2002). http://www.eanbrasil.org.br/ 18 EAN/UCC - 128 Mais abrangente que os demais códigos, o UCC/EAN-128 é complementar, baseado em Identificadores de Aplicação (AI), identificando o significado e o formato de dados. O UCC/EAN-128 pode, inclusive, ser aplicado em unidades de distribuição, permitindo a identificação do número de lote, série, data de fabricação, validade, textos livres e outros dados, conforme fig.9. A utilização do UCC/EAN-128 é múltipla, podendo ser aplicado na logística e automação de vários setores produtivos e comerciais, como o ramo alimentício, farmacêutico, vestuário e de papel, entre outros. Além disso, pode ser usado na distribuição, armazenamento, inventários e gestão de estoque, proporcionando agilidade na captura de informações, com menor margem de erros. Trata-se de um sistema que possui abrangência necessária para a obtenção de grandes ganhos na cadeia distributiva, sempre objetivando a otimizar e a maximizar, por meio da informação rápida e precisa. Modelo do código UCC/EAN-128 A B C D 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9 5 País Empresa Produto D.C. Figura 8 - Código de barras EAN-13 Fonte: www.msistemas.com.br/materias_exibir.php?id=15 (2002). Figura 9 - Código de barras EAN-128 Fonte: www.msistemas.com.br/materias_exibir.php?id=15 (2002). 19 Padrão ISSN O International Standard Serial Number, específico para publicações periódicas (revistas, encartes e outros), é composto por três dígitos do prefixo EAN para ISSN (977), seguidos de sete dígitos, que caracterizam a numeração ISSN, sem o dígito de controle; dois dígitos zero (00), acrescidos à direita; e um dígito de controle, conforme fig.10. O número ISSN pode ser adquirido junto ao IBICT/CBI - Instituto Brasileiro de Informação, Ciência e Tecnologia /Centro Brasileiro do ISSN. Padrão ISBN O International Standard Book Number é um código específico para livros. É representado por 13 dígitos, três dos quais referem-se ao prefixo EAN para ISBN (978 ou 979); nove indicam a numeração ISBN, sem o respectivo dígito de controle resultante dessa composição, conforme fig.11. Esse código poderá ter ainda um adendo complementar de informações, como número de série, edição, etc. O número ISBN pode ser adquirido coma Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, telefone (021) 262-8255. A B C D 9 7 7 0 1 0 3 7 8 3 0 0 1 Prefixo EAN para ISSN ISSN (sem o dígito de controle) Dígitos acrescidos variáveis Dígito de controle Figura 10 - Código de barras padrão ISSN Fonte: www.msistemas.com.br/materias_exibir.php?id=15 (2002). Figura 11 - Código de barras ISBN Fonte: www.msistemas.com.br/materias_exibir.php?id=15 (2002). http://www.ibict.br/issn 20 2.3 CADASTRAMENTO DE MATERIAIS O terceiro passo da classificação do material é o cadastramento. O objetivo deste é inserir nos registros da empresa todos os dados que identifiquem o material. 2.4 CATALOGAÇÃO DE MATERIAIS Com a catalogação de material chega ao fim a Classificação de material. Esta consiste em ordenar de uma forma lógica todos os dados que dizem respeito aos itens identificados, codificados e cadastrados de forma a facilitar a consulta da informação pelas diversas áreas da empresa. Um dos aspectos mais importantes na catalogação de material é usar simplicidade e objetividade dos dados gerados e permitir um fácil acesso e rapidez na pesquisa dos materiais colocados nos documentos e formulários do sistema de material. Os objetivos de uma boa catalogação são: Conseguir especificar o catálogo de uma forma tal que o usuário consiga identificar/requisitar o material que deseja; Evitar que sejam introduzidos no catálogo itens já cadastrados com códigos diferentes; Possibilitar a conferência dos dados de identificação dos materiais colocados nos documentos e formulários do sistema de material. 2.5 TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO 2.5.1 Por Demanda É a quantidade de material necessária ao atendimento dos clientes (internos e externos), relacionada a uma determinada unidade de tempo. O conhecimento do tipo de demanda é fundamental, pois, para cada tipo, são diferentes os critérios de formação dos estoques, os métodos de controle de estoques e a criação de índices e parâmetros de avaliação da atividade de gerenciamento destes. A classificação por demanda subdivide-se em: 2.5.1.1 Materiais de Não Estoque 21 São materiais de demanda imprevisível para os quais não são definidos parâmetros de ressuprimento. 2.5.1.2 Materiais de Estoque São materiais que devem existir em estoque para futuras aplicações e para os quais devem existir parâmetros de ressuprimento, subdivide-se em, conforme fig.12: Figura 12 – Classificação de materiais de estoque. Fonte: Cetam – apostila Armazenamento e Movimentação de Materiais (2011) a) Quanto à aplicação Materiais produtivos: São materiais ligados ao processo de fabricação. Matérias primas: MATERIAL DE MANUTENÇÃO PRODUTO ACABADO MATERIAL IMPRODUTIVO MATERIAL EM FABRICAÇÃO MATÉRIA PRIMA MATERIAL PRODUTIVO QUANTO A APLICAÇÃO QUANTO A O VALOR ECÔNOMICO ITENS CLASSE A ITENS CLASSE B ITENS CLASSE C QUANTO A IMPORTÂNCIA OPERACIONAL ITENS CLASSE X ITENS CLASSE Y ITENS CLASSE Z 22 São materiais básicos e insumos que constituem os itens iniciais em um processo produtivo. Produtos em fabricação: São os materiais que estão sendo processados ao longo do processo produtivo. Produtos acabados: Trata-se da matéria-prima e insumos que já sofreram um processo de transformação, foram completamente processados e estão prontos para serem entregues ao mercado consumidor. Materiais de manutenção: São materiais partes, peças e auxiliares, destinados à manutenção preventiva e corretiva de máquinas e equipamentos do setor produtivo ou setor de apoio. Materiais improdutivos ou materiais de consumo: Compreende todo e qualquer material não incorporado às características do produto fabricado. b) Quanto ao valor econômico A utilização do sistema ABC ou, Classificação ABC como também é conhecida foi fundamentada com base nos estudos realizados por Vilfredo Pareto, economista italiano que estudou a distribuição de renda entre as populações. Ele verificou que existia uma lei geral de “má distribuição de renda” em que uma pequena parcela da população absorvia uma grande parte da renda, restando assim uma pequena parte para ser compartilhada com a maior parte da população. O sistema ABC tomando por base o estudo de Pareto foi moldado para o uso no gerenciamento de estoques, e evidenciou-se que a mesma máxima ocorria no universo de produtos utilizados pela empresa constatou-se que poucos deles eram os responsáveis diretos pelo maior valor das compras e que estes que representavam os maiores gastos eram o de maior importância ou impacto no processo produtivo. Numa organização, a curva ABC é muito utilizada para a administração de estoques, mas também é usada para a definição de políticas de vendas, para o estabelecimento de prioridades, para a programação de produção. Para a administração de estoques, por exemplo, o administrador a usa como um parâmetro que informa sobre a necessidade de aquisição de itens/mercadorias ou matérias- 23 primas essenciais para o controle do estoque, que variam de acordo com a demanda do consumidor. b1) Classificação ABC O principal objetivo da análise ABC é identificar os itens de maior valor de demanda, como já dito anteriormente, e a partir daí exercer uma gestão mais bem refinada, especialmente por que representam altos valores de investimento e seu controle mais apurado vai permitir grandes reduções nos custos dos estoques. A análise ABC consiste da divisão dos itens de estoque por três grupos de acordo com o valor de demanda. O valor de consumo ou valor de demanda é determinado multiplicando-se o preço ou custo unitário de cada item pelo seu consumo ou sua demanda em determinado período de tempo. Assim sendo, como resultado de uma típica classificação ABC, surgirão grupos divididos em três classes, como segue, quadro 1: • Classe A Itens que possuem alto valor de demanda ou consumo. São os itens de grande importância para a empresa, visto que o volume financeiro representado por estes itens corresponde à parcela relevante do movimento da empresa, cabendo assim maior atenção e controle sobre suas movimentações e respectivos estoques. Estes itens juntos correspondem normalmente em torno de 70 a 75% do valor total das movimentações e de 10 a 20% do numero de itens cadastrados em estoque. Por esses motivos o administrador dedicará maior controle e atenção a esta classe de itens. • Classe B Itens que possuem um valor de demanda ou consumo intermediário. São itens de valor e consumo médio, em situação intermediária, necessitam de controle, porém de forma menos rígida que a exigida para os itens classe A. Normalmente representam de 20 a 25% do valor das movimentações e de 20 a 35% do numero de itens cadastrados em estoque. • Classe C 24 Itens que possuem um valor de demanda ou consumo baixo. São itens de baixo valor financeiro e ou baixa movimentação, sendo pouco expressivo o valor financeiro movimentado. Seu controle deve ser menos rígido, visto que compensa dispensar maior atenção aos materiais de maior valor e mais importantes. Normalmente representam apenas de 5 a 10% do valor movimentado e uma quantidade considerável, de 50 a 60% do numero de itens cadastrados. Item % % N° Itens Valor Financeiro A 10 a 20% 70 a 75% B 20 a 25% 20 a 35% C 50 a 60 % 5 a 10% Quadro 1 - Percentual da classificação ABC Fonte: Adaptado de Costa (2002, p.137). b2) Construção da Classificação ABC O administrador precisa seguir alguns passos: Listar os itens cadastrados com os respectivos custos e consumo em um período considerado, conforme tabela 1 e tabela 2. Calcular o valor da demanda multiplicando o custounitário médio pelo seu respectivo consumo, conforme tabela 3. Ordenar os itens por grandeza do maior para o menor de acordo com o valor da demanda média encontrada, conforme tabela 4. Calcular a demanda acumulada, conforme tabela 5. Calcular os % de demanda do produto e demanda acumulada, conforme tabela 6. Agrupar os itens nas respectivas classes: A, B e ou C, conforme tabela 7. Construir o gráfico representativo da classificação, conforme quadro 2. Tabela 1 - Construção da classificação ABC. CUSTO CONSUMO % % Nº COD. MÉDIO MÉDIA VALOR DEMANDA DEMANDA DEMANDA ITENS ITEM UNITARIO CONSUMO DEMANDA ACUMULADA PRODUTO ACUM. CLASSE 1 B01 3,5 2 B04 2,5 3 B05 10,8 4 B09 10,3 5 A17 0,4 6 A18 15 7 A30 2,65 8 A44 33,6 9 A43 0,9 25 10 A42 6,7 11 A40 0,65 12 A16 23 13 A15 4,5 14 A13 0,3 15 A12 510 16 A11 22 17 A07 12 18 A02 20 19 A08 0,7 20 A10 1,4 TOTAL Fonte: Adaptado de Costa (2002 p139) Tabela 2 - Construção da classificação ABC. CUSTO CONSUMO % % Nº COD. MÉDIO MÉDIA VALOR DEMANDA DEMANDA DEMANDA ITENS ITEM UNITARIO CONSUMO DEMANDA ACUMULADA PRODUTO ACUM. CLASSE 1 B01 3,50 2010 2 B04 2,50 520 3 B05 10,80 650 4 B09 10,30 110 5 A17 0,40 15000 6 A18 15,00 330 7 A30 2,65 1500 8 A44 33,60 900 9 A43 0,90 1500 10 A42 6,70 60 11 A40 0,65 200 12 A16 23,00 300 13 A15 4,50 23000 14 A13 0,30 1500 15 A12 510,00 3 16 A11 22,00 2500 17 A07 12,00 200 18 A02 20,00 870 19 A08 0,70 3000 20 A10 1,40 1200 TOTAL Fonte: Adaptado de Costa (2002 p139) Tabela 3 - Construção da classificação ABC. CUSTO CONSUMO % % Nº COD. MÉDIO MÉDIA VALOR DEMANDA DEMANDA DEMANDA ITENS ITEM UNITARIO CONSUMO DEMANDA ACUMULADA PRODUTO ACUM. CLASSE 1 B01 3,50 2010 7035,00 2 B04 2,50 520 1300,00 3 B05 10,80 650 7020,00 4 B09 10,30 110 1133,00 5 A17 0,40 15000 6000,00 6 A18 15,00 330 4950,00 7 A30 2,65 1500 3975,00 8 A44 33,60 900 30240,00 9 A43 0,90 1500 1350,00 10 A42 6,70 60 402,00 11 A40 0,65 200 130,00 12 A16 23,00 300 6900,00 13 A15 4,50 23000 103500,00 14 A13 0,30 1500 450,00 15 A12 510,00 3 1530,00 16 A11 22,00 2500 55000,00 17 A07 12,00 200 2400,00 26 18 A02 20,00 870 17400,00 19 A08 0,70 3000 2100,00 20 A10 1,40 1200 1680,00 TOTAL 254495,00 Fonte: Adaptado de Costa (2002, p139) Tabela 4 - Construção da classificação ABC. CUSTO CONSUMO % % Nº COD. MÉDIO MÉDIA VALOR DEMANDA DEMANDA DEMANDA ITENS ITEM UNITARIO CONSUMO DEMANDA ACUMULADA PRODUTO ACUM. CLASSE 1 A15 4,50 23000 103500,00 2 A11 22,00 2500 55000,00 3 A44 33,60 900 30240,00 4 A02 20,00 870 17400,00 5 B01 3,50 2010 7035,00 6 B05 10,80 650 7020,00 7 A16 23,00 300 6900,00 8 A17 0,40 15000 6000,00 9 A18 15,00 330 4950,00 10 A30 2,65 1500 3975,00 11 A07 12,00 200 2400,00 12 A08 0,70 3000 2100,00 13 A10 1,40 1200 1680,00 14 A12 510,00 3 1530,00 15 A43 0,90 1500 1350,00 16 B04 2,50 520 1300,00 17 B09 10,30 110 1133,00 18 A13 0,30 1500 450,00 19 A42 6,70 60 402,00 20 A40 0,65 200 130,00 TOTAL 254495 Fonte: Adaptado de Costa (2002 p139) Tabela 5 - Construção da classificação ABC. CUSTO CONSUMO % % Nº COD. MÉDIO MÉDIA VALOR DEMANDA DEMANDA DEMANDA ITENS ITEM UNITARIO CONSUMO DEMANDA ACUMULADA PRODUTO ACUM. CLASSE 1 A15 4,50 23000 103500,00 103500,00 2 A11 22,00 2500 55000,00 158500,00 3 A44 33,60 900 30240,00 188740,00 4 A02 20,00 870 17400,00 206140,00 5 B01 3,50 2010 7035,00 213175,00 6 B05 10,80 650 7020,00 220195,00 7 A16 23,00 300 6900,00 227095,00 8 A17 0,40 15000 6000,00 233095,00 9 A18 15,00 330 4950,00 238045,00 10 A30 2,65 1500 3975,00 242020,00 11 A07 12,00 200 2400,00 244420,00 12 A08 0,70 3000 2100,00 246520,00 13 A10 1,40 1200 1680,00 248200,00 14 A12 510,00 3 1530,00 249730,00 15 A43 0,90 1500 1350,00 251080,00 16 B04 2,50 520 1300,00 252380,00 17 B09 10,30 110 1133,00 253513,00 18 A13 0,30 1500 450,00 253963,00 19 A42 6,70 60 402,00 254365,00 20 A40 0,65 200 130,00 254495,00 TOTAL 254495 Fonte: Adaptado de Costa (2002 p139) 27 Tabela 6 - Construção da classificação ABC. CUSTO CONSUMO % % Nº COD. MÉDIO MÉDIA VALOR DEMANDA DEMANDA DEMANDA ITENS ITEM UNITARIO CONSUMO DEMANDA ACUMULADA PRODUTO ACUM. CLASSE 1 A15 4,50 23000 103500,00 103500,00 40,67 40,67 2 A11 22,00 2500 55000,00 158500,00 21,61 62,28 3 A44 33,60 900 30240,00 188740,00 11,88 74,16 4 A02 20,00 870 17400,00 206140,00 6,84 81,00 5 B01 3,50 2010 7035,00 213175,00 2,76 83,76 6 B05 10,80 650 7020,00 220195,00 2,76 86,52 7 A16 23,00 300 6900,00 227095,00 2,71 89,23 8 A17 0,40 15000 6000,00 233095,00 2,36 91,59 9 A18 15,00 330 4950,00 238045,00 1,95 93,54 10 A30 2,65 1500 3975,00 242020,00 1,56 95,10 11 A07 12,00 200 2400,00 244420,00 0,94 96,04 12 A08 0,70 3000 2100,00 246520,00 0,83 96,87 13 A10 1,40 1200 1680,00 248200,00 0,66 97,53 14 A12 510,00 3 1530,00 249730,00 0,60 98,13 15 A43 0,90 1500 1350,00 251080,00 0,53 98,66 16 B04 2,50 520 1300,00 252380,00 0,51 99,17 17 B09 10,30 110 1133,00 253513,00 0,45 99,61 18 A13 0,30 1500 450,00 253963,00 0,18 99,79 19 A42 6,70 60 402,00 254365,00 0,16 99,95 20 A40 0,65 200 130,00 254495,00 0,05 100,00 TOTAL 254495 Fonte: Adaptado de Costa (2002 p139) Tabela 7 - Construção da classificação ABC. CUSTO CONSUMO % % Nº COD. MÉDIO MÉDIA VALOR DEMANDA DEMANDA DEMANDA ITENS ITEM UNITARIO CONSUMO DEMANDA ACUMULADA PRODUTO ACUM. CLASSE 1 A15 4,50 23000 103500,00 103500,00 40,67 40,67 A 2 A11 22,00 2500 55000,00 158500,00 21,61 62,28 A 3 A44 33,60 900 30240,00 188740,00 11,88 74,16 A 74,16% 4 A02 20,00 870 17400,00 206140,00 6,84 81,00 B 5 B01 3,50 2010 7035,00 213175,00 2,76 83,76 B 6 B05 10,80 650 7020,00 220195,00 2,76 86,52 B 7 A16 23,00 300 6900,00 227095,00 2,71 89,23 B 8 A17 0,40 15000 6000,00 233095,00 2,36 91,59 B 9 A18 15,00 330 4950,00 238045,00 1,95 93,54 B 19,38% 10 A30 2,65 1500 3975,00 242020,00 1,56 95,10 C 11 A07 12,00 200 2400,00 244420,00 0,94 96,04 C 12 A08 0,70 3000 2100,00 246520,00 0,83 96,87 C 13 A10 1,40 1200 1680,00 248200,00 0,66 97,53 C 14 A12 510,00 3 1530,00 249730,00 0,60 98,13 C 15 A43 0,90 1500 1350,00 251080,00 0,53 98,66 C 16 B04 2,50 520 1300,00 252380,00 0,51 99,17 C 17 B09 10,30 110 1133,00 253513,00 0,45 99,61 C 18 A13 0,30 1500 450,00 253963,00 0,18 99,79 C 19 A42 6,70 60 402,00 254365,00 0,16 99,95 C 20 A40 0,65 200 130,00 254495,00 0,05 100,00 C 6,46% TOTAL 254495 Fonte: Adaptado de Costa (2002 p139) Para calcular o percentual de representatividade dos itens na classificação ABC é igual o total de itens analisados, neste caso são 20 itens, utilizando a fórmula abaixo; 28 Qtde. de itens A encontrado 3 A = ---------------------------------x 100 = ---- x 100 = 15 % Total de itens 20 Qtde. de itens B encontrado 6 B = --------------------------------- x 100 = ---- x 100 = 30 % Total de itens 20 Qtde. de itens C encontrado 11 C = --------------------------------- x 100 = ---- x 100 = 55 % Total de itens 20 Como resultado teremos a classificação ABC da seguinte forma: % % CLASSE VALORES ITENS A 74,16% 15% B 19,38% 30% C 6,46% 55% TOTAL 100% 100% Quadro 2 – Resultado da classificação ABC. Fonte: Adaptado de Costa (2002, P.142). b3) Quanto a Importância Operacional (Classificação XYZ) . A classificação XYZ avalia o grau de criticidade do material no desempenho das atividades realizadas. Sugere-se a avaliação das respostas das questões abaixo para determinar o grau de criticidade de um determinado material. ● Esse material é essencial para alguma atividade vital da organização? ● Esse material pode ser adquirido facilmente? ● O fornecimento desse material é problemático? ● Esse material possuem equivalente(s) já especificados? ● Algum material equivalente pode ser encontrado facilmente? Classe X São materiais de baixa criticidade, que sua falta não acarreta em paralização, nem riscos à segurança pessoal, ambiental e profissional. Possuem elevada possibilidade de serem substituídos por outros equivalentes e elevada facilidade de obtenção. Classe Y 29 Apresentam grau de criticidade médio ou intermediário entre os imprescindíveis e os de baixa criticidade. Podem ser substituídos por outros com relativa facilidade, embora sejam vitais para realização das atividades. Classe Z A característica desses itens é a máxima criticidade, não podem ser substituído por outros equivalentes em tempo hábil para evitar transtornos. A falta desses materiais provocam a paralização das atividades essenciais da instituição colocando em risco tanto os profissionais e clientes, quanto o ambiente e o patrimônio organizacional. 2.5.2 Periculosidade Classificação devido às características físico-químicas, oferecendo risco à segurança no manuseio, transporte, armazenagem e incompatível com outros materiais. Ex.: materiais inflamáveis, materiais corrosivos, etc. 2.5.3 Perecibilidade Muitas vezes, o fator tempo influencia na classificação, neste caso, os materiais podem ser classificados em: Não perecível Aquele cujas características e propriedades não são perdidas com o tempo. Perecível Aquele que perde suas características e propriedades tornando-se impróprio para o consumo ou utilização se não empregado dentro do período de tempo previsto para a sua vida útil. 2.5.4 Tipos de Estocagem Permanente Materiais que necessita de ressuprimento constantes. Temporária 30 Materiais de utilização imediata e sem ressuprimento, materiais de não estoque. 2.5.5 Dificuldade de Aquisição As dificuldades na obtenção de materiais podem provir de: Fabricação especial: envolve encomendas especiais e acompanhamentos; Escassez: pouca oferta no mercado; Sazonalidade: alteração em determinada período do ano Monopólio: há um único fornecedor; Logística Sofisticada: transporte especial, ou difícil acesso; Importações: imprecisão e/ou longo lead-time* (*) Lead-time significa o tempo decorrido entre a data do pedido e a data que o material é recebido efetivamente dentro na empresa. 2.5.6 Mercado Fornecedor Mercado nacional: materiais fabricados no próprio país; Mercado estrangeiro: materiais fabricados fora do país; Materiais em processo de nacionalização: materiais aos quais estão desenvolvendo fornecedores nacionais, ou similares. 3 ALMOXARIFADO 3.1 ORIGEM DO ALMOXARIFADO A necessidade de criar estoques, e consequentemente o controle dos mesmos, esta perdida nos tempos, porém não se deixa dúvidas de que surgiu com a necessidade que o homem teve de se alimentar. Assim sendo, conclui-se que os estoques surgiram em conjunto com a humanidade, conforme se explica no quadro abaixo. Desde os mais remotos tempos, quando ocorreu a invasão árabe na Península Ibérica e a palavra “al-xarif” designava a pessoa de confiança do Sultão, responsável pela guarda dos bens do seu senhor, a atividade de almoxarifado já era exercida. A própria origem da palavra almoxarife, vem daquele vocábulo, chegam 31 assim até os nossos dias, gerando também o nome do setor, ou da atividade. Almoxarifado. (Viana, 2000). Passado o tempo ainda observamos que essa função, devido à adoção de processos logísticos, e de englobar outras atividades paralelas àquelas de recebimento, estocagem e distribuição, e também por ter uma maior amplitude dentro das organizações passou a ser conhecida por "área de armazenagem". O porte de um almoxarifado, sua estrutura, as instalações e equipamentos de armazenagem dependem da atividade exercida pela empresa e do tipo e volume de itens a serem estocados, bem como das quantidades dos mesmos pré- dimensionadas. 3.2 CONCEITO E ATRIBUIÇÕES O lugar destinado à guarda e conservação de materiais que ao mesmo tempo deve garantir: A segurança, a conservação, a inviolabilidade física e o rápido acesso aos mesmos, em recinto coberto ou não, adequado à sua natureza, tendo a função de destinar espaços onde permanecerá cada item aguardando a necessidade do seu uso, ficando sua localização, equipamentos e disposição interna acondicionados à política geral de estoques da empresa, o almoxarifado deverá: Assegurar que o material adequado esteja, na quantidade devida, no local certo, quando necessário; Impedir que haja divergências de inventário e perdas de qualquer natureza; Preservar a qualidade e as quantidades exatas; Possuir instalações adequadas e recursos de movimentação e distribuição suficientes a um atendimento rápido e eficiente. A eficiência de um almoxarifado depende fundamentalmente: Da redução das distâncias internas percorridas pela carga e do consequente aumento do número das viagens de ida e volta; Do aumento do tamanho médio das unidades armazenadas; Da melhor utilização de sua capacidade volumétrica. Um almoxarifado organizado tem como premissas: Receber para guarda e proteção os materiais adquiridos pela empresa; Entregar os materiais mediante requisições autorizadas aos usuários da empresa; Manter atualizados os registros necessários. 32 3.3 ARRANJO FÍSICO (LAYOUT) Dentro do quadro geral de uma empresa, um papel importante está reservado ao arranjo físico (layout). Fazer o arranjo físico de uma área qualquer é planejar e integrar os caminhos dos componentes de um produto ou serviço, a fim de obter o relacionamento mais eficiente e econômico entre o pessoal, equipamentos e materiais que se movimentam, conforme fig.13. Figura 13 – Arranjo físico de materiais. Fonte: Cetam, Apostila de Gestão de Almoxarifado. (2011, p.30). 3.3.1 Descrição do Arranjo Físico (Layout) A - Transferência de Materiais B - Administração C - Recebimento de Materiais D - Estrutura de Porta Palete convencional, com: 11 locais na horizontal. 08 locais na vertical Totalizando = 88 locais por estrutura X 11 estrutura = 880 locais Capacidade de armazenagem = 880 locais X 2 palete por local = 1660 paletes. F C A B D E 33 E – Ruas F - Corredores Laterais. 3.3.2 Princípios do Arranjo Físico Para se conseguir os seus objetivos, o arranjo físico se utiliza dos seguintes princípiosgerais: 3.3.2.1 Integração Todos os pequenos pormenores da empresa devem ser estudados, colocados em posições determinadas e dimensionados de forma adequada; como por exemplo, a posição dos bebedouros, saídas do pessoal, etc. 3.3.2.2 Mínima Distância O transporte nada acrescenta ao produto ou serviço. Deve-se procurar uma maneira de reduzir ao mínimo as distâncias entre as operações para evitar esforços inúteis, confusões e custos. 3.3.2.3 Obediência ao fluxo das operações As disposições das áreas e locais de trabalho devem obedecer às exigências das operações de maneira que homens, materiais e equipamentos se movem em fluxo contínuo, organizado e de acordo com a sequência lógica do processo de manufatura ou serviço. Devem ser evitados cruzamentos e retornos que causam interferência e congestionamentos. Eliminar obstáculos a fim de garantir melhores fluxos de materiais. 3.3.2.4 Racionalização de espaço Utilizar a melhor maneira o espaço e se possível as 3 dimensões. 3.3.2.5 Satisfação e segurança 34 A satisfação e a segurança do homem são muito importantes. Um melhor aspecto das áreas de trabalho promove tanto a elevação da moral do trabalhador quanto à redução de riscos de acidentes. 3.3.2.6 Flexibilidade Este é um princípio que, notadamente na atual condição de avanço tecnológico, deve ser atentamente considerado pelo projetista de layout. São frequentes e rápidas as necessidades de mudança do projeto do produto, mudanças de métodos e sistemas de trabalho. A falta de atenção a essas alterações pode levar uma empresa ao obsoletismo. No projeto do layout deve-se considerar que as condições vão mudar e que o mesmo deve ser fácil de mudar e de se adaptar as novas condições. Alguns cuidados devem ser tomados durante o projeto do layout de um almoxarifado, de forma que se possam obter as seguintes condições: Máxima utilização do espaço; Efetiva utilização dos recursos disponíveis (mão de obra e equipamentos); Pronto acesso a todos os itens; Máxima proteção aos itens estocados; Satisfação das necessidades dos clientes; Boa organização. 3.3.3 Fatores Condicionantes do Layout Tipo de material (químico, perecível, granel, etc.); Tipo de embalagem (empilhamento); Giro de estoque (itens de alto giro = próximo à saída); Volume e peso (próximo ao chão e saída); Estrutura de armazenagem; Equipamentos de manuseio e movimentação, definição: largura dos corredores, portas e altura do prédio; Exigências da seguradora. 3.3.4 Atividades do Almoxarifado 35 As atividades do almoxarifado estão classificadas conforme: recebimento, armazenagem, controle e distribuição. 4 RECEBIMENTO DE MATERIAIS 4.1 CONCEITO DE RECEBIMENTO DE MATERIAIS Recebimento é a atividade intermediária entre as tarefas de compra e pagamento ao fornecedor, sendo de sua responsabilidade a conferência dos materiais destinados à empresa. As atribuições básicas do Recebimento são: Coordenar e controlar as atividades de recebimento e devolução de materiais; Analisar a documentação recebida, verificando se a compra está autorizada; Controlar os volumes declarados na Nota Fiscal e no Manifesto de Transporte com os volumes a serem efetivamente recebidos; Proceder à conferência visual, verificando as condições de embalagem quanto a possíveis avarias na carga transportada e, se for o caso, apontando as ressalvas de praxe nos respectivos documentos; Proceder à conferência quantitativa e qualitativa dos materiais recebidos; Decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme o caso; Providenciar a regularização da recusa, devolução ou da liberação de pagamento ao fornecedor; Liberar o material desembaraçado para estoque no almoxarifado. O fluxo do recebimento de materiais divide-se em quatro etapas distintas, que vai desde o recebimento do veiculo entregador até o envio do material para armazenagem, são: 4.2 ENTRADA DE MATERIAIS Esta se inicia na entrada física do veiculo transportador e faz-se a checagem de todas as informações sobre a aquisição em questão: Recebimento do veiculo transportador; Verificação da documentação em relação à ordem de compra; Verificação se existe autorização de Compras para este recebimento; 36 A entrega esta sendo realizada na data correta; Verificação se o registro do numero da ordem de compra na nota fiscal; Processamento das informações, quando a compra esta autorizada, iniciando o recebimento; Envio do material para descarga e consequente recebimento físico. As compras não autorizadas ou em desacordo com a programação de entrega devem ser recusadas, transcrevendo-se os motivos no verso da Nota Fiscal. Outro documento que serve para as operações de análise de avarias e conferência de volumes é o "Conhecimento de Transporte Rodoviário de Carga", que é emitido quando do recebimento da mercadoria a ser transportada. Sendo nesta etapa que ocorre a verificação das divergências contratuais e divergências físicas (avarias) que podem afetar a qualidade do material e a impossibilidade de utilização do mesmo, sendo de responsabilidade do recebimento recusar tal recebimento, registrando tais fatos no verso da nota fiscal e do conhecimento de transporte, devolvendo o mesmo para o fornecedor. No descarregamento do veiculo no recebimento nem todos os materiais é possível fazê-lo manualmente, sendo necessários equipamentos para movimentação da carga, devido ao peso por volume e ou volume, portanto é necessário o uso de: empilhadeiras, e ou paleteiras, e ou talhas, esteiras, entre outros. Quando do recebimento e aceitação do material em questão, tal registro atualizara os seguintes sistemas de gestão da empresa: Sistema de Gestão de Compras: atualizando o saldo da carteira de pedidos referente ao (s) material (ais) recebido (s), fazendo as baixas necessárias; Sistema Financeiro (Contas a Pagar): atualizando as obrigações de pagamento nas datas respectivas que a empresa tem com seus fornecedores; Sistema de Gestão de Materiais: atualizando os saldos de estoques, custos e localizações dos materiais. 4.3 CONFERÊNCIA QUANTITATIVA Nesta etapa é realizado o confronto da quantidade teórica (Nota Fiscal) versus o material físico recebido. Esta conferência pode ser realizada com o conferente conhecendo o a quantidade a ser conferida (Conferência Aberta) e ou 37 fazendo com que o conferente desconheça a quantidade faturada (Conferência Cega), confrontando posteriormente o físico conferido com o registro da Nota Fiscal. Para realização das contagens podem ser utilizados os seguintes métodos: Manual: quando o material é conferido unitariamente; Através de cálculos: quando o material é padronizado em termos de embalagem, multiplicando a quantidade de volumes versus a quantidade por volume; Através de balanças pesadoras: conferência de material de pequenas proporções, mas com grandes quantidades não padronizadas, aplica-se a regra de três simples para tal e ou materiais de grandes volumes e peso, utiliza-se as balanças rodoviárias; Através de balanças contadoras: conferência de material de pequenas proporções, mas com grandes quantidades não padronizadas, a mesma funciona através da proporção quantitativa de um padrão versus peso do lote a ser conferido; Através de Medição: realizada também de forma proporcional, obtendo a quantidade padrão referente a uma medida definida no padrão versus o total da metragem a ser conferida. 4.4 CONFERÊNCIA QUALITATIVA Nesta etapa faz se a garantia das especificações técnicas que o material tem de ter para satisfazer sua conformidade quando se sua utilização ou consumo, visando o recebimento correto do material, verificando: Inspeção visual; Inspeção dimensional; Inspeção das especificações.4.4.1 Maneiras de Inspeção de Materiais Relacionada conforme o material a adquirir: Inspeção do processo produtivo: inspeção de todas as fases de fabricação de um material no processo produtivo; 38 Inspeção no fornecedor: faz com que o material tenha qualidade assegurada quando do recebimento, porém deve se fazer a inspeção das condições da embalagem, o material poderá sofrer alguma avaria no transporte; Inspeção por fornecimento: realizada somente quando dos recebimentos. 4.4.2 Documentação na Inspeção Especificação aprovada; Desenhos e catálogos técnicos; Padrão: o material recebido tem que esta em conformidade com o padrão. 4.4.3 Tipos de Inspeção A inspeção pode ser realizada de forma total e ou por amostragem, utilizando parâmetros que assegure a confiabilidade da qualidade: Visual: verificação do estado físico do material, como: acabamento superficial, verificação de amassamento, material, trincado, quebrado, molhado, entre outros; Dimensional: inspeção das dimensões especificadas do material; Ensaios: específicos para materiais mecânicos e elétricos, realizados para assegurar a qualidade, a resistência mecânica, o balanceamento e o desempenho de materiais e/ou equipamentos; Testes: Submeter o material a condições limites para verificação de sua resistência. 4.5 REGULARIZAÇÃO É o encerramento da atividade do recebimento, a aceitação ou não de um material que foi submetido ao processo de recebimento, autorizando situações como: Liberação de pagamento total e ou parcial; Devolução de material parcial e ou total; Recusa de material, devolvido com a própria nota fiscal de fornecimento com ressalvas no verso; Apontamento e informação de faltas junto ao fornecedor; 39 Registro de entrada do material no armazenamento; A regularização envolve a documentação de todas as etapas do processo de recebimento, conforme: Nota Fiscal; Conhecimento de transporte, somente de material adquirido fora do mercado local; Registros das contagens realizadas; Relatório de Inspeção de Qualidade; Especificações de compras no cadastro do material; Desenhos e Catálogos técnicos. . 4.5.1 Devolução para o Fornecedor Podemos observar as seguintes divergências em um recebimento de materiais e realizar as devidas devoluções: Documentação: quando não pode ser corrigido através de carta de correção, exemplo: erros nos valores da nota fiscal; Quantidade a maior: quando a quantidade recebida esta maior que o expressado na nota fiscal: exemplo, material A faturado 1000 peças, recebido 1200 peças; Quantidade a menor: quando a quantidade recebida for menor do que a mencionada na nota fiscal. Exemplo, material A faturado 1000 peças, recebido 800 peças; Material não conforme: material recebido em desacordo com o pedido de compras. Exemplo, pedido solicita recebimento do material A, o faturado e recebido é o material B; Material com problemas de qualidade: materiais que não podem ser utilizados pela empresa, por apresentarem algum problema, técnico e ou problema físico. Exemplo, problemas no dimensional, problemas de amassamento. 5 ARMAZENAMENTO DE MATERIAIS Tendo como conceito, com o significado de “depositar”, com sua origem no vocabulário árabe, definindo armazenar como sendo a guarda de algum bem físico (matéria prima, material e ou produto) em local apropriado (que ofereça condições 40 de preservação de todas as características e especificações originais) garantindo sua qualidade até sua utilização e ou consumo, pode ser definido também como o espaço necessário, administrado para se manter os estoques. Faz se necessário o planejamento destes locais de armazenamento, como: localização de materiais, dimensionamento do espaço nas três dimensões, o arranjo físico dentro destes espaços definidos, os pontos de recebimento e transferência de cargas, estruturas de armazenagem, equipamentos para movimentação, sistemas informatizados para controle dos estoques e endereçamento de materiais e disponibilidade de mão de obra. Um bom sistema de armazenagem é aquele que otimiza todos os seus recursos, ou seja, é altamente dinâmico, realizando suas operações de forma rápida e eficiente, aproveitamento todos os recursos utilizados em sua máxima amplitude. Além disso, as áreas de armazenagem vêm sofrendo pressões para redução dos níveis de estoque, dentro dos aumentos constantes das complexidades do mercado, com as grandes variedades de produtos, estreitamento nos prazos de atendimento consequentemente aumento das entregas, fazendo com que diminua a margem de tolerância a erros na separação e distribuição de produtos, gerando um diferencial no atendimento para consumidor no mercado. Mas com a dificuldade de precisar a demanda e por outro lado garantir os fornecimentos sem atrasos no mercado tem organizações que justificam os grandes espaços utilizados na armazenagem e elevados estoques para esse fim, argumentando: redução de custos de transportes e produção, excelência no atendimento ao cliente e facilitam a coordenação do departamento de suprimentos. Na atualidade existem técnicas de controle de estoque que vem em favor da minimização dos estoques e consequentemente os espaços de armazenagem, uma dessas técnicas é filosofia Just in Time (JIT), é o suprimento de materiais e ou produtos nas quantidades e no momento justo em que são necessários, sendo de grande importância a confiabilidade dos fornecedores, adequando o suprimento à demanda. Podemos sim, minimizar estes espaços, visando reduções significativas nos custos de armazenagem, os quais envolvem materiais, equipamentos de movimentação, estruturas de armazenagem e pessoas. 5.1 FASES DAS ATIVIDADES DE ARMAZENAGEM Identificar o material; 41 Armazenar o material na localização adequada; Informar a localização física da guarda ao controle de estoque; Verificar periodicamente as condições do armazenamento; Separar material de acordo com as necessidades de utilização; Ocupar volumetricamente os espaços de armazenamento; Possibilitar a acessibilidade a todos os materiais armazenados. 5.2 OBJETIVOS DA ARMAZENAGEM Permitir a utilização dos sistemas PEPS (FIFO), primeiro a entrar primeiro a sair, evitando perda de materiais por prazo de validade vencido e ou deteriorado; Preservar a qualidade dos materiais; Manter a identificação dos materiais, evitando erros nas movimentações de transferências quando da utilização e ou consumo; Manter controlados e atualizados os saldos de estoque, como também suas localizações no armazenamento; Diminuir os custos de armazenagem; Sistema de informação rápido e eficaz. A armazenagem e a utilização dos espaços O espaço e o layout de uma área de armazenamento devem ser estruturados de forma que seja possível desfrutar ao máximo sua área total. Os espaços horizontais e verticais devem ser aproveitados inteiramente mediante ao uso de estruturas de armazenagem, empilhamento de materiais ou a combinação dessas formas. Para obter o aproveitamento do espaço vertical é necessário verificar: A resistência dos materiais e suas embalagens, que podem ser danificadas a partir de certo limite de peso; A resistência do piso, devido ao movimento de cargas unitárias por empilhadeiras e paleteiras; A possibilidade do uso de palete e estruturas porta-paletes; A disponibilidade e custo dos equipamentos; As normas de segurança do trabalho, inerentes ao local. 5.3 CRITÉRIOS DE ARMAZENAGEM 42 Os materiais devem ser armazenados de acordo com suas características, alguns dos critérios utilizados: Fragilidade: baixa resistência a choques; Combustibilidade: propriedade que um material tem de se queimar; Volatização: evaporação; Oxidação: enferrujar;
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